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Capítulo

Lirismo: da poesia à canção


9
É poema ou canção?

LÍNGUA PORTUGUESA • GRUPO 3 •


INVASÕES
Na poesia, as palavras possuem mui- Para saber mais!
tos significados. Assim, uma poesia pode A música moderna é, essencialmente,
ser composta por apenas algumas pala- organizada em: melodia, harmonia e ritmo.
vras que, em conjunto, adquirem mui- Melodia são as notas musicais organi-
ta força de expressão. Leia o poema de zadas em uma música, podendo ser produ-
Paulo Leminski: zida por vozes ou instrumentos. Harmonia
tudo dito, são os acordes produzidos pela combina-
ção simultânea de notas musicais. No vio-
nada feito, lão, um acorde é produzido quando várias
fito e deito notas de cada corda são tocadas em con-
LEMINSKI, Paulo. In: GÓES, Fred de; MARINS, junto. Já o ritmo é a marcação da música,
Álvaro (org.). Melhores poemas de Paulo ou seja, é a composição resultante dos sons
Leminski. São Paulo: Global, 1996. p. 162. fortes e fracos da música.

O poema lido é feito de três versos


(cada verso é uma linha do poema) e ape- A canção como
nas sete palavras, mas que, juntas, pro- manifestação artística
duzem um grande efeito de expressão,
A musicalidade surgiu de forma senso-
pois existe um jogo de ideias (“tudo” con-
rial, ou seja, o homem primitivo, em de-
traposto a “nada”, "dizer" contraposto a
terminado momento, passou a expressar
"fazer" etc.), um jogo de sonoridade (sons
seus sentimentos por meio da melodia:
de /t/, /d/ e /f/ e as rimas dito/fito, feito/
voz, depois palmas, estalos de dedos, en- Este capítulo ampliará
deito) que lhe dão força.
fim, música corporal. o conhecimento do edu-
Neste capítulo, o objetivo é compre- cando sobre a expressivi-
Desde então, a música tem muita im-
ender que, além da poesia, há também dade por meio do som e
portância na história humana, e sua forma
as canções, nas quais as palavras são dis- da palavra.
de canção, com letra e som, está presente
tribuídas em versos com grande força de Para aprofundamen-
em várias manifestações sociais. to teórico no tema can-
expressão e acompanhados por melodia.
FREDERICO, Edson. Música: breve ção, ver:
história. Ed. Irmãos Vitale, 1999. DOURADO, Henrique
A canção Autran. Dicionário de
No capítulo 3, vimos que a poesia termos e expressões da
surgiu da música, sendo que as compo- música. São Paulo: Edi-
ANDRESR / SHUTTERSTOCK

sições líricas eram cantadas. Mas a letra tora 34, 2004.


separou-se da musicalidade no século XV
e, a partir de então, a poesia passou a ser
escrita com o intuito de ser declamada.
Porém, a letra cantada nunca deixou
de existir. Ainda hoje existem as canções
musicais, uma melodia acompanhada
por palavras cantadas, semelhante à
forma poética.
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Torcedor cantando o Hino Nacional.


10 Capítulo 9 – Lirismo: da poesia à canção \ Grupo 3

Utilizar recursos de áu-


dio para o trabalho com
Ligadas à manifestação musical e tam-

AONTHIP AORTHONG / SHUTTERSTOCK


a música “Vaca Estrela bém à poética, existem canções que sur-
e Boi Fubá”. É possível giram de poemas musicados. São exem-
explorar aspectos da va- plos as canções originadas dos poemas
riação linguística caipira. de Patativa do Assaré, cuja obra tematiza,
Ressalta-se a importân- principalmente, a árdua trajetória do mi-
cia de trabalhar o voca-
bulário e as construções grante nordestino em terras brasileiras.
gramaticais, possibilitan-
do que os educandos
percebam que a varian-
Você sabia?
te caipira é a identidade Patativa do Assaré, filho de agriculto-
linguística de um grupo Hinos e cantos religiosos res, nasceu em Serra de Santana, CE, 1909,
social. passando por vários territórios brasileiros
até 2002. Exímio poeta popular e repen-
tista, frequentou a escola apenas por seis
meses, entrando em contato com a litera-
GIANLUCA CURTI / SHUTTERSTOCK

tura por meio de folhetos de cordel e de


repentistas.
Enciclopédia Itaú cultural de literatu-
ra brasileira. Disponível em: <http://www.
itaucultural.org.br. Acesso em: 2 maio 2013.

As composições de Patativa do Assaré


foram cantadas nas vozes de grandes artis-
tas, como Luiz Gonzaga, Fagner e a dupla
Pena Branca e Xavantinho. Segue uma de
Expressões culturais, como a capoeira, suas famosas canções:
que é resultado de uma mistura de arte
marcial, esporte, música e religiosidade. Vaca Estrela e Boi Fubá
Seu dotô me dá licença pra minha
história contá.
Hoje eu tô na terra estranha, é bem
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triste o meu pená


Mas já fui muito feliz vivendo no
meu lugá.
Eu tinha cavalo bom e gostava de
campeá.
E todo dia aboiava na porteira do
currá.
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca
Estrela,
Cantos de rituais e festividades, como a
ô ô ô ô Boi Fubá.
celebração da chegada de novas estações.
Eu sou fio do Nordeste, não nego
Os exemplos anteriores são apenas al- meu naturá
guns dentre muitos que mostram como Mas uma seca medonha me tangeu
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as canções são uma importante forma de de lá pra cá


expressão humana, para registrar uma cul- Lá eu tinha o meu gadinho, não é
tura (canção folclórica) ou aspectos sociais bom nem imaginá [...]
de um grupo (canção regional ou popular). Patativa do Assaré, "Vaca Estrela e Boi Fubá".
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Verbos: modo imperativo O imperativo é o modo verbal pelo qual o


Caso seja possível, le-
var a música “Tente outra
Como já foi estudado, a canção é tam- falante da língua expressa uma ordem, um vez” para os alunos ouvi-
bém uma forma de o homem expressar- pedido, uma orientação ou um conselho. rem. Iniciar este tópico
-se por meio de escolhas e usos das pala- pela música, interpre-
vras. Geralmente, a letra de uma canção Na primeira estrofe, são utilizadas as tando-a com eles. Em se-
possui um forte valor expressivo e, mui- formas verbais “veja”, “não diga”, “tenha” guida, direcionar para a
compreensão do tópico,
tas vezes, faz com que o leitor ou ouvin- e “tente”, conjugadas no modo imperati- de modo que percebam
te não só a ouça, mas também a sinta. A vo, já que o eu lírico aconselha e orienta o que, sendo uma música
letra desta canção, de Raul Seixas mostra interlocutor, esperando que ele aja diante que apela para uma mu-
como as palavras são expressas de modo da solicitação. O tópico a seguir explica a dança do indivíduo, ela o
intenso. estrutura do imperativo. faz por meio de ordens,
expressas pelos verbos
Tente outra vez no modo imperativo.
Estrutura do modo imperativo
Veja! No modo imperativo, há três aspectos Ressaltar que, em al-
Não diga que a canção muito importantes: guns textos literários, por
Está perdida questões estilísticas, é
– Não há primeira pessoa do singular. possível que ocorra o uso
Tenha fé em Deus
Não é possível alguém dar uma ordem da primeira pessoa; po-
Tenha fé na vida
a si mesmo. rém, isso é uma exceção.
Tente outra vez!... No exemplo, poderíamos
Leia o exemplo: "levante sua mão se-
[...] ter o interlocutor, em
denta e recomece a andar". Neste caso, o pensamento, tentando
eu lírico faz uma solicitação ao interlocu- dar força a si mesmo “le-
Tente!
tor, a qual, normalmente, ele não poderia vante sua mão sedenta e
Levante sua mão sedenta
fazer a si próprio. recomece a andar” seria
E recomece a andar uma exortação para si
Não pense – Não há um tempo específico. mesmo.
Que a cabeça aguenta Um exemplo é quando o eu lírico diz o Em relação ao tempo
Se você parar seguinte verso: "tente outra vez". Ao dar verbal, demonstrar que,
esse conselho, ele não especifica um tem- sendo uma ordem ou
SEIXAS, Raul; COELHO, Paulo; MOTTA, conselho dito no pre-
Marcelo. Tente outra vez. Álbum: Novo po ou um momento específico. Logo, há sente, espera-se que a
Aeon. 1975. Gravadora: Philips. somente um pedido, uma solicitação. ação ocorra no futuro,
porém isso não é de-
– Há somente duas formas: o monstrado nas flexões
negativo e o afirmativo. do verbo.
Você sabia?
O baiano Raul Seixas foi um dos ícones Nos dois primeiros versos da canção,
da música nacional dos anos 70, transfor- o eu lírico afirma: "Veja! / Não diga que a
mando-se em um mito do rock brasileiro. canção está perdida". Nesses dois versos,
Foi integrante do grupo Raulzito & Os Pan- aparecem as duas formas possíveis do
teras e produziu grandes sucessos, como modo imperativo: a afirmativa e a negati-
“Ouro de tolo” e “Metamorfose ambulan- va. Segue a conjugação dos verbos "dizer"
te", sempre com letras de fundo crítico ou e "ver" no imperativo afirmativo.
polêmicas.
Imperativo afirmativo

Na música "Tente outra vez", o eu lí- – –


rico dialoga com o interlocutor, dizendo Dize tu Vê tu
que é necessário lutar e acreditar, ainda
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Diga você Veja você


que haja muitos problemas ou dificulda-
des ao longo do caminho da vida. Para Digamos nós Vejamos nós
convencê-lo, o sujeito poético faz a es- Dizei vós Vede vós
colha de um modo verbal específico: o
imperativo. Digam vocês Vejam vocês
12 Capítulo 9 – Lirismo: da poesia à canção \ Grupo 3

Formação do modo imperativo Imperativo negativo


As formas do imperativo negativo são as O imperativo negativo segue exata-
mesmas do presente do subjuntivo, acres- mente a conjugação do presente do sub-
cidas de "não". As do imperativo afirma- juntivo. É necessário somente acrescentar
tivo seguem a mesma ordem, menos "tu" e a palavra "não”.
"vós", que provêm do presente do indicati-
vo, menos o "-s" final. Presente do Imperativo
subjuntivo negativo

