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Disciplina: Prática Simulada Cível

Discente: Manuela Santos Conrado


Matrícula: 20408207273

Av1

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _VARA DA


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO BETA

Impetrante: Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos

Impetrado: Delegado da Receita do Estado de Beta

Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ sob número... com sede..., nesta cidade, por seu advogado
infra COM PEDIDO DE LIMINAR assinado, conforme procuração anexa... com
escritório... endereço que indica para fins do art. 77, V, do CPC/15, com fundamento no
art. 5º, LXX, da CRFB/88 e da Lei nº 12.016/09, vem impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM PEDIDO DE LIMINAR

Visando proteger direito líquido e certo de seus associados, indicando como coautor, o
DELEGADO DA RECEITA DO ESTADO BETA, com sede na rua..., nº..., bairro..., na
cidade..., e na qualidade do interessado Beta, pessoa jurídica de direito público, com
endereço..., pelos motivos que passará a expor:

I - DOS FATOS
A legitimidade ativa da ANETU decorre do fato de ser uma entidade associativa
legalmente constituída e em funcionamento há mais de um ano, estando em defesa
de direitos líquidos e certos de parte dos associados, nos termos do Art. 21 da Lei nº
12.016/09 OU do Art. 5º, inciso LXX, alínea b, da CRFB/88.
A legitimidade passiva do Delegado da Receita do Estado Beta decorre do fato de
que trata-se da autoridade competente para prática de atos de cobrança do imposto,
atos que estão na iminência de ocorrer e que violam direito líquido e certo dos
associados, daí a incidência do Art. 5º, inciso LXIX, da CRFB/88 e do Art. 1º, da
Lei nº 12.016/09.
Os associados não estão recolhendo o tributo, visto que ocorre sério vício, correndo
risco de sofrer futuras cobranças da autoridade e automaticamente a irregularidade
fiscal.
Visando a proteção de seus direitos o impetrante não vê alternativa à flagrante
inconstitucionalidade, senão impetrar o presente mandado de segurança.

II - DOS FUNDAMENTOS

1 – Podemos notar que, a Constituição Federal, de acordo com o Art. 146, inciso III,
alínea a, e o Art. 155, § 2º, inciso XII, alínea a, ambos da CRFB/88, exige que os fatos
geradores e os contribuintes do ICMS estejam definidos em lei complementar (de
caráter nacional), de modo que não poderia uma lei ordinária estadual inovar neste
particular.
‘Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes"
2 – Identificamos também, violação das hipóteses de incidência (fatos geradores)
expressamente previstos na Constituição para o ICMS, conforme Art. 155, inciso II, da
CRFB/88, pois esta norma constitucional somente prevê a incidência de ICMS sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, sendo o transporte
intramunicipal hipótese de incidência do ISS, imposto municipal, previsto no Art. 156,
inciso III, da CRFB/88, uma vez que se trata de serviço de qualquer natureza não
contido no Art. 155, inciso II, da CRFB/88.

3– Sendo assim, essa violação desonra o princípio da anterioridade tributária


nonagesimal (Art. 150, inciso III, alínea c, da CRFB/88), pois a lei pretendeu produzir
efeitos de cobrança do tributo antes de decorridos 90 dias de sua publicação.

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)”

4 – Salienta-se imediata suspensão da possibilidade de cobrança da referida exação,


uma vez que está presente a verossimilhança das alegações (inconstitucionalidades
flagrantes) e há risco na demora, pois o tributo será cobrado antes mesmo de decorridos
90 dias da publicação da lei instituidora, além de impedir a obtenção de certidão de
regularidade fiscal pelas empresas associadas à ANETU.

O STJ se coloca a favor da ANETU


“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. DISCUSSÃO A
RESPEITO DA IMPOSSIBILIDADE DE A LEI 9.5 14/1997
CONTRARIAR LEI COMPLEMENTAR. FUNDAMENTO
CONSTITUCIONAL.
(...) Isso porque, o art. 146, inciso III, alínea 'a', da CF, dispõe que
cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de
legislação tributária, especialmente sobre definição de tributos e de
suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados na
CF, a dos (...) contribuintes"
(STJ - REs p: 1749727 SP 2018/0152 143-3, Relator: Ministro HER
MAN BENJ AMIN, Data de Julgamento: 04/10/2 018, T2 -
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/0 3/2019)”

Pelos motivos fáticos e fundamentos acima aduzido, temos a concreta violação de


direito líquido e certo do impetrante motivo pelo qual requer a intervenção do Poder
Judiciário para coibi – lo.

III - DOS PEDIDOS

Diante o exposto requer:

1) “oitiva ou audiência” do representante judicial do Estado Beta, a se pronunciar no


prazo de 72 horas, de acordo com o Art. 22, § 2º, da Lei nº 12.016/09;

2) concessão da medida liminar, para que a autoridade coatora se abstenha de realizar a


cobrança do referido imposto, até decisão final;

3) concessão da ordem ao final, para que, em definitivo, a autoridade coatora se


abstenha de cobrar o referido imposto dos associados da impetrante.

Dá - se -á causa o valo de R$ ....

Nestes termos
Pede e espera deferimento
Beta, data...
Advogado/Oab

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