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RESUMO: O presente trabalho aborda uma metodologia de laboratório para determinação da adesão
entre nata de cimento e rocha. Esse parâmetro, fundamental no dimensionamento de tirantes
ancorados e grampos, é comumente determinado por meio de ensaios de arrancamento de campo. A
metodologia Composite Cylinder Bond Test (CCBT) permite a determinação da tensão de adesão em
laboratório. Três litologias sedimentares pertencentes à Formação Varzinha, na região de Caçapava
do Sul/RS, foram avaliadas. As rochas – denominadas de conglomerado, arenito muito fino e arenito
médio – foram caracterizadas por análise petrográfica e também foram avaliadas quanto à sua
resistência. As tensões de adesão médias obtidas dos ensaios CCBT foram de 2,52 MPa para o
conglomerado, 1,84 MPa para o arenito muito fino e 1,43 MPa para o arenito médio. Também foram
realizados ensaios de resistência à compressão simples (RCS) das misturas de nata de cimento
confeccionadas para os ensaios CCBT. Concluiu-se que além da resistência das rochas influenciar o
desenvolvimento da adesão, também os aspectos texturais das mesmas, como a porosidade, tendem
a favorecer o desenvolvimento da adesão entre os materiais.
ancoragem. Portanto, são elementos protendidos pesquisa. As rochas foram separadas em três
e trabalham de forma ativa desde sua litologias, sendo elas: conglomerado, arenito
incorporação. Por outro lado, grampos são muito fino e arenito médio. Cada litologia foi
instalados sem tensionamento induzido, ou seja, caracterizada por análise petrográfica de lâminas
de forma passiva, e sua resistência é mobilizada delgadas impregnadas. Ensaios de resistência à
na ocasião de deslocamentos no maciço. compressão simples (RCS) das rochas e das
Em ambos os sistemas, o fluído cimentante misturas de nata de cimento confeccionadas para
mais utilizado é a nata de cimento, embora os ensaios mistos também foram realizados.
resinas também são empregadas para este fim. A
tensão de aderência (qs) entre o fluído e a rocha,
mobilizada no bulbo de ancoragem de tirantes e 2 CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA
ao longo de todo o comprimento de grampos, é
parâmetro fundamental de projeto dessas O local em estudo está situado no município de
estruturas, visto que está diretamente relacionada Caçapava do Sul/RS, na localidade Minas do
ao arrancamento desses elementos. Todavia, a Camaquã. A região está localizada no Escudo
adequada determinação desse parâmetro Sul-Rio-grandense (ESRG), formado
apresenta desafios, devido à grande variabilidade predominantemente por rochas ígneas do
geológica e à dificuldade de realização de período Pré-Cambriano e fortemente
ensaios na etapa de projeto. Materiais naturais desgastadas pela erosão (CHEMALE JUNIOR,
que recebem essas contenções apresentam-se na 2000).
natureza com variadas condições de resistência Embora a província geológica Sul-Rio-
mecânica e textura. Usualmente, são executados Grandense seja predominantemente constituída
ensaios de arrancamento in situ, necessitando a de rochas ígneas do período Pré-Cambriano, os
mobilização de equipamentos de grande porte furos de sondagem foram localizados em uma
(perfuração, injeção e instrumentos de aplicação região de rochas sedimentares, no Supergrupo
e medição de cargas). Dessa forma, normalmente Bacia do Camaquã, Grupo Guaritas e Formação
esses ensaios apenas são viáveis financeiramente Varzinha, coincidindo com rochas diagenizadas
durante a própria fase de implantação das obras. posteriormente à cristalização do entorno. Esta
A metodologia Composite Cylinder Bond identificação foi feita com a localização dos
Test (CCBT), proposta inicialmente por Macedo furos no mapa geológico do Rio Grande do Sul,
(1993), busca um alternativa de menor custo e da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
maior praticidade para determinar a adesão entre (2006), confirmando as rochas amostradas. Na
rocha e nata de cimento em laboratório. Assim, Figura 1, os furos de sondagem estão
um parâmetro prévio de projeto pode ser obtido identificados no mapa com um marcador preto,
por meio de corpos de prova mistos compostos nas proximidades do centro de alguns
pela rocha a ser avaliada e pelo material municípios, com as seguintes distâncias
cimentício empregado, este último moldado em aproximadas: 45 km de Caçapava do Sul, 75 km
laboratório. Em função dos elevados custos de Bagé e 40 km de Santana da Boa Vista.