Imperativo afirmativo Que eu diga –


O modo imperativo afirmativo deriva Que tu digas Não digas tu
do presente do indicativo e do presente do
subjuntivo. Que ele diga Não diga você

Presente do Imperativo Presente do Que nós digamos Não digamos nós


indicativo afirmativo subjuntivo
Que vós digais Não digais vós
Eu vejo – Que eu veja
Que eles digam Não digam vocês
Tu vês Vê tu Que tu vejas
Veja Que ele
Ele vê você veja Uso do hífen
Nós vemos Vejamos Que nós Um caso bem comum de emprego do
nós vejamos hífen relaciona-se à separação das sílabas
Vós vedes Vede vós Que vós vejais das palavras.
Quando a palavra precisa ter as sílabas
Vejam Que eles separadas, usa-se o hífen para indicar a se-
Eles veem vocês vejam
paração. Nesses casos, a divisão da palavra
deve seguir as mesmas regras da separa-
Portanto, as segundas pessoas (tu e ção silábica.
vós) do imperativo afirmativo são retira- Caso 1: emprega-se o hífen para unir
das do presente do indicativo, excluindo- os pronomes átonos (os pessoais do caso
-se a letra"-s". Já a primeira pessoa do oblíquo) aos respectivos verbos:
plural (nós) e as terceiras (você e vocês) • nasceram-me
são retiradas do presente do subjuntivo, • disse-lhe
de maneira idêntica. • vive-o
• olho-te
• pergunta-se
Presente do Imperativo Presente do • arrepender-me
indicativo afirmativo subjuntivo
Eu digo – Que eu diga Caso 2: emprega-se o hífen para jun-
Tu dizes Dize tu Que tu digas tar elementos de uma palavra composta
quando ambas as palavras mantêm uma
Diga significação independente:
Ele diz Que ele diga
você • couve-flor
Digamos Que nós • azul-marinho
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Nós dizemos nós digamos • guarda-chuva


Vós dizeis Dizei vós Que vós digais • pedra-ímã
• recém-nascido
Digam Que eles • segunda-feira
Eles dizem vocês digam
• primeiro-ministro
Língua Portuguesa \ Invasões 13

Como pequeno ma-


Caso 3: emprega-se o hífen quan- d. Os prefixos hiper-, super- e inter- nual de consulta, suge-
do duas palavras ou mais, ao se unirem, seguidos por palavras que se ini- rir o artigo publicado
perdem o significado original e passam a ciam com h ou r são acompanha- na página on-line da
constituir outra palavra, cujo significado é dos de hífen: PUC-RS.
diferente dos anteriores: • super-homem WERTHEIMEN, Ana
• beija-flor • inter-relacionado Maria; SCARTON, Gil-
berto. Deixem o hífen
• boca-de-leão em paz. Disponível em:
• bem-te-vi e. Os prefixos ad-, ab-, ob-, sub- e <http://www.pucrs.br/
sob-, seguidos por palavras que se gpt/hifen.php>. Acesso
Há radicais e prefixos que exigem iniciam com r, b ou h, são acompa- em: 6 ago. 2013.
hífen em momentos específicos, como nhados de hífen:
nestes casos: • ad-regência
a. Seguidos pela consoante h ou por • ab-rogação
vogal idêntica à última do prefixo, • ob-reptício
os prefixos auto-, proto-, neo-, • sub-hepático
mini-, semi- e pseudo- recebem • sob-bloco
o hífen:
• auto-ônibus f. Os prefixos vice- e ex- (com o senti-
• proto-histórico do de término ou estado anterior)
• neo-humanismo são acompanhados de hífen:
• semi-hipnotizado • vice-imperador
• pseudo-oráculo • ex-marido
• mini-internato
• mini-hospital g. Os prefixos pró-, pré- e pós-, quan-
do estiverem acentuados ou ex-
b. Seguidos por vogais e pelas letras pressarem significado próprio, são
h, m e n, os radicais pan- e circum- acompanhados de hífen:
recebem o hífen: • pró-governamental
• pan-americano • pré-histórico
• circum-murado • pós-modernidade
• circum-escolar
• pan-helenístico Porém, o hífen não é utilizado nos ca-
sos em que:
c. Os prefixos contra-, intra-, infra-, a. a primeira palavra termina em vogal
ultra-, supra- e extra-, seguidos e a segunda começa com uma vogal
por palavras que se iniciam pela diferente:
consoante h ou por vogal idêntica • microeconomia
à última do prefixo, são acompa- • macroespaço
nhados de hífen: • autoescola
• contra-ataque
• intra-articular b. o prefixo termina com uma vogal
• infra-assinado e a segunda palavra começa com s
• ultra-humano ou r. Neste caso, a consoante será
• supra-hepático duplicada:
• extra-atmosférico • ultrarromântico
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• suprassumo
• neorrealista
• infrassom
Capítulo

9 Lirismo: da poesia à canção

Atividade 37 e 38 ● É poema ou canção?


LÍNGUA PORTUGUESA • GRUPO 3 •
INVASÕES

Exercícios de Aplicação
Leia a letra desta canção para responder às 02) Nos versos “Uma fala sem parar/ A
perguntas de 01 a 07. outra nunca desliga”, o sujeito poético faz
referência a que com as expressões "uma"
Duas namoradas (Xifópagas)
e "outra"? Identifique.
Música: Itamar Assumpção
Letra: Alice Ruiz Nos versos citados, o sujeito poético faz
referência, respectivamente, à poesia, que
Tenho duas namoradas "fala sem parar", e à música, que "nunca
desliga".
A música e a poesia
Que ocupam minhas noites
Que acabam com meus dias
Uma fala sem parar
A outra nunca desliga
Não consigo separar
Duvido d-o-dó que alguém consiga
Cantar é saber juntar
Melodia, ritmo e harmonia
Se eu tivesse que optar
Esta atividade propõe
Não sei qual eu escolheria
trabalhar os conceitos de Tem vez que o caso é comigo
poesia e canção, de ma- Tem vez que sou só sentinela
neira que o aluno perce- Xifópagas, caso antigo,
ba que, embora distintos Tem vez que é só entre elas
estruturalmente, os gê- Nenhum instante se deixam
neros possuem ligações 03) Das análises da expressão "duvido
muito próximas quanto à Grudadas pelas costelas
d-o-dó", indique aquela que melhor se
expressividade por meio Nenhum segundo me largam
encaixa no contexto do poema-canção.
da palavra. Também eu não largo delas
Para isso, foi esco- a. É uma expressão típica de textos
Intérprete: Zélia Duncan. CD: Pelo sabor escritos formais, que traz uma no-
lhida a canção “Duas do gesto. Universal Music, 2009.
Namoradas”, de Alice ção de certeza ao texto.
Ruiz e Itamar Assump- b. É uma expressão típica de textos
ção, em que música e orais formais, que traz uma noção
poesia aparecem in- 01) Na letra da canção, o sujeito poéti-
de incerteza ao texto.
timamente ligadas ao co vê-se constantemente em um dilema.
processo de externali- R.: C c. É uma expressão típica de textos
Identifique-o e explique.
zação do artístico. escritos informais, que demonstra
Ressaltar que da O dilema em que se encontra o sujeito poéti- que o eu poético não acredita na
palavra “namoradas” co é a convivência com dois amores; ele não consecução de algo.
emerge o significado sabe qual escolher. Esses amores são a poe- d. É uma expressão típica de textos
de algo pelo qual o eu sia e a música.
lírico se apaixona e com
orais informais, que demonstra
o qual se relaciona, no que o eu poético tem dó de quem
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sentido metafórico, já acredita em algo.


que ambas – poesia e e. É uma expressão típica de textos
música – fazem-se pre- orais informais, que demonstra a
sentes na essência do insatisfação do eu poético com a
sujeito poético.
incerteza das coisas.
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Trabalhar a letra da
Exercícios Propostos música, a fim de que os
alunos percebam que
04) O eu poético explicita que "Cantar é 06) E você, o que pensa sobre o dilema a música e a poesia in-
saber juntar / Melodia, ritmo e harmonia”. em que o sujeito poético está? É possível comodam poeticamen-
Tendo isso em vista, encontre o significado escolher entre a música ou a poesia? Justi- te o eu lírico e que ele
das palavras "melodia", "ritmo" e "harmo- fique sua resposta. sempre se vê diante da
necessidade de ter de
nia" em um dicionário impresso ou virtual. Resposta pessoal escolher.
Melodia: conjunto de sons sucessivos que
formam frase ou frases musicais; peça ins-
trumental ou vocal composta sobre o texto
de um poema; sucessão de sons agradáveis
ao ouvido.
Harmonia: equilíbrio entre elementos di-
versos que resulta em algo agradável de se
ver ou ouvir; bom entendimento; concórdia. 07) Releia a letra da canção "Duas namo-
Ritmo: sucessão de sons ou movimentos radas (Xifópagas)". Em seguida, pesquise
que se repetem regularmente, com acentos no dicionário (impresso ou digital) signifi-
fortes e fracos; sucessão regular dos mes- cados possíveis para as palavras destaca-
mos tempos, do mesmo pé; cadência; varia- das nos versos da música.
ção periódica e regular na sucessão de ações
ou fatos; velocidade em que sucede alguma Sentinela: soldado armado que se coloca
coisa; maneira harmoniosa de combinar os próximo de um posto para guardá-lo; indi-
tempos entre um movimento e outro. víduo isolado que está de vigia; o que vigia,
o que espia, o que vela sobre alguma coisa;
qualquer coisa ou construção colocadas em
lugar alto, elevado como uma árvore, uma
coluna, uma torre, principalmente quando
posicionadas em local ermo.
Xifópago: diz-se daquele que tem o corpo li-
gado ao do irmão; no sentido figurado, diz-se
de pessoa muito ligada a outra, por afinida-
des, semelhanças e/ou temperamento.

