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COMUNICAÇÃO E DISCURSO Linguagem

DISCURSO DIRETO, INDIRETO E DISCURSO


INDIRETO LIVRE
Direto – O narrador apresenta a própria personagem falando diretamente,
permitindo ao autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar.

“O lavador de carros, Juarez de Castro, 28, ficou desolado, apontando para


os entulhos: “Alá minha frigideira, alá meu escorredor de arroz. Minha lata de
pegar água era aquela. Ali meu outro tênis.” (O Globo).
DISCURSO INDIRETO
Discurso indireto – O narrador interfere na fala do personagem. Ele conta aos
leitores o que o personagem disse, mas conta em terceira pessoa. As palavras do
personagem não são reproduzidas, mas traduzidas na linguagem do narrador.

“Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a


esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi
escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva e
descansou no chão o cachimbo. Dois ou três passantes, rodearam-no, indagando se
não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu
resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele deveria sofrer de ataque.”
(Dalton Trevisan. Cemitério de Elefantes. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira,
1984).
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E DISCURSO
INDIRETO LIVRE
Discurso Indireto Livre – É uma combinação dos dois anteriores, confundindo
as intervenções do narrador com as dos personagens. É uma forma de narrar
econômica e dinâmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um só tempo.

“Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se eu pudesse matar o


carreiro...deixa eu crescer! Deixa eu ficar grande! Hei de dar conta deste
danisco...se uma cobra picasse seu Soronho... tem tanta cascavel nos
pastos...tanta urutu perto de casa...se uma onça comesse o carreiro, de noite...
Um onção grande, da pintada...que raiva! Mas os bois estão caminhando
diferente. Começaram a prestar atenção, escutando a conversa do boi
brilhante.” (Guimarães Rosa. Sagarana. Rio de Janeiro, José Olympio, 1976).
LINGUAGEM CULTA OU FORMAL
Diferente do que alguns pensam, utilizar a linguagem culta não equivale a
escrever de forma rebuscada, buscando demonstrar erudição.

A linguagem culta ou formal é caracterizada pela correção gramatical,


ausência de termos regionais ou gírias, bem como pela riqueza de vocabulário
e frases bem elaboradas.
LINGUAGEM CULTA OU FORMAL
Salvo raras exceções, é a linguagem jornalística, utilizada em jornais, revistas,
espaços jornalísticos da web e, comumente, em livros. É também a
modalidade empregada nos discursos, nos documentos oficiais, na legislação,
nos livros didáticos e na correspondência comercial.
LINGUAGEM COLOQUIAL
É a linguagem informal, que usamos no dia-a-dia, nas conversas com amigos,
no bate-papo e no bilhete que deixamos para alguém. Descontraída,
dispensa formalidades e aceita gírias, diminutivos afetivos e termos regionais.

Em mensagens publicitárias, em crônicas, etc. É a fala espontânea do povo.


Não obedece rigidamente as normas gramaticais.
LINGUAGEM COLOQUIAL
Ex: (trecho da crônica de João Ubaldo Ribeiro intitulada Chupeta X Delegado)
“Como parar Chupeta, o ponta mais endiabrado de Itaparica? Ensaboado, era uma
espécie de Garrincha das babas (pelada na Bahia). Infernizava, atazanava e
humilhava os adversários. Os laterais tinham insônia na véspera dos jogos e muitos
alegavam contusões minutos antes de entrar em campo. Para os baianos, uma lenda.
E a certeza de que apenas um jogador seria capaz de enfrentá-lo de igual para
igual: Delegado.
LINGUAGEM COLOQUIAL
– Mas sozinho, nunca! – foi logo avisando o zagueiro, que convocou para a
missão conjunta Compadre Edinho, dois metros de pura malvadeza.
Compadre Edinho era daqueles beques tipo Odvan, zagueiro-zagueiro! A
tesoura voadora era a jogada mais técnica de seu repertório e nas súmulas
não há registro de uma viagem perdida de sua parte. Brucutu, nunca teve
medo de cara feia e não ia se intimidar com um jogador de apelido Chupeta.
Aceitou o desafio. Delegado era famoso na região mas para quem ainda
desconhece a razão do apelido, ele explica.
– Por meu eficaz policiamento dentro da grande área! – revelou, às
gargalhadas, João Ubaldo Ribeiro.
LINGUAGEM COLOQUIAL
E as risadas do escritor baiano dominaram boa parte da conversa com a
orgulhosa equipe do A Pelada Como Ela É, em seu apartamento, no Leblon.
Cada lembrança, muitas gostosas gargalhadas! Mas daquelas acompanhadas
de falta de ar e lágrimas. Quando lembrou-se de uma outra zaga histórica,
nem se fala, riu tanto que precisou levantar-se para respirar melhor.

– O goleiro Nego Tóia, eu e Chico Gordo! Um trio defensivo inesquecível! O


Nego Tóia parecia um lutador de sumo. Só tinha medo do chute do
Compadre Edinho, mas com esse ninguém ficava na barreira. Pênalti, então,
nem se fala! Os goleiros só faltavam se esconder atrás da trave – recordou.
…………………….
LINGUAGEM COLOQUIAL
Na crônica de João Ubaldo Ribeiro há variantes do registro coloquial da língua
portuguesa e alguns elementos são marcantes, como por exemplo o próprio fato de
se transferir para o escrito momentos de uma conversa, que estão assinalados pelo
travessão e do discurso direto. Além disso, João Ubaldo inventa um personagem com
o seu nome, outros personagens são tratados pelos apelidos, o que serve para
evidenciar a informalidade da linguagem. Isto também se revela pelo uso de gírias
como “pelada”, “cara feia”. É um nível de linguagem adequado para o que está
sendo tratado: histórias do futebol.
LINGUAGEM VULGAR
É a uma fala espontânea do povo, mas que inclui erros gramaticais, expressões
vulgares, grosseiras, redundantes, palavrões e gírias.

