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DIREITO CIVIL1
1 - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro; Aplicação da Lei no Tempo e no Espaço. Interpretação
e Integração da Lei. Analogia. Princípios Gerais do Direito e Equidade. Usos e Costumes.
Art. 1º VACATIO LEGIS: é o período que medeia entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor.
99Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão. Exemplo: o novo CPC geralmente temos a
expressão na lei determinando “entra em vigor um ano depois de publicada”.
99Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em consonância com o artigo 1.º da Lei de Introdução,
ou seja, no silêncio da lei entra em vigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no es-
trangeiro, quando admitida, três meses após a publicação oficial.
99Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena repercussão, entra em vigor na data de publi-
cação, devendo esta estar expressa ao final do texto legal.
-Correção da norma:
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste
artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando
regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, NÃO revoga nem modifica a
lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. -
- Revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade e pode ser:
1. total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou parcial (derrogação): quando apenas parte da lei
1 Conforme previsão do edital, o material foi atualizado considerando toda a legislação em vigor na data de sua publicação.
anterior é revogada.
2. Tácita ou expressa.
- Repristinação: é a restauração da vigência de uma lei anteriormente revogada em razão da revogação da lei
revogadora. A regra é não ocorrer a repristinação, entretanto, excepcionalmente, a lei revogada pode ser restaurada
se houver disposição expressa.
Obrigatoriedade “simultânea”: a lei entra em vigor em todos os locais do país ao mesmo tempo.
Art. 4º INTEGRAÇÃO DAS NORMAS: lacuna normativa é a ausência total de norma para um caso concreto.
Formas de integração de lacunas: Analogia, Costumes e Princ. Gerais do Direito (lembrar de ACP).
Analogia: trata-se da primeira forma de integração de lacuna, cujo fundamento é a igualdade jurídica. Ela se con-
cretiza com a comparação de uma determinada hipótese, não prevista em lei, com outra, já contemplada em lei,
e pode ter duas formas:
analogia legis: a lacuna será integrada comparando-se uma situação atípica (não tratada na norma) com uma
outra situação especificadamente prevista em lei (típica).
analogia iuris: o juiz preenche a lacuna com a comparação do caso com o sistema como um todo (análise valora-
tiva do sistema e não com um dispositivo legal específico).
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Direito adquirido: trata-se de uma concepção exclusivamente patrimonialista, ou seja, é aquele direito que se
incorporou ao patrimônio do particular. Ressalte-se que a nova lei deverá respeitar o negócio jurídico celebrado
sob termo ou condição suspensiva.
Coisa julgada: é a autoridade da decisão judicial que torna definitiva e imutável a matéria por ela tratada.
Ato jurídico perfeito: é o ato que já exauriu seus efeitos. Ele é a antítese das relações continuativas, pois estas são
as que perpassam no tempo (iniciam sob a égide de uma lei e continuam após o início de uma nova lei).
#NOVIDADELEGISLATIVA
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abs-
tratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato,
ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e admi-
nistrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições
para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se
podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais
ou excessivos.
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais
do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente.
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos
que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antece-
dentes do agente.
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma
natureza e relativas ao mesmo fato.
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime
de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de
modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste,
processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais
da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de
caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administra-
tiva reiterada e de amplo conhecimento público.
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público,
inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando
for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar com-
promisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua
publicação oficial.
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais;
II – (VETADO);
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orien-
tação geral;
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em
caso de descumprimento.
§ 2º (VETADO).
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compen-
sação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos
envolvidos.
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento,
sua forma e, se for o caso, seu valor.
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os
envolvidos.
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo
ou erro grosseiro.
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera
organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferen-
cialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta
pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver.
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas,
inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão
ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.
2 - Das pessoas. Das pessoas naturais. Das pessoas jurídicas. Desconsideração da Personalidade Jurídica.
Do domicílio.
3 - Ausência. Direitos da Personalidade.
PESSOA NATURAL
99Capacidade DE DIREITO (capacidade de gozo): É a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair
deveres, ou seja, de ser sujeito de direitos e deveres na ordem privada. É condição do próprio ser humano.
Todas as pessoas têm, sem distinção.
99Capacidade DE FATO (capacidade de exercício): Significa a capacidade de, pessoalmente, exercer os atos
da vida civil. Nem todas as pessoas a possuem.
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção,
os direitos do nascituro.
TEORIAS
A personalidade somente seria adquirida a partir do nascimento com vida,
a) TEORIA NATALISTA: independentemente da forma humana e de um tempo mínimo de sobrevida. O
nascituro não poderia ser considerado pessoa, tendo mera expectativa de direitos.
b) TEORIA DA
PERSONALIDADE A personalidade jurídica somente seria adquirida sob a condição de nascer com vida,
CONDICIONAL embora o nascituro já pudesse ser titular de determinados direitos extrapatrimoniais.
(CONDICIONALISTA):
O nascituro seria considerado pessoa desde a concepção, inclusive, para certos efeitos
ou direitos patrimoniais. Ex.: herança. Nascendo com vida, consolida-se esse efeito.
c) TEORIA
CONCEPCIONISTA: OBS.: Embora não seja uniforme, vem ganhando força nos últimos anos. Ex.:
indenização por dano moral ao nascituro (REsp 931556/RS), pagamento de seguro
DPVAT pela morte de um nascituro.
Art. 3º São ABSOLUTAMENTE incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis)
anos.
#ATENÇÃO: A Lei 13.146/15 alterou o regime jurídico das incapacidades, de maneira que apenas o menor de
16 anos é absolutamente incapaz (arts. 3 e 4º), de maneira que não corre contra este a prescrição aquisitiva ou
extintiva (art. 198, I do CC).
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos
da vida civil.
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento PÚBLICO, independentemen-
te de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o
menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos AUSENTES, nos casos em
que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da
guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas
as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
- EXTINÇÃO DA PESSOA FÍSICA: A morte marca o fim da pessoa natural (art. 6º do CC – “A existência da pessoa
natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de
sucessão definitiva”).
Caiu na última prova do TJRJ: Interrupção de gravidez de feto anencéfalo é conduta atípica: é inconstitucional
a interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo seria conduta tipificada nos arts.
124, 126 e 128, I e II, do CP. A interrupção da gravidez de feto anencéfalo é atípica. STF. Plenário. ADPF 54/DF, rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 11 e 12/4/2012.
- Além da morte real (à vista do cadáver), existem as seguintes HIPÓTESES de MORTE PRESUMIDA:
99 (a) Morte presumida por ausência: A ausência é o procedimento em que se declara o estado de desapare-
cimento de uma pessoa do seu domicílio sem deixar procurador. Foi tratada pelo codificador como uma situa-
ção de morte presumida, a partir do momento em que é aberta a sucessão DEFINITIVA dos bens do ausente.
99 (b) Morte presumida sem decretação de ausência (art. 7º do CC): I - se for extremamente provável a
morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não
for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos COMO-
- É um fenômeno jurídico que ocorre quando dois ou mais indivíduos falecem na mesma ocasião, não se poden-
do averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumindo-se simultaneamente mortos. Nota-se
que não é necessário que a morte tenha ocorrido no mesmo local. A presunção da morte simultânea tem como
principal efeito que, não havendo tempo ou oportunidade para a transferência de bens entre os comorientes,
um não herda do outro. #ATENÇÃOPARAASQUESTÕESDESUCESSÃO
DIREITOS DA PERSONALIDADE
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os DIREITOS DA PERSONALIDADE são INTRANSMISSÍVEIS E IRRE-
NUNCIÁVEIS, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Não se transmitem por atos entre vivos ou causa mortis. Mas podem ser
INTRANSMISSIBILIDADE
protegidos os direitos da personalidade de pessoa morta.
Não podem ser objeto de renúncia ou alienação, no entanto, embora não
INALIENABILIDADE E
possam sofrer limitação voluntária, esta é possível, se não for permanente nem
IRRENUNCIABILIDADE
geral (Enunciado 4 do CJF).
Não estão sujeitos à prescrição os direitos da personalidade em si. Mas suas
projeções econômicas estão sujeitas a prazos prescricionais. #ATENÇÃO
IMPRESCRITIBILIDADE
Súmula 149-STF: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas
não o é a de petição de herança.
Perduram durante toda a vida do titular e, em regra, adquirem-se desde a
VITALICIEDADE
concepção, salvo as exceções legais e decorrentes da sua própria natureza.
Não podem ser objeto de penhora ou expropriação, muito embora isso seja
EXTRAPATRIMONIALIDADE
possível quanto às consequências econômicas.
OPONIBILIDADE ERGA Opõem-se à observância de todos, como predicado da proteção da dignidade
OMNES da pessoa humana.
TUTELA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE: O Art. 12, parágrafo único do CC prevê regra geral, tendo como
legitimados: ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até o 4º grau.
Por outro turno, o art. 20, parágrafo único prevê regra especial, pois só trata de determinados direitos da perso-
nalidade (imagem e direitos morais do autor), tendo como legitimados apenas os ascendentes, descendentes e
cônjuge.
A tutela jurídica dos direitos da personalidade pode ser preventiva (específica: sub-rogatória, inibitória, remoção do
ilícito) ou repressiva (reparatória: indenizatória, compensatória).
- NOME
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
99Prenome: é o nome próprio de cada pessoa e tem como função a distinção de membros da própria família,
podendo ser simples (João, José) ou composto (Carlos Eduardo, Pedro Henrique). Pode ser livremente
escolhido pelos pais, devendo prevalecer o bom senso na escolha para não expor o filho ao ridículo.
99Sobrenome ou Patronímico: o sobrenome, também conhecido como apelido de família, cognome ou
patronímico, é o sinal que define e identifica a origem da pessoa, de forma a indicar sua filiação ou estirpe.
É característico da família sendo, assim, transmissível por sucessão. Os apelidos de família são adquiridos
ipso iure, com o simples fato do nascimento.
99Agnome: tem a função de diferenciar pessoas da mesma família que possuem o mesmo prenome e sobre-
nome. São nomes do tipo Filho, Neto, Sobrinho, ou ainda Segundo, Terceiro.
99Nome Vocatório: caracteriza-se por ser aquele pelo qual o indivíduo é comumente conhecido. Pode ser
escolhido pela própria pessoa ou por terceiros, sendo certo que o sujeito poderá insurgir-se contra esse
nome quando utilizado de forma indevida ou ofensiva.
#DEOLHONAJURIS2:
Não se exige que o indivíduo tenha deixado um documento escrito dizendo que desejava ser submetido
à criogenia, podendo essa vontade ser provada por outros meios, como a declaração do familiar mais
próximo
Não há exigência de formalidade específica acerca da manifestação de última vontade do indivíduo sobre a
destinação de seu corpo após a morte, sendo possível a submissão do cadáver ao procedimento de crio-
genia em atenção à vontade manifestada em vida. A criogenia (ou criopreservação) é a técnica de conge-
lamento do corpo humano após a morte, em baixíssima temperatura, a fim de conservá-lo, com o intuito
de reanimação futura da pessoa caso sobrevenha alguma importante descoberta científica que possibilite o
seu retorno à vida. Em outras palavras, a criogenia consiste no congelamento de cadáveres a baixas tem-
peraturas, com a finalidade de que, com os possíveis avanços da ciência, sejam, um dia, ressuscitados.
STJ. 3ª Turma. REsp 1693718-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 26/03/2019 (Info 645).
Transgênero pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer cirurgia de transge-
nitalização e mesmo sem autorização judicial. O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração
de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da ma-
nifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente
pela via administrativa. Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão
do termo “transgênero”. Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, ve-
dada a expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação
2 A jurisprudência deste material foi retirada do site www.buscadordodizerodireito.com.br e do site do STJ (https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/ e https://scon.stj.
jus.br/SCON/recrep/
judicial. Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a reque-
rimento do interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos
públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos. STF. Plenário. RE
670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). Os transgêneros, que assim
o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamentos hormonais
ou patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil.
STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2
e 1º/3/2018 (Info 892).
PESSOA JURÍDICA
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. (In-
cluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segrega-
ção de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos,
tributo, renda e inovação em benefício de todos.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confu-
são patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir
no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo
abuso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
ATENÇÃO! O juiz não pode instaurar de ofício o incidente de desconsideração da personalidade jurídica nas
relações civis.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de
lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Obs. A MP 881/2019 previa o elemento dolo para a caracterização do desvio de finalidade, o que não foi convertido
pela Lei 13.874/2019.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada
por: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insig-
nificante; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de
administradores à pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não
autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica
específica da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
4 - Dos bens. Dos bens divisíveis e indivisíveis. Dos bens considerados em si mesmo. Dos bens fungíveis
e infungíveis. Dos bens reciprocamente considerados. Dos bens públicos. Do bem de família.
- PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA: o bem acessório segue o bem principal. Exceção: pertenças.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário
resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Previsto na Lei nº 8.009/90. Independente de valor, assim como dispensa individualização em escritura e
registro cartorário. Consagrou-se uma impenhorabilidade do bem de família derivada automaticamente
da lei.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado
pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade
familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de
menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 1711
do Código Civil.
#OLHAASÚMULA:
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.
Súmula 449 do STJ: a vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem
de família para efeito de penhora.
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente
a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde
que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
Súmula 205-STJ: A Lei 8.009/90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência.
5 - Dos fatos jurídicos. Do negócio jurídico. Dos defeitos dos negócios jurídicos. Das nulidades. Dos atos
jurídicos lícitos. Dos atos ilícitos. Da prescrição e da decadência. Da prova.
#NOVIDADELEGISLATIVA:
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019)
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais
disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no mo-
mento de sua celebração. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
FATO JURÍDICO EM
ATO-FATO: AÇÕES HUMANAS: ATO JURÍDICO:
SENTIDO ESTRITO:
1. PLANO DE EXISTÊNCIA: Trata-se do plano substantivo do negócio jurídico, em que se analisam os elementos
que compõem a sua existência e sem os quais o negócio é um nada jurídico (inexistente). Apesar de não haver sido
regulado na parte geral do CC, é amplamente aceito pela doutrina e pela jurisprudência.
2. PLANO DE VALIDADE: Verifica se o negócio possui aptidão para produzir efeitos. Os pressupostos de validade
nada mais são que os pressupostos de existência qualificados.
3. PLANO DE EFICÁCIA: No plano da eficácia estudam-se os elementos que interferem na eficácia jurídica do
negócio jurídico. Esses elementos também são chamados de elementos acidentais do negócio jurídico (acidentais
porque podem ou não ocorrer). São eles: Condição, Termo e Meio (ou Encargo).
1. ERRO:
- Espécies de erro:
-Erro impróprio? Incide apenas na vontade declarada, e não em sua intenção. Não foi adotada pelo sistema jurí-
dico brasileiro.
2. DOLO:
-Causa de anulabilidade do negócio jurídico e consiste no artifício ou ardil empregado pela outra parte ou por
terceiro para prejudicar o declarante enganado. É um erro provocado.
-Nos termos do art. 145, somente terá efeito invalidante o dolo principal, ou seja, se atacar a causa do negócio. O
dolo acidental, previsto no art. 146, por atacar aspectos secundários do negócio, não o invalida, gerando apenas
obrigação de pagar perdas e danos.
99Dolo Negativo consiste em uma omissão dolosa de informação ou silêncio intencional que prejudica a
outra parte do negócio. Traduz quebra do dever de informação e violação à boa fé objetiva (art. 147, CC).
Gera a invalidade do negócio jurídico.
99Dolo Bilateral: previsto no art. 150, nenhuma parte pode alegar dolo da outra para anular o negócio.
-A coação traduz violência. Consiste em uma ameaça ou violência psicológica. Não se confundem com a coa-
ção física (vis absoluta), causadora da inexistência do próprio negócio.
4. ESTADO DE PERIGO:
- É causa de anulação do negócio jurídico, quando o agente, diante de uma situação de perigo de dano co-
nhecido pela outra parte, assume uma obrigação excessivamente onerosa, em franco desrespeito ao princípio
da função social.
CHEQUE CAUÇÃO: o cheque caução como condição para atendimento emergencial em hospitais é exemplo da
teoria do estado de perigo para justificar a invalidade do ato praticado, constituindo ilícito penal (art. 135-A do CP).
