GESTÃO DE ENSINO
NÍVEL 1 - 2021
INTRODUÇÃO
A Gestão do Ensino é um ponto fundamental dentro do papel do gestor da escola, e
é a partir dela que todas as demais áreas de trabalho justificam a sua ação.
O material que apresentamos neste curso vem contribuir para a formação dos atuais
e futuros gestores das Unidades Escolares da Rede Municipal do Rio de Janeiro, que
têm como seu papel prioritário o desenvolvimento do trabalho pedagógico e da
promoção da aprendizagem dos alunos.
Após a leitura deste, você terá subsídios para pensar nos objetivos do espaço
escolar, planejando e articulando ações que serão orquestradas com os diferentes
setores desse espaço educacional e democrático.
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
Esse trabalho estará alinhado à equipe gestora, que é formada pelo Diretor
Adjunto e pelo Coordenador Pedagógico, parceiros na missão de implementar
a ação-reflexão-ação dos professores, em relação à sua prática de modo a
aprimorá-la sempre.
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
ESTUDO DE CASO
A diretora Martha, após a análise do resultado da escola na Avaliação Diagnóstica do 1ºbimestre, percebeu que os
níveis de leitura dos alunos do 3º ano do Fundamental estavam muito abaixo do esperado. Dos 110 alunos
matriculados, 60 alunos apresentaram nível 1, ou seja, 54% do total dos alunos do 3º ano apresentam uma leitura
elementar, sem a compreensão de frases e não conseguindo identificar informações simples no texto.
*Este caso será retomado ao final do curso.
Reflita:
1. O Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar contempla a participação de todos os atores da comunidade escolar no planejamento das
ações e intervenções pedagógicas?
2. O que o gestor da Unidade Escolar realiza com as informações obtidas sobre a Avaliação Diagnóstica em Rede?
Lembramos que a avaliação diagnóstica deve identificar a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem para apoiá-
los em seu desenvolvimento, sem caráter classificatório ou punitivo, além de proporcionar ao professor subsídios para análise das habilidades já
desenvolvidas ou não pelos seus alunos, planejando estratégias mais eficazes e direcionando a intervenção pedagógica, garantindo assim, o
avanço de todos.
Durante o seu percurso formativo, você encontrará suporte para refletir sobre as possíveis estratégias que Marta e sua equipe poderão traçar
para solucionar o problema, a partir de um trabalho colaborativo com todos os atores da escola.
Unidade 1
Gestão de Ensino
e Aprendizagem
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO PARA GESTORES DE UNIDADES ESCOLARES Nível 1
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
Segundo Luck (2009), “escola democrática é aquela em que seus participantes estão coletivamente organizados e
comprometidos com a promoção da educação de qualidade para todos”. O envolvimento dos atores sociais da
comunidade escolar nos processos decisórios contribui para efetivar uma gestão democrática, por meio do diálogo
participativo.
De acordo com Cury (2007), o trabalho da equipe gestora pressupõem:
“[...] transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo,
representatividade e competência. Voltada para o processo de decisão baseado na participação e
na deliberação pública, a gestão democrática expressa um anseio de crescimento dos indivíduos
como cidadãos e do crescimento da sociedade democrática. Por isso a gestão democrática é a
administração de uma gestão concreta.
Nesse cenário, o gestor escolar destaca-se por conduzir o planejamento e fazer a articulação das
decisões que se efetivam através das ações pedagógicas delineadas no Projeto Político Pedagógico
da Unidade Escolar.”
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
Evidencia-se que os maiores sucessos alcançados no âmbito escolar estão intrinsecamente ligados a uma liderança ativa, porém
compartilhada e comprometida, sobretudo, com o avanço do ensino e aprendizagem (liderança transformacional). Segundo Oliveira
(2015), ainda que os diretores escolares não atuem diretamente nas atividades acadêmicas, sua participação no monitoramento dos
resultados de aprendizagem e o suporte aos professores na análise desses resultados e na tomada de decisão voltada para a
correção de rumos são fundamentais para o alcance dos objetivos educacionais.
Outro aspecto de suma importância no perfil do gestor da atualidade é a valorização das relações interpessoais, seja com a equipe
docente e com os demais funcionários, seja na predisposição ao diálogo com alunos e responsáveis, com intuito claro de unir todos
os esforços para o objetivo cerne: melhorar a aprendizagem de todos os alunos.
Todas as evidências citadas estão contempladas em um documento norteador, que foi construído a partir de várias pesquisas
realizadas no campo, e deu origem a uma Matriz Nacional Comum de Competências do Diretor Escolar, que passou por processo de
consulta pública para ser aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e, no momento, aguarda aprovação do Ministério da
Educação (MEC) para futura implementação. Esse documento em suas dimensões dá escopo e auxilia a construção de um perfil
para o gestor escolar, cujas competências devem ser desenvolvidas para garantir uma educação de qualidade.
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
Tais dimensões estão organizadas em blocos que sinalizam aspectos do contexto institucional e político da escola; da função
pedagógica, elemento central na escola; dos aspectos administrativos e financeiros da gestão escolar; das competências pessoais e
relacionais do diretor. São estas dimensões:
A. Político-Institucional, considerando a instituição escolar em seu papel social, dando relevância às competências
do diretor na liderança da escola, na direção da garantia do direito fundamental à educação;
B. Pedagógica, destacando a função primeira e específica da escola e considerando o papel do diretor na efetivação
de aprendizagens de qualidade;
D. Pessoal e Relacional, definindo mais do que o perfil esperado, ou seja, uma referência de atitudes e
posicionamentos que favorecem o trabalho do diretor escolar.
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
Percebe-se que o gestor escolar, com o propósito de garantir o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos da Rede
Municipal de Educação do Rio de Janeiro, deve compreender todos os conhecimentos necessários à Gestão Pedagógica no
cotidiano da unidade escolar em que atua.
ANEXO I
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=170531-texto-referencia-matriz-
nacional-comum-de-competencias-do-diretor-escolar&category_slug=fevereiro-2021-pdf&Itemid=30192
Unidade 2
Segundo Moreira (2007), o currículo é o coração da escola, pois ele determina como “as
coisas acontecem”, ou seja, o espaço central em que todos atuam.