envolvidos em sistemas de tirantes ancorados e
grampos, a obtenção de um parâmetro preliminar
de baixo custo em laboratório é extremamente
vantajosa. Em obras desse tipo, as atividades e
materiais relacionados à ancoragem constituem
a principal parcela dos custos.
Testemunhos de sondagem em rochas
provenientes de uma futura grande escavação na
região de Caçapava do Sul/RS foram utilizados
para avaliar a tensão de aderência na presente
Simpósio Brasileiro de Mecânica das Rochas – SBMR 2018
Engenharia de Rochas no Desenvolvimento Urbano
Conferência Especializada ISRM 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
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3 O MÉTODO CCBT
diamantada. Cada segmento de rocha tem uma desconsideraram a parcela de atrito, adotando a
extremidade cortada a 90º e a outra a 30º ou 45º resistência ao cisalhamento no plano de junta (S)
com a vertical, formando uma superfície de como função apenas da adesão, conforme a
contato elíptica. Este testemunho de rocha Equação 2. Macedo (1993) indica que a
cortado é, então, posicionado dentro de um desconsideração da parcela de atrito preserva, no
molde cilíndrico e preenchido cuidadosamente trecho ancorado, a integridade da nata de
com nata de cimento, evitando a formação de cimento, evitando sua fissuração e a penetração
bolhas de ar (MACEDO, 1993). de agentes agressivos à armadura, uma vez que o
Os corpos de prova moldados devem ser nível de tensões é mantido em um valor seguro.
curados em câmara úmida ou por imersão, de
acordo com a NBR 7215 (ABNT, 1996). Eles 𝑆 = 𝑆𝑊 + (𝜎𝑛 ∗ tan 𝜑) (1)
devem ser rompidos por compressão uniaxial,
aos 28 dias de cura, com o objetivo de induzir 𝑆 = 𝑆𝑊 (2)
uma ruptura no plano de contato nata-rocha
(MACEDO, 1993). As tensões mobilizadas na superfície da junta
do corpo de prova, inclinada de um ângulo 𝛽, na
3.2 Interpretação do Ensaio ruptura, são definidas como: tensão normal (𝜎𝑛𝛽 )
e tensão cisalhante (𝜏𝛽 ). A Equação 3 e a
A interpretação do ensaio CCBT pode ser feita a Equação 4 definem essas tensões,
partir do círculo de Mohr, por meio do diagrama respectivamente. Com essas definições e com
da tensão cisalhante (𝜏) pela tensão normal (𝜎), juntas em dois ângulos distintos (adotados 30º e
conforme a Figura 2. Os valores de tensão 45º), pode-se determinar a envoltória (conforme
principal maior são obtidos da tensão uniaxial de a Figura 2) e, portanto, a parcela de adesão na
ruptura, sendo definidos: 𝜎1𝐴 para a média da interface nata-rocha.
tensão uniaxial de ruptura dos corpos de prova
mistos formando ângulo 𝛽 = 30º e 𝜎1𝐵 para a 𝜎𝑛𝛽 = 𝜎1 ∗ (𝑠𝑒𝑛 𝛽)2 (3)
média da tensão uniaxial de ruptura dos corpos
de prova mistos formando ângulo 𝛽 = 45º 𝜎1
𝜏𝛽 = ∗ 𝑠𝑒𝑛 2𝛽 (4)
(MACEDO, 1993). 2
4 MATERIAIS E MÉTODOS
O total de corpos de prova mistos moldados 4.4 Retificação e Ruptura dos Corpos de Prova
pela metodologia CCBT está apresentado na
Tabela 1. Após 28 dias de cura, os corpos de prova eram
rompidos em uma prensa da marca Shimadzu
com capacidade para 200 toneladas. A
velocidade adotada foi de 0,25 MPa/s, a mesma
de ensaios com argamassa, de acordo com a
NBR 7215 (ABNT, 1996).
