Você está na página 1de 13

Meio-Norte

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Sub-regiões do Nordeste: 1 • Meio-norte, 2 • Sertão, 3 • Agreste e 4 • Zona da Mata

O Meio-Norte é uma das quatro sub-regiões do Nordeste do Brasil. Encontram-se


aqui duas das nove capitais da região, Teresina e São Luís, e outras importantes
cidades no interior
como Imperatriz, Timon, Caxias, Açailândia e Balsas no Maranhão, além
de Parnaíba, no Piauí. Latitudinalmente o Meio-Norte pode ser subdividido em
setentrional e meridional, e longitudinalmente em leste e centro-oeste, sendo o
leste ocupado pelo Piauí ocidental, e o centro-oeste pelo estado maranhense.
Índice

 1História
 2Geografia
o 2.1Relevo
o 2.2Clima
o 2.3Hidrografia
o 2.4Vegetação
o 2.5Demografia
 3Economia
o 3.1Complexo portuário e industrial
o 3.2Energia
o 3.3Agropecuária
o 3.4Setor de serviços e turismo
 4Cultura
 5Ver também
 6Referências
o 6.1Bibliografia

História

Palácio dos Leões em São Luís, edifício-sede do governo estadual, construído no núcleo onde a cidade
foi fundada pelos franceses

O Centro Histórico de São Luís foi construído durante a expansão econômica provocada pela
exportação de algodão

Os primeiros habitantes do Maranhão faziam parte de dois grupos indígenas:


os tupis e os jês. Os tupis habitavam o litoral. Já os jês habitavam o interior.
São Luís, localizada na ilha de Upaon-Açu, é a única cidade brasileira fundada por
franceses, no dia 8 de setembro de 1612.
Em 1621 quando o Brasil foi dividido em duas unidades administrativas — Estado
do Maranhão e Estado do Brasil — São Luís foi a capital da primeira unidade
administrativa. Na segunda metade do século XVIII, devido à Guerra de
Independência, os Estados Unidos interrompem sua produção de algodão e
abrem espaço para que o Maranhão passe a fornecer a matéria-prima demandada
pela Inglaterra. Em 1755, é fundada a Companhia Geral de Comércio do Grão-
Pará e Maranhão e o porto de São Luís ganha enorme movimento de chegada e
saída de produtos e se torna uma das regiões economicamente mais fortes da
colônia. Com a proibição do uso de escravizados indígenas e o aumento das
plantações, cresce muito o número de escravizados africanos.
Todavia, após o fim da Guerra Civil dos Estados Unidos, quando perdeu espaço
na exportação de algodão, a economia do estado entrou em colapso; somente
após o final da década de 1960 no século XX, o estado passou a receber
incentivos e saiu do isolamento, com ligações férreas e rodoviárias com outras
regiões.
A região do Piauí começou a ser povoada pelos colonizadores europeus e
sobretudo portugueses no século XVII, a partir do interior, na época em que
vaqueiros, que vieram principalmente da Bahia, estavam à procura de pastos. No
início, a maioria dos colonos eram etnicamente portugueses, mas alguns dos
primeiros colonos eram na verdade, cristãos-novos, judeus
portugueses convertidos que tinham sido condenados a ser exilados do Reino de
Portugal. Por determinação da Coroa portuguesa esses colonos oriundos
de Portugal e dos Açores se estabeleceram no Piauí[1]. Ainda no século
XVII, nobres portugueses empobrecidos, padres jesuitas e escravos negros se
estabeleceram no Piauí, a primeira pecuária em grande escala também chegou
com esses colonos[2]. A pecuária foi elemento decisivo do povoamento do Piauí.
Em 1718, o território, até então pertencente à Bahia, passou a fazer parte do
Maranhão. Em 1811, o príncipe Dom João, cinco anos antes de ser coroado rei de
Portugal, elevou o Piauí à categoria de capitania independente.
Depois que o Brasil tornou-se independente, em 1822, as tropas com fidelidade
a Portugal ocuparam a cidade de Parnaíba; as adesões foram recebidas pelo
grupo, mas os brasileiros acabaram por derrotar os portugueses em 1823. Certos
anos após a batalha, por movimentos revoltosos, como a Confederação do
Equador e a Balaiada, o Piauí também foi atingido. Em 1852, o governo provincial
transferiu a capital de Oeiras para Teresina.

