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AÇO E CONCRETO
UNIDADE II
VIGAS MISTAS
Elaboração
Laoana Tuíra Gonçalves Mendes
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE II
VIGAS MISTAS......................................................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO ÀS VIGAS MISTAS............................................................................................................................................. 5
CAPÍTULO 2
PROPRIEDADES DAS VIGAS MISTAS...................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 3
DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS............................................................................................................................ 19
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................26
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VIGAS MISTAS UNIDADE II
Capítulo 1
INTRODUÇÃO ÀS VIGAS MISTAS
1.1. Definição
As vigas mistas podem ser definidas como o conjunto formado pela união de um perfil
metálico e uma laje de concreto ligados por conectores de cisalhamento para que haja
o comportamento conjuntos dos elementos de aço e concreto.
Existem diversos tipos de seções de vigas mistas a depender do tipo de laje, que pode
ser laje de concreto moldado in loco ou laje mista (laje de concreto com fôrma metálica,
será vista na Unidade III), dos formatos dos perfis ou das lajes e do tipo de ligação entre
eles. A Figura 12 demonstra alguns dos tipos de vigas mistas.
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UNIDADE II | Vigas Mistas
» Vigas contínuas: perfil metálico e a armação da laje tem continuidade total nos
apoios internos.
Em geral, as vigas biapoiadas são mais vantajosas que as vigas contínuas, pois neste
tipo de apoio, a solicitação do concreto e do aço é mais adequada. Contudo, existem
algumas situações em que a continuidade é desejável. O Quadro 2 mostras as vantagens
das vigas biapoiadas em relação às vigas contínuas e vice-versa.
Por outro lado, se utilizar menos conectores, desde que não reduza significativamente
o momento resistente, tem-se a interação parcial. Quando não há nenhuma ligação
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Vigas Mistas | UNIDADE II
entre os elementos de aço e concreto, não é possível caracterizar uma viga mista. É o
que chamamos de interação nula.
P P P
Deformada
Momentos
Compressão C=0
na laje
q=0 + +
Corte na
ligação
- -
Concreto
Deformações a
meio vão
aço
Como citado, o método construtivo também influencia no comportamento das vigas mistas,
assim, é preciso levar em conta duas situações: sistema construtivo com escoramentos
e sistema sem escoramentos.
No processo construtivo escorado (Figura 14), a solicitação dos elementos sempre será
em conjunto, assim, a seção mista resistirá, após a retirada do escoramento, a todas as
ações, incluindo peso próprio, ações permanentes e acidentais. Além disso, as deformações
serão do elemento misto e não de cada elemento isolado.
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UNIDADE II | Vigas Mistas
Estágio de construção
Escoramento retirado
(somente peso próprio aplicado)
No sistema não escorado (Figura 15), o perfil metálico deverá resistir a todas as ações
antes da cura do concreto, ou seja, o concreto e os conectores não são solicitados por
estas ações. A seção mista começa a agir depois da cura do concreto, resistindo às cargas
acidentais aplicadas.
Estágio de construção
(somente peso próprio aplicado)
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Capítulo 2
PROPRIEDADES DAS VIGAS MISTAS
A seguir serão listadas algumas das propriedades principais das vigas mistas que
influenciam no dimensionamento. Essas propriedades são diferenciadas com relação à
solicitação que atua na laje, se momento fletor positivo (laje comprimida) ou momento
fletor negativo (laje tracionada).
Onde,
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UNIDADE II | Vigas Mistas
» Interação parcial:
∑ QRd
=
ηi <1
FhRd
» Interação completa:
ηi =1
No caso da interação completa, a menos que ΣQRd seja maior que FhRd, considera-se que
o grau de interação ηi seja unitário (ηi = 1).
