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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA I

PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS EM CONDUTOS FORÇADOS

ACADÊMICOS:

EMILY SAUCEDO PIRES RA: 107100

JOÃO PEDRO CARDOSO RA: 107472

LEONARDO BRONZATI RA: 108250

ENGENHARIA CIVIL - 2569 - 01

PROFESSOR: DANIEL CORDEIRO FERREIRA

Maringá, 14 de outubro de 2020.


1. INTRODUÇÃO

A perda de carga é um fator importante no estudo da Hhidráulica e, refere-se


a perda de energia que o fluido sofre ao passar por uma tubulação sob pressão
superior à atmosférica, ou seja, escoamento forçado. Ela ocorre em função de
vários fatores, como a turbulência das partículas, atrito e rugosidade das paredes,
viscosidade do fluido, entre outros. As perdas de carga podem ser distribuídas (h d),
que ocorrem ao longo de todo a tubulação devido a diminuição de pressão por
causa da parede ou localizadas (hL), que ocorrem pontualmente, devido a topologia
ou singularidades. Os acessórios que causam as perdas localizadas, são
principalmente cotovelos, curvas e válvulas ou registros.

A perda de carga distribuída ocorre ao longo de uma tubulação retilínea e


com diâmetro constante, devido ao atrito do fluido com as paredes e a rugosidade, o
que causa uma perda de pressão gradual. A linha de carga efetiva (LCE)
corresponde a toda energia presente no sistema, enquanto a linha piezométrica
efetiva (LPE) corresponde a carga de pressão estática, ambas sempre decaem no
sentido do escoamento, isso pois a carga de pressão diminui, exceto nos casos em
que houver máquina hidráulica no sistema, já que ela poderá dar ou retirar pressão
do sistema, o que altera a energia. Além disso, se o diâmetro se manter constante
as inclinações são as mesmas para as duas linhas, ou seja, são paralelas. É
possível analisar a perda de carga distribuída em escoamentos lisos e rugosos.

Para cálculo das perdas de carga distribuídas, é utilizada a equação de


Darcy-Weisbach, que pode ser escrita em função da velocidade (1) ou da vazão (2).
Contudo para calcular o fator de atrito (f) é necessário utilizar as equações de
Swamee (3), ou também tendo número de Reynolds e rugosidade relativa, é
possível encontrar o fator de atrito pelo diagrama de Moody. Os valores devem ser
conferidos, para que faça sentido os cálculos.
Equação (1) Equação (2)

Equação (3)

Onde, (D) é diâmetro da tubulação, (L) comprimento da tubulação, (V)


velocidade média e (Q) vazão.

2. OBJETIVO

A partir da determinação das perdas de carga experimentalmente, entender


como é possível quantificá-las em condutos forçados e comparar como ocorre o
escoamento na tubulação lisa e na rugosa, ambas sem registro, pois o interesse
nessa prática são as perdas distribuídas e não as perdas localizadas. Com isso, a
partir dos dados torna-se possível confeccionar o gráfico de perda de carga unitária
pela vazão, ou seja, o traçado da perda de carga distribuída por Darcy-Weisbach.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
Os materiais utilizados nessa prática foram o termômetro, o manômetro em
U, o dispositivo motobomba, o reservatório, os registros ao longo do sistema de
tubulação em paralelo juntamente de uma tubulação lisa e uma rugosa e o medidor
tipo diafragma.

O primeiro procedimento adotado é a averiguação da temperatura da água, o


segundo, é a verificação dos registros, sendo verificado primeiramente se o registro
da bomba a jusante, o registro que descarrega água ao canal, os registros do
sistema de tubulação em paralelo e os registros a montante da descarga para o
reservatório estão todos de fato fechados. Depois é efetuado o ligamento da bomba
do dispositivo motobomba, nesse momento é realizada a abertura do registro a
jusante da bomba, fazendo com que o escoamento se inicie ao longo da tubulação
de recalque.

Um dos problemas encontrados no dispositivo de leitura são as bolhas de ar,


por isso é importante a realização da escorva, processo pelo qual o manômetro em
U é colocado à pressão atmosférica de forma a eliminar essas bolhas de ar,
deslocando-as pelo manômetro até a atmosfera.

Após isso, trabalha-se primeiramente com a tubulação rugosa, abrindo o


registro a montante desta tubulação, em seguida abre-se o registro a jusante do
tubo rugoso, percebendo que a medida em que era aberto o registro da tubulação, o
manômetro em U conectado ao medidor tipo diafragma aumenta em deflexão,
coletando as deflexões manométricas, fecha-se o registro a jusante da tubulação
rugosa observando que a medida em os registros foram fechados a deflexão
manométricas diminuía, fecha-se também o registro a montante do tubo rugoso.

