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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI ÁRIDO

DIREITO DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL – JULIANNE HOLDER


Discente: Wigna Bruna de Freitas Melo
UNIDADE II – Semana I
A descoberta das jazidas do pré-sal, como ficaram conhecidos os espaços de
reservatório de aproximadamente 800km de comprimento que continham óleo
renovável, por parte da Petrobrás, marcou o início do que seria a entrada do Brasil no
grupo das maiores reservas petrolíferas do mundo.
Na época, estava para acontecer a nona rodada de licitação e os técnicos da
estatal perceberam que blocos que estavam para ser objeto da licitação faziam parte da
descoberta. Por ser do interesse do país, a Agência Nacional do Petróleo pôde excluir as
áreas que poderiam estar próximas ou dentro do reservatório parte do pré-sal. Contudo,
a área a ser explorada não foi de fácil acesso, tampouco com baixo custo. Vários anos
de tentativas, estudos, e gastos altíssimos em material e ferramentas para que se
iniciasse de fato o contato com o petróleo do pré-sal pela Petrobrás e empresas
parceiras.
Como se tratava de uma nova modalidade na exploração e produção, havia a
necessidade de um novo marco regulatório. O governo federal na época, comandado
pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu alguns ministros para que fossem
editadas novas regras no tratamento do pré-sal.
Essas novas normas deram origem, juntamente com a Lei do Petróleo, a outras,
sendo elas: a lei do regime de partilha (nº 12.351/2010), que determina que o petróleo
extraído é de propriedade do Estado brasileiro, e não da concessionária; a lei nº
12.304/2010, que instituiria a Pré-sal Petróleo S/A, que seria uma estatal que
representaria a União em contratos de partilha, além disso, a PPSA era obrigada a se
associar a qualquer empresa que viesse a ser contratada para a exploração de petróleo
das áreas de pré-sal; e a lei de cessão onerosa e capitalização da Petrobrás, a lei nº
12.276/2010, que autorizava a Petrobrás, estatal, a extrair até cinco bilhões de barris de
óleo no pré-sal, em caráter oneroso.
Essa última lei, que autorizou a exploração por parte da Petrobrás, teve como
premissa a localização pela ANP da área que seria explorada. A capitalização da
Petrobrás, então, foi uma boa estratégia para a participação pública nos resultados das
atividades da exploração e produção, uma vez que além desses valores a serem
retornados, a União era a proprietária de boa parte da produção. A Cessão Onerosa é um
regime de contratação direta de áreas específicas da União, para a Petrobras. A Lei nº
12.276/2010 concedeu à empresa o direito de extrair até cinco bilhões de barris de
petróleo equivalente nessas áreas não contratadas, localizadas no pré-sal, conforme
detalhado no contrato firmado entre a União e a Petrobras.
No regime de partilha, a ANP era responsável por regular e fiscalizar as
atividades desenvolvidas. Essas atividades, precedidas dos contratos de partilha
funcionavam da seguinte forma: antes de fechar os contratos, assim como no
procedimento de concessão, realizavam-se licitações para exploração, desenvolvimento
e produção do óleo e gás. Quando o contrato estava em vigor, o papel da ANP era o de
se fazer cumprir as leis ambientais e todas as normas já vigentes no país para e
exploração do petróleo.
Assim como as leis instituídas citadas anteriormente, o marco regulatório misto
está em vigor desde 2010, o qual estabelece no país o regime de partilha de produção
para as áreas do polígono do pré-sal e outras áreas que sejam consideradas estratégicas.
A descoberta e exploração do pré-sal foi, sem dúvidas, fator de extrema
importância para o posicionamento do Brasil no mercado mundial, como uma das
maiores reservas de petróleo do mundo. E foi a atividade também que ajudou ao Estado
a funcionar como órgão regulatório, uma vez que faz concessões aos particulares para
que esses desempenhem atividades econômicas e serviços públicos.
Floriano Marques Neto categorizou as hipóteses de promover a regulação: uma
sendo como uma prática de monopólio cujo exercício compete a uma operadora estatal
exclusivamente, cabendo a esta tanto regular como exercer a atividade econômica –
seria chamada anticoncorrencial; a não concorrencial, que não estimula mas também
não veda a concorrência, o Estado nessa regulação se mantém neutro; já o terceiro
modelo funciona mais como forma de regular, como intervenção estatal, e promove a
concorrência – o que chamaríamos de pró-concorrencial.
No que diz respeito a obrigação da Petrobrás como contratada para operar os
blocos de exploração, poderíamos dizer que se tratava de uma política
anticoncorrencial, uma vez que era um modelo de exclusividade. Porém, ainda existiam
os leilões e a possibilidade de rodadas de licitação – de forma de regular e fiscalizar
sendo obrigação e competência da ANP – além disso, é importante destacar que as
portarias da ANP regulamentariam o processo de importação do petróleo e seus
derivados – como a gasolina automotiva, óleo diesel e biodiesel.
Contudo, em se tratando das áreas do pré-sal, como dito anteriormente, havia
uma preferência da estatal para explorar e produzir. Antes a situação era a obrigação,
havendo uma mudança desse cenário. Isso porque p CNPE considerava de interesse
