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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Beatriz Cristina de Oliveira RA: 1821701


Débora Cristina da Silva Avelino de Souza RA: 1828152
Eliezer Carvalho Freitas RA: 1824528
Márcia Cristhina Teixeira Cavalheiro Seneme RA: 1821531
Mariele Leme Andrade Staigner RA: 1820994
Nathália Scaggion Neves RA: 1831181

Memória, História e Cultura: o museu como meio de apropriação de


conhecimentos escolarizados no EJA

Araras - SP
2021
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Memória, História e Cultura: o museu como meio de apropriação de


conhecimentos escolarizado no EJA

Relatório Técnico - Científico apresentado na


disciplina de Projeto Integrador V para o curso de
Pedagogia da Universidade Virtual do Estado de
São Paulo (UNIVESP).

Araras- SP
2021
OLIVEIRA, Beatriz C.; SOUZA, Débora C. S. A.; FREITAS, Eliezer C.; SENEME, Márcia C.
T. C.; STAIGNER, Mariele L. A.; SANTOS, Nathalia S. -Memória, História e Cultura: o
museu como meio de apropriação de conhecimentos escolarizado no EJA. Relatório
Técnico Científico (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São
Paulo. Tutor: Moacir Guets. Polo de Araras-SP, 2021.

RESUMO

O presente relatório aborda o Museu como um espaço não formal para a Contação de Histórias.
O Museu escolhido foi o Instituto Inhotim de Brumadinho- MG, pois oferece o “tour virtual”
para grupos específicos ou visitantes aleatórios, além de suas particularidades, é o maior Museu
a céu aberto e possui suas Galerias espalhadas entre a vegetação exuberante, algumas delas são
temporárias, outras permanentes, levando o nome do artista ou da obra.
Aqui propomos uma Contação de História, baseada na artista brasileira Adriana Varejão e sua
obra “Celacanto provoca maremoto”, uma correlação da arte que assemelham azulejos
portugueses com a história de colonização do Brasil.
Objetivando compreender a importância da Contação de História como uma boa estratégia
pedagógica, estimulando o nível de letramento dos participantes, contribuindo par a construção
da cidadania através das artes plásticas.

PALAVRAS-CHAVE: Museu; Espaço Não Formal de Educação; Contação de História;


Artes Plásticas.
OLIVEIRA, Beatriz C.; SOUZA, Débora C. S. A.; FREITAS, Eliezer C.; SENEME, Márcia C.
T. C.; STAIGNER, Mariele L. A.; SANTOS, Nathalia S. -Memória, História e Cultura: o
museu como meio de apropriação de conhecimentos escolarizado no EJA. Relatório
Técnico Científico (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São
Paulo. Tutor: Moacir Guets. Polo de Araras-SP, 2021.

ABSTRACT

This report addresses the Museum as a non-formal space for Storytelling.


The chosen Museum was the Inhotim Institute of Brumadinho-MG, as it offers the “virtual
tour” for specific groups or random visitors, in addition to its particularities, it is the largest
open-air Museum and has its Galleries scattered among the lush vegetation, some of them they
are temporary, others permanent, bearing the name of the artist or work.
Here we propose a Storytelling, based on the Brazilian artist Adriana Varejão and her work
“Celacanto provokes tidal wave”, a correlation of art that resembles Portuguese tiles with the
history of colonization in Brazil.
Aiming to understand the importance of Storytelling as a good pedagogical strategy, stimulating
the level of literacy of the participants, contributing to the construction of citizenship through
the visual arts.