Geografia
O Meio-Norte é uma faixa de transição entre a Amazônia e o Sertão nordestino.
Uma de suas formações vegetais (além da Floresta-Tropical e do Cerrado) é
conhecida como Mata dos Cocais, em razão da grande quantidade das palmeiras
de babaçu e carnaúba encontradas na região.
Relevo
Lençóis Maranhenses

O Meio Norte é localizado em uma estrutura rochosa formada pela Bacia


Sedimentar do Parnaíba, possuindo diversas formas de relevo.[3] Na bacia do
Parnaíba, foi descoberto gás natural, utilizado no Complexo Termelétrico
Parnaíba, localizado em Santo Antônio dos Lopes (MA).
Há uma extensa planície no norte maranhense, correspondendo aos terrenos com
amplitudes altimétricas inferiores a 200 m, que penetram para o interior,
acompanhando os vales dos rios, formando planícies aluviais (Mearim, Itapecuru e
Parnaíba).[3] No litoral leste do Maranhão encontra-se o Parque Nacional dos
Lençóis Maranhenses, e na divisa com o Piauí, o Delta do Parnaíba, importantes
atrações turísticas.
O litoral do Maranhão tem aproximadamente 640 km, sendo o segundo mais
extenso do Brasil, superado apenas pelo da Bahia. A faixa litorânea do Maranhão
pode ser dividida em Litoral Ocidental, Golfão Maranhense e Litoral Oriental. [3]
No litoral Ocidental, os cursos fluviais como o Turiaçu, o Gurupi, o Maracaçumé e
o Tromaí (nos quais a maré enchente penetra vários quilômetros para o interior)
deram origem a extensas superfícies aluviais, recortadas por um grande conjunto
de baías conectadas por canais divagantes e furos que delimitam exuberantes
manguezais, intercalados por ilhas, cordões litorâneos, lagoas, vasas e praias cuja
largura, muitas vezes, supera 1 km. A área de Preservação Ambiental das
Reentrâncias Maranhenses se localiza nessa região.[3]
O Golfão Maranhense possui características comuns ao Litoral Ocidental e ao
Litoral Oriental. A proximidade do Equador e a configuração do relevo favorecem a
amplitude das marés, que alcançam até 7,2 m, e penetram os leitos dos rios
causando influências até cerca de 150 km do litoral. É onde fica a ilha de Upaon-
Açu (São Luís). Aproveitando-se da profundidade natural, foram construídos
o Porto de Itaqui e o porto de Ponta da Madeira.[3]
No litoral Oriental, a costa de dunas e restingas é formada por superfícies
exclusivamente arenosas com ausência de cobertura vegetal ou com cobertura
vegetal parcial, com dunas móveis e fixas intercalas por lagoas de origem pluvial,
contendo água doce. Nessa região, localizam-se o Parque Nacional dos Lençóis
Maranhenses e o Delta do Parnaíba, importantes destinos turísticos.[3]
A Baixada Maranhense, no entorno do Golfão, tem relevo plano a suavemente
ondulado contendo extensas áreas rebaixadas que são alagadas durante o
período chuvoso, formando extensos lagos interligados, associados aos baixos
cursos dos rios Mearim, Grajaú, Pindaré e Pericumã. [3]
O planalto abrange as áreas mais elevadas do centro-sul do Estado, com altitudes
entre 200 e 800 metros. Destaca-se. nessa região o Parque Nacional da Chapada
das Mesas.[3]
O planalto maranhense abrange as áreas mais elevadas do centro-sul do estado,
com altitudes entre 200 e 800 metros. Subdivide-se nas seguintes unidades
geomorfológicas: Pediplano Central (área norte, com 686 m;  destacando-se as
Serras de Cinta, Negra, Branca, Alpercatas e Itapecuru), Planalto Oriental (Serra
do Valentim), Planalto Ocidental (serras do Gurupi, Tiracambu e Desordem),
Depressão do Balsas (com cotas máximas alcançando os 350 m) e Planalto
Meridional.[3]
Ao longo das divisas com o Ceará, Pernambuco e Bahia, nas chapadas
de Ibiapaba e do Araripe, a leste, e da Tabatinga e Mangabeiras, ao sul,
encontram-se as maiores altitudes da região, situadas em torno de novecentos
metros de altitude. Entre essas zonas elevadas e o curso dos rios que permeiam o
estado, como, por exemplo, o Gurgueia, o Fidalgo, o Uruçuí Preto e o Parnaíba,
encontram-se formações tabulares, contornadas por escarpas íngremes,
resultantes da áreas erosivas das águas.[4]
Levando em consideração a extensão territorial do Maranhão e observando o
mapa de solos do Brasil é possível perceber a variedade de solos desse estado.
Por sua posição geográfica, predominam solos tropicais. Pelo predomínio de
rochas sedimentares, são grandes as extensões cobertas por latossolos (solos
ácidos, na bacia do Tocantins e do Itapecuru), argissolos (médio Mearim e vale do
Itapecuru), plintosolos (Leste e Baixada Maranhense), neossolos (Rio Mearim),
entre outros.[5]
Nota-se também, em razão do intemperismo e remobilização de óxidos e
hidróxidos de alumínio, ferro e manganês, solos de perfil laterítico, como entre os
rios Gurupi, Pindaré, Buriticupu, Zutiua e Grajaú.[4]
Clima
Essa região tem diferenças de clima, podendo ser observados três
tipos: Equatorial, Tropical semiúmido e Tropical semiárido.

