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Epidemiologia para os
Municípios
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contidos são dados a seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
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MÓDULO IV
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O planejamento dos cuidados primários de saúde no distrito precisa levar em conta
pelo menos os oito elementos principais mostrados abaixo:
Quais dos seguintes elementos estão sendo implementados pelo distrito?
• Educação sobre os principais problemas de saúde, seu controle e sua prevenção.
• Disponibilidade de alimentos e promoção de nutrição adequada.
• Suprimento de água potável e provisão de saneamento básico.
• Saúde materno-infantil, incluindo planejamento familiar.
• Imunização contra as principais doenças infecciosas.
• Prevenção e controle das principais doenças endêmicas e epidêmicas.
• Tratamento apropriado para as doenças e lesões comuns.
• Provisão de medicamentos e materiais essenciais.
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1. Planos de Saúde
• A mortalidade infantil deveria ser reduzida do nível nacional atual de 110 para 80
por mil nascimentos por ano.
• Serviços de saúde deverão ser distribuídos de forma que 80% da população vivam
em um raio de 10 km de um serviço.
• O número de partos com assistência de trabalhadores de saúde de treinados deve
aumentar dos 40% atuais para 65% ou mais.
Uma meta é um objetivo específico, que é quantificado e deve ser atingido dentro de
certo período de tempo. Comumente se usam essas metas para indicar o que precisa ser
atingido no próximo ano ou durante os próximos cinco anos.
Através de objetivos gerais claramente enunciados e metas quantificadas a atingir
dentro de prazo estabelecidos, o Ministério da Saúde pode produzir planos de saúde a
médio prazo ou por cinco anos para o país como um todo, que incorporem planos para
reforçar a infra-estrutura dos serviços, para o desenvolvimento de recursos humanos, e
também para melhorar os programas preventivos, de promoção e de atenção à saúde. É
essencial que as metas sejam formuladas o mais realisticamente possível, levando em
conta os recursos financeiros com os quais se possa contar e o pessoal disponível. O
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Ministério da Saúde vai necessitar de muitas informações dos distritos para desenvolver
planos realistas a médio prazo.
Os planos a médio prazo devem ser traduzidos em uma série de planos anuais, a
serem usados para calcular as necessidades orçamentárias em termos de investimentos
de capital e de despesas recorrentes para o próximo ano financeiro. A Equipe de Saúde
Local é freqüentemente responsável por esse processo de planejamento e de orçamento.
Alguns países não usam este planejamento por períodos fixos, mas sim um sistema
de planos rotatórios. Estes em geral cobrem o período dos próximos três a cinco anos, e
os detalhes de planejamento são elaborados unicamente para os próximos um ou dois
anos. Ao final de cada período de um ou dois anos, o plano é rodado ou estendido para
cobrir o(s) ano(s) seguinte(s). Neste tipo de sistema de planejamento, os planos anuais ou
bianuais são os mais importantes.
Os planos de saúde são apenas o ponto de partida para melhorar o gerenciamento
da saúde no distrito. Este processo pode ser apresentado de forma simplificada, como na
figura abaixo, mas o melhor é entendê-lo como um ciclo contínuo.
O plano de saúde do distrito deveria conter uma análise da situação atual e das
prioridades de saúde a serem abordadas. Com base neste conhecimento a EDS, a
prefeitura, organizações da comunidade e agências não-governamentais podem então
alocar os recursos humanos, financeiros e as instalações para implementar os programas
de saúde necessários. Esses programas deveriam melhorar o acesso aos serviços de
saúde e a cobertura, que por sua vez levariam as melhorias na situação de saúde.
Habilidades epidemiológicas são desta forma essenciais para os membros da EDS.
Eles precisam de tais habilidades para obter e interpretar as informações de saúde
necessárias para que se produzam os planos para o distrito, para orientar a alocação de
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recursos, monitorizar a implementação de programas e avaliar seu acesso e sua
cobertura, e finalmente para medir mudanças ao nível de saúde.
O ponto de partida para o planejamento no distrito, tanto para planos anais como a
médio prazo, é uma análise detalhada da situação atual do distrito, a fim de produzir um
perfil de saúde do distrito, o qual vai ajudar então a responder a questão, Onde
estamos neste momento?
Esse perfil permite que a situação atual seja vista como o ponto de partida para
melhorias no planejamento. Contudo, a Equipe local de saúde deve ser realista quanto à
situação em que se encontra naquele momento e quanto poderá atingir nos próximos
anos.
