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Análises Ambientais

Poluição do Ar

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Fernando Perna

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Poluição do Ar

• Atmosfera


OBJETIVOS

DE APRENDIZADO
• Conhecer as camadas que compõem a atmosfera e as suas principais características;
• Conhecer a composição da atmosfera;
• Conhecer os principais ciclos biogeoquímicos e as suas características;
• Conhecer as diferentes formas de quantificar uma solução;
• Conhecer os processos de diluição de soluções;
• Identificar as principais fontes de poluentes atmosféricos e os seus efeitos.
UNIDADE Poluição do Ar

Atmosfera
A atmosfera é uma camada formada por uma mistura de gases que envolve a
Terra, prendendo-se a esta pela ação da gravidade. O termo origina-se do grego
atmos = ar, vapor e sphaira = esfera. É indispensável à existência da vida no Planeta:
fornece oxigênio, atua na manutenção do equilíbrio térmico, possibilita a transmis-
são do som e o espalhamento de luz, absorve grande parte da radiação proveniente
do Sol, protegendo a superfície de impactos de corpos celestes. É responsável por
processos de erosão, pelo transporte de materiais e pelo clima.

Figura 1 – Atmosfera vista do espaço


Fonte: Getty Images

A atmosfera começou a se formar há 4,5 bilhões de anos, juntamente com o


Planeta. Passou por modificações ao longo desse tempo até adquirir a estrutura e
composição atuais.

Camadas da Atmosfera
A atmosfera da Terra é formada por camadas que diferem em propriedades como
composição, temperatura e pressão.

A pressão e densidade do ar diminuem com a altitude na atmosfera. No entanto, o


comportamento da temperatura com a altitude é mais complexo e, por ser de mensu-
ração relativamente fácil, é utilizado como referência para distinguir as camadas atmos-
féricas. De acordo com esse critério, a atmosfera apresenta cinco camadas distintas.

Os valores extremos de temperatura das camadas da atmosfera formam os limites entre cada
região, que são classificados a partir do nome da camada localizada abaixo desse limite acres-
cido do sufixo -pausa (indicativo de pausa ou descontinuidade). Por exemplo: mesopausa é o
limite entre a mesosfera (camada abaixo) e a termosfera (camada acima), enquanto a termo-
pausa é o limite entre a termosfera (camada abaixo) e a exosfera (camada acima).

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• Troposfera: é a camada mais próxima da superfície e onde o ar é mais denso,
estendendo-se do nível do mar a até 17 km no seu limite superior. Abriga 75%
da massa total da atmosfera e é onde ocorrem os principais fenômenos meteo-
rológicos. A temperatura atmosférica diminui conforme a altitude aumenta;
• Estratosfera: é a segunda camada da atmosfera, localizada entre aproximada-
mente 17 E 50 km da superfície. Abriga a camada de ozônio, responsável por
filtrar os raios ultravioletas emitidos pelo Sol, localizada entre 20 e 35 km de
altitude. A temperatura, constante nos quilômetros iniciais, aumenta com a alti-
tude devido à radiação absorvida pela camada de ozônio;

Juntas, troposfera e estratosfera representam 99,9% da massa da atmosfera.

• Mesosfera: é a camada mais fria da atmosfera, localizada aproximadamente


entre 50 e 80 km de distância da superfície. A temperatura volta a diminuir
com a altitude, podendo chegar a –90 °C devido ao ar rarefeito, o que a torna
a camada mais fria da atmosfera. Os meteoritos que atingem a Terra são frag-
mentados e queimam essa camada;

Figura 2 – Meteoro das Perseidas visto da Estação Espacial Internacional (2011)


Fonte: nasa.gov

• Termosfera ou ionosfera: localizada aproximadamente entre 80 e 500 km de dis-


tância da superfície; a sua temperatura pode atingir os 1.500 °C devido à absorção
de radiação solar de ondas curtas. É também chamada de ionosfera por causa da
grande concentração de íons. O fenômeno das auroras ocorre nessa camada;

Figura 3 – Aurora boreal; o fenômeno das auroras ocorre na termosfera


Fonte: Getty Images

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UNIDADE Poluição do Ar

Você Sabia?
As auroras ocorrem em ambos os polos do Planeta; no Hemisfério Norte é chamada de
aurora boreal, e no Sul de aurora austral.

Aurora austral, registrada sobre o Polo Sul a partir da Estação Espacial Internacional.
Disponível em: https://bit.ly/2BP58Ui

• Exosfera: é a última camada da atmosfera. Localiza-se, aproximadamente, en-


tre 500 e 10.000 km de distância da superfície, constituindo-se na transição
entre a atmosfera e o espaço sideral. O ar é muito rarefeito nessa camada e
quase não há outros gases atmosféricos à exceção de hélio e hidrogênio. A sua
temperatura atinge 1.000 °C.

Figura 4 – Perfil médio de temperatura da atmosfera em função da altitude (linha vermelha)


Fonte: Adaptado de windows2universe.org

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Figura 5
Fonte: ucar.edu

Estrutura em camadas da atmosfera da Terra, visível nesta imagem de um


crepúsculo sobre o Oceano Índico registrada da Estação Espacial Internacio-
nal, em maio de 2010; de baixo para cima, podem ser vistas a superfície da
Terra (preto), a troposfera (amarela e laranja), a estratosfera (rosa a branca)
e a mesosfera (azul clara), que desaparece gradualmente em direção à escu-
ridão do espaço.

Cite 6 papéis essenciais exercidos pela atmosfera.


Quais são as camadas da atmosfera? Qual é o principal critério utilizado para essa
divisão? Explique.
Qual é a camada mais próxima à superfície da Terra? Quais são as características principais
dessa camada?
Em qual camada está localizada a camada de ozônio? Por que a temperatura na camada de
ozônio aumenta com a altitude?
Qual é a camada mais fria da atmosfera terrestre?
Como você explica a brusca variação de temperatura entre as camadas atmosféricas?

Composição da Atmosfera
A atmosfera da Terra começou a se formar juntamente com o Planeta. Diferentes
processos, como a desgaseificação das rochas durante o seu resfriamento na Terra
primitiva, levaram ao acúmulo de gases ao redor da Terra e causaram mudanças na
composição dessa mistura. A atmosfera primitiva era diferente da atual: há cerca
de 4,4 bilhões de anos, presume-se ter sido composta predominantemente por ni-
trogênio (N2) dióxido de carbono (CO2) e vapor de água (H2O), uma pequena quan-
tidade de metano (CH4) e traços de amônia (NH3). O oxigênio (O2), tão importante
para a vida, surgiria na atmosfera em quantidades significativas apenas há cerca de
2,2 bilhões de anos, com a evolução dos primeiros organismos fotossintetizantes.