5. LESÃO:
#DEOLHONAJURIS: É válida a cláusula penal que prevê a perda integral dos valores pagos em contrato de
compromisso de compra e venda firmado entre particulares. Para a caracterização do vício de lesão, exige-se a
presença simultânea de: a) elemento objetivo (desproporção das prestações); e b) elemento subjetivo (a inex-
periência ou a premente necessidade). Os dois elementos devem ser aferidos no caso concreto. Tratando-se de
negócio jurídico bilateral celebrado de forma voluntária entre particulares, é imprescindível a comprovação dos
elementos subjetivos, sendo inadmissível a presunção nesse sentido. O mero interesse econômico em resguardar
o patrimônio investido em determinado negócio jurídico não configura premente necessidade para o fim do art.
157 do Código Civil. STJ. 3ª Turma. REsp 1723690-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 06/08/2019
(Info 653).
-Vício social que gera a nulidade do negócio jurídico. O negócio interno não é o mesmo do negócio manifestado.
Contudo, é admitida a sua conversão (art. 170 do CC).
-Enunciado 152, III, Jornada de Direito Civil: “toda simulação, inclusive, a inocente (que não causa prejuízo), é
invalidante”.
-É um vício social do negócio jurídico. Para fins de prova objetiva, os negócios praticados em fraude contra credo-
res são anuláveis (art. 171, CC).
ÎÎDisposição onerosa: exige a colusão fraudulenta entre as partes (consilium fraudis – elemento subjetivo) e
o prejuízo ao credor (eventus damni – elemento objetivo).
#FOCONASÚMULA: Súmula 195-STJ: Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra
credores.
Súmula 375 do STJ: o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado
ou da prova de má fé de terceiro adquirente.
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na
for ilícito; lei, é ANULÁVEL o negócio jurídico:
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
essencial para a sua validade; perigo, lesão ou fraude contra credores.
→ PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Põe fim à pretensão. Põe fim ao direito.
Relacionada aos direitos subjetivos (cunho
Relacionada aos direitos potestativos (aqueles que se
prestacional. Aqueles que se opõem a um dever
opõem a um estado de sujeição).
jurídico).
Pode ser prevista em lei (decadência legal) ou através
Somente pode ser prevista em lei.
de contrato (decadência convencional).
Prazo de decadência NÃO pode ser impedido,
suspenso ou interrompido (em regra – art. 207 do CC:
Prazo da prescrição pode ser impedido, suspenso “Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à
ou interrompido. decadência as normas que impedem, suspendem ou
interrompem a prescrição”).Exceção (disposição legal em
contrário): art. 26, § 2º, do CDC.
PRAZO
HIPÓTESES
PRESCRICIONAL
01 ANO (i) Segurado contra o segurador, ou deste contra aquele.
02 ANOS (i) Prestações alimentares.
03 ANOS (i) Aluguéis de prédios; (ii) Enriquecimento sem causa; (iii) Reparação civil.
04 ANOS (i) Pretensão relativa à tutela.
(i) Cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; (ii)
05 ANOS
pretensão de profissionais liberais.
10 ANOS Prazo geral (art. 205 do CC)
Súmula 106-STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos iner-
entes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.
6 - Do direito das obrigações. Das modalidades das obrigações. Da transmissão das obrigações. Do
adimplemento e extinção das obrigações. Do inadimplemento das obrigações. Mora, cláusula penal,
perdas e danos.
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor,
cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Na obrigação solidária ativa, qualquer um dos credores pode exigir a obrigação por inteiro. Já na obriga-
ção solidária passiva, a dívida pode ser paga por qualquer um dos devedores.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
A solidariedade contratual não pode ser presumida, devendo resultar da lei (solidariedade legal) ou da
vontade das partes (solidariedade convencional).
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste (permanece), para todos os efeitos, a solidariedade
(art. 271, do CC).
#OLHAOGANCHO: De acordo com o art. 263, do CC/2002, a obrigação indivisível perde esse caráter quando
da sua conversão em perdas e danos, o que não ocorre com a obrigação solidária ativa, que permanece com o
dever do sujeito passivo obrigacional de pagar a quem quer que seja.
O credor que tiver remitido (perdoado) a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que
lhes caiba (art. 272, do CC).
Como novidade na atual codificação material, preceitua o art. 273 que “a um dos credores solidários não pode o
devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros”. As exceções pessoais são defesas de mérito existentes
somente contra determinados sujeitos, como aquelas relacionadas com os vícios da vontade (erro, dolo, coação,
estado de perigo e lesão) e as incapacidades em geral, como é o caso da falta de legitimação. Na obrigação
solidária ativa, o devedor não poderá opor essas defesas contra os demais credores diante da sua natureza
personalíssima.
Segundo o art. 274 do CC (redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015), “O julgamento contrário a um dos credores
solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que
o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles”.
Na solidariedade passiva, o devedor demandado poderá opor contra o credor as defesas que lhe forem pessoais
e aquelas comuns a todos, tais como pagamento parcial ou total e a prescrição da dívida (art. 281 do CC). Mas
esse devedor demandado não poderá opor as exceções pessoais a que outro codevedor tem direito, eis que
estas são personalíssimas, como se pode aduzir pelo próprio nome da defesa em questão. Exemplificando:
qualquer um dos devedores poderá alegar a prescrição da dívida, ou o seu pagamento total ou parcial, direto ou
indireto, pois as hipóteses são de exceções comuns. Por outra via, os vícios do consentimento (erro, dolo, coação,
estado de perigo e lesão), somente podem ser suscitados pelo devedor que os sofreu.
O Código Civil de 2002 continua admitindo a renúncia à solidariedade, de forma parcial (a favor de um devedor)
ou total (a favor de todos os codevedores), no seu art. 282, caput (“O credor pode renunciar à solidariedade em
favor de um, de alguns ou de todos os devedores”). A expressão renúncia à solidariedade pode ser utilizada como
sinônima de exoneração da solidariedade. Enuncia o parágrafo único do dispositivo que “Se o credor exonerar da
solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais”.
O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota,
dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de
todos os codevedores (art. 283, do CC). Entretanto, se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos
devedores, responderá este por toda ela para com aquele que a pagar (art. 285, do CC).
Usos e costumes: O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do
credor relativamente ao previsto no contrato.
Prestações diversas da combinada: O credor não é obrigado a receber, ainda que mais valiosa.
Prestações divisíveis: Não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por
OBJETO DO partes, se assim não se ajustou.
PAGAMENTO
Onerosidade excessiva: Se, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre
o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido
da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Quando o credor pode exigir o pagamento: não tendo sido ajustada época para o pagamento,
pode o credor exigi-lo imediatamente, SALVO disposição legal em contrário.
IV- Nos casos acima, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto
aos outros devedores solventes.
Retenção: O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento,
enquanto não lhe seja dada.
Quitação: A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o
valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e
o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Ainda sem esses
requisitos valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga
a dívida. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até
PROVAS DO prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. Sendo a quitação do capital
PAGAMENTO sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.
Declaração: Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o
devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.
#NÃOCONFUNDA
a) Cessão pro soluto É a que confere quitação plena e imediata do débito do cedente para com o cessionário,
exonerando o cedente. É a regra geral, não havendo responsabilidade do cedente pela solvência do cedido (art.
296 do CC).
b) Cessão pro solvendo É aquela em que a transferência do crédito é feita com intuito de extinguir a obrigação
apenas quando o crédito for efetivamente cobrado. Deve estar expressamente prevista pelas partes, situação em
que o cedente responde perante o cessionário pela solvência do cedido (art. 297 do CC).
- Na cessão de crédito, a responsabilidade é pro soluto, o cedente responde apenas pela existência do crédito,
ao passo que no endosso a responsabilidade do crédito é pro solvendo.
- PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO: trata-se de regra especial de pagamento ou forma de pagamento indireto
e consiste em mera substituição do credor por um terceiro que paga a dívida; não cria nova obrigação; opera-se
de pleno direito em favor do credor que paga a dívida do devedor comum; do adquirente do imóvel hipotecado,
que paga ao credor hipotecário; terceiro que efetiva o pagamento da hipoteca para não ser privado do direito so-
bre o imóvel; do terceiro juridicamente interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo
ou em parte. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo,
em relação à dívida, contra o devedor principal de fiadores.
- DAÇÃO EM PAGAMENTO: trata-se de forma de pagamento indireto em que o credor consente em receber
prestação diversa da que lhe é devida; não gera nova obrigação. Em regra, a evicção da coisa recebida em paga-
mento restabelece a obrigação primitiva, exceto a fiança (art. 838, III do CC).
- NOVAÇÃO: forma de pagamento indireto; ocorre quando o devedor contrai com o credor nova dívida para
extinguir e substituir a anterior; quando novo devedor sucede ao antigo, ficando quite com o credor; quando, em
virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. A novação por
substituição do devedor pode ser efetuada independentemente do consentimento deste. Extingue os acessórios e
garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Não podem ser objeto de novação as obri-
gações nulas ou extintas; as anuláveis podem.
- Não cumprida a obrigação, responde o devedor por: perdas e danos; juros; atualização monetária e honorários
de advogado.
- MORA: considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo
no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Mora ex lege: ocorre de pleno direito quando do
advento do termo; Mora ex persona: não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte
de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o
dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
- Incorre de pleno direito o devedor na CLÁUSULA PENAL, desde que, culposamente, deixe de cumprir obriga-
ção ou se constitua em mora. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação
principal.
Súmula 380-STJ: A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do
autor.
- CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA x MORATÓRIA: Não se pode cumular multa compensatória prevista
em cláusula penal com indenização por perdas e danos decorrentes do inadimplemento da obrigação. Enquanto
a cláusula penal moratória manifesta com mais evidência a característica de reforço do vínculo obrigacional, a
cláusula penal compensatória prevê indenização que serve não apenas como punição pelo inadimplemento, mas
também como prefixação de perdas e danos. A finalidade da cláusula penal compensatória é recompor a par-
te pelos prejuízos que eventualmente decorram do inadimplemento total ou parcial da obrigação. Tanto
assim que, eventualmente, sua execução poderá até mesmo substituir a execução do próprio contrato.
Não é possível, pois, cumular cláusula penal compensatória com perdas e danos decorrentes de inadim-
plemento contratual. Com efeito, se as próprias partes já acordaram previamente o valor que entendem suficien-
te para recompor os prejuízos experimentados em caso de inadimplemento, não se pode admitir que, além desse
valor, ainda seja acrescido outro, com fundamento na mesma justificativa – a recomposição de prejuízos. Ademais,
nessas situações sobressaem direitos e interesses eminentemente disponíveis, de modo a não ter cabimento, em
princípio, a majoração oblíqua da indenização prefixada pela condenação cumulativa em perdas e danos. REsp
1.335.617-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 27/3/2014.
- instituída em benefício do CREDOR, a quem compete escolher entre cobrar a multa compensatória OU exigir
o cumprimento da prestação.
- instituída em benefício do DEVEDOR, a quem compete escolher entre pagar a multa penitencial ou cumprir a
prestação.
#DEOLHONAJURIS:
Em regra, a cláusula penal moratória não pode ser cumulada com indenização por lucros cessantes. A
cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da obrigação, e, em regra,
estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com lucros cessantes. STJ. 2ª Seção. REsp
1498484-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/05/2019 (recurso repetitivo) (Info 651). Observação: Em
28/12/2018, entrou em vigor a Lei nº 13.786/2018, que dispõe sobre a resolução do contrato por inadimplemento
do adquirente de unidade imobiliária. A Lei nº 13.786/2018 acrescentou o art. 43-A na Lei nº 4.591/64 para tratar
sobre o inadimplemento (parcial ou absoluto) em contratos de compra e venda, promessa de venda, cessão ou
promessa de cessão de unidades autônomas integrantes de incorporação imobiliária ou de loteamento. As re-
gras da Lei nº 13.786/2018 não podem ser aplicadas os contratos anteriores à sua vigência. A nova lei só poderá
atingir contratos celebrados posteriormente à sua entrada em vigor. Observação 2 (se não houver cláusula pe-
nal): O atraso na entrega do imóvel enseja pagamento de indenização por lucros cessantes durante o período de
mora do promitente vendedor, sendo presumido o prejuízo do promitente comprador. Os lucros cessantes serão
devidos ainda que não fique demonstrado que o promitente comprador tinha finalidade negocial na transação.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1341138-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 09/05/2018 (Info 626).3
A fixação da taxa dos juros moratórios, a partir da entrada em vigor do art. 406 do Código Civil de 2002, deve
ser com base na taxa Selic, sem cumulação de correção monetária. STJ. 3ª Turma. REsp 1403005/MG, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 06/04/2017.
No caso de dívida composta de capital e juros, a imputação de pagamento (art. 354 do CC) insuficiente
para a quitação da totalidade dos juros vencidos não acarreta a capitalização do que restou desses juros. STJ.
3ª Turma. REsp 1518005-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/10/2015 (Info 572).
Na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das arras com a cláusula
penal compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in idem. Ex: João celebrou contrato de
promessa de compra e venda com uma incorporadora imobiliária para aquisição de um apartamento. João
comprometeu-se a pagar 80 parcelas de R$ 3 mil e, em troca, receberia um apartamento. No início do contrato,
João foi obrigado a pagar R$ 20 mil a título de arras. No contrato, havia uma cláusula penal compensatória pre-
vendo que, em caso de inadimplemento por parte de João, a incorporadora poderia reter 10% das prestações
que foram pagas por ele. Trata-se de cláusula penal compensatória. Suponhamos que, após pagar 30 parcelas,
João tenha parado de pagar as prestações. Neste caso, João perderá apenas as arras, mas não será obrigado a
pagar também a cláusula penal compensatória. Não é possível a cumulação da perda das arras com a im-
posição da cláusula penal compensatória. Logo, decretada a rescisão do contrato, fica a incorporadora
autorizada a apenas reter o valor das arras, sem direito à cláusula penal. STJ. 3ª Turma.REsp 1617652-DF, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 613).
Em um contrato no qual foi estipulada uma CLÁUSULA PENAL, caso haja o inadimplemento, é possível que o
credor exija o valor desta cláusula penal e mais as perdas e danos?
• Se for cláusula penal MORATÓRIA: SIM.
• Se for cláusula penal COMPENSATÓRIA: NÃO.
STJ. 3ª Turma. REsp 1335617-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 27/3/2014 (Info 540).
3 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Em regra, a cláusula penal moratória não pode ser cumulada com indenização por lucros cessantes.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/95f2b84de5660ddf-
45c8a34933a2e66f>. Acesso em: 30/10/2019
RESPONSABILIDADE CIVIL
Trata-se da obrigação de reparar o dano pela transgressão de uma norma jurídica preexistente, contratual (basta
provar o inadimplemento) ou extracontratual (dever geral de abstenção).
- Legítima defesa: o agente não pode atuar além do indispensável para afastar o dano ou a iminência de prejuízo
material ou imaterial. Assegura-se direito de regresso contra o real causador do dano, em caso de uso imoderado
dos meios disponíveis ou de legítima defesa putativa.
#ATENÇÃO: a LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA (o agente pensa estar em situação de legítima defesa, mas esta
não se verifica no plano fático) não exclui o dever de indenizar, segundo doutrina majoritária.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado
de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça
logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
- Estado de necessidade.
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamen-
te necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, as-
sistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano
ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
1. Responsabilidade Subjetiva:
2. Responsabilidade Objetiva:
Constitui exceção no CC/02 por decorrência evolutiva da teoria do risco. A vítima não tem o ônus de provar a culpa
do réu.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único.
Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.
(i) da lei;
(ii) atividade de risco (cláusula geral de responsabilidade objetiva). Ex.: acidente de trabalho.
Os responsáveis só respondem objetivamente se provada a culpa daquele por quem são responsáveis – respon-
sabilidade objetiva impura – (Villaça).
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes com-
petir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de
educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, res-
ponderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 942. (...) Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas
no art. 932.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação
de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá
ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou,
SALVO se o causador do dano for DESCENDENTE seu, ABSOLUTA OU RELATIVAMENTE INCAPAZ.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou
força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de
falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Enunciado 556 CJF: A responsabilidade civil do dono do prédio ou construção por sua ruína, tratada pelo art. 937
do CC, é objetiva.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou
forem lançadas em lugar indevido.
É chamada de defenestramento ou effusis et dejectis. Se o imóvel for locado, quem responde é o locatário.
Enunciado 557 CJF: Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não
sendo possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso.
#ATENÇÃO: Responsabilidade alternativa: técnica de responsabilização decorrente de danos causados por
objetos caídos ou lançados de um prédio, «pela qual todos os autores possíveis - isto é, os que se encontravam
no grupo - serão considerados, de forma solidária, responsáveis pelo evento, em face da ofensa perpetrada à
vítima por um ou mais deles, ignorado o verdadeiro autor, ou autores4”.
DANOS MATERIAIS
JUROS MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA
1. Responsabilidade extracontratual: os juros fluem a
partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do CC e Súmula
54 do STJ).
