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BOSI, Alfredo. “O som no signo” “Frase: música e silêncio” In: O ser e tempo
da poesia. São Paulo Cultrix, Ed. da Universidade de São Paulo, 1977.
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inteiramente, ao sentido.
Portanto, em seu livro “O Ser e o Tempo da Poesia”, Alfredo Bosi, constrói
uma teoria/crítica que focaliza a Literatura, mas também dá destaque a
erudição e o interesse humanístico tornando-a transcende para todas as outras
formas de arte e expressões da cultura humana: música, artes plásticas,
religião, mitologia, filosofia, psicologia, antropologia e até mesmo a sétima arte,
o cinema.
Bosi ressalta que Vico procura a união entre Filosofia e Filologia, isso
porque ele considera a linguagem um repositório de mitos, de fábulas, o que
chamam de “expressões do espírito”, a cuja vinculação se acha, de modo
preponderante, a Poesia. O professor Bosi, desenvolve seu estudo no sentido
de que não haja uma separação entre o sensível e o inteligente. Nos nossos
dias, há também essa tendência entre a Filosofia e a Estética, em reconhecer
os dois estados, o do sensível e o da inteligência. Tal postura, em relação à
aceitação das duas categorias, separadamente, seria hierarquizar o saber, ou
seja, o luminoso e o cego, o racional e o sensível, o lógico e o empírico.
Portanto, os modos de dizer e de pensar unem o significante e o significado, e
o lado sensível do ser humano adquiriria maior liberdade. Vico foi o fundador
da Estética moderna, filosoficamente falando, como uma “fenomenologia do
saber imaginário”, do fantástico. Ele monta a palavra “mitopoética” exatamente
para indicar a origem sagrada das posturas antigas do “saber sensível”.
Neste artigo, procurarei ver como a construção de um poema aplica de maneira
prática, e como os conselhos de Bosi são essenciais neste desenvolvimento. O
poema utilizado será de Gilberto Mendonça Teles, de sua obra, “Fábula de
Fogo” (1961), com o poema que se intitula: Poética. Trata-se de um
“metapoema”, onde Gilberto Mendonça Teles, fala sobre a arte de fazer
poema. Com seus versos curtos, composto de sestinas, ele nos explica como a
construção de um poema pode ser comparado a construção da vida.