05) Releia o trecho “Cantar é saber juntar /


Melodia, ritmo e harmonia”. Com base neste
trecho, e comparando a canção e o poema,
podemos afirmar que:
a. canção e poema são incompatíveis
estrutural e tematicamente.
b. o poema pode ter harmonia,
como a canção, mas nunca melo- 08) Releia o capítulo de teoria e, em se-
dia e ritmo. guida, coloque V (verdadeiro) ou F (falso)
c. o ritmo é essencial em um poema, nas assertivas.
mas melodia e harmonia são pró- ( F ) Na poesia, as palavras são distribuí-
prias da canção. das em versos e possuem grande
R.: D d. tanto no poema quanto na canção, expressão, fato que não ocorre nas
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o ritmo, a melodia e a harmonia canções.


podem ser expressivos. ( V ) A poesia surgiu da música, visto
e. o poema valoriza, de maneira es- que as composições líricas eram
sencialmente contrária à canção, cantadas.
os elementos de melodia, ritmo e ( V ) Uma música é composta de ritmo,
harmonia. melodia e harmonia.
16 Capítulo 9 – Lirismo: da poesia à canção \ Grupo 3

Trabalhar essa música


na íntegra, de preferên- Atividades 39 e 40 ● Verbos: modo imperativo
cia por meio de recursos
de áudio. Destacar a críti-
ca feita a algumas mídias
Exercícios de Aplicação
publicitárias. Questionar Leia esta letra de música, para responder 02) Imagine que você tenha ouvido a se-
acerca das palavras utili-
zadas na canção que se às questões de 01 a 06. guinte afirmação de seu professor enquan-
associam a um contexto to ele interpretava a canção de Pitty.
Admirável chip novo
mecanizado. Os verbos no modo imperativo,
Ressaltar que o modo
imperativo do verbo ocor-
Pitty como na última estrofe, são muito
re em diversos outros utilizados em um gênero textual bem
Pane no sistema, alguém me des-
contextos discursivos, por conhecido, que tem por objetivo con-
meio de vários gêneros configurou
vencer ou persuadir alguém a com-
textuais. Logo, seria inte- Aonde estão meus olhos de robô?
ressante associar exem- prar algo.
plos de propagandas ou
[sic]
de anúncios publicitários Eu não sabia, eu não tinha percebido A partir de seus conhecimentos sobre a
que ilustrem não só a mú- Eu sempre achei que era vivo circulação dos textos na sociedade, dedu-
sica, mas também o uso
desse modo verbal.
[...] za qual é o gênero textual a que seu pro-
Como auxílio na inter- fessor se refere.
pretação da canção, ver Até achava que aqui batia um co- Os verbos no modo imperativo, como na úl-
artigo:
GANHITO, Nayara Ce-
ração tima estrofe, são muito utilizados em propa-
saro Penha. Desafios Nada é orgânico, é tudo progra- gandas, que têm por objetivo convencer ou
para a psicanálise con- mado persuadir alguém a comprar algo.
temporânea, São Pau- E eu achando que tinha me liber-
lo: Escuta, 2003. p. 264.
Disponível em: <http:// tado
web.archive.org/ [...]
web/20071206130100/
http://www.sedes.org.
br/Departamentos/ Pense, fale, compre, beba
Psicanalise/admiravel_ Leia, vote, não se esqueça
chip_novo.htm>. Acesso Use, seja, ouça, diga
em: 13 ago. 2013.
Tenha, more, gaste e viva
No exercício 02, traba- [...]
lhar a oralidade por meio 03) É possível afirmar que o eu lírico da
de um debate informal, en- Disponível em: <http://letras.mus. canção não se sente humano, mas sim
volvendo questões como: br/pitty/67413/>. Acesso em: uma máquina? Justifique sua resposta,
esse comportamento apre- 2 maio 2013. Fragmento.
sentado na estrofe é co- utilizando trechos da letra da música.
mum em nosso cotidia-
no? Que gêneros textuais 01) Na última estrofe, são escritos vá- Sim, o eu lírico sente-se uma máquina, pois
apresentam o modo im- rios verbos no imperativo afirmativo. ele diz "Eu sempre achei que era vivo" e
perativo? Ao usá-lo, qual Qual é o significado do uso nesse modo? "Até achava que aqui batia um coração",
a intenção do enunciador? negando características humanas, além
Explique. disso, indica "alguém me desconfigurou", a
No exercício 03, explo- Na canção, os verbos no imperativo expres- configuração de um sistema é algo típico de
rar o paralelo de sentidos sam uma ordem e têm sentido irônico, pois máquinas.
entre homem e máquina,
no que diz respeito às denotam uma crítica àquelas ações que
atitudes mecanizadas e muitos fazem automaticamente, como um
não reflexivas. Para aju- robô, sem refletir.
dar o educando a chegar
à resposta, fazer ques-
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tionamentos como: que


palavras na música refe-
rem--se ao que é huma-
no? Quais são as palavras
que se referem a um con-
texto mecanizado? Qual é
a relação existente no uso
de ambos os contextos?
Língua Portuguesa \ Invasões 17

Exercícios Propostos
Tanto na canção de Pitty, quanto no livro de
04) O nome da canção de Pitty é "Admi- Aldous Huxley, estudado por Tenório, há a
rável chip novo"; ele faz alusão a um dos ideia de uma sociedade mecanizada, confi-
maiores clássicos da literatura mundial, o gurada, robotizada e absolutamente desti-
livro Admirável mundo novo (Brave New tuída de livre-arbítrio, ou seja, em ambos há
World), escrito por Aldous Huxley e publi- uma crítica ao modo massificado em que a
sociedade se encontra.
cado em 1931.
Leia um trecho da revista Urutagua, da
Universidade Estadual de Maringá, em
que Maria Clara Tenório discute o livro de
Huxley. 05) Agora é sua vez de buscar e comparar.
Procure a canção "Admirável gado novo",
O cientificamente possível é eti- que ficou famosa na voz do cantor brasi-
camente viável? O admirável mun- leiro Zé Ramalho, e compare-a com o texto
do novo, escrito por Aldous Huxley de Pitty e com a análise de Tenório.
em 1931 é uma “fábula” futurista A canção interpretada por Zé Ramalho
relatando uma sociedade completa- também faz uma crítica ao modo massifi-
mente organizada, sob um sistema cado como a sociedade se organiza. Difere,
entretanto, dos outros textos por ter uma
científico de castas, ou seja, uma so- linguagem mais centrada nos quesitos coti-
ciedade em que não há mobilidade dianos, enquanto aqueles traziam a "fábula"
social. Não haveria vontade livre, científica, fato marcado, de maneira decisi-
as pessoas seriam condicionadas a va, pelo refrão "Eh, ôô, vida de gado/ Povo
aceitar as imposições de um sistema marcado, ê/ Povo feliz [...]".
robótico; a servidão seria aceitável
devido a doses regulares de felici-
dade química e ideologias, que se- 06) Releia a última estrofe da letra da
riam injetadas nas pessoas durante música “Admirável chip novo” e conju-
o sono. Olhando nosso presente, gue o verbo “pensar” no modo impera-
podemos imaginar um futuro seme- tivo negativo.
lhante em termos de avanços tecno- Não penses tu
lógicos. Será ele de excessiva falta Não pense você
de ordem, da ordem em excesso pre- Não pensemos nós
conizada por Huxley ou já vivencia- Não penseis vós
mos o pesadelo virtual de Matrix, a Não pensem vocês
trilogia fílmica de grande sucesso
nos últimos anos, a fábula cinema-
tográfica atual? [...] 07) Releia o livro de teoria e escreva,
TENÓRIO, Maria Clara Corrêa. Admirável como são formados o imperativo afirmati-
mundo novo: fábula científica ou pesadelo vo e o negativo.
virtual? Disponível em: <http://www. O imperativo afirmativo é formado da se-
urutagua.uem.br//ru10_sociedade.htm>. guinte maneira: as segundas pessoas (tu e
Acesso em: 13 ago. 2013. Adaptado. vós) derivam do presente do indicativo com
a supressão do -s final; as demais pessoas
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Depois de ter lido o trecho de Tenório, re- são tiradas, sem nenhuma alteração, do
lacione-o à canção de Pitty, demonstrando presente do subjuntivo.
O imperativo negativo deriva inteiramente
qual é a relação entre as ideias discutidas do presente do subjuntivo, com o acréscimo
nos dois textos. do advérbio de negação "não".
18 Capítulo 9 – Lirismo: da poesia à canção \ Grupo 3

Atividades 41 e 42 ● Uso do hífen


Exercícios de Aplicação
Leia o trecho de uma canção do grupo Le- ta-malas" inicia-se também com
gião Urbana e uma tirinha para responder um substantivo, fato que não
às questões de 01 a 03. obriga o uso do hífen.
c. Na tirinha, o uso do hífen segue a
Eu sei
mesma regra das palavras compos-
Legião Urbana tas "terça-feira" e "primeira-dama".
d. Na tirinha, o uso do hífen na palavra
[...]
composta "porta-malas" é opcional.
Feche a porta do seu quarto
e. Tanto na tirinha quanto na canção a
Porque se toca o telefone
palavra "porta" designa um objeto
Pode ser alguém
que é utilizado para fechar a aber-
Com quem você quer falar
tura de qualquer compartimento.
Por horas e horas e horas...
[...] 02) Considere as palavras “porta-ma-
RUSSO, Renato. Eu sei. In: Que país é este las”, “desmancha-prazeres” e “mini-ho-
1978/1987. Gravadora EMI. Disponível em: tel” e, em seguida, indique qual(is) a(s)
<http://letras.mus.br/legiaourbana/22498/>. similaridade(s) e a(s) diferença(s) em rela-
Acesso em: 2 maio 2013. Fragmento. ção ao uso do hífen nelas.
Tanto "porta-malas" quanto "desmancha-
-prazeres" possuem hífen por serem palavras
compostas formadas por verbo e substanti-
vo; já "mini-hotel" recebe o sinal do hífen por
ser composta pelo prefixo "mini" seguido por
vocábulo iniciado pela consoante "h".

03) Muitas tirinhas têm, como elemento


principal, a característica de serem diverti-
das. Releia a tirinha dada e indique:
a. qual é o elemento responsável
pelo humor nesse texto?
O humor é advindo da expressão "porta-
-malas".