A partir da Deliberação E/CME Nº 37, de 28 de janeiro de 2020, com a aprovação do
Conselho Municipal de Educação, profissionais de educação da Rede Municipal de Ensino
começaram a utilizar o Currículo Carioca, norteado pela Base Nacional Comum
Curricular, homologada no ano de 2017.
Foram constituídas 20 metas que abrangem desde a educação infantil até o ensino superior,
garantindo um projeto de educação para o país com metas tanto de resultado (acesso e
aprendizagem), quanto de processo (formação, remuneração, gestão e financiamento), que se
desdobram em inúmeras estratégias, entre elas a implementação da Base Nacional Comum
Curricular.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
https://www.youtube.com/watch?v=Kycgx1sM44M
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
Essas metas deverão ser acompanhadas e implementadas num período de 10 anos (2014/2024). Cabe, assim, aos estados e
municípios a elaboração de um planejamento regional, alinhado às metas pré definidas pelo plano e ao acompanhamento deste a
cada dois anos.
A Secretaria Municipal de Educação, portanto, a partir dos pressupostos no Plano Nacional de Educação (PNE), elaborou metas
estratégicas, que veremos no módulo IV sobre planejamento. Estas metas quantificam os objetivos a serem alcançados num
determinado período de tempo.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
2. CURRÍCULO CARIOCA
O Currículo Carioca surge de um estudo aprofundado iniciado no ano de 2017, com escuta dos professores
da Rede, a partir das Orientações Curriculares da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro. Foi
organizado e elaborado no intuito de promover um avanço no trabalho pedagógico (planejamento)
realizado em sala de aula, com foco no desenvolvimento das habilidades necessárias ao aluno, por ano de
escolaridade e área de conhecimento. A proposta é deixar de pensar o “conteúdo pelo conteúdo”,
organizando as possibilidades de aprendizagem através de habilidades que possibilitem o pleno
desenvolvimento das aprendizagens dos alunos.
No Currículo Carioca encontramos habilidades negritadas que representam as expectativas de
consolidação da aprendizagem em cada ano de escolaridade e a base para o “Comportamento de Saída” do
ano de escolaridade em questão. Acesse o Currículo Carioca:
https://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/exibeconteudo/?id=10885079
No ano de 2020, o mundo foi surpreendido pelo surgimento da pandemia de COVID19, alterando as rotinas
com momentos de paralisação das atividades provocados pela necessidade do distanciamento social.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
Na educação escolar, foi necessário pensar novas alternativas para minimizar o impacto
dos danos causados na manutenção das atividades pedagógicas e na reorganização do
calendário escolar. Diante desse cenário inusitado, o Conselho Nacional de Educação
(CNE) na Resolução CNE/CP nº 02, de 10 de dezembro de 2020, instituiu diretrizes
nacionais orientadoras para implementação dos dispositivos da Lei Federal nº
14.040/2020, que estabelece normas excepcionais a serem adotadas pelos sistemas de
ensino e pelas redes escolares públicas e privadas. Em decorrência ao §3 do art.2º, que
trata do cumprimento dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, inclusive por
meio da adoção de um continuum de dois anos escolares em um ano letivo, o Conselho
Municipal de Educação do Rio de Janeiro aprovou a Deliberação E/CME nº 48, de 11 de
maio de 2021, com a Priorização Curricular de 2021 na Rede Pública de Ensino do
Município do Rio de Janeiro, no contexto de pandemia.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
3. PRIORIZAÇÃO CURRICULAR
Com o início da nova gestão municipal em janeiro de 2021, viu-se a necessidade de realizar a Priorização Curricular de 2021. Essa não é
uma nova proposta curricular da Rede Municipal de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro e não se norteia pela ideia de um currículo
mínimo, mas pretende destacar as habilidades do Currículo Carioca que precisam ser contempladas em 2021, para uma orientação
clara e objetiva do trabalho do professor.
Conselho Municipal de Educação aprovou a Priorização Curricular
(http://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/exibeconteudo/?id=12834446 Portanto, em 2021, os estudantes devem desenvolver
habilidades previstas para o ano de 2020 e 2021, com exceção da Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental.
O Currículo da Educação Infantil, tendo como eixos estruturantes do seu trabalho as Interações e Brincadeiras, nos Direitos de
Aprendizagem e na perspectiva dos campos de experiência, não demandou, no momento pandêmico, uma reorganização, posto que
as experiências vividas e/ou proporcionadas não são sustentadas por uma cronologia. Dessa forma, não há, mesmo no contexto atual,
uma priorização de experiências para a Educação Infantil.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
Para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Priorização Curricular garantiu os aspectos essenciais para a modalidade, assegurando os 3
(três) trimestres letivos, seguindo a sua própria estrutura e organização. A deliberação E/CME N.º 42, de 23/09/2020, assegurou a
organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos garantindo a organização curricular anteriormente realizada.
A Priorização Curricular 2021 abrange as habilidades dos componentes curriculares do Ensino Fundamental e do Projeto de Correção de
Fluxo, Carioca II: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia e Língua Inglesa, respeitando os objetivos de
aprendizagem do Currículo Carioca e considerando:
✔A necessidade de desenvolver ações pedagógicas específicas para contribuir com o trabalho pedagógico dos professores;
✔A Lei Federal N.º 14.040/2020, em seu art.2º, §3º, em que trata do cumprimento dos objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento, inclusive por meio da adoção de um continuum de dois anos escolares em um ano letivo.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
4. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
Tanto o Currículo Carioca, quanto a BNCC trabalham no Ensino Fundamental com o conceito de habilidades. De acordo com a
BNCC (p.29), “as habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes
contextos escolares”.
Macedo (2005) afirma que “a diferença entre habilidade e competência depende do recorte.” Precisamos ter essa afirmativa em
mente, quando pensamos o processo ensino-aprendizagem de nossos alunos. O referido autor continua dizendo que “a habilidade
é uma competência de ordem particular, específica,” que, ao ser desenvolvida, permite ao aluno alcançar a competência proposta
inicialmente.