DANOS MORAIS
JUROS MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA
1. Responsabilidade extracontratual: os juros fluem a
partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do CC e Súmula
54 do STJ).
2. Responsabilidade contratual
A correção monetária do valor da indenização do dano
• Obrigação líquida (mora ex re): contados a moral incide desde a data do ARBITRAMENTO (Súmula
partir do VENCIMENTO 362 do STJ).
O fato de o condutor do veículo estar embriagado gera uma presunção de que ele é o culpado pelo acidente
de trânsito. Em ação destinada a apurar a responsabilidade civil decorrente de acidente de trânsito, presume-se
culpado o condutor de veículo automotor que se encontra em estado de embriaguez, cabendo-lhe o ônus de
comprovar a ocorrência de alguma excludente do nexo de causalidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1749954-RO, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 26/02/2019 (Info 644).
Tema 517 A despeito de situações fáticas variadas no tocante ao descumprimento do dever de segurança e vig-
ilância contínua das vias férreas, a responsabilização da concessionária é uma constante, passível de ser elidida
tão somente quando cabalmente comprovada a culpa exclusiva da vítima. Para os fins da sistemática prevista
no art. 543-C do CPC, citam-se algumas situações: (i) existência de cercas ao longo da via, mas caracterizadas
pela sua vulnerabilidade, insuscetíveis de impedir a abertura de passagens clandestinas, ainda quando existente
passarela nas imediações do local do sinistro; (ii) a própria inexistência de cercadura ao longo de toda a ferrovia;
(iii) a falta de vigilância constante e de manutenção da incolumidade dos muros destinados à vedação do acesso
à linha férrea pelos pedestres; (iv) a ausência parcial ou total de sinalização adequada a indicar o perigo repre-
sentado pelo tráfego das composições. REsp 1210064/SP
O parceiro que suspeita de sua condição soropositiva, por ter adotado comportamento sabidamente temerário
(vida promíscua, utilização de drogas injetáveis, entre outros), e mesmo assim continua normalmente tendo
relações sexuais com sua companheira sem alertá-la para esse fato, assume os riscos de sua conduta e, se ela for
contaminada, responde civilmente pelos danos causados. A negligência, incúria e imprudência mostram-se evi-
dentes quando o cônjuge/companheiro, ciente de sua possível contaminação, não realiza o exame de HIV, não
informa o parceiro sobre a probabilidade de estar infectado nem utiliza métodos de prevenção. STJ. 4ª Turma.
REsp 1.760.943-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 19/03/2019 (Info 647).
Em ação destinada a apurar a responsabilidade civil decorrente de acidente de trânsito, presume-se culpado o
condutor de veículo automotor que se encontra em estado de embriaguez, cabendo-lhe o ônus de comprovar
a ocorrência de alguma excludente do nexo de causalidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1749954-RO, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 26/02/2019 (Info 644).
Não cabe indenização de lucros cessantes se a atividade empresarial não teve início. Caso concreto: uma em-
presa pedia indenização por lucros cessantes, pois o shopping center no qual alugaria uma loja não foi entregue.
O STJ entendeu que não é devida a indenização porque se a atividade empresarial nem sequer teve início, não
é possível aferir a probabilidade de que os lucros reclamados de fato ocorreriam. Não se admite a indenização
por lucros cessantes sem comprovação e, por conseguinte, deve-se rejeitar a indenização com base em lucros
hipotéticos, remotos ou presumidos, incluídos nessa categoria aqueles que supostamente seriam gerados pela
rentabilidade de atividade empresarial que sequer foi iniciada. STJ. 3ª Turma. REsp 1750233/SP, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 05/02/2019.
Súmula 132-STJ: A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade do antigo proprietário
por dano resultante de acidente que envolva o veículo alienado.
Súmula 261-STF: Para a ação de indenização, em caso de avaria, é dispensável que a vistoria se faça judicial-
mente.
Súmula 362-STJ: A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitra-
mento.
Súmula 43-STJ: Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.
Súmula 54-STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontrat-
ual.
Súmula 491-STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho
remunerado.
Súmula 492-STF: A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos
por este causados a terceiro, no uso do carro locado.
Súmula 221-STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela impren-
sa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação.
Súmula 37-STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.
Súmula 387-STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de
pessoa com fins econômicos ou empresariais.
Lucro da intervenção é uma vantagem patrimonial obtida indevidamente com base na exploração ou
aproveitamento, de forma não autorizada, de um direito alheio. Dever de restituição do lucro da intervenção é
o dever que o indivíduo possui de pagar aquilo que foi auferido mediante indevida interferência nos direitos ou bens
jurídicos de outra pessoa. A obrigação de restituir o lucro da intervenção é baseada na vedação do enriquecimento
sem causa (art. 884 do CC). A ação de enriquecimento sem causa é subsidiária. Apesar disso, nada impede que a
pessoa prejudicada ingresse com ação cumulando os pedidos de reparação dos danos (responsabilidade civil) e de
restituição do indevidamente auferido (lucro da intervenção). Para a configuração do enriquecimento sem causa
por intervenção, não se faz imprescindível a existência de deslocamento patrimonial, com o empobrecimento do
titular do direito violado, bastando a demonstração de que houve enriquecimento do interventor. O critério mais ad-
equado para se fazer a quantificação do lucro da intervenção é o do enriquecimento patrimonial (lucro patrimonial).
A quantificação do lucro da intervenção deverá ser feita por meio de perícia realiza-
da na fase de liquidação de sentença, devendo o perito observar os seguintes critérios:
a) apuração do quantum debeatur com base no denominado lucro patrimonial;
b) delimitação do cálculo ao período no qual se verificou a indevida intervenção no direito de imagem da autora;
c) aferição do grau de contribuição de cada uma das partes e
d) distribuição do lucro obtido com a intervenção proporcionalmente à contribuição de cada partícipe da relação jurídica.
STJ. 3ª Turma. REsp 1698701-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 02/10/2018 (Info 634).
7 - Dos contratos em geral. Formação e extinção. Vícios indibitórios e evicção. Das várias espécies de
contrato. Dos atos unilaterais.
- comportamento posterior
- Sob a ótica da função social do contrato, o contrato teria eficácia interna e externa:
EFICÁCIA APLICAÇÃO
- Proteção da dignidade da pessoa humana no contrato. Enunciado 23
- A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil,
não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o
alcance desse princípio quando presentes interesses metaindividuais ou
interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana. Ex. cláusula de
celibato – proibição de casar (Canotilho).
- Vedação da onerosidade excessiva (desequilíbrio contratual). Efeito
gangorra;
- Nulidade de cláusulas antissociais. Súmula 302 STJ É abusiva a cláusula
Eficácia INTERNA ou
contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar
INTERSUBJETIVA: entre as partes.
do segurado.
Enunciado 36 IV Jornada
- Conservação contratual: a extinção do contrato é a ultima ratio. Enunciado
22, I Jornada. A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo
Código Civil, constitui cláusula geral que reforça o princípio de conservação
do contrato, assegurando trocas úteis e justas. Ex. Teoria do adimplemento
substancial (substantial performance): quando o contrato for quase todo
cumprido, sendo a mora insignificante não caberá a sua extinção, mas
apenas outros efeitos como a cobrança. A análise é quantitativa e qualitativa.
O percentual dependerá do caso concreto.
- Proteção do vulnerável contratual. Protege o aderente.
Eficácia EXTERNA ou - Tutela de direitos difusos e coletivos. Ex. função socioambiental do contrato.
TRANSOBJETIVA: além das partes. Propriedade ribeirinha onde tiro areia e vendo para loja de material de
O contrato também gera efeitos construção. É bom para duas as partes, mas é prejudicial à sociedade por
perante terceiros. Trata-se de causar desequilíbrio ecológico.
uma extensão ao princípio da
relatividade dos efeitos contratuais - Tutela externa do crédito. Possibilidade de o contrato gerar efeitos perante
(que dá a ideia de que os contratos terceiros ou de condutas de terceiros repercutirem no contrato. Ex. Teoria
geram efeitos somente entre as do terceiro cúmplice. Art. 608 CC Art. 608.
partes). Enunciado 21, I Jornada.
#ATENÇÃO A Lei 13.874/2019 trouxe algumas disposições sobre teoria geral do contrato que vale a pena você
saber:
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada pela Lei
nº 13.874, de 2019)
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepciona-
lidade da revisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos con-
cretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais,
garantido também que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas ne-
gociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019)
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os prin-
cípios de probidade e boa-fé.
- Gratuitos: o contrato onera somente uma das partes. Regra dos contratos gratuitos: devem ser interpretados de
forma restritiva.
- Aleatórios: situação em que uma das prestações não é conhecida no momento da celebração do contrato. Me-
lhor exemplo na doutrina: convênio médico;
- Adesão: a parte apenas adere ao contrato, sem discutir suas cláusulas, que já foram estabelecidas pela outra
parte;
- Principais: independente de outro contrato. Melhor exemplo na doutrina: compra e venda, locação.
- EVICÇÃO: é a perda do bem ou a privação de alguma utilidade em virtude de circunstância anterior à aquisição do
domínio. Mediante cláusula expressa, as partes podem reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
- VÍCIOS REDIBITÓRIOS: a coisa recebida em virtude de contrato comutativo ou de doação onerosa pode ser
rejeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem impróprias para o uso a que é destinada, ou lhe diminuam
o valor. PRAZOS: 30 dias, se a coisa móvel; 1 ano, se imóvel, ambos contados da entrega efetiva; se já estava na
posse, o prazo contar-se-á da alienação, reduzido à metade; no caso de vício oculto, o adquirente tem os mesmos
prazos (30 dias/ 1 ano), desde que os vícios se revelem no prazo máximo de 180 dias, se móvel, ou de 1 ano, se
imóvel, fluindo do conhecimento do defeito. Para insurgir-se contra os vícios redibitórios: AÇÕES EDILÍCIAS – ação
redibitória (rejeita a coisa defeituosa + rescinde o contrato recebendo preço pago + despesas + perdas e danos);
e ação estimatória/quanti minoris (recebe a coisa + abatimento proporcional do preço).
-RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA: Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a pres-
tação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude
de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos
da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a
modificar equitativamente as condições do contrato (TEORIA DA IMPREVISÃO). #pegadinha: a regra é que seja
possível a aplicação apenas em contratos comutativos, entretanto, se em contratos aleatórios, o evento superve-
niente extraordinário e imprevisível não se relacionar com a álea assumida no contrato, será possível sua revisão ou
resolução (enunciado da jornada de direito civil nº 440).
LOCAÇÃO A referida lei exclui de sua abrangência 1. Imóveis que integram o patrimônio público
(regidos pelo Decreto n. 9.760/46 e pela Lei n. 8.666/93); 2. Vagas autônomas de garagens
ou espaços destinados a veículos (CC); 3. Espaços publicitários/outdoors (CC); 4. Apart-
hotéis/flats ou equiparados (CC e, para alguns, CDC); 5. Arrendamento mercantil/leasing
(Lei n. 6.099/74).
Natureza Jurídica: Contrato unilateral, gratuito, consensual, comutativo, exigindo forma
FIANÇA
escrita. Trata-se de um contrato acessório sui generis.
PRESTAÇÃO DE
Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual, comutativo e informal.
SERVIÇO
Conceito: O contrato de empreitada (locatio operis) é aquele pelo qual uma das partes
(empreiteiro ou prestador) obriga-se a fazer ou a mandar fazer determinada obra, mediante
EMPREITADA uma determinada remuneração, a favor de outrem (dono de obra ou tomador).
Súmula 632-STJ: Nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil, a correção monetária
sobre a indenização securitária incide a partir da contratação até o efetivo pagamento.
Natureza jurídica: Contrato unilateral, gratuito (regra), comutativo, informal, real (aperfeiçoa-
se com a entrega).
Para haver efetiva transferência da propriedade é necessário, além do contrato, uma solenidade de transferência
(TRADIÇÃO para os bens móveis ou REGISTRO para os bens imóveis)
RETROVENDA: cláusula resolutiva expressa em favor do vendedor de coisa imóvel, com prazo máximo de de-
cadência de três anos, mediante restituição do preço recebido + reembolso de despesas. Esse direito é cessível
e transmissível a herdeiros e legatários. O prazo decadencial é de 3 anos
PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA: cláusula expressa que impõe ao comprador de bem móvel ou imóvel a
obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que ele vai vender ou dar em pagamento, para que este use de seu
direito de prelação na compra, tanto por tanto. O PRAZO para exercer não pode exceder de cento e oitenta dias,
se móvel, ou dois anos, se imóvel. CUIDADO: o prazo para dizer se vai exercer o direito depois de notificado é
de três dias, para móvel, ou sessenta dias, se imóvel. Esse direito não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO: cláusula expressa em que o vendedor de bem móvel infungível reser-
va para si a propriedade até que o preço esteja integralmente pago (propriedade resolúvel). Em qualquer caso,
depende de registro para valer contra terceiros.
VENDA A CONTENTO OU SUJEITA A PROVA: entende-se realizada sob condição suspensiva, só se reputa
perfeita quando o adquirente manifestar seu agrado (a contento) ou se tiver as qualidades asseguradas e for
idônea para o fim a que se destina (sujeita a prova).
VENDA AD MENSURAM OU POR MEDIDA (art. 500, caput do CC/2002) e VENDA AD CORPUS (art.500, §1º
do CC) podem ensejar o manejo da ação ex empto (art.501 do CC).
O contrato de compra e venda pode ser comutativo ou aleatório (a coisa pode ser futura). Nesse caso, NÃO
CONFUNDA:
(i) EMPTIO SPEI/venda de esperança (art. 458) o comprador assume o risco pela inexistência.
(ii) EMPTIO REI SPARATAE/venda de coisa esperada (art. 459) o comprador não assume o risco pela inexis-
tência da coisa, mas apenas pela quantidade.
Para o STJ, uma vez celebrado o contrato de prestação de serviços advocatícios com emprego de cláu-
sula quota litis, deve a remuneração ad exitum, ali fixada em percentual, ser calculada com base no be-
nefício efetivamente alcançado pela parte com a cessão de crédito, e não com base no valor total do crédi-
to reconhecido na demanda trabalhista e não satisfeito, ante a manifesta insolvência da devedora falida.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.354.338-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, julgado em 19/03/2019
(Info 650).
CONTRATO DE DOAÇÃO:
A doação remuneratória deve respeitar a legítima dos herdeiros.
A doação remuneratória é aquela na qual a coisa é doada como forma de recompensa por um serviço prestado
pelo donatário. A doação remuneratória deve respeitar os limites impostos pelo legislador. O Código Civil proíbe
a doação universal (doação de todos os bens do doador sem que seja a ele resguardado o mínimo existencial)
e a doação inoficiosa (aquela que ocorre em prejuízo à legítima dos herdeiros necessários). O fato de a doação
ser remuneratória não a isenta de respeitar essas limitações. Assim, a doação remuneratória não pode se consti-
tuir em uma doação universal nem em uma doação inoficiosa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.708.951-SE, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 14/05/2019 (Info 648).
Doação Onerosa (Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalida-
de. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se
a doação não for sujeita a encargo.)
Doação como adiantamento de legítima (Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um côn-
juge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.);
Doação com cláusula de reversão (Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu pa-
trimônio, se sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.);
Doação Universal (Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para
a subsistência do doador.);
Doação Inoficiosa (Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no mo-
mento da liberalidade, poderia dispor em testamento.);
Doação de cônjuge adúltero (Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo
outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.);
Doação conjuntiva (Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa en-
tende-se distribuída entre elas por igual. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher,
subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.);
Doação remuneratória (Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às conse-
qüências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o
doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.)
CONTRATO DE TRANSPORTE:
Súmula 187-STF: A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida
por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
Súmula 161-STF: Em contrato de transporte, é inoperante a cláusula de não indenizar.
Súmula 145-STJ: No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável
por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.
Súmula 632-STJ: Nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil a correção monetária sobre indenização
securitária incide a partir da contratação até o efetivo pagamento.
Súmula 620-STJ: A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização prevista
em contrato de seguro de vida.
CONTRATO DE SEGURO
Súmula 616-STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do segurado acerca
do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a suspensão ou resolução do contrato
de seguro.
Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida,
ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada.
Súmula 609-STJ: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita se não houve
a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do segurado.
Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende danos morais, salvo cláusula expressa
de exclusão.
Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro
prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano.
Súmula 537-STJ: Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou con-
testar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da
indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice.
Súmula 465-STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do dever de
indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação
Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve
ciência inequívoca da incapacidade laboral.
