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COVID-19

CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO
DA COVID-19 NO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO

Setembro - 2021
Secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro - SES-RJ
Alexandre Otavio Chieppe

Subsecretário de Vigilância em Saúde - SVS


Mário Sérgio Ribeiro

Superintendente de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde – SIEVS


Silvia Carvalho

Superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental - SVEA


Dayse Muller Fernandes

Coordenação de Informações em Saúde


Luciane Velasque

Coordenação de Vigilância Epidemiológica - CVE


Gabrielle Damasceno da Costa Chagas

Gerência de Doenças Imunopreveníveis


Itacirema Bezerra

Equipe de Informação SVS


Andréa Santana
Aline Maria Pereira de Almeida
Maracy Marques Pereira
Paula Maria Pereira de Almeida
Paula Rita Dias de Brito de Carvalho
Priscila Conrado Guerra Nunes
Ana Paula Resendes
Shenon Bia Bedin
Gilvania Moura

Colaboradores
Grupo Técnico Corona UFRJ
Assessoria de Comunicação Social e Visual

Assessoria de Comunicação Social e Visual


Flávia Junqueira

Revisão
Simone Intrator - Assessoria de Comunicação Social e Visual

Projeto Gráfico e Diagramação


Luciana Choeri - Assessoria de Comunicação Social e Visual
As análises apresentadas neste Boletim consideram os casos de COVID-19
confirmados da população residente no estado do Rio de Janeiro. A sema-
na epidemiológica considerada foi a de início dos primeiros sintomas, devi-
do à maior completude da informação. Este Boletim considerou apenas os
dados de 2021 até agosto (SE 34), com dados extraídos em 13/09/2021 do
Sistema de Notificação e-SUS (Síndrome Gripal-SG) e SIVEP-Gripe (casos
graves ou Síndrome Gripal Aguda Grave-SRAG e óbitos).

1. ANÁLISE DE CASOS, INTERNAÇÕES


E ÓBITOS POR COVID-19 NO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
4

No ano de 2021, até a semana epidemiológica (SE) 34 (28/08/2021), foram notificados


570.072 casos confirmados de COVID-19 (incidência acumulada de 3.302 casos/100 mil
habitantes) no estado do Rio de Janeiro, com 85.169 internações (14,9%) e 30.299 óbitos,
representando uma letalidade de 5,3%.

Na terceira onda de aumento dos casos de COVID-19 no estado do Rio de Janeiro, que
ocorreu entre março e abril de 2021, com um repique na SE 19 (09/05 a 15/05 de 2021)
e posterior estabilização na redução de casos, observou-se um padrão com o registro de
um repique após ocorrência do pico da onda, também apresentado nas primeira e segun-
da ondas da pandemia no estado, que ocorreram no ano de 2020.

A partir da SE 27 (04 a 10/07 de 2021), nota-se um novo aumento de casos de COVID-19,


apontando para o surgimento de uma quarta onda, num contexto de predomínio da va-
riante Delta no estado, mas que não foi mantido nas semanas seguintes. Houve um pe-
queno repique no número de casos e internações na SE 31 (01/08 a 07/08 de 2021), cor-
respondendo à primeira semana de agosto, mas seguido de uma redução (Figura 1).

Figura 1 – Número de casos, internações e óbitos de COVID-19, segundo semana


epidemiológica de início de sintomas, estado do Rio de Janeiro, ano 2021*.
5

Fonte: e-SUS e SIVEP-Gripe, SES/RJ, dados atualizados em 13 de setembro de 2021*, sujeitos à revisão.
6

Quanto à letalidade da COVID-19 no estado, nota-se que a ocorrência de óbitos entre as


pessoas que internaram (letalidade de 35,6%) foi bem maior que a letalidade dos ca-
sos (letalidade de 5,3%). A letalidade de internações no estado se manteve em torno de
40% até o pico da terceira onda: 41,4%, destacando-se posterior queda sustentada, até o
momento. Já a letalidade entre os casos se manteve em torno de 6%, também com maior
pico na terceira onda: 8,5%, também mantendo posterior redução (Figura 2).