» Para Lc ≤ 25m:
E
ηi = 1 − ( 0,75 − 0,03Lc ) ou 0,4 (maior )
578fy ,a
No caso de interação completa com a linha neutra elástica (LNE) passando fora da laje
de concreto, tem-se que a razão modular será:
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Vigas Mistas | UNIDADE II
btr
0,85fcd 0,85fcd 0,85fcd
tc tc Ccd tc Ccd a Ccd
hf fyd fyd yc LNP
tf yc yp
yp Cad Cad
d1 LNP d1
LNP
d hw
Tad Tad
tw
Tad yt
yt
fyd fyd fyd
bf
LNP na Alma LNP na Mesa LNP na Laje
Quando a LNE cortar a laje (Figura 17), a espessura de laje sob compressão (a) será
obtida ao igualar o momento na região acima (concreto) com o momento abaixo (aço).
btr
a LNE
tc
− A + A2 + 2btr Aw
a=
btr
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UNIDADE II | Vigas Mistas
Portanto, o módulo resistente elástico da seção transformada pode ser calculado com
a equação a seguir:
Itr
Wtr =
d
y0 +
2
btr
0,85fcd
a Ccd LNP
tc
na laje
hf fyd
tf Cad
yc
yp
LNP no
perfil
d hw
tw
Tad
yt
bf fyd
Onde,
ηi é o grau de interação;
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Vigas Mistas | UNIDADE II
Existe uma razão largura/espessura da alma tal que o momento de plastificação total
da seção seja atingido. Essa relação é dada por:
hw E
≤ 3,76
tw fy
Para determinar a posição da LNP analisam-se os valores de Ccd e Tad. Assim, se Ccd ≥
Tad, a LNP passa pela laje e, por equilíbrio (Figura 16), tem-se:
fy Afyd
0,85fcd ba
= A →=
a
1,1 0,85fcd b
Quando Ccd < Tad significa que a LNP corta o perfil metálico, podendo ser na alma ou
na mesa.
Fazendo o equilíbrio das forças, pela Figura 16, com a LNP passando pela mesa, tem-se:
0,85fcd btc + bf y pfyd= bf ( tf − y p ) fyd + ( A − Af ) fyd
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UNIDADE II | Vigas Mistas
Em que,
Na situação de interação parcial existem duas LNP, uma na laje e outra no perfil metálico
(Figura 18). A LNP na laje é dada por:
Ccd
a=
0,85fcd b
E a LNP no perfil pode cortar a alma ou a mesa. A LNP passará pela alma, se:
fy fy
( A − Af ) ≥ Af + Ccd
1,1 1,1
hw tw fyd − Ccd
yp =
2tw fyd
Fazendo o equilíbrio das forças, pela Figura 18, com a LNP passando pela mesa, tem-se:
Ccd + bf y pfyd= bf ( tf − y p ) fyd + ( A − Af ) fyd
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Vigas Mistas | UNIDADE II
Em que,
yi é a distância da força Fid até a linha neutra plástica que corta o perfil metálico.
Em que,
Com,
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UNIDADE II | Vigas Mistas
btr
Área tracionada (Aat) Tsd
d3
Aatfyd
CG área
LNP tracionada d4 fyd
d5
Área comprimida (Aac)
CG área
comprimida yt Aacfyd
fyd
Portanto, o módulo resistente elástico inferior da seção pode ser calculado com a equação
a seguir:
I
Wneg = neg
d
y0 +
2
» Mesa comprimida:
bf
2 ≤ 0,38 E
tf fy
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Vigas Mistas | UNIDADE II
» Alma:
2hwc E
≤ 3,76
tw fy
Onde, hwc é a altura da região comprimida da alma formada pelo perfil metálico e pela
armadura da laje.
Para determinar a posição da LNP é preciso saber se ela corta a alma ou a mesa.