Súmula 101-STJ: A ação de indenização do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em um ano
Súmula 188-STF: O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que efetivamente pagou,
até ao limite previsto no contrato de seguro. • Válida. • Ler também o art. 786 do CC-2002, em especial o seu §
1º.
CONTRATO DE FIANÇA:
Súmula 332-STJ: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia.
Súmula 564 do STJ: No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil financeiro, quando a soma da
importância antecipada a título de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda do bem ultrapassar o total
do VRG previsto contratualmente, o arrendatário terá direito de receber a respectiva diferença, cabendo, porém, se
estipulado no contrato, o prévio desconto de outras despesas ou encargos pactuados.
O art. 49 diz que o locador poderá receber de uma só vez e antecipadamente os aluguéis e
encargos, bem como exigir qualquer das modalidades de garantia previstas no art. 37 para
atender as demais obrigações do contrato.
Sempre que a destinação de um imóvel não for a moradia de alguém, a locação será para
fins não residenciais. Exceto se for uma residência alugada por uma empresa jurídica para os
seus empregados.
Os requisitos são:
-Contrato escrito
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do
contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
LOCAÇÃO NÃO I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
RESIDENCIAL
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos
escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e
ininterrupto de três anos.
Súmula 481 do STF: Se a locação compreende, além do imóvel, fundo de comércio, com
instalações e pertences, como no caso de teatros, cinemas e hotéis, não se aplicam ao
retomante as restrições do art. 8°, e, parágrafo único, do Decreto n°. 24.150, de 20.4.34.
Súmula 482 do STF: O locatário, que não for sucessor ou cessionário do que o precedeu na
locação, não pode somar os prazos concedidos a este, para pedir a renovação do contrato,
nos termos do Decreto 24.150.
Súmula 485 do STF: Nas locações regidas pelo Decreto 24.150, de 20-4-1934, a presunção de
sinceridade do retomante é relativa, podendo ser ilidida pelo locatário.
São duas as espécies de locação especial previstas pela Lei de Locações: a locação de imóveis
para fins religiosos, sanitários e educacionais e a locação em shopping.
Art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos,
estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como
por entidades religiosas devidamente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido.
Art. 54. Nas relações entre lojistas e empreendedores de shopping center , prevalecerão
as condições livremente pactuadas nos contratos de locação respectivos e as disposições
procedimentais previstas nesta lei.
#DEOLHONAJURIS:
As empresas públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito privado e, ressalvadas as hipóteses
constitucionais, sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive nas relações jurídicas
contratuais que venham a manter. Assim, se uma empresa pública realiza contrato de locação comercial de
imóvel de sua propriedade, sendo o imóvel locado bem de natureza privada, o contrato locatício firmado tam-
bém é de natureza privada, e não administrativa, submetendo-se à Lei de Locações. O art. 1º, “a”, “1” da Lei
8.245/91 somente exclui do seu âmbito as locações de imóveis de propriedade da União, dos Estados e
dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas. Logo, as empresas públicas e sociedades de
economia mista submetem-se à Lei 8.245/91. STJ. 4ª Turma. REsp 1224007-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 24/4/2014 (Info 542).5
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) entende que não se aplicam aos contratos de locação as normas do Códi-
go de Defesa do Consumidor, pois tais contratos não possuem os traços característicos da relação de con-
sumo, previstos nos artigos 2º e 3º do CDC, e além disso, já são regulados por lei própria, a Lei 8.245/1991.
Notificado o locador ainda no período determinado da locação acerca da pretensão de exoneração dos
fiadores, os efeitos desta exoneração somente serão produzidos após o prazo de 120 dias da data em
que se tornou indeterminado o contrato de locação. O art. 40, X, da Lei nº 8.245/91 prevê o seguinte: Art.
40. O locador poderá exigir novo fiador ou a substituição da modalidade de garantia, nos seguintes casos: X –
prorrogação da locação por prazo indeterminado uma vez notificado o locador pelo fiador de sua intenção de
desoneração, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante 120 (cento e vinte) dias após a notificação
ao locador. Não é necessário que a notificação seja realizada apenas no período da indeterminação do contrato
de locação, podendo, assim, os fiadores, no curso da locação com prazo determinado, notificarem o locador de
sua intenção exoneratória, mas os seus efeitos somente poderão se projetar para o período de indeterminação
do contrato. Notificado o locador ainda no período determinado da locação acerca da pretensão de exoneração
dos fiadores, os efeitos desta exoneração somente serão produzidos após o prazo de 120 dias da data em que
se tornou indeterminado o contrato de locação, e não da notificação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.798.924-RS, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 14/05/2019 (Info 650).
Não são exigíveis aluguéis no período compreendido entre o incêndio que destruiu imóvel objeto de locação
comercial e a efetiva entrega das chaves pelo locatário. A locação consiste na cessão do uso ou gozo da coisa
em troca de uma retribuição pecuniária, isto é, tem por objeto poderes ou faculdades inerentes à propriedade.
Assim, extinta a propriedade pelo perecimento do bem, também se extingue, a partir desse momento, a possibi-
lidade de usar, fruir e gozar desse mesmo bem, o que inviabiliza, por conseguinte, a manutenção do contrato de
locação, o que inviabiliza, por conseguinte, a exploração econômica dessas faculdades da propriedade por meio
do contrato de locação. STJ. 3ª Turma. REsp 1707405/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. p/ Acórdão Min.
Moura Ribeiro, julgado em 07/05/2019 (Info 650).
5 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Incidência da Lei nº 8.245/91 aos imóveis locados por empresa pública. Buscador Dizer o Direito, Ma-
naus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8f468c873a32bb0619eaeb2050ba45d1>. Acesso
em: 27/09/2019
Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de
noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de
vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel.
§ 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão
na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo.
§ 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso,
presumindo - se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação.
A locação do bem não impede que o imóvel objeto do contrato de locação seja alienado a terceiros, pois
não afeta o direito de disposição do proprietário do imóvel. Em regra, a consequência prática da alienação
do imóvel locado é a possibilidade de denúncia (declaração da intenção de encerrar o pacto) pelo adquirente do
imóvel.
Excepcionalmente, a denúncia não poderá ser feita e o contrato de locação continuará em vigor caso:
• Haver cláusula no contrato de locação que este permanece vigente, mesmo que haja a alienação do imóvel
(cláusula de vigência).
#DIZERODIREITO O proprietário de um imóvel alugado vende este bem para outra pessoa. Se houver alugueis
atrasados, quem tem legitimidade para cobrá-los: o antigo ou o novo proprietário? Em regra, o antigo. O antigo
proprietário (alienante) tem legitimidade para cobrar os aluguéis que tenham vencido em data anterior
à alienação do imóvel. O novo proprietário (adquirente) só terá direito sobre tais parcelas caso tenha ficado
previsto no contrato de compra e venda do imóvel essa cessão do crédito. STJ. 4ª Turma. REsp 1228266-RS, Rel.
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 10/3/2015 (Info 558).
É trienal o prazo de prescrição para fiador que pagou integralmente dívida objeto de contrato de locação pleitear
o ressarcimento dos valores despendidos contra os locatários inadimplentes.
O termo inicial deste prazo é a data em que houve o pagamento do débito pelo fiador, considerando que é
a partir daí que ocorre a sub-rogação, e, via de consequência, inaugura-se ao fiador a possibilidade de deman-
dar judicialmente a satisfação de seu direito.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.432.999-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2017 (Info 605).6
Súmula 335-STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao
direito de retenção.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES STJ
1) O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável aos contratos locatícios
regidos pela Lei n. 8.245/91
2) É inadmissível a oposição de embargos de terceiros em execução de sentença prolatada em ação de despejo,
ressalvada a hipótese de comprovada sublocação legítima, com ausência de intimação do sublocatário.
3) Na ação de despejo por falta de pagamento, não se admite a cumulação do pedido de purgação da mora
com o oferecimento de contestação, motivo pelo qual não se faz obrigatório o depósito dos valores tidos por
incontroversos.
4) É indispensável a notificação pessoal do locatário por meio de mandado de
despejo, no qual conste o prazo de 30 dias disposto no art. 74 da Lei n. 8.245/91, para que proceda à desocupação
do imóvel em execução provisória.
5) A Lei n. 12.112/2009, que alterou regras e procedimentos sobre locação de imóvel
urbano, por se tratar de norma processual tem aplicação imediata, inclusive a processos em curso.
6) Havendo mais de um locatário, é válida a fiança prestada por um deles em relação aos demais, o que carac-
teriza fiança recíproca.
7) É válida a penhora de bem de família pertencente a fador de contrato de locação. (Súmula 549/STJ) (Tese
julgada sob o rito do art. 543-C do CPC - Tema 708).
8) É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a
terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
(Súmula 486/STJ)
9) O fador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde
pela execução do julgado. (Súmula 268/STJ)
10) Se o fador não participou da ação de despejo, a interrupção da prescrição para a cobrança dos aluguéis e
acessórios não o atinge.
11) Na vigência da Lei n. 8.245/91, havendo mais de um locador ou locatário, presume-se a existência de soli-
dariedade entre eles, salvo estipulação contratual em contrário, nos termos do art. 2º do referido diploma.
6 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É de 3 anos o prazo para o fiador cobrar do locatário inadimplente o valor que pagou ao locador . Bus-
cador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/197838c579c3b78927e0cd15ba4c9689>.
Acesso em: 27/09/2019
12) Nas ações de despejo, renovatória ou revisional o recurso de apelação terá apenas efeito devolutivo, nos
termos do art. 58, V, da Lei n. 8.245/1991.
13) Em casos excepcionais, o relator pode atribuir efeito suspensivo à apelação interposta nas ações de despejo,
renovatória ou revisional – art. 558, parágrafo único, do CPC.
14) O art. 19 da n. Lei 8.245/91, ao regular a revisão judicial do aluguel, consagrou a adoção da teoria da im-
previsão no âmbito das locações urbanas, disponibilizando aos contratantes instrumento jurídico para a ma-
nutenção do equilíbrio econômico do contrato.
15) O prazo máximo de prorrogação do contrato locatício não residencial estabelecido em ação renovatória é de
cinco anos.
16) O direito à indenização pelo fundo de comércio – art. 52, § 3º, da Lei n. 8.245/91 – está intrinsecamente ligado
ao exercício da ação renovatória prevista no art. 51 do referido diploma.
17) A locação de imóvel urbano para a exploração de serviço de estacionamento não afasta a incidência do Lei n.
8.245/91.
18) Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de re-
tenção. (Súmula 335/STJ).
19) Aplicam-se, por analogia, os direitos de indenização e retenção previstos no art. 35 da Lei de Locações às
acessões edifcadas no imóvel locado.
20) Nas ações de despejo, o direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido no momento em que apre-
sentada a contestação, admitindo-se ainda, que a matéria seja alegada por meio de reconvenção.
21) O contrato de locação com cláusula de vigência, ainda que não averbado junto
ao registro de imóveis, não pode ser denunciado pelo adquirente do bem, caso dele tenha tido ciência inequívoca
antes da aquisição.
22) O prazo prescricional da pretensão de cobrança de aluguéis e acessórios do
contrato de locação é de três anos - art. 206, § 3º, I, do CC/2002, sujeitando-se o
termo inicial à entrada em vigor do referido Código, nos termos do art. 2.028.
POSSE
b) posse injusta:
QUANTO AOS VÍCIOS
OBJETIVOS • Violenta (física/psíquica).
• Clandestina (ocultamento).
• Precária (abuso de confiança).
a) posse de boa fé: ignora obstáculo para aquisição da propriedade ou tem um
QUANTO AOS VÍCIOS justo título.
SUBJETIVOS b) posse de má fé: não ignora obstáculo para aquisição do domínio e não tem
justo título.
a) posse com título (ius possidendi) – há causa representativa. Posse causal ou
posse civil.
QUANTO AO TÍTULO
b) posse sem título (ius possessionis, quod possideo) – não há causa
representativa. Posse natural ou posse ato-fato.
a) posse nova.
QUANTO AO TEMPO
b) posse velha – tem pelo menos 1 ano e 1 dia.
- Se o possuidor está de boa-fé, a sua responsabilidade é subjetiva. E ele só responde pela perda ou deteriora-
ção da coisa se provada a sua culpa.
- Por outro lado, se o possuidor está de má-fé, a sua responsabilidade se torna objetiva COM RISCO INTEGRAL.
O possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, independentemente de culpa, mesmo que
proveniente de caso fortuito ou força maior (responsabilidade objetiva com risco integral).
Súmula 619-STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insus-
cetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente público, alegando-se
incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. STJ. Corte Especial. EREsp
1.134.446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623).
Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre exercício do uso de via municipal (bem pú-
blico de uso comum do povo) instituída como servidão de passagem. Ex: a empresa começou a construir uma
indústria e a obra está invadindo a via de acesso (rua) que liga a avenida principal à uma comunidade de mora-
dores locais. Os moradores possuem legitimidade para ajuizar ação de reintegração de posse contra a empresa
alegando que a rua que está sendo invadida representa uma servidão de passagem. STJ. 3ª Turma. REsp 1582176-
MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/9/2016 (Info 590).
Servidão de passagem X Passagem forçada: a passagem forçada é instituto de direito de vizinhança,
obrigatório, há pagamento de indenização ao imóvel serviente e cabe ação de passagem forçada. A servidão
de passagem, por sua vez, é direito real de gozo e fruição, não é obrigatório, não há pagamento de indenização
obrigatória ao imóvel serviente e cabe ação confessória.
USUCAPIÃO
ESPÉCIE REQUISITOS
(vi) Boa-fé
ESPECIAL RURAL/ (ii) Usucapiente não pode ser proprietário de qualquer outro imóvel urbano ou rural;
PRO LABORE (iii) A área de terra, que deve ser produtiva, não pode ser superior a 50 hectares.
(ii) Usucapiente não pode ser proprietário de qualquer outro imóvel urbano ou rural;
ESPECIAL URBANA
(iii) A área, que deve servir de moraria, não pode ser superior a 250 metros quadrados.
(ii) Área total dividida por todos os possuidores não pode ser superior a 250 metros por
possuidor;
(iii) Os usucapientes não podem ser proprietários de outro imóvel urbano ou rural;
#ALTERAÇÃOLEGISLATIVA #NOVIDADE
Súmula 263-STF: O possuidor deve ser citado, pessoalmente, para a ação de usucapião.
Súmula 237-STF: O usucapião pode ser arguido em defesa.
Não cabe intervenção de terceiros na modalidade de oposição na ação de usucapião. STJ. 3ª Turma. REsp
1726292-CE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/02/2019 (Info 642).
PROPRIEDADE
-Trata-se de um direito fundamental, protegido no art. 5º, inc. XXII, da CF, mas que deve sempre atender a uma
função social, em prol de toda a coletividade.
A propriedade é definida, tradicionalmente, como a soma de quatros atributos (direitos ou faculdade): usar, fruir/
gozar, reivindicar e dispor (GRUD).
U – usar: o uso da propriedade encontra limites nos direitos de vizinhança e no Estatuto da Cidade.
-A junção de todos esses atributos ou faculdades compõe a propriedade plena. Havendo apenas um desses atri-
butos, existirá posse, e não propriedade. Se esses atributos estiverem divididos entre pessoas distintas, sobre um
mesmo bem, haverá a figura da propriedade restrita (e não mais plena), que dá ensejo aos demais direitos reais
que conhecemos: a hipoteca, o uso, o usufruto, a servidão, e outros.
#CARACTERÍSTICAS
Caráter erga omnes. O proprietário pode usar a sua propriedade como bem entender. É a regra,
Direito
mas que deve ser relativizada em algumas situações, diante da função social e socioambiental da
Absoluto
propriedade (art. 1.228, § 1º, do CC).
Significa dizer que a propriedade deve pertencer apenas a uma pessoa, salvo as hipóteses
Direito
de condomínio e multipropriedade, por exemplo. Pode ser extraído do Art. 1.231 do CC: “A
Exclusivo
propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário”.
Através de tal característica, vislumbra-se que o direito de propriedade permanece,
Direito
independentemente do seu exercício, enquanto não se verificar alguma causa modificativa ou
Perpétuo
extintiva, de origem legal ou convencional.
Direito Tal característica é vislumbrada pelo desmembramento dos quatro atributos da propriedade
Complexo (usar, gozar, dispor e reaver).
Sobre essa característica, dispõe Flávio Tartuce (2016): “não se pode esquecer que a propriedade
é um direito fundamental, pelo que consta do art. 5.º, XXII e XXIII, da Constituição Federal.