KEYWORDS: Museum; Non-formal Education Space; Storytelling; Visual arts.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Adriana Varejão (artista) .......................................................................................... 14


Figura 2- Adriana Varejão, Celacanto provoca maremoto, 08-2004 ....................................... 15
Figura 3- Adriana Varejão, Celacanto provoca maremoto. (Quatro paredes da obra) ............. 15
Figura 4 - MAPA MENTAL .................................................................................................... 16
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
2. DESENVOLVIMENTO................................................................................................... 9
2.1. Problemas e Objetivos ................................................................................................. 9
2.1.2. Problema ................................................................................................................... 9
2.1.3. Objetivo Geral .......................................................................................................... 9
2.1.4. Objetivos Específicos ............................................................................................... 9
2.2. Justificativa e delimitação do problema..................................................................... 10
2.3. Fundamentação teórica .............................................................................................. 10
2.4. Aplicação das disciplinas estudadas no projeto integrador........................................ 12
2.5. Metodologia ............................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 18
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1. INTRODUÇÃO

Não cabem dúvidas que o processo de apropriação dos conhecimentos produzidos social
e historicamente pela humanidade se configura como tarefa bastante complexa à escola e aos
educadores que precisam a cada dia lançar mão de diferentes estratégias para que a efetividade
da aprendizagem aconteça. Além disso, é fato que na atualidade, especialmente com a
pandemia, que o contexto escolar demanda urgentemente por reinvenções que superem o
modelo mecânico, repetitivo e conteudista que ainda caracteriza os moldes tradicionais em que
se insere a educação brasileira de hoje.
Nessa perspectiva, corroboramos a afirmação de Paulo Freire, uma vez para
compreender o contexto educacional e as possibilidades de ensino nele existentes

“É preciso pensar sobre a complexidade do ato de ensinar, não como algo


complicado, difícil, mas como uma trama complexa, interligando os fios
multidimensionais, multifacetados, históricos, culturais, sociais, construtivos,
poéticos, ético e estéticos, como uma ação social emancipatória. Ao contrário
do que historicamente foi concebido no campo educacional, ensinar não é
transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a
sua construção. (FREIRE, 1996, p. 22)”.

Sendo assim, a passagem dos alunos pela escola necessita favorecer uma aprendizagem
que conduza os sujeitos no reconhecimento de que são socio-historicamente determinados, s
sentidos de sua presença e atuação no mundo que o circunda. Para tanto, é essencial que os
professores estejam preparados não para transmitir conhecimento, mas oferecer condições para
a sua construção. É reconhecendo a necessidade de práticas pedagógicas críticas em sala de
aula que nos questionamos neste trabalho: Quais meios/estratégias poderiam ser favorecedores
dessa nova(outra) forma de ensinar?
Por essa razão, escolhemos os museus como espaços que podem criar condições para
aprendizagem significativas dos alunos. Sabemos que os museus abrigam memórias que
reproduzem conhecimentos, cultura, além de momentos de lazer, constituem-se como
elementos importantes no processo de aprendizagem dos alunos. A relação entre escolas e
museus abrem inúmeras possibilidades de aprender, não se limitando apenas ao espaço escolar
como lócus para apreensão de conhecimentos escolarizáveis.
Neste ponto, cabe assinalar a interface de espaços educativos formais (escolas) e não
formais (museus). Marandino (2017) pontua o fato de que a separação das modalidades
educativas formal, não formal e informal nem sempre ocorre de maneira tão demarcada,
8