Essa linguagem é evidenciada a falta de sutileza ao tratar da intimidade


das pessoas e o total descuido com a polidez e a educação. Os sociolinguístas
adjetivam tal nível como o registro vulgar.

A GÍRIA - linguagem usada por certos grupos sociais, pertencentes a uma


classe ou profissão. O uso de tal linguagem impede que estranhos ao grupo
tomem conhecimento do assunto tratado.
LINGUAGEM POÉTICA OU LITERÁRIA
É a língua culta em sua forma mais criativa, usada pelos poetas e escritores em
suas obras.
O emissor se preocupa em criá-la para produzir um efeito estético. Sendo
assim, aquele que produz a mensagem se importa, sobretudo, com a escolha e
a combinação das palavras, não se importando tanto com fazer referência
direta a algo real.
É feita menção a um contexto imaginário promovido pelo próprio texto
poético.
Ex: “O amor é um grande laço,/ Um passo pra uma armadilha,/ Um lobo
correndo em círculo/ Pra alimentar a matilha”. (Djavan)
LINGUAGEM POÉTICA OU LITERÁRIA
- Não há uma preocupação em informar algo sobre um contexto real, em
dizer algo sobre um fato ou um ser: a intenção é dizer algo que normalmente
não é dito em situações do cotidiano ou em textos formais, pois, amor não é
exatamente um laço ou lobo. Assim, apela-se para a capacidade de imaginar
do leitor/ouvinte.

Ex: “Lá na rua em que eu pensava, tinha uma livraria bem do lado da
farmácia. Todo mundo ia à farmácia comprar frascos de saúde. E depois ia
do lado, pra comprar liberdade.” (Pedro Bandeira)
REGISTRO PROFISSIONAL - JARGÃO
Trata-se de um uso formal da língua, a norma culta com boas doses de termos
técnicos de uma determinada área profissional. (Jargão)
Ex: Entrevista com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega: Governo quer
setor privado financiando o longo prazo . Por Luciana Otoni e Ribamar
Oliveira, de Brasília 20/07/2010 - O Valor Econômico

Valor: A desaceleração do ritmo de crescimento da economia já indica que é


possível parar o processo de elevação da taxa de juros?
REGISTRO PROFISSIONAL - JARGÃO
Guido Mantega: Isso quem tem que responder é o Banco Central. O que posso dizer é que a
economia brasileira já entrou no trilho de um crescimento sustentado. O que estava ocorrendo
no início do ano era o resultado do estímulo que foi dado para a economia se recuperar da
crise. Com os estímulos, a economia recuperou o espaço perdido durante a crise. No ano
passado, o país praticamente não cresceu. Nós retomamos aquele patamar anterior à crise e
a economia tende a estacionar num patamar de crescimento sustentado, de 5% a 6%, que é
o que nós planejamos. Tem aqueles analistas de plantão que se entusiasmam com as próprias
análises, que diziam que a economia estava superaquecida. Eu dizia que estava aquecida e
não superaquecida, que iríamos retirar todos os estímulos e a economia voltaria a um
patamar mais baixo. Foi o que aconteceu. Como os estímulos iriam acabar, a população
antecipou as compras e, por isso, o resultado do primeiro trimestre incorporou uma parte do
segundo trimestre. Isto significa que nós esperamos um segundo trimestre com um crescimento
bem inferior aos 2,7% do primeiro trimestre.
REGISTRO PROFISSIONAL - JARGÃO
Valor: Qual é a sua estimativa para o crescimento no segundo trimestre?
Mantega: Estimo que de um por cento para baixo. Mas lembrando que dos 2,7% do
primeiro trimestre, uma parte pertenceria ao segundo trimestre. Em março, as vendas
de automóveis dispararam; em abril, houve uma queda; em maio, uma pequena
recuperação e, em junho, as vendas já atingem o patamar médio que devem ficar.
Nós devemos comemorar a sólida recuperação do Brasil da crise internacional. Este
ano, o Brasil vai crescer 6,5% a 7%, o que será, entre os grandes países, o segundo
maior crescimento do mundo, perdendo apenas para a China. Esse é o maior
crescimento desde 1986. Porém, como a população está crescendo muito menos, será
o maior crescimento do PIB per capita dos últimos 30 anos.
Valor: O mercado futuro de taxa de juro está apontando para uma redução em
relação às estimativas anteriores.
Mantega: O DI para 2011 só hoje está caindo 0,36. Na semana passada, ele deu
uma boa despencada.
REGISTRO REGIONAL
É o falar típico de uma região brasileira e incomum nas demais regiões.