Esse caráter faz que a proteção do direito de propriedade e a correspondente função social
Direito sejam aplicados de forma imediata nas relações entre particulares, pelo que consta do art. 5.º,
Fundamental § 1.º, do Texto Maior (eficácia horizontal dos direitos fundamentais). Em reforço, o direito de
propriedade pode ser ponderado frente a outros direitos tidos como fundamentais, caso da
dignidade humana (art. 1.º, III, da CF/1988), particularmente naqueles casos de difícil solução
(técnica de ponderação)”.
A elasticidade do direito de propriedade pode ser vislumbrada através da distensão ou contração
Direito
quanto ao seu exercício. Assim, na dicção de Orlando Gomes, a propriedade alodial está em seu
Elástico
grau máximo de elasticidade, posto que todos os atributos estão sendo utilizados, por exemplo.
INSTITUTO CONCEITO
Servidão é a relação jurídica real por meio da qual o proprietário vincula o seu imóvel, dito
serviente, a prestar certa utilidade a outro prédio, dito dominante, pertencente a dono distinto,
Servidão obrigando-se, em consequência, a não praticar determinados atos dominiais no prédio serviente
ou a não impedir que neste o proprietário do imóvel dominante pratique atos de extração da
utilidade que lhe foi concedida.
Trata-se de direito real temporário concedido a uma pessoa para desfrutar um objeto alheio
como se fosse próprio, retirando as suas utilidades e frutos, contudo sem lhe alterar a substância.
Assim, o conteúdo do domínio é fracionado, pois, enquanto o usufrutuário percebe os frutos
naturais, industriais e civis e retira proveito econômico da coisa, remanesce em poder do nu-
Usufruto proprietário a substância do direito, vale dizer, a faculdade de disposição da coisa e o seu próprio
valor, podendo alienar, instituir ônus real ou dar qualquer outra forma de disposição ao objeto,
apesar de despido de importantes atributos. Como contrapartida ao aproveitamento do bem e
às faculdades que lhe são concedidas, zelará o usufrutuário pela manutenção da integridade da
coisa, em sua destinação econômica.
O direito real de uso é próximo ao de usufruto, mas com ele não se confunde. Ambos são
temporários por essência, mas o direito de uso possui abrangência reduzida, pois o seu titular
Uso
não tem autorização para gozar da coisa. Ou seja, o usuário pode usar o bem móvel ou imóvel,
desde que não sejam consumíveis ou fungíveis, sendo-lhe, todavia, impedida a sua fruição.
Circunscreve-se este direito real à faculdade de seu titular residir gratuita e temporariamente
Habitação em um prédio, com sua família. O imóvel só se destina à ocupação direta do beneficiário, sendo
insuscetível de locação ou comodato, sob pena de resolução contratual.
(a) Natureza acessória a garantia real pressupõe a existência de um crédito, que tem natureza principal.
Logo, aplica-se o princípio da gravitação jurídica.
(b) Publicidade isso se dá através do registro. É justamente essa publicidade que garante a oponibilidade
ERGA OMNES, pois surge presunção absoluta de conhecimento.
(c) Sequela ou ambulatoriedade é decorrência da oponibilidade ERGA OMNES. O direito real em garantia
acompanha o bem, onde quer que ele se encontre.
(d) Preferência (art. 1422) o credor tem preferência sobre aqueles bens.
(e) Excussão o credor com garantia, real, no caso de inadimplemento, não pode ficar com o objeto da
garantia, por força da proibição da cláusula comissória (art. 1428). O credor tem direito à excussão, ou seja, ao
produto da alienação do bem.
#DIZERODIREITO
É juridicamente possível o pedido de alienação judicial de bem imóvel objeto de compromisso de compra e
venda. STJ. 3ª Turma. REsp 1.501.549-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 08/05/2018 (Info 625).
A ação de cobrança de débitos condominiais pode ser proposta contra o arrendatário do imóvel. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.704.498-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/04/2018 (Info 624).
Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente público, alegando-se
incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. STJ. Corte Especial. EREsp
1134446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623).
Oficina mecânica que realiza reparos em veículo, com autorização do proprietário, não pode reter o bem por
falta de pagamento do serviço. STJ. 3ª Turma. REsp 1628385-ES, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em
22/8/2017 (Info 610).
- Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio geral ou
edilício (vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou extraordinária,
constante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da prestação. STJ. 2ª
Seção. REsp 1.483.930-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 596).
- O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que “o autor terá os
benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis.”
Entretanto, essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir da comprovação inequívoca de que o autor
não é considerado «necessitado». STJ. 3ª Turma. REsp 1.517.822-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 21/2/2017 (Info 599).
Não é necessária a outorga uxória para validade e eficácia de contrato de arrendamento rural. Nos termos do
Decreto nº 59.566/66, o arrendamento rural é, por definição legal, o contrato mediante o qual uma pessoa se
obriga a ceder a outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural, mediante retribuição. Não
há exigência legal de forma especial para a sua plena validade e eficácia, sendo o arrendamento rural um con-
trato não solene. STJ. 3ª Turma. REsp 1.764.873-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 14/05/2019
(Info 649).
CONDOMÍNIO
CONDOMÍNIO EM GERAL
O condomínio representa a divisão abstrata do direito de propriedade em tantos quanto
TEORIA
são os proprietários, ficando cada um deles com uma fração ideal do direito sobre a coisa.
INDIVIDUALISTA
É a teoria adotada pelo CC.
Não há divisão abstrata do direito, de modo que todos são proprietários em comum da
TEORIA COLETIVA
coisa, titulares coletivos do direito de propriedade.
Ocorre quando os condôminos decidem consensualmente dividir a área comum em parte,
delineando as porções em que cada um exercerá a posse e demais direitos dominiais
PRO DIVISO como se único dono fosse. Tal divisão só gera efeito entre os condôminos, garantindo-
lhes o direito de se valer das ações possessórias para defender sua posse exclusiva contra
esbulho ou turbação praticada por outro condômino.
É aquele que surge quando os condôminos não convencionam pela separação de fato
PRO INDIVISO da coisa, de modo que todos exerçam a posse simultânea sobre a integralidade do bem
comum.
CONDOMÍNIO EDILÍCIO
NATUREZA
ENTE DESPERSONALIZADO
JURÍDICA
ATO DE
O condomínio pode ser instituído por ato inter vivos ou causa mortis.
INSTITUIÇÃO
-É o documento escrito que se destina a regulamentar os direitos e deveres dos
condôminos.
Não se pode proibir o condômino inadimplente de usar as áreas comuns do condomínio. O condomínio,
independentemente de previsão em regimento interno, não pode proibir, em razão de inadimplência, condômi-
no e seus familiares de usar áreas comuns, ainda que destinadas apenas a lazer. Assim, é ilícita a disposição
condominial que proíbe a utilização de áreas comuns do edifício por condômino inadimplente e seus familiares
como medida coercitiva para obrigar o adimplemento das taxas condominiais. STJ. 3ª Turma. REsp 1564030-MG,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 9/8/2016 (Info 588). STJ. 4ª Turma. REsp 1699022-SP, Rel. Min. Luis
Súmula 260-STJ: A convenção de condomínio aprovada, ainda que sem registro, é eficaz para regular as relações
entre os condôminos.
A ação de cobrança de débitos condominiais pode ser proposta contra o arrendatário do imóvel. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.704.498-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/04/2018 (Info 624).
Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio geral ou edilício
(vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária ou extraordinária, con-
stante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da prestação. STJ. 2ª Seção.
REsp 1483930-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 596).
O condomínio, independentemente de previsão em regimento interno, não pode proibir, em razão de inadim-
plência, condômino e seus familiares de usar áreas comuns, ainda que destinadas apenas a lazer. STJ. 3ª Turma.
REsp 1564030-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 9/8/2016 (Info 588).
Acerca da regulamentação da criação de animais pela convenção condominial, podem surgir três situações: a) Se
a convenção não regular a matéria: o condômino pode criar animais em sua unidade autônoma, desde que não
viole os deveres previstos no art. 1.336, IV, do CC e no art. 19 da Lei nº 4.591/64. b) Se a convenção veda apenas
a permanência de animais causadores de incômodos aos demais moradores: essa norma condominial é válida
(não apresenta nenhuma ilegalidade). c) Se a convenção proíbe a criação e a guarda de quaisquer espécies de
animais: essa restrição se mostra desarrazoada, considerando que determinados animais não apresentam risco
à incolumidade e à tranquilidade dos demais moradores e dos frequentadores ocasionais do condomínio. O im-
pedimento de criar animais em partes exclusivas (unidades autônomas) somente se justifica para a preservação
da segurança, da higiene, da saúde e do sossego. Se tais aspectos não estão em risco, não há motivo para a proi-
bição. Assim, é ilegítima a restrição genérica contida em convenção condominial que proíbe a criação e guarda
de animais de quaisquer espécies em unidades autônomas STJ. 3ª Turma. REsp 1.783.076-DF, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 14/05/2019 (Info 649).
Art. 1.358-B. A multipropriedade reger-se-á pelo disposto neste Capítulo e, de forma supletiva e subsidiária, pelas
demais disposições deste Código e pelas disposições das Leis nºs 4.591, de 16 de dezembro de 1964, e8.078, de 11 de
setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor).
Art. 1.358-C. Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada um dos proprietários de um mesmo imóvel é
titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalidade do
imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.
Parágrafo único. A multipropriedade não se extinguirá automaticamente se todas as frações de tempo forem do
mesmo multiproprietário.
§ 1º O período correspondente a cada fração de tempo será de, no mínimo, 7 (sete) dias, seguidos ou intercala-
dos, e poderá ser:
II - flutuante, caso em que a determinação do período será realizada de forma periódica, mediante procedimento
objetivo que respeite, em relação a todos os multiproprietários, o princípio da isonomia, devendo ser previamente
divulgado; ou
§ 2º Todos os multiproprietários terão direito a uma mesma quantidade mínima de dias seguidos durante o ano,
podendo haver a aquisição de frações maiores que a mínima, com o correspondente direito ao uso por períodos
também maiores
Art. 1.358-F. Institui-se a multipropriedade por ato entre vivos ou testamento, registrado no competente cartório de
registro de imóveis, devendo constar daquele ato a duração dos períodos correspondentes a cada fração de tempo
Parágrafo único. Em caso de instituição da multipropriedade para posterior venda das frações de tempo a terceiros,
o atendimento a eventual limite de frações de tempo por titular estabelecido no instrumento de instituição será obri-
gatório somente após a venda das frações.
Art. 1.358-I. São direitos do multiproprietário, além daqueles previstos no instrumento de instituição e na convenção
de condomínio em multipropriedade:
I - usar e gozar, durante o período correspondente à sua fração de tempo, do imóvel e de suas instalações, equipa-
mentos e mobiliário;
III - alienar a fração de tempo, por ato entre vivos ou por causa de morte, a título oneroso ou gratuito, ou onerá-la,
devendo a alienação e a qualificação do sucessor, ou a oneração, ser informadas ao administrador;
IV - participar e votar, pessoalmente ou por intermédio de representante ou procurador, desde que esteja quite com
as obrigações condominiais, em:
b) assembleia geral do condomínio edilício, quando for o caso, e o voto do multiproprietário corresponderá à quota
de sua fração de tempo em relação à quota de poder político atribuído à unidade autônoma na respectiva convenção
de condomínio edilício.
Art. 1.358-J. São obrigações do multiproprietário, além daquelas previstas no instrumento de instituição e na conven-
ção de condomínio em multipropriedade:
I - pagar a contribuição condominial do condomínio em multipropriedade e, quando for o caso, do condomínio edilí-
cio, ainda que renuncie ao uso e gozo, total ou parcial, do imóvel, das áreas comuns ou das respectivas instalações,
equipamentos e mobiliário;
II - responder por danos causados ao imóvel, às instalações, aos equipamentos e ao mobiliário por si, por qualquer
de seus acompanhantes, convidados ou prepostos ou por pessoas por ele autorizadas;
III - comunicar imediatamente ao administrador os defeitos, avarias e vícios no imóvel dos quais tiver ciência durante
a utilização;
V - manter o imóvel em estado de conservação e limpeza condizente com os fins a que se destina e com a natureza
da respectiva construção;
VI - usar o imóvel, bem como suas instalações, equipamentos e mobiliário, conforme seu destino e natureza;
VII - usar o imóvel exclusivamente durante o período correspondente à sua fração de tempo;
VIII - desocupar o imóvel, impreterivelmente, até o dia e hora fixados no instrumento de instituição ou na convenção
de condomínio em multipropriedade, sob pena de multa diária, conforme convencionado no instrumento pertinente;
II - multa progressiva e perda temporária do direito de utilização do imóvel no período correspondente à sua fração
de tempo, no caso de descumprimento reiterado de deveres.
§ 2º A responsabilidade pelas despesas referentes a reparos no imóvel, bem como suas instalações, equipamentos
e mobiliário, será:
II - exclusivamente do multiproprietário responsável pelo uso anormal, sem prejuízo de multa, quando decorrentes
de uso anormal do imóvel.
Art. 1.358-K. Para os efeitos do disposto nesta Seção, são equiparados aos multiproprietários os promitentes com-
pradores e os cessionários de direitos relativos a cada fração de tempo.
Art. 1.358-L. A transferência do direito de multipropriedade e a sua produção de efeitos perante terceiros dar-se-ão
na forma da lei civil e não dependerão da anuência ou cientificação dos demais multiproprietários.
§ 1º Não haverá direito de preferência na alienação de fração de tempo, salvo se estabelecido no instrumento
de instituição ou na convenção do condomínio em multipropriedade em favor dos demais multiproprietários ou do
instituidor do condomínio em multipropriedade.
§ 2º O adquirente será solidariamente responsável com o alienante pelas obrigações de que trata o § 5º do art.
1.358-J deste Código caso não obtenha a declaração de inexistência de débitos referente à fração de tempo no mo-
mento de sua aquisição.
Art. 1.358-M. A administração do imóvel e de suas instalações, equipamentos e mobiliário será de responsabilidade
da pessoa indicada no instrumento de instituição ou na convenção de condomínio em multipropriedade, ou, na falta
de indicação, de pessoa escolhida em assembleia geral dos condôminos.
(...)
Art. 1.358-N. O instrumento de instituição poderá prever fração de tempo destinada à realização, no imóvel e em
suas instalações, em seus equipamentos e em seu mobiliário, de reparos indispensáveis ao exercício normal do direito
de multipropriedade.
(...)
§ 2º Em caso de emergência, os reparos de que trata o caput deste artigo poderão ser feitos durante o período
correspondente à fração de tempo de um dos multiproprietários.
Art. 1.368-C. O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio de
natureza especial, destinado à aplicação em ativos financeiros, bens e direitos de qualquer natureza. (Incluído pela
Lei nº 13.874, de 2019)
§ 1º Não se aplicam ao fundo de investimento as disposições constantes dos arts. 1.314 ao 1.358-A deste
Código. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º Competirá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o disposto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)
§ 3º O registro dos regulamentos dos fundos de investimentos na Comissão de Valores Mobiliários é condição
suficiente para garantir a sua publicidade e a oponibilidade de efeitos em relação a terceiros. (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)
Art. 1.368-D. O regulamento do fundo de investimento poderá, observado o disposto na regulamentação a que se
refere o § 2º do art. 1.368-C desta Lei, estabelecer: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
I - a limitação da responsabilidade de cada investidor ao valor de suas cotas; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
II - a limitação da responsabilidade, bem como parâmetros de sua aferição, dos prestadores de serviços do fundo
de investimento, perante o condomínio e entre si, ao cumprimento dos deveres particulares de cada um, sem so-
lidariedade; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
III - classes de cotas com direitos e obrigações distintos, com possibilidade de constituir patrimônio segregado para
cada classe. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 1º A adoção da responsabilidade limitada por fundo de investimento constituído sem a limitação de responsabilidade
somente abrangerá fatos ocorridos após a respectiva mudança em seu regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.874,
de 2019)
§ 2º A avaliação de responsabilidade dos prestadores de serviço deverá levar sempre em consideração os riscos
inerentes às aplicações nos mercados de atuação do fundo de investimento e a natureza de obrigação de meio de
seus serviços. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º O patrimônio segregado referido no inciso III do caput deste artigo só responderá por obrigações vinculadas
à classe respectiva, nos termos do regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 1.368-E. Os fundos de investimento respondem diretamente pelas obrigações legais e contratuais por
eles assumidas, e os prestadores de serviço não respondem por essas obrigações, mas respondem pelos
prejuízos que causarem quando procederem com dolo ou má-fé. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 1º Se o fundo de investimento com limitação de responsabilidade não possuir patrimônio suficiente para responder
por suas dívidas, aplicam-se as regras de insolvência previstas nos arts. 955 a 965 deste Código. (Incluído pela Lei
nº 13.874, de 2019)
§ 2º A insolvência pode ser requerida judicialmente por credores, por deliberação própria dos cotistas do fundo de
investimento, nos termos de seu regulamento, ou pela Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 13.874,
de 2019)
Art. 1.368-F. O fundo de investimento constituído por lei específica e regulamentado pela Comissão de Valores
Mobiliários deverá, no que couber, seguir as disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Trata-se de instituto com previsão no artigo 1.510-A do Código Civil, em que o proprietário de uma construção-
-base cede a superfície superior ou inferior da construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta
daquela originalmente construída sobre o solo.
