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Nome: ________________________________________________________.

-A prova é individual e com consulta;


-Dessa vez, o professor responderá perguntas sobre a prova SOMENTE através do WhatsApp. O
professor se compromete a conferir o WhastApp, uma única vez, às 10h00min do dia 21 de
outubro de 2021;
-Depois disso, persistindo a dúvida, aí tem que ligar para o professor;
-O telefone do professor é (31) 99786-7027;
-A entrega da prova deverá ser realizada até as 18h59min, do dia 21 de outubro de 2021;
-Só será admitida a entrega da prova através do Canvas.

Wesley foi contratado para a função de engenheiro pela empresa de


pavimentação de rodovias “Asfaltos e ConcretosLtda.”.Será ele o responsável por
coordenar a pavimentação do trecho da estrada de terra que ai separa Milho Verde de
Diamantina. O contrato de emprego entre o engenheiro e a empresa foi firmado na
modalidade escrita com prazo inicial de um ano renovável por mais seis meses. Wesley
é dono de currículo invejável, e a intenção do proprietário da Asfaltos e Concretos Ltda.,
Dr. Anibal Teixeira, é seguir prorrogando o contrato de Wesley, aproveitando-o em
outras obras. Ocorre que, no meio da execução do contrato, o Dr. Anibal Teixeira
resolve que é chegada a hora de relaxar. De forma abrupta, entra com pedido de
aposentadoria junto ao INSS e, tendo em vista a sua condição financeira invejável,
resolve doar a empresa para amigo que havia estudado junto com ele na PUC Minas
Serro. Assim, Geovani Lopes (que é o amigo sortudo do Dr. Anibal) se transforma no
novo proprietário da Asfaltos e ConcretosLtda.. Geovani é bastante ambicioso e
pretende maximizar os lucros da empresa. Assim que tomou ciência dos números
repassados pelo departamento pessoal, percebeu que se gastava muito dinheiro com o
pagamento de horas extras. E que, apesar disso, a produtividade dos empregados era
baixa. Era preciso motivar os empregados, a fim de que o mesmo número (ou até um
número menor) de empregados produzisse mais sem que houvesse a necessidade de
realização de horas extras. Resultado: o primeiro ato de Geovani, antes mesmo de
assumir a empresa, foi exigir que Anibal dispensasse 30% de seus empregados
(somente os mais lentos. Os menos eficientes). A segunda iniciativa que tomou foi a de
divulgar comunicado aos empregados remanescentes, proibindo a realização de horas
extraordinárias.

A) Quais são as situações definidas na legislação que autorizam a contratação


do empregado por prazo determinado? Wesley se encaixa em uma dessas situações?
Justifique as suas respostas. (5 pontos)

R: O contrato por prazo determinado é uma situação atípica. Isso pelo fato que a
regra é o contrato por prazo indeterminado.

O contrato por prazo determinado, nas palavras do autor Sergio Pinto Martins, é
um contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de
serviços específicos ou ainda a realização de certo acontecimento suscetível de
previsão aproximada. (Martins, Sergio Pinto, Manual de Direito do Trabalho, 13ª Edição,
pag.81, Saraiva Jur).

O contrato por prazo determinado poderá ser celebrado quando se tratar de


serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo,
atividades empresarias de caráter transitório e contrato por prazo de experiência,
conforme teor do art. 443, da CLT e parágrafos.

Diante do narrado, se pode afirmar que Wesley se encaixa no quesito de serviço


cuja natureza seja transitória, a qual está prevista na alínea A, do § 2° do artigo 443, da
CLT. Isso pelo fato que esse fora contratado apenas em decorrência da pavimentação
da via que liga Milho Verda a cidade de Dimantina.

B) Julgue se a intenção do Dr. Anibal(que pretende prorrogar o contratopor prazo


determinado infinitas vezes) está de acordo com a legislação trabalhista. Caso não
esteja, defina qual é a consequência pela prática do citado ato. Fundamente a sua
resposta. (5 pontos).

R: O contrato de trabalho por prazo determinado tem a sua duração máxima de


dois anos. Dentro desse prazo o contrato só poderá ser renovado uma única vez,
conforme teor do artigo 445, da CLT.
Ademais, caso seja desrespeitado as regras para a elaboração do contrato, a
qual inclui a sua renovação, esse deixará de ser considerado por prazo determinado e
será considerado por prazo indeterminado. Sendo devido todas as verbas rescisórias
do contrato por prazo indeterminado.

C) Wesley foi um dos empregados que permaneceu na empresa após a doação


para Geovani. Contudo, causa-lhe extrema insatisfação a nova gestão da empresa.
Isso porque, antigamente, acostumara-se a receber horas extras. A doação ocorreu
após um ano de execução do contrato, e, durante esse primeiro ano, Wesley percebia,
em média, R$ 1.000,00 a título de horas extraordinárias. Pergunta-se: Wesley tem
direito a algum tipo de compensação em virtude da supressão das horas extras? Se
sim, qual é o valor dessa compensação? Responda de acordo com o entendimento
consolidado do TST. Justifique a sua resposta. (10 pontos)

R: A supressão das horas extras realizadas de forma habitual, como é o caso de


Wesley, feitas por mais de um ano, o empregado tem direito apenas a uma indenização
de um mês das horas suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior a seis
meses de prestação de serviço nos termos da súmula 291, do TST. (Martins, Sergio
Pinto, Manual de Direito do Trabalho, 13ª Edição, pag.123, Saraiva Jur).

In verbis:

Súmula 291 do TST: "A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço
suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano,
assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1
(um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração
igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada
normal.

Desse modo, visto que as horas habituais ocorreram por apenas um ano Wesley
tem direito a compensação referente ao valor de um mês.

Como narrado, o empregado recebia, mensalmente, em média R$1.000,00 (mil


reais). Desse modo,a indenização será equivalente a esse valor. Ou seja, a indenização
pela supressão das horas extras realizadas de forma habitual corresponde ao valor de
R$1.000,00 (mil reais).

D)Júlio César foi um dos empregados considerados “improdutivos” antes da


transição definitiva de Anibal para Geovai. Ele ficou revoltado quando soube do motivo
da sua dispensa. Por isso, procurou um advogado para cobrar verbas trabalhistas, a
saber: horas extras; FGTS e 13º salário. O advogado de Júlio César pretende
responsabilizar tanto o antigo proprietário da empresa (Dr. Anibal), quanto o novo
(Geovani). Defina se seria possível responsabilizar Geovani no caso em questão.
Justifique a sua resposta. (10 pontos).

R: O presente caso retrata de forma clara a chamada sucessão trabalhista. Tal


fenômeno ocorre quando ocorre a alteração da propriedade da empresa. Ou seja, o
detentor do capital, do número de cotas ou ações passa a ser outra pessoa.

O que se debate é quem seria o responsável pelos créditos trabalhistas advindos


da relação de trabalho. Não resta duvidas que a responsabilidade seja do empregador.

Dito isso, para responder a presente questão devemos primeiro definir quem é o
real empregador. Nos termos do artigo 2°, da CLT empregador é a empresa, pessoa
jurídica, sendo a empresa responsável pelos créditos trabalhistas.

Dito isso, a responsabilidade pela quitação dos créditos trabalhistas oriundos da


relação de trabalho são de responsabilidade da empresa, a qual agora é do Geovani
Lopes, o qual é considerado sucessor, conforme preceito do artigo 488-A, da CLT. O
qual prescreve que:

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores


prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas,
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a
empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.

Dito isso, Anibal só poderia estar no pólo passivo caso a transferência da


empresa fosse fraudulenta, o qual seria considerado responsável de forma solidária.

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