Enfim, trabalhou-se com a tubulação lisa, abriu-se o registro a montante


desta tubulação, depois abriu-se o registro a jusante da mesma, com a vazão
passada por essa tubulação foi realizada a leitura das deflexões manométricas,
coletadas essas deflexões fecha-se os registros do tubo liso, repetimos esse
processo cinco vezes, tomando cinco vazões diferentes, para ambas as tubulações.
Por fim, verifica se os registros estão fechados e desliga o sistema, fecha-se o
registro a jusante do conjunto motobomba e finalmente desliga a bomba.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Coleta de dados do experimento


Medida de perda de carga distribuída - Dados de vazão e de queda de pressão
Hidráulicamente rugoso Hidraulicamente liso
Medida
{δ𝑚𝑄𝑅} [m] {δ𝑚𝑇𝑅} [m] {δ𝑚𝑄𝐿} [m] {δ𝑚𝑇𝐿} [m]
1 0,18 0,077 0,19 0,026
2 0,13 0,056 0,16 0,022
3 0,12 0,052 0,13 0,018
4 0,08 0,035 0,08 0,012
5 0,05 0,022 0,05 0,008
Dados de entrada
Propriedades do fluido
{g} Acel. da {Shg} {T}
gravidade Densidade Temperatura {u} Viscosidade {Yh20} Peso Peso específico
[m/s] relativa [—] [ºC] cin. [N*s/m2] específico [N/m3] Hg [N m3]
9,806 13,55 20,2 0,000001002 9806 133361,6
Medida da vazão - Características do medidor por obstrução (Diafragma)
{Dol.r}
Diâmetro {Aol.r} Área {Ll.r}
{Dl.r} Diâmetro obstrução obstrução {Cdl.r} Coef. de Comprimento do
(tubo) [m] [m] [m2] descarga [-] tubo [m] Beta
0,0381 0,0254 0,00050671 0,71 2,25 0,44444444

Resultados do experimento
Medidas da perda de carga - Tubos hidraulicamente lisos
Darcy-
Medida de vazão Medida de perda de carga Weisbach Swamee FWH
Medida
{δ𝑚𝑄𝐿} {Q𝐷𝐿} {δ𝑚𝑇𝐿} {𝐽𝑟𝑎} {𝑉} {𝐽𝑟𝑒}
[m] [m3 /s] [m] ℎd.12 [m/m] {𝑓} [m/s] {𝑅𝑒} {𝜀} [m] [m/m]
91779,1
1 0,19 0,0028 0,026 0,3276 0,1456 0,0420 2,414 63 0,000 0,158
84220,2
2 0,16 0,0025 0,022 0,2772 0,1232 0,0422 2,215 63 0,000 0,136
75915,1
3 0,13 0,0023 0,018 0,2268 0,1008 0,0425 1,997 19 0,000 0,113
59552,7
4 0,08 0,0018 0,012 0,1512 0,0672 0,0461 1,566 19 0,001 0,074
47080,5
5 0,05 0,0014 0,008 0,1008 0,0448 0,0491 1,238 58 0,001 0,049
Resultados do experimento
Medidas da perda de carga - Tubos hidraulicamente rugosos
Darcy-
Medida de vazão Medida de perda de carga Weisbach Swamee FWH
Medida
{δ𝑚𝑄R} {Q𝐷R} {δ𝑚𝑇𝑅} {𝐽𝑟𝑎} {𝑉} {𝐽𝑟𝑒}
[m] [m3 /s] [m] ℎd.12 [m/m] {𝑓} [m/s] {𝑅𝑒} {𝜀} [m] [m/m]
89331,
1 0,18 0,0027 0,077 0,9702 0,4312 0,1313 2,349 277 0,006 0,248
75916,
2 0,13 0,0023 0,056 0,7056 0,3136 0,1323 1,997 988 0,006 0,183
72938,
3 0,12 0,0022 0,052 0,6552 0,2912 0,1331 1,918 682 0,006 0,170
59554,
4 0,08 0,0018 0,035 0,441 0,196 0,1343 1,566 185 0,006 0,116
47081,
5 0,05 0,0014 0,022 0,2772 0,1232 0,1351 1,238 717 0,006 0,074

Gráfico 1
Em resultados experimentais é interessante a conferência de dados pelo
diagrama de Mmoody, isso pois se não for possível a caracterização de um
escoamento, torna-se inviável a utilização das equações conhecidas.

A partir da análise matemática do gráfico da perda de carga unitária (J) pela


vazão (Q), é possível observar que existe uma relação quadrática de J em termos
de Q, conforme a vazão aumenta, a perda de carga distribuída aumenta ao
quadrado. Analisando a linha de tendência gerada, observa-se que a linha que mais
se adequou foi a polinomial de ordem 2, visto que quanto mais próximo de 1 o R²,
mais coesa está a linha de tendência com a realidade.

Ainda, é possível conferir que a perda de carga distribuída no escoamento


rugoso é muito maior que a ocorrida no liso, isso faz sentido fisicamente pois a
tubulação com maior rugosidade implica em uma maior dificuldade no escoamento,
o que causa maior perda de pressão e maior perda de carga, isso para as mesmas
condições alterando apenas a rugosidade.

5. CONCLUSÃO
Com essa prática, aprendemos algumas diferenças entre dois tipos distintos
de escoamentos, um realizado em tubulação lisa e outro em tubulação rugosa.
Foram analisadas as relações e interferências da perda de carga com a vazão do
escoamento em questão e, posteriormente, como esses experimentos realizados
em laboratório se refletiam nos cálculos e na parte teórica. Esse estudo é importante
pelo fato de que a determinação da perda de carga é de grande relevância no
estudo e compreensão sobre como ocorre o escoamento na tubulação, sua perda
de energia, já que esta tem relação direta com as perdas.

REFERÊNCIAS

BARRAL, Manuel F. Perda de carga. São Paulo: USP. Color.

VIANA, Dandara. Perda de carga: entenda o que é. 2019. Disponível em:


https://www.guiadaengenharia.com/perda-carga. Acesso em: 13 out. 2020.

Notas de aulas Hidráulica.

Notas de aulas Laboratório de Hidráulica.

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