Ex: O Analista de Bagé por Luis Fernando Verissimo


— Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho.
— O senhor quer que eu deite logo no divã?
— Bom, se o amigo quiser dançar uma marca, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro ver o
vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo nem
dinheiro.
— Certo, certo. Eu…
— Aceita um mate?
— Um quê? Ah, não. Obrigado.
REGISTRO REGIONAL
— Pos desembucha.
— Antes, eu queria saber. O senhor é freudiano?
— Sou e sustento. Mais ortodoxo que reclame de xarope.
— Certo. Bem. Acho que o meu problema é com a minha mãe
— Outro.
— Outro?
— Complexo de Édipo. Dá mais que pereba em moleque.
— E o senhor acha…
— Eu acho uma pôca vergonha.
— Mas…
— Vai te metê na zona e deixa a velha em paz, tchê!
TIPOS TEXTUAIS

Narração
Descrição
Dissertação
NARRAÇÃO
É um conjunto de transformação de situações referentes a personagens determinadas
ou a coisas particulares num tempo preciso e num espaço bem configurado. Trabalha
predominantemente com termos concretos, sendo portanto, um texto figurativo. Há
sempre progressão temporal entre os acontecimentos relatados. O ato de narrar
ocorre por definição no presente, dado que o presente indica concomitância em
relação ao momento da fala (no caso, fala do narrador), ele é posterior a história
contada, que, por conseguinte, é anterior a ele; por isso podem ser utilizados os
tempos verbais pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito e
o futuro do pretérito.
NARRAÇÃO
“Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e
bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita [...] Depois, como
se voltasse à vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e
vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, em seguida
sapateava, miúdo e cerrado freneticamente” [...]

Aluísio Azevedo. O cortiço


NARRAÇÃO
Um dia ele chegou tão diferente
Do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente
Do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto
Era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto,
Pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como
há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça
E começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

Valsinha, vinícius de Morais e Chico Buarque de Holanda


DESCRIÇÃO
É o tipo de texto em que se expõem características de seres concretos (pessoas,
obketos, situações, etc). É um texto figurativo, caracteriza-se pela inexistiencia de
progressão temporal, tudo que é descrito é considerado simultâneo. Dessa forma não
existe relação de anterioridade e posteridade entre seus enunciados. Os tempos
verbais utilizados são o presente ou o pretérito imperfeito (as vezes ambos). Sua
organização é espacial, descreve-se de cima pra baixo, da esquerda para a
direita, de dentro para fora, do conteúdo para o continente, etc.

Exemplo a seguir,
DESCRIÇÃO
Lua de São Jorge Lua de São Jorge
Lua de São Jorge
Lua maravilha Lua soberana
Lua deslumbrante
Mãe, irmã e filha Nobre porcelana
Azul verdejante Sobre a seda azul
Calda de pavão De todo esplendor
Lua de São Jorge
Lua de São Jorge Lua de São Jorge Lua da alegria
Cheia, branca, inteira Brilha nos altares Não se vê o dia
Ó minha bandeira Claro como tu
Brilha nos lugares
Solta na amplidão
Onde estou e vou
Lua de São Jorge
Lua de São Jorge Serás minha guia
Lua brasileira Lua de São Jorge No Brasil de Norte a Sul
Lua do meu coração Brilha sobre os mares
Brilha sobre o meu amor
Caetano Veloso
Um mapa constitui um
exemplo de descrição
da linguagem visual.
Um mapa O objetivo é descrever
de forma mais fiel e
precisa possível
determinada porção
de território.
DISSERTAÇÃO
Dissertação é todo texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. O
texto dissertativo é temático, não tratando de episódios ou seres concretos particularizados,
mas de análises e interpretações genéricas válidas em muitos casos concretos e particulares.
Opera predominantemente com termos abstratos. Mostra mudanças de situação, como no
texto narrativo. Obedece à relação lógica e seu tempo por excelência é o presente no seu
valor atemporal. Admite-se ainda uso do presente com valor temporal, o pretérito perfeito e
o futuro do presente.
Estrutura do Texto Dissertativo
A estrutura de um texto dissertativo está baseada em três momentos:
Introdução: Também chamada de "Tese", nesse momento, o mais importante é expor a ideia
central sobre o tema de maneira clara. Importante lembrar que a Introdução é a parte mais
importante do texto e por isso deve conter a informações que logo serão desenvolvidas.
DISSERTAÇÃO
Desenvolvimento: Também chamada de "Anti-Tese" ou "Antítese", nessa parte do
texto é que se desenvolve a argumentação por meio de opiniões, dados,
levantamentos, estatísticas, fatos e exemplos sobre o tema, a fim de que sua tese
(ideia central) seja defendida com propriedade.
Conclusão: O próprio nome já supõe que é necessário concluir o texto. Em outras
palavras, não deixamos um texto sem concluí-lo e, por isso, esse momento é chamado
de "Nova Tese" por ser uma momento de fechamento das ideias, e principalmente
da inserção de uma nova ideia, ou seja, uma "nova tese".
DISSERTAÇÃO
Defesa de uma tese através da organização de dados, fatos, ideias e argumentos em torno
de um ponto de vista definido sobre o assunto em questão. Nela, deve haver uma conclusão, e
não apenas exposição de argumentos favoráveis ou contrários sobre determinada ideia.
O Texto Dissertativo-Argumentativo: Este tipo de texto consiste na defesa de uma ideia por
meio de argumentos e explicações, à medida que é dissertativo; bem como seu objetivo
central reside na formação de opinião do leitor, ou seja, caracteriza-se por tentar convencer
ou persuadir o interlocutor da mensagem, sendo nesse sentido argumentativo.
Para melhor exemplificar, as etapas necessárias para produzir um texto dissertativo-
argumentativo são:
Problema: No momento inicial busca-se o problema, ou seja, os fatos sobre o tema
pretendido e, ademais a tese (ideia central do texto).
DISSERTAÇÃO
Opinião: A opinião pessoal sobre o tema reforçará a argumentação, por isso é
importante buscar uma verdade pessoal ou juízo de valor sobre o assunto abordado.
Argumentos: O mais importante de um texto dissertativo-argumentativo é a
organização, clareza e exposição dos argumentos. Para tanto, é importante
selecionar exemplos, fatos e provas a fim de assegurar a validade de sua opinião,
sem deixar de justificar.
Conclusão: Nesse momento busca-se a solução para o problema exposto. Assim, é
interessante apresentar a síntese da discussão, a retomada da tese (ideia principal)
e além disso, a proposta de solução do tema com as observações finais.
DISSERTAÇÃO
O texto dissertativo-argumentativo segue o padrão dos modelos de redação, ou
seja, introdução, desenvolvimento e conclusão.