Para produzir um perfil de saúde do distrito que seja útil, é preciso combinar um bom
conhecimento local com toda a informação de saúde disponível. A EDS vai necessitar de
dados sobre a população do distrito, e sobre o nível de saúde. A esses dados devem-se
adicionar informações sobre os serviços e programas de saúde do distrito, que cubram os
oito elementos essenciais da Ação de Planejamento do distrito. Uma relação de
indicadores de saúde úteis foi apresentada nos módulos 1 e 2 e 3 e uma lista para orientar
a elaboração de um perfil de saúde local é dada no final deste.
Os indicadores de saúde são essenciais para analisar a situação atual do distrito,
expressar os objetivos específicos e avaliar se estes estão sendo alcançados. A situação
do perfil de saúde do distrito deveria ser de preferência, uma atividade contínua, ou pelo
menos anual. As informações deveriam ser analisadas, expostas e amplamente
disseminadas.
Gráficos e figuras ilustrando o progresso dos indicadores deveriam receber ampla
publicidade.
Os indicadores básicos, listados abaixo, podem ser quantificados e deveriam estar
disponíveis. Além destes, há uma grande quantidade de outras informações sobre o
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distrito, como sua história, geografia, condições sócio econômicas e sistema político, das
quais a EDS também necessitará para elaborar planos de saúde realistas.
• População do distrito.
• Nível de saúde.
• Recursos de saúde.
• Programa de saúde.
3. Definindo prioridades
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• Organização e gerenciamento destes programas.
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• Acesso razoável aos serviços pela população do distrito, através de postos de
saúde comunitária, centros de saúde e outros postos avançados.
• Desenvolvimento e qualificação dos recursos humanos através de programas de
treinamento e educação continuada.
• Transporte, comunicações e manutenção adequada para todas estas atividades.
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Alguns programas, como o de imunizações ou o suprimento de água potável, cobrem
várias doenças; sua pontuação deve, portanto, ser a soma das pontuações dadas a cada
uma dessas doenças, para então decidir sobre a prioridade a ser dada a cada programa
ou grupo de atividades.
A grande vantagem deste sistema de pontuação é utilizar toda a informação
epidemiológica coletada no distrito e focalizar a discussão em cada um dos maiores
problemas de saúde.
Algumas doenças transmissíveis como o cólera e o dengue, apesar de ter baixas
freqüências, podem vir a causar epidemias severas; portanto, programas a longo prazo
para seu controle devem receber uma alta prioridade.
Um outro método que pode ser usado para estabelecer prioridades para o
planejamento anual ou de médio prazo é considerar quais os grupos de pessoas que
deveriam receber prioridade no distrito. Qualquer pessoa homem, mulher ou criança – está
sob um risco muito maior. Estes são chamados de grupos de alto risco. Não apenas
algumas pessoas estão sob maior risco de desenvolver certas doenças, mas também
podem fazer menor uso dos serviços de saúde disponíveis – isto é, também estão sob alto
risco de não receber a necessária atenção e saúde. A informação epidemiológica é
essencial para identificar tais grupos de alto risco, os quais podem ser reconhecidos por
suas características comuns relativas a Quem? Onde? e Quando? Os planos de saúde
podem escolher grupos de alto risco prioritários e nestes concentrar o desenvolvimento da
APS.
Grupos de alto risco incluem:
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• Crianças de até 5 anos de idade, que também podem representar cerca de um
quinto da população total. Uma alta proporção de mortes por desnutrição e
doenças transmissíveis como sarampo, diarréias, pneumonia e malária ocorrem
neste grupo etário.
• Alguns grupos de trabalhadores, em especial aqueles que lidam com máquinas
pesadas ou usam substâncias químicas perigosas, assim como os operários da
construção civil e trabalhadores não-qualificados.
• Pessoas que estão em contato com portadores de doenças infecciosas, tais
como tuberculose e hanseníase.
• Grupos com determinadas características socioeconômicas ou culturais, tais
como famílias que vivem da economia informal, agricultores de subsistência, ou
migrante.
• Determinados grupos ou subgrupos étnicos, que estão predispostos a um maior
risco devido a suas crenças e costumes.
• Pessoas vivendo longe dos serviços de saúde, que apresentam alto risco de não
receber a atenção de que necessitam.
• Moradores de áreas submetidas a alterações climáticas em certas estações,
como por exemplo, aquelas com alta incidência de malária durante a estação das
chuvas.