Alguns dias antes da ruptura, os corpos de
prova (tanto os mistos como os de nata de
cimento) tinham suas extremidades retificadas,
por meio de uma máquina retificadora, conforme
a NBR 5738 (ABNT, 2015). Após isso, os
corpos de prova mistos eram removidos dos
moldes de PVC com um corte na lateral destes.
Os corpos de prova de nata de cimento eram
removidos dos moldes metálicos 24 horas após a
moldagem.
A Figura 6a ilustra um corpo de prova sendo
retificado, enquanto a Figura 6b mostra um
Figura 4. Etapas da moldagem dos corpos de prova
corpo de prova sendo submetido à compressão
na prensa.
Tabela 1. Total de corpos de prova mistos moldados por
litologia e por ângulo de corte
Ângulo de corte
Litologia Total
30º 45º
Conglomerado 21 17 38
Arenito muito fino 16 17 33
Arenito médio 9 10 19
Total 90
com capacidade para 200 toneladas, com uma 5.1.2 Arenito muito fino
velocidade de 0,5 MPa/s conforme
recomendações da ISRM (1979). Segundo a classificação textural de Folk (1968),
Foram realizados 10 ensaios em amostras de essa rocha é classificada como arenito lamoso.
conglomerado, 5 em amostras de arenito muito Do ponto de vista composicional, ela é
fino e 4 em amostras de arenito médio. classificada como arcóseo, ou seja, possui teor
significativo de feldspato na sua composição
primária. Os grãos são moderadamente
5 RESULTADOS E INTERPRETAÇÃO selecionados, de esfericidade média e
subangulares. A litologia é rica em minerais
Primeiramente, serão descritos os resultados das pesados e destaca-se a ausência de porosidade,
análises petrográficas realizadas e, a seguir, os apresentando empacotamento apertado. Sua
resultados dos ensaios mecânicos serão composição primária é composta por grãos de
descritos. quartzo, feldspato e fragmentos de outras rochas
(principalmente metamórficas).
5.1 Análise Petrográfica Na composição secundária, destaca-se a
acentuada presença de hematita – tanto em
A análise petrográfica aqui descrita é baseada em cutículas contínuas cobrindo grãos como
caracterização realizada por Armelenti e Ros microcristalina intergranular preenchendo poros
(trabalho não publicado)1. – que corrobora com a coloração avermelhada
dessa rocha.
5.1.1 Conglomerado Assim como no conglomerado, os
ambientes diagenéticos interpretados são de
De acordo com a classificação textural de Folk eodiagênese continental meteórica sob clima
(1968), essa litologia é classificada como seco e mesodiagênese profunda.
conglomerado arenoso, por possuir significativa
proporção de grãos primários na fração areia. A 5.1.3 Arenito Médio
litologia é muito mal selecionada, de estrutura
maciça, formada por grãos subangulares e de Segundo classificação textural de Folk (1968), a
esfericidade média. Seus grãos primários são rocha é classificada como arenito (possui 100%
formados por quartzo, feldspato e fragmentos de dos grãos primários nessa fração). Já do ponto de
outras rochas. Com relação à composição vista composicional, é classificada como arcóseo
secundária (diagenética), destacam-se cutículas lítico, por possuir significativos teores de
contínuas de hematita cobrindo e cimentando feldspato e fragmentos de outras rochas. A
grãos. Ocorrem ainda crescimentos comuns de litologia é moderadamente selecionada, formada
quartzo e feldspato potássico. por grãos subangulares e de esfericidade média.