Para os exercícios 01 e
b. qual é a confusão linguística que
02, esclarecer que “por- 01) Com base nas leituras, assinale a al-
ta”, no primeiro caso, é causa o entendimento ambíguo e
ternativa correta.
um substantivo (nomeia humorístico dessa expressão? Ex-
R.: A a. Na letra da canção, a palavra "por-
um objeto); já no segun- plique seu raciocínio.
do, é um verbo, que pos- ta" é um substantivo. Já na tirinha,
a palavra composta "porta-malas" A expressão porta-malas é um substantivo
sui o sentido de guardar.
de dois números, ou seja, pode ser usado
Ainda, retomar as re- inicia-se com um verbo, fato que
EF7P-15-32

no plural ou no singular do mesmo modo,


gras de uso do hífen, se obriga o uso do hífen. sendo diferenciado apenas pelo artigo, por
necessário, e ressaltar o b. Na letra da canção, a palavra exemplo, "o porta-malas" e "os porta-ma-
caso em que o primei-
ro elemento da palavra "porta" é um substantivo. Já na las", por isso o humor, já que, independen-
tirinha, a palavra composta “por- te do tamanho desse espaço, o substantivo
composta é um verbo.
"malas" sempre estará no plural.
Língua Portuguesa \ Invasões 19

No exercício 04, pedir


04) Escolha, dentre as expressões entre f. Meu pai é uma figura; na semana para os alunos voltarem
parênteses aquela que completa correta- passada, ele e minha mãe foram ao livro de teoria, a fim
mente as orações. ao médico para ela fazer um exame de encontrarem explica-
a. Ele não era um herói; era, no má- pré-natal (pré-natal/ pré na- ções para o uso correto
ximo, um pseudo-herói tal) e eu fui junto; quando o médi- das palavras com ou
(pseudo-herói/ pseudo herói). co chegou, ele já falou que merecia sem hífen. Em seguida,
escolher alguns alunos
b. Você se lembra daquele tratamento especial também, já para falar a regra para
megassistema (mega-sistema/ que era coautor (co-autor/ toda a turma, em voz
megassistema) de som que a gente coautor) do bebezinho. Todo mun- alta.
viu no anúncio? Comprei ontem. do riu muito. Desse modo, os con-
c. Esses exercícios são extraclasse g. Alô, é da recepção? Sou teúdos gramaticais, a
ex-aluno (ex-aluno/ ex aluno) da contextualização lin-
(extra-classe/ extraclasse), não que- guística, o aprendiza-
ro ninguém fazendo na sala de aula. turma de 2013 e gostaria de do pelo erro e a capa-
d. O futebol da semana passada me inscrever no curso de inglês cidade de verbalização
foi bem “tranquilo”: torci o tor- semi-integral (semi-integral/ serão estimulados.
nozelo e tive de tomar remédio semi integral). Ficaria muito sa-
anti-inflamatório (anti-inflama- tisfeito se pudesse ficar na turma
tório/ antinflamatório). multi-idiomas (multi-idiomas/
e. Paulo comprou um megacomputador multi idiomas) às quintas-feiras
(mega-computador/ megacompu- (quintas-feiras/ quintas feiras). Obri-
tador), mas ainda não instalou um gado.
antivírus (anti-vírus/ antivírus),
alguém tem de avisá-lo dos riscos.

Exercícios Propostos
05) Releia o livro de teoria deste capítulo. Em seguida, complete a coluna da tabela,
explicando a razão do uso do hífen nas palavras.

PALAVRAS COMPOSTAS REGRAS


Prefixo auto- seguido pela consoante h ou por vogal igual
auto-hipnose, auto-observação à última do prefixo

sub-base, sub-reino Prefixo sub- seguido pelas consoantes b, r e h

vice-rei, vice-presidente Prefixo vice- (sempre se usa hífen)

Prefixos pan- e circum- seguidos por vogal ou pelas con-


pan-americano, circum-hospitalar
soantes h, m e n

a. Palavra composta por verbo e substantivo;


06) Assinale a alternativa que possui a mes- palavra composta por um substantivo e um
ma regra de uso do hífen da palavra compos- adjetivo.
ta "porta-malas". Em seguida, explique as b. Palavra composta por advérbio e adjetivo;
regras de uso do hífen das demais palavras. prefixo mini- seguido pela consoante h.
c. Prefixo vice-; palavra composta por verbo e
a. Guarda-roupa; obra-prima substantivo.
EF7P-15-32

b. Abaixo-assinado; mini-hotel d. Palavra composta por verbo e substantivo;


c. Vice-rei; desmancha-prazeres palavra composta por verbo e substantivo.
R.: D d. Desmancha-prazeres; guarda-roupa e. Palavra formada por elementos onomato-
paicos; palavra composta formada por verbos
e. Reco-reco; corre-corre repetidos.
Capítulo

10 O diálogo lírico

A intertextualidade to semelhantes entre si, até mesmo com


LÍNGUA PORTUGUESA • GRUPO 3 •
INVASÕES

No capítulo anterior, foi apresentada a histórias muito parecidas, o que não deve
canção "Admirável chip novo", da cantora causar estranheza, visto que, ao escrever,
Pitty. Na letra da música, há várias críticas às vezes, o autor parte de ideias de outros
sobre o modo como nossas atitudes se tor- textos, de outros conhecimentos, de ou-
nam, em alguns momentos, mecanizadas. tras pessoas.
Releia:
Até achava que aqui batia um coração

ATHOS BONCOMPAGNI ILLUSTRATORE / SHUTTERSTOCK


Nada é orgânico, é tudo programado
Assim como na letra da música, tam-
bém no dia a dia das pessoas, é possível
observar como as palavras são usadas de
forma automática: em geral, as pessoas
conversam sem refletir muito sobre quais
palavras devem ser utilizadas e quais efei-
tos elas produzem. Porém, em alguns mo-
mentos, essa preocupação é muito impor-
tante, como, por exemplo, na produção
literária e de letras de música, quando
buscamos provocar uma sensibilização no
público ou no ouvinte. Da mesma forma,
Este capítulo é o fe- também existe grande preocupação com a
chamento do trabalho escolha das palavras na elaboração de tex-
com o texto lírico. Nes-
te último momento, tos de publicidade, em discursos políticos,
buscamos demonstrar na fala de um advogado, em palestras etc.
ao aluno que os textos, Assim, em muitas situações, é impor- Às vezes, quando um texto é escrito, o
ainda que pertencentes tante fazer uma reflexão sobre o uso mais autor parte de ideias de outros textos.
a gêneros e tipologias apropriado das palavras, em determinado
diferentes, dialogam e O título da canção "Admirável chip
contexto, evitando empregá-las de modo
engendram-se, criando novo", por exemplo, baseia-se no título de
novos textos. Para isso, automático.
um romance chamado Admirável mundo
são retomadas a música
novo, do autor Aldous Huxley (1894-1963).
“Admirável chip novo”, Quando os textos se encontram! A escolha do título dá-se por causa do tema,
da cantora Pitty, e a peça As palavras, então, são escolhidas de
Romeu e Julieta, vistas que é uma crítica às atitudes mecanizadas.
acordo com a intenção do autor: produzir
em capítulos anteriores, Assim também acontece com outras
paixão, revolta, tranquilidade, alegria, con-
como exemplos. obras, como a peça Romeu e Julieta, de
templação, convencimento etc.
Shakespeare:
Quando as palavras são escolhidas e
agrupadas de forma a produzir um sentido, Shakespeare apoiou-se em mate-
cria-se um texto, que pode ser classificado rial recorrente na época, como poemas
entre os vários gêneros textuais: pode ser populares, narrativas anedóticas etc. A
um conto, um poema, uma canção, uma trama não é, assim, de ‘invenção’ do
peça teatral, um texto publicitário etc. autor, mas estaria assentada em algum
EF7P-15-31

Assim, existem diversos tipos de textos, tipo de tradição.


tanto orais quanto escritos, produzidos de ARAÚJO, R. Benzaquen de; CASTRO,
formas diferentes, por autores diferentes e R. Viveiros de. Arte e sociedade:
em diferentes épocas. Muitas vezes, entre- ensaios de sociologia da arte. Rio de
tanto, esses textos abordam assuntos mui- Janeiro: Zahar, 1997. Adaptado.
Língua Portuguesa \ Invasões 21

Também podemos perceber claramente Quando comparamos as semelhanças


a influência de outros textos na obra Os doze entre textos e percebemos que há uma
trabalhos de Hércules, de Monteiro Lobato, aproximação entre as ideias de um e ou-
em que está presente a mitologia provinda tro, damos o nome de intertextualidade.
dos textos da Antiguidade Clássica. Assim, a canção "Admirável chip novo" faz
Assim, independentemente do gênero uma intertextualidade com o romance Ad-
textual, um texto quase sempre possui mirável mundo novo.
influência de outros textos, sejam eles Existem diversos tipos de intertextuali-
escritos ou orais, literários ou populares. dade. Neste exemplo, a canção "Admirável
Um texto, portanto, interage com diversos chip novo" faz uma referência explícita e
outros textos. Dessa forma, nunca é um direta ao romance. Já a peça Romeu e Ju-
acontecimento isolado e individual, pois o lieta, de Shakespeare, é influenciada por
autor pode ser inspirado ou influenciado outros textos de sua época; porém, não
pelas ideias existentes em seu contexto. apresenta tal influência de forma explícita.
Para fomentar o estu-
do da intertextualidade,
Você sabia? sugerimos trazer diver-
Além da intertextualidade verbal, também existem releituras entre diferentes linguagens. sas imagens e textos, im-
É o caso da obra História em quadrões, de Maurício de Sousa, em que as personagens dos pressos ou digitalizados.
Como auxílio na criação
quadrinhos da Turma da Mônica aparecem em obras de grandes mestres da pintura. Veja a
de exemplos e aporte
“Mônica Lisa”, que se refere ao quadro de Leonardo da Vinci: teórico, é altamente
recomendável ver o ar-
tigo disponível no site
da Pontifícia Universi-
dade Católica (PUC-RS):

MUSEU DO LOUVRE, PARIS, FRANÇA


MAURÍCIO DE SOUSA PRODUÇÕES

http://www.pucrs.br/
gpt/intertextualidade.
php. Acesso em: 13 ago.
2013.