Modernamente, a composição da atmosfera é dominada por N2 e O2, que res-


pondem por pouco mais de 99% do seu volume total; considerando o argônio (Ar),
terceiro gás mais abundante, chega-se a 99,96%.

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20,934%
Ar 0,934%
Outros gases 0,034%
N2
78,084%

Figura 6 – Principais gases presentes na atmosfera seca ao nível do mar


Fonte: Adaptado de CRC Handbook of Chemistry and Physics on CD-ROM. Section 14. CRC Press, 2002

A Tabela 1 apresenta a composição atual da Atmosfera:

Tabela 1 – Composição da atmosfera seca1


Gás Porcentagem em volume2, a
Nitrogênio (N2) 78,084
Oxigênio (O2) 20,9476 99,9656
Argônio (Ar) 0,934
Dióxido de carbono (CO2) 0,0413323, b
Neônio (Ne) 0,001818
Hélio (He) 0,000524
Metano (CH4) 0,00017
Criptônio (Kr) 0,000114 0,0441
Hidrogênio (H2) 0,000055
Óxido nitroso (N2O) 0,00005c
Xenônio (Xe) 0,0000087d
Outros gases (CO, NH3, NO, NO2, O3, SO2) Traços
1
O vapor de água não foi incluído porque a sua quantidade é variável (0-3%), com um valor médio de ca. 1%;
2
Os valores não somam exatamente 100% devido a arredondamentos e incertezas;
3
Valor de medições recentes (abril de 2019), a quantidade vem aumentando continuamente como resultado de atividades humanas.

Fonte: Adaptado de anssdc.gsfc.nasa.gov; besrl.noaa.gov; cBrown e colaboradores (2016);


d
CRC Handbook of Chemistry and Physics, 2002

A composição da atmosfera é uniforme até aproximadamente 100 km de altitude;


acima desse valor, a composição se estratifica em função da altitude: os gases mais
pesados (N2 e O2) estão presentes mais abaixo, enquanto o limite superior da alta
atmosfera é composto quase que totalmente por H2, o elemento mais leve.

Quais são os três principais gases que compõem os primeiros 100 km da atmosfera terres-
tre? Qual é a proporção de cada um desses?

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Ciclos Biogeoquímicos
Os elementos químicos mais comuns encontrados nos seres vivos podem existir
em diferentes formas químicas. São armazenados por períodos longos ou curtos
na atmosfera, na terra, água, no subsolo ou em organismos vivos. Processos geo-
lógicos, como intemperismo das rochas, erosão e drenagem de água, bem como
interações entre os organismos desempenham papel importante na reciclagem
desses materiais.

A quantidade de matéria disponível na biosfera é limitada; assim, a sua reciclagem


é fundamental para a manutenção da vida na Terra – caso isso não acontecesse, os
nutrientes se esgotariam e a vida desapareceria.

O caminho pelo qual um elemento químico e/ou uma substância química se mo-
vem pelos meios biótico (biosfera) e abiótico (litosfera, atmosfera e hidrosfera) da
Terra é chamado de ciclo biogeoquímico; tais ciclos são processos em que há reci-
clagem de elementos.

Existem ciclos biogeoquímicos para os elementos cálcio, carbono, enxofre, fós-


foro, hidrogênio, mercúrio, nitrogênio, oxigênio e selênio; ciclos moleculares para
água e sílica; ciclos macroscópicos, como o ciclo das rochas; e ciclos originados pelo
homem para compostos sintéticos, como os ciclos da atrazina e dos bifenilos policlo-
rados (PCB) (Figura 7). Em alguns ciclos, existem reservatórios onde uma substância
permanece por um longo período (como um oceano ou lago, para a água).

Cl
N N
N N N Cln Cln
H H
Atrazina Bifenilo policlorato
Figura 7 – Estruturas de moléculas sintéticas que possuem ciclo biogeoquímico;
cada anel do bifenilo pode conter de 1 a 4 átomos de cloro, ligados em diferentes posições

Os elementos mencionados são usados pelos organismos de várias maneiras, e os


seus ciclos são interconectados. Por exemplo, o movimento da água é crítico para a
lixiviação de enxofre e fósforo em rios, lagos e oceanos.

Ciclo da Água
A água é a única substância que ocorre naturalmente nos três estados físicos (sóli-
do, líquido e gasoso). Os oceanos são, de longe, o maior reservatório, com cerca de
97% de toda a água do Planeta, mas essa não pode ser usada diretamente devido à
sua salinidade.

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As calotas de gelo e as geleiras são os maiores reservatórios de água doce, mas essa
água é de difícil acesso, localizando-se principalmente na Antártida e Groenlândia.

Lençóis freáticos próximos à superfície são os maiores reservatórios de água doce


que podem ser aproveitados. Embora rios e lagos sejam as fontes de água mais usa-
das, representam apenas uma pequena fração da água do mundo (Figura 8).

Figura 8 – Distribuição global da água


Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

Se toda a água do Planeta coubesse em uma garrafa de Polietileno Tereftalato (PET) de


2 litros, somente 3 gotas estariam disponíveis para o consumo.

A água é o recurso natural mais importante do Planeta, sendo essencial para a


vida; contudo, distribui-se de forma desigual (Figura 9).

A distribuição de água doce disponível para consumo humano varia de região


para região. No extremo mais crítico, em algumas partes do Oriente Médio, a dis-
ponibilidade é de cerca de 136 litros por habitante e por dia; no outro extremo, em
áreas úmidas e escassamente povoadas, como a Amazônia, a disponibilidade excede
274 m3 (1 m3 = 1.000 L) por habitante e por dia.

Você sabia?
Que o corpo humano é constituído, em média, por 60% de água (em massa), cuja dis-
tribuição varia conforme o tecido? Enquanto o tecido adiposo praticamente não contém
água, os músculos esqueléticos possuem 73% de água.

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Figura 9 – Escassez física e econômica global de água
Fonte: Adaptado de unesco.org

O ciclo da água é complexo, envolvendo mudanças de estado e movimentos físi-


cos através ecossistemas e entre os quais. É acionado pela energia do Sol, que aque-
ce as águas superficiais, fazendo com que a água líquida evapore e se mova para a
atmosfera; outra fonte de vapor de água é a transpiração dos seres vivos.