Enunciado 568, CJF: O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo
relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato, admitindo-se o direito de sobrelevação, atendida a leg-
islação urbanística.
O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade.
Os titulares da laje, unidade imobiliária autônoma constituída em matrícula própria, poderão dela usar, gozar e
dispor.
Art. 1.510-A. O proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou inferior de sua construção
a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
§1º O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou privados, tomados em
projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não per-
tencentes ao proprietário da construção-base.
§4º A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal de terreno ao titular da laje ou a
participação proporcional em áreas já edificadas.
§6º O titular da laje poderá ceder a superfície de sua construção para a instituição de um sucessivo direito real de
laje, desde que haja autorização expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes, respeitadas as postu-
ras edilícias e urbanísticas vigentes.
Art. 1.510-E. A ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje, salvo:
Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta o direito a eventual reparação civil contra o culpado pela ruína.
X - requerer a intimação do titular da construção-base, bem como, se for o caso, do titular de lajes anteriores, quando
a penhora recair sobre o direito real de laje;
XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair sobre a construção-base.
É possível que haja sucessivos direitos de laje – desse que haja autorização expressa, e sejam respeitadas as normas
urbanísticas.
#NÃOCONFUNDA:
CASAMENTO
#ATENÇÃO
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o
disposto no art. 1.517 deste Código.
Ação de partilha posterior ao divórcio deve tramitar no juízo que decretou o divórcio, mesmo que um
dos ex-cônjuges tenha mudado de domicílio e se tornado incapaz. A incapacidade superveniente de uma
das partes, após a decretação do divórcio, não tem o condão de alterar a competência funcional do juízo pre-
vento. Assim, a ação de partilha posterior ao divórcio deve tramitar no juízo que decretou o divórcio, mesmo
que um dos ex-cônjuges tenha mudado de domicílio e se tornado incapaz. Não se aplica, no caso a regra do
art. 50 do CPC/2015, que prevê a competência do domicílio do incapaz (competência territorial especial). Isso
porque a competência funcional, decorrente da acessoriedade entre as ações de divórcio e partilha, possui na-
tureza absoluta. Por outro lado, a competência territorial especial conferida ao autor incapaz, apesar de ter como
efeito o afastamento das normas gerais previstas no diploma processual, possui natureza relativa. As regras de
competência absoluta preponderam em relação às das de competência relativa. STJ. 2ª Seção. CC 160329-MG,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/02/2019 (Info 643).
UNIÃO ESTÁVEL
A competência para processar e julgar ação destinada ao reconhecimento de união estável homoafetiva é da
vara de família. Assim, se houver vara privativa para julgamento de processos de família, essa será competente
para processar e julgar pedido de reconhecimento e dissolução de união estável homoafetiva, independente-
mente de eventuais limitações existentes na lei de organização judiciária local. STJ. 3ª Turma. REsp 1291924-RJ,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/5/2013 (Info 524).
#APOSTACICLOS: A proteção matrimonial conferida ao noivo, nos termos do art. 258, parágrafo único, II, do
Código Civil de 1916, não se revela necessária quando o enlace for precedido de longo relacionamento em união
estável, que se iniciou quando os cônjuges não tinham restrição legal à escolha do regime de bens. STJ. 4ª Turma.
REsp 1318281-PE, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 1/12/2016 (Info 595).
RELAÇÕES DE PARENTESCO
-CLASSIFICAÇÃO
- Parentesco na linha reta: é aquele existente entre ascendentes e descendentes (art. 1591).
- Parentesco na linha colateral ou transversal: existente entre pessoas provenientes do mesmo tronco que
não são ascendentes e descendentes (art. 1592). Está limitado ao quarto grau.
- Parentesco por afinidade: entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro cônjuge ou com-
panheiro. O CC/2002 admite parentesco por afinidade em união estável. Na linha reta o parentesco
por afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou união estável.
- Parentesco civil: é aquele que possui “outra origem”, conforme art. 1593 do CC.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.
PARENTESCO CIVIL:
ADOÇÃO
SOCIOAFETIVIDADE
- FILIAÇÃO: É a relação de parentesco existente entre ascendente e descendente de primeiro grau. A correta
interpretação do julgamento do STF na ADI 132 é que a família homoafetiva deve ser reconhecida para todos
os fins jurídicos. Não se admite a escolha de material genético para fins de reprodução assistida. Um ma-
rido autorizou a mulher a fazer uso da técnica heteróloga. Após a fecundação, o marido quer revogar essa
autorização. Nesse caso, o filho será dele, não cabendo a revogação do ato.
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
É possível a inclusão de dupla paternidade em assento de nascimento de criança concebida mediante as técni-
cas de reprodução assistida heteróloga e com gestação por substituição.
A reprodução assistida e a paternidade socioafetiva constituem nova base fática para incidência do preceito
“ou outra origem” do art. 1.593 do Código Civil.
Os conceitos legais de parentesco e filiação exigem uma nova interpretação, atualizada à nova dinâmica social,
para atendimento do princípio fundamental de preservação do melhor interesse da criança.
Vale ressaltar que não se trata de adoção, pois não se pretende o desligamento do vínculo com o pai biológi-
co, que reconheceu a paternidade no registro civil de nascimento da criança.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.608.005-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 14/05/2019 (Info 649).
No mesmo sentido é o Enunciado 111 da I Jornada de Direito Civil: A adoção e a reprodução assistida heterólo-
ga atribuem a condição de filho ao adotado e à criança resultante de técnica conceptiva heteróloga; porém,
enquanto na adoção haverá o desligamento dos vínculos entre o adotado e seus parentes consanguíneos, na
reprodução assistida heteróloga sequer será estabelecido o vínculo de parentesco entre a criança e o doador
do material fecundante.
- PATERNIDADE:
• Jurídica ou Legal: pai era aquele que, segundo a lei, fosse o marido da genitora.
#ATENÇÃO: MULTIPARENTALIDADE. Situação em que um indivíduo pode vir a ter mais de um pai ou de uma
mãe.
• Ação reivindicatória de filho: proposta por terceiro para pleitear vínculo parental. Art. 1.604 do CC:
“ninguém pode vindicar estado contrário ao registro, salvo prova de erro ou falsidade”.
• Ação negatória de paternidade. O art. 1601 do CC prevê que esta ação é imprescritível.
• Ação investigatória de paternidade ou maternidade: nos termos do art. 1606, CC, essa ação compete
ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros se ele morrer menor ou incapaz. Se a ação for iniciada pelo
filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se extinto o processo.
Súmula 301-STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz pre-
sunção juris tantum de paternidade. (art. 231 do CC/2002: aquele que se nega a submeter-se a exame médico
necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa).
Súmula 277-STJ: Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação.
É uma ação de natureza declaratória (imprescritível). A legitimidade ativa para a ação é personalíssima do filho (se
menor, deverá estar representado ou assistido). A legitimidade passiva é, em regra, do suposto pai ou suposta mãe;
mas também pode ser proposta contra os herdeiros do(a) falecido(a) pai/mãe, ou até mesmo contra os avós (ação
avoenga).
Súmula 149, STF: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a ação de petição de
herança.
#APOSTACICLOS: A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhec-
imento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios. Ex:
Lucas foi registrado e criado como filho por João; vários anos depois, Lucas descobre que seu pai biológico é
Pedro; Lucas poderá buscar o reconhecimento da paternidade biológica de Pedro sem que tenha que perder a
filiação socioafetiva que construiu com João; ele terá dois pais; será um caso de pluriparentalidade; o filho terá
direitos decorrentes de ambos os vínculos, inclusive no campo sucessório. STF. Plenário. RE 898060/SC, Rel. Min.
Luiz Fux, julgado em 21 e 22/09/2016 (Info 840).
É possível a inclusão de dupla paternidade em assento de nascimento de criança concebida mediante as técnicas
de reprodução assistida heteróloga e com gestação por substituição, não configurando violação ao instituto da
adoção unilateral. STJ. 3ª Turma. REsp 1.608.005-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 14/05/2019
(Info 649).
No mesmo sentido é o Enunciado 111 da I Jornada de Direito Civil: A adoção e a reprodução assistida heterólo-
ga atribuem a condição de filho ao adotado e à criança resultante de técnica conceptiva heteróloga; porém,
enquanto na adoção haverá o desligamento dos vínculos entre o adotado e seus parentes consanguíneos, na
reprodução assistida heteróloga sequer será estabelecido o vínculo de parentesco entre a criança e o doador do
material fecundante.
ALIMENTOS
Alimentos são as prestações devidas para a satisfação das necessidades pessoais daquele
CONCEITO que não pode provê-las pelo trabalho próprio. Os fundamentos são os princípios
constitucionais da dignidade da pessoa humana e da solidariedade familiar.
Necessidade (de quem pede) + possibilidade (de quem paga) + proporcionalidade
PRESSUPOSTOS
(doutrina moderna)
a) Direito personalíssimo
b) Reciprocidade
c) Irrenunciabilidade
g) Obrigação incompensável
h) brigação impenhorável
i) Transmissível
I. QUANTO ÀS FONTES:
(b) Alimentos convencionais são aqueles fixados por força de contrato, testamento
ou legado, ou seja, que decorrem da autonomia privada do instituidor.
PRINCIPAIS
(c) Alimentos indenizatórios, ressarcitórios ou indenitários são aqueles
CLASSIFICAÇÕES
fundamentados na responsabilidade civil (art. 948, II).
(a) Alimentos pretéritos são aqueles que ficaram no passado e que não podem
mais ser cobrados, via de regra, eis que o princípio que rege os alimentos é o da atualidade
(ex. prescritos).
(b) Alimentos presentes são aqueles que estão sendo exigidos no momento, e que
pela atualidade da obrigação alimentar podem ser cobrados mediante ação específica.
(c) Alimentos futuros são os alimentos pendentes, como aqueles que vão
vencendo no curso da ação e que podem ser cobrados quando chegar o momento
próprio, mais uma vez diante da atualidade da obrigação alimentar.
(a) Alimentos próprios ou in natura são aqueles pagos em espécie, ou seja, por
meio do fornecimento de alimentação, sustento e hospedagem, sem prejuízo do dever
de prestar o necessário para a educação dos menores (art. 1701, caput).
(b) Alimentos impróprios são aqueles pagos mediante pensão. Cabe ao juiz da
causa, de acordo com as circunstâncias do caso concreto, fixar qual a melhor forma de
cumprimento da prestação (art. 1.701, parágrafo único, do CC).
PRINCIPAIS
CLASSIFICAÇÕES V. QUANTO À FINALIDADE:
(c) Alimentos provisionais são aqueles fixados em outras ações que não seguem
o rito especial mencionado, visando manter a parte que os pleiteia no curso da lide, por
isso a sua denominação ad litem. São fixados por meio de antecipação de tutela ou em
liminar concedida em medida cautelar de separação de corpos em ações em que não há
a mencionada prova pré-constituída, caso da ação de investigação de paternidade ou da
ação de reconhecimento e dissolução da união estável (art. 1706).
No acordo ficou ajustado que o devedor pagaria a pensão durante certo tempo; passado esse período, o
indivíduo, por mera liberalidade, continuou pagando; isso não significa, contudo, que ele passou a ter o
dever de pagar para sempre a pensão. Obrigação alimentar extinta, mas mantida por longo período de tempo
por mera liberalidade do alimentante, não pode ser perpetuada com fundamento no instituto da surrectio. STJ. 3ª
Turma. REsp 1789667-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado
em 13/08/2019 (Info 654).
A genitora do menor alimentando pode prosseguir, em nome próprio, com a execução de alimentos, a fim de
receber os valores referentes aos débitos alimentares vencidos, mesmo após a transferência da titularidade da
guarda da criança para o pai executado?
A mãe tem legitimidade para prosseguir na execução de pensão alimentícia proposta à época em que era guar-
diã do filho menor, ainda que depois disso a guarda tenha sido transferida ao pai executado? 4ª Turma do STJ:
SIM. A genitora que, ao tempo em que exercia a guarda judicial do filho, representou-o em ação de execução
de débitos alimentares possui legitimidade para prosseguir no processo executivo com intuito de ser ressarcida,
ainda que, no curso da cobrança judicial, a guarda tenha sido transferida ao genitor (executado). STJ. 4ª Turma.
REsp 1410815-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 9/8/2016 (Info 590). 3ª Turma do STJ: NÃO. A genitora do
alimentando não pode prosseguir na execução de alimentos, em nome próprio, a fim de perceber os valores
referentes aos débitos alimentares vencidos, após a transferência da titularidade da guarda do menor ao execu-
tado. Não se pode falar em sub-rogação no caso, considerando que o direito aos alimentos possui caráter per-
sonalíssimo. STJ. 3ª Turma. REsp 1771258-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/08/2019 (Info 654).
A mãe tem legitimidade para prosseguir na execução de pensão alimentícia proposta à época em que era
guardiã do filho menor, ainda que depois disso a guarda tenha sido transferida ao pai executado?
A mãe tem legitimidade para prosseguir na execução de pensão alimentícia proposta à época em que era
guardiã do filho menor, ainda que depois disso a guarda tenha sido transferida ao pai executado? 4ª Turma
do STJ: NÃO. A genitora que, ao tempo em que exercia a guarda judicial do filho, representou-o em ação de
execução de débitos alimentares possui legitimidade para prosseguir no processo executivo com intuito de ser
ressarcida, ainda que, no curso da cobrança judicial, a guarda tenha sido transferida ao genitor (executado). STJ.
4ª Turma. REsp 1.410.815-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 9/8/2016 (Info 590). 3ª Turma do STJ: SIM. A gen-
itora do alimentando não pode prosseguir na execução de alimentos, em nome próprio, a fim de perceber os
valores referentes aos débitos alimentares vencidos, após a transferência da titularidade da guarda do menor ao
executado. Não se pode falar em sub-rogação no caso considerando que o direito aos alimentos possui caráter
personalíssimo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.771.258-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/08/2019 (Info
654).
Tema repetitivo 192 - A pensão alimentícia incide sobre o décimo terceiro salário e o terço constitucional de férias,
também conhecidos, respectivamente, por gratificação natalina e gratificação de férias. REsp 1106654/RJ
Súmula 336-STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária
por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.
Súmula 596-STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se configu-
Súmula 594-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de
criança ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se
encontrar nas situações de risco descritas no art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou de quaisquer
outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na comarca. STJ. 2ª Seção.
Aprovada em 25/10/2017, DJe 06/11/2017.
Súmula 621-STJ: Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimentante do pagamento retroagem
à data da citação, vedadas a compensação e a repetibilidade.
#APOSTACICLOS: A ação de alimentos gravídicos não se extingue ou perde seu objeto com o nascimento da
criança, pois os referidos alimentos ficam convertidos em pensão alimentícia até eventual ação revisional em
que se solicite a exoneração, redução ou majoração de seu valor ou até mesmo eventual resultado em ação
de investigação ou negatória de paternidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1629423-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 6/6/2017 (Info 606).
O prazo para interposição de recurso ordinário em habeas corpus, ainda que se trate de matéria não criminal,
continua sendo de 5 dias, nos termos do art. 30 da Lei nº 8.038/90, não se aplicando à hipótese os arts. 1.003,
§5º, e 994, V, do CPC/2015. Ex: recurso ordinário contra decisão do TJ que negou habeas corpus a indivíduo que
se encontra preso em razão de dívida de alimentos. STJ. 3ª Turma. RHC 109.330-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 09/04/2019 (Info 646).
Art. 1.784 do CC. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários (droit de saisine). Herdeiro legítimo é aquele apontado pela lei;
herdeiro testamentário é aquele nomeado por testamento, legado ou codicilo (art. 1.796
do CC)
Art. 1.787 do CC. A sucessão e a legitimação para suceder serão reguladas pela lei do tem-
REGRAS BÁSICAS po da abertura da sucessão.
