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Vulnerabilidade social;
Bairro carente;
Desnutrição;
Suscetibilidade a toxoplasmose;
Protozooses;
Pré-natal;
HIPÓTESES
Desigualdade social;
Toxoplasmose;
Surto de parasitose;
PERGUNTAS
Amebíase
No interior das úlceras, podem alcançar a circulação porta, atingir outros órgãos como o
fígado e, posteriormente, pulmão, rim, cérebro ou pele, causando amebíase extraintestinal.
A forma extra intestinal é rara em nosso meio - alguns casos de abcessos amebianos no
fígado têm sido descritos na Amazônia.
Estima-se que existam cerca de 480 milhões de pessoas no mundo infectadas com a E.
histolytica, das quais só 10% apresentam formas invasoras, isto é, alterações intestinais ou
extra intestinais. A disseminação da amebíase está relacionada a precárias condições de
higiene, educação sanitária e alimentação dos povos de regiões subdesenvolvidas ou em
desenvolvimento. Adequadas condições de habitação, existência de sistemas de coleta e
tratamento de esgotos e abastecimento de água potável impedem a disseminação da
doença. Para o tratamento da doença, devem ser usados amebicidas que atuam
diretamente na luz intestinal e em outros tecidos.
Giardíase
A giardíase é uma infecção do intestino delgado, causada pela Giardia lamblia, um parasita
unicelular. A giardíase ocorre em todo o mundo e é, especialmente, frequente entre as
crianças e nos locais onde as condições sanitárias são deficientes. O gênero Giardia inclui
flagelados parasitos do intestino delgado. O parasita é transmitido de uma pessoa para
outra através de cistos eliminados pelas fezes. A giardíase é uma das causas mais comuns
de diarreia entre crianças que, em consequência da infecção, muitas vezes apresentam
problemas de má nutrição e retardo no desenvolvimento. A transmissão é verificada
diretamente entre crianças ou parceiros sexuais ou ainda, de forma indireta, através de
alimentos ou água contaminados.
A Giardia lamblia apresenta-se em duas formas: o trofozoíto e o cisto. O trofozoíto tem
formato de pera e o cisto é oval elipsoide.
Os sintomas, que costumam ser ligeiros, incluem náuseas intermitentes, flatulência, queixas
abdominais, fezes volumosas e com mau cheiro e diarreia. Se a afecção é grave, é possível
que o doente não consiga absorver dos alimentos os nutrientes mais importantes e, como
resultado, perde muito peso.
Os mecanismos pelos quais a Giardia provoca diarreia e má absorção intestinal não são
bem conhecidos, mas acredita-se que haja mudanças na arquitetura da mucosa intestinal.
Esta pode apresentar-se normal ou com atrofia parcial, relacionada à resposta imunológica
do hospedeiro ante o parasito.
França, Tanos C. C., Santos, Marta G. dos e Figueroa-Villar, José D.Malária: aspectos históricos e
quimioterapia. Química Nova [online]. 2008, v. 31, n. 5 [Acessado 28 Outubro 2021] , pp. 1271-1278.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-40422008000500060>. Epub 12 Set 2008.
AMEBÍASE
CICLO EVOLUTIVO
O homem se infecta ingerindo a forma cística madura contida em alimentos, água ou por
qualquer tipo de contato fecal-oral. Também são possíveis formas menos usuais de
transmissão, incluindo o sexo anal e oral e equipamentos de lavagem intestinal
contaminados. O desencistamento ocorre no intestino delgado e os trofozoítos liberados
migram para o intestino grosso. Os trofozoítos multiplicam-se por divisão binária e estes
sofrem o processo de encistamento, originando novos cistos que são eliminados nas fezes.
Por causa da proteção conferida por sua parede, os cistos podem sobreviver dias e até
semanas no meio ambiente.
Os trofozoítos podem ser eliminados em fezes diarréicas, mas são rapidamente destruídos
no meio externo e, se ingeridos, não sobrevivem às enzimas digestivas. Na forma não
invasiva os trofozoítos permanecem confinados no lúmen intestinal dos portadores
assintomáticos, que eliminam os cistos em suas fezes. Na forma invasiva os trofozoítos
invadem a mucosa intestinal e através da corrente sangüínea atingem outros órgãos como
fígado, pulmão e encéfalo, causando doença extra-intestinal (Espinosa-Cantellano &
Martinez-Palomo, 2000).