Figura 2 – Letalidade de casos e internações por COVID-19, segundo semana


epidemiológica de início de sintomas, estado do Rio de Janeiro, ano 2021*.

Fonte: e-SUS e SIVEP-Gripe, SES/RJ, dados atualizados em 13 de setembro de 2021*, sujeitos à revisão.

Analisando o comportamento dos óbitos no estado, nota-se a partir de março de 2021


uma redução importante na proporção de mortes em pessoas das faixas etárias de 60 a
79 anos e com 80 anos e mais, refletindo o impacto da campanha de vacinação do esta-
do, que teve esse grupo como prioritário. Consequentemente, houve uma redistribuição
nas faixas etárias que evoluíram para óbito, em que a faixa etária de 40 a 59 anos pas-
sou a ser a mais frequente no número de casos nos meses de maio e junho. No entanto,
a partir de julho, houve retomada do aumento de óbitos nas faixas etárias a partir de 60
anos (Figura 3), indicando uma possível perda de imunidade para essa faixa etária mais
avançada.
7

Figura 3 – Proporção de óbito por COVID-19, segundo semana mês de início de


sintomas e faixa etária, estado do Rio de Janeiro, ano 2021*.

Fonte: SIVEP-Gripe, SES/RJ, dados atualizados em 13 de setembro de 2021*, sujeitos à revisão.


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2. ÓBITOS POR COVID-19 E SITUAÇÃO


VACINAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
9

Quanto ao perfil dos óbitos de COVID-19 segundo situação vacinal no estado, observa-se
na Figura 4 que na SE 13 (28/03 a 03/04 de 2021), momento de pico da terceira onda,
houve menor número de óbitos (linha verde) em pessoas com esquema completo de
imunização (duas doses). Reforçando, portanto, a importância do esquema vacinal com-
pleto para redução no risco de evoluir para óbito. No entanto, em torno da SE 27 (04/07 a
10/07 de 2021), é possível observar um aumento de óbitos em pessoas com imunização
completa, apontando para a necessidade de reforço.

Figura 4 – Curva epidemiológica do número de óbito de COVID-19, segundo semana


epidemiológica de início de sintomas e situação vacinal, estado do Rio de Janeiro,
ano 2021*.

Fonte: SIVEP-Gripe, SES/RJ, dados atualizados em 13 de setembro de 2021*, sujeitos à revisão.

A Figura 5 corrobora para o que já foi observado acima, em que se observa a faixa etá-
ria e o status vacinal dos pacientes que evoluíram para óbito, considerando vacinados os
que receberam pelo menos uma dose. Na faixa etária mais avançada, de pessoas com
idade a partir de 80 anos, observa-se uma maior proporção de óbitos entre vacinados. É
importante ressaltar que pessoas com 80 anos e mais foram as primeiras a se vacinarem,
estando a maioria com esquema completo em março e abril de 2021. No entanto, devido
à imunossenescência (redução da resposta imunológica ao imunizante), é esperado que
nessa faixa etária ocorra redução da resposta vacinal com o passar do tempo, reiterando
a necessidade de um reforço. A qualidade da informação do campo sobre o registro da si-
tuação vacinal no SIVEP-Gripe apresenta uma expressiva falta de informação, mantendo
uma média de 64% de falta de informação vacinal entre os óbitos, independentemente
da faixa etária.
10

Figura 5 – Proporção de óbito por COVID-19, segundo situação vacinal e faixa etária,
estado do Rio de Janeiro, ano 2021*.

Fonte: SIVEP-Gripe, SES/RJ, dados atualizados em 13 de setembro de 2021*, sujeitos à revisão.

A Figura 6 mostra o número de pessoas que evoluíram para óbito por faixa etária, segun-
do a vacina administrada. É possível observar que o número de pessoas internadas que
tomaram Coronavac é majoritariamente de maiores de 60 anos, enquanto que as pes-
soas que tomaram Astrazeneca estão mais distribuídas nas faixas etárias mais baixas e
com menor representatividade entre os que têm acima de 70 anos. A vacina Coronavac
foi o primeiro imunobiológico disponível e usado prioritariamente nas faixas etárias mais
avançadas e outros grupos, como trabalhadores da saúde. A Figura 6 também mostra
que os óbitos (barra azul) aumentaram conforme aumento da faixa etária.
11

Figura 6 – Internações por COVID-19 segundo tipo da vacina administrada e faixa


etária, estado do Rio de Janeiro, ano 2021*.