Introdução
Na introdução devem ser mencionados os temas que são abordados no texto - ou o
problema - de modo a situar o interlocutor.
Esta parte deve compreender cerca de 25% da dimensão global do texto.
DISSERTAÇÃO
Desenvolvimento
Todas as ideias mencionadas na introdução devem ser desenvolvidas de forma
opinativa e argumentativa nessa parte do texto, cuja dimensão deve compreender
cerca de 50% do mesmo.
Conclusão
A conclusão deve ser uma síntese do problema abordado mas com considerações
que expressam o resultado do que foi pensado ao longo do texto.
A sua dimensão contempla cerca de 25% do texto.
DISSERTAÇÃO
Em pleno século XXI é salutar refletir sobre a importância de preservação do meio
ambiente bem como atuar em prol de uma sociedade mais consciente e limpa. Já
ficou mais que claro que a maioria dos problemas os quais enfrentamos atualmente
nas grandes cidades, foram gerados pela ação humana.
De tal modo, podemos pensar nas grandes construções, alicerçadas na urbanização
desenfreada, ou no simples ato de jogar lixo nas ruas. A poluição gerada e
impregnada nas grandes cidades foi em grande parte fruto da urbanização
desenfreada ou da atuação de indústrias; porém, deveres não cumpridos pelos
homens também
DISSERTAÇÃO
proporcionaram toda essa "sujidade". Nesse sentido, vale lembrar que pequenos
atos podem produzir grandes mudanças se realizados por todos os cidadãos.
Portanto, um conselho deveras importante: ao invés de jogar o lixo (seja um
papelzinho de bala, ou uma anotação de um telefone) nas ruas, guarde-o no bolso e
atire somente quando encontrar uma lixeira. Seja um cidadão consciente! Não Jogue
lixo nas ruas!
O TEXTO JORNALÍSTICO
A linguagem jornalística é composta por algumas especificidades que têm objetivos
bem delimitados e parte do pressuposto de que todos devem compreender o
conteúdo a ser transmitido. A escolha das palavras é fundamental para evitar
ambiguidades e diferentes interpretações.
A linguagem jornalística deve seguir alguns preceitos. São eles:
Objetividade: a linguagem jornalística deve ser objetiva, a mensagem deve ser
transmitida de maneira clara, a fim de que sejam evitadas diferentes interpretações
e possíveis dificuldades do leitor em compreender aquilo que está sendo dito ou lido.
O jornalista não se envolve emocionalmente com as personagens, contando de forma
impessoal os fatos.
Simplicidade: a linguagem jornalística deve prezar por termos aceitos no registro
formal da língua, evitando vícios de linguagem e vocábulos eruditos ou obsoletos.
O TEXTO JORNALÍSTICO

Imparcialidade: deve evitar expressões que denunciem a opinião de quem


escreve a notícia para que o leitor possa fazer seu próprio juízo de valor
sobre aquilo que está expresso no jornal.

Linguagem referencial: o foco deve ser mantido na notícia.

Empatia com o leitor: a linguagem jornalística deve projetar no leitor os


sentimentos daqueles que estão envolvidos na notícia.
O TEXTO JORNALÍSTICO
Linguagem narrativa: predominantemente há a ocorrência da narração,
gênero associado aos verbos carregados de ação. A narração confere maior
ritmo aos fatos, assim como linearidade.
Universalidade: os fatos narrados devem ser de interesse geral, evitando
assuntos que sejam de pouca relevância para a sociedade..
Frases curtas: estão associadas à objetividade do texto, e à clareza das
informações a serem passadas.
Uso de frases na ordem direta: sujeito + verbo + complementos e adjuntos
adverbiais.
O TEXTO JORNALÍSTICO
A ordenação das informações:
A técnica de a pirâmide invertida ordena os vários elementos da notícia. No
texto jornalístico, as informações são organizadas por ordem decrescente de
importância ao longo do texto. Ao contrário das narrativas literárias ou
cinematográficas, nos textos jornalísticos o clímax não se guarda para o fim.
Logo no início, o leitor deve ter o essencial da informação.
O LEAD – resposta às perguntas: O que? Quem? Como? Quando? Onde? Por
que?
O TEXTO JORNALÍSTICO
O quê? (o que aconteceu, acontece ou acontecerá).
Quem? (indica os agentes da ação).
Quando? (momento do acontecimento).
Onde? (local do acontecimento).
Como? (circunstâncias do acontecimento).
Por quê? (razões do acontecimento).
O “lead” tem de ser bom para cativar o leitor, para despertar o interesse dele pela matéria.
O fechamento do texto deve estar de acordo com o resto do texto e deve dar a sensação de
missão cumprida.
PREFEITURA DO RIO PLANEJA RÉVEILLON COM 13
PALCOS PELA CIDADE, TRÊS EM COPACABANA
<Prefeitura do Rio planeja réveillon com 13 palcos pela cidade, três em Copacabana | Rio
de Janeiro | G1 (globo.com)>