Para serem eliminados pelas fezes em forma de cistos (forma de resistência), os trofozoítos
se arredondam (pré-cisto), reduzem seu metabolismo e começam a sintetizar a parede
cística. Aparecem no citoplasma os corpos cromatóides e os vacúolos de glicogênio. O
núcleo sofre divisões múltiplas, podendo dar origem a até quatro novos núcleos, que
resultam de duas divisões sucessivas. Outros sinais de um cisto maduro são percebidos
também pela diminuição do número de corpos cromatóides e do tamanho do vacúolo de
glicogênio. O cisto eliminado é então capaz de resistir às condições desfavoráveis do meio
ambiente externo, podendo, desse modo, infectar outro indivíduo que se torna um novo
hospedeiro.
GIARDÍASE
A Giardíase é uma infecção causada pelo protozoário flagelado chamado Giardia lamblia
(Giardia duodenalis, Giardia intestinalis). A infecção pode ser assintomática ou provocar
sintomas que variam de flatulência intermitente a má absorção crônica.
A Giardia duodenalis, também conhecida como Giardia lamblia, tem forma de corneta, largo
em sua parte anterior e afiado em sua parte posterior. Possui 8 flagelos reunidos em 4
pares. Tamanho de 10-21 µm de comprimento, 5-12 µm de largura e 2-4 µm de espessura.
A transmissão da Giárdia é fecal-oral, ou seja, ocorre pela ingestão dos cistos de Giardia
que saem nas fezes de humanos ou outros mamíferos que contaminam os alimentos e a
água. A contaminação pode ocorrer também pelo sexo anal.
CICLO EVOLUTIVO
Podemos dizer que os cistos funcionam como ovos e os trofozoítas são os filhotes que
saem desses cistos.
O cisto presente nas fezes está no estágio infectante da Giardia, mas também está no
estágio de diagnóstico, pois é possível encontrá-lo durante os exames laboratoriais. Já o
trofozoíto presente nas fezes do paciente contaminado está no estágio de diagnóstico, pois
a forma trofozoítica não é a forma infectante.
Fisiopatologia
● Ingestão de oocistos
● Ingestão de cistos teciduais
● Transmissão transplacentária
● Transfusão de sangue ou transplante de órgão
Depois da ingestão dos oocistos ou dos cistos teciduais, os taquizoítas são liberados e se
espalham pelo corpo. Esta infecção aguda é seguida pelo desenvolvimento de respostas
imunes protetoras e pela formação de cistos teciduais em vários órgãos. Os cistos podem
recidivar, principalmente nos pacientes imunocomprometidos. A toxoplasmose latente é
reativada em 30 a 40% dos pacientes com aids que não fazem profilaxia antibiótica, mas o
uso difundido de SMX-TMP para profilaxia de Pneumocystis reduziu drasticamente a
incidência.
A toxoplasmose pode ser transmitida por via transplacentária, se a mãe for infectada ou se
a imunossupressão reativar uma infecção anterior, durante a gestação. A transmissão do
Toxoplasma para um feto é extremamente rara em mães imunocompetentes infectadas por
Toxoplasma e que desenvolveram imunidade antes da gestação.
● Toxoplasmose aguda
● Toxoplasmose do sistema nervoso central (SNC)
● Toxoplasmose congênita
● Toxoplasmose ocular
● Doença disseminada ou não sistema nervoso central em pacientes
imunocomprometidos
Toxoplasmose aguda
A infecção aguda é normalmente assintomática, mas 10 a 20% dos pacientes podem
desenvolver linfadenopatia bilateral, cervical, ou axilar discreta e autolimitada. Alguns
desses casos também podem apresentar leve síndrome gripal com febre, mal-estar, mialgia,
hepatoesplenomegalia e, com menos frequência, faringite, que pode mimetizar a
mononucleose infecciosa e apresentar linfadenite. Linfocitose atípica, anemia leve,
leucopenia e enzimas hepáticas ligeiramente elevadas são comuns. A síndrome pode
persistir durante semanas a meses, mas é quase sempre autolimitada.
Toxoplasmose congênita
A toxoplasmose congênita resulta de uma infecção aguda primária, frequentemente
assintomática, adquirida pela mãe durante a gestação. Mulheres infectadas antes da
concepção geralmente não transmitem toxoplasmose ao feto, a menos que a infecção seja
reativada durante a gestação por imunossupressão. Aborto espontâneo, natimortalidade ou
defeitos de nascimento podem ocorrer. A porcentagem de fetos sobreviventes com
toxoplasmose depende de quando a infecção materna foi adquirida; aumenta de 15%
durante o 1º trimestre para 30% durante o 2º e para 60% durante o 3º.