Segundo Perrenoud (1999), "competência em educação é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes,
capacidades, informações etc.), para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações complexas".
Partindo desse pressuposto, tanto o docente quanto o aprendiz – durante o processo de ensino e aprendizagem – potencializar
suas competências e habilidades.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
Sendo assim, faz parte do papel do gestor na Unidade Escolar: conhecer, organizar e dinamizar, em conjunto com sua equipe
pedagógica, o planejamento do ano letivo a partir do Currículo Carioca/Priorização Curricular, alinhado à BNCC, usando o período de
planejamento pedagógico para rever e reorganizar o seu Projeto Político Pedagógico e as possibilidades e ações de formação dos seus
professores.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
Cabe ao gestor da Unidade Escolar, então, ter ciência de documentos oficiais, que favoreçam uma prática
pedagógica reflexiva e inovadora, oportunizando a melhoria do desempenho dos alunos, tais como:
Com o intuito de auxiliar novas possibilidades pedagógicas no momento atual, a SME elaborou um Documento Orientador para
gestores e professores. Acesse: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/13298672/4335732/SUBE_DocumentoOrientador.pdf, Para
viabilizar o ensino híbrido, a SME/RJ disponibiliza ferramentas digitais que possibilitam e ampliam o trabalho pedagógico nas escolas.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
O Aplicativo Rioeduca em Casa é o software oficial da Rede Municipal do Rio de Janeiro para o Ensino Remoto online.
A SME patrocina o pacote de dados de navegação dentro do aplicativo para alunos e professores quando acessado por
dispositivos móveis. No aplicativo, que está em constante atualização, encontramos aulas ao vivo e gravadas, além de
materiais didáticos ao alcance de todos. Alunos e professores encontram aulas cuidadosamente elaboradas por
professores da Secretaria Municipal de Educação, além de conteúdos cedidos por organizações parceiras. As aulas são
transmitidas a partir de estúdios da Multirio. Os conteúdos do Rioeduca em Casa ficam disponíveis para futuras
consultas de alunos e professores, oportunizando ampliar o repertório de possibilidades de ensino e aprendizagem.
Acesse: https://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/exibeconteudo/?id=12487659
Você vai encontrar dentro do aplicativo Rioeduca em Casa, dentre outras possibilidades:
Rioeducopédia é um ambiente virtual onde as videoaulas do Rioeduca na TV estão inseridas em itinerários junto com o Material
Rioeduca Digital, o Quizz Educa com feedback de respostas imediato e relatórios para os professores e gestores -
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=EysPaAANOvI
Rioeduca em Ação é uma plataforma instalada no aplicativo Rioeduca em Casa que tem como objetivo principal apoiar professores e
gestores educacionais na verificação da aprendizagem das crianças e dos jovens da Rede Municipal do Rio de Janeiro, trazendo, entre
tantas possibilidades, os resultados dos alunos nas Atividades Diagnósticas em Rede.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
O gestor deve estar ciente de que o grande objetivo da escola, que foi evidenciado neste momento, é que a
escola aplique todos os recursos disponíveis e possíveis para viabilizar a integração dos ambientes de ensino
presencial e remoto com as novas tecnologias, entre professores e alunos, garantindo avanços na
aprendizagem.
Entendemos como Ensino Híbrido o modelo em que o ensino remoto (on-line) e o presencial se
complementam, com foco na personalização da aprendizagem e num maior aproveitamento do tempo, das
condições e possibilidades de intervenção com os alunos.
Podemos destacar, no ensino híbrido, a integração das atividades da sala de aula com as atividades on-line, ou
seja, o ensino presencial com as propostas remotas.
Na verdade, o gestor precisa criar possibilidades para que os professores possam trabalhar as atividades
pedagógicas, permitindo, ao mesmo tempo, caminhos personalizados para atender às necessidades, não
simplesmente de todos, mas de cada um dos nossos alunos.
Para aprofundamento do tema acesse:
https://ceipe.fgv.br/artigos/politicas-educacionais-em-acao-numero-14
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
https://www.youtube.com/watch?v=E8NlU_07XRI&t=4s
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
Não adianta apenas leis, é necessário que se tenha uma visão ampla da realidade educacional do
país. Apesar de se falar em educação para todos, temos de analisar como essa educação vem
acontecendo, sem deixar lacunas no que se refere a um trabalho para a diversidade. A inclusão vem
garantir o direito à educação, assegurando o cumprimento das leis e os direitos do cidadão.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
Vários documentos nacionais, estaduais e municipais, no caso da Cidade do Rio de Janeiro, traçam suas Diretrizes para a Educação
Especial na Educação Básica.
“O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos
os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um
paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores
indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da
exclusão dentro e fora da escola.” BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva. 2008.”
O aluno, público-alvo da Educação Especial, deve ter acesso ao mesmo currículo dos demais alunos, a matriz
curricular comum da Rede Pública Municipal de Ensino, cabendo ao professor de Atendimento Educacional
Especializado (AEE) fazer as adaptações necessárias, complementando a formação dos alunos, auxiliando-os a
eliminar as barreiras e limitações que dificultam a autonomia e participação nas turmas regulares.
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS
Muitos alunos encontram-se inseridos nas classes regulares. Os professores muitas vezes não se sentem preparados
para estes desafios.
Neste sentido, cabe ao gestor propor discussões e acesso a materiais atualizados de estudo e novas propostas
metodológicas que podem auxiliar na prática e na construção do PEI – Planejamento Educacional Individualizado.
Este dispositivo do planejamento é um instrumento que garante o atendimento às necessidades específicas dos
alunos, inclusive acerca da avaliação. Esse documento será abordado na UNIDADE 4 sobre Planejamento.