Município divulgou os cadernos de encargos para a festa, uma espécie de


orientação para empresas interessadas em patrociná-la, mas avisou que as
comemorações ‘estão condicionadas ao cenário epidemiológico da
pandemia’.
Por G1 Rio

06/08/2021 06h50 Atualizado há 28 minutos


A Prefeitura do Rio planeja espalhar 13 palcos pela cidade no próximo réveillon,
três deles em Copacabana. O município divulgou nesta sexta-feira (6) os cadernos
de encargos para a festa. Os documentos servem de guia para empresas
interessadas em patrocinar a virada para 2022, em troca de expor sua marca.
A divulgação dos cadernos pela Riotur não necessariamente garante os festejos em
31 de dezembro. “As comemorações do réveillon estão condicionadas ao cenário
epidemiológico da pandemia na capital”, pontuou a prefeitura. Os documentos da
Riotur não definem esses critérios.
Até esta sexta-feira, a capital tinha imunizado 80% dos cariocas adultos com uma
dose ou a dose única, mas os estoques de vacinas estavam baixos e dariam apenas
para esta semana. Em paralelo, o prefeito Eduardo Paes (PSD) prorrogou até o dia
23 a proibição de boates, pistas de dança e eventos com aglomeração.
Na última virada, justamente por causa do coronavírus, não houve queima de fogos
na orla, e poucas pessoas saíram de casa.
A Prefeitura do Rio planeja espalhar 13 palcos pela cidade no próximo réveillon,
três deles em Copacabana. O município divulgou nesta sexta-feira (6) os cadernos
de encargos para a festa. Os documentos servem de guia para empresas
interessadas em patrocinar a virada para 2022, em troca de expor sua marca.
A divulgação dos cadernos pela Riotur não necessariamente garante os festejos em
31 de dezembro. “As comemorações do réveillon estão condicionadas ao cenário
epidemiológico da pandemia na capital”, pontuou a prefeitura. Os documentos da
Riotur não definem esses critérios.
Até esta sexta-feira, a capital tinha imunizado 80% dos cariocas adultos com uma
dose ou a dose única, mas os estoques de vacinas estavam baixos e dariam apenas
para esta semana. Em paralelo, o prefeito Eduardo Paes (PSD) prorrogou até o dia
23 a proibição de boates, pistas de dança e eventos com aglomeração.
Na última virada, justamente por causa do coronavírus, não houve queima de fogos
na orla, e poucas pessoas saíram de casa.
Dos bairros ganham festa

Além dos tradicionais três palcos em Copacabana e das balsas com os fogos de artifício, a prefeitura quer fazer
eventos em:

1. Boulevard Olímpico, ponto inédito em réveillons;

2. Praça Guilherme da Silveira, em Bangu, também inédito;

3. IAPI da Penha;

4. Praça Paulo da Portela, no Parque Madureira;

5. Praia do Flamengo;

6. Praia da Moreninha, em Paquetá;

7. Praia da Bica, na Ilha do Governador;

8. Praia da Capela, em Guaratiba;

9. Praia de Sepetiba;

10. Piscinão de Ramos.


Outra novidade para a chegada de 2022, segundo o projeto da prefeitura, é o retorno
da queima de fogos à Igreja da Penha.

Os parceiros escolhidos ficam responsáveis pela criação, desenvolvimento do projeto,


planejamento, execução e prestação de contas. Em contrapartida, terão permissão de uso da
marca na realização do réveillon.

De acordo com a Riotur, duas licitações ainda serão abertas para a contratação das
empresas responsáveis pelas balsas e pela queima de fogos.

'Maior réveillon da história', diz Paes

O prefeito disse na semana passada que o réveillon será o "maior da história da cidade" e
que o carnaval, se tudo caminhar como o previsto, será realizado.

"Nós estamos programando diante dos dados – aí, desculpe, são os epidemiologistas que
podem nos dizer – que a gente vai ter, sim, réveillon e carnaval."
Também na semana passada, a prefeitura apresentou um plano gradual de flexibilização das medidas de
restrição na cidade. Serão três etapas, de 2 de setembro até 15 de novembro, e uma celebração de quatro
dias no início do mês que vem.

2 de setembro:

• liberação de eventos em ambientes abertos;

• estádios: 50% do público com vacinação completa;

• boates, casas de shows e festas em áreas fechadas: 50% do público também vacinados com 1ª e segunda
dose.

Os eventos terão checagem de situação vacinal das pessoas, com o aplicativo Connect SUS, do Ministério da
Saúde, segundo o secretário de Saúde, Daniel Soranz. Quem não tiver sido vacinado, será barrado.