Fonte: Banco SIVEP-Gripe, SES/RJ, dados obtidos em 13 de setembro de 2021*, sujeitos à revisão.

Para uma avaliação da chance de evoluir para o óbito, foi ajustado um modelo univariado
(apenas considerando o laboratório fabricante da vacina) e um modelo múltiplo (incluin-
do além do laboratório a faixa etária dos pacientes) através de um modelo de regressão
logística. Para análise, foi considerado um intervalo de confiança de 95%.

A tabela 1 mostra o resultado do modelo de regressão logística. No modelo univariado,


o laboratório fabricante da vacina se mostrou estatisticamente significativo associado
à chance de morrer. No entanto, no modelo múltiplo, na presença das variáveis idade e
tempo desde a vacinação completa, a vacina perde o efeito associado à morte. Nesse
modelo, fica claro que os fatores associados à chance de morrer são a idade e o tempo de
quando se completou o esquema vacinal.

Assim, analisando a razão de chances para evoluir a óbito, considerando o fator idade
isolado, independentemente da vacina recebida, observou-se que a idade continua sendo
o principal fator de risco para óbito por COVID-19, havendo 4,85 (OR=5,85;IC95%:2.76
– 13.96) vezes mais chances de morrer em pessoas com idade entre 60 e 69 anos; 5,78
(OR=6,78;IC95%:3.24 – 16.02) vezes mais chances de morrer em pessoas entre 70 e 79
anos; e 10,1 (OR=11,1;IC95%:5.32 – 26.24) vezes mais chances de morrer em pessoas a
partir de 80 anos, em comparação com pessoas menores de 50 anos.
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Tabela 1 – Razão de chances (Odds Ratio) de óbitos por COVID-19 segundo a vacina
administrada e a faixa etária, estado do Rio de Janeiro, ano 2021*.

Variáveis Modelo univariado Modelo Múltiplo


Razão de Conf. Int P-Value Razão de Conf. Int P-Value
Chance (95%) Chance (95%)
VACINA
ASTRAZENECA Ref Ref
CORONAVAC 1.85 1.60 – 2.13 <0.001 0.88 0.60 – 1.29 0.525
OUTROS 0.55 0.32 – 0.92 <0.025 0.75 0.60 – 1.29 0.783
FAIXA ETÁRIA
<50 Ref
50-59 2.92 1.10 – 8.82 0.035
60-69 5.85 2.76 – 13.96 <0.001
70-79 6.78 3.24 – 16.02 <0.001
80+ 11.12 5.32 – 26.24 <0.001
Fonte: Banco SIVEP-Gripe, SES/RJ, dados obtidos em 13 de setembro de 2021*, sujeitos à revisão.
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3. MONITORAMENTO DAS
VARIANTES CIRCULANTES
14

Visando ao monitoramento das variantes da COVID-19, a Secretaria de Estado de Saúde


do Rio de Janeiro iniciou uma pesquisa para identificar a distribuição e a frequência das
novas cepas na população fluminense, em parceria com o Laboratório Nacional de Com-
putação Científica (LNCC) e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ),
financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

Até 08 de setembro de 2021, foram sequenciadas 4.123 amostras no estado. De acordo


com o sexo dos pacientes, foram 52,2% de amostras provenientes do sexo feminino e
47,8% do sexo masculino; de acordo com a faixa etária das amostras, foi encontrado um
percentual de 56,1% nas faixas etárias de 20 a 59 anos. Observamos neste período, 74,02
% da variante P.1 e 14,2 % da variante Delta (B.1.617.2; AY.12; AY.23 e AY.4) (Tabela 1). A
distribuição segundo municípios mostra que 40,7% das amostras foram encontradas nos
municípios do Rio de Janeiro, Iguaba Grande, Nova Iguaçu, Niterói e Petrópolis (Tabela 2).