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
A avaliação é um dos maiores desafios para a equipe escolar e para a gestão. É fundamental o estudo sobre as propostas da SME e a
revisitação aos documentos oficiais. Segundo o IHA, a avaliação pedagógica é um processo dinâmico, que considera tanto o
conhecimento prévio e o nível atual do desenvolvimento do aluno, quanto às possibilidades de aprendizagens futuras, configurando uma
ação pedagógica processual e formativa.
O gestor da Unidade Escolar deve estar atenta ao desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo os
aspectos qualitativos, que indiquem as intervenções pedagógicas necessárias numa ação compartilhada.
As trocas entre pares também costumam ser estratégias propostas com sucesso pelos em todos os âmbitos. O professor não está
sozinho neste processo de inclusão, é possível estabelecer uma boa relação com toda rede de apoio e extrair desta parceria bons
resultados O gestor deve envolver toda comunidade escolar neste processo.
Dessa forma, a partir da Conferência Mundial em Jomtien, na Tailândia, no ano de 1990, os países foram incentivados a elaborar
Planos Decenais de Educação Para Todos, de acordo com as diretrizes e metas do Plano de Ação da Conferência. Em decorrência, foi
elaborado no Brasil o Plano Decenal de Educação para Todos, cuja meta principal era assegurar, em dez anos (1993 a 2003), a crianças,
jovens e adultos, os conteúdos mínimos em matéria de aprendizagem que respondam às necessidades elementares da vida
contemporânea (universalização da educação fundamental e erradicação do analfabetismo).
MÓDULO 1: GESTÃO DE ENSINO
Para pensar nesse ambiente positivo podemos investir na exposição dos trabalhos dos
alunos, na facilitação do acesso a materiais distintos, a um mobiliário organizado de modo a
estimular as interações e colaborações. Os alunos devem ser desafiados, apoiados e
sentirem-se envolvidos e seguros no espaço escolar.
No que tange ao currículo, é essencial atentarmos para o currículo informal, para as
aprendizagens que ocorrem por meio do que não é planejado através das interações e
relações. Para Tomlinson e Imbeau (2010), o currículo é um plano organizado para envolver
os alunos com saberes, conhecimentos e competências importantes. De que modo estamos
cativando, fascinando e estimulando os nossos alunos a participação/aprendizagem?
A avaliação é fundamental, quando pensamos em aulas dinâmicas através do ensino
diferenciado. Ela permite de modo contínuo, que observemos os pontos fracos e fortes dos
alunos. Assim, a diferenciação pedagógica é “uma forma de resposta proativa do professor
face às necessidades de cada aluno” (TOMLINSON & ALLAN,2002, p. 14)
Unidade 4
Plano Estratégico e
Planejamento
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO PARA GESTORES DE UNIDADES ESCOLARES Nível 1
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
1. PLANO ESTRATÉGICO
O Plano Estratégico da Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, para o período de
2021 a 2024 tem como objetivo central a construção de estratégias que possibilitem a
ideação* de objetivos, as ações do município e o monitoramento de políticas públicas
a serem realizadas ao longo dos quatro anos de governo. É neste Plano Estratégico
que estão contidas as metas planejadas para cada Secretaria Municipal.
Para a leitura na integra do Plano Estratégico da Prefeitura do RJ 2021/2024 acesse:
https://plano-estrategico-2021-a-2024-pcrj.hub.arcgis.com/
O gestor escolar deve conhecer e estar ciente das metas e iniciativas propostas para a Educação no Município do Rio de Janeiro
especificando-as no seu plano de gestão. O gestor deve planejar e desenvolver ações na Unidade Escolar que atendam as estratégias de
ação elencadas para a Educação, lembrando dos diferentes dispositivos que constituem o planejamento escolar e garantindo a
participação de todos os atores envolvidos da nas ações planejadas pela SME para atingir as metas estabelecidas.
Veja os Projetos relacionados as metas da Educação: Rio Integral, Rio Aprende+, Reforço Rio e Olimpíadas de Matemática, nos
slides a seguir.
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
Objetivos
específicos Ampliar o número de Garantir modelo de
Reestruturar Garantir formação
vagas de ensino alocação eficiente
modelo continuada
integral pedagógico
• Otimizar o espaço da • Reformular matriz curricular • Formar as equipes a • Alocação compatibilizada com a
escola • Aprimorar parte partir de materiais de jornada
• Criar novas vagas diversificada dos diferentes apoio para a Parte • Alocação de profissionais de
Estratégias
• Ampliar modelos de TU modelos de tempo integral Diversificada do acordo com a matriz curricular
pensando na trajetória • Levar a parte diversificada currículo • Movimentação prioritária de
pedagógica do aluno da do TU para toda a Rede por profissionais de apoio para TU
educação infantil ao final meio do ensino remoto
do ensino fundamental
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
• Formação de professores
com foco nas habilidades • Priorização curricular – 2 • Avaliação externa
críticas anos em 1 • Monitoramento de resultados
• Formar equipe gestora e • Material pedagógico • Avaliações bimestrais
Estratégias
coordenadores digital e impresso • Indicadores para modelo de
pedagógicos para gestão • Rioeduca na TV gestão e acompanhamento que
de aprendizagem • Rioeduca em Casa direcionem ações pedagógicas
• Revisão curricular
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
3. O PLANEJAMENTO
Através do planejamento, o gestor organiza, delimita e direciona suas ações para que possa atingir as metas da SME/RJ e da
Unidade Escolar. Segundo Fernández (2019), se considerarmos o planejamento como uma forma de organizar, de articular atores
sociais coletivos em função do desenvolvimento de um projeto, evidencia-se a sua necessidade frente à diversidade de dispositivos
do planejamento escolar atual, como o Projeto Político Pedagógico, o projeto curricular, os projetos de aula e didáticos, que
veremos a seguir.
O planejamento favorece a organização do trabalho pedagógico na complexidade do cotidiano escolar.
Contudo, a necessária organização e articulação destes dispositivos só serão possíveis através da participação dos diversos atores,
cada um a partir do seu lugar e dos seus saberes, com foco no currículo e na aprendizagem dos estudantes. Isso nos faz perceber
que o planejamento está o tempo todo no nosso cotidiano, tanto dentro quanto fora da escola. É de responsabilidade do gestor da
Unidade Escolar conhecer e analisar o contexto local, político, social e cultural, e a partir desta problematização, articular em
conjunto com sua equipe, todos estes dispositivos em função do projeto maior: a aprendizagem dos estudantes!