utilizando como exemplo a educação que perpassa os museus. O museu pode ser um espaço de
educação não formal, pois é capaz de promover a aprendizagem de conteúdos variados, tendo
um papel importante na preservação da história e memória da cultura de um povo, pode também
se configurar como um espaço de difusão e divulgação científica e conhecimentos produzidos
social e culturalmente pelo homem (conhecimentos científicos/escolarizados – educação
formal), assim como de educação informal, uma vez que contempla valores, atitudes, dentre
outras coisas, que fazem parte da aprendizagem ao longo da vida dos sujeitos. O que se ressalta,
com essa exemplificação, é o fato que esses diferentes tipos de educação são ou podem vir a
ser continuidade uma das outras, e não como estanques.
A educação não formal, segundo Gohn (2011), possui como um de seus principais
aspectos o campo da educação para a vida no enfrentamento dos desafios dos tempos modernos
o que, a nosso ver, contribui para que a educação, ofertada na escola, atinja suas finalidades de
emancipação humana e transformação social. Em outras palavras, a educação não formal não
substitui a educação formal, mas complementa-a, é um espaço alternativo para a educação.
Isto porque, toda aprendizagem é situada em uma série de contextos, não proveniente
somente uma experiência abstrata que pode ser isolada em um tubo de ensaio ou em um
laboratório, mas sim, uma experiência orgânica, integrada, que acontece no mundo real. É um
produto de milhões de anos de evolução, uma adaptação que permite o diálogo contínuo entre
o indivíduo e o mundo físico e sociocultural em que vive (MASSARANI et. al., 2019).
Considerando isso, apresentamos o cenário em que acontecerá o desenvolvimento do
presente trabalho: a educação de jovens e adultos (EJA). De acordo com a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação (LDB), em seu artigo 37, identifica-se o direito à educação de pessoas que
não tiveram acesso ou continuidade dos estudos no ensino regular em idade adequada. Além
disso, a legislação também prevê a necessidade de que sejam dadas oportunidades educacionais
apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
trabalho.
Em nossa opinião, a utilização de espaços educativos não formais, como os museus, na
educação de jovens e adultos pode trazer muitos benefícios, pois esses sujeitos trazem consigo
uma história de vida, lembranças de histórias contadas na infância, fornecendo a eles, portanto,
o enriquecimento do vocabulário, o gosto pela leitura, estimulando o desenvolvimento
cognitivo, afetivo e social, além da consciência crítica sobre si, o outro e a realidade. Sendo
assim, contribuiu-se para a ampliação do conhecimento sobre outros locais, oferecendo
oportunidades de construção de saberes para além da sala de aula, valorizando a cultura e
permitindo os sujeitos a imersão em um mundo além da realidade em que vive.
9

A partir disso, pensamos: Como utilizar os museus como ferramenta interdisciplinar em


espaços não formais para jovens e adultos? Como um museu poderia ser meio de apropriação
de conhecimentos para alunos do EJA?
Frente a isso e articulando a proposta do projeto integrador, bem como as condições de
isolamento social impostas pela pandemia da COVID-19, escolhemos o Instituto Inhotim de
Brumadinho - MG, como espaço para o desenvolvimento de atividades educativas. Trata-se de
um museu a céu aberto que oferece tour virtual para grupos escolares. Para acesso ao
conhecimento escolarizado, mais especificamente sobre a história do Brasil, a obra “Celacanto
provoca maremoto” da artista brasileira Adriana Varejão, será utilizada, uma vez que os
azulejos contam a história da colonização do Brasil.
Acreditamos que com o desenvolvimento desse projeto podemos colaborar com o
aprendizado de jovens e adultos, oferecendo condições de aprendizagem significativas, a fim
de que sejam capazes de viajarem no tempo, fazendo uma leitura da obra a partir de um
determinado período histórico e social, transitando pelo passado, presente e futuro,
estimulando, com isso, a percepção crítica da realidade brasileira.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1.Problemas e Objetivos
2.1.2. Problema

Como utilizar as artes plásticas como ferramenta interdisciplinar de aprendizagem em


espaços não formais no ensino EJA?

2.1.3. Objetivo Geral

Compreender a importância da contação de história em espaços não formais de


aprendizagem, relacionando-a com as artes plásticas.

2.1.4. Objetivos Específicos

 Identificar como os educandos interagem com as artes plásticas;


 Determinar o grau de acessibilidade que os alunos tem a esta área da educação;
 Descrever a interação das artes plásticas com disciplinas regulares como a História;
 Analisar as contribuições da contação de história sobre obras plásticas, como auxiliou
na absorção de conhecimentos.
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2.2.Justificativa e delimitação do problema