Fazendo o equilíbrio das forças, pela Figura 19, com a LNP passando pela mesa (hwc=hw),
tem-se:
Tsd + bf y p fyd = bf ( tf − y p ) fyd + Af fyd + hw tw fyd
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UNIDADE II | Vigas Mistas
Em que,
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Capítulo 3
DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS
Onde,
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UNIDADE II | Vigas Mistas
Em que,
M − Rde − M − Rdd
=
VSd VSd ,q +
L
Em que,
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Vigas Mistas | UNIDADE II
Região A Região B
MPSd
S1 S2 MSd
Assim,
MPSd − MaRd
( ∑ QRd )região A ≥ ( ∑ QRd )regiões A e B
MSd − MaRd
Onde,
Conforme apresentado na Figura 21, é possível ocorrer rupturas na laje nas regiões
representadas por a-a, que ficam próximas ao perfil metálico. Para evitar que esses tipos
de ruptura ocorram, armaduras transversais à viga devem ser previstas.
a a a
(a) Laje maciça (b) Laje com fôrma metálica - (c) Laje com fôrma metálica -
nervura transversal ao eixo da viga nervura longitudinal ao eixo da viga
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UNIDADE II | Vigas Mistas
Em que,
Essa força total é dividida proporcionalmente à largura efetiva dos diversos planos
longitudinais da laje, à direita e à esquerda do perfil. Assim, a força em um desses planos
varia linearmente do seu valor máximo, próximo ao perfil até o valor nulo, na seção
onde finda a largura efetiva.
Com,
ρc
η 0,3 + 0,7
=
2400
Onde,
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Vigas Mistas | UNIDADE II
Cabe lembrar que a armadura mínima deve ser atendida em todas as situações, com:
As,mín 0,2% Acv ≥ 1,5cm 2 / m
=
Esse tipo de falha ocorre nas regiões de momento negativo quando a alma deixa de
ser plana e por deslocamento lateral da mesa inferior. O momento fletor resistente de
dimensionamento neste caso será:
MRd,dist = χdistMRd
Onde,
Em que,
A capacidade de rotação das ligações mistas deve ser verificada conforme Capítulo 3
da Unidade I.
Quando aplicável, a resistência das ligações mistas deve ser verificada conforme o
Capítulo 3 da Unidade I.
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UNIDADE II | Vigas Mistas
O valor da flecha para vigas mistas é dado pelo somatório das flechas do perfil metálico
isolado (δpa) com carga permanente e com as da viga mista (δvm) com combinação rara.
Seu limite é de L/350. Ademais, δvm não deve ser maior que 15mm, em caso de presença
de alvenarias.
Segundo a NBR 8800 (2008), para evitar vibrações excessivas, a flecha da viga mista
com combinações frequentes não deve ser superior a:
A fissuração ocorre por rotação do apoio, então, coloca-se uma armadura longitudinal
dentro da largura efetiva da laje, com área mínima de:
0,72fct ,ef Act
As,min =
ó st
Em que,
Act é a área obtida pela multiplicação da largura efetiva da laje e da altura acima da
fôrma;
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Vigas Mistas | UNIDADE II
Onde,
φ é o diâmetro da armadura;
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7480: Aço destinado a armaduras para
estruturas de concreto armado - Especificação. Rio de Janeiro, 2007.
GOMES, L. C. Estudo do sistema de lajes mistas com fôrma de aço incorporada empregando
concreto estrutural leve. 165f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001.
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Referências
MALITE, M. Sobre o cálculo de vigas mistas aço-concreto: ênfase em edifícios. 144f. Dissertação
(Mestrado em Estrutura). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1990.
OLIVEIRA, L.; SILVA, T. S. O uso de estruturas mistas na cidade de Caratinga-MG. 58f. Monografia
(Bacharelado em Engenharia Civil) – Faculdade Doctum, Minas Gerais, 2015.
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de aço: dimensionamento prático de acordo com a NBR 8800:2008.
8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
QUEIROZ, G.; PIMENTA, R. J.; MARTINS, A. G. Manual de construção em aço: Estruturas Mistas.
Vol. 1. 2 ed. Rio de Janeiro: CBCA, 2012.
QUEIROZ, G.; PIMENTA, R. J.; MARTINS, A. G. Manual de construção em aço: Estruturas Mistas.
Vol. 2. 2 ed. Rio de Janeiro: CBCA, 2012.
QUEIROZ, G.; PIMENTA, R. J.; DA MATA, L. A. C. Elementos das estruturas mistas aço-concreto.
Belo Horizonte: O Lutador, 2001.
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