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
https://www.youtube.com/watch?v=WVp2qC8HGAQ
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
Combinar coletivamente como serão processados os problemas da escola, e configurar o papel do gestor
enquanto liderança neste espaço, é fundamental. Antes de pensar no planejamento e ações possíveis, o diretor
deve saber onde buscar as informações da sua escola.
Em nível nacional podemos encontrar:
● Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), criado em 1990, é elaborado com o objetivo de
identificar fatores que possam interferir no desempenho dos estudantes e dar um indicativo da
qualidade do ensino. Desde 2005, o SAEB avalia a proficiência de forma censitária os alunos do 5º e 9º
anos do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa e Matemática. As médias de proficiência do SAEB
são utilizadas para calcular a Nota Padronizada, um dos indicadores que compõe o Ideb.
● PISA - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, é um estudo comparativo internacional realizado a cada três anos
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Pisa oferece informações sobre o desempenho dos
estudantes na faixa etária dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos
países, vinculando dados sobre antecedentes educacionais e suas atitudes em relação à aprendizagem, e também aos principais
fatores que moldam sua aprendizagem, dentro e fora da escola.
A partir de 2019, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) contou com várias novidades, passando a avaliar
a educação infantil, a alfabetização no 2º ano e ciências da natureza no 9º ano, de forma amostral.
Com a aprovação da BNCC, o INEP publicou uma nova matriz de referência do SAEB, que será gradativamente
adotada:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia_versao_1.
0.pdf
O site Qedu.org.br disponibiliza os dados do SAEB e do Censo Escolar por escola e Rede de Ensino de forma bastante
acessível. As metas de aprendizagem do PNE são aferidas a partir dos resultados do SAEB.
Acesse o site do Qedu e busque informações da sua escola:
https://novo.qedu.org.br/?gclid=CjwKCAjwqeWKBhBFEiwABo_XBkHNiqGIQ0vBIxSxvYvcFAl3zxIC47SJ8ce36fHYxxndxfi
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MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
Pensando na coleta de dados e informações da escola, o gestor e sua equipe devem ter ciência de que os problemas em curso
precisam de um planejamento reativo, porém, devem estar atentos aos problemas potenciais, aqueles que estão que ainda estão no
começo, sem tanta gravidade, porém para os quais a gestão precisa de um planejamento proativo.
Por exemplo:
Para um problema com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental que não estão frequentando as aulas presenciais neste
momento, precisamos planejar reativamente. Porém, a diminuição de matrículas no início do ano letivo para o 6º ano do Ensino
Fundamental é um problema potencial que exige um planejamento proativo.
É necessário definir o conteúdo dos problemas. Definições genéricas não colaboram muito com a sua resolução, por isso é também
importante identificá-los e descrevê-los detalhadamente, tanto quantitativa quanto qualitativamente, a fim de torná-los mais claros
e monitoráveis. Para isso, atualmente, além das informações produzidas na e pela própria escola, contamos com as informações
provenientes das avaliações em larga escala e do Censo Escolar, como vimos anteriormente.
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
Com todos esses dados e problemas identificados e registrados, temos que priorizar os mais importantes do ponto de vista técnico-
pedagógico (taxas de fluxo, reprovação, evasão, proficiência dos estudantes, frequência discente e docente, etc.). Mas tampouco
podemos desconsiderar aqueles problemas que a grande maioria aponta como urgentes. Esse é o ponto de vista político, ou seja, do
consenso de todos.
4. PLANO DE AÇÕES/METAS
Qual é a diferença entre
objetivos e metas?
No plano de ação, estabelecemos o que a escola pode e deve fazer para alcançar seus
objetivos, articulando os níveis político e operacional. O plano de ação organiza e dispõe
ações, recursos, responsáveis e formas/momentos de avaliação para atingir os objetivos
propostos pela escola no seu Projeto Político Pedagógico. Ele estabelece prazos e define um
cronograma para organizar a ação. Sempre que possível, quantifica os objetivos a serem
alcançados, a fim de poder monitorá-los mais facilmente, e facilitar a avaliação do plano.
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
⮚ Cabe ressaltar que o Plano de ação da Gestão tem que estar em consonância com as
metas da Rede Municipal de Educação, como vimos no início desta unidade.
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
5. PLANEJAMENTO CURRICULAR
O Planejamento curricular na escola é uma das etapas de sistema mais amplo, que contribui para a consolidação do Currículo, como
veremos a seguir.
O planejamento curricular próprio de cada escola irá, portanto, consolidar todas essas vertentes por meio de decisões, que resultam de
um processo de envolvimento e participação das famílias e da comunidade.
Etapas do Planejamento Curricular:
a) Avaliar e diagnosticar
Esta etapa consiste em avaliar as necessidades de aprendizagem dos alunos e avaliar o programa atual de ensino e aprendizagem da sua
escola. As atividades da Avaliação Diagnóstica em Rede são um instrumento importante nesta etapa.
b) Priorizar e definir metas:
Esta etapa estabelece metas para o crescimento do aprendizado dos alunos. Priorize as ações que terão maior impacto no
desenvolvimento escolar do aluno.
c) Implementar e monitorar
Nesta etapa, deve-se Implementar uma abordagem integrada ao currículo, ensino e avaliação, monitorando o ensino e o programa de
aprendizagem da sua escola.
MÓDULO I - GESTÃO DE ENSINO
6. PROJETO DIDÁTICO
O Projeto Didático organiza os conteúdos a serem trabalhados de forma multidisciplinar,
prevendo ações, tempos e recursos para o trabalho pedagógico conjunto. Pode ter estruturas
diferentes, dependendo do tema proposto, podendo ser implementado entre várias turmas e
docentes e até entre mais de uma escola.
Entende-se que Projeto Didático é um dispositivo de organização do planejamento escolar com o
objetivo de mediar o currículo da escola com as propostas de ensino a serem desenvolvidas.