 Equatorial:, ocorrendo no extremo oeste, sendo quente e chuvoso,


regido pelo deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT)
e pela Massa Equatorial Continental (mEc), ambas com marcante
atuação no outono e inverno. Registra-se curto período seco de inverno
e parte da primavera, variando de dois a três meses. A pluviosidade gira
em torno de 2.000 a 2.500 mm ao ano.[4]
 Tropical semiúmido: na região central, apresenta um período seco
entre cinco a seis meses, entre o inverno e a primavera, em razão de
uma influência menos expressiva das massas de ar citadas. O regime
pluviométrico é de 1.000 a 1.200 mm ao ano.[4]
 Tropical semiárido: é o clima mais seco, ocorrendo no estado do Piauí
com precipitação entre 500 a 1000 milímetros.
Hidrografia

Rio Parnaíba

Delta do Parnaíba

O rio Parnaíba, que forma a Região Hidrográfica do Parnaíba, possui área de


331.441,5 km², sendo a maior bacia hidrográfica da região, ocupando áreas dos
estados do Piauí (99%), Maranhão (19%) e do Ceará (10%). Seus principais
afluentes são os rios Poti, Gurgueia, Canindé, Uruçuí-Preto, Longá, das
Balsas, Igaraçu.[6]
O Maranhão ocupa 62.936,6 km² da bacia, e os municípios inseridos nela são os
seguintes: Parnarama, Matões, Timon, Caxias, Coelho Neto, Duque
Bacelar e Lagoa do Mato.
Na margem piauiense, o rio banha as cidades de Floriano, Buriti dos Lopes e a
capital do estado, Teresina, dentre outras, e deságua na cidade de Parnaíba, onde
forma o Delta das Américas.[7]
O Bacia Hidrográfica do rio Mearim ocupa 99.58 km² (29,84% da território do
Maranhão), nascendo na serra da Menina e desaguando na Baía de São Marcos,
com um percurso de 930 km de extensão. Seus principais afluentes são os rio
Pindaré e o rio Grajaú.Em sua foz, ocorre o fenômeno da Pororoca.[8]
A bacia do Itapecuru, com área de 52.972 km², corresponde a 16% do estado do
Maranhão. O rio Itapecuru tem seu regime fluvial tropical com variações regionais
provocadas pela regime de chuvas. Na parte média e baixa, onde estão situados
os municípios do Território dos Cocais, verifica-se maior regularidade das chuvas,
caracterizando um regime mais torrencial. Esse rio é responsável pelo
abastecimento de 65% da população da cidade de São Luís, através do sistema
Italuís.[9] Os municípios dos Cocais inseridos na bacia são os seguintes: Aldeias
Altas, Caxias, Codó, Coroatá, Timbiras, São João do Sóter, Fortuna, Buriti Bravo e
Lagoa do Mato.[7]
A Bacia Hidrográfica do rio Tocantins ocupa uma área de 30.665,15 km² no
Maranhão, representando cerca de 9,24% da área total do Estado, banhando a
cidade de Imperatriz. O rios Tocantins ocupa a região do cerrado maranhense e
junto ao seu afluente rio Manuel Alves Grande, forma a divisa com o estado do
Tocantins, além de formar o acúmulo do aquífero Tocantins-Araguaia. [10]
A bacia do Munim, com 15.918,04 km², correspondendo a 4,79% da área do
estado, também integra a Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental,
banha a mesorregião do Leste Maranhense e nela estão contidos os municípios:
Afonso Cunha, Coelho Neto, Aldeias Altas, Duque Bacelar e Caxias. [7]
O rio Gurupi é formado pela confluência entre os rios Itinga e Açailândia,
aproximadamente a 14 km acima do município de Itinga do Maranhão. O rio Itinga
nasce na serra do Gurupi, extensão da serra do Tirambu, em terrenos com cotas
superiores a 300 m de altitude, na região a norte de Alfredo Lisboa e deságua no
rio Açailândia. Durante um percurso de quase 50 km, faz a divisa com estado do
Pará. [11]
Essas bacias hidrográficas são importantes tanto pelo abastecimento das cidades
próximas das margens dos rios quanto para o aproveitamento na irrigação, de
forma que o desmatamento de margens e barramentos dos rios contribuem para o
aceleramento da erosão, bem como o uso de produtos tóxicos nas plantações de
cana de açúcar e eucalipto poluem as águas e reduzem a quantidade e a
qualidade desse bem público vulnerável.
Vegetação