Com o tempo, o vapor de água na atmosfera se condensa em nuvens e precipita


na forma de chuva, neve ou granizo. Quando a precipitação atinge a superfície da
Terra, pode evaporar novamente, fluir pela superfície ou penetrar no solo.

Você sabia?
Que a quantidade de água que precipita anualmente sobre o Planeta na forma de chuva
é estimada em 1,07 × 1014 toneladas, ou seja, 107 trilhões de toneladas?

Em ecossistemas terrestres, normalmente a chuva atinge as folhas e outras su-


perfícies de plantas antes de atingir o solo. Parte da água evapora rapidamente da
superfície das plantas. A água que sobra atinge o solo e, na maioria dos casos, é
absorvida por esse.

Em geral, a água escoa pela superfície apenas quando o solo está saturado de
água, quando está chovendo muito ou quando a superfície tem baixa permeabilida-
de. Uma superfície não absorvente pode ser uma rocha ou uma região impermeabi-
lizada pela ação humana.

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Figura 10 – Ciclo biogeoquímico da água


Fonte: Adaptado de khanacademy.org

Ciclo do Carbono
O carbono é um elemento essencial para a vida, formando as mais diversas estru-
turas em todas as formas de vida conhecidas. Está presente também na litosfera, na
forma de rochas calcárias.

Você sabia?
Que o carbono é o segundo elemento mais abundante no corpo humano, compondo
cerca de 23% da sua massa? Essa quantidade é superada apenas pelo oxigênio, que re-
presenta 63% da massa corporal.

O carbono é importante para as indústrias atuais – combustíveis fósseis, (petróleo,


carvão e gás natural) são usados como fontes de energia. A queima desses combustí-
veis libera dióxido de carbono (CO2) no ar, levando a níveis cada vez mais altos do gás
na atmosfera. Esse aumento nos níveis de CO2 afeta o clima da Terra e é a principal
preocupação ambiental no mundo.

Figura 11 – Distribuição média de CO2 na atmosfera; a maior concentração no Hemisfério Norte é


influenciada pelo fato de a maior parte da massa de terra do Planeta localizar-se nesse hemisfério
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

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O ciclo biogeoquímico do carbono pode ser dividido em dois subciclos: um ciclo
biológico, que envolve trocas rápidas, e um ciclo geológico, que envolve a reciclagem
de longo prazo – devido à sua maior importância, a discussão será focada no ciclo
biológico do carbono.

O dióxido de carbono existente no ar se dissolve na água, formando o íon bicar-


bonato (Equação 1).

CO2 H 2O H 2CO3 H HCO3 – (1)

A fotossíntese realizada por plantas, bactérias e algas converte o dióxido de car-


bono ou o bicarbonato em glicose, que é convertida em outras moléculas orgânicas
(Equação 2).

(Luz Solar) 6CO2 + 6H 2O → 6O2 + C 6H 12O6 (2)

Ambos os tipos de moléculas são transferidos para outros organismos através de


cadeias alimentares. A respiração celular e a decomposição de organismos mortos
convertem o carbono orgânico de volta em dióxido de carbono; juntam-se a esse o
dióxido de carbono proveniente de atividades humanas, como a queima de combus-
tíveis fósseis e o desmatamento.

Fotossíntese

Respiração
Emissão de
gás carbônico
Respiração

Carbono
orgânico

Combustível fóssil
Organismo morto

Figura 12 – Ciclo biogeoquímico do carbono


Fonte: Adaptado de Getty Images

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UNIDADE Poluição do Ar

Como os elementos químicos são reciclados na natureza? Por que essa reciclagem é
tão importante?
O que é e qual é a importância dos ciclos biogeoquímicos? Cite exemplos.
Qual é a única substância que ocorre naturalmente nos três estados físicos da matéria?
Quais são os maiores reservatórios de água doce do mundo?
Como ocorre o ciclo biogeoquímico da água?
Por que entender o ciclo do carbono é tão importante para os futuros profissionais biomédicos?
Como você explica a maior concentração de CO2 ocorrer no Hemisfério Norte?

Ciclo do Nitrogênio
O nitrogênio predomina na atmosfera e é um componente-chave nos organismos
vivos – átomos de nitrogênio são encontrados em aminoácidos, vitaminas, proteí-
nas, ácidos nucleicos etc., essenciais para o funcionamento de qualquer organismo.
Contudo, devido à baixa reatividade da molécula de N2, animais e vegetais não são
capazes de metabolizá-la diretamente.

Como os átomos de nitrogênio da molécula de N2 estão conectados por uma ligação tripla (N≡N),
a energia necessária para separá-los é elevada (945 kJ/mol) e a molécula é pouco reativa.

NH O O
O
H2N N OH OH
H2N NH2
H NH2 N
Arginina Ureia Vitamina B3

NH2 O
HO NH N NH2

N N O HN
H H
Serotonina Timina Histamina
Figura 13 – Algumas moléculas de importância biológica contendo nitrogênio

Você Sabia?
Que o nitrogênio é o quarto elemento mais abundante no corpo humano, representando
cerca de 2,6% da sua massa?

Apesar de abundante na atmosfera, o nitrogênio é frequentemente o nutriente


limitante para o crescimento das plantas. Isso acontece porque as plantas apenas

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conseguem usar o nitrogênio em três formas distintas: o íon amônio (NH4+), o íon ni-
trito (NO2–) e o íon nitrato (NO3–), cujas existências não são abundantes no ambiente.

Limitante é qualquer nutriente que


tem a menor disponibilidade, limi-
tando o crescimento de um ser vivo.

O nitrogênio entra no mundo biológico através de bactérias e outros procariontes,


que convertem o nitrogênio atmosférico em formas biologicamente utilizáveis em um
processo chamado de fixação de nitrogênio.

Procariontes são organismos unicelulares que não possuem membrana nuclear envolven-
do o seu material genético.
Algumas espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio, denominadas coletivamente de dia-
zótrofos, são organismos de vida livre no solo – bactérias do gênero Azotobacter (conver-
tem N2 em NH4+) – ou na água – cianobactérias (convertem N2 em NH3) –, enquanto outras
são simbiontes com plantas leguminosas – bactérias do gênero Rhizobium (convertem N2
em NH3).