DA SUCESSÃO Art. 1.788 do CC. Se a pessoa falecer sem testamento, a sua herança será transmitida aos
herdeiros legítimos. O mesmo vale para os casos de ausência de testamento, de caducida-
de ou nulidade absoluta do ato de disposição.
Art. 1.789 do CC. Havendo herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge), o
testador somente poderá dispor de metade da herança. Trata-se da famosa proteção da
legítima, que é a quota dos herdeiros necessários.
A herança defere-se de forma unitária, ainda que haja pluralidade de herdeiros. A he-
ADMINISTRAÇÃO rança, antes da partilha, constitui um bem imóvel por determinação legal, indivisível e
DA HERANÇA universal (universalidade jurídica), nos termos do art. 1.791 do CC. A herança é adminis-
trada pelo inventariante, que exerce um mandato legal e, na sua falta, pelo administrador
provisório (art. 1.797 do CC).
A aceitação ou adição da herança é o ato pelo qual o herdeiro manifesta a sua vontade
de receber os bens do falecido, confirmando a transmissão sucessória. Trata-se de um
ato jurídico unilateral, que produz efeitos independentemente da concordância de ter-
ceiros, tendo, portanto, natureza não receptícia.
Três são as formas de aceitação da herança, a saber:
(a) Aceitação expressa – feita por declaração escrita do herdeiro, por meio de instrumen-
ACEITAÇÃO DA to público ou particular.
HERANÇA
(b) Aceitação tácita – resultante tão somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
Como exemplo, cite-se a hipótese em que o herdeiro toma posse de um bem e começa
a administrá-lo e a geri-lo como se fosse seu.
(c) Aceitação presumida – tratada pelo art. 1.807 do CC, segundo o qual o interessado
em que o herdeiro declare se aceita ou não a herança, poderá, 20 dias após aberta a
sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de 30 dias, para nele se pronunciar
o herdeiro. Isso, sob pena de haver a herança por aceita.
É o ato solene pelo qual uma pessoa, chamada à sucessão de outra, declara que a não
aceita. Duas são as modalidades de renúncia à herança:
(a) Renúncia abdicativa – o herdeiro diz simplesmente que não quer a herança, havendo
cessão pura e simples a todos os coerdeiros, o que equivale à renúncia pura. Em casos
RENÚNCIA
tais, não há incidência de Imposto de Transmissão Inter Vivos contra o renunciante.
(b) Renúncia translativa – quando o herdeiro cede os seus direitos a favor de determinada
pessoa (in favorem). Como há um negócio jurídico de transmissão, verdadeira doação,
incide o Imposto de Transmissão Inter Vivos contra o renunciante.
De acordo com o art. 1.824 que o herdeiro pode, em ação de petição de herança, de-
PETIÇÃO DE
mandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança,
HERANÇA
ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.
ACEITAÇÃO RENÚNCIA
EXPRESSA = INSTRUMENTO PÚBLICO OU TERMO
EXPRESSA (ESCRITA), TÁCITA OU PRESUMIDA.
JUDICIAL.
IRREVOGÁVEL IRREVOGÁVEL
- ABDICATIVA OU TRANSLATIVA
Quando a pessoa morre, seu cônjuge tem direito à meação, ou seja, metade dos bens
do falecido já pertencem obrigatoriamente ao cônjuge supérstite. A outra metade é que
será a herança. Ora, o legislador pensou o seguinte: “se o cônjuge já vai ter direito à me-
COMUNHÃO tade dos bens pelo fato de ser meeiro, não é justo que ele também tenha parte da outra
UNIVERSAL metade em prejuízo dos descendentes; vamos excluir o cônjuge da herança para que ela
fique toda para os descendentes”.
Em regra, o cônjuge não terá direito à herança porque já terá direito à meação (metade
dos bens). Pessoal, o cônjuge só terá direito à herança quanto aos bens que o falecido
deixar referente às suas coisas particulares. Isso porque os bens particulares do falecido
não integram o conceito de “meação”. Logo, tais bens serão herdados tanto pelo cônjuge
COMUNHÃO como pelos descendentes (eles dividirão/concorrerão). Contudo, se o falecido não deixou
PARCIAL bens particulares, não há razão para o cônjuge sobrevivente ser herdeiro, pois já tem a
meação sobre o total dos bens em comum do casal deixados pelo inventariado, cabendo
a outra metade somente aos descendentes deste.
REGIME DA
Houve uma falha do legislador, que não previu como fica a sucessão do cônjuge em caso
PARTICIPAÇÃO
do regime da participação final nos aquestos. Diante disso, a doutrina majoritária afirma
FINAL NOS
que deverá ser aplicada, por analogia, a mesma regra da comunhão parcial de bens.
AQUESTOS
É aquele no qual a lei impõe a sua adoção pelo fato de as pessoas estarem casando em
determinadas situações em que o legislador considerou “arriscadas” ao patrimônio de
SEPARAÇÃO um dos nubentes. Tais hipóteses estão previstas no art. 1.641 do CC. Por isso, a lei impõe
LEGAL que os patrimônios fiquem separados. Pensando nisso, o legislador entendeu que, se tais
(OBRIGATÓRIA) patrimônios deverão ficar separados quando em vida, é natural que eles também fiquem
separados quando houver a morte do cônjuge e existirem descendentes.
#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO A reserva da quarta parte da herança, prevista no art. 1.832 do Código
Civil, não se aplica à hipótese de concorrência sucessória híbrida. Concorrência sucessória híbrida ocorre quan-
do o cônjuge/companheiro estiver concorrendo com descendentes comuns e com descendentes exclusivos do
falecido. Ex: José faleceu e deixou como herdeiros Paula (cônjuge) e 5 filhos, sendo 3 filhos também de Paula e
2 de um outro casamento anterior de José. Paula e cada um dos demais herdeiros receberá 1/6 da herança. Art.
1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que
sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos
herdeiros com que concorrer. Assim, essa reserva de um quarto da herança, prevista no art. 1.832 do CC, não se
aplica em caso de concorrência sucessória híbrida. A reserva de, no mínimo, 1/4 da herança em favor do con-
sorte do falecido ocorrerá apenas quando concorra com seus próprios descendentes (e eles superem o número
de 3). STJ. 3ª Turma. REsp 1617650-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 11/06/2019 (Info 651).
O indivíduo que recebeu um imóvel gravado com cláusula de inalienabilidade pode transferir esse imóvel por
meio de testamento, considerando que a cláusula de inalienabilidade vitalícia dura apenas enquanto o benefi-
ciário estiver vivo. As cláusulas de inalienabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade não tornam nulo o
testamento, que dispõe sobre transmissão causa mortis do bem gravado. STJ. 4ª Turma. REsp 1641549-RJ, Rel.
Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 13/08/2019 (Info 654).
Somente incidirá correção monetária para atualização do valor da pensão alimentícia combinada no
acordo se isso estiver expressamente previsto no pacto. O acordo que estabelece a obrigação alimentar en-
tre ex-cônjuges possui natureza consensual e, portanto, a incidência de correção monetária para atualização da
obrigação ao longo do tempo deve estar expressamente prevista no contrato. Os alimentos acordados voluntar-
iamente entre ex-cônjuges, por se encontrarem na esfera de sua estrita disponibilidade, devem ser considerados
como verdadeiro contrato, cuja validade e eficácia dependem exclusivamente da higidez da manifestação de
vontade das partes apostas no acordo. Não confundir: • acordo de alimentos entre ex-cônjuges não prevê atu-
alização monetária da pensão alimentícia ao longo do tempo: o valor da obrigação se mantém pelo valor históri-
co (valor original). • decisão judicial não prevê atualização monetária da pensão alimentícia: mesmo assim a
prestação deverá ser corrigida, atualizando-se o valor historicamente fixado. Observação: a correção monetária
explicada acima diz respeito à atualização da obrigação original fixada no contrato e paga na data do vencimen-
to. Não se estava tratando sobre correção monetária de parcelas pagas em atraso. Mesmo que o contrato não
preveja, haverá incidência de correção monetária caso o alimentante pague a pensão alimentícia após a data do
vencimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1705669-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/02/2019 (Info 642).
É prescindível (dispensável) que o herdeiro necessário traga à colação o valor correspondente à ocupação e ao
uso a título gratuito de imóvel que pertencia ao autor da herança. Ex: Pedro possuía três filhos (Alberto, Rodrigo
e Vanessa). Enquanto estava vivo, Pedro permitiu que sua filha ficasse morando, gratuitamente, em um aparta-
mento que estava em seu nome. Pedro faleceu. Vanessa (herdeira necessária) não precisa trazer à colação o valor
dos “alugueis” que ela deixou de pagar pelo fato de ter morado gratuitamente no imóvel. O art. 2.002 do CC, ao
tratar sobre a colação, fala em “doação”, o que não se confunde com comodato. Da mesma forma, o empréstimo
gratuito não pode ser considerado gasto, para os fins do art. 2.010 do CC, na medida em que o autor da herança
nada despendeu em favor da herdeira a fim de justificar a necessidade de colação. STJ. 3ª Turma. REsp 1722691-
SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 12/03/2019 (Info 644).
16 - Das disposições finais e transitórias do Código Civil Brasileiro, artigos 2.028 a 2.046.
Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em
vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código,
obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste
Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabeleci-
dos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
Art. 2.036. A locação de prédio urbano, que esteja sujeita à lei especial, por esta continua a ser regida.
Art. 2.038. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua
extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei n o 3.071, de 1 o de janeiro de 1916 , e leis posteriores.
I - cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bem aforado, sobre o valor das construções ou plan-
tações;
II - constituir subenfiteuse.
A Lei 13.146/15 foi influenciada pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, (subscrita pelo Brasil
- Decreto 6.949/2009), e incorporou o ordenamento jurídico com status de emenda constitucional (seguiu o rito do
art. 5º, §3º da CF/88). É muito importante ler os dispositivos dessa lei.
- Aperfeiçoou o conceito de deficiência, antes limitado à pessoa incapaz para o trabalho e para a vida
independente. Incorporou uma noção aberta, flexível e preocupada com a dimensão social desse conceito.
#MUITOIMPORTANTE:
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
- Desvincula deficiência e incapacidade (a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa). A
única hipótese de incapacidade absoluta é a dos menores de 16 anos.
- Introduz um instituto protetivo: tomada de decisão apoiada; dá novo significado ao antigo instituto da
curatela.
• Com a tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência tem sua autonomia privada resguardada. O
instituto da tomada de decisão apoiada é preferencial em relação à curatela. Há dois conselheiros que auxi-
liam a pessoa com deficiência na tomada de decisões.
• O objeto do processo é a eleição de duas pessoas para lhe prestarem apoio em suas decisões. O pedido é
de homologação do acordo em que duas pessoas prestam apoio à pessoa com deficiência, possuindo, por-
tanto, natureza jurídica de procedimento especial de jurisdição voluntária!
• A curatela passa a ser medida extraordinária, aplicável apenas para a prática de atos patrimoniais ou nego-
ciais.
• Estão sujeitos à curatela (art. 1.767 CC): I- aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade; II- os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III- os pródigos.
ATENÇÃO para a avaliação biopsicossocial, lembrar que a deficiência não é mais considerada como algo bi-
ológico apenas, sendo necessária a análise da interação da pessoa com o meio onde vive. Assim, para a análise
da deficiência é preciso que a perícia seja realizada sob o enfoque da perspectiva biopsicossocial, englobando
os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; a
limitação no desempenho de atividades; e a restrição de participação.
#APOSTACICLOS: São constitucionais o art. 28, § 1º e o art. 30 da Lei nº 13.146/2015, que determinam que as
escolas privadas ofereçam atendimento educacional adequado e inclusivo às pessoas com deficiência sem que
possam cobrar valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas para
cumprimento dessa obrigação. STF. Plenário. ADI 5357 MC-Referendo/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
9/6/2016 (Info 829).
#OLHAAJURIS
A regra no ordenamento jurídico é a imutabilidade do prenome (art. 58 da Lei nº 6.015/73). Todavia, sendo o
nome civil um direito da personalidade, por se tratar de elemento que designa o indivíduo e o identifica perante
a sociedade, revela-se possível, nas hipóteses previstas em lei, bem como em determinados casos admitidos pela
jurisprudência, a modificação do prenome. Para que haja, contudo, a retificação de registro civil é necessário que
exista uma circunstância excepcional apta a justificar a alteração do prenome. Ex: nome que gere constrangimen-
to. Caso concreto: mulher ingressou com ação pedindo para trocar seu nome de Tatiane para Tatiana, sob a ale-
gação de que é “popularmente” conhecida como Tatiana. O STJ não aceitou e disse que isso não é suficiente
para afastar o princípio da imutabilidade do prenome, sob pena de se transformar a exceção em regra.
STJ. 3ª Turma. REsp 1728039/SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/06/2018.
de morte do marido. A lei somente prevê a possibilidade de o homem ou a mulher voltarem a usar o nome de
solteiro (a) em caso de divórcio (art. 1.571, § 2º, do CC). Apesar disso, o STJ entende que isso deve ser permitido. A
viuvez e o divórcio são hipóteses muito parecidas e envolvem uma mesma razão de ser: a dissolução do vínculo
conjugal. Logo, não há justificativa plausível para que se trate de modo diferenciado as referidas situações. STJ.
3ª Turma. REsp 1724718-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/05/2018 (Info 627).
São constitucionais o art. 28, § 1º e o art. 30 da Lei nº 13.146/2015, que determinam que as escolas privadas
ofereçam atendimento educacional adequado e inclusivo às pessoas com deficiência sem que possam cobrar
valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas para cumprimento dessa
obrigação. STF. Plenário. ADI 5357 MC-Referendo/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 9/6/2016 (Info 829).
REGISTROS
Art. 1º Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil para autenticidade, segu-
rança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei.
IV - o registro de imóveis.
Art. 2º Os registros indicados no § 1º do artigo anterior ficam a cargo de serventuários privativos nomeados de acor-
do com o estabelecido na Lei de Organização Administrativa e Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios e nas
Resoluções sobre a Divisão e Organização Judiciária dos Estados, e serão feitos:
I - o do item I, nos ofícios privativos, ou nos cartórios de registro de nascimentos, casamentos e óbitos;
II - os dos itens II e III, nos ofícios privativos, ou nos cartórios de registro de títulos e documentos
III - os do item IV, nos ofícios privativos, ou nos cartórios de registro de imóveis.
→ PROCEDIMENTO DE DÚVIDA
Art. 198 - Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indicá-la-á por escrito. Não se conformando o apresentante com
a exigência do oficial, ou não a podendo satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a declaração de dúvida,
remetido ao juízo competente para dirimí-la, obedecendo-se ao seguinte:
Il - após certificar, no título, a prenotação e a suscitação da dúvida, rubricará o oficial todas as suas folhas;
III - em seguida, o oficial dará ciência dos termos da dúvida ao apresentante, fornecendo-lhe cópia da suscitação e
notificando-o para impugná-la, perante o juízo competente, no prazo de 15 (quinze) dias;
IV - certificado o cumprimento do disposto no item anterior, remeterse-ão ao juízo competente, mediante carga, as
razões da dúvida, acompanhadas do título.
Art. 199 - Se o interessado não impugnar a dúvida no prazo referido no item III do artigo anterior, será ela, ainda
assim, julgada por sentença.
Art. 200 - Impugnada a dúvida com os documentos que o interessado apresentar, será ouvido o Ministério Público,
no prazo de dez dias.
Art. 201 - Se não forem requeridas diligências, o juiz proferirá decisão no prazo de quinze dias, com base nos ele-
mentos constantes dos autos.
Art. 202 - Da sentença, poderão interpor apelação, com os efeitos devolutivo e suspensivo, o interessado, o
Ministério Público e o terceiro prejudicado.
I - se for julgada procedente, os documentos serão restituídos à parte, independentemente de translado, dando-se
ciência da decisão ao oficial, para que a consigne no Protocolo e cancele a prenotação;
II - se for julgada improcedente, o interessado apresentará, de novo, os seus documentos, com o respectivo mandado,
ou certidão da sentença, que ficarão arquivados, para que, desde logo, se proceda ao registro, declarando o oficial o
fato na coluna de anotações do Protocolo.
Art. 204 - A decisão da dúvida tem natureza administrativa e não impede o uso do processo contencioso competente.
Súmula 63-STJ: São devidos direitos autorais pela retransmissão radiofônica de músicas em estabelecimentos
comerciais.
Súmula 261-STJ: A cobrança de direitos autorais pela retransmissão radiofônica de músicas, em estabelecimentos
hoteleiros, deve ser feita conforme a taxa média de utilização do equipamento, apurada em liquidação.