15 de novembro:

• uso de máscara obrigatório só no transporte público e em unidades de saúde;

livre circulação, sem restrição de capacidade e distanciamento


Segundo o prefeito Eduardo Paes, a reabertura será acompanhada de uma celebração de
quatro dias, entre 2 e 5 de setembro, em toda a cidade .

Na ocasião, Paes disse que o planejamento é otimista e conservador ao mesmo tempo.

"Se houver necessidade, se o secretário de Saúde chegar para mim um dia e falar que não
dá porque aumentou ou chegou uma nova variante, imediatamente a gente interrompe
qualquer processo de abertura e pode impor novas medidas restritivas (...) Tudo indica,
nesse momento, os dados, internações, óbitos, que a gente vive um momento melhor. Não
é um momento ideal ainda, por isso as restrições continuam e a abertura é gradual", disse.
Entre 2 e 5 de setembro, a prefeitura prevê:

• fechamento de ruas para o trânsito;

• eventos em pólos gastronômicos;

• DJs em pontos da orla;

• iluminações e projeções;

• apresentações musicais;

• ponto facultativo no dia 3 de setembro (sexta-feira);

• manifestações culturais e artísticas em centenas de pontos com priorização de artistas


locais;

• meia entrada nos principais pontos turísticos da cidade;


Entre 2 e 5 de setembro, a prefeitura prevê:

• mapping e orquestra nos Arcos da Lapa;

• programação especial nas cidades das Artes e do Samba;

• atividades em todas as vilas olímpicas da cidade;

• meditação, tai chi chuan e ioga em praças e parques;

• Taça Renasce Rio: partida comemorativa ("de preferência no Maracanã", diz Paes)
com 50% do público;

• campeonato de futebol solidário em comunidades;

• Jogos de Botequim.
O que dizem especialistas

Especialistas viram com cautela as medidas propostas e dizem que o comitê científico não
foi consultado. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que só alguns membros foram
ouvidos.

Para Roberto Medronho, infectologista e epidemiologista da Universidade Federal do Rio de


Janeiro (UFRJ), liberar estádios para 100% a partir de outubro é "muito complicado".

"O plano proposto pela prefeitura eu considero no mínimo uma temeridade. Nós temos
agora a variante delta no nosso país, e espalhando inclusive no Rio de Janeiro. Nós temos
uma boa cobertura vacinal no município, mas não temos certeza de que a efetividade da
vacina seja a mesma do que das cepas anteriores do vírus. Então, a briga, agora, nós
podemos ter problemas de aumento da transmissibilidade da doença", diz o infectologista.
A pneumologista Margareth Dalcomo, da Fiocruz, diz que entende a intenção da prefeitura,
mas vê com preocupação as medidas:

"A intenção da prefeitura é a melhor possível no sentido de trazer um pouco de alegria no


momento em que passou um ano e meio de muito luta, perda, tristeza, um impacto sobre
toda a população, entendo que do ponto de vista de agregar, de fazer algo coletivo
agradável sem duvida nenhuma. Alerto que isso tudo tem um risco, um risco que é
razoavelmente calculado e um risco que é fora de controle, sem duvida nenhuma.“

"O vírus permanecerá endêmico entre nós por muito tempo, de modo que eu manteria
cuidados. Alertaria a opinião pública para que tivesse muito cuidado com aglomerações,
cuidado com lavagem, cuidados pessoais e coletivos ainda por todo o ano de 2021,
seguramente", disse Dalcomo.

A especialista lembrou que a variante delta da Covid já está circulando mas, embora tenha
melhorado o ritmo de vacinação, a dinâmica de imunização ainda está longe de uma
situação de cobertura (vacinal), que ela afirma ser de 80% da população vacinada.
"Seria aquele [percentual] que eu, particularmente, consideraria confortável para que
procedêssemos a algumas aberturas", opinou Dalcomo.

A pneumologista reforçou a recomendação de uso de máscara. Segundo ela, o uso do item é


fundamental sobretudo em ambientes fechados, e não só em estabelecimentos de saúde –
como hospitais, UPAs etc.

"Olha o que aconteceu com países que liberaram... Já voltaram atrás por força da
transmissão de cepas muito contagiantes, como nós sabemos. (...) Eu não liberaria de modo
algum o uso de máscara em qualquer ambiente, a não ser em ambiente ao ar livre", alertou
Dalcomo.
NARRATIVA PUBLICITÁRIA
A narrativa publicitária traz em seu bojo valores, implícitos e explícitos, do contexto
histórico no qual ela foi enunciada. O texto de um anúncio, por exemplo, é
estruturado por dizeres relativos fundamentalmente aos atributos do produto ou
serviço divulgado, mas que deixam à mostra representações sociais e certos
investimentos no imaginário coletivo.