Figura 14 – Nódulos de bactérias fixadoras de nitrogênio


associadas às raízes de uma planta leguminosa
Fonte: proterrafoundation.org

Por esse processo, as bactérias fixadoras convertem o nitrogênio atmosférico em


amoníaco (NH3) e no íon amônio (NH4+), enquanto outros tipos de bactérias (nitrifi-
cantes) se encarregam de oxidar o amoníaco nos íons nitrito (NO2–) e nitrato (NO3–);
todas essas espécies químicas podem ser absorvidas por plantas e usadas para pro-
duzir moléculas orgânicas. Os animais recebem o nitrogênio de que necessitam atra-
vés da ingestão direta de plantas ou de outros animais. Esse nitrogênio pode ser
incorporado ao corpo do animal ou degradado e excretado como resíduo, tal como
a ureia, encontrada na urina.

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UNIDADE Poluição do Ar

A maioria das plantas obtém o nitrogênio necessário ao seu crescimento através


do íon nitrato, uma vez que o íon de amônio lhes é tóxico em grandes concentrações.

Bactérias decompositoras (desnitrificantes) realizam o processo inverso de desni-


trificação, convertendo o nitrogênio de organismos mortos, presente em diferentes
compostos em N2, que volta à atmosfera.

Figura 15 – Ciclo biogeoquímico do nitrogênio


Fonte: Adaptado de universidad.edu

Descargas elétricas atmosféricas também contribuem para a formação de nitratos:

N2 + 2 O2 → 2 NO2

2 NO2 + H2O → HNO2 + HNO3

Qual é a importância do nitrogênio para o corpo humano? Em quais moléculas o mesmo


é encontrado?
Por que os animais e vegetais não conseguem metabolizar a molécula N2 diretamente? Qual
é a solução encontrada na natureza para essa questão?

Ciclo do Enxofre
O enxofre tem importante papel biológico, participando da estrutura de diferentes
cofatores, tais como aminoácidos, vitaminas, coenzimas etc.; formas inorgânicas do
enxofre são importantes ao metabolismo de sulfobactérias e plantas.

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Cofatores são substâncias não proteicas necessárias ao funcionamento de enzimas; podem
ser compostos orgânicos ou inorgânicos.
Sulfobactérias são bactérias quimiossintetizantes que obtêm energia através da oxidação
do sulfeto de hidrogênio (H2S).

Você Sabia?
Que o enxofre é um componente minoritário do corpo humano, representando apenas
0,20% da sua massa – mais abundante que sódio e ferro?

O H
O H
N S
HS OH H H OH N
O
NH2 O
S O OH
O
Cisteína Vitamina B7 Penicilina G

NH2
O O N N
HS O O O
N N P P N N
H H O OO O O
OH

2
O3PO OH
Coenzima A
O
O O
S S NH2
HS O S
S S
Coenzima M Dissulfeto dialila Lipoamida

Figura 16 – Algumas moléculas de importância biológica contendo enxofre

O grande reservatório de enxofre é a crosta terrestre, existindo em menor quantida-


de na atmosfera. Por isso, o ciclo do enxofre envolve etapas no solo, na água e no ar.

O enxofre elementar (S) é encontrado, principalmente, em sedimentos nas pro-


ximidades de vulcões e ao longo da crosta terrestre, não podendo ser utilizado dire-
tamente por animais. Ao entrar em contato com o oxigênio (presente no solo e na
água), é convertido no íon sulfato (SO42–), solúvel em água; algumas espécies de mi-
crorganismos também são capazes de oxidar o enxofre a sulfato. Uma vez oxidado,
o enxofre é absorvido por vegetais.

A deficiência de enxofre no organismo pode gerar problemas relacionados a os-


sos, pele, cabelos e produção de proteínas.

Animais incorporam enxofre ao se alimentarem de vegetais ou de outros animais.


Ao morrerem, o enxofre desses organismos é reciclado pelos organismos decompo-
sitores, tornando-se disponível novamente no ambiente. Muitas espécies de fungos
e bactérias atuam no processo de mineralização do enxofre. Isso ocorre tanto em
condições aeróbicas quanto anaeróbicas, com a formação de SO42– e H2S (sulfeto de
hidrogênio ou gás sulfídrico), respectivamente.

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UNIDADE Poluição do Ar

Certas bactérias podem oxidar o H2S a enxofre elementar (S):


12 H2S + 6 CO2 → C6H12O6 (glicose) + 6 H2O + 12 S
Tais bactérias são simbiontes de vermes que habitam zonas abissais do Oceano Pa-
cífico, fixando-se em afloramentos rochosos de chaminés de fontes hidrotermais
profundas (Figura 17), regiões ricas em H2S de origem vulcânica.

Figura 17 – Colônia de vermes tubulares (Riftia pachyptila) que usam


bactérias quimiossintetizantes simbiontes para obter nutrientes
Fonte: Wikimedia Commons

Algumas espécies de bactérias, denominadas sulfobactérias, convertem o SO42– em


enxofre elementar que, ao ser excretado da célula, pode ser armazenado nas rochas.

A parte atmosférica do ciclo do enxofre ocorre quando interage com o oxigênio,


formando dióxido de enxofre (SO2) e trióxido de enxofre (SO3); o H2S formado pelos
decompositores tem vida curta no ar, sendo convertido em SO2 em poucas horas.

O enxofre pode ser lançado na atmosfera por emissões vulcânicas, oceânicas, industriais e
queima de biomassa. Nos oceanos, é emitido principalmente pela decomposição de certas
algas, formando um reservatório de compostos de enxofre que é parcialmente perdido para
a atmosfera.

Ao entrarem em contato com moléculas de água, os óxidos de enxofre precipitam no


solo na forma de íons SO32– e SO42–, sendo absorvidos por vegetais e microrganismos,
podendo ser alocados também nas rochas abaixo do solo e em ambientes aquáticos.

Importante!
O ciclo do enxofre assemelha-se ao ciclo do nitrogênio, exceto quanto à sua forma de
inserção na biosfera (principalmente a partir da litosfera, em vez da atmosfera) e à pos-
sibilidade de fixação sem intervenção biológica.

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Figura 18 – Ciclo biogeoquímico do enxofre
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

Qual é a importância do enxofre para o corpo humano? Em quais moléculas o mesmo é


encontrado?
Explique por que o ciclo do enxofre envolve etapas no solo, água e ar.
Faça um mapa mental sobre o ciclo biogeoquímico do enxofre, considerando como o enxo-
fre é incorporado a moléculas importantes do corpo humano.