Mônica Lisa, 1989, acrílico Mona Lisa, entre 1504 e


sobre tela, 71 x 61 cm. 1506, Leonardo da Vinci
(1452-1519) óleo sobre
madeira, 77 x 53 cm. Museu
do Louvre, Paris, França.

Verbos: formas nominais


EF7P-15-31

Como vimos anteriormente, o verbo é uma classe gramatical que permite expressar
ação, fato, sentimento ou estado de ser. Ele se flexiona com relação à pessoa, ao número,
ao modo e ao tempo.
22 Capítulo 10 – O diálogo lírico \ Grupo 3

Se possível, levar a mú-


sica para os alunos ouvi-
Propomos agora estudar como um Gerúndio
rem e realizar o exercício verbo pode também assumir o papel de
substituindo o infinitivo um substantivo, adjetivo ou advérbio por
por artigo + substantivo. meio das formas nominais.

ORLANDELI
Formas nominais
Este tópico abordará
o que e quais são as for-
Infinitivo
mas nominais (infinitivo, Segue um fragmento da música "Todos
gerúndio e particípio). os verbos", de Zélia Duncan.
Por uma questão didáti-
ca, serão explorados os Todos os verbos
seguintes aspectos: Errar é útil
• o que são as formas
nominais; Sofrer é chato
• quais são as formas Chorar é triste
nominais; Sorrir é rápido
• a relação entre elas Não ver é fácil
e as classes gramaticais Trair é tátil
(substantivo, adjetivo e
advérbio);
Olhar é móvel
• as principais termi- Falar é mágico
nações que as caracte- Calar é tático
rizam. [...]
Ressaltamos que, nos Disponível em: < http://letras.mus.
próximos três bimestres,
os aspectos particulares
br/zelia-duncan/1499012/>. Acesso
de cada uma das formas em: 5 maio 2013. Fragmento.
(infinitivo pessoal e im- Na letra dessa música, os verbos adqui-
pessoal; gerundismo;
particípio regular e irre-
rem uma função de substantivo:
gular, verbos abundan-
tes) serão discutidos e “Errar é útil” = O erro é útil.
apresentados.
Função de
substantivo
Ampliar a discussão
sobre essa tirinha com
os alunos: o que eles co- Por esse motivo é que os verbos são os
nhecem sobre a Refor- responsáveis pela nomeação da ação: errar,
ma Ortográfica? Quais sofrer, chorar etc. Quando esse fato ocorre,
são as influências dessa o verbo assume a forma de um nome (for-
reforma para os usuá- É bem provável que a maior parte de
ma nominal), no caso, o infinitivo.
rios da língua portugue- nós já tenha se deparado com uma placa
sa? Qual é o sentido que como esta que vamos apresentar. Normal-
o gerúndio incorpora O infinitivo representa o processo verbal e
desempenha um papel equivalente ao do
mente ela é posta em ambientes de gran-
nas colocações da per-
sonagem? substantivo. de circulação de público, como lojas, par-
ques, repartições públicas etc.
O discurso transmitido é muito sim-
ples: "Sorria, você está sendo filmado”. O
Dica que isso quer dizer?
Os verbos no infinitivo são reconheci-
Quer dizer que, enquanto você estiver
EF7P-15-31

dos pela terminação -R; assim, estão no in-


finitivo os verbos "andar", "comer", "par- circulando por aquele local, suas ações se-
tir", "pôr", "abrir", "roer". rão gravadas, a fim de evitar qualquer tipo
de transtorno.
Língua Portuguesa \ Invasões 23

Para demonstrar que a ação de filma- uma das características da forma nominal
gem ocorre ao mesmo tempo em que do particípio.
as pessoas circulam por determinado
local, o criador dessa placa utilizou um O particípio representa um processo ver-
verbo conjugado no gerúndio: "sendo". bal finalizado.
No caso, há uma locução verbal – "está
sendo” – , em que o segundo verbo está Os versos da canção possuem certo
no gerúndio. padrão estrutural, pois todos possuem
a composição do verbo ter + verbo no
O gerúndio representa um processo verbal particípio: ter amado; ter chorado; ter
em andamento e que não foi finalizado, arriscado; ter errado. Essa estrutura
equivalente a um advérbio. (verbo auxiliar + particípio) é uma das
maneiras de usarmos a forma nominal.
Outros exemplos:
Dica Havia encontrado o amor.
Os verbos no gerúndio são reconheci-
(verbo auxiliar haver + particípio do verbo encontrar)
dos pela terminação -NDO; assim, estão
no gerúndio os verbos "andando", "co- Era amada pelos filhos.
mendo", "partindo", "pondo", "abrindo", (verbo auxiliar ser + particípio do verbo amar)
"roendo".
Lembre-se: esses verbos representam Outro caso de uso do particípio é quan-
ações que ocorrem no momento da fala do sua função assemelha-se a um adjetivo.
ou da escrita; por isso, não devem referir- Observe:
-se ao tempo futuro. Comprei o CD musical errado.
Particípio Função de
A seguir, um trecho de uma canção da Adjetivo
banda Titãs.
Terminações características
Epitáfio das formas nominais
Devia ter amado mais Amar
Ter chorado mais Chorar
Infinitivo -r Arriscar
[...] Errar
Devia ter arriscado mais
E até errado mais -ado (1ª Amado
conjugação) Chorado
[...] Particípio -ido (2ª Arriscado
Disponível em: <http://letras. conjugação) Errado
mus.br/titas/48968/>. Acesso em:
7 maio 2013. Fragmento. Amando
Chorando
Gerúndio -ndo Arriscando
Nesses versos, alguns verbos terminam Errando
em -ado. Essa terminação, além de -ido, é
EF7P-15-31
Capítulo

10 O diálogo lírico

Atividades 43, 44 e 45 ● A intertextualidade


LÍNGUA PORTUGUESA • GRUPO 3 •
INVASÕES

Exercícios de Aplicação
Roda de conversa c. Qual é a conclusão de vocês sobre
a capacidade da canção de emocio-
A letra da canção que você vai ler é da ban-
nar em relação ao tema abordado?
da Legião Urbana. Essa canção é um diálo-
go com outros dois textos: o "Soneto 11", Para auxiliá-los no trabalho, releiam no
de Luís Vaz de Camões, e versículos bíbli- livro de teoria o capítulo 2, em que foi
cos da segunda "Carta aos Coríntios". estudado o "Soneto 11", de Camões, e
também foi apresentada a banda Legião
Monte Castelo
Urbana.
Ainda que eu falasse
02) Releia o primeiro verso do poema e
A língua dos homens
assinale a alternativa que permite substi-
E falasse a língua dos anjos,
tuir a palavra destacada mantendo o sen-
Sem amor eu nada seria.
tido da oração.
a. Sem que
É só o amor! É só o amor
b. Contanto que
Que conhece o que é verdade.
R.: C c. Mesmo que
O amor é bom, não quer o mal,
d. A não ser que
Não sente inveja ou se envaidece.
e. Apesar de
Esse conceito de inter-
textualidade está pre-
O amor é o fogo que arde sem se ver; 03) Na primeira estrofe da letra, e em
sente em grande parte É ferida que dói e não se sente; grande parte dos versos, qual é a ação do
das obras artísticas, seja É um contentamento descontente; sujeito poético: ele enfatiza a importância
uma pintura, um texto É dor que desatina sem doer. da existência do amor entre as pessoas ou
ou uma música. Nesse [...] a deixa em segundo plano? Responda e
sentido, sugerimos que explique, apresentando um trecho da letra
este capítulo seja deta- Disponível em: <http://letras.mus.
lhadamente explorado, br/legiao-urbana/22490/>. Acesso da canção que a comprove.
de maneira que o edu- em: 30 abr. 2013. Fragmento. Nos versos da canção, o sujeito poético en-
cando perceba o diálogo fatiza a importância da existência do amor
que existe entre as di- entre as pessoas. Tal posição é deixada ex-
ferentes manifestações Para saber mais! plícita, por exemplo, nos versos “Sem amor
artísticas. Logo, nas três A Batalha de Monte Castelo, que ins- eu nada seria” e "O amor é bom, não quer
aulas, é recomendado o mal".
associar outras artes,
pirou o título da canção, foi um conflito
além da música, às ativi- na região da Itália durante a Segunda
dades em questão. Guerra Mundial e contou com a presen-
ça das Forças Expedicionárias Brasileiras
Para iniciar a ativi- (FEB).
dade, sugerimos reto-
mar quem foi a banda
Legião Urbana, apre- 01) Depois de ter lido um trecho da canção,
sentada no capítulo 2. escute-a e, em seguida, forme um grupo
EF7P-15-32

Em seguida, resgatar o com mais três colegas e escrevam um texto,


que foi visto sobre Luís de até 15 linhas, numa folha à parte, em que
Vaz de Camões, em es- vocês respondam às seguintes questões:
pecial, o "Soneto 11",
também trabalhado no a. Qual é a reflexão proposta na mú-
capítulo 2. Por último, sica?
acrescentar que a músi- b. A quem ela se direciona?
Língua Portuguesa \ Invasões 25

ca também dialoga com


Exercícios Propostos versículos bíblicos da
"Carta aos Coríntios",
04) Releia o capítulo 2 do livro de teoria e 05) O que é intertextualidade e como ela conforme apresentado
responda: com qual outro texto a música ocorre na música “Monte Castelo”? nas orientações a seguir
“Monte Castelo” dialoga? Explique, mos- Intertextualidade é a influência de um tex- (ressaltamos que não
trando uma estrofe que esteja presente to sobre outro, que o toma como modelo há intenção de discus-
são por meio de um viés
em ambos os textos. ou ponto de partida. Ocorre quando, em
estritamente religioso,
um texto, existe uma referência, explícita
A letra da música "Monte Castelo" dialo- o que será dosado de
ou implícita, a outro texto, seja ele oral ou
ga com o poema de Luís Vaz de Camões acordo com a percep-
escrito. Na letra "Monte Castelo", ocorre
"Amor é fogo que arde sem se ver". Os ver- ção do docente).
intertextualidade com o poema de Camões
sos da terceira estrofe da canção são reti- A partir dessa análi-
e com os versículos da segunda "Carta aos
rados quase que identicamente do poema se, direcionar o aluno a
Coríntios", da Bíblia (13:1 "Ainda que eu
de Camões. refletir sobre como três
falasse as línguas dos homens e dos anjos,
e não tivesse amor, seria como o metal textos (soneto, texto
que soa ou como o sino que tine”; 13:4 “O bíblico e canção), pro-
amor é sofredor, é benigno; o amor não é duzidos em contextos
invejoso; o amor não trata com leviandade, discursivos diferentes e
não se ensoberbece"). por autores diferentes,
podem dialogar sobre a
mesma temática em um
tempo presente.