nacional, e a empresa deveria se manifestar, com as devidas justificativas, seja para o
aceite ou recusa do serviço/direito. Essa justificativa, seja para o aceite ou recusa,
tornou-se uma obrigação legal, pois a empresa passaria a ter que demonstrar para o
Estado as razões válidas para ter decidido o que escolheu.
Dessa forma, alterou-se o que até então estava como obrigação: nada obrigava a
estatal Petrobrás a operar ou participar de consórcios para a exploração de do petróleo
nas áreas de pré-sal. No caso de aceite, o CNPE destinaria o percentual mínimo de 30%
do consórcio em participação para a estatal. Lembrando que, apesar de haver uma
imposição de no mínimo desse percentual, não há uma obrigação da União aceitar o
valor de, por exemplo, 60% da participação, para a Petrobrás, caso a estatal exija esse
valor. Será uma decisão e ato discricionário por parte do Estado nesse sentido.
Logo, por haver uma opção da estatal, bem como a participação de outras
empresas, de forma que o próprio Estado incentiva a participação da Petrobrás, vemos
que a Lei do Petróleo se volta mais para o lado do modelo supracitado pró-
concorrencial, uma vez que a União, além de incentivar a estatal, também incrementa
outros participantes no mercado, com todos os benefícios indiretos.
Apesar de o Brasil ter sido considerado uma das maiores reservas de petróleo e
gás natural do mundo, especialmente com a descoberta da área do pré-sal, é importante
destacar que ainda assim há a necessidade de importar grande volume de barris de
petróleo de outros países. O problema disso está no passado do nosso país: ele sempre
foi em grade maioria de economia de base agrária. Tivemos muito atraso no que diz
respeito a tecnologia e industrialização.
Quando explode no Brasil o potencial do petróleo, a grande quantidade
comprovadamente de reserva, há uma necessidade de tecnologia de ponta para a
exploração e produção. Contudo, não havia à disposição essa ferramenta nacional: era
necessário depender de outros países, de empresas estrangeiras para explorar. Para
tentar minimizar a quantidade de petróleo importado, que no ano de 1975 era cerca de
60% do consumido internamente, o Brasil implementou os chamados “contratos de
risco”, onde abria o território para que empresas privadas estrangeiras pudesse produzir
o óleo no país.
Hoje o cenário é outro. A produção é maior internamente, bem como demos um
salto gigantesco se comparado a décadas passadas no que diz respeito a importação e
produção de bens materiais advindos do petróleo. Contudo, imperioso lembrar que o
consumo interno também aumentou. Demanda sobe, procura cresce e o preço da matéria
prima aumenta. O Brasil então passa a exportar tanto bens como os barris oriundos da
exploração interna.
O nosso país possui, em sua grande maioria, a exploração de atividade
econômica por parte de empresas privadas, o que parece óbvio. Contudo, a intervenção
estatal na sua ordem econômica é muito forte, como é nos casos de interesse coletivo e
segurança nacional – essa autorização – tanto para a exploração quando para a
intervenção do estado, são aparados por nossa Constituição Federal. Mas no que diz
respeito ao petróleo nem sempre foi assim. Um ponto importante a ser frisado é que,
somente com o advento da Emenda à Constituição (EC) nº 9/95, o que antes era
atividade única e privativa da União, passou a ser possível que empresas privadas
passaram a ter o direito a participar, por sua conta, de atividades que antes eram
monopólio da Petrobrás. Apesar dessa abertura, a União ainda possui, é claro, o
domínio exclusivo das riquezas do subsolo do país.
Parece lógico que, pelo petróleo ser a fonte de energia mais utilizada e mais
lucrativa do mundo, é um recurso de extrema estratégia para o desenvolvimento
econômico e social para o Brasil. Ainda que haja um investimento muito alto, com custo
de tecnologia internacional, ou mesmo nos recursos de ferramentas para sua exploração,
produção e transformação em bens derivados dessa matéria, o Brasil foi bem sucedido
para esse mercado, atingindo patamares inimagináveis até que pôde, por meio da estatal
Petrobrás, se posicionar no mundo como uma das maiores reservas comprovadas do
mundo.
Com todo esse novo acesso a tecnologias, e a exploração sendo possível por
empresas que tinham interesse no crescimento nacional, foi possível perceber que o
Brasil passou a ter uma certa autossuficiência na exploração e produção do petróleo e
produtos derivados. Isso não quer dizer que ele se isolou no mercado: pelo contrário:
percebemos que houve uma inserção do país no mercado internacional. Outra ideia
distorcida é que essa autossuficiência deu fim à importação do petróleo: não. Ainda era
e é necessário que o produto de outros países entre no Brasil, uma vez que há também
certas peculiaridades no mercado, como o preço do barril, que influencia se é mais
vantajoso ou não para o país vender e comprar a mesma matéria-prima. Porém, pode-se
ainda visualizar que a tendência, como vem sendo desde a descoberta de nossas
reservas, é que possa haver a diminuição da importação e uma posição mais vantajosa
do Brasil no mercado internacional, podendo estabelecer seu preço para os demais
países que não possuem uma produção e exploração tão fortes e que necessitam da
matéria.