Poluição do Ar
A poluição do ar pode ser entendida como a presença de substâncias que geralmen-
te não estão presentes no ar – ou estão em quantidades menores – e que diminuem a
sua qualidade ou causam alterações prejudiciais à qualidade de vida. Qualquer forma
de contaminação do ar, de origem natural ou humana, é uma forma de poluição.

Figura 19 – Eventos naturais e atividades humanas lançam


ao ar grandes quantidades de gases e material particulado
Fonte: Adaptado de Getty Images

À esquerda: erupção do vulcão Ubinas, no Peru; À direita: camada de


poluição sobre a Cidade de São Paulo.

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UNIDADE Poluição do Ar

Óxidos de Nitrogênio
Os óxidos de nitrogênio, coletivamente denominados NOx, são gases formados
por nitrogênio e oxigênio. Os mais comuns são óxido nitroso (N2O), óxido nítrico
(NO) e dióxido de nitrogênio (NO2). Muitos desses óxidos podem ser extremamente
prejudiciais à saúde humana.

Os óxidos de nitrogênio poluem o ar através da exaustão de automóveis, usinas


de energia elétrica, queima de vários combustíveis, tabagismo etc.

Dependendo do nível e da duração da exposição, esses óxidos podem causar sé-


rios problemas à saúde, tais como dificuldades respiratórias, dor de cabeça, fadiga,
náusea, tontura, diminuição da fertilidade em mulheres.

Nuvem de NO2 emitida por uma explosão em mina de carvão na Austrália (maio de 2015).
Disponível em: https://bit.ly/3eP55X9

Óxidos de Enxofre
O dióxido de enxofre (SO2) e o trióxido de enxofre (SO3) são importantes gases
poluidores. São emitidos principalmente por vulcões e na decomposição da matéria
orgânica, mas também pela queima de combustíveis fósseis (o enxofre é abundante
no carvão e petróleo) e por processos industriais.

O SO2 é um poluente comum na maioria dos países desenvolvidos, proveniente de


usinas de processamento industrial (carvão, petróleo, cimento, metal, madeira, cobre,
usinas elétricas etc.). Pode causar vários problemas de saúde graves, especialmente
pela exposição em longo prazo, a níveis críticos ou em crianças ou pessoas com
problemas cardíacos e pulmonares preexistentes. Pode causar dor de cabeça, náusea,
tontura, convulsões, bronquite crônica, enfisema, inibição da função da tireoide.

Monóxido de Carbono
O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor e inodoro extremamente tóxico.
É um agente poluidor altamente difundido no ambiente, emitido durante o processo
de queima de combustíveis (gasolina, óleo, diesel, madeira, carvão etc.).

Os efeitos da exposição ao CO dependem da concentração, podendo incluir falta


de ar, fadiga, dor de cabeça, náusea, vômito, perda de consciência, aborto espontâ-
neo, danos ao sistema nervoso e morte.

A alta toxidade do CO deve-se à sua grande afinidade pela hemoglobina – de 200 a 240
vezes maior que a do O2. Depois de inalado, o CO combina-se fortemente com a hemoglo-
bina, formando carboxiemoglobina e diminuindo a quantidade de hemoglobina disponível
para o transporte de oxigênio.

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Material Particulado
Material Particulado (MP) é o nome genérico dado a partículas inaláveis que exis-
tem suspensas no ar. São compostas por sulfatos, nitratos, amônia, cloreto de sódio,
fuligem, poeira mineral e água.
Esse material tem tamanho variável, os mais importantes são as partículas com
diâmetro menor que 10 m (MP10) e as partículas menores que 2,5 m (MP2,5); tais
partículas apresentam os maiores riscos à saúde, pois são capazes de penetrar nos
pulmões e entrar na corrente sanguínea.

1 m (micrômetro) = 10-6 m.

Figura 20 – Tamanho relativo de MP


Fonte: Adaptado de igu.org

As fontes de MP incluem fatores naturais, tais como emissões vulcânicas, pólen


e partículas do solo, e fontes antropogênicas, como motores de combustão (diesel
e gasolina), combustão de combustível sólido (carvão e biomassa) para a produção
de energia em residências e na indústria e outras atividades industriais (construção,
mineração, fabricação de cimento, cerâmica, tijolos e fundição).

Fontes antropogênicas são aquelas causadas ou originadas pela atividade humana.

Figura 21 – Emissão de fuligem por motor de combustão interna


Fonte: Getty Images

25
25
UNIDADE Poluição do Ar

Altas concentrações de material particulado fino podem se acumular nos pulmões


ou nas vias respiratórias. Quanto maior for a exposição e quantidade de material par-
ticulado, mais graves serão os efeitos, que podem incluir tosse, falta de ar, irritação
do trato respiratório, rouquidão e chiado no peito, disfunções pulmonares, bronquite
crônica e câncer, especialmente de pulmão.

Defina poluição do ar.


O que são e qual é a fonte dos óxidos de nitrogênio? O que os mesmos causam na
saúde humana?
Quais são as possíveis origens dos óxidos de enxofre na atmosfera? Qual é a importância
para a saúde humana?
Explique a alta toxicidade do CO para a saúde humana.
O que é e qual é a composição do material particulado? Por que os mesmos apresentam
sérios riscos à saúde humana?

Chuva Ácida
A água da chuva em locais não poluídos é natural e levemente ácida, com um
valor de potencial Hidrogeniônico (pH) que oscila entre 5 e 7 devido ao dióxido de
carbono (CO2) da atmosfera, que reage com a água da chuva (Equação 3):

CO2  H 2O H 2CO3 (3)

Contudo, em ambientes poluídos, os óxidos de nitrogênio e de enxofre presentes


em elevadas concentrações também reagem com a água da chuva, conforme o se-
guinte esquema:

2 NO2 + H 2O → HNO2 + HNO3 SO2 + H 2O → H 2SO3

2 SO2 + O2 → 2 SO3
SO3 + H 2O → H 2SO4

A formação de ácidos pode aumentar significativamente a acidez da chuva, que


é considerada ácida se o seu pH for menor que 5. Em regiões frias, essa água ácida
pode solidificar-se, ocorrendo a precipitação de neve ácida.