Mata dos Cocais, em Bom Lugar-MA

No Meio-Norte, ocorre uma vegetação transicional entre o cerrado, a Floresta


Amazônica e a Caatinga, rica em palmeiras, em especial o babaçu e a carnaúba,
conhecida como Mata dos Cocais.
No oeste do Maranhão, delimitada pelo rio Gurupi, ocorre a Floresta Amazônica.
A Reserva Biológica do Gurupi fica localizada nessa região.
Encontra-se também nessa região a presença do Cerrado, no sul do Maranhão e
do Piauí.
Com 640 km de litoral, o Maranhão tem a maior área de manguezal do país. O
desenho irregular desse litoral forma as Reentrâncias Maranhenses, uma área de
12 mil quilômetros quadrados, entre a Baía de São Marcos, em Alcântara, e a Foz
do Rio Gurupi, na divisa com o Pará.
A região é recortada por ilhas, dunas, lagoas baías, enseadas, e extensas
florestas de mangue. No Campo de Perizes, entre São Luís e Bacabeira, e
na Baixada Maranhense, há uma extensa planície de campos alagados.
A área de Preservação Ambiental das Reentrâncias Maranhenses apresenta uma
área de 2.680,911 hectares e localiza-se entre a desembocadura do rio Gurupi e a
Baía de São Marcos, incluído a Ilha do Cajual, onde está a maior parte dos
manguezais do Maranhão.[12]
As Reentrâncias Maranhenses fazem parte da Rede Hemisférica de Defesa das
Aves Limícolas, tendo importância fundamental para as aves migratórias, que
voam para a região em busca de descanso, alimentação e para a reprodução.
Entre as espécies nativas, há o guará, ave símbolo da região.[12]
Demografia
 ver
 discutir
 editar
Cidades mais populosas do Meio-Norte
(estimativa 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)[13]

Posiçã Localidad Posiçã


Estado Pop. Localidade Estado Pop.
o e o
Maranhã 1 053 92 Maranhã 101 85
1 São Luís 11 Bacabal
o 2 o 1
Maranhã
2 Teresina Piauí 836 475 12 Balsas 89 126
o
São Luís Imperatri Maranhã Barra do Maranhã
3 251 468 13 85 022
z o Corda o
São José
Maranhã Maranhã
4 de 170 423 14 Santa Inês 82 106
o o
Ribamar
Maranhã Maranhã
Teresina 5 Timon 161 721 15 Pinheiro 80 365
o o
Maranhã Chapadinh Maranhã
6 Caxias 159 396 16 76 217
o a o
Santa Maranhã
7 Parnaíba Piauí 148 832 17 75 444
Luzia o
Maranhã Maranhã
8 Codó 119 641 18 Buriticupu 68 626
o o
9 Paço do Maranhã 113 878 19 Grajaú Maranhã 65 078
Lumiar o o
Açailândi Maranhã Itapecuru- Maranhã
10 107 790 20 64 951
a o Mirim o

Economia
Complexo portuário e industrial

Terminal da Ponta da Madeira, em São Luís

Teresina, a capital do Piauí, uma das cidades mais importantes da região, pelo seu grande e crescente
desenvolvimento e pela sua localização estratégica que abrange vasta área de influência

A Ditadura Militar brasileira (1964-1985) incentivou a instalação do Projeto Grande