O problema a ser trabalhado nesta pesquisa é: como utilizar as artes plásticas como
ferramenta interdisciplinar na aprendizagem em Educação Não Formal de Ensino no EJA.
A Educação não Formal atua no campo das emoções e sentimentos, trabalha a forma, a
política e a cultura do grupo, onde cada um descobre o que gosta ou não, podendo expressar
seus conhecimentos prévios e trocar essa experiência com os demais.
No Museu, considerado também um Espaço Não Formal, ampliam- se as discussões, as
temáticas, assim através da observação, registros, os alunos podem desenvolver novas
habilidades e novos conhecimentos, atrelados à obra de arte. Não é apenas entretenimento, não
é apenas um passeio, a ida ao museu requer planejamento prévio, uma interação maior, entre o
espaço, o que ele oferece e o educador, pois a estimulação sensorial ativa o cérebro no museu
ou em outros espaços, desencadeia emoções diversas que não ocorrem na sala de aula.
Essa troca de experiências deve proporcionar novas vivências, reconstruções, críticas e
reflexões.

2.3. Fundamentação teórica

A educação de jovens e adultos, tem o objetivo de levar a alfabetização a sujeitos que


não frequentaram a escola no tempo ideal. Esses alunos trazem consigo uma visão de mundo,
através da sua cultura, sua vivência familiar, profissional. Dando a esses jovens e adultos a
oportunidade do ensino regular. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
9.394/96) o artigo 37 nos diz que “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que
não tiveram acesso ou oportunidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade
própria”. Essa definição da EJA, nos esclarece o potencial de educação inclusiva e
compensatória que essa modalidade de ensino possui”.
A proposta pedagógica da educação de jovens e adultos, vai além do ensino da sala de
aula, propõem uma educação significativa, que tenha sentindo aos alunos, ao meio que vivem
e que de acesso a realidade. Para Freire:

“A educação que se impõem aos que verdadeiramente se comprometem com a


libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres
“vazios” a quem o mundo “encha” de conteúdos, não pode basear-se numa
consciência especializada, mecanicista mente compartimentada, mas nós
homens como “corpos conscientes” e na consciência como consciência
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intencionada ao mundo. Não pode ser a do depósito de conteúdos, mas a da


problematização dos homens em suas relações com o mundo.” (2002, p.67)

Segundo Machado (2009), a EJA não se constitui em mera escolarização, já que a


produção do conhecimento ocorre no mundo da cultura e do trabalho, em diferentes espaços de
convivência. Nesse sentindo é fundamental um referencial pedagógico que faça frente a esse
desafio, já que a cidadania é consolidada a partir de um “espaço de construção” que vai além
dos muros da escola, desafiando gestores e educadores a articular suas práticas com os
pressupostos subjacentes à educação popular e libertadora.
Pensando assim como poderíamos favores a aprendizagem desses alunos do EJA através
da contação de histórias em espaços não formais? Como fazer a leitura de mundo e da realidade
para além da alfabetização?
Oliveira e MOURA (2005), a interação, a troca de conhecimentos e experiências, o
desejo dos alunos e professores de aprenderem juntos sobre temas específicos podem ser
catalisador para o sucesso de ações em espaços não formais pois, ao se envolver com o objeto
de estudo, o aluno torna-se coadjuvante na aquisição de conhecimento.
A alfabetização de jovens e adultos implica esforços, Paulo Freire (1989), diz:

“Isto porque a leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo. E


aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o
mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de
palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade.
Ardenais, a aprendizagem da leitura e a alfabetização são atos de educação e
educação é um ato fundamentalmente político. Paulo Freire reafirma a
necessidade de que educadores e educandos se posicionem criticamente ao
vivenciarem a educação, superando as posturas ingênuas ou “astutas”, negando
de vez a pretensa neutralidade da educação.” (FREIRE, 1989, p.7)