Você Sabia?
Que o químico escocês Robert Angus Smith foi o primeiro a mostrar, em 1852, em
Manchester, Inglaterra, a relação entre o aumento da acidez da água da chuva e a polui-
ção atmosférica, criando o termo chuva ácida, em 1872?

26
Os ácidos carbônico (H2CO3), nitroso (HNO2) e sulfuroso (H2SO3) formados são
fracos e não têm grande influência sobre a acidez da chuva, o maior impacto deve-se
aos ácidos nítrico (HNO3) e sulfúrico (H2SO4), que são fortes e provocam valores de
pH entre 2 e 4.

Figura 22 – Ciclo de formação da chuva ácida


Fonte: Adaptado de Getty Images

A chuva ácida não ocorre apenas na região onde há emissões de gases à atmosfe-
ra. Esses gases podem ser levados pelo vento para regiões mais distantes, podendo
provocar a chuva ácida em outras regiões.

Incidência de chuva ácida no mundo. Disponível em: https://bit.ly/3gkYOD5

A chuva ácida é um grave problema ambiental, com impactos sobre florestas (afe-
ta folhas e galhos), massas de água (dificulta o crescimento do fitoplâncton e causa
a morte de peixes), solo (altera a sua acidez, afetando os microrganismos que abriga)
e, por consequência, a fauna e a flora.

Fitoplâncton é um conjunto de organismos aquáticos microscópicos que têm capacidade


fotossintética e vivem dispersos, flutuando na coluna de água.

27
27
UNIDADE Poluição do Ar

Figura 23 – As florestas são muito sensíveis à acidez da chuva


Fonte: Getty Images

Como os ácidos reagem com metais e carbonatos, a chuva ácida também é pre-
judicial a estruturas metálicas e monumentos em pedra, como mármore e calcário.

Efeito corrosivo da chuva ácida sobre estátua de calcário, localizada na entrada de um cas-
telo na Vestfália (Noroeste da Alemanha); a imagem à esquerda foi registrada em 1908, e a
da direita, em 1968. Disponível em: https://bit.ly/38fWWsm

Explique o fato de a água da chuva ser levemente ácida em locais não poluídos.
Como é formada a “chuva ácida”?
Explique a ocorrência de chuva ácida em locais distantes de regiões industriais.
Qual é o impacto da chuva ácida para o meio ambiente?

Efeito Estufa
O efeito estufa ocorre quando parte da radiação infravermelha (percebida como
calor) emitida pela superfície é absorvida por determinados gases presentes na at-
mosfera (chamados de gases do efeito estufa). Consequentemente, parte do calor é
irradiada de volta para a superfície, ficando presa na atmosfera e não sendo libertada
para o espaço.

Dentro de uma determinada intensidade, o efeito estufa é de vital importância,


pois ajuda a reter calor no Planeta e, assim, garantir a manutenção da vida. Caso
o efeito estufa não existisse, a diferença de temperatura entre o dia e a noite seria
grande demais para permitir o desenvolvimento de formas de vida. Para efeito de
comparação, na Lua, que praticamente não tem atmosfera e, portanto, não tem efei-
to estufa, as temperaturas na superfície variam entre –173 °C durante o dia e 117 °C
à noite (uma amplitude de 290 °C).

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Figura 24 – Esquema representando o efeito estufa
Fonte: Adaptado de juventude.fortaleza.ce.gov

O efeito estufa torna-se um problema quando a quantidade de gases que absor-


vem a radiação infravermelha torna-se elevada, o que causa aumento anormal das
temperaturas médias ao redor do mundo. Os gases de efeito estufa mais abundantes
na atmosfera são, em ordem decrescente, vapor de água (H2O), dióxido de carbono
(CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O),
ozônio (O3), clorofluorocarbonetos (CFC), hi-
CFC, HFC e HCFC são alcanos total
drofluorocarbonetos (HFC), hidroclorofluoro- ou parcialmente halogenados que
carbonetos (HCFC) e hexafluoreto de enxofre contêm apenas carbono, hidrogê-
(SF6); nitrogênio (N2), oxigênio (O2) e argônio nio, cloro e flúor, produzidos como
derivados voláteis de metano, eta-
(Ar), os principais componentes da atmosfe- no e propano.
ra, não absorvendo radiação infravermelha.

Tabela 2 – Poder relativo de aquecimento global de diferentes gases de efeito estufa


Gás Poder de aquecimento relativo1
CO2 (padrão)
Gás cujo efeito é tomado como padrão, ao qual é atribuído 1
potencial de aquecimento igual a 1.
CH4 72
N2O 289
HFCs
437-12.000
Hidrofluorcarbonos: alcanos parcialmente fluorados.
PFCs
Perfluorcarbonos: alcanos em que todos os átomos de 5.210-8.630
hidrogênio são substituídos por átomos de flúor.
CFCs
Clorofluorcarbonos: alcanos em que todos os átomos de 5.310-11.000
hidrogênio são substituídos por átomos de flúor e de cloro.
SF6 16.300
1
Potencial de aquecimento global em um horizonte de 20 anos (de 2007 a 2027).

Fonte: ipcc.ch

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UNIDADE Poluição do Ar

O crescente aumento nas emissões de gases de efeito estufa devido a atividades hu-
manas tem causado aumento nas temperaturas médias da Terra. Pesquisas têm mostra-
do que a temperatura média do Planeta sofreu elevação de cerca de 0,5 °C nos últimos
100 anos; parece pouco, mas o equilíbrio ecológico é sensível às mínimas variações de
temperatura. Se a atual taxa de emissões de gases se mantiver, estima-se que entre os
anos de 2025 e 2050 a temperatura média global aumentará entre 2,5 e 5 °C.

A atmosfera de Vênus é consideravelmente mais densa que a da Terra, contendo 96,5% de


dióxido de carbono, importante gás de efeito estufa. Isso faz com que a temperatura média
na superfície do Planeta fique em torno de 460 °C – a mais alta do Sistema Solar, suficiente
para fundir chumbo (PF = 327,46 °C). Estima-se que o efeito estufa em Vênus seja respon-
sável por aumentar a sua temperatura em mais de 300 °C.

As altas temperaturas provocadas pelos gases do efeito estufa desequilibram o sis-


tema climático da Terra. Algumas das consequências são a elevação do nível médio
dos oceanos, o aumento da frequência de tempestades, ondas de calor, alteração do
sistema de chuvas, derretimento de geleiras, aumento no nível dos mares etc.