Tabela 2 - Número de casos sequenciados segundo principais variantes identificadas,


estado do Rio de Janeiro, 2020 e 2021*.

Variantes Frequência Percentual


AY.12 1 0,02
AY.23 1 0,02
AY.4 188 4,56
B.1 14 0,34
B.1 1 0,02
B.1.1 5 0,12
B.1.1.119 1 0,02
B.1.1.130 1 0,02
B.1.1.222 1 0,02
B.1.1.279 1 0,02
B.1.1.28 37 0,90
B.1.1.33 61 1,48
B.1.1.525 1 0,02
B.1.1.7 50 1,21
B.1.1.94 2 0,05
B.1.1.97 1 0,02
B.1.617.2 396 9,60
B.1.621 1 0,02
N.1 1 0,02
N.2 1 0,02
N.9 1 0,02
P.1 3052 74,02
P.1.1 40 0,97
15

Variantes Frequência Percentual


P.1.2 109 2,64
P.1.4 5 0,12
P.1.7 7 0,17
P.1.7 1 0,02
P.1.8 17 0,41
P.1.9 2 0,05
P.2 118 2,86
P.4 3 0,07
P.4 1 0,02
P.5 2 0,05
Total Geral 4123 100,00

Fonte: GAL, SES/RJ dados atualizados em 08 de setembro de 2021* sujeitos à revisão.

Tabela 3 - Número de casos sequenciados segundo municípios do estado do Rio de


Janeiro, 2020 e 2021*.

Municípios Amostras Municípios Amostras


Sequenciadas Sequenciadas
ANGRA DOS REIS 34 NILOPOLIS 18
APERIBE 14 NITEROI 93
ARARUAMA 46 NOVA FRIBURGO 39
AREAL 25 NOVA IGUAÇU 94
ARMACAO DOS BUZIOS 33 PARACAMBI 19
ARRAIAL DO CABO 15 PARAIBA DO SUL 39
BARRA DO PIRAI 31 PARATY 15
BARRA MANSA 37 PATY DO ALFERES 31
BELFORD ROXO 34 PETROPOLIS 91
BOM JARDIM 27 PINHEIRAL 3
BOM JESUS DO 30 PIRAI 39
ITABAPOANA
CABO FRIO 31 PORCIUNCULA 26
CACHOEIRAS DE MACACU 16 PORTO REAL 55
CAMBUCI 14 QUATIS 18
CAMPOS DOS 15 QUEIMADOS 39
GOYTACAZES
CANTAGALO 6 QUISSAMA 38
CARAPEBUS 16 RESENDE 58
CARDOSO MOREIRA 13 RIO BONITO 27
16

Municípios Amostras Municípios Amostras


Sequenciadas Sequenciadas
CARMO 21 RIO CLARO 29
CASIMIRO DE ABREU 35 RIO DAS FLORES 26
CONCEICAO DE MACABU 45 RIO DAS OSTRAS 60
CORDEIRO 8 RIO DE JANEIRO 1279
DUAS BARRAS 11 SANTA MARIA 12
MADALENA
DUQUE DE CAXIAS 81 SANTO ANTONIO 36
DE PADUA
ENGENHEIRO PAULO DE 20 SAO FIDELIS 29
FRONTIN
GUAPIMIRIM 24 SAO FRANCISCO 22
DE ITABAPOANA
IGUABA GRANDE 120 SAO GONCALO 83
ITABORAI 48 SAO JOAO DA 30
BARRA
ITAGUAI 26 SAO JOAO DE 79
MERITI
ITALVA 12 SAO JOSE DE UBA 9
ITAOCARA 15 SAO JOSE DO VALE 12
DO RIO PRETO
ITAPERUNA 23 SAO PEDRO DA 68
ALDEIA
ITATIAIA 26 SAO SEBASTIAO 8
DO ALTO
JAPERI 33 SAPUCAIA 15
LAJE DO MURIAE 14 SAQUAREMA 31
MACAE 48 SEROPEDICA 45
MACUCO 5 SILVA JARDIM 24
MAGE 36 SUMIDOURO 19
MANGARATIBA 47 TERESOPOLIS 19
MARICA 40 TRAJANO DE 18
MORAES
MENDES 20 TRES RIOS 18
MESQUITA 39 VALENCA 22
MIGUEL PEREIRA 25 VARRE-SAI 13
MIRACEMA 22 VASSOURAS 21
NATIVIDADE 20 VOLTA REDONDA 52
Fonte: GAL, SES/RJ dados atualizados em 08 de setembro de 2021* sujeitos à revisão.
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A epidemia de SARS-CoV-2 no Brasil durante a maior parte de 2020 foi dominada por
duas linhagens designadas como B.1.1.28 e B.1.1.33 que, provavelmente, surgiram no país
em fevereiro de 2020. A partir de mutações na B.1.1.28 foram geradas as variantes Gama
(P.1) e P.2. A linhagem P.1 é considerada uma variante de preocupação (VOC), enquanto a
linhagem P.2 é considerada uma variante de interesse (VOI). Recentemente, a B.1.1.28 foi
renomeada para P.5, fato esse que causou grande repercussão, mas que não significou o
surgimento de mais uma variante. Em maio, a variante Indiana, Delta (B1.617.2), foi identi-
ficada como de transmissão autóctone.