REFERÊNCIA
Direito do petróleo, gás natural e biocombustíveis: estudo em homenagem à professora
Heleni-ce Vital / Yanko Marcius de Alencar Xavier, Fabrício Germano Alves, Patrícia
Borba Vilar Guimarães, José Orlando Ribeiro Rosário. – Natal, RN : EDUFRN, 2013.

LEITE, Marcelo Lauar. Partilha de Produção petrolífera: reflexões sobre a nova


reforma. Rev. Direito Adm., Rio de Janeiro, v. 277, n. 1, p. 126-150, jan./abr. 2018.

Petróleo e Estado / Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Rio


de Janeiro: ANP, 2015.

Site da ANP <http://www.anp.gov.br/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas> acesso em


09/07/2020
UNIDADE II – SEMANA II
O Brasil possui um potencial de produção e exploração do petróleo gigantesco.
Contudo, durante toda a nossa história dessa fonte de energia, nosso país precisou
importar sempre em grande escala barris de outros países, por haver uma produção
menor do que a necessidade interna do país, ou até mesmo por falta de tecnologia
necessária para a exploração do potencial existente. Por ser um país de dimensões
continentais, o desafio até hoje é enorme.
Ainda na década de 1990, a ANP precisou se reorganizar para que fosse possível
suprir as necessidades do país e do potencial de produção. Ocorre que houve a
descentralização e a abertura para que empresas privadas também participassem da
exploração e produção do petróleo. Essa flexibilização, chamemos assim, acabou
atraindo novo agentes econômicos na atividade. Contudo, quando houve essa maior
participação de agentes diversos, houve também uma certa dificuldade da ANP em
regular e fiscalizar a atividade: surgiram problemas como adulteração do combustível,
sonegação de tributos pela atividade/produto, desrespeito às leis voltadas a preservação
do meio ambiente, entre outras.
Um desses problemas, a adulteração do combustível se dava da seguinte forma:
as empresas adicionavam solvente ao combustível para dar maior volume e aumentar,
consequentemente, o lucro.
Alguns anos depois, a ANP conseguiu estabelecer, com um pouco mais de
experiência e filtrando melhor os agentes na atividade, uma seletividade para o ingresso
e permanência das outras empresas que viriam a participar da atividade ligada à
exploração e produção do petróleo. Outro desafio enfrentado pela ANP foi a
distribuição do combustível, uma vez que o consumo no Brasil aumentava cada vez
mais, com o aumento de aquisição de automóveis pela população. O foco passou a ser o
abastecimento do país a longo prazo. Uma das ações promovidas pela ANP no marco
regulatório foi a obrigatoriedade para produtores e distribuidores formar estoques
mínimos de combustíveis próximos dos mercados consumidores.
Conforme aumentava-se o consumo, a ANP ainda se encontrava sem uma forma
estruturada para acompanhar essa fiscalização e crescimento desenfreados. Foi quando,
em 2004, um grupo interno da ANP estudou a atuação da área e elaborou um conjunto
de ideias para aprimorar a regulação e fiscalização: criaram a Superintendência de
Fiscalização do Abastecimento. Outro fator que ajudou bastante nesse cenário foi a
possibilidade e a realização de denúncias pela própria população quando se sabia de
algum cometimento de irregularidade por parte de distribuidores.
Essa fiscalização se dava por meio dos órgãos: ANP, ANTT, Polícia Civil,
Prefeituras, Ministério Público (recebendo denúncias da população), Secretarias de
Fazenda, Inmetro, Corpo de Bombeiros e outros órgãos. Esses agentes fiscalizavam não
somente as revendas varejistas, mas também distribuidores (de combustíveis líquidos e
GLP), TRR, pontos de abastecimento e outros agentes econômicos.
Desses agentes fiscalizados, destacamos os Transportadores Revendedores
