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FUPAC / UBÁ
UBÁ
2018
FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE UBÁ
FARMÁCIA
UBÁ
2018
Resenha
Obra original:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando Introdução à
Filosofia. Cap.34, vol. Único ed. Moderna. São Paulo.
O capitulo 34, do livro “Filosofando Introdução à Filosofia”, escrito por Maria Lúcia
de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins, fala sobre a cultura e arte. Inicialmente é
apresentada uma imagem grafitada por Jana Joana e Vitché em um muro da cidade de São
Paulo. Nessa imagem aparece uma mulher nua, com o corpo pintado, segurando um arco entre
as mãos e ajoelhada sobre um cavalo aparentemente em movimento. O equilíbrio sobre o
dorso do animal, a feminilidade e a sensualidade são características marcantes desse desenho.
O grafismo presente no tecido que recobre o cavalo e no cabelo da mulher traz lembrança da
cultura indígena. Assim como a presença do arco, a postura da mulher e o movimento veloz
do cavalo remetem às guerreiras, às míticas amazonas. Toda essa mistura de cultura e arte
apresentada nessa imagem serviu como uma breve introdução desse capítulo, para discussão
da relação entre elas e suas diferenças.
Segundo o texto o termo “cultura” tem vários significados, embora todos sejam bem
parecidos. Por exemplo, no sentido antropológico refere-se a tudo o que o ser humano faz,
pensa, imagina e inventa, porque ele é um ser cultural. No sentido etimológico, a cultura age
unindo certo grupo de pessoas que adotam os mesmos usos, valores e costumes, permitindo
com que essas pessoas dividam do mesmo vocabulário, sotaque, modos de vida e valores. No
sentido patrimonial, “cultura” envolve cidades, locais, ou até mesmo práticas, representações,
expressões, conhecimentos e técnicas, desde que todas elas tenham relação com a história
(memória) ou ações de grupos do passado. Já do ponto de vista artístico, bem resumidamente,
cultura diz respeito à produção ligada às diferentes práticas artísticas, ou seja, manifestações
que façam uso das linguagens artísticas, sejam elas populares ou eruditas.
Apesar de a arte ser um tipo de cultura, o texto apresenta várias diferenças entre elas.
Como foi visto, compreende-se “cultura” a expressão coletiva do homem no contexto social
onde atua e estabelece suas relações, sendo ela o resultado de como o ser humano se
comunica, interpreta e reflete sua vivência em um determinado contexto, seja pela música,
dança linguagem, moda, artes, alimentação, comportamentos, consumo, lazer e tradições. Ou
seja, é um conjunto de todo ser e fazer humano os quais o sujeito precisa aprender para viver
em sociedade, se tornando uma necessidade em um determinado período. A cultura está presa
à tradição, à repetição. Já a arte não, apesar de ser uma pequena parte da cultura, ela é
privilegiada por ser livre das obrigações, dos deveres a serem cumpridos, é uma criação
individual e dirigida para o indivíduo. Ninguém é obrigado a produzir ou desfrutar a arte,
sendo ela um privilégio para quem faz e aprecia. É uma invenção de algo que não existia
antes, não está presa à tradição e não pode se repetir. Ela aponta para as possibilidades do
mundo, tira-nos dos hábitos, rompe os costumes, propõe outros valores. Permite-nos ver o
mundo e a nós mesmos com outros olhos, ampliando aquilo que somos. A arte é libertadora,
nos permite ser quem quisermos e viver da forma que achamos melhor, sem ficarmos presos a
padrões culturais.
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A música “Comida” foi composta por Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio
Britto em 1987 e faz parte do álbum Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas da banda
Titãs. A canção de uma maneira geral expressa o fato do ser humano não ter somente
necessidades fisiológicas, mas também necessitar do que supre suas necessidades
psicológicas.
Nos versos “Bebida é água! Comida é pasto! ”, existe uma clara ideia de que quem
precisa somente de comida e bebida são os animais que pastam e não os seres humanos que
tem sede e anseios de outras coisas que são essenciais para ele. Para o eu lírico, o homem
necessita de cultura, diversão, arte e liberdade para tomar suas decisões e seguir a vida como
quiser, além de comida que também não é dispensável.
A estrofe, “A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade. A gente
não quer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade. ”, resume de maneira suscita o
que a música quer demonstrar. O homem não se satisfaz apenas com os bens materiais que
suprem seus anseios fisiológicos e o permite sobreviver dentro da sociedade, mas também
precisa de bens que supram suas necessidades psicológicas para que ele se sinta “inteiro”, ou
seja, necessita de “inteiro”.
A relação da música com o texto “Cultura e Arte” fica nítida principalmente quando as
autoras definem o sentido de cultura e expressam que o homem necessita de cultura para se
sentir parte da sociedade, ou seja, ele necessita além de comer e além de dinheiro para
sobreviver, de cultura e arte. Com cultura, diversão e arte ele se sente “inteiro” e
consequentemente parte da sociedade.
Para as autoras do texto e para o eu lírico da canção, o homem se sente inteiro e
membro da sociedade quando as suas urgências são supridas, quando os seus lados
psicológicos e fisiológicos são preenchidos de maneira satisfatória com o que deseja e anseia,
quando é oferecido a ele comida, arte, diversão e cultura.