Não existe uma forma padronizada para medir e comparar a oferta de serviços de
saúde, mas dois conceitos importantes são os de acesso e cobertura. O acesso mede a
proporção da população do distrito que pode chegar até um serviço de saúde com
razoável facilidade. O acesso pode ser medido em termos de distância (por ex., custo do
transporte ou preço da consulta) e de fatores culturais e sociais (por ex., barreiras
socioeconômicas ou de linguagem entre usuário as e trabalhadores de saúde). A garantia
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de acesso a um serviço de saúde que fique relativamente próximo do usuário deve receber
uma alta prioridade no planejamento distrital da APS.
Cobertura é uma medida do percentual, entre as pessoas ou domicílios que
necessitam de cuidados ou serviços de saúde, e que efetivamente os recebem, por
exemplo, o percentual de domicílio com suprimento adequado de água ou de mulheres
grávidas que estão recebendo atenção pré-natal.
Informações epidemiológicas são necessárias tanto para identificar o denominador
(tal como o número total de domicílios ou de mulheres grávidas no distrito), como para
identificar o numerador, (como, por exemplo, o número de casas com suprimento de água
potável ou de mulheres grávidas que receberam pelo menos um atendimento de pré-
natal). O Programa Avançado de Imunizações (PAI) freqüentemente mede a cobertura
usando o percentual de crianças pequenas que foram vacinadas com, por exemplo, três
doses de DTP (difteria- tétano- pertussis).
É claro que a cobertura somente será alta se o acesso for amplo. Por exemplo, a
cobertura do PAI permanecerá baixa enquanto uma grande parte da população não tiver
acesso razoável a um serviço de saúde que ofereça vacinação. Se isso for o caso, o
distrito terá de utilizar clínicas móveis e campanhas de vacinação de massa para atingir
uma cobertura satisfatória.
A informação para o cálculo dos denominadores usualmente é retirada dos dados
sobre a população do município, conforme descrito no módulo 2.
A informação para o cálculo dos numeradores dos valores fornecidos em
publicações oficiais do governo e, no distrito, do sistema rotineiro de informações, da
vigilância epidemiológica e de estudo e levantamentos especiais.
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acesso, por causa das más comunicações e transporte deficiente. Em áreas urbanas, onde
há transporte disponível, é freqüentemente mais importante definir acesso em termos de
tempo, custos e fatores sociais.
Um método útil para estimar o acesso é desenhar círculos com raio de 5 a 10 km ao
redor de cada serviço de saúde no mapa do distrito, e então calcular o percentual da
população do distrito que vive dentro desses círculos. Isto é ilustrado na figura abaixo.
Neste exemplo encontrou-se que 75% da população do distrito viviam a menos de 10 km
de um serviço de saúde, e que 50% viviam a menos de 5 km.
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7. Estimando a cobertura
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• Percentual de todos os nascimentos atendidos por um trabalhador de saúde
treinado.
• Percentual das crianças entre 1 e 4 anos que são pesadas regularmente.
• Percentual de todos os casos de tuberculose recebendo tratamento.
• Percentual de domicílios com suprimentos adequados de água potável.
• Percentual de casais utilizando um método anticoncepcional moderno.
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Uma vez que os problemas de saúde do distrito tenham sido identificados, as
principais prioridades estabelecidas, e os objetivos e indicadores escolhidos, o próximo
passo é desenvolver o esquema geral para os planos a médio prazo. Somente então
poderão ser delineados os planos anuais mais detalhados. Esses planos anuais
constituem os meios para atingir os objetivos a médio prazo.
Uma vez completados todos esses processos, a EDS estará apta a planejar todas
as atividades dos programas de saúde necessárias para garantir o funcionamento dos
planos de saúde.
É importante enfatizar que o planejamento de saúde é um processo complexo e
dinâmico. Delineou-se acima uma seqüência lógica, mas o planejamento não acontece de
uma forma lógica e pura. Recomenda-se que a EDS escolha alguns poucos problemas
importantes e não tente ser abrangente. A tentativa de abordar todos os problemas ao
mesmo tempo torna a tarefa impossível, e sob tais circunstâncias é preferível nem mesmo
tentar o planejamento ao nível do distrito.
A melhor abordagem, portanto, é lidar com um ou dois problemas prioritários de
cada vez. A seguir apresentamos uma seqüência que pode ser útil para desenvolver um
plano de ação, mas para maior orientação, a EDS deveria consultar o plano nacional de
saúde e as recomendações do Ministério da Saúde para planejamento ao nível distrital.
