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HISTÓRIA
Resumo:
Abstract:
This article is the result of reflections built during the first two months of the project's
activities on the trails of the pillar, developed within the framework of the Institutional
Program of Scholarship of Initiation to Teaching (PIBID/ History) at the Federal
University of Pernambuco (UFPE). Held in conjunction with the faculty of Reference
School in Middle School Porto Digital (EREM PD), located in the District of Recife,
this project aimed to develop activities in the area of Local History with the school
community. Considering the potential of Oral History as a methodological tool for the
development of research in Local History and for teaching schooled in History, this
research focused on memory, history and the possibilities of inclusion socio-spatial of
residents of the community of Pillar, taking as initial landmark the decade of 1970.
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1. Introdução
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Buscando desenvolver uma estratégia pedagógica que tenha como
pressupostos a investigação, pesquisa e produção de saberes (FONSECA, 2012, p.
160), o projeto Nas Trilhas do Pilar foi estruturado em quatro etapas.
Primeiramente, foram realizadas intervenções em sala de aula, iniciando as
investigações sobre a história da comunidade do Pilar e do Bairro do Recife. Na
sequência, realizamos oficinas sobre a utilização das fontes orais na construção do
conhecimento histórico, ressaltando os procedimentos técnicos na captação destas
narrativas. No terceiro momento, foi realizada a atividade de campo, possibilitando
ao grupo o contato com a comunidade e a observação das dinâmicas estabelecidas
entre o Pilar e o Bairro do Recife. Por último, os estudantes participaram das
atividades de entrevista com os moradores da comunidade, elaborando roteiros nas
investigações junto aos depoentes.
Durante a realização das entrevistas, contamos com o apoio e participação
dos moradores da comunidade do Pilar. Para esta atividade, atuaram como
depoentes: Antônio Nilo Santos, Lindacy Alves Silva, Sandra Maria Souza e
Fernandina Oliveira Lima.
Nesta perspectiva, o projeto Nas Trilhas do Pilar busca desenvolver a
inserção dos estudantes na comunidade da qual a escola faz parte, tendo em vista
possibilitar ao grupo a construção de “sua própria historicidade e produzir a
identificação de si mesmo e também de seu redor, dentro da História” (SCHMIDT,
2007, p. 200).
Segundo BARROS (2013), a história local pode ser compreendida como uma
modalidade dos estudos históricos que, partindo da investigação sobre uma
determinada localidade, estabelece relações com uma perspectiva histórica mais
ampla e atenta “as formas como os atores sociais se constituem historicamente em
seus modos de viver, situados em espaços que são socialmente construídos” (Ibid,
2013, p. 15).
Do ponto de vista educacional, o debate em torno do ensino de história local,
e sua potencialidade na construção do sentido histórico nas relações sociais dos
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estudantes, pode ser acompanhado ainda nas recomendações expressas pelos
Parâmetros Curriculares Nacionais:
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p.16), entrelaçando o passado sob investigação, a trajetória de vida dos depoentes e
o tempo presente, atuante nas perguntas e respostas desenvolvidas.
Pensada em articulação com a pesquisa e o ensino de história local, a história
oral propicia ainda a identificação dos estudantes enquanto produtores de
conhecimento histórico, recriado a partir de sua própria experiência. Nesta
perspectiva, o projeto Nas Trilas do Pilar se insere do desafio de articular
historiografia, pesquisa e um ensino de História atento a formação da consciência
histórica quanto às dinâmicas sociais, econômicas e culturais que marcam a
sociedade.
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anos; Lindacy Alves da Silva, moradora do Pilar há vinte e cinto anos; e Fernandina
Oliveira de Lima, residente há mais de quarenta anos na comunidade.
Os depoentes nos informaram da situação da comunidade e nos contaram as
histórias de suas vidas, suas memórias. Bastante produtivas, as entrevistas
possibilitaram, além do reforço de alguns elementos encontrados durante as
primeiras pesquisas, uma nova perspectiva diante das fontes históricas levantadas
sobre a comunidade.
Durante a entrevista, a senhora Fernandina (2015), moradora da Rua São
Bernardo, nos afirma que, durante suas as quatro décadas enquanto moradora do
Pilar, o descaso foi uma constante, “Sempre foi assim, sempre foi assim” (LIMA,
2015, p.6). De forma semelhante, Lindacy (2015), moradora há mais de duas
décadas da Rua São Jorge, complementa:
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Ali começaram a cavar, e esse povo aí que defende esse negócio aí
de história... Assim... Achou muito osso humano, aí disseram que
não tem mais condições de fazer os condomínios. Sim, e a gente vai
pra onde? Resolvam à situação da gente, minha gente.[...] (SILVA,
2015, p. 8)
Olhe benção, eu vou ser sincera com o senhor. É isso que eu digo...
É isso que às vezes eu digo assim, olhe, veja: “A Pilar, a Igreja,
esses prédios ai... Que às vezes dizem... Que não vão derrubar,
dizem que é patrimônio público”. Sim, e a gente é o que? Que está
no meio? Eu respeito ali, dizem: “Eu vou tirar o povo daqui da frente
por causa da igreja”, tudo bem, agora vai fazer o que com o povo?
Que dizer que a igreja está ali há muito tempo, é um patrimônio, e
nós somos o quê? Ser humano é o quê? Que Deixe a igreja, eu não
quero que tire não... Cada um no seu cada um. Né patrimônio? Né
antigo? Pode fica lá. Agora eu quero saber o que vai fazer com a
gente, que eu quero saber. [...] (SILVA, 2015, p. 10-11)
5. Conclusão
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Após a realização das entrevistas do projeto Nas trilhas do Pilar, será
proposto aos estudantes à organização do acervo documental construído. Nesta
atividade, buscamos promover, junto ao grupo, a análise dos documentos históricos,
salientando a importância daquelas narrativas, relacionadas aos elementos
históricos apresentados sobre a comunidade, para a compreensão do momento
histórico em que os próprios estudantes estão imersos.
Nesta perspectiva, tendo em vista promover um ensino de história
comprometido com a transformação social, desponta ainda a importância da história
local. Como estratégia pedagógica para o ensino médio, a história local permite ao
educando perceber-se integrante da história, não um simples espectador do ensino,
mas objeto e sujeito num fluxo de continuidades e descontinuidades. Tal estratégia
possibilita ao aluno
[..] a identificação do próprio grupo de convívio e as relações que
estabelecem com outros tempos e espaços; valorizar o patrimônio
sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-a como um
direito dos povos e indivíduos e como um elemento de fortalecimento
da democracia (NORONHA, 2007, p. 06).
6. Referências
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FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História 13ª
reedição revista e ampliada. 13. ed. Campinas: Papirus, 2012. v. 1. 443 p.
LIMA, Fernandina Oliveira. Projeto Nas Trilhas do Pilar, em 2015, apoiado pela
CAPS. Arquivo no LAHOI – CFCH – UFPE.
SANTOS, Antônio Nilo. Projeto Nas Trilhas do Pilar, em 2015, apoiado pela CAPS.
Arquivado no LAHOI – CFCH – UFPE.
SILVA, Lindacy Alves. Projeto Nas Trilhas do Pilar, em 2015, apoiado pela CAPS.
Arquivado no LAHOI – CFCH – UFPE.
SOUZA, Sandra Maria. Projeto Nas Trilhas do Pilar, em 2015, apoiado pela CAPS.
Arquivado no LAHOI – CFCH – UFPE.
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