Tem como propósito ser o instrumento de organização pedagógica do conteúdo, da metodologia, do tempo e dos recursos
existentes para o desenvolvimento de aprendizagem do estudante.
De acordo com sua definição e propósito, pode-se também reconhecê-lo como Projeto Pedagógico, mas optamos aqui por utilizar
o termo Projeto Didático para marcar a diferença, de recorrente confusão, com Projeto Político Pedagógico.
O Projeto Didático constitui o desdobramento da dimensão didático-pedagógica do PPP, sendo o responsável por estruturar a
proposta pedagógica a ser aplicada no cotidiano escolar.
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7. PLANO DE AULA
O plano de aula é flexível e apresenta uma sequência do que ocorrerá em um dia letivo. Possui
vinculação com o PPP e com a proposta curricular da escola, com foco numa turma ou um grupo
de alunos. Organiza e norteia o trabalho pedagógico no que diz respeito à forma em que o
professor trabalhará determinados conteúdos em sala de aula, objetivando desenvolver as
habilidades propostas no currículo. É elaborado pelo próprio professor, de acordo com o previsto
para o bimestre/trimestre em cada escola.
Trata-se do plano a ser elaborado por cada professor da Unidade Escolar, a cada 15 dias, devendo conter as propostas de atividades
síncronas (interativas em tempo real) e assíncronas, elaboradas pelos professores para os seus estudantes.
As atividades assíncronas podem incluir recursos e exercícios disponibilizados em ambiente virtual por meio de plataformas,
aplicativos e demais tecnologias da informação e comunicação, além de videoaulas transmitidas pela televisão, materiais didáticos
digitais e impressos.
O Plano de Atividades Remotas (PAR) tem como objetivo principal o cumprimento da Reorganização do Currículo Carioca e da
aplicabilidade das Orientações Curriculares da Educação Infantil e do Programa de Jovens e Adultos. É de responsabilidade do gestor
da Unidade Escolar o acompanhamento e monitoramento das ações traçadas neste planejamento.
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Avaliação
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO PARA GESTORES DE UNIDADES ESCOLARES Nível 1
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DEFININDO AVALIAÇÃO
https://www.youtube.com/watch?v=FmUQpsWOjis&t=4s
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Avaliar deve ser um exercício conjunto e diversificado. Conjunto no sentido de que cada unidade escolar,
por meio do gestor e equipe gestora em interlocução constante com seus professores, portanto em
coletividade, deve discutir e planejar parâmetros avaliativos e metas a serem alcançadas por meio das
avaliações de acordo com seu contexto situacional. Diversificado, pois cada unidade escolar verificará, a
partir de seu próprio contexto social, planejamento e metas almejadas de acordo com as políticas
educacionais emanadas da Secretaria Municipal de Educação.
Ao nos dispormos a avaliar, precisamos primeiramente ter em conta o que estamos avaliando:
✔ O que o aluno ainda precisa aprender, pois ainda não foi consolidado;
A avaliação não começa nem tampouco termina em um exame pontual, ela abrange o antes, o durante e o depois, e
abarca o comprometimento de toda a comunidade escolar. Faz parte do papel do gestor da Unidade Escolar liderar
a organização das estratégias de reforço escolar após o período de avaliação, a partir da leitura e interpretação dos
dados e de informações da sua escola. O processo se reinicia, reorganizando o planejamento e traçando ações de
possibilidades de avanço na aprendizagem dos alunos.
De acordo com a “Matriz Nacional Comum de Competências do Diretor Escolar” (2020) faz parte das atribuições do
diretor da escola:
✔Promover estratégias de acompanhamento e avaliação do ensino aprendizagem, prevendo sempre a
colaboração dos docentes e a transparência dos processos também para estudantes e seus pais.
✔Conhecer, divulgar e monitorar os indicadores de desempenho acadêmico dos estudantes em avaliações de larga
escala e internas, as taxas de abandono e reprovação.
✔Utilizar os dados de desempenho e fluxo da escola na orientação e planejamento pedagógico em colaboração
com os demais agentes escolares, em particular, o corpo docente.
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Em 28 de abril de 2021, foi estabelecida em caráter excepcional a Resolução SME nº 261, que veio revogar as resoluções anteriores,
definindo novas diretrizes sobre a avaliação do processo de ensino-aprendizagem na rede municipal de escolas públicas.
O texto da resolução evidencia a necessidade de dar maior autonomia às unidades escolares, entendendo a equipe gestora como
capaz de observar o contexto de particularidades da comunidade escolar da qual faz parte, para, então, conciliar as diretrizes
estabelecidas com as especificidades de seu público. Essa autonomia ocorre em consonância com os parâmetros educacionais
estabelecidos oficialmente e com o Plano de Atividades Remotas, construído coletivamente em cada Unidade Escolar (já citado na
Unidade IV).
De acordo com a atual resolução, a avaliação do processo de ensino e aprendizagem do aluno deve considerar o Continuun
Curricular do biênio 2020/2021, considerando as lacunas de um processo de aprendizagem remota, tendo em vista as peculiaridades
de uma rede social e economicamente diversa como a nossa.
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O rendimento dos alunos, aferido formalmente por meio de provas, testes, pesquisas, trabalhos,
tarefas etc., do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, Carioca II e do Programa de Educação de
Jovens e Adultos, será considerado em conjunto com as Atividades Diagnósticas em Rede,
elaboradas pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Os resultados devem ser
observados atentamente e registrados pelo gestor, para o acompanhamento do desenvolvimento
da aprendizagem dos alunos, devendo servir como ponto de partida para possível
replanejamento das ações pedagógicas, endereçadas às turmas ou individualizadas, a cada
bimestre ou trimestre.
Esse resultado, aferido pela observação do desempenho do estudante nas avaliações propostas
por professores da escola e nas Atividades Diagnósticas em Rede, terá como objetivo, portanto, o
monitoramento do Continuum Curricular pelo gestor. A avaliação escolar assumirá um caráter
diagnóstico e deverá considerar a continuidade do percurso de aprendizagem inconcluso no ano
de 2020, suas interrupções e lacunas.