A educação em espaços não formais possibilita aprender no mundo que se vive, a


compartilhar experiências em espaços coletivos, sendo assim uma educação cidadã, de direitos,
igualdade e liberdade.
Thompson (1982) nós atenta que quando fala no processo reflexivo da aprendizagem,
da reconstrução contínua da cultura no fazer humano. É fazendo que se aprende. A experiência
tem papel importante. Cultura para nós é um processo vivo e dinâmico, fruto de interações onde
são construídos valores, modos de percepção do mundo, normas comportamentais e de cintura
social, uma moral e uma ética no agir humano. O meio sociocultural onde se vive e a classe
social a que pertence fazem parte da construção da cultura dos indivíduos.
12

Nesse sentindo os museus contribuem para a qualificação em espaços não formais, pois
está ligado a contextos culturais, onde tem conteúdo estético e lúdico, apresenta-se de uma
forma atraente e curiosa, instigando no aluno a curiosidade de aprender coisas novas, novos
mundos. Carvalho afirma que “[...] a verdadeira função didática da escola e dos museus não é
a de dar todos os conhecimentos, mas desenvolver o espírito analítico e pesquisador no
estudante. É a verdadeira praxis libertadora, a educação através da conscientização e reflexão".
(CARVALHO, apud, NASCIMENTO, 1998, p.15).
A inclusão de atividades que prezem a interdisciplinaridade em espaços não-formais
auxiliam em uma aprendizagem mais significativa. Explorando a imaginação, dos sujeitos,
proporcionando a análise de determinada obra. Segundo Arnheim (2002) é preciso considerar
que o mero contato com as obras-primas não é suficiente, pois apesar de as pessoas terem uma
capacidade inata para entender através dos olhos, esta habilidade deve ser despertada e
trabalhada. Portanto, trabalhar com a arte envolve muito mais que um contato com as obras,
envolve uma oportunidade de analisá-las, desenvolvendo a sensibilidade e a percepção visual.
Acreditamos a arte como ferramenta interdisciplinar da aprendizagem faz com que o
sujeito possa construir saberes que vão além da alfabetização e da realidade de sala de aula, a
atividade como forma de expandir o conhecimento e ampliar a criatividade, tornando-o um
sujeito crítico e possibilitando apresentar uma leitura de mundo através de expressões e ideias
diferentes fora do ambiente escolar.

2.4.Aplicação das disciplinas estudadas no projeto integrador

O presente projeto tem se desenvolvido e embasado nas disciplinas estudadas ao longo


do curso de pedagogia. Tendo como disciplinas norteadoras a “Educação mediada por
tecnologias”, “Fundamentos e práticas no ensino de história”, “Educação de jovens e adultos”,
“Arte e música na educação” e principalmente “Educação em espaços não formais” como parte
das exigências acadêmicas que integram o Projeto Integrador V. A partir dessas disciplinas
podemos compreender a importância da contação de histórias em espaços não formais inserido
no currículo escolar do ensino EJA.
O uso das tecnologias vem sendo fundamental para o ensino na rede pública e privada
de educação, permitindo que os saberes sejam transmitidos de maneira a não contribuir a
formação de aglomerações não permitidos no momento. Tecnologia esta que nos permitiu estar
realizando e descobrindo novos lugares através de visitas on-line, nos proporcionando a
13

experimentação da educação em espaços não formais, atividade está foco do projeto integrador
deste semestre.
A educação em espaços não formais ocorre fora do âmbito escolar, sendo uma
experiência didática, organizada e sistematizada fora do contexto formal da escola, a partir de
experiências compartilhadas em espaços de ações coletivas, pensando em suas características,
dinâmicas de funcionamento e potencialidades resgatando valores essenciais para a formação
do indivíduo, a pratica de cidadania e a dimensão sociocultural. Desse modo, possibilitando a
ampliação do repertório e conhecimentos prévios que os educandos já têm.
Utilizando as artes plásticas como meio de disseminação de saberes é possível transmitir
ao educando conhecimentos através da contação de história sobre assuntos relacionados a
sociedade e advindos. Como ressalta Abramovich:

“[...] através de uma história pode-se descobrir outros lugares, outros tempos,
outros jeitos de agir e ser, outra ética, outra ótica. É ficar sabendo História,
Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso
tudo e muito menos achar que tem cara de aula.” (ABRAMOVICH, 1995, p.
17).

