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RITO DA TOMADA DE HÁBITO

Canto de entrada: O Gloriosa Virginum


1. O gloriosa Vírginum, sublímis inter sídera: Qui te creávit
párvulum, lactente nútris úbere.
2. Quod Heva tristis abstulit, tu réddis algo gérmine: Intrent
ut astra flébiles, Caeli recludis cárdines.
3. Tu Régis alti jánua, et aula lúcis fúlgida: Vitam datam per
Vírginem, gentes redemtae, pláudite.
4. Jesu, tibi sit glória, qui natus es de Vírgine, cum Patre et
almo Spíritu, in sempiterna saecula. Amen.

Leitora: “Se a alma busca a Deus, muito mais a procura o seu


Amado.” Deus é o que chama, o que envia, o que concede o
fruto para o Reino. “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui
eu que vos designei para irdes e produzirdes frutos e para que o
vosso fruto permaneça” (Jo 15, 16). “Aqueles a quem Deus
chama, dão a Cristo Redentor uma resposta de amor, um amor
que se entrega totalmente e sem reservas, e se concretiza na
oferenda de todo ser como hóstia viva, santa e agradável a
Deus.” (Rm 12, 1). Unicamente este amor de caráter nupcial,
implicando toda a afetividade da pessoa, permitirá motivar e
sustentar as renúncias e as cruzes que necessariamente encontra
quem quer perder a sua vida por Cristo e pelo Evangelho. (Ratio
Inst.).

Comunidade: “Todas as que trazemos este sagrado hábito do


Carmo,/ somos chamadas à oração e contemplação,/ porque foi
essa a Nossa origem;/ descendemos dos Santos Padres do Monte
Carmelo/ que, em tão grande solidão e com tanto desprezo do
mundo,/ buscavam esse tesouro.”(F4,6)
Leitora: A vocação das carmelitas, centralizada na experiência
contemplativa, é, para aquela que Deus chama, a forma própria
na qual realizará sua existência cristã.

Mestra: Hoje a (nome da Postulante) sente-se chamada à nossa


vida contemplativa, a arriscar a sua vida, à maneira de Santa
Teresa. Movida pelo amor de Cristo, nossa Santa Madre Teresa
insere-se na tradição viva que, há séculos, atrai ao Monte
Carmelo os que buscam a Deus, para viver junto à fonte de Elias,
em obséquio de Jesus Cristo. Angustiada pelas rupturas da
unidade da Igreja de seu tempo e pela descoberta de novos
horizontes missionários, a Santa Madre Teresa deu à sua vida
contemplativa uma forte motivação apostólica. A todas que se
sentem atraídas por ela, convida a arriscar sua vida por amor a
Jesus Cristo e para fazê-lo amar, como disse Teresa de Lisieux,
com o fim de “ser o amor no coração da Igreja” (Ms B). O
Noviciado começa com o Rito da iniciação à Vida Religiosa
propriamente dita, e permite acesso à experiência carmelitana
da vida de deserto numa Comunidade fraterna (Ratio Inst.).

Priora: É o tempo (nome da Postulante) de colocar fundamentos


sólidos no dinamismo contemplativo de toda a vida:
fundamentos de experiência vital e, ao mesmo tempo, de
doutrina espiritual. É igualmente tempo de estabelecer laços
existenciais entre a experiência de oração e de vida, e a dos
Santos do Carmelo, para que estes sejam, para você, cada qual a
seu modo, modelos e companheiros de caminhada (Ratio Inst.).
Na Exortação Apostólica pós-sinodal, encontramos um texto que
esclarece e auxilia na compreensão e na fidelidade do seu desejo
de iniciar a vida religiosa. “O Filho, caminho que conduz ao Pai,
chama todos aqueles que o Pai lhe deu a um seguimento que dá
orientação à sua existência. A alguns, porém, concretamente às
pessoas de Vida Consagrada, Cristo pede uma adesão total, que
implica o abandono de tudo para viver na intimidade com Ele e
segui-lo para onde quer que vá.”
No olhar de Jesus, imagem do Deus invisível”, resplendor da
glória do Pai, constata-se a profundidade de um amor eterno e
infinito que atinge as raízes do ser.

Comunidade: A pessoa que se deixa conduzir/ não pode deixar


de abandonar tudo e segui-lo.

Priora: À semelhança de Paulo, considera todo o resto como


perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, não
hesitando em reputar tudo o mais como lixo, a fim de ganhar
Cristo. A sua aspiração é identificar-se com Ele, assumindo os
seus sentimentos e forma de vida. O deixar tudo e seguir o
Senhor constitui um programa válido para todas as pessoas
chamadas e para todos os tempos.

Comunidade: A nossa vida exige a clausura/ que corresponde à


exigência sentida como prioridade/ de estar com o Senhor.

Priora: Escolhendo um espaço delimitado como lugar de vida,


participamos no aniquilamento de Cristo, através de uma
pobreza radical que se exprime na renúncia não só às coisas, mas
também ao espaço, aos contatos, a tantos bens da criação. Por
este modo particular de dar o “corpo", nos inserimos mais
sensivelmente no mistério eucarístico. Oferecemo-nos com Jesus
pela salvação do mundo.

Comunidade: A nossa oferta/ para além do aspecto de sacrifício


e expiação/ adquire também o de agradecimento ao Pai/
participamos na ação de graças do Filho dileto.
Priora: Radicada nesta tensão espiritual, a clausura não é apenas
um meio ascético de imenso valor, mas o modo de viver a Páscoa
de Cristo. De experiência de morte, torna-se superabundância de
vida, apresentando-se como jubiloso anúncio e antecipação
profética da possibilidade oferecida a cada pessoa e a toda a
humanidade de viver unicamente para Deus, em Cristo Jesus.

Comunidade: A clausura evoca, assim,/ aquela cela do coração/


onde cada uma é chamada a viver a união com o Senhor.

Priora: Acolhida como dom e escolhida como livre resposta de


amor, a clausura é o lugar da comunhão espiritual com Deus e
com os irmãos e irmãs, onde a limitação dos espaços e dos
contatos ajuda à interiorização dos valores evangélicos. (VC, 59).
Uns momentos de silêncio para que a N. (nome da Postulante),
pense e reze mais uma vez sobre sua opção pela Vida Religiosa e,
depois, bem consciente, faça o seu pedido oficial para abraçar a
nossa vida carmelitana.

SILÊNCIO

Postulante: Minhas irmãs, sinto-me chamada para o Carmelo.

Priora: N. (nome da Postulante) o que nos pede?

Postulante: Desejo experimentar o vosso modo de vida e ser


aprovada e admitida nesta família das Carmelitas Descalças do
Carmelo São José. Ensinai-me, peço-vos, a seguir o Cristo
Crucificado e sua Mãe, a Virgem Maria, vivendo pobre,
obediente e casta, perseverando na oração do deserto,
fundamento desta casa, exercendo generosa penitência,
servindo à Igreja e a todos os homens em fervorosa vida
contemplativa, formando convosco um só coração e uma só
alma. Ajudai-me a seguir os preceitos do Evangelho, em qualquer
momento da vida, aprendendo a vossa Regra e Constituições e
vivendo o Mandamento do Amor Fraterno.

Priora: Irmã N. (nome religioso da noviça) a nossa Comunidade


acolhe o seu pedido. Que o Deus de Misericórdia a sustente com
a sua graça, e o divino Mestre nos esclareça com sua luz.
Comunidade: Amém.

A PRIORA ENTREGA À NOVIÇA AS INSÍGNIAS DO CARMELO

CORREIA

Priora: “Quando eras moço tu te cingias a ti mesmo e andavas


por onde querias; quando, porém, fores velho, outrem te cingirá
e irás onde não queres". (Jo 21, 18)
Nas lutas, e por vezes, grandes lutas, inerentes à Vida Religiosa,
que esta Correia lhe sirva de símbolo de segurança. “Tomai
sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração, e encontrareis descanso paradas vossas
almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” ( Mt 11,
29-30)

ESCAPULÁRIO

Priora: Maria – a Mãe do Carmelo – não conserva só para si os


dons insignes de que foi enriquecida, mas os reparte com todos
os homens, a todos dá seu Jesus, e a todos quer revestir com
suas vestes de salvação, com seu manto de justiça, ou seja, com
a graça e a santidade do Escapulário de Nossa Senhora do
Carmo, símbolos de sua obra materna (Frei Gabriel de Santa
Maria Madalena), e que hoje você tem o privilégio de receber.

CAPA

Priora: “Estes que estão trajados com vestes brancas, quem são
e de onde vieram? Eu lhe respondi: Meu Senhor, és tu quem o
sabes! Ele, então, me explicou: Estes são os que vêm da grande
tribulação: lavaram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do
Cordeiro. (Ap 7,13b-14)
A Capa é o símbolo de sua entrega a Deus com coração indiviso,
isto é, puro, e que constitui um reflexo do amor infinito que une
as Três Pessoas Divinas na profundidade misteriosa da vida
trinitária. (V. Consecrata)

Noviça: Procurarei ser fiel a tão grande dádiva.

Priora: Oremos! Ó Deus, fonte da vocação religiosa, ouvi as


preces desta vossa filha Irmã N. (nome religioso da noviça), que
deseja unir-se à nossa família teresiana, para mais perfeitamente
vos servir; fazei que a vida comum destas Irmãs da Bem-
aventurada Virgem Maria, frutifique em mútuo amor fraterno.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.

Comunidade: Amém.

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