Carajás, no sudeste do Pará, onde existe a maior reserva de ferro do mundo, além
de grandes reservas de manganês, cobre e ouro. O Projeto articulou-se com base
no corredor de exportação formado pela Ferrovia Carajás, que percorre 890
quilômetros até a cidade de São Luís (MA), onde fica o porto de Ponta da Madeira,
que recebe navios graneleiros de até 280 mil toneladas.
O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, porto privado pertencente à Vale é
destinado principalmente à exportação de minério de ferro e movimenta
anualmente mais de 191 milhões de toneladas em minérios. [14][15]
O Porto do Itaqui movimenta principalmente soja, milho, fertilizantes, celulose,
minérios, contêineres, combustíveis, tendo movimentado 25 milhões de toneladas
em 2019, e sendo um corredor logístico para o centro-oeste do país. [16]
O Porto do Consórcio Alumar movimentou 15,3 milhões de toneladas em 2020. [17][18]
A ferrovia São Luís-Teresina é transporta combustíveis entre o Porto do
Itaqui (São Luís) e a cidade de Teresina. No ano de 2012, 1 milhão de litros de
gasolina e 1,3 milhão de óleo diesel chegavam diariamente em Teresina. Desse
combustível, 60% chega por via ferroviária e 40% pelas estradas. Diariamente, em
2012, 40 vagões com capacidade de 42 mil litros eram desabastecidos em
Teresina.[19]
A Ferrovia Teresina-Fortaleza, com ramais nos portos de Mucuripe e Pecém,
no Ceará, transporta gusa, produtos siderúrgicos, cimento, coque, clínquer, farinha
de trigo e minério entre essas cidades e também até São Luís.[20]
Também foram formadas indústrias de alumina nas regiões portuárias (Albrás e
Alunorte em Barcarena, no Pará; e Alumar, em São Luís), aproveitando-se da
energia proveniente da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (TO) e da Usina Hidrelétrica
de Estreito (MA).
A indústria é mais forte e diversificada no complexo industrial (alumina,
alimentícia) e portuário de São Luís, enquanto que na Imperatriz também conta
com grandes indústrias como a Suzano Celulose. Já a capital do Piauí tem um
parque industrial pouco diversificado.
Energia

Usina Hidrelétrica de Estreito e Ferrovia Norte-Sul, em Estreito-MA

Além da geração de energia da Usina Hidrelétrica de Estreito (1.087 MW), no rio


Tocantins, também existe a Usina Hidrelétrica de Boa Esperança (237,3 W), no rio
Parnaíba, com novos projetos de aproveitamento energético dessas bacia
hidrográficas
A região tem expandido seu parque de geração de energia eólica, com a
instalação dos complexos de Delta 1 e 2 (em Parnaíba) e de Delta 3 (nos Lençóis
Maranhenses), dentre outros. Em 2019, o Piauí era o terceiro maior produtor do
País de energia eólica com 1.638,1 MW de capacidade instalada, com 60 parques
eólicos em funcionamento, como Padra do Sal, Araripe I, Araripe II, Araripe III e
Chapada do Piauí, superando o consumo mensal do estado. Outras usinas estão
em construção e devem gerar mais 1.074 MW ao estado. [21][22]
Também tem ganhado destaque a expansão da energia solar, com a inauguração
do Parque Solar Nova Olinda, com potência de 292 MW.
A geração termelétrica também tem grande relevância, com as usinas
maranhenses do Complexo Termelétrico Parnaíba (movido a gás natural; 1,4
GW), Usina Termelétrica Porto do Itaqui (carvão mineral; 360 MW); Usina
Termelétrica Suzano Maranhão (biomassa; 254 MW); Usina Termelétrica Gera
Maranhão (óleo combustível; 330 MW), o que coloca o Maranhão como o 4º maior
de energia termelétrica no Brasil, garantindo sua autossuficiência energética e e
tornando o estado o segundo maior produtor de energia do Nordeste. [23][24]
Agropecuária