Os três primeiros ver-


sos da canção dialogam
com "Carta aos Corín-
tios", 13:1, enquanto os
versos 7 e 8 dialogam
com "Carta aos Corín-
Atividades 46 e 47 ● Verbo: formas nominais tios" 13, 4-7.

Além de identificar a
Exercícios de Aplicação resposta do exercício
01, direcionar a com-
Leia a letra desta canção, para responder preensão do aluno para
às questões de 01 a 03. a ideia de concessão
Para saber mais! existente na oração,
Errar é humano Toquinho iniciou sua carreira duran- identificada por meio
te os anos de 1964 e 1965. Nessa época, da conjunção subor-
Toquinho teve sua primeira aparição na mídia, to- dinativa “ainda que”.
Não, não é vergonha, não, cando "Consolação", de Baden e Vinicius, Ressaltar a relevância
Você não ser o melhor da escola, na Rádio Record. atribuída ao amor pelo
Nos anos 1960, Toquinho integrou- sujeito poético, que o
Campeão de skate, o bom de bola considera primordial
-se ao movimento da Bossa Nova.
[ou de natação. Fez uma grande parceria com o em qualquer situação.
cantor, compositor e poeta Vinícius de
Não, não é vergonha, não, Moraes, tendo gravado várias músicas
Sugerimos, primeira-
Aprender a andar de bicicleta mente, discutir os con-
e álbuns juntos. ceitos apresentados no
Se escorando em outra mão. Toquinho também possui uma rica obra enunciado: qual é o te-
[...] para o público infantil, incluindo os poemas ma da música? De que
Não, não é vergonha, não. musicados de Vinícius de Moraes, do livro maneira esse tema se
EF7P-15-32

Todos sempre têm algum defeito, Arca de Noé. relaciona com os seres
Não existe a perfeição. Disponível em: humanos? Essa relação
<http://www.toquinho.com.br>. é priorizada ou é colo-
Disponível em: <http://letras.mus. cada como não neces-
br/toquinho/87230/>. Acesso em: Acesso em: 8 maio 2013.
7 maio 2013. Fragmento.
26 Capítulo 10 – O diálogo lírico \ Grupo 3

sária? Após esse dire-


cionamento, reler a letra
01) Na canção, é estabelecida uma rela- 02) De acordo com a letra da canção, por
da canção, identificando ção entre errar e aprender. Explique-a e que errar é humano?
um verso que comprove sublinhe dois versos que fundamentem De acordo com a letra, errar é humano por-
a resposta. sua explicação. que não existe perfeição, visto que "Todos
A canção demonstra que não é vergonha sempre têm algum defeito".
Utilizar um recurso não ser o melhor em algo, não saber algu-
de áudio para os alu- ma coisa ou precisar da ajuda de alguém,
nos ouvirem a música. pois tudo isso é parte do processo de apren-
Em seguida, fazer es- dizagem. Isso pode ser demonstrado nos
tes questionamentos. dois últimos versos.
• Para vocês, o que
é ser humano? (Dire-
cionar a reflexão para
o fato de sermos seres
03) Identifique na música os verbos no in-
em constante aprendi- finitivo e transcreva-os nas linhas a seguir.
zado.) Ser, aprender e andar.
• É natural, para o ser
humano, cometer erros?
(Direcionar a reflexão
para o fato de que os
erros são etapas do
processo de aprendi-
zado.)
• Se é natural os seres
humanos cometerem Exercícios Propostos
erros, qual a razão de,
em alguns momentos,
termos vergonha de 04) Quais são as formas verbais que po- 06) Crie uma frase utilizando cada uma
nossos erros? dem assumir formas nominais? dessas formas nominais.
Deixar o grupo se ma- As formas nominais são o infinitivo, o gerún- Resposta pessoal
nifestar, direcionando e dio e o particípio.
pontuando a necessi-
dade dos erros no pro-
cesso de aprendizado
e, também, a predispo-
sição para assumi-los
com responsabilidade.

05) A qual classe gramatical cada uma das


07) Dentre as formas nominais verbais,
formas nominais equivale?
qual é aquela que apresenta um proces-
O infinitivo equivale ao substantivo, o ge- so verbal em andamento? Apresente uma
rúndio equivale ao advérbio e o particípio,
ao adjetivo.
oração que exemplifique sua explicação,
considerando os textos trabalhados neste
capítulo.
A forma nominal é o gerúndio. Exemplo: "Se
escorando em outra mão".
EF7P-15-32
Capítulo
História em quadrinhos
11
Introdução sequência com começo, meio e fim e en-

LÍNGUA PORTUGUESA • GRUPO 3 •


INVASÕES
Vimos que, em um texto narrativo, cadeamento de ideias, de forma a tornar
existe um narrador que conta uma his- a história lógica.
tória sobre outras personagens ou sobre
ele mesmo. Os acontecimentos em que História em quadrinhos:
essas personagens se envolvem consti- linguagem verbal e não verbal
tuem o enredo, que se passa em um de-
A história em quadrinhos emprega lin-
terminado espaço, real ou fictício, e de-
guagem verbal e não verbal. Como já vi-
terminado tempo (em quaisquer época e
mos, é necessário que ambas as formas de
duração). Assim, narrador, personagem,
linguagem sejam realizadas em conjunto,
enredo, tempo e espaço são elementos
de maneira a tornar possível interpretar o
da narrativa.
texto.
Todos esses elementos são encadeados
de forma que a narrativa tenha um senti-
do, apresentando começo, meio e fim.
Linguagem verbal
A linguagem verbal é uma forma de
comunicação que utiliza a língua, seja ela
Para saber mais! escrita ou oral.
A narrativa pode ser contada de for- Na linguagem verbal, existem muitos
ma linear (seguindo a ordem de começo, elementos que enriquecem a forma de
meio e fim) ou de forma não linear (o nar- expressão, como as onomatopeias e as
rador, no meio de sua história, conta um interjeições, que podem expressar ideias
fato passado e depois volta a contar a nar- que dificilmente seriam passadas por O gênero história em
rativa). Essa última forma é chamada de meio de uma fala explicativa. quadrinhos foi traba-
flashback narrativo. lhado no sexto ano, ao
Onomatopeias longo do segundo bi-
As onomatopeias são formadas por pa- mestre. Retomar esses
Mas existem várias formas de contar-
lavras que provêm da imitação de um som, conceitos e comple-
mos uma história, até mesmo por meio mentar com os tópicos
seja ele de um animal, de um objeto ou de
de desenhos, como é o caso da história abordados neste ca-
elementos da natureza.
em quadrinhos (HQ). Esse gênero tex- pítulo: narratividade/
Assim, os sons produzidos com a emis- elementos da narrativa;
tual possui personagens, cujos diálogos
são das palavras miau, cocoricó e au-au linguagem verbal (ono-
são escritos em balões, e algumas vezes
imitam, mesmo que não de forma exata- matopeias, interjeições,
há narradores que situam o tempo e o balões de fala, textos
mente igual, o som de um gato, um galo
espaço na história. Além disso, as histó- curtos) e linguagem não
e um cachorro. Dessa forma, as onomato-
rias em quadrinhos também possuem verbal (símbolos, cores
peias são palavras pertencentes a uma lín- e imagens).
elementos gráficos, por meio dos quais
gua e de uso comum entre seus falantes.
são identificados o espaço e as caracte-
rísticas das personagens.
TRIBALIUM / SHUTTERSTOCK

A narração em quadros
A sequência de ideias é importante
não somente na narrativa de um conto,
EF7P-15-31

crônica ou outro gênero, mas também em


qualquer linguagem que conte uma histó-
ria, como é o caso das histórias em qua-
drinhos. Os quadrinhos aparecem numa
28 Capítulo 11 – História em quadrinhos \ Grupo 3

Explorar a tirinha de
Interjeições

SOLARSEVEN / SHUTTERSGOCK
Níquel Náusea com o
aluno, destacando: As interjeições são formas de expres-
sar emoções por meio de uma única pala- Grito
• o sentido da palavra
“psiquiatra” (médico res- vra ou de uma locução interjetiva. Exem-
ponsável por diagnosti- plos de interjeições muito utilizadas:
car doenças mentais);
• o duplo sentido da
Ah! Ah... Ai! Pensamento
palavra “soltar”: “libe-
rar-se” ou “livrar-se”,
no que diz respeito ao Bravo! Psiu! Puxa...
comportamento do in-
divíduo; e “largar”, no
tocante aos objetos.
Ainda é fundamental Fala
fazer uma leitura não
verbal da tirinha.
• Que animais estão
conversando? (Dois ca- Textos curtos
valos.) O narrador, nas histórias em quadri-
• O homem gritando
FERNANDO GONSALES

está em cima de qual nhos, manifesta-se por meio de textos


objeto? (Uma carroça.) curtos, em que situa o tempo da história,
• Como os cavalos o espaço, apresenta personagens ou dá in-
são utilizados em uma formações sobre eles.
carroça? (Para puxá-la.)
• Isso acontece na ti-
rinha? (Não.) Enquanto isso, o menino brincava
muito feliz no jardim.