Partindo do tema proposto, elaboramos uma atividade didática convidativa aos alunos
do ensino EJA a partir da contação de história sobre a obra “Celacanto provoca maremoto” de
Adriana Varejão.

2.5.Metodologia

Para o presente trabalho, o tema proposto foi Contação de História nos Espaços
Educacionais Não formais. Assim, através de reuniões pelo Google meet, o grupo lançou
algumas de ideias do que poderia ser trabalhado, como o local, o qual após deliberações entre
os integrantes decidiu-se de pelo Instituto Inhotim, considerado o maior museu a céu aberto do
mundo como espaço não formal e o possível tema.
Localizado em Brumadinho, Minas Gerais, esse museu proporciona a seus visitantes
neste momento pandêmico pelo qual estamos passando, o tour virtual. Tour este que foi
ferramenta chave para a coleta de dados sobre o museu, seu acervo e funcionamento.
A pesquisa acerca do Instituto Inhotim nos incentivou por suas características
peculiares, pois os artistas têm trabalhos permanentes, inspirados em suas paisagens para a
criação ou adaptação das obras de arte, além de ser um Museu a céu aberto e Jardim Botânico.
14

Em 1980 quando ainda era uma Fazenda, seus jardins eram inspirados nas obras
paisagísticas de Burle Marx, alguns anos depois através do artista Tunga, o museu muda para
o enfoque da Arte Contemporânea.
Após agendamento prévio, realizamos um “tour virtual” pelo Museu mediado por
tutores, através de uma equipe multidisciplinar (08/04/21). Esse é um projeto denominado
“Inhotim para todos 2021”, onde a entrada ou participação é gratuita, propiciando uma alta
acessibilidade.
O Museu Instituto Inhotim possui 140 hectares para visitação, quase 250 hectares de
Floresta particular (RPNN- Reserva Particular do Patrimônio Nacional), administrado por
vários diretores.
Está dividido em galerias, 23 Galerias (19 delas são permanentes e 4 temporárias), 24
Obras ao ar livre, 30 destaques botânicos e 8 Jardins temáticos. As Galerias permanentes levam
o nome da Obra/Artista e as Galerias temporárias são trocadas de 2 em 2 anos, além do acervo
botânico que está em constante mudança.
Nesse Tour, visitamos os Artistas Brasileiros e dois Jardins temáticos, o tour virtual
durou cerca de 50 minutos, com mais 30 minutos para maiores esclarecimentos das dúvidas.
Aqui, daremos destaque para a artista Adriana Varejão, que possui suas obras em uma
das galerias permanentes.

Figura 1– Adriana Varejão (artista)

Disponível em <https://www.escritoriodearte.com/artista/adriana-varejao>. Acesso em 26 abr. 2021.

Adriana Varejão é uma carioca, nascida em 1964, uma artista plástica contemporânea
com destaque nacional e internacional. A artista aguça nossa percepção em suas obras viscerais,
e outras que destacam as plantas tóxicas e carnívoras.
15

No final dos anos 80 produz telas baseadas em igrejas barrocas brasileiras através de
azulejos. Logo depois, inspira-se nas imagens da história do Brasil, através das representações
indígenas e dos negros, para destacar a miscigenação no país e a violência no processo da
colonização.
Entre muitas obras, destacamos aqui uma obra da artista, que se encontra no 3º piso da
Galeria no Museu conhecida como “Celacanto provoca maremoto” - são 144 telas cuja técnica
é o craquele, gesso sobre tela lembrando os azulejos portugueses.

Figura 2- Adriana Varejão, Celacanto provoca maremoto, 08-2004. Foto: Eduardo Eckenfels

Fonte: Instituto Inhotim

Disponível em <https://www.inhotim.org.br/item-do-acervo/adriana-varejao-2/>. Acesso em 26 abr. 2021.