Retalhistas, que são as empresas autorizadas pela ANP a adquirir em grande quantidade
combustível a granel, óleo lubrificante acabado e graxa envasados para depois vender a
retalhos. O TRR também é responsável pelo armazenamento, transporte, controle de
qualidade e assistência técnica ao consumidor quando da comercialização de
combustíveis.
Tendo em vista essa desregulamentação do no mercado, quando a União deixou
de ser o agente produtor/explorador e passou a funcionar mais como fiscalizador e
regulador dessa atividade, algumas exigências foram revogadas. Uma delas era da
impossibilidade da participação no mercado de distribuidoras de pequeno porte. Além
disso, medidas como a autorização de funcionamento dos chamados postos de bandeira
branca, ou “não bandeirados”.
Esse tipo de funcionamento existe quando o posto não está ligado a qualquer
distribuidora: ele não pode exibir a marca comercial do distribuidor, e tem liberdade
para comprar de qualquer empresa. Em contrapartida, os postos bandeirados são aqueles
que têm contratos de exclusividade com distribuidoras e usam suas bandeiras,
obrigatoriamente.
Outro problema enfrentado no que diz respeito a fiscalização por meio da ANP,
foi a fraude conhecida como “álcool molhado”: A Agência descobriu que os altos
índices vinham da mistura irregular de água no etanol anidro. As empresas compravam,
de forma ilegal, o etanol anidro sem impostos, misturavam com água natural e vendiam
como se fosse álcool hidratado, que serviria para abastecimento de álcool para
automóveis. Consequência: os motores dos veículos apresentavam problemas por
consumir e condensar água, e aos cofres públicos, que que não recolhiam o ICMS sobre
o etanol hidratado comprado ilegalmente. A solução para esse problema foi a adição de
um corante laranja que teria que ser feita ao etanol anidro, entre outras novas regras para
tentar controlar a qualidade do produto.
Ainda no que diz respeito aos produtos advindos da regulação da ANP, temos os
GLP, que em 2003 teve o marco determinado pela Agência para que fossem também
cadastrados revendedores, que atém então sua venda estava restrita aos distribuidores. A
ANP estabeleceu a partir de então requisitos e responsabilidade para que fosse exercida
a revenda do produto. Além disso, em 2010, a Agência deu apoio ao programa chamado
Programa Gás Legal, que servia de combate à informalidade de revenda (clandestina,
que não seguiam aos requisitos e regras de segurança e armazenamento).
Sobre a qualidade e fiscalização no que diz respeito ao combustível, a instituição
do chamado Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis Líquidos
(PMQC). Foi possível, com a existência do programa, identificar as não-conformidades
e as adulterações com rapidez e precisão; coíbe a sonegação fiscal; preserva o bom
funcionamento dos motores dos automóveis; reduz a emissão de gás danoso ao meio
ambiente; além de garantir a qualidade do combustível nacional. Do mesmo modo,
desde 2006, existe um monitoramento dos lubrificantes, que são derivados do petróleo.
Essa fiscalização fica também a cargo do PMQC em conjunto com a ANP.
Como foi falado, a emissão de gás de combustível de má qualidade acaba por
prejudicar ainda mais o meio ambiente. Uma garantia de que a qualidade é confiável é
também que reduz o prejuízo à natureza. Não só isso, mas a ANP também atua na
diminuição da emissão desses gases. Um exemplo foi a redução, na combustão de
diesel, no teor de enxofre.
Além da regulação e fiscalização das empresas distribuidoras, revendedoras,
exploradoras e produtoras do petróleo e gás natural, seja em forma de combustível ou