No mês de junho, a variante Delta passa ser a segunda variante mais prevalente no esta-
do do Rio de Janeiro. Em julho, observa-se um menor número de amostras sequenciadas
identificadas como P.1 quando comparado com a variante Delta. Foram 268 amostras de
P.1 e 395 de Delta (B.1.617.2; AY.12; AY.23 e AY.40). Em agosto, podemos observar uma re-
dução ainda maior das amostras sequenciadas de P.1 (percentual 6,48%) e um aumento
da Delta (percentual de 79,63%) (Tabela 3).

Tabela 4 - Número de casos sequenciados segundo meses (maio, junho, julho e


agosto) e principais variantes identificadas, estado do Rio de Janeiro, 2020 e 2021*.

Variantes Maio Junho Julho Agosto Total Maio Junho Julho Agosto
AY.12 0 0 1 0 1 0,00 0,00 0,13 0,00
AY.23 0 0 0 1 1 0,00 0,00 0,00 0,93
AY.4 0 1 163 24 188 0,00 0,09 21,70 22,22
B.1 0 0 14 0 14 0,00 0,00 1,86 0,00
B.1 0 0 0 1 1 0,00 0,00 0,00 0,93
B.1.1 0 0 5 0 5 0,00 0,00 0,67 0,00
B.1.1.119 0 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00
B.1.1.130 0 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00
B.1.1.222 0 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00
B.1.1.279 0 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00
B.1.1.28 2 0 1 6 9 0,28 0,00 0,13 5,56
B.1.1.33 0 4 3 2 9 0,00 0,35 0,40 1,85
B.1.1.525 0 1 0 0 1 0,00 0,09 0,00 0,00
B.1.1.7 10 6 3 0 19 1,41 0,53 0,40 0,00
B.1.1.94 0 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00
B.1.1.97 0 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00
B.1.617.2 1 102 231 61 395 0,14 9,03 30,76 56,48
B.1.621 0 1 0 0 1 0,00 0,09 0,00 0,00
N.1 0 0 0 1 1 0,00 0,00 0,00 0,93
N.2 0 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00
N.9 0 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00
P.1 661 957 268 7 1893 93,10 84,77 35,69 6,48
P.1.1 1 18 21 0 40 0,14 1,59 2,80 0,00
P.1.2 31 33 13 0 77 4,37 2,92 1,73 0,00
P.1.4 0 0 5 0 5 0,00 0,00 0,67 0,00
P.1.7 0 1 6 0 7 0,00 0,09 0,80 0,00
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Variantes Maio Junho Julho Agosto Total Maio Junho Julho Agosto
P.1.7 0 0 0 1 1 0,00 0,00 0,00 0,93
P.1.8 0 0 15 2 17 0,00 0,00 2,00 1,85
P.1.9 0 0 0 2 2 0,00 0,00 0,00 1,85
P.2 4 1 0 0 5 0,56 0,09 0,00 0,00
P.4 0 1 2 0 3 0,00 0,09 0,27 0,00
P.4 0 1 0 0 1 0,00 0,09 0,00 0,00
P.5 0 2 0 0 2 0,00 0,18 0,00 0,00
Total
Geral 710 1129 751 108 2698 100,00 100,00 100,00 100,00

Fonte: GAL, SES/RJ dados atualizados em 08 de setembro de 2021* sujeitos à revisão.