Quanto à sua porosidade, poros Assim como as demais, sua composição primária
intergranulares, intragranulares e móldicos não é formada por grãos de quartzo, feldspato e
são significativos, apresentando níveis de traço a fragmentos de outras rochas.
raro. Apesar do empacotamento dessa rocha ser Na composição diagenética, destaca-se
normal, minerais diagenéticos diminuem sua caulinita substituindo grãos de feldspato
porosidade. detrítico indiferenciado e intensa ilitização de
Os ambientes diagenéticos interpretados grãos de feldspato previamente substituídos por
são de eodiagênese continental meteórica sob caulinita.
clima seco e mesodiagênese profunda. Destaca-se a grande ocorrência de poros
intragranulares e móldicos, ocasionados pela Tabela 3. Cálculo das tensões mobilizadas na junta,
dissolução de grãos na diagênese. Os primeiros tensões de adesão e ângulo de atrito
Tensões médias
caracterizam-se pela dissolução parcial dos na junta (MPa) SW Ângulo de
Litologia
grãos, ao passo que nos últimos os grãos são (MPa) Atrito (º)
𝜎𝑛𝛽 𝜏𝛽
totalmente dissolvidos (restando apenas seus 2,52 4,36
moldes). Apesar de possuir empacotamento Conglomerado 2,52 36,2
9,42 9,42
entre grãos apertado, essa rocha apresenta maior Arenito muito 2,01 3,49
1,84 39,3
porosidade do que as demais, no entanto seus fino 10,18 10,18
poros mais significativos são secundários, ou 1,57 2,72
Arenito médio 1,43 39,3
7,92 7,92
seja, gerados na diagênese.
Ao contrário das demais litologias, seu
ambiente de eodiagênese continental meteórica é A Tabela 4 apresenta os resultados de
sob clima úmido. A grande circulação de água média, desvio padrão e CV da RCS da nata de
meteórica promove dissolução de seus grãos cimento de cada uma das cinco moldagens
primários. A litologia também caracteriza-se por realizadas (seis corpos de prova por moldagem).
mesodiagênese profunda. Estes corpos de prova também tiveram suas
cargas de ruptura corrigidas conforme a NBR
5.2 Ensaios CCBT 5739 (ABNT, 2007) na ocorrência de valores de
altura/diâmetro inferiores a 1,94.
Foram realizadas seis medidas de diâmetro e três
Tabela 4. Valores de RCS da nata de cimento por dia de
de altura em cada corpo de prova. Aqueles que moldagem
apresentaram relação altura/diâmetro inferior a RCS Média Desvio CV
Moldagem
1,94 tiveram seus valores de carga de ruptura (MPa) padrão
corrigidos segundo recomendações da NBR Moldagem 1 24,29 2,16 0,09
5739 (ABNT, 2007). Moldagem 2 27,75 2,03 0,07
Moldagem 3 28,91 2,02 0,07
Os valores de média, desvio padrão e Moldagem 4 26,89 2,17 0,08
coeficiente de variação (CV) de todos os corpos Moldagem 5 28,34 2,54 0,09
de prova ensaiados podem ser vistos na Tabela
2. Já a Tabela 3 mostra o cálculo das tensões A NBR 5629 (ABNT, 2006b) exige que a
médias na junta nata-rocha (conforme Equações nata de cimento empregada na injeção de tirantes
3 e 4), assim como o cálculo da tensão de adesão ancorados no terreno deva ter resistência mínima
e do ângulo de atrito no contato. à compressão simples de 25 MPa aos 28 dias. A
média dos valores médios de RCS de cada dia de
Tabela 2. Valores de tensão axial de ruptura dos corpos de moldagem é de 27,24 MPa, ou seja, superior à
prova mistos
Tensão axial de ruptura
recomendação normativa. Salienta-se que não
Ângulo (MPa) há, no momento, normatização vigente no Brasil
Litologia
(º) Desvio a respeito da técnica de grampeamento.
Média CV
padrão
30 10,08 2,98 0,30 5.3 Ensaios de RCS das rochas
Conglomerado
45 18,84 4,92 0,26
30 8,06 3,06 0,38
Arenito muito fino
45 20,37 5,20 0,26 Os valores de média, desvio padrão e CV dos
30 6,28 4,83 0,77 corpos de prova submetidos a ensaios de RCS
Arenito médio
45 15,85 5,64 0,36 podem ser verificados na Tabela 5.