• Escolha uma estratégia. Pode haver várias maneiras de atingir os objetivos. Por
exemplo, plano para diminuir a mortalidade materna pode incluir um aumento na
proporção de partos supervisionados, realizados em serviços de saúde, treinamento
de parteiras tradicionais ou curiosas, o aumento na cobertura das consultas pré-
natais ou a identificação de mãe de alto risco. Na medida em que o planejamento
prossegue as limitações práticas se tornam evidentes, a EDS pode concluir que
necessita revisar sua estratégia inicial.
• Aconselhar-se discutir a estratégia proposta. Para que a APS tenha sucesso, é
preciso a colaboração e os comentários de representantes da comunidade e da
sociedade organizada, de agência não-governamentais que lidam com saúde, da(s)
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prefeitura(s) e de outros setores. Partidos políticos e políticos locais podem oferecer
apoio substancial.
• Identificar todas as atividades necessárias. Identifique todas as atividades e
tarefas a serem desenvolvidas, para determinar suas implicações quanto a pessoal,
instalações, suprimentos, transportes e orçamentos. Considere também as
implicações da participação comunitária, coordenação intersetorial e colaboração
entre os vários órgãos prestadores de cuidados de saúde.
• Estabeleça um cronograma de atividades. Estime o tempo necessário para
completar cada atividade, fixando datas para seu início e termino. Esses prazos
devem ser realistas e, se possível, fazer parte de um plano anual.
• Delegue responsabilidade A Equipe Distrital de Saúde terá de identificar
indivíduos e organizações que serão os responsáveis por desempenhar as
diferentes atividades necessárias para que a estratégia funcione.
• Distribua os recursos financeiros. O capital disponível é sempre limitado, de
forma que a EDS necessita estimar os custos com muito cuidado. As despesas de
capital e de custeio são geralmente estimadas separadamente.
• Monitorize e avalie os avanços. Não é suficiente planejar, mas é também
necessário descobrir se o planejamento funcionou. O sistema rotineiro de
informações pode fornecer as informações necessárias? É preciso iniciar um
programa de vigilância epidemiológica ou realizar um estudo especial?
• Exiba e comunique o plano. É da maior importância que todos os envolvidos
entendam o plano de saúde, incluindo todas as atividades e prazos, e saibam o
nome dos indivíduos responsável. Mapas, quadros e gráficos podem ser de grande
utilidade para esta comunicação. Deve-se usar a oportunidade para comunicar o
plano em encontros e reuniões. A prefeitura deve ser mantida bem informada. O
perfil de saúde do distrito é a melhor forma de demonstrar os progressos obtidos.
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9. Avaliando o progresso obtido
A implementação do plano distrital para a APS pode ser avaliada de duas maneiras.
A primeira é avaliar quais as atividades dentro dos programas que foram completadas
com êxito, em relação às que haviam sido propostas pela EDS dentro do plano distrital. A
segunda é verificar se os indicadores do nível de saúde apresentaram melhora, ou se as
freqüências de doenças ou problemas de saúde foram reduzidas. É preciso que atividades
de saúde bem planejadas sejam implementadas ao longo de muitos anos para que se
possa observar uma melhora nos indicadores de saúde mais globais, ou uma redução na
freqüência de doenças ou problemas de saúde. Os indicadores incluídos no perfil de saúde
do distrito são de grande utilidade para avaliar os progressos, através de gráficos e
quadros.
A EDS provavelmente terá condições de demonstrar melhorias na implementação
das atividades dos programas de saúde, mas é usualmente muito mais difícil avaliar
mudanças no nível de saúde. Embora informações epidemiológicas devam ser usadas na
avaliação, também é importante que a EDS combine essas informações com seu próprio
conhecimento e experiência. Essa combinação de informação com experiência permitirá à
EDS fazer julgamentos e concluir até que ponto a APS está sendo adequadamente
implementada no distrito.
Os principais passos na elaboração da avaliação como parte do gerenciamento de
saúde no município incluem:
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Quando for preciso realizar uma série de atividades durante um período de doze
meses, uma maneira útil de monitorar a evolução do trabalho é através de um gráfico
de freqüência acumulada. A atividade total a ser realizada em um ano é dividida por 12,
fornecendo a meta a ser alcançada a cada mês. Se marcarmos os valores que
pretendíamos alcançar a cada mês e o que de fato foi alcançado, de forma acumulada,
no mesmo gráfico, poderemos visualizar o progresso obtido a cada mês e até que
ponto alcançamos os objetivos propostos.