À margem desses dizeres, há um universo de não dizeres que são silenciados:

1) Pela impossibilidade natural de serem ditos se, em seu lugar, algo já o foi.
NARRATIVA PUBLICITÁRIA
1) Pela estratégia discursiva adotada por seu enunciador, que privilegia
determinados ditos, em detrimento de outros que não lhe convém mover
por diversos motivos – o principal deles, certamente, porque não
promovem tão bem a mercadoria anunciada quanto os dizeres escolhidos.
NARRATIVA PUBLICITÁRIA
Este é o nó ideológico que a publicidade nunca afrouxa a chave de sua
retórica, e, por isso mesmo, razão das mais veementes críticas endereçadas a
ela. A narrativa publicitária está enraizada na criação de um mundo
favorável ao produto, capaz de gerar empatia junto ao público-alvo, para
que ela se sustente, sempre forçará o a eleger seus ditos em função dos
objetivos de comunicação e a partir do plano de marketing estabelecido.
NARRATIVA PUBLICITÁRIA
A narração é uma característica importante na publicidade moderna. Através da
evolução da linguagem publicitária, muitas técnicas da retórica e da literatura foram
incorporadas à redação a fim de aperfeiçoar o caráter persuasivo da mensagem.
Compreende-se, então, a narrativa como uma técnica fundamental na construção do
texto, devido, principalmente, ao seu potencial de encantamento através do humor e
da emoção. Com o tempo a linguagem narrativa deixou de ser mais descritiva e
passou a ser mais simbólica e conotativa.
Em caso de mau hálito, seja criativo!
COESÃO E COERÊNCIA
Em resumo, podemos dizer que a COESÃO trata da conexão harmoniosa entre
as partes do texto, do parágrafo, da frase. Ela permite a ligação entre as
palavras e frases, fazendo com que um dê sequência lógica ao outro. A
COERÊNCIA, por sua vez, é a relação lógica entre as ideias, fazendo com que
umas complementem as outras, não se contradigam e formem um todo
significativo que é o texto.
COESÃO E COERÊNCIA
Quando falamos de COESÃO textual, falamos a respeito dos mecanismos
linguísticos que permitem uma sequência lógico-semântica entre as partes de
um texto, sejam elas palavras, frases, parágrafos, etc. Entre os elementos que
garantem a coesão de um texto, temos:
As referências e as reiterações: Este tipo de coesão acontece quando um
termo faz referência a outro dentro do texto, quando reitera algo que já foi
dito antes ou quando uma palavra é substituída por outra que possui com ela
alguma relação semântica. Alguns destes termos só podem ser compreendidos
mediante estas relações com outros termos do texto, como é o caso da anáfora
e da catáfora.
ANÁFORA
São chamados de pronomes anafóricos aqueles que estabelecem uma referência dependente com um
termo antecedente, é uma palavra herdada do grego “anaphorá” e do latim “anaphora”.

Designa-se ANÁFORA (não confundir com a figura de linguagem de mesmo nome) o termo ou
expressão que, em um texto ou discurso, faz referência direta ou indireta a um termo anterior. O
termo anafórico retoma um termo anterior, total ou parcialmente, de modo que, para compreendê-lo
dependemos do termo antecedente.

Vejamos alguns exemplos de ANÁFORA:

João está doente. Vi-o na semana passada.


ANÁFORA
Ana comprou um cão. O animal já conhece todos os cantos da casa.

(o termo “o animal” faz referência ao termo antecedente “o cão”)

A sala de aula está degradada. As carteiras estão todas riscadas.

(O termo “as carteiras” é compreendido mediante a compreensão do termo anterior “sala de aula”)

Maria é uma moça tão bonita que assusta. Essa sua beleza tem um quê de mistério.

(o pronome “essa” faz referência à beleza de Maria, ideia que se encontra implícita no enunciado
anterior.)
CATÁFORA
Por sua vez, os pronomes catafóricos são aqueles que fazem referência a um termo subsequente,
estabelecendo com ele uma relação não autônoma, portanto, dependente. Para compreender um
termo catafórico é necessário interpretar o termo ao qual faz referência.

Vejamos alguns exemplos de CATÁFORA:

A irmã olhou-o e disse: - João, estás com um ar cansado.

(O pronome “o” faz referência ao termo subsequente “João”, de modo que só se pode compreender a
quem o pronome se refere quando se chega ao termo de referência.)
CATÁFORA
Os nomes próprios mais utilizados na língua portuguesa são estes: João, Maria e José.

(Neste caso o pronome “estes” faz referência aos termos imediatamente seguintes “João, Maria e
José”.)

Podemos dizer que a catáfora é um tipo de anáfora, pois estabelece os mesmos tipos de relação
coesiva entres os termos, porém o termo anafórico se encontra antes do termo referente,
acontecendo exatamente o contrário nas demais tipos de anáforas.

Simplificando:

• Anáfora - retoma por meio de referência um termo anterior.

• Catáfora - termo usado para fazer referência a um outro termo posterior.


COESÃO E COERÊNCIA
As substituições lexicais (elementos que fazem a coesão lexical): este tipo de
coesão acontece quando um termo é substituído por outro dentro do texto,
estabelecendo com ele uma relação de sinonímia, antonímia, hiponímia ou
hiperonímia, ou mesmo quando há a repetição da mesma unidade lexical (mesma
palavra).
Os conectores (elementos que fazem a coesão interfrásica): Estes elementos
coesivos estabelecem as relações de dependência e ligação entre os termos, ou seja,
são conjunções, preposições e advérbios conectivos.
a correlação dos verbos (coesão temporal e aspectual): consiste na correta
utilização dos tempos verbais, ordenando assim os acontecimentos de uma forma
lógica e linear, que irá permitir a compreensão da sequência dos mesmos.
COESÃO E COERÊNCIA

O que é coerência textual?