Linguagem não verbal


Existe outra linguagem além da verbal:
a não verbal. É uma forma de comunicação
que utiliza outros códigos, como os símbo-
los, as cores e as imagens.
Símbolos, cores e imagens
Os símbolos, como os sinais de proibido,
de atenção etc., têm forte poder de expres-
A pontuação é importante na interjei-
são e alguns deles são universais, ou seja,
ção: se dizemos "Ah!", a expressão é de
são entendidos não só por falantes de uma
surpresa, enquanto que falarmos "Ah...",
mesma língua, mas também de outras.
a expressão pode ser de decepção.
ARTENOT / SHUTTERSTOCK

Balões de fala
Além da distribuição dos quadrinhos,
os balões de fala são principais caracte-
rísticas das HQs. Neles, são dispostos os
diálogos das personagens. Dessa forma,
é importante que cada diálogo apareça
EF7P-15-31

na ordem sequencial, para que a história


possua um sentido.
O formato dos balões também indica
se o texto dentro deles é uma fala, um
pensamento, um grito etc.
Língua Portuguesa \ Invasões 29

As cores podem ter significados: o vermelho, por exemplo, costuma significar alerta,
atenção ou cuidado. Podem, também, expressar estados da personagem, como nestes
quadrinhos, em que a personagem Mônica fica vermelha de raiva, amarela de medo e
verde de enjoo:

© MAURÍCIO DE SOUSA PRODUÇÕES


EF7P-15-31
30 Capítulo 11 – História em quadrinhos \ Grupo 3

O tópico "advérbio"
tem por objetivo re-
As imagens, em geral, podem significar muita coisa. As expressões faciais das perso-
tomar o que já foi es- nagens podem indicar, por exemplo, alegria ou tristeza, preocupação ou tranquilidade.
tudado no sexto ano São, portanto, importantes para compreendermos a história narrada.
(grupo 9, capítulo 15) e
complementar, acres-
centando mais informa-
ções sobre essa classe
CALVIN & HOBBES, BILL WATTERSON © 1990 WATTERSON / DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

de palavras. Para isso, é


fundamental fazer uma
revisão sobre o conteú-
do, de maneira que o
aluno se localize no pro-
cesso de aprendizado.
Retomar conceito, fina-
lidade e classificações
do advérbio e locução
adverbial, por meio
da tabela de revisão.
Após esse momento
de retomada conceitu-
al, iniciar o estudo de
outros aspectos do ad-
vérbio: contraposição
aos pronomes indefi-
nidos; flexões de grau;
palavras e locuções de-
notativas.

Vários traços da personagem Calvin, da HQ, expressam diferentes emoções.

Portanto, imagens e símbolos podem expressar as emoções da personagem. Neste


quadro, por exemplo, o sargento Recruta Zero expressa sua raiva no balão:
© 2013 KING FEATURES SYNDICATE / IPRESS

EF7P-15-31

Advérbio
Já estudamos que o verbo é uma classe gramatical e que, além dele, há outras nove
categorias de classes gramaticas.
Língua Portuguesa \ Invasões 31

CLASSES DE PALAVRAS
Substantivo
Adjetivo
Artigo
Numeral
Pronome
Verbo
Advérbio
Preposição
Conjunção
Interjeição

Agora, é hora de retomar o aprendizado, tratando da classe gramatical advérbio. Essa


classe, assim como todas as outras, possui características próprias.
Advérbio: tabela de revisão
tópicos explicação exemplos
Indica as circunstâncias em Ela foi ao shopping à noite.
Conceito que ocorre uma ação verbal. (circunstâncias em que ocorreu o fato = à noite)

José escreve bem


um verbo: (advérbio em referência ao verbo "escrever")

José é muito bom escritor.


Características Modifica um adjetivo: (advérbio em referência ao adjetivo "bom")

o próprio José escreve muito bem.


advérbio: (advérbio em referência ao advérbio "bem")

Ele está muito triste.


(correto)
Flexão Não flexiona em gênero e número. Ela está muita triste.
(incorreto, pois o advérbio não se modifica com relação
ao gênero do sujeito, neste caso, feminino)

Tempo Hoje irei ler o livro.


Modo Prazerosamente, li o livro que você me emprestou.
Classifica-se de
acordo com a Intensidade Demorarei bastante tempo para ler o livro.
Classificação circunstância Negação Não leio sem meus óculos.
que expressa.
Afirmação Certamente, ele não lerá sem os óculos.
Dúvida Possivelmente, lerei o livro amanhã.
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Lugar Li o livro aqui.


BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. Adaptado.
32 Capítulo 11 – História em quadrinhos \ Grupo 3

Para trabalhar o tó-


pico “Advérbio contra-
Advérbio: contraposição aos pronomes indefinidos
posição aos pronomes Em alguns momentos, é possível que haja confusão no uso das palavras muito e bas-
indefinidos”, retomar o tante. Leia a tirinha.
conceito dos pronomes
indefinidos e quais são
eles.
© MAURÍCIO DE SOUSA PRODUÇÕES

Na tirinha, Mônica questiona Cebolinha, já imaginando ser ele o culpado pelo nó nas
orelhas do coelhinho. Para disfarçar, Cebolinha diz:

"Hum! Este nó está muito mal dado!"

O uso da palavra “muito” intensifica o advérbio “mal”, indicando a ideia de algo que
não foi bem feito. Nesse contexto, a palavra “muito” é um advérbio. É interessante notar
que, quando é um advérbio, a palavra é invariável, ou seja, deve permanecer sempre nos
mesmos gênero, número e grau.
Como fator de comparação, troquemos o vocábulo "muito" por "bastante", na mes-
ma frase:

"Hum! Este nó está bastante mal dado!"

De fato, tanto no primeiro quanto no segundo caso há uma intensificação do quanto


o nó foi mal dado.

Agora, imagine que a Mônica tivesse dito a seguinte frase:

"Há muitos nós no meu coelhinho!"

Agora, não é mais possível afirmar que a palavra “muito” pertence à classe dos advér-
bios, pois houve uma variação de número: “muitos” é plural de “muito”.
Nesse caso, a palavra “muitos” está fazendo referência a uma quantidade indetermi-
nada de nós que foram feitos no coelhinho. Por isso, o termo utilizado é um pronome
indefinido. Diferentemente dos advérbios, os pronomes podem variar, o que faz com
que tenhamos “muitos” e não “muito”.
Também por isso, se fizéssemos a mesma troca anterior, teríamos:
EF7P-15-31

"Há bastantes nós no meu coelhinho!"


Língua Portuguesa \ Invasões 33

Advérbio: flexão de grau


Há outro aspecto do advérbio: a flexão de grau. Nesse sentido, o advérbio pode ser
flexionado no grau comparativo ou superlativo.

a. inferioridade: Falou menos alto que (ou do que) o irmão.


b. igualdade: Falou tão alto quanto (ou como) o irmão.

: Falou mais alto que (ou do que) o irmão.


c. superioridade:
: Falou melhor (ou pior) que (ou do que) o irmão.

a.

b. : Falou muito baixo, muito alto, extremamente


baixo, consideravelmente mais depressa
possível (indica o limite da possibilidade).

BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. Fragmento.

Assim, o superlativo do advérbio "devagar", por exemplo, poderia ser "devagarinho" (su-
perlativo absoluto sintético) ou "muito devagar" (superlativo absoluto analítico). Na tiri-
nha a seguir, a personagem Jon utiliza a forma popular desse advérbio, dizendo "devagar-
zinho" em vez de "devagarinho".
GARFIELD, JIM DAVIS © 2013 PAWS, INC. ALL
RIGHTS RESERVED / DIST. UNIVERSAL UCLICK

É possível perceber que o advérbio "devagar" atribui uma circunstância de modo ao


verbo andar:
Agora tenho que andar bem devagarinho.
Mas, se a personagem comparasse a sua forma de andar com a do gato Garfield,
teríamos um advérbio comparativo, podendo ser de:
01. Inferioridade: Garfield anda menos devagar do que Jon.
02. Igualdade: Garfield anda tão devagar quanto Jon.
03. Superioridade: Garfield anda mais devagar do que Jon.
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34 Capítulo 11 – História em quadrinhos \ Grupo 3

Palavras denotativas 04. Retificação: aliás, melhor, isto é,


Algumas palavras se assemelham aos ou antes etc.
advérbios ou locuções adverbiais; po- Comprei cinco, aliás, seis livros.
rém, não são classificadas gramatical- Correu, isto é, voou até nossa casa.
mente como tais. São as palavras deno- 05. Designação:
tativas. Eis o homem.
01. Inclusão: também, até, mesmo etc. 06. Realce:
Até o professor riu. Nós é que somos brasileiros.
Ninguém veio, mesmo o irmão. 07. Expletivo: lá, só, ora, que:
02. Exclusão: só, somente, salvo, se- Eu sei lá!
não, apenas etc. Vejam só que coisa!
Só Deus é imortal. Oh! Que saudade que tenho!
Apenas o livro foi vendido. Ora, decidamos logo o negócio.
03. Situação: então, mas, agora, afinal, 08. Explicação: a saber, por exemplo etc.
pois não etc. Eram três irmãos, a saber: Pedro,
Mas que felicidade! Antônio e Gilberto.
Então duvida que se falasse latim? BECHARA, E. Moderna gramática
Pois não é que ele veio? portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2009. Fragmento.

Mapa mental

Agora, ainda, amanhã, Abaixo, acima, defronte,


diariamente, nunca, já, avante, aqui, dentro, detrás,
então, depois, logo, fora, lá, longe, onde, aonde,
enfim etc. perto, cá etc.