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Tabela 5. Valores de RCS das rochas a última coluna da Tabela 6, verifica-se que o
RCS Média Desvio maior valor de SW/RCS ocorre para o arenito
Litologia (MPa) padrão CV
médio, litologia de maior porosidade, e o menor
Conglomerado 57,26 15,45 0,27
Arenito muito fino 65,75 12,67 0,19 valor ocorre para o arenito muito fino, litologia
Arenito médio 20,68 6,67 0,32 de menor porosidade. Isso deve ocorrer em
virtude de que, para rochas porosas, parte
5.4 Interpretação significativa da adesão se dá devido à penetração
da nata de cimento nos poros, favorecendo o
Destaca-se o fato do arenito médio possuir RCS desenvolvimento dessa resistência no contato
consideravalmente inferior às outras duas entre os materiais. Portanto, no exemplo do
litologias. Isso ocorre devido à sua maior arenito médio, o desenvolvimento da adesão no
porosidade, gerada em seu ambiente diagenético, contato é favorecido pelos seus poros
além de argilominerais presentes no espaço intragranulares e móldicos. Tais considerações
intergranular (entre os grãos do arcabouço). sobre porosidade não são comumente abordadas
A nível preliminar de projeto, a NBR 5629 em ancoragens em rocha, sendo que a maioria
(ABNT, 2006b) recomenda a utilização do dos estudos busca relacionar a tensão de
menor dos seguintes dois valores para a tensão aderência apenas com as resistências das rochas
de aderência: 1/30 da RCS da nata de cimento ou e da nata de cimento. Essas questões são
1/30 da RCS da rocha. No entanto, a norma frequentemente estudadas na aderência de
destaca a necessidade de realização de ensaios revestimento argamassados na construção civil e
básicos e de qualificação dos tirantes durante as podem servir para comparação.
obras. Dessa forma, os valores das tensões de
aderência para as rochas em estudo nessa
pesquisa deveriam ser calculados em função da 6 CONCLUSÕES
RCS da nata de cimento para o conglomerado e
para o arenito muito fino e em função da RCS da O ensaio CCBT apresenta-se como uma
rocha para o arenito médio. Os valores médios importante alternativa para a etapa de definição
de adesão de laboratório, da tensão de aderência paramétrica de projetos, em virtude de demandar
calculada conforme a norma vigente, da razão menores recursos financeiros do que ensaios de
entre eles e da razão entre tensão de adesão e arrancamento nessa etapa. Todavia, deve-se
RCS das rochas podem ser inferidos na Tabela 6. ressaltar que não é o objetivo da metodologia
eliminar a necessidade de ensaios de
Tabela 6. Valores de adesão comparados com a arrancamento, sendo estes de grande
recomendação normativa importância, pois simulam as condições reais de
SW qs* SW/RCS da campo. Entre as limitações da metodologia
Litologia SW/qs*
(MPa) (MPa) rocha (%)
Conglomerado 2,52 0,91 2,77 4,40
CCBT, destaca-se a não consideração do
Arenito muito fraturamento das rochas e condições de ruptura
1,84 0,91 2,02 2,80
fino progressiva.
Arenito médio 1,43 0,69 2,08 6,92 A porosidade das rochas, aqui estudada por
* valor preliminar de projeto conforme recomendação da meio de lâminas delgadas, apresenta importância
NBR 5629 (ABNT, 2006b)
no desenvolvimento da adesão entre os
materiais. Estudos petrográficos normalmente
Nota-se que o valor da razão entre os não são realizados em obras de tirantes
valores obtidos em laboratório e a recomendação ancorados e grampos, no entanto podem
da norma (SW/qs*) variam entre 2,02 e 2,77. corroborar para o entendimento do fenômeno de
Adicionalmente, nota-se que o adesão. Tais estudos poderiam ser realizados em
conglomerado apresenta os maiores valores de paralelo com estudos geotécnicos das áreas onde
tensão de adesão, no entanto o arenito muito fino estão previstas tais obras. Isto auxiliaria em uma
apresenta os maiores valores de RCS. Ao avaliar
Simpósio Brasileiro de Mecânica das Rochas – SBMR 2018
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