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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DISCIPLINA: BLU 7005 DATA: Postagem até 20/09/2021 às 23h55

ACADÊMICO (A): Thalles Argenta Vicente

Avaliação Escrita 2
(A prova deve ser postada, obrigatoriamente, em arquivo PDF)

1. "lluminismo é a saída do homem da sua menoridade de que ele próprio é culpado. A menoridade é a
incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem. Tal menoridade é por culpa
própria, se a sua causa não residir na carência de entendimento, mas na falta de decisão e de coragem
em se servir de si mesmo, sem a guia de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de te servires do teu
próprio entendimento! Eis a palavra de ordem do Iluminismo" (KANT, Imannuel. o que é o Iluminismo? In
http://www.lusosofia.net/textos/kant_o_iluminismo_1784.pdf)

Neste texto, de 1784, Kant afirma que a época do Esclarecimento ainda não tinha chegado, que ainda
estavam vivendo no Iluminismo. Que relação se pode fazer entre 1784 e 2021? Já vivemos no
Esclarecimento? As pessoas já deixaram a menoridade apontada por Kant? (2,5 pontos).

O que se pode dizer sobre os dizeres de Kant sobe o Esclarecimento e os dias de hoje (2021) é que
as pessoas devem sair de sua condição habitual de pensamento, e tomar diferentes decisões vindas de
si mesmo sem necessitar da ajuda de alheios. O presente momento em que vivemos, nos fez refletir
sobre diversos temas, ninguém estava preparado o suficiente para em pouco tempo ter que se adaptar
ao estilo completamente novo de vida. A pandemia trouxe efeitos não só sociais como também
psicológicos, de maneira que fez com que muitas ideias passadas tivessem que ser adaptadas para o
presente momento. Kant ao falar sobre Esclarecimento propõe muito disso, a busca da melhor habilidade
pessoal, sendo ligeiramente independente, sem necessitar de ajuda de maiores, buscando cada vez mais
deixar a ‘’menoridade’’ que cita o filósofo. Acredito que em mais de um ano e meio de pandemia, muita
coisa mudou, e muitas novas ideias foram propostas na sociedade, cada um se adaptando da maneira
que encontrou. É extremamente importante esse crescimento pessoal de cada indivíduo para que cada
vez mais tenhamos ideias inovadoras de pessoas que buscaram a melhor forma de si.

2. Disserte a importância do Ludismo e dos movimentos operários na evolução do Capitalismo (2,5 pontos).

Ludismo foi um movimento organizado por operários do setor têxtil inglês, em resposta à expansão
tecnológica promovida pela Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX. Esse movimento protestava
contra os baixos salários e as péssimas condições de trabalho, mas, sobretudo, pela substituição de mão
de obra operária por máquinas. Naquela época tratava-se de uma revolução em busca de melhores
qualidade de vida, pois além dos baixos salários oferecidos para os funcionários do setor, havia muitos
acidentes de trabalho, onde pessoas tinham braços, mãos e outras partes do corpo comprometidas devido
o maquinário limitado para a época.
3. “A organização do futuro talvez esteja ainda mais próxima de uma banda de jazz, onde a música resulta
da mescla de harmonias europeias com escalas africanas, o maestro é substituído pelo senso comum e
a produção é marcada pela improvisação individual e coletiva, e pelo prazer da execução” (WOOD
JUNIOR, Thomaz. Fordismo, Toyotismo e Volvismo: Os caminhos da indústria em busca do tempo
perdido. São Paulo: Revista de Administração de Empresas, Vol 32(4). Set/Out, 1992, p. 17.).

Disserte sobre esse modelo de organização do futuro, distinguindo as suas características em relação ao
Fordismo, ao Toyotismo e o Volvismo (2,5 pontos).