Tempo Lugar
Locuções: à direita, em
Locuções: à noite,
cima, por ali, por fora,
de dia, de repente, Algumas circunstâncias de longe etc.
de vez em quando, indicadas por
em breve etc. advérbio Modo

Locuções: a fio, à toa,


Dúvida à vontade, ao contrário,
às escondidas, de cor,
de coração, em geral etc. Assim, depressa, devagar,
mal, melhor, pior, bem,
rapidamente, suavemente etc.
Porventura, acaso, talvez,
quiçá, possivelmente
provavelmente etc.
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Capítulo
História em quadrinhos
11
Atividades 48 e 49 ● A narração em quadros

LÍNGUA PORTUGUESA • GRUPO 3 •


INVASÕES
Exercícios de Aplicação
Leia a tirinha, para responder às questões.
© MAURÍCIO DE SOUSA PRODUÇÕES

01) Identifique o motivo pelo qual o pai b. Observe o último quadro: o Cebo-
do Cebolinha está irritado e nervoso no linha parou de brincar com o tam-
primeiro quadro da tirinha e aponte o que bor. Porém, o pai ainda fica irrita-
lhe permitiu chegar à resposta. do. Qual é a razão disso?
Ele está irritado e nervoso por causa do baru- É porque, embora não esteja fazendo baru- O objetivo destas ativi-
lho que Cebolinha está fazendo com o tam- lho com o tambor, Cebolinha começa a cho- dades é:
bor. Esse fato pode ser identificado por meio rar, o que também faz barulho. • trabalhar o gênero
da onomatopeia "bum", "bum", "bum". “tirinha”, no que diz res-
peito à estrutura e aos
aspectos verbais e não
verbais;
• trabalhar a onoma-
topeia dentro de um
contexto discursivo;
• explorar a informa-
ção implícita, por meio
das inferências na leitura;
• desenvolver a habili-
02) Considere o segundo e o último dade escritora, por meio
quadro da tirinha, para responder às da continuação da tirinha.
perguntas. 03) Na tirinha, como é possível identificar
Fazer a leitura não ver-
a. O pai pede a Cebolinha que pare o barulho do tambor e do choro do Cebo- bal do primeiro quadro.
de fazer barulho, porém não es- linha? • Como está o rosto do
pecifica qual é o tipo de barulho. Por meio das onomatopeias "bum" e "buá". pai? (Nervoso, irritado.)
Exatamente no segundo quadro, a • Quais palavras apare-
qual barulho o pai se refere? cem? (Bum.)
• O que essas palavras
Ao barulho que Cebolinha está fazendo com
representam? (Barulho.)
o tambor.
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• Qual é a razão de o
pai estar irritado? (O ba-
rulho que o Cebolinha
está fazendo.)
36 Capítulo 11 – História em quadrinhos \ Grupo 3

04) Imagine que você fosse continuar a tirinha, escrevendo e desenhando o quarto
quadro. Como você a continuaria?
© MAURÍCIO DE SOUSA PRODUÇÕES

Resposta pessoal

Exercícios Propostos

05) Releia a teoria e responda às perguntas. b. O que é linguagem não verbal?


a. O que é linguagem verbal?
Linguagem verbal é uma forma de comu- É uma forma de comunicação que utiliza
nicação que utiliza a língua, seja ela escri- códigos diferentes das palavras, como os
ta ou oral. símbolos, as cores e as imagens.

06) Ligue os conceitos às explicações.

Formas de expres-
sar emoções por
Onomatopeias meio de uma única
palavra ou por
meio de uma locu-
ção interjetiva.

Palavras que pro-


EF7P-15-32

vêm da imitação de
Interjeições um som, seja ele de
um animal, de um
objeto ou de ele-
mentos da natureza.
Língua Portuguesa \ Invasões 37

Atividades 50 e 51 ● Advérbio
Exercícios de Aplicação

01) Na história em quadrinhos, a Leloca b. Diante do significado do emprego


mostra-se preocupada com o sumiço do do advérbio, é possível dizer que a
Júnior. Qual é a razão dessa preocupação? mãe da Leloca compreendeu que o
A razão é que ele se escondeu dentro de garoto havia sumido?
uma lata de lixo que foi levada pelo lixeiro. Nesse contexto, a mãe está afirmando que o
garoto é bom em se esconder.

03) Releia o primeiro quadro e identifi-


02) No segundo quadro, a mãe da Leloca
que dois advérbios que apresentem a ideia
diz: "Realmente ele é bom nisso".
de tempo.
a. Qual é o significado do uso do ad-
vérbio "realmente" nessa frase? Cedo e tarde

A mãe acredita que o filho é muito bom em se


esconder, e não que ele tenha desaparecido.
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04) Que verbo está sendo modificado pe-


los advérbios do exercício anterior?
Aparecer.
38 Capítulo 11 – História em quadrinhos \ Grupo 3

As atividades 51, 52 e
53 têm por objetivos:
Exercícios Propostos
• trabalhar a produ- 05) Assinale somente as classes de palavras existentes na língua portuguesa.
ção oral, de modo que
os alunos desenvolvam Substantivo X Numeral X Verbo X
as habilidades orais, no
tocante ao planejamen- Adjetivo X Interjeição X Advérbio X
to da fala e organização
de ideias; Onomatopeia Hipérbole Preposição X
• estimular a leitura Artigo Pronome Conjunção
não verbal, por meio de X X X
recursos gráficos;
• desenvolver a com- 06) O advérbio é uma classe de palavra, como você viu. O que ele indica em uma frase
preensão por meio de ou oração?
pistas que levem a con- Indica as circunstâncias em que ocorre uma ação
clusões sobre o humor verbal; além disso, modifica o sentido
produzido na tirinha; de um verbo, um adjetivo e de um advérbio.
• trabalhar a escrita,
por meio da elaboração
de textos para os balões
de fala. Atividades 52, 53 e 54 ● Hora de criar:
Promover a reflexão
escrevendo nos balões de fala
sobre o uso da tirinha.
Para isso, dialogar com Exercício de Aplicação
o grupo sobre a tirinha
proposta, direcionando Entre conversas
a discussão para o uso
dos recursos não ver- Observe esta tirinha: há falas verbais das personagens? Como é possível compreender
bais, tais como as ex- o que cada quadro da tirinha está representando? E se houvesse os balões de fala, seria
pressões faciais e o po- mais fácil compreender a tirinha?
sicionamento do corpo
das personagens.

© MAURÍCIO DE SOUSA PRODUÇÕES


Na atividade “Traba-
lhando a oralidade”, são
apresentadas questões
que levam o aluno a
refletir sobre a estru-
tura da tirinha, no que
diz respeito ao uso – ou
não – de recursos ver-
bais e não verbais. Su-
gerimos trabalhar tam-
bém a compreensão do
gênero, de modo que os
alunos compreendam o 01) Agora, é a sua vez de escrever! Observe a próxima tirinha. Cebolinha está ouvindo
humor. Para isso, ques- música e, por isso, não escuta o que Cascão está dizendo. Por esse motivo é que alguns
tioná-los: balões de fala estão em branco.
• No primeiro quadro,
o que o Cascão segura Mas e se fosse escrito o que Cascão está dizendo a Cebolinha? Observe, leia e interprete
nas mãos? (Uma máqui- a história. Depois de compreendê-la, você deverá preencher os balões de fala do Cascão,
na fotográfica.) com textos que façam sentido dentro do contexto da história em quadrinhos.
• Qual é o objetivo do
EF7P-15-32

Cascão com esse obje-


to? (Registrar o Ceboli-
nha exercitando-se.)
Língua Portuguesa \ Invasões 39

• No segundo quadro,
a expressão do Cascão

© MAURÍCIO DE SOUSA PRODUÇÕES


muda. Por quê? (Por-
que ele percebe que o
Cebolinha não conse-
guirá.)
• No terceiro quadro,
a expressão do Ceboli-
nha também muda. O
que ela significa? (Que
ele ficou triste.)
• Como os dois ami-
gos solucionam a ques-
tão? (Invertendo a foto,
aparentando que o Ce-
bolinha conseguiu fazer
o exercício.)

Esse momento desti-


na-se ao trabalho com
a produção escrita do
aluno. Para isso:
• ler a tirinha com o
grupo;
• levantar questões
que o levem a refletir
sobre a tirinha.
– O que Cebolinha
está fazendo, no pri-
meiro quadro? (Ouvin-
do música.)
– Como é possível
perceber isso? (Obser-
vando que ele está com
um fone de ouvido e há
notas musicais ao re-
dor.)
– Ainda no primeiro
quadro, Cascão está
na mesma direção ou
na direção contrária a
Cebolinha? (Na direção
contrária.)
– E no segundo qua-
dro, Cascão muda a dire-
ção? Por quê? (Sim, por-
que ele começa a seguir
Cebolinha para tentar
avisá-lo do perigo.)
– Nos quadros 3, 4, 5
e 6, o que Cascão tenta
fazer insistentemente?
(Falar com o Cebolinha.)
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– Ele consegue? (Não.)


– Então, o que acon-
tece? (Cebolinha, como
não ouviu o aviso do
Cascão, cai.)
40 Capítulo 11 – História em quadrinhos \ Grupo 3

Depois da compreen-
são da tirinha, direcionar
Exercícios Propostos
a atividade para as se- 02) Leia cada um dos quadros da tirinha. Em seguida, numere-os corretamente.
guintes compreensões:
• Nos dois últimos
( 3 ) ( 1 )

GARFIELD, JIM DAVIS © 2004 PAWS, INC. ALL RIGHTS RESERVED / DIST. UNIVERSAL UCLICK
quadros, há dois balões
de fala: eles são iguais
aos balões de fala dos
quadros 3, 4, 5 e 6? Por
quê? (Não, pois, nos dois
últimos quadros, o Cas-
cão está falando em um
tom de voz normal; já
nos outros, parece estar
gritando.)
• Nesse sentido, o que
possivelmente pode ser ( 2 )
escrito nos balões em
branco? (Interjeições,
frases no imperativo,
frases nominais.)
A partir de então, dei-
xar que os alunos tra-
balhem a criatividade e
a autonomia da escrita
diante do processo de
inserção das falas.
Para finalizar, sugeri-
mos que os alunos se-
jam agrupados em du-
plas ou trios, de modo
que um possa ler o que
o outro escreveu. 03) Pela resposta de Garfield, as coisas que acontecem no mundo são:
O exercício 03 tem a. assustadoras.
R.: A
como objetivo trabalhar b. corriqueiras.
as competências e habi- c. curiosas.
lidades de:
• interpretar texto com
d. naturais.
o auxílio de material grá- e. boas.
fico diverso (propagan-
das, quadrinhos, fotos
etc.).

EF7P-15-32

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