outros derivados, a ANP ainda preza pela livre concorrência, que ajuda a desenvolver o
mercado. A agência atua tanto na prevenção de danos de sobreposição de preços, por
exemplo, como analisa os impactos de fusão e aquisição de empresas do ramo, como
combate atitudes que pareçam anticompetitivas – como é o caso do cartel.
Na tríade do consumo, além da importância do distribuidor e do revendedor,
temos ainda a figura tão importante que é do consumidor. É necessário então garantir a
qualidade do produto e serviço que está disponível no mercado para o consumidor final,
afinal de contas ele será o destinatário mais interessado na maior qualidade e menor
preço do produto. Além disso, em comparação às grandes companhias de distribuição e
revenda, o consumidor se encontra em uma posição vulnerável, o que se torna ainda
mais sensível e sujeito a adulterações do combustível, publicidade enganosa e preços
abusivos.
Ocorre que, por não ser detentor do conhecimento como seria um especialista no
produto combustível, é necessário que o consumidor confie, ou busque uma forma de
comprovar que pode confiar no distribuidor ou revendedor do combustível, pois além de
danificar seu automóvel, acarretando prejuízo financeiro, também irá prejudicar o
mercado e o Estado que arrecadaria o tributo daquele produto. Por isso existem não só
as regras do consumo para que exista a boa-fé na relação, mas a ANP também
determina regras específicas que devem ser seguidas para garantir a qualidade do
combustível.
Outro problema quando se fala da qualidade do produto em questão, é que, além
de atingir o bolso do consumidor, pode ainda comprometer sua saúde e segurança,
quando não atinge um nível de qualidade e não segue as regras estabelecidas pelo órgão
fiscalizador/regulador, a ANP, podendo a empresa distribuidora e/ou revendedora
responder, solidariamente, civil, administrativo e até mesmo penalmente pelos risco e
danos sofridos pelo consumidor. Inclusive, foi instituída a Lei nº 9.847/99, que dispõe
sobre a função da ANP de fiscalizar a atividade de revenda de combustíveis, que está de
acordo com o Código de Defesa ao Consumidor, para a aplicação de sanções
administrativas no que diz respeito ao mercado de combustíveis
Além disso, no que diz respeito as regras aplicadas pela ANP, deve ser
assegurada a publicidade clara e a demonstração da qualidade do produto, em
conformidade com os parâmetros estabelecidos pela agência. Ainda em relação á
publicidade e as questões que possam chamar a atenção do consumidor, temos o preço
que deve seguir também o valor de mercado – e que fique claro que não nos referimos
ao cartel, altamente criticado e vedado por nosso ordenamento jurídico.
No que diz respeito a essas infrações e punições, o Ministério Público Estadual é
o principal agente que aciona a justiça para ações que envolvem práticas abusivas
praticadas pelas distribuidoras ou revendedoras de combustível – como o exemplo dado
pelo cartel, que ocorre muito no Brasil. E para essas ações, o procedimento adotado é
abarcado pelo Código de Processo Civil, uma vez que busca sanar danos causados que
não adentram a esfera penal (quando referimo-nos ao dano fiscal, tributário e ao
consumidor de forma onerosa financeiramente).

REFERÊNCIA
A defesa do consumidor no mercado de combustíveis / organizadores Yanko Marcius de
Alencar Xavier, Fabrício Germano Alves, Patrícia Borba Vilar Guimarães. – Natal, RN:
EDU-FRN, 2013.

Petróleo e Estado / Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Rio


de Janeiro: ANP, 2015.

Site da ANP <http://www.anp.gov.br/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas> acesso em


09/07/2020

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