“Art. 67-A . Em caso de desfazimento do contrato celebrado exclusivamente com o incorporador, mediante dis-
trato ou resolução por inadimplemento absoluto de obrigação do adquirente, este fará jus à restituição das quantias
que houver pago diretamente ao incorporador, atualizadas com base no índice contratualmente estabelecido para a
correção monetária das parcelas do preço do imóvel, delas deduzidas, cumulativamente:
II - a pena convencional, que não poderá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) da quantia paga.
§ 1º Para exigir a pena convencional, não é necessário que o incorporador alegue prejuízo.
§ 2º Em função do período em que teve disponibilizada a unidade imobiliária, responde ainda o adquirente,
em caso de resolução ou de distrato, sem prejuízo do disposto no caput e no § 1º deste artigo, pelos seguintes
valores:
III - valor correspondente à fruição do imóvel, equivalente à 0,5% (cinco décimos por cento) sobre o valor atua-
lizado do contrato, pro rata die ;
§ 3º Os débitos do adquirente correspondentes às deduções de que trata o § 2º deste artigo poderão ser
pagos mediante compensação com a quantia a ser restituída.
§ 4º Os descontos e as retenções de que trata este artigo, após o desfazimento do contrato, estão limitados
aos valores efetivamente pagos pelo adquirente, salvo em relação às quantias relativas à fruição do imóvel.
§ 5º Quando a incorporação estiver submetida ao regime do patrimônio de afetação, de que tratam os arts.
31-A a 31-F desta Lei, o incorporador restituirá os valores pagos pelo adquirente, deduzidos os valores descritos
neste artigo e atualizados com base no índice contratualmente estabelecido para a correção monetária das parcelas
do preço do imóvel, no prazo máximo de 30 (trinta) dias após o habite-se ou documento equivalente expedido pelo
órgão público municipal competente, admitindo-se, nessa hipótese, que a pena referida no inciso II do caput deste
artigo seja estabelecida até o limite de 50% (cinquenta por cento) da quantia paga.
§ 6º Caso a incorporação não esteja submetida ao regime do patrimônio de afetação de que trata a Lei nº
10.931, de 2 de agosto de 2004 , e após as deduções a que se referem os parágrafos anteriores, se houver remanes-
cente a ser ressarcido ao adquirente, o pagamento será realizado em parcela única, após o prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, contado da data do desfazimento do contrato.
§ 7º Caso ocorra a revenda da unidade antes de transcorrido o prazo a que se referem os §§ 5º ou 6º deste
artigo, o valor remanescente devido ao adquirente será pago em até 30 (trinta) dias da revenda.
§ 8º O valor remanescente a ser pago ao adquirente nos termos do § 7º deste artigo deve ser atualizado com
base no índice contratualmente estabelecido para a correção monetária das parcelas do preço do imóvel.
§ 9º Não incidirá a cláusula penal contratualmente prevista na hipótese de o adquirente que der causa ao
desfazimento do contrato encontrar comprador substituto que o sub-rogue nos direitos e obrigações originalmente
assumidos, desde que haja a devida anuência do incorporador e a aprovação dos cadastros e da capacidade
financeira e econômica do comprador substituto.
§ 10. Os contratos firmados em estandes de vendas e fora da sede do incorporador permitem ao adquirente o
exercício do direito de arrependimento, durante o prazo improrrogável de 7 (sete) dias, com a devolução de todos
os valores eventualmente antecipados, inclusive a comissão de corretagem.
§ 11. Caberá ao adquirente demonstrar o exercício tempestivo do direito de arrependimento por meio de
carta registrada, com aviso de recebimento, considerada a data da postagem como data inicial da contagem do
prazo a que se refere o § 10 deste artigo.
§ 12. Transcorrido o prazo de 7 (sete) dias a que se refere o § 10 deste artigo sem que tenha sido exercido o
direito de arrependimento, será observada a irretratabilidade do contrato de incorporação imobiliária, conforme
disposto no § 2º do art. 32 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964 .
§ 13. Poderão as partes, em comum acordo, por meio de instrumento específico de distrato, definir condições
diferenciadas das previstas nesta Lei.
§ 14. Nas hipóteses de leilão de imóvel objeto de contrato de compra e venda com pagamento parcelado,
com ou sem garantia real, de promessa de compra e venda ou de cessão e de compra e venda com pacto adjeto
de alienação fiduciária em garantia, realizado o leilão no contexto de execução judicial ou de procedimento extra-
judicial de execução ou de resolução, a restituição far-se-á de acordo com os critérios estabelecidos na respectiva
lei especial ou com as normas aplicáveis à execução em geral.”
#SELIGANASÚMULA Súmula 543 STJ- Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda
de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas
pagas pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/con-
strutor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.
Obs. Os §§ 5º e 6º do art. 67-A, afrontam o teor da Súmula 543 do STJ, uma vez que esta enuncia a devolução
das parcelas diante da caracterização de cláusula abusiva pela demora na restituição (art. 51, II e IV, do CDC).
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire produto ou serviço como destinatário final (Art. 2º do
CDC). Em outras palavras, trata-se do sujeito vulnerável que se apresenta no centro de uma relação de consumo,
capaz de absorver produtos e serviços.
O consumidor pode ser de dois tipos: “consumidor standard” ou padrão, que é aquele que se enquadra no con-
ceito acima, e o consumidor ‘stand by’ ou por equiparação, que é aquele previsto no parágrafo único:
Art. 2º: “Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas
relações de consumo”;
Art. 29: Equiparam-se aos consumidores todas as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas comerciais.
Portanto, consumidor standard/padrão é aquele definido no Art. 2º, caput, sendo que consumidor “stand by/ ou por
equiparação” é aquele que se encaixa nos conceitos previstos no Art. 2º, par. único, Art. 17 e Art. 29, todos do CDC.
A respeito do “elemento finalístico” existente no conceito de consumidor, o que se entende por “destina-
tário final”?
Existem algumas teorias/correntes doutrinárias que procurar explicar o sentido dessa expressão:
a) CORRENTE MAXIMALISTA: Para esta corrente, o consumidor é todo aquele sujeito que adquire produto ou
serviço como destinatário final, sob o ponto de vista fático. Basta que ele seja o último destinatário do produto ou
serviço, para que seja considerado consumidor.
7 Pessoal, colocamos uma pequena revisão aqui, mas o estudo detalhado do CDC está na parte de Direito do Consumidor deste NFPSS.
Exemplo: uma loja que compra aparelhos de ar-condicionado para instalação em seu estabelecimento é sim consi-
derada consumidora, haja vista que é o destinatário final do produto, sob o ponto de vista fático. Do mesmo modo,
uma loja que adquire papel e caneta para utilização de seus vendedores no atendimento de clientes, etc.
Vale dizer, essa corrente entende ser consumidor aquele destinatário final sob o aspecto fático, tão somente.
b) CORRENTE FINALISTA: concebe consumidor como sendo aquele que adquire produto/serviço como destina-
tário fático e econômico. Significa que, para se enquadrar no conceito de consumidor, não basta que o adquirente
seja destinatário final do ponto de vista fático (ou seja, não basta que o bem/serviço não venha a servir a terceiros,
depois dele), sendo necessário que esse produto/serviço não integre a cadeia produtiva de outro serviço/produto.
Nos exemplos acima, os aparelhos de ar condicionado foram adquiridos para refrigerar uma loja, servindo a uma
outra atividade econômica, assim como os utensílios e objetos adquiridos para utilização, em serviço, dos funcio-
nários de uma loja. Outro ex. os pneus comprados pela Volkswagen para equipar os carros que serão vendidos às
pessoas, etc.
Portanto, para que o sujeito se enquadre no conceito de consumidor, ele deve ser o último da cadeia fática e eco-
nômica a se utilizar do produto/serviço (final do ponto de vista fático e econômico).
Para a corrente maximalista, para que alguém seja consumidor, basta que adquira o produto/serviço e não repasse
para outrem (isto é, basta não revender). Por outro lado, a corrente finalista defende que, para que um sujeito seja
considerado consumidor, ele não pode lucrar a partir do produto/serviço adquirido, não pode emprega-lo na ca-
deia produtiva de outro produto/serviço.
Exemplo: Imagine uma mulher que compra farinha e ovos para fazer bolinhos e vender na rua. Essa mulher é
vulnerável frente ao supermercado. Por outro lado, a costureira é vulnerável frente ao fabricante da máquina de
costura; o taxista é vulnerável frente ao fabricante do veículo que ele utiliza para levar os passageiros, etc.
Para essa teoria, defende-se a aplicação do CDC a essas relações jurídicas, enquadrando-as como relações de
consumo, pois apesar de não ser destinatário final do ponto de vista econômico, cada um deles figuram como
destinatário final do ponto de vista fático e são vulneráveis frente ao fornecedor do produto/serviço.
Porém, é de se destacar o reconhecimento, ainda que excepcional, da aplicação da Teoria Finalista Mitigada/
Aprofundada quando, apesar de o consumidor não ser destinatário final, no aspecto econômico, ele for conside-
rado vulnerável frente ao fornecedor.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, impor-
tação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
#RELAÇÃODECONSUMOESERVIÇOPÚBLICO #IMPORTANTE
Apesar de o Art. 3 º do CDC incluir no conceito de fornecedor a pessoa jurídica de direito público, entende-se que
não se caracteriza como relação de consumo o serviço público prestado em caráter universal (uti universi),
a exemplo da atividade de segurança pública, serviço de iluminação pública, os quais são prestados a uma série
indeterminada de pessoas. Por outro lado, os serviços prestados em caráter individual (uti singuli) podem ser ca-
racterizados como relação de consumo, a exemplo do serviço prestado por concessionárias de transporte público.
Excepcionalmente, não serão os serviços prestados em caráter individual relações de consumo quando ausente a
contraprestação financeira do particular, a exemplo do que ocorre com o serviço público de saúde (SUS).
A vulnerabilidade referida no CDC é fenômeno de direito material com presunção absoluta – jure et de juris. As-
sim, o consumidor é reconhecido por lei como vulnerável, cuja condição independe de prova ( já que decorre de
lei). Segundo Cláudia Lima Marques, são indetificáveis três tipos de vulnerabilidade:
a) vulnerabilidade técnica: o comprador não possui conhecimentos específicos sobre o produto ou serviço, po-
dendo, portanto, ser mais facilmente iludido no momento da contratação.
b) vulnerabilidade jurídica: falta de conhecimentos jurídicos ou de outros ramos pertinentes à relação consume-
rista, a exemplo de aspectos contábeis, matemáticos, financeiros e econômicos.
c) vulnerabilidade fática: condição de vulnerabilidade do consumidor diante de seu parceiro contratual, seja em
decorrência de seu grande poderio econômico, posição de monopólio ou até mesmo em razão da essencialidade
do serviço prestado, impondo, numa relação contratual, uma posição de superioridade.
Lembre-se da TEORIA DO RISCO, segundo a qual toda atividade cria um risco de dano, cuja ocorrência gera o
dever de indenizar, independente da comprovação de dolo ou culpa (reparação integral do dano).
A responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço se caracteriza pelo acidente de consumo provocado
pelo produto/serviço defeituoso.
A responsabilidade pelo vício do produto/serviço é originada da inadequação dos fins do produto/serviço vicia-
dos com problemas, e possuem íntima relação com quantidade e qualidade.
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independente-
mente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de
projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus
produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
Tem-se aceitado como JUSTA CAUSA a justificar os LIMITES QUANTITATIVOS, principalmente em promoções, ao
argumento de que se um consumidor adquirir todo o estoque, justamente porque não há limitação de quantidade,
outro ficará sem aproveitar a promoção. Atenção: A JUSTA CAUSA SÓ PODE SER UTILIZADA NOS LIMITES QUAN-
TITATIVOS, NÃO NA VENDA CASADA.
O STJ considerou que não ofende o direito do consumidor a cobrança de tarifa mínima, tanto de água, como de
telefonia, ainda que o consumidor não tenha utilizado o serviço ou tenha utilizado a menor, o que seria, de certa
forma, uma imposição de limite mínimo. Há justa causa: necessidade da concessionária manter disponibilizado o
serviço ao consumidor, de modo contínuo e ininterrupto.
2) RECUSA DE ATENDIMENTO: é proibido recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida
de suas disponibilidades de estoque e, ainda, de conformidade com os usos e costumes. Ex.: o taxista não pode
negar a corrida ao consumidor por ser pequena a distância a ser percorrida. A recusa de venda é crime contra as
relações de consumo (art. 7º, I, da Lei 8.137/90).
3)FORNECIMENTO DE PRODUTO NÃO SOLICITADO: é proibido enviar ou entregar ao consumidor, sem solici-
tação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço. Os serviços prestados e os produtos enviados serão
considerados amostras grátis.
9) RECUSA DE VENDA INDIRETA: é proibido recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente
a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados
em leis especiais. Aqui, o fornecedor se recusa a vender o produto ou prestar serviço diretamente ao consumidor,
impondo intermediários.
10) ELEVAÇÃO DE PREÇOS SEM JUSTA CAUSA: é proibido elevar, sem justa causa, o preço de produtos ou ser-
viços. A mudança de valores, além de ser previamente avisada, deve ser feita de forma amena e gradativa, não
causando impacto surpreendente no consumidor.
#ATENÇÃO: Pode-se cobrar preços diferentes nas vendas com cartão de crédito em relação ao pagamento a
vista? Para a 1ª e a 2ª Turmas do STJ pode. Para a 3ª Turmaa prática é abusiva: o custo pela disponibilização de
pagamento por meio do cartão de crédito é inerente à própria atividade econômica desenvolvida pelo empresário,
destinada à obtenção de lucro, em nada referindo-se ao preço de venda do produto final. Imputar mais este custo
ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisão de gastos advindos do próprio risco do negócio (de responsa-
bilidade exclusiva do empresário), o que, além de refugir da razoabilidade, destoa dos ditames legais, em especial
do sistema protecionista do consumidor.
11) NECESSIDADE DE PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO: é proibido deixar de estipular prazo para
o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
12) APLICAÇÃO DE REAJUSTE DIVERSO DO PREVISTO EM LEI OU NO CONTRATO: é proibido aplicar fórmula
ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.
- BANCO DE DADOS
É preciso distinguir duas situações: uma, quando, por iniciativa do credor, o registro negativo consta em cartório
de protesto de títulos; e outra, no caso de inclusão em órgãos cadastrais. Na primeira situação, quando se tratar
de PROTESTO DE TÍTULOS (necessário para a cobrança judicial de cártula), a responsabilidade por dar baixa no
cartório é do DEVEDOR e não do credor.
A segunda situação é diversa. A responsabilidade pela retirada do nome do devedor de cadastro de inadim-
plentes é do CREDOR, se a ele deu causa, ou seja, se teve a iniciativa de promover a inscrição no órgão cadastral.
A simples inscrição irregular já é por si só suficiente para configurar o dano moral, não havendo necessidade da
prova do prejuízo sofrido (in re ipsa). Por outro lado, o dano material, em decorrência da inscrição indevida, não
pode ser apenas alegado, devendo estar provado nos autos.
O Sistema de Informação de Crédito do Banco Central (SCR) é equiparado aos órgãos de restrição de crédito
como a Serasa e o SPC, pois se trata de um cadastro oficial no qual as instituições financeiras são obrigadas a
registrar toda sua movimentação contábil.
Não se admite a negativação do consumidor que não emitiu o cheque sem fundos,
mesmo sendo titular da conta conjunta.
O simples ERRO NO VALOR INSCRITO da dívida, em órgão de proteção ao crédito, não tem o condão de causar
dano moral ao devedor.
3) O depósito do valor referente à parte incontroversa do débito ou que seja prestada caução idônea.
Súmula 380: A SIMPLES PROPOSITURA DA AÇÃO DE REVISÃO DO CONTRATO NÃO INIBE A CARACTERIZAÇÃO
DA MORA DO AUTOR.
Não cabe dano moral por falta de comunicação quando a informação é acessível ao público (Diários Oficiais, ex.:
execução fiscal/Cartórios de protesto).
Se o consumidor possui negativação anterior, não cabe dano moral por uma nova inscrição indevida.
Súmula 385: DA ANOTAÇÃO IRREGULAR EM CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, NÃO CABE INDENI-
ZAÇÃO POR DANO MORAL, QUANDO PREEXISTENTE LEGÍTIMA INSCRIÇÃO, RESSALVADO O DIREITO AO
CANCELAMENTO.
Súmula 323, STJ: A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito até o
prazo máximo de 5 anos, independentemente da prescrição da execução.
Súmula 548, STJ: Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de
inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do débito. STJ. 2ª Seção.
Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015.