O caso do gás carbônico é particularmente importante e danoso. Naturalmente


presente na atmosfera, os seus níveis vêm aumentando continuamente desde o século
XVIII, a partir da Revolução Industrial. As elevadas emissões de CO2 na atmosfera
têm importantes consequências. O aumento da temperatura média global implica no
aumento da velocidade de derretimento de geleiras, no aumento da temperatura da
água dos mares, que leva a um aumento na frequência e intensidade de furacões, a
um aumento no nível dos mares e a uma diminuição da quantidade de oxigênio dissol-
vido, causando a morte de animais marinhos. Além disso, o CO2 dissolve-se na água
e aumenta a sua acidez, afetando recifes de coral e as conchas calcárias de moluscos.

Devido às emissões de CO2, o pH dos oceanos caiu de 8,179 no período pré-industrial


para 8,069 na atualidade, um aumento na acidez de 28,8%.

Figura 25 – Variação da concentração de CO2 na atmosfera


entre janeiro de 2005 e novembro de 2019
Fonte: Adaptado de climate.nasa.gov

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Figura 26 – Evolução histórica da concentração de CO2 na atmosfera;
chama a atenção o rápido aumento da concentração desde 1950
Fonte: Adaptado de climate.nasa.gov

Entre 1751 (adotado como o início da Revolução Industrial) e 2018, 800 bilhões de toneladas
de carbono foram adicionadas à atmosfera na forma de dióxido de carbono como resultado
de atividades humanas.

Figura 27 – Perda de gelo na Antártida entre abril de 2002 e junho de 2017


Fonte: Adaptado de climate.nasa.gov

Figura 28 – Variação do nível do mar entre janeiro de 1993 e julho de 2019


Fonte: Adaptado de climate.nasa.gov

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UNIDADE Poluição do Ar

Figura 29 – Algumas consequências do aquecimento global:


Derretimento de calotas de gelo (Ártico)
Fonte: Getty Images

Figura 30 – Algumas consequências do aquecimento global:


Morte de recifes de coral (Flórida, Estados Unidos, set. 2014)
Fontes: Getty Images

Figura 31 – Algumas consequências do aquecimento global:


Elevação do nível do mar (Veneza, Itália, nov. 2019)
Fontes: stpetebeach.org

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Explique como ocorre o efeito estufa.
Cite benefícios e malefícios do efeito estufa para a vida na Terra.
Quais são os principais gases responsáveis pelo efeito estufa? Qual é a origem dos mesmos?
Qual é a relação entre o efeito estufa e o aquecimento global?

Buraco na Camada de Ozônio


No início da sua história, a Terra era um planeta diferente de hoje; como não po-
deria deixar de ser, a sua atmosfera também tinha uma composição distinta.

Cerca de 3,4 bilhões de anos atrás, a atmosfera da Terra não continha oxigênio
(O2) livre, e as formas de vida existentes limitavam-se a bactérias anaeróbicas. Nessa
época, com o surgimento dos primeiros microrganismos fotossintetizantes, provavel-
mente cianobactérias, começou a liberação de O2 da água.

Inicialmente, o oxigênio liberado reagiu com os íons Fe2+ presentes na água, for-
mando óxidos que se depositaram no fundo do oceano (Figura 32). Somente depois
que essa oxidação foi concluída é que o O2 começou a se acumular na atmosfera,
em um processo que levou cerca de 2 bilhões de anos. Essa fase do desenvolvimen-
to da atmosfera da Terra é conhecida como grande evento de oxidação, grande
desastre de oxigênio ou catástrofe do oxigênio, pois esse gás levou à extinção de
grande quantidade de organismos anaeróbicos, para os quais o O2 é tóxico.

Figura 32 – Fragmento de itabirito: minério de ferro estratificado, depositado no fundo dos


mares primitivos durante o grande evento de oxidação, entre 2,4 e 2 bilhões de anos atrás
Fonte: Adaptado de microbewiki.kenyon.edu

O acúmulo de oxigênio na atmosfera provocou uma mudança radical no caminho evolutivo


da vida na Terra, possibilitando a evolução de seres pluricelulares complexos e a colonização
das terras emersas dos oceanos.

Cerca de 2,4 bilhões de anos atrás a atmosfera havia acumulado uma quantidade
suficiente de O2 que, por convecção e difusão, alcançou a estratosfera, onde ficou
exposto mais intensamente à radiação Ultravioleta (UV) do Sol. Nessas condições, o

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UNIDADE Poluição do Ar

gás absorve a radiação UV e, por uma sequência de reações, converte-se em ozônio


(O3) (Equação 4):

3O2 
UV
→ 2 O3 (4)

O ozônio, assim formado, acumulou-se na atmosfera primitiva, formando uma


camada chamada de ozonosfera, que se localiza entre 15 e 35 km de altitude, em
meio à estratosfera.

Você Sabia?
Que a camada de ozônio foi descoberta apenas em 1913, pelos físicos franceses Maurice
Paul Auguste Charles Fabry e Henri Buisson ao perceberem que radiações UV de compri-
mento de onda abaixo de 310 nm não atingiam a superfície da Terra?

Figura 33 – Localização aproximada da camada de ozônio na atmosfera


Fonte: Adaptado de windows2universe.org

A ozonosfera reúne cerca de 90%


do ozônio presente na atmosfera.

34
Igualmente pela ação da radiação UV, o O3 se decompõe de volta em O2. Como
resultado, o processo total, em que ambos os gases se interconvertem continuamente,
conhecido como Ciclo de Chapman ou Ciclo Ozônio-Oxigênio, permite à camada
de ozônio absorver uma parcela importante da radiação UV que chega à Terra.

UV

O2 O3

UV
3O2 2 O3

Figura 34 – Ciclo de Chapman de absorção de radiação UV na estratosfera

É importante notar que, por si, o ozônio não é o responsável pela proteção contra
os raios ultravioletas, mas sim o ciclo de interconversão entre O2 em O3, pois ambas
as reações absorvem radiação UV.

Ação da ozonosfera na absorção de raios UV; a camada de ozônio absorve a maioria dos raios
ultravioletas (subdivididos em UV-A, UV-B e UV-C) provenientes do Sol, mas é importante
notar que a radiação não é totalmente bloqueada. Disponível em: https://bit.ly/2YMSoGK

Você Sabia?
Que a existência da ozonosfera foi fundamental para permitir a colonização das terras
emersas na Terra primitiva, o que antes era impossível devido à intensa irradiação da
superfície pelos raios ultravioletas?

