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A PUBLICIDADE DO PROCESSO DIGITAL:

 O Estado Portugês consiste numa dependência de uma estrutura


organizativa centrada na prossecução dos objetivos em concreto,
tendo como último escopo o interesse público.

 Parece-me de grande referência referir que, cabe à Administração


Publica cumprir uma multiplicidade de tarefas atendendo sempre, ao
mesmo tempo, a diversos interesses.
A aplicação das novas tecnologias levanta claras oportunidades,
como a promoção do acesso à informação, uma verdadeira
reconstrução do novo espaço público, a aproximação de atores e
instituições no sistema político dos cidadãos, facilitação do
quotidiano do particular e do funcionário e a agilização da tramitação
dos procedimentos.

 Verificamos também inúmeras desvantagens como por exemplo as


questões relativas à info-exclusão, barreiras tecnológicas,
económicas e culturais, a seleção de validação e qualidade da
informação partilhada, a comercialização da informação
administrativa, o domínio da rede por grandes grupos económicos, a
burocratização eletrónica, o risco de duplicação de meios e ainda o
risco de falhas do próprio sistema.
 A Administração deve estar empenhada na tomada das referidas
medidas ativas, pois a informação ao ser disponibilizada deixa
menos espaço para a sua comercialização, realçando o Princípio da
Administração Aberta, nos termos do artigo 17ºdo CPA, não
garantindo a exclusividade necessária à rentabilidade da informação
administrativa explorada pelos agentes económicos. Torna-se assim
imperativo a proteção dos dados pessoais, direito fundamental
consagrado no artigo 26º da nossa Constituição, que postula a
reserva da intimidade privada e ainda o número 2 do artigo 268º
CRP,que prevê o direito e garantia da intimidade das pessoas. O
CPA vem assim prever, no seu artigo 18º,o princípio da proteção dos
dados pessoais, ferramenta fundamental no incremento de uma
relação de confiança entre o cidadão e uma Administração Pública
transparente.

 O processo judicial eletrônico não resolveu o problema da demora


Judicial, uma vez que o processo em si é lento. O CPA, ressalta a
imprescindibilidade da celeridade processual, priorizou o efetivo
contraditório, concedendo mais tempo para que as partes pudessem
praticar os atos processuais, como dispõe o artigo.
Ademais, o sistema, por passar por diversas instabilidades diárias,
interfere na otimização dos atos processuais, uma vez que se gasta
mais tempo para realizar um protocolo para aceder ao sistema, do
que seria necessário para imprimir a petição, a decisão ou despacho.

 Nesta confluência, a questão da carência de acessibilidade no sistema


merece a ressalva de que, o processo eletrónico destaca-se pela
facilidade na sua acessibilidade em qualquer lugar com internet, em
qualquer horário, eliminando assim as barreiras que limitavam o
tempo útil da atividade jurisdicional. Entretanto, a estrutura
deficiente da internet, com as dificuldades de conexão traz muitos
prejuízos para aqueles que dependem do sistema, vez que muitos
lugares do país não possuem internet eficiente, ou não possuem no
geral.

 A grande dificuldade quanto ao Processo Judicial eletrónico é a


deficiência na infraestrutura, muitas vezes a dificuldade de conexão,
e quedas no fornecimento de energia, acarretam prejuízos ao
peticionamento online, e com isso o tempo da tramitação da ação
judicial ainda padece com atraso, pois alguns Tribunais não investem
num departamento de tecnologia eficiente, com provedores e
servidores mais qualificados para solucionarem os problemas que
venham assim a surgir.

 Assim, observa-se que, a respeito das inovações e das


transformações trazidas pela informatização da justiça como um
todo, há entraves que ainda necessitam de soluções, como a
deficiência na infraestrutura da internet, as dificuldades de acesso ao
sistema devido às instabilidades das plataformas, a insuficiência no
amparo aos portadores de deficiência, entre outros, o que viola
diretamente o princípio do acesso à justiça.

 É necessário o desenvolvimento da informática para a redução das


falhas e instabilidades do processo eletrónico, uma vez que a
insegurança jurídica é um sentimento constante tanto pelos
profissionais como pelas partes, onde os quais se submetem
diariamente ao sistema.

 Em suma, torna-se imprescindível o desenvolvimento dos sistemas


eletrónicos para que o fornecimento da tutela seja feito de forma
eficiente, com qualidade, segurança, e transparência, em
conformidade com os princípios processuais.
 Há muitos entraves a serem transpostos pelos operadores do direito,
visto que o Processo Judicial Eletrónico está longe da perfeição
almejada, sendo assim necessário uma maior capacitação dos
servidores, a uniformização dos sistemas e a correção das
instabilidades e falhas das plataformas.

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