Nos primeiros anos do século XX, o engenheiro estadunidense Henry Ford revolucionou o modo de
produzir mercadorias, ao estabelecer a produção em série na fabricação de automóveis. Esse modelo de
produção foi denominado fordismo. A grande inovação de Ford foi fixar o trabalhador na linha de
produção, fazendo a tarefa designada em uma posição predeterminada diante de uma esteira rolante.
Dessa maneira, havia uma simplificação muito grande de cada etapa na linha de produção: o operário
realizava apenas uma determinada operação ao longo da jornada de trabalho. O modo de produção
toyotista surgiu nas unidades fabris da Toyota, a partir da década de 1950. Esse modelo é considerado
um exemplo de produção flexível, no qual o trabalhador é constantemente qualificado, podendo, caso
necessário, atuar em diversas funções relacionadas ao processo de produção. Dentro do modelo
produtivo toyotista, merece destaque o sistema de kanban, palavra japonesa que pode ser traduzida como
cartão, símbolo ou painel. É com base nessa metodologia que a produção acontece, respeitando o que
está estabelecido nos cartões ao longo do processo produtivo, norteando o trabalhador no que há a fazer,
no que está sendo feito e no que já foi realizado. O modelo produtivo volvista foi desenvolvido por Emti
Chavanmc, engenheiro da Volvo nos anos 1960, de origem indiana. Em linhas gerais, a indústria sueca
é caracterizada pelo seu elevadíssimo grau de informatização e automação e pela forte presença dos
sindicatos trabalhistas e mão de obra alta-mente qualificada. Nessa linha, o operário tem um papel
completamente diferente daquele do fordismo e mais importante que no toyotismo. No volvismo, o
trabalhador é quem dita o ritmo das máquinas, conhece todas as etapas da produção, é constantemente
reciclado e participa, por meio dos sindicatos, de decisões no processo de montagem da planta da fábrica,
levando-o a se sentir plenamente engajado na empresa.

4. A Compreensão do fio da história africana é necessária para entendimento do desenvolvimento de


conhecimentos técnicos, profissionais e científicos nas diversas regiões africanas, que constituíram um
capital cultural significativo e fundamental para a colonização do Brasil.

A partir do texto CUNHA JUNIOR, Henrique. Tecnologia africana na formação do Brasil, disserte sobre
a “invisibilidade” da contribuição africana para a formação do Brasil (2,5 pontos).

O negro, ao ser trazido para o Brasil, veio predestinado para o trabalho, devendo obedecer a ordens sem
receber nada em troca. Como consequência a maioria da população de origem negra vive em um meio
socioeconômico desfavorável, carregando consigo formas culturais relacionadas a conflitos, resistências,
rejeição, superação e exclusão. Esse fato, por si só, já mostra a necessidade de inserir a cultura
afrodescendente na escola, como forma de desmistificar o preconceito tão presente na atualidade, tendo em
vista os séculos da presença dos africanos e seus descendentes no Brasil, que precisa ser reconhecido e
valorizado. Assim, poderemos romper com paradigmas hegemônicos que nos fazem negar ou marginalizar a
história desse povo no tecido social brasileiro. Temos que considerar que o Brasil é o país que tem a maior
população de negros fora da África. Esses negros são descendentes de milhões de antepassados africanos
de diferentes povos que foram trazidos para cá forçados e que foram escravizados e proibidos de usar suas
línguas, crenças e culturas, adotando a língua portuguesa e o catolicismo. Mas, ao mesmo tempo, eles
criaram práticas culturais híbridas, se adaptando ao cenário em que se encontram. Ainda existe um longo
caminho a percorrer para uma inclusão plena, que dê oportunidades iguais a todos, independentemente de
cor, de sexo, condição social, que promova o fim do preconceito, da discriminação e do racismo. Nesse
sentido a escola tem um papel importante na promoção de uma educação que respeito à diversidade étnica,
de forma que não seja apenas um mero discurso e sim uma prática efetiva e cotidiana da sociedade brasileira.

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