O ozônio é um importante poluente quando na baixa atmosfera, causando quei-


maduras nos pulmões quando inspirado, podendo desencadear ataques de asma.

Contudo, esse equilíbrio entre O2 e O3 pode ser rompido. Diversas substâncias,


como CFC (mais importantes), NO e N2O degradam a camada de ozônio.

CFC é a sigla para Clorofluorcarbonetos.


Os CFC, principalmente o CCl3F (freon-11) e o CCl2F2 (freon-12), eram amplamente usados
como propelentes em sprays e como gases refrigerantes em geladeiras e aparelhos de ar
condicionado. A sua produção foi encerrada em 1996.

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UNIDADE Poluição do Ar

Inertes na baixa atmosfera, os CFC se decompõem na alta atmosfera pela ação


da radiação UV, que rompe a ligação C-Cl homoliticamente, formando radicais livres
(Equação 5).

CCl2F2 
UV
→ •CClF2 + Cl • (5)

O átomo de cloro assim formado é extremamente reativo, catalisando, em uma


curta série de reações, a decomposição do O3 de volta em O2 (equação 6).

2O3 
CL
→ 3O2 (6)

A degradação do ozônio não é causada exclusivamente por Cl•. Radicais gerados por
outras substâncias, como HO•, NO• e Br• também decompõem o ozônio.

Como a persistência do cloro na estratosfera é elevada, um único átomo pode


decompor grande quantidade de moléculas de O3. Como resultado, observou-se, em
1985, o surgimento de uma zona mais fina na camada de ozônio sobre a Antártida
durante os meses de primavera, denominada, impropriamente, buraco de ozônio
– o que ocorre, na verdade, é a diminuição na espessura da camada de ozônio, que
em nenhum momento deixa de existir para formar um “buraco”.

Figura 35 – Evolução da concentração atmosférica de ozônio sobre a Antártida


Fonte: Adaptado de undsoc.org

O valor-base adotado pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) é de


220 UD, pois valores inferiores a este não foram encontrados em observa-
ções históricas antes de 1979.

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A Unidade Dobson (UD) é usada para medir a concentração de gases-traço na
atmosfera, sendo 1 DU = 0,4462 mmol gás/m2 = 2,687 × 1.020 moléculas/m2; para
o ozônio, 100 UD correspondem a uma camada de 1 mm de espessura do gás puro.

Importante!
As substâncias destruidoras de ozônio estão distribuídas por todo o Planeta e, assim, a
ozonosfera é afetada em escala global. A degradação mais acentuada do ozônio sobre
a Antártida deve-se às condições geográficas, atmosféricas e químicas particulares da
região – isolamento geográfico, temperaturas consideravelmente baixas, tipos de for-
mações de nuvens e relativo isolamento do ar estratosférico polar.

A radiação UV afeta diretamente a fisiologia e o desenvolvimento das plantas; tem


efeitos adversos nos ecossistemas marinhos, diminuindo os níveis de fitoplâncton e
afetando peixes e crustáceos em estágio inicial de desenvolvimento. Muitos mate-
riais, como polímeros sintéticos e biopolímeros, têm as suas vidas úteis reduzidas
pela ação da radiação UV. Finalmente, o UV causa câncer de pele, queimaduras
solares e cataratas, que se espera que aumentem drasticamente como resultado da
diminuição do nível de ozônio.

Esses problemas levaram à assinatura do Protocolo de Montreal (1987), que de-


terminou a eliminação progressiva do uso de CFC e outros produtos, a camada de
ozônio está em recuperação. Em 2003, foi anunciado que o grau de degradação do
ozônio havia diminuído; estima-se que a camada de ozônio se recuperará aos níveis
de 1980 em meados do século XXI.

Figura 36
Fonte: Adaptado de earthobservatory.nasa.gov

Extensão máxima registrada da camada de ozônio sobre o Polo Sul, abran-


gendo uma área de 27,4 milhões de km2 (esquerda); visões da ozonosfera
sobre os hemisférios Norte (centro) e Sul (direita), quando atingiu o menor
tamanho desde o início das medições; a concentração de ozônio considera-
da normal é 220 UD.

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37
UNIDADE Poluição do Ar

Explique como foi formada a camada de ozônio há 2,4 bilhões de anos.


Como a existência da camada de ozônio foi descoberta? Onde a mesma está localizada?
O que é o ciclo de Chapman e qual é a sua relação com a absorção da radiação UV?
O ozônio é o único responsável pela proteção contra os raios ultravioletas? Explique.
Qual é o papel do CFC na degradação da camada de ozônio. Qual é a reação química respon-
sável por esse efeito?
Por que a expressão buraco na camada de ozônio está equivocada? Explique o que real-
mente acontece. Em qual local da Terra esse efeito é mais exacerbado e por quê?
Por que o profissional biomédico deve ficar atento com os efeitos causados pelo aumento da
radiação UV? Quais habilitações biomédicas escolhidas são mais afetadas?
Explique como o Protocolo de Montreal (1987) afetará a existência da camada de ozônio
para as futuras gerações.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Global warming from 1880 to 2018
Animação mostrando a evolução das temperaturas médias do Planeta no período
de 1880 a 2018 em função das emissões de CO2, acompanhada de um breve texto
explicativo (em inglês, mas é possível acionar a tradução automática do navegador).
https://go.nasa.gov/3eWzR0w
Biogeochemical cycles
O vídeo dá uma visão geral dos diferentes ciclos biogeoquímicos e sua importância
(em inglês, mas é possível acionar a tradução automática do navegador).
https://youtu.be/Bn41lXKyVWQ
Os Clorofluorocarbonetos (CFC) e a camada de ozônio
O vídeo trata da importância da camada de ozônio.
https://youtu.be/hAbD2taWUT8

Leitura
A evolução da atmosfera terrestre
O texto traça um histórico da evolução da atmosfera terrestre ao longo das eras e
discute os efeitos de atividades antrópicas.
https://bit.ly/2YORbPj
As águas do planeta Terra
O texto trata dos principais aspectos da água: a importância para a vida, propriedades,
distribuição, formas de uso desse recurso, principais fontes de poluição e formas
de tratamento.
https://bit.ly/38i6Vx9

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UNIDADE Poluição do Ar

Referências
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e Sônia Midori Yamamoto. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.
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