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O resultado da avaliação sobre o rendimento de cada aluno deve ser expresso por
meio do conceito global determinado considerando aspectos qualitativos da avaliação
e definido pelo coletivo de professores da turma, com a mediação da equipe gestora,
constituindo-se na síntese dos apontamentos realizados no Registro de Classe.
É importante deixar claro que todo processo avaliativo precisa de critérios bem
definidos pelo coletivo da comunidade escolar, como forma de promover uma
avaliação justa e equilibrada, que seja do conhecimento do avaliado e de seus
responsáveis. Além de seguir toda a legislação da esfera municipal.
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Vejamos todos os aspectos que devem ser considerados por cada professor e, posteriormente, pelo coletivo
em Conselho de Classe, de acordo com a Resolução SME nº 261, para a prática avaliativa:
✔Deve ser feitoo diagnóstico das lacunas e dos avanços na aprendizagem dos alunos;
✔É necessário ampliar o olhar sobre os alunos, de forma inclusiva, para identificar e fomentar seus
potenciais;
✔A avaliação deve ocorrer em diversos formatos, de modo a contemplar as diversas formas como os alunos
aprendem e demonstram seus saberes;
✔A prática avaliativa deve contribuir para a reelaboração da prática pedagógica dos professores e da
Unidade Escolar a partir dos apontamentos realizados pelos professores e alunos.
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Nos anos de escolaridade em que é prevista a retenção dos alunos por conceito, será
retido o aluno, dentro do Continuum Curricular, que apresentar conceito RI (Reforço
Intensivo) ou a sigla DF (Deixou de Frequentar) na maior parte das avaliações e
atividades do bimestre ou trimestre, tendo sido esgotados todos os esforços para
estimular a melhora da aprendizagem e o desenvolvimento do aluno.
Para cada aluno retido deverá ser elaborado um Relatório de Conceito RI, onde constará
todo o percurso do aluno até o final do ano letivo. Esse relatório tem como objetivo
deixar registradas as dificuldades e lacunas do aluno em seu percurso de aprendizagem,
facilitando seu reconhecimento caso mude de professor ou de escola.
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Por fim, de acordo com a resolução nº 261, são documentos comprobatórios do processo de avaliação de aprendizagem:
II.O Boletim;
V.O Plano Educacional Individualizado - PEI - para alunos público-alvo da Educação Especial;
https://doweb.rio.rj.gov.br/apifront/portal/edicoes/imprimir_materia/727274/4930
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Conselho de Classe ocorre conforme calendário anual divulgado pelo nível central da
Secretaria Municipal de Educação Acesse calendário atualizado de 2021:
https://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/exibeconteudo/?id=12219973.
O gestor deve orientar a equipe docente a manter um olhar sensível, imparcial e atento
aos alunos, considerando o multiculturalismo de nossa sociedade e os avanços
individuais de cada estudante. A elaboração de um instrumento simples em forma de
tabela para avaliar qualitativamente os alunos da unidade escolar ou o registro de
observações no diário de classe para acompanhamento desses aspectos são propostas
válidas para a manutenção da objetividade no momento em que a avaliação for discutida
no coletivo.
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Esse percurso deve ficar exposto em local visível a todos os alunos em sala de aula, além
de ser apresentado aos responsáveis e, se possível, ser distribuído aos alunos para que
tenham em seus cadernos.
Nos dois anos iniciais do Ensino Fundamental, em que não ocorre a retenção do aluno, o
sujeito aprendente é igualmente avaliado, de acordo com seus avanços e dificuldades,
por meio dos mesmos instrumentos empregados nos demais segmentos. O fato de não
haver retenção não invalida os conceitos conferidos ao aluno pelo professor, podendo a
escola servir-se desse registro posteriormente para compreender o mapa de
desenvolvimento do estudante.
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encurtador.com.br/jxAOZ
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Um dos principais inimigos da boa gestão é o achismo, pois a partir dele tiramos conclusões baseadas em
percepções sobre o mundo que não necessariamente podem retratar a realidade. Utilizar dados é uma forma
de acabar com achismos pois com eles conseguimos analisar os resultados e tomar decisões mais assertivas,
priorizando o que é necessário.
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Com dados, conseguimos despersonificar resultados e criar uma cultura mais colaborativa e
menos individual, aumentando o aprendizado dos alunos e melhorando a educação.
É preciso conhecer diferentes formas de colher e analisar dados e refletir sobre o que faz mais
sentido para a sua realidade. Desde que o QEdu surgiu, em 2012, falamos sobre a importância do
uso de dados na educação. Com o passar dos anos, o assunto ganhou mais destaque, mas ainda
assim pode parecer algo distante da realidade de milhares de escolas de todo o país.
Basta imaginar assim: uma escola percebeu que seus alunos do 5º ano possuíam uma média baixa
em matemática. A direção, coordenação e professores decidiram aplicar uma avaliação em todas
as turmas para encontrar os pontos de atenção.
A ação imediata foi um reforço nos conteúdos básicos da disciplina.
Mas ainda é possível fazer mais! A escola decidiu olhar para os resultados de cada sala e entender
as particularidades de cada uma. A partir disso, conseguiram traçar estratégias para as turmas com
o objetivo de aumentar o aprendizado dos alunos.
Três meses depois, uma nova avaliação mostrou que o desempenho estava melhorando.
E você, tem usado dados para pensar a melhoria da educação? Ou ainda continua nos achismos?
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Retomando as reflexões...
Algumas dificuldades que emergem durante o processo avaliativo podem ter inumeráveis
razões. O indivíduo que passa por problemas de ordem emocional, social ou econômica terá
maior prejuízo de sua capacidade de concentração, dificultando sua aprendizagem. É por
isso que o olhar sobre o avaliado precisa adquirir um caráter empático e holístico para
considerar possíveis entraves que atravessam esse processo e demandam da Unidade
Escolar um auxílio a mais para serem superados.