Toxoplasmose ocular
Este tipo normalmente é o resultado de uma infecção congênita reativada, na maioria das
vezes na adolescência e por volta dos 20 anos de idade, mas que, raramente, pode ocorrer
com infecções adquiridas. Retinite necrosante focal e inflamação granulomatosa secundária
de coroide ocorrem e podem provocar dor ocular, visão borrada e, às vezes, cegueira.
Recorrências são comuns.
Diagnóstico
● Exames sorológicos
● No comprometimento do sistema nervoso central, TC ou ressonância
magnética (RM) e punção lombar
● Avaliação histopatológica das biópsias
● Ensaios baseados em PCR (polymerase chain reaction) do sangue, líquor,
tecido ou, durante a gestação, do líquido amniótico
A toxoplasmose costuma ser diagnosticada por sorologia com teste de anticorpos por
fluorescência indireta (IFA) ou imunoensaio enzimático para IgG e IgM (EIA). Anticorpos IgM
específicos aparecem durante as primeiras 2 semanas de doença aguda, apresentam pico
em 4 a 8 semanas e eventualmente tornam-se não detectáveis, mas podem estar presentes
por um longo período, como 18 meses após infecção aguda. Anticorpos IgG surgem de
maneira mais lenta, com pico em 1 a 2 meses, podendo permanecer altos e estáveis
durante meses a anos. A sorologia IgM para Toxoplasma não tem especificidade.
Diniz, Edna M. de Albuquerque e Vaz, Flávio Adolfo CostaQual é a recomendação atual para o
tratamento da toxoplasmose congênita?. Revista da Associação Médica Brasileira [online]. 2003, v.
49, n. 1 [Acessado 28 Outubro 2021] , pp. 10. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0104-42302003000100016>. Epub 28 Abr 2003.
Disponível em:
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/wp-content/uploads/sites/37/2015/06/toxoplasmose-para-o-
site.pdf, Acesso em 28/10/2021.
4. Qual a relação entre desnutrição e protozooses?
Há quase meio século foi estabelecido o conceito da interação infecção versus desnutrição -
sinergística na maior parte das vezes - e descritos os mecanismos fisiopatológicos que
levam à perda de nutrientes pelos vários tipos de patógenos. Dentre estes, citam-se a
invasão da mucosa (protozoários), a competição por nutrientes (helmintos), as mudanças
fisiológicas na função intestinal (ambos). Adicionalmente, a anorexia é um sintoma comum
nessas doenças, diminuindo a ingestão de alimentos. Por essas vias, admite-se que as
parasitoses intestinais podem determinar deficiências nutricionais.
Em relação ao Trichuris trichiura, a grande maioria dos casos é assintomática: infecções
intensas podem levar à desnutrição, nanismo e anemia ferropriva, bem como provocar
efeito adverso sobre a função cognitiva.
A Entamoeba histolytica pode ser encontrada em três estágios em humanos:
comensalismo, invasão intestinal e invasão extra-intestinal. Nestas duas últimas situações,
seja pela disenteria ou pelas reações de fase aguda presentes nas manifestações
extra-intestinais, há comprometimento do estado nutricional do hospedeiro.
A Giardia lamblia também pode apresentar-se como comensal inofensivo no trato intestinal
humano ou determinar quadro sintomático, com diarréia, dor abdominal, diminuição do
apetite, vômito ou constipação.
Disponível em:
https://ftp.medicina.ufmg.br/ped/Arquivos/2015/RevisaoParasitosesNaInfancia_13022015.pdf, Acesso
em 28/10/2021.
A toxoplasmose é uma doença transmitida por animais bastante comum, que pode ocorrer
pela ingestão de água ou alimentos contaminados. É uma infecção que pode apresentar
complicações como toxoplasmose ocular e cerebral e também comprometer o bebê durante
a gestação, levando inclusive ao abortamento em alguns casos.
As gestantes durante o pré-natal devem realizar exames para diagnosticar precocemente a
doença para rápida intervenção terapêutica e medidas de prevenção.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao
pré-natal de baixo risco. Série A. Normas e Manuais Técnicos (Cadernos de Atenção Básica, n° 32). 1 ed. rev.
Brasília: Editora do Ministério da Saúde. 2013:318p. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf