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Observe que tudo se inicia no Fluido Universal. É dele que parte toda a criação nos
planetas. Na crosta terrestre o espírito utiliza-se do fluido vital (que também é fluido
cósmico modificado) para “ligar-se” à matéria e assim dar VITALIDADE a um organismo
e torná-lo vivo.
Esse processo se dá para a formação dos animais, dos vegetais e do HOMEM.
Vale esclarecer que o princípio vital que anima todos os seres orgânicos é um só, mas
sofre modificações segundo as espécies. É ele que lhes dá movimento e atividade e os
distingue da matéria inerte, porquanto o movimento da matéria não é a vida. O efeito
do fluido vital em um vegetal é diferente daquele que ocasiona a um animal.
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Allan Kardec no item 1, capítulo IV, de O livro dos espíritos diz que os seres orgânicos
são os que têm em si uma fonte de atividade íntima que lhes dá a vida.
Nascem, reproduzem-se por si mesmos e morrem. São providos de órgãos especiais
para a execução dos diferentes atos da vida, órgãos esses apropriados às necessidades
que a conservação própria lhes impõe. Nessa classe estão compreendidos os
homens, os animais e as plantas. Seres inorgânicos são todos os que carecem
de vitalidade, de movimentos próprios e que se formam apenas pela agregação
da matéria. Tais são os minerais, a água, o ar, etc.
Neste capítulo, o Codificador patenteia que os corpos orgânicos são, assim, uma
espécie de pilhas ou aparelhos elétricos, nos quais a atividade do fluido determina
o fenômeno da vida. A cessação dessa atividade causa a morte.
A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos.
Alguns há, que se acham, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto outros o
possuem em quantidade apenas suficiente. Daí, para alguns, vida mais ativa, mais
tenaz e, de certo modo, superabundade.
A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para a
conservação da vida, se não for renovada pela absorção e assimilação das
substâncias que o contêm.
O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro.
Mas, para clarear, definamos logo o princípio vital: Ele tem origem na matéria
universal modificada e é um os elementos necessários à constituição do
universo. É a força motriz dos corpos orgânicos. Tem por fonte o fluido universal
(questão 65 do livro). Ele dá a vida. A vitalidade se desenvolve com o corpo. É uma
modificação do fluido universal. Se transmite de indivíduo para outro (transfusão de
sangue, passe, etc.). Fluido elétrico animalizado. Fluido magnético. Ele não é absoluto a
todos os seres.
Fluido vital e Princípio vital são a mesma coisa? De ordinário, usam-se os dois
termos indistintamente. Todavia, parece haver uma colocação sutil na interpretação de
um e de outro. Kardec explica essas duas posições, didaticamente, na Introdução de O
Livro dos Espíritos. O Princípio Vital traduz uma ideia mais ampla, generalizada. É
o princípio da vida material e orgânica. Há duas hipóteses sobre sua origem. A primeira
diz que ele é uma propriedade da matéria. Produzir-se-ia como efeito, quando esta se
achasse em determinadas circunstâncias. A segunda qualifica-o como fluido. Segundo
seus defensores, em maior número que os da primeira hipótese, o Princípio Vital estaria
universalmente espalhado, como uma modificação do fluido universal. Dele, cada
ser absorveria uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes
absorvem a luz.
Onde se encontra este princípio vital? Disseminado no meio em que vivemos. Quando
nos alimentamos, estamos provendo o nosso corpo de fluido vital, o qual se encontra
no ar que respiramos, em radiações sutis que nos cercam, na água que bebemos, etc.
Por ser transformação do fluido universal, o princípio vital também está espalhado no
universo.
Mas, por onde circula a Força Vital? No corpo físico ela circula principalmente através
do sistema nervoso. E desde que o Espírito atua sobre a matéria mediante a Força
Vital, qualquer defeito na rede nervosa do corpo físico ocasiona prejuízo de ação para o
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Perispírito que não consegue mais atuar sobre esse órgão correspondente ou setor
orgânico. Também desordens no cérebro impedem as manifestações da alma (vide
Gabriel Delanne, em Evolução Anímica, pág. 137 e 157). Ao circular pelo sistema
nervoso, reprodução material dos estados perispirituais, segundo Delanne, a Força Vital
é denominada: força nêurica, por Barthez; força psíquica, por William Crookes;
força ódica, por Reichem-bach; fluido magnético por defensores do magnetismo; e
influxo nervoso, pela medicina clássica.
O fluido vital forma uma estrutura especial em nós? Ou está como que... solto? Ele
forma um “corpo” de certa forma sim. Constitui o chamado corpo vital, também
conhecido como corpo etérico ou duplo etérico. É um corpo vaporoso e com o
desencarne do Espírito, desintegra-se, podendo ser rápido ou muito lento, dependendo
da evolução espiritual e dos fatos que levaram ao desencarne.
Mais adiante no capítulo, Kardec trata sobre Inteligência e Instinto. Então, qual a
diferença entre eles?
INTELIGENCIA: Faculdade de conceber, de compreender e de raciocinar. Seria injusto
recusar aos animais uma espécie de inteligência e acreditar que apenas seguem
maquinalmente o impulso cego do instinto. A observação demonstra que, em muitos
casos, eles agem com propósito deliberado e segundo as circunstâncias; mas essa
inteligência, por mais admirável que seja, é sempre limitada à satisfação das
necessidades materiais, enquanto a do homem lhe permite elevar-se acima da condição
da humanidade. A linha de demarcação entre os animais e o homem é traçada pelo
senso moral, a consciência do bem e do mal, a faculdade progressiva e o conhecimento
dado a este último de que existe um Ser supremo.
INSTINTO: Espécie de inteligência rudimentar que dirige os seres vivos em suas ações
independentemente de sua vontade e no interesse de sua conservação. O instinto
torna-se inteligência quando existe deliberação.
Pelo instinto age-se sem raciocinar; pela inteligência, raciocina-se antes de agir. No
homem, confunde-se muito frequentemente as ideias instintivas com as ideias
intuitivas. Estas últimas são aquelas que ele adquiriu, seja no estado de Espírito, seja
nas existências anteriores, e das quais conserva uma vaga lembrança. (O Livro dos
Espíritos, questão 71).