Estrada de Ferro Carajás, em Açailândia

O avanço da agricultura nesta zona geográfica ocorre sobretudo com a soja, mas
também com arroz, milho e algodão. A produção de soja, de algodão e de milho
concentra-se no sul desta sub-região, que faz parte do cerrado nordestino.
No Piauí, destacam-se as cidades de Uruçuí, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves.
No Maranhão, onde se destaca a cidade de Balsas, o desenvolvimento é facilitado
pelas excelentes condições de logística da região para exportação.
Desde 1992, quando começou a funcionar o Corredor de Exportação Norte, toda
a produção agrícola do sul do Maranhão passou a escoar para o Porto do Itaqui,
em São Luís, por um longo trecho de estrada de ferro operado pela Vale. O cultivo
nessa área é realizado em fazendas altamente mecanizadas, com um dos os
melhores índices de produtividade agrícola por hectare no Brasil. Tem ainda como
benefício a menor distância em relação ao mercado europeu.
Posteriormente, a Ferrovia Norte-Sul integrou a cidade de Anapólis, em Goiás,
atravessando o estado do Tocantins e se conectando à ferrovia Carajás, na cidade
de Açailândia, ampliando a capacidade de exportação, pelos portos de São Luís,
da produção agrícola do Centro-Oeste.
Com a construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) no porto de
Itaqui, ampliou-se a capacidade de exportação de grãos como soja, milho e arroz,
utilizando-se da infraestrutura da Ferrovia Carajás para escoamento da produção
do sul do estado, bem como dos estados de Tocantins, Mato Grosso e Goiás, com
a Ferrovia Norte Sul. No ano de 2017, o porto movimentou em torno de 6 milhões
de toneladas de soja.[25]
O setor agrícola maranhense se destaca na produção de arroz (5º estado de
maior produtividade de arroz do país e o 1º do Nordeste.), cana-de-açúcar,
mandioca (2.ª posição no Nordeste de área plantada), milho, soja (2º maior
produtor da região Nordeste), algodão (2º maior produtor do Nordeste) e eucalipto.
[26]
Na Pecuária, vale destacar a criação de bovinos no Maranhão, nas regiões da
Amazônia legal e em áreas de cerrado.
Setor de serviços e turismo
Por fim, o setor de serviços e o turismo exercem grande importância para a
economia, com visitas aos Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba, a Chapada
das Mesas, ao Centro Histórico de São Luís, o Parque Nacional da Serra da
Capivara, o Parque Nacional de Sete Cidades, dentre outros lugares.

Cultura

Bumba-meu-boi, elemento essencial das festividades juninas do Meio-Norte

Centro Histórico de São Luís, considerado Patrimônio Cultural da Humanidade, em razão do conjunto de
azulejos

O Maranhão é um dos estados mais miscigenados do Brasil, o que pode ser


demonstrado pelo número de 69,9% de pardos autodeclarados ao Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística[27], resultado da grande concentração
de escravos indígenas e africanos nas lavouras de cana-de-
açúcar, arroz e algodão, ao longo dos séculos XVII e XIX.
Alguns dos povos indígenas existentes no estado são: no tronco macro-
jê,Timbira (Mehim), Kanela (Apanyekra e
Ramkokamekra), Krikati, Gavião (Pukobyê), Kokuiregatejê, Timbira do Pindaré e
Krejê; no tronco macro-tupi, a família tupi-guarani, com os povos falantes das
línguas tenetehára: Guajajara, Tembé e Urubu-Kaapor, além dos Awá-Guajá e de
um pequeno grupo guarani.
O Maranhão conta muitas comunidades quilombolas em toda região da Baixada,
rio Itapecuru e Mearim. O sincretismo religioso entre tradições africanas, indígenas
e europeias deu origem ao Tambor de Mina e ao Terecô, religiões marcadas pela
culto aos voduns e encantados, e que se expandiu para o Pará e Piauí.
A população branca, 20,6 por cento[27], é quase exclusivamente composta de
descendentes de portugueses, dada a pequena migração de outros europeus para
a região. Destaca-se a migração de sírios e libaneses no século XX.
O Maranhão é reconhecido por manifestações como o bumba-meu-boi, festa de
tradição afro-indígena que aflora no norte do estado nas festas do mês de junho.
Além disso, nas festas juninas também acontecem o Tambor de Crioula,
o Cacuriá e as quadrilhas (em especial no sul do Maranhão). No carnaval,
prevalece o carnaval de rua, onde os blocos populares se misturam aos
brincantes, às bandinhas tradicionais ou de forró na capital e nas cidades do
interior.
A cidade de São Luís é considerada a capital brasileira do reggae, tendo sido
fundado o Museu do Reggae do Maranhão, o primeiro fora da Jamaica, no
de 2018.[28]
Faz parte do seu patrimônio cultural a riqueza de poemas e romances dos seus
grandes escritores, tais como Aluísio de Azevedo, Gonçalves Dias, Graça Aranha,
dentre outros, o que tornou a cidade e São Luís conhecida como a Atenas
Maranhense. A cidade foi tombada pela Organização das Nações Unidas para a E

Você também pode gostar