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D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/2110
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Faculdade Metropolitana São Carlos/ Rio de Janeiro, Brasil. castromanhaes@gmail.com
1. Considerações iniciais
Na virada do século XVIII para o XIX, há uma “ruptura” no conceito, com sua
A porta, segundo Simmel (1909), seria aquela que separa, que mantém a
interioridade, a individualidade, que não quer contato profundo com o outro, que
fecha o homem em si mesmo, evitando a socialização. Entretanto, ela seria essa
socialização que mantém essas distâncias que compõem o indivíduo. Para o
sociólogo, a vida social se estabelece neste ciclo de passagens sucessivas, com
indivíduos que se agregam e que se isolam da ponte à porta e vice-versa. A
metáfora de Simmel, criada no início do século passado, caracteriza, de forma clara,
a vida contemporânea em sociedade.
2. Um contexto de evolução
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Texto original: Simone de Beauvoir. 1949. “Les Structures Élémentaires de la Parenté, par Claude
Lévi-Strauss”. Les Temps Modernes 7(49): 943-9 (October). Tradução: Marcos P. D. Lanna
(UFSCar) e Aline Fonseca Iubel (PPGAS/UFPR).
Podemos afirmar que as redes sociais existem há tanto tempo quanto existem
os homens. A formação de grupos de indivíduos com mesmas características,
intenções, costumes e que interagem entre si, caracteriza uma rede social. Um
indivíduo pode fazer parte de diversas redes sociais durante toda ou parte de sua
vida. A família, a escola, o esporte, a política, o lazer e a religião, por exemplo,
determinam a formação de muitas redes sociais nas quais o indivíduo acaba se
inserindo automaticamente. Outro fato importante é que cada rede social impõe aos
seus participantes algumas regras gerais que incidem diretamente nos seus
costumes, a forma de agir, no seu comportamento, no tratamento aos outros
indivíduos da mesma rede ou a outros indivíduos fora dela. São estas delimitações e
posturas comportamentais é que de fato farão com que um indivíduo se aproxime ou
se afaste de uma determinada rede social. É um processo de seleção natural.
Após tratarmos dos principais conceitos que envolvem esse novo “mundo virtual”,
como ele se apresenta, do que depende, o que abrange, como é acessado, onde se
localiza e muito mais, vamos começar a tratar de outros aspectos ligados aos efeitos
e consequências da utilização das redes sociais digitais, dando maior importância
aos “problemas” e abordando superficialmente, quando necessário, as vantagens,
pois estas sãomuito eminentes e defendidas em larga escala, mas não será objeto
principal deste estudo.
Podemos citar outro fenômeno, bem mais recente e que certamente cabe
como base para o presente estudo: a “Exclusão Digital”. Estamos diante de uma
recursividade no momento em que relacionamos a exclusão digital e a Dromocracia
Cibercultural. A exclusão digital é uma das “personalizações” da dromocracia
cibercultural. A velocidade com se propagou a Internet pelo mundo sempre será
considerada surpreendente. Mais surpreendente é como a mesma vem evoluindo ao
longo dos tempos.
Todo este cenário fez com os Governos do mundo inteiro adotassem políticas
voltadas para expansão de suas redes de telecomunicação a fim de levar o acesso a
Internet ao maior número de pessoas possíveis. Os chamados “Programas de
Inclusão Digital” são na verdade frutos destas políticas. Processos como este e
muitas outras iniciativas públicas e privadas, permitiram que o acesso a Internet
fosse levada aos quatro cantos do mundo. Temos agora um cenário completamente
desenhado e preparado para a concretização da cibercultura. É válido ressaltar que
a cibercultura é composta pelo histórico completo de tudo que abordamos até este
momento, e que não surgiu ou nasceu a partir deste “cenário ideal” que acabemos
de descrever. Mas sem dúvidas, evoluiu muito e muito depressa a partir deste
momento.
É de se esperar que, avaliando a utilização das redes sociais digitais por parte
destas duas tribos, que os nativos digitais tenham melhor desempenho e aproveitem
mais os recursos disponíveis nas redes sociais digitais. Isso realmente prevaleceu
no começo. Como o passar dos tempos, os imigrantes digitais foram se encantando
com este novo universo. O quantitativo de usuários desta “tribo” nas redes sociais
digitais vem aumentando consideravelmente e demonstrando uma aceitação cada
vez maior por parte deste público.
As redes sociais digitais, assim como a internet num todo, é composta e repleta de
hipertextos e ícones atrelados a links. O hipertexto é um recurso que permite realizar
uma ligação uma palavra, termo ou frase com outro fragmento de texto. Apresenta-
secomo uma função autoexplicativa. Muito positivo quando analisado como uma
poderosa ferramenta que permite acoplar diversas idéias que devem ser
contextualizadas e uma mesma situação ou leitura. O problema apresenta-se,
porém, quando verificamos o uso indiscriminado deste recurso, relacionado
principalmente a veracidade das informações que são apresentadas pelos
hipertextos. Sabemos que a Internet, e não diferente as redes sociais, aglomeram
informações nem sempre confiáveis e de fontes seguras, o que se torna mais crítico
ainda nas redes sociais digitais. Os usuários, sejam, nativos ou imigrantes, por
vezes relacionam seus textos experimentais a outros conteúdos que normalmente
estão situados fora das redes sociais digitais sem se preocuparem com a veracidade
ou confiabilidade das fontes. Porém, para que tem acesso como visitante a tal
informação, e que certamente faz parte ou do grupo imigrante ou do grupo nativo, o
balizador e avalista daquela informação é quem realizou a sua publicação daquela
forma e certamente é quem, futuramente, será responsabilizado pelas
consequências de sua divulgação.
Outro ponto a ser considerado no uso excessivo destes recursos, não só nas
redes sócias digitais, mas também na internet como um todo, é o fato de que o
usuário, acostumado com tanta automaticidade noacesso a informações mais
específicas apresentadas pelos links do hipertexto, passa a receber, também de
forma automática, a informação não realizando os principais processos cognitivos
como percepção, análise e classificação do conteúdo, desestimulando assim o
caráter investigativo do raciocínio humano. Nesta situação, os imigrantes levam
vantagem por terem, culturalmente, desenvolvido tal capacidade investigativa
analisando com mais critério o que foi é indicado nos hipertextos.
(...) a uma possibilidade de, via interatividade, fazer presente (na tela) o que
está fora do campo percepcional; e. vice-versa, de secundá-lo ou de fazê-lo
7. Identidade e comportamento
As redes sociais digitais são formadas por diversos grupos, também conhecidos
como comunidades. Estas comunidades, assim como na cultura tradicional,
representam,para a cibercultura, as diversas redes sociais que a compõem. Existem
comunidades formadas por nativos, comunidades formadas por imigrantes e
comunidades mistas, que abrigam nativos e imigrantes.
Tudo isso pode ser analisado sob vários pontos de vista. Com relação a
apresentação, é mais comum que os nativos, normalmente mais jovens, utilizem
com mais frequência identidades falsas, criando o que comumente é chamamos de
Perfis Fake (falsos). É comum também que utilizem parte das características
verdadeiras e parte falsas. A prática também acontece entre os imigrantes com mais
experiência, porém, como para a maior parte tudo é muito novo, é comum que
comunidades de imigrantes contem com perfis verdadeiros, que descrevem com
clareza e verdade seus usuários.
Referências
PRIMO, Alex. Interação mediada por computador. Porto Alegre, Sulina, 2007.