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Quando os tradutores atuais fazem a tradução de uma obra antiga, eles

procuram melhorá-la. Mas com a Bíblia, na verdade eles têm procurado


adaptar as ideias dela às suas doutrinas, principalmente as dogmáticas
polêmicas.

De acordo com um texto evangélico antigo, até 1950 mais ou menos, e


comum em todas as Bíblias, numa conversa de Jesus com Nicodemos, um
homem importante entre os judeus, tal texto era assim: “Em verdade, em
verdade te digo que se alguém não ‘nascer de novo’, não pode ver o reino de
Deus” (João 3: 3). Mas como a ideia da reencarnação se tornou hoje muito
comum, a frase “nascer de novo”, lembra claramente a reencarnação. Então
não deu outra. Os tradutores bíblicos se apressaram em mudar esse texto
“nascer de novo”. E foi fácil, pois o adjunto adverbial grego “anothen” (de
novo) significa também “do alto”. E, assim, a passagem é necessário “nascer
de novo”, depois de 2.000 anos, passou a ser é necessário nascer “do alto”.
Mas, como se diz, “a emenda ficou pior do que o soneto”, pois, realmente,
ficou muito claro que os tradutores de hoje querem mesmo é esconder a ideia
da reencarnação!

Outro exemplo está no Velho Testamento. Ele trata da lei de causa e efeito ou
cármica muito presente não só na Bíblia, mas também, em outras escrituras
sagradas. Ei-lo: “porque eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso, que visito a
iniquidade dos pais nos filhos ‘na’ terceira e quarta gerações daqueles que me
aborrecem” (Êxodo 20: 5). Essa era a tradução, “ipsis litteris”, da Bíblia de
João de Almeida de 1930. E a sua interpretação é a seguinte: ‘Nas’ suas
terceiras e quartas gerações, ou seja, as dos seus netos e bisnetos, os avós e
bisavós, que pecaram já teriam desencarnado. Isso quer dizer que os espíritos
dos avós e bisavós que pecaram no passado, agora já desencarnados, podem
reencarnar em alguns de seus netos (terceira geração) ou bisnetos (quarta
geração), isto é, nas terceiras e quartas gerações dos “mesmos espíritos” que
pecaram no passado e agora pagam os seus pecados. Era comum entre os
povos antigos que os espíritos reencarnavam em seus descendentes, o que, de
fato, ocorre. E os tradutores de hoje trocaram “nas” (em mais as) por “até” as,
ficando a ideia absurda de “até a” terceira e quarta gerações, pondo todos os
descendentes pagando o pecado dos seus antecedentes (pais) que pecaram, o
que seria uma injustiça, e Deus é justíssimo! Na Vulgata de são Jerônimo está
também assim “in tertiam et in quartam generationem (“na” terceira e quarta
gerações, e não “até” a terceira e quarta gerações. Os tradutores falsificaram,
pois, mais esse texto para ocultar a ideia da reencarnação.

Realmente, as traduções novas bíblicas cristãs nem sempre são uma evolução,
mas uma involução para o verdadeiro conhecimento da Bíblia e do
cristianismo!

PS: Recomendo “Modigliani – Mistérios a um toque de amor”, de Alex


Ribeiro do Prado, Ed. Chico Xavier.

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