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TRANSFORMAÇÕES
HIDROSSOCIAIS DA VILA IDEAL
À LUZ DA PERSPECTIVA DE
GÊNERO
Thaís Zimovski Garcia de Oliveira
Rafael Gonçalves Silva, Gabriel Farias Alves Correia e
Alexandre de Pádua Carrieri
UFMG/CEPEAD
OBJETIVO
Analisar, por uma perspectiva de gênero, as transformações das relações hidrossociais estabelecidas
na comunidade Vila Ideal na região metropolitana de Belo Horizonte. Para tanto, buscamos resgatar
memórias de mulheres que vivem na região desde sua origem até o momento presente, cujas
“Estava ruim demais… aquele barro danado... e a gente tinha que tá empurrando a lona pra sair
“Mas tinha a mina que era pra... pra beber...né… pra cozinhar, com essa água... os meninos
lavavam vasilha ali (...) a gente colocava um negócio pra ela sair limpinha… descia onde que…
lavava roupa, lavava vasilha…”
• Lazer para crianças: “os meninos iam pra lá… tomavam banho… eles colocavam um coqueiro, que
aí, a água caia, todo mundo tomava banho” (Excerto da entrevista – Vanessa)
ÁGUA E GÊNERO
• Mulheres negras são responsáveis pela sobrevivência do grupo: tanto pelas necessidades diretamente
relacionadas a água, quanto indiretamente, nas atividades discursivamente masculinas, como a
construção das casas em que a água é material essencial.
• Dupla jornada de trabalho das mulheres silenciada pelo discurso de que apenas os homens saem para
trabalhar: Interseccionalidade de raça, gênero e classe social
• Compartilhamento de água como resistência política
“nós tirava (sic) muita água mesmo [da poço artersiano], graças a Deus, tinha muita água
mesmo… aí… a vizinha lá em cima né, pra não citar o nome…[falava], ‘ah… vou pegar água aqui
não… vou pegar água não, olha aí como ela está amarela’. Ué?! Tinha que deixar juntar primeiro,
porque é mina, né? Aí discuti com ela e falei assim, ó, ‘se não pegar agora não precisa pegar
depois também não’… ignorância né…A gente fala [brincando], a Dirce, a branquela…”
TRANSFORMAÇÕES HIDROSSOCIAIS
• Perfuração de poços artesianos e instalações da COPASA
• Deterioração das nascentes: até certo momento, muitas atividades eram realizadas no próprio local
da nascente. Pouco tempo depois os moradores dos bairros acima passaram, nas palavras da
entrevistada, a “sujar ela lá em cima lá, então já estava descendo com barro, o pessoal estava
sujando ela lá em cima… lavava as coisas, lavava pé, lavava… não estava chegando de acordo”.
(Excerto da entrevista – Vanessa).
Thaís Zimovski
Thais.zimovski@yahoo.com.br / (31)999162869