Figura 3- Adriana Varejão, Celacanto provoca maremoto. (Quatro paredes da obra)


16

Disponível em <https://artsandculture.google.com/asset/celacanto-provoca-
maremoto/hwH2WWUaksHM1Q?hl=pt-BR>. Acesso em 26 abr. 2021.

A partir da obra da artista Adriana Varejão fomos estimulados a pensar na contação de


história voltada ao público EJA (Educação de Jovens e Adultos), o mesmo público de destaque
em visitação relatado pelos funcionários do Museu Inhotim.
Assim, baseados na metodologia do DESING THINKING, seguimos as etapas:
pesquisa sobre o Museu Instituto Inhotim, passamos para ideação onde algumas ideias surgiram
e foram escolhidas para possível protótipo. Para visualização e organização das ideias,
utilizamos o mapa mental como roteiro para o projeto.

Figura 4 – MAPA MENTAL

Dando seguimento ao projeto foi proposto aos alunos do ensino EJA que assistam à uma
contação de história sobre a obra “Celacanto provoca maremoto” da artista Adriana Varejão,
exposta no museu Instituto Inhotim desde 2008 em uma de suas galerias permanentes. Esta obra
contemporânea traz a memória, a um primeiro momento, a retratação do oceano pintado sobre
azulejos, os quais se apresentam como um quebra-cabeça ao tentar remontar sua imagem sobre
a técnica de craquele da artista.
Durante a contação de história será apresentado aos educandos ao que se refere os
azulejos, o por que são retratados dessa forma, sua referência histórica vinda das viagens
continentais dos portugueses. E para realizar a análise dos resultados serão aplicados o mesmo
17

questionário, para o público alvo, EJA. A partir dessas respostas, analisaremos se a arte e a
contação de história em espaços não formais de educação, podem ser ferramentas para a
aprendizagem.
18

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 5. ed. São Paulo: Scipione,


1995.

ARNHEIM. Rudolf. Arte e Percepção visual. São Paulo: Nova versão, 2002. Acesso em
25/04/2021.

BRANDÃO. Carlos Rodrigues. A educação popular na escola cidadã. Petrópolis- RJ: Vozes,
2002.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, 20 de dezembro de


1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em:
06/05/2021.

CARVALHO, Ione. Museus didáticos comunitários: fortalecimento da identidade cultural e sua


função social hoje, P.4, IN: NASCIMENTO, Rosana. O objeto museal, sua historicidade:
implicações na ação documental e na dimensão pedagógica do museu. 1998. Acesso em:
27/04/2021.

CORTEZ, A importância do ato de ler: em três artigos que se completam, 1989. Acesso em:
26/04/2021

DIRETRIZES, Leis: Educação de jovens e adultos, Disponível em: <http://eja-


profcicerobarbosa.blogspot.com/2010/03/eja-na-ldb-939496.html>. Acesso em 27/04/2021.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz
e Terra, 1996.

GOHN, M. da G. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre o associativo do


terceiro setor. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.

Machado, M. M. A. (2009). A educação de jovens e adultos no Brasil pós-Lei 9.394/96: a


possibilidade de constituir-se como política pública. Em Aberto. 22(82), 17-39

MARANDINO, M. Faz sentido ainda propor a separação entre os termos educação formal, não
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<https://www.scielo.br/pdf/ciedu/v23n4/1516-7313-ciedu-23-04-0811.pdf>. Acesso em:
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MASSARANI, L. et al. A experiência de adolescentes ao visitar um museu de ciência: um


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OLIVEIRA, C. L.; MOURA, D.G. Projeto Trilhos Marinhos, uma abordagem de ambientes
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19

THOMPSON, E. P. (1984), Tradición, revuelta y consciência de clase. Barcelona, Editorial


Crítica.

VAREJÃO, Adriana R.: Biografia e resumo das principais obras. Arts & Culture 2021.
Disponível em: <https://artsandculture.google.com/entity/adriana-
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