Quando falamos em COERÊNCIA textual, falamos acerca da significação do texto,
e não mais dos elementos estruturais que o compõem. Um texto pode estar
perfeitamente coeso, porém incoerente. É o caso do exemplo abaixo:
"As ruas estão molhadas porque não choveu“
Há elementos coesivos no texto acima, como a conjunção, a sequência lógica dos
verbos, enfim, do ponto de vista da COESÃO, o texto não tem nenhum problema.
Contudo, ao ler o que diz o texto, percebemos facilmente que há uma incoerência,
pois se as ruas estão molhadas, é porque alguém molhou, ou a chuva, ou algum outro
evento. Não ter chovido não é o motivo de as ruas estarem molhadas. O texto
está incoerente.
COESÃO E COERÊNCIA
Podemos entender melhor a coerência compreendendo os seus três princípios básicos:
Princípio da Não Contradição: em um texto não se pode ter situações ou ideias que se
contradizem entre si, ou seja, que quebram a lógica.
Princípio da Não Tautologia: Tautologia é um vício de linguagem que consiste n a repetição
de alguma ideia, utilizando palavras diferentes. Um texto coerente precisa transmitir alguma
informação, mas quando há repetição excessiva de palavras ou termos, o texto corre o risco
de não conseguir transmitir a informação. Caso ele não construa uma informação ou
mensagem completa, então ele será incoerente
Princípio da Relevância: Fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que
não se relacionam entre si, acabam tornando o texto incoerente, mesmo que suas partes
contenham certa coerência individual. Sendo assim, a representação de ideias ou fatos
não relacionados entre si, fere o princípio da relevância, e trazem incoerência ao texto.
REPETIÇÃO DE PALAVRAS
Recomenda-se sempre que possível não repetir palavras num intervalo curto do
texto. O uso de termos cognatos muito próximos uns dos outros sugere pobreza
vocabular ou descuido do autor e torna a leitura monótona.

Deve-se prestar atenção ao utilizar alguns vocabulários muito frequentes na língua


portuguesa: que, já, para, sobre, com e como, além dos verbos ser, ter, estar e ir
(conjugados ou não) e dos artigos definidos e indefinidos (nem sempre obrigatórios)
EXEMPLO
Três delatores da Obedrecht prestaram depoimentos na semana passada que
confirmam que a empresa comprou, em 2010, um imóvel em São Paulo que seria
destinado “a construção de uma nova sede do instituto do Lula.
EXEMPLO
Em depoimentos na semana passada, três delatores da Odebrecht confirmaram que,
em 2010, a empresa comprou um imóvel em São Paulo destinado à construção de
uma nova sede do instituto Lula.
ÊNFASE
Recurso importante para hierarquizar ideias e facilitar a coesão textual. O uso da
voz ativa, por exemplo, é mais comum e mais recomendado que a voz passiva por
lançar luz sobre o agente. Às vezes, no entanto, convém destacar o objeto da ação.
Compare estas frases:
O deputado debateu o tema
O tema foi debatido pelo deputado
Na primeira a ênfase está em deputado; e na segunda, em tema.
Cabe ao autor escolher para onde quer direcionar a atenção do leitor, levando em
conta o texto como um todo.
ÊNFASE
A organização da frase também ajuda a enfatizar um termo ou outro.
Em:
O livro, concluído em 1984, fornece diversos sinais sobre o estilo literário do autor,
o ano de conclusão da obra quase se prende entre vírgulas

Mas logo salta aos olhos em:


Concluído em 1984, o livro fornece diversos sinais sobre o estilo literário do autor
PLEONASMO
Redundância desnecessária. Alguns são fáceis de reconhecer – entrar pra dentro,
voltar para trás – outros estão muito presentes no registro oral e passam
desapercebidos:
Comer um pedacinho pequeno de bolo
Comer um pedaço pequeno de bolo
Comer um pedacinho de bolo
ADVÉRBIO
Evite começar um período com advérbio formado pelo sufixo –mente, em geral uma
palavra longa que apenas retarda o texto. Na frase:
Curiosamente, a convenção transcorreu sem incidentes,
o advérbio, além de desnecessário, embute um juízo de valor (como se fossem
esperados incidentes na convenção).
Também tendem a ser opinativos termos como: certamente, evidentemente,
efetivamente, definitivamente, absolutamente.
ADVÉRBIO
O uso de dois ou mais advérbios terminados em mente no mesmo período é
desaconselhado, pois produz uma rima desconfortável e prejudica o ritmo da leitura:
Evidentemente, há algumas barreiras ao comercio que afetam desproporcionalmente
as empresas pequenas.
Prefira:
Algumas barreiras ao comércio afetam as empresas pequenas de modo
desproporcional.
ADVÉRBIO
Lembre-se que muitos advérbios são dispensáveis por expressarem a mesma ideia
contida na palavra que acompanham. Em totalmente desnecessário, por exemplo,
totalmente é desnecessário....
AMBIGUIDADE
A prefeitura tem procurado aproveitar os espaços públicos como ruas e
estacionamentos.
A ausência de vírgula depois de públicos dá a entender que a prefeitura pretende
transformar outros espaços em ruas e estacionamentos.
AMBIGUIDADE
Edgar de Souza (PSDB) recebeu ataques devido à sua orientação sexual durante a
campanha
A ordem dos termos sugere que o prefeito adotou uma orientação sexual durante a
campanha.
Durante a campanha, Edgar de Souza (PSDB) recebeu ataques devido à sua
orientação sexual;

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