Alguns municípios tinham identificação da variante delta circulante em junho de 2021,


entretanto a P.1 já se encontrava difundida no estado. A variante B.1.1.7 foi encontrada
principalmente nas regiões Norte e Noroeste. A variante Mu foi identificada apenas em
um único residente na cidade do Rio de Janeiro, em julho de 2021, quando o mesmo havia
feito uma viagem ao México. Cabe ressaltar, que a investigação deste caso foi encerrada
recentemente pela Secretaria Municipal de Saúde, e que nenhuma outra amostra teve
esta variante identificada, até o momento. Tanto o número de municípios quanto a de-
tecção da variante Delta foram aumentando ao longo dos meses e, em agosto de 2021,
observamos que a VOC Delta foi a variante predominante nas amostras sequenciadas e
está difundida em quase todos os municípios do Estado (Figura 7).

Figura 7. Distribuição espacial das VOCs (variantes de preocupação) mais frequentes


notificadas à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro de acordo com a data
de coleta da amostra – junho a agosto de 2021.
19

Fonte: Rede Corona-ômica e Rede Genômica Fiocruz.


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4.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS


21

O cenário atual não indica um aumento do número de internações e óbitos no Estado do


Rio de Janeiro. O início de uma possível quarta onda, que se apresentou na primeira sema-
na de agosto, não se sustentou.

A vacinação completa foi um importante fator para reduzir óbitos nas faixas etárias mais
avançados no momento do pico da terceira onda, ocorrida no final de abril e maio de 2021.
No entanto, a partir de julho, observamos um aumento na proporção de óbito nas faixas
etárias mais elevadas (>60 anos), mesmo entre os vacinados. Esse resultado reitera a ne-
cessidade da aplicação da dose de reforço entre os mais velhos, pois esse grupo é afetado
pela imunossenescência, responsável pela redução da resposta imunológica ao imuni-
zante. Também é importante avaliar que esse grupo foi um dos primeiros a tomarem a
vacina e que a redução da efetividade da vacina ao longo do tempo já foi evidenciada.

É importante ressaltar que a análise que considera o fabricante da vacina na chance de


evoluir para óbito deve levar em consideração a faixa etária pois, sem ajustar a análise por
essa variável, uma falsa impressão de um dos fabricantes aumentar a chance de morte é
causado por um efeito de confusão (confouding – termo utilizado na epidemiologia nesta
situação). A análise usando o modelo logístico, ajustado pela idade, mostrou que as va-
cinas não apresentam um efeito diferenciado na chance de evoluir para a morte, mas a
idade, sim, é o principal fator significativo.

A análise da vigilância genômica mostrou que a variante Delta prevaleceu no mês de


agosto e foi identificada por mais de 79% das amostras genotipadas, presente em pra-
ticamente todo o território do estado. Mesmo com a presença majoritária dessa varian-
te, não observamos a explosão do número de casos, internação e óbitos. Uma possível
hipótese para esse cenário de melhora dos indicadores epidemiológicos diante da Del-
ta é que a onda de P1 que vivenciamos em maio de 2021 pode ter trazido uma possível
imunidade para a população. Mais estudos, no entanto, precisam ser desenvolvidos para
explicar melhor a resposta diferente que estamos observando na presença da Delta, em
comparação com os países da Europa, por exemplo. Ressaltamos ainda, que a variante
Mu identificada em uma amostra coletada em Julho de 2021 não voltou a ser identificada
nas mais de 1000 amostras genotipadas com coleta após essa data.

É preciso, portanto, reforçar a necessidade do avanço da campanha de vacinação, para


atingir a imunização completa (2 doses ou dose única), e manter as medidas de preven-
ção e controle, como uso de máscara, álcool gel e distanciamento social.

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