Exemplo: Num município com 200,000 pessoas, há 4% de menores de um ano de
idade, totalizando 8.000 crianças. A EDS quer melhorar a cobertura média do PAI 30%
no último ano e igualar a cifra nacional de 45 % de cobertura com três doses de vacina
DTP. Portanto, o número total de crianças que deve receber as três doses até o final do
ano é:
Nº. crianças com vacinação completa até o final do ano = 8.000 x 45 x 3.600
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O gráfico de freqüências acumuladas é mostrado na figura abaixo:
A média de janeiro a junho foi de 250 crianças vacinadas por mês. A vacinação
iniciou bem, mas começou a cair abaixo do objeto de 300 crianças por mês. Isto sugere
que a EDS precisará rever as atividades do programa para descobrir por que este não está
funcionando bem. As alternativas são aumentar os esforços e tentar alcançar um novo
total mensal de 350 por mês durante o resto do ano, ou então aceitar que o objetivo anual
é ambicioso demais, sendo impossível vacinar mais de 250 crianças por mês, o que
equivale a 3000 por ano ou a uma cobertura estimada de 38%, Isto seria uma melhora em
relação ao ano anterior, mas ainda estaria abaixo da média nacional.
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10. Resumo do perfil de saúde do município
Esta seção apresenta uma lista de indicadores a serem utilizados para compor um
perfil de saúde do distrito, que por sua vez será empregado para o planejamento, o
gerenciamento e a avaliação de saúde. Os indicadores foram agrupados da seguinte
forma:
População do município
Total
Por grupo de idade
Nascimentos
Fecundidade
Nível de saúde
Nutrição
Morbidade
Mortalidade
Recursos de saúde
Instalações
Pessoal
Recursos financeiros
Programas de saúde
Gravidez e parto
Atenção à criança
Saúde ambiental
Atendimento clínico
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Este perfil deveria ser adaptado às circunstâncias locais. A listagem contém apenas alguns
indicadores selecionados e não tem o objetivo de ser abrangente. É necessário também
enfatizar que nem todos os programas de saúde possíveis foram incluídos e que apenas
quatro programas são dados como, por exemplo. Mencionamos explicitamente os anos de
1 a 5 para chamar atenção sobre a importância dos planos anuais e de médio prazo; essas
datas limite servem como referência para orientar o estabelecimento de metas e a
produção, manutenção e atualização das informações.
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N° de crianças abaixo do 3o percentil %
N° de crianças que não estão ganhando peso
esperado (ganhos menores do que 50%) %
1. Crianças entre 1 e 4 anos
Com perímetro braquial entre 12,5 e 14,0 cm N°
%
Com perímetro braquial menor que 12,5 cm N°
%
B. Morbidade (doenças mais importantes)
• Doenças selecionadas pelos casos novos
Diarréia
Sarampo
Tétano neonatal
Coqueluche
Difteria
Hepatite
• Doenças com tratamento prolongado
Tuberculose
N° de casos Novos esperados
Novos diagnosticados
Concluíram tratamento
Abandonaram tratamento
Em tratamento
Hanseníase
N° de casos Novos esperados
Novos diagnosticados
Concluíram tratamento
Abandonaram tratamento
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Em tratamento
• Doenças epidêmicas
Meningite meningocócica
Cólera
Dengue
Febre Amarela
Malária
C. Mortalidade
• Total de mortes
No estimado para o distrito
Taxa de mortalidade geral
Expectativa de vida
No de mortes registrado
Estimativa do percentual das mortes registradas
No de declarações de óbito
Estimativa do percentual das mortes com
declaração de óbito
Estimativas das taxas de mortalidade por grupos
de idade
1 – 4 anos
5 – 14 anos
14 – 44 anos
45 – 64 anos
65 + anos
• Mortalidade materna
No de mortes registradas
No de mortes esperadas
• Mortalidade por doenças específicas
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Diarréia
Febre amarela
Desnutrição
Sarampo
Pneumonia
0 – 4 anos
5 + anos
Tuberculose
3. Recursos de saúde
A. Instalações
Centros, postos e unidades de saúde
No necessário por distrito
No em funcionamento
% do total necessário que está em funcionamento
% da população com acesso as instalações
B. Pessoal
• Atenção primária à saúde
Trabalhadores de saúde necessários
Trabalhadores de saúde lotados
No total de parteiras no distrito
No de parteiras treinadas no distrito
% de parteiras treinadas
Este quadro é apenas um exemplo limitado de dados que podem ser importantes
para ter o controle e planejamento de saúde local. O mesmo pode variar de acordo com a
realidade.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
VAUGHAN, J. P., MORROW, R.H. Epidemiologia pra os municipios. Edit. Hucitec, São
Paulo, 1992.
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