Obstáculos de qualquer ordem podem ser evidenciados pelas dificuldades de aprendizagem,
tornando-se meios de identificar um problema, entretanto não devem ser tomados como
determinantes absolutos de um fracasso a curto, médio ou longo prazo. A escola deve
cumprir suas funções de forma diferente para indivíduos diferentes, tendo como um de
seus objetivos, talvez o primordial dentro da escola pública, não permitir que o percurso
histórico e social da criança seja um determinante limitador e excludente.
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Dessa forma, tomemos como ponto de partida para a elaboração de uma avaliação
coerente com os parâmetros de nossa rede a instrumentalização do percurso formativo.
Lembrando que um percurso formativo deve conter as competências, habilidades e
objetos de conhecimento a serem assimilados num determinado período de acordo com
o currículo exigido para cada segmento. Com base no percurso, serão verificadas quais
competências, habilidades e objetos foram esgotados pelo docente em cada turma. Uma
vez analisado esse conteúdo, a avaliação contemplará ao menos uma questão de cada
item do percurso.
Uma avaliação eficaz deve conter itens objetivos e itens discursivos com graus variados
de dificuldade, que podem ir do mais fácil e simples ao mais complexo, considerando ao
menos uma questão que exija do aluno uma análise crítica (“qual sua opinião sobre...”,
“o que você pensa a respeito de...”, “o que você faria caso...”, etc.).
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OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO
O IDEB está previsto no Plano Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro, aprovado em 2018 e com validade de 10 anos, tendo
sido estabelecida uma meta a ser atingida pelas escolas cariocas a cada biênio, com o objetivo de aprimorar a oferta educativa aos
estudantes.
A meta do PME-RJ de fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas e modalidades com melhoria do fluxo escolar e da
aprendizagem de modo a considerar que a qualidade social da educação, deverá ser cumprida a partir da garantia da aprendizagem
significativa dos estudantes, através da valorização dos profissionais da educação e da melhoria da infraestrutura das unidades escolares.
Além disso, atingir as seguintes médias nacionais para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica:
Muitos são os desafios a serem enfrentados pelas escolas, mas a gestão deve ter um olhar amplo sobre a avaliação e estar atenta às
diferentes ferramentas, dados e informações disponíveis. O uso de diferentes dados e instrumentos de avaliação escolar contribuirão
para identificar pontos chaves que necessitam de maior atenção, além de auxiliar no planejamento de ações em prol do
desenvolvimento dos alunos e da melhoria da oferta educativa na instituição de ensino.
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Desta forma, vejamos cada um dos itens que respondem ao percurso proposto pelas questões
acima:
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Cada unidade escolar pode estabelecer seus próprios parâmetros para uma avaliação interna tendo como base as áreas ou dimensões
citadas. É possível explorar apenas aquelas consideradas pela equipe como as mais necessárias; explorar uma de cada vez ou todas ao
mesmo tempo, desde que, a partir do resultado inicial, novas etapas avaliativas sejam desenvolvidas no interior da escola.(Mary Ângela
Brandalise - 2003)
Por outro lado, no tocante a quem planeja o instrumento avaliativo, ao reconhecermos a escola como um espaço constituído por
variados atores, é interessante que esse instrumento seja elaborado coletivamente, seja pelos membros do Conselho Escola-
Comunidade, seja por um grupo de trabalho paralelo formado por diversos representantes da comunidade escolar e com este intuito
exclusivo.
A escolha sobre quais atores avaliarão a escola estará atrelada ao planejamento desta ação avaliativa e do que se deseja alcançar a
partir dela. Com base nesta primeira deliberação, é possível construir instrumentos que possibilitem a avaliação por toda a comunidade
ao mesmo tempo, ou construir avaliações que sejam direcionadas especificamente aos interesses de cada segmento em períodos
diferentes. Por outro lado, em lugar de demandar a avaliação de todos também é possível definir diferentes representantes de cada
segmento para a realização desta incumbência.
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É de suma importância ter em vista que avaliações diferentes devem ser orientadas para segmentos diferentes, posto que cada setor da
comunidade escolar tem acesso a um determinado “panorama” da unidade escolar. Brandalise nos lembra que uma “coleta de dados
precisa ser feita de uma forma não incomodativa, com discrição, com profissionalismo, pois a escola não para porque nela está em
desenvolvimento um processo de autoavaliação.”
COMO AVALIAR?
É possível aplicar questionários, entrevistas, observação seguida de relatórios, portifólio de projetos e documentos, seminários, pesquisa
comparativa em arquivos, análise de documentos, análise quantitativa, entre outros instrumentos.
Efetuada a avaliação, procede-se à análise dos dados, com a integração e síntese dos resultados para posterior feedback à comunidade.
Essa análise pode ser feita por meio de tabelas, gráficos, sinopses, registros pontuais de situações-problema ou fragilidades e diagramas
que relacionem os dados observados.
Os resultados preliminares, levantados a partir da análise dos dados, podem levar à necessidade de nova avaliação para apuração de
tendências, que venham a revelar o perfil da escola e do que é preciso melhorar ou manter. Os resultados precisos, esgotadas as
avaliações, serão organizados de acordo com cada dimensão analisada, expressando o pensamento do coletivo escolar que participou
do processo.
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A imagem, que é formada da escola por meio de uma avaliação, apenas será completa ao procederem à interpretação desses
resultados, entendendo pontos positivos, pontos negativos, fragilidades, potencialidades em cada uma das áreas analisadas. A
divulgação dos resultados deve ser feita a toda a comunidade para que o processo seja legitimado. Apresentar, divulgar, debater de
forma ampla oportuniza a manifestação de pontos de vista e a revisão de conclusões, caso as discussões acrescentem contribuições que
auxiliem no aprofundamento da interpretação.
Um plano de desenvolvimento institucional eficaz permite à escola olhar-se criticamente, considerando seus valores e potencialidades.
Enfim, a prática avaliativa só deve ser instrumentalizada para estimular a superação de dificuldades e determinar novas metas de
transformação e sucesso tanto para alunos quanto para a própria instituição.