Você está na página 1de 34

MERCADO FINANCEIRO

Unidade II
4 RENDA VARIÁVEL – MERCADO SECUNDÁRIO
DE AÇÕES

Após a colocação das ações no mercado primário, as


negociações dos papéis passam a ser realizadas no mercado
secundário. Nesse mercado, ocorre apenas a transferência de
propriedade dos títulos e valores imobiliários, ou seja, a empresa
5 emitente não se beneficia diretamente dessas negociações.

Após a homologação do capital, os títulos podem ser


negociados no mercado de balcão ou no mercado de bolsa. O
mercado de balcão não tem lugar físico determinado para as
negociações. Elas são realizadas por telefone e/ou eletronicamente
10 entre as instituições financeiras e muitas vezes envolvem ações
de empresas não registradas em bolsa de valores.

Já o mercado de bolsa é aquele organizado por instituições

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
específicas, em que as associadas intermedeiam operações
de compra e venda de títulos e valores mobiliários, ou seja,
15 são entidades cujo objetivo é manter um local em condições
adequadas para a realização de operações de compra e venda
de títulos e valores mobiliários. No Brasil, o mercado secundário
de ações está concentrado no pregão eletrônico da Bolsa de
Valores de São Paulo (Bovespa).

20 As bolsas não negociam diretamente comprando e vendendo


ações, mas organizam o funcionamento do mercado para que
essas operações aconteçam de maneira transparente para as
partes envolvidas.

31

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 31 21/6/2010 16:07:08


Unidade II

Atribuem-se as seguintes funções para as bolsas de valores:


manter um local ou sistema adequado para a realização de
operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários,
em mercados livres e abertos, organizados de forma a facilitar
5 a fiscalização pelas próprias corretoras e pelas autoridades
competentes; dotar, permanentemente, o referido local ou
sistema de todos os meios necessários à pronta e eficiente
realização das operações; estabelecer sistemas de negociação que
propiciem continuidade de preço e liquidez ao mercado; efetuar
10 registro, compensação e liquidação das operações; preservar
elevados padrões éticos de negociação, estabelecendo, para esse
fim, normas de comportamento para as sociedades corretoras e 1
companhias abertas, fiscalizando sua observância e aplicando
penalidades, no limite de sua competência, aos infratores;
15 divulgar operações realizadas, com rapidez, amplitude e detalhes;
conceder às corretoras crédito operacional relacionado com
o objetivo social; exercer as outras atividades expressamente
autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários. 1

O local onde são realizadas as operações de compra e venda


20 de ações é denominado pregão. Possuem acesso aos pregões
da bolsa os representantes credenciados pelas sociedades
corretoras, que negociam ações segundo ordens de compra e 2
venda expedidas pelos investidores.
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

Existem basicamente três modalidades de negociação de


25 ações: à vista, a termo e de opções. Independente da modalidade,
a negociação é complementada pelos serviços de liquidação e
custódia. Isto é, após os operadores fecharem os negócios, é 2
necessário completá-lo identificando as partes, promovendo
a efetiva liquidação das ações para o novo titular. Essas são
30 funções que ocorrem conforme normas determinadas pelas
Câmaras de Compensação ou Clearing Houses, como às vezes
são denominadas. No caso do mercado brasileiro, a Companhia 3
Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) realiza a compensação
de operações para a Bovespa.

32

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 32 21/6/2010 16:07:08


MERCADO FINANCEIRO

Como dissemos anteriormente, existem três modalidades de


negociação de ações: à vista, a termo e de opções.

No mercado à vista, a liquidação física dos títulos negociados


ocorre no segundo dia útil após a realização do negócio e a
5 liquidação financeira no terceiro dia útil após a negociação.

No mercado a termo, as operações são formalizadas por


meio de um contrato preestabelecido firmado entre comprador
e vendedor, o qual estipula uma quantidade de ações, um prazo
de liquidação em uma data futura, a um preço acordado entre
10 as partes.

As operações no mercado de opções1 envolvem a negociação


de direitos de compra e venda de ações, em um prazo de
liquidação e preço preestabelecidos. Quando se negocia o direito
de comprar determinado produto, as partes estão negociando
15 uma opção de compra. As opções de venda permitem negociação
de direitos de venda de certo produto. Em ambos os casos, o
direito adquirido na negociação tem prazo de validade (um dia
ou um período), refere-se a um produto denominado ativo-
objeto (definido no contrato) e é exercido a um preço (preço
20 de exercício) previamente estabelecido. O titular da opção é
quem detém o direito de comprar ou vender. Já o vendedor (ou

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
lançador da opção), seja de compra ou de venda, é quem, no ato
da negociação, outorga o direito.

Dois preços devem ser distinguidos no mercado de opções: o


25 preço de exercício e o preço (prêmio) de uma opção. O primeiro é
preestabelecido e define um valor de referência para o exercício.
Já o prêmio é a quantia paga pelo comprador ao vendedor de
uma opção, sendo o resultado da negociação entre as partes.
O detentor de uma opção pode negociar o seu direito na bolsa
30 antes da data de exercício da opção.

Veremos com mais detalhes o funcionamento do mercado de


1

opções nos próximos capítulos.

33

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 33 21/6/2010 16:07:08


Unidade II

4.1 Índices de bolsa de valores

Os índices de bolsa de valores ou índices acionários são


verdadeiros termômetros que resumem a evolução dos preços
de um conjunto de ações em um único indicador. São números
absolutos utilizados para representar o valor de mercado de
uma carteira teórica de ações e para observar sua evolução
5 temporal.

A composição da carteira de um índice de ações deve


priorizar as ações que tenham grande representatividade nos
negócios realizados na bolsa de valores, representando um
percentual considerável do volume de negócios à vista. A cada 1
10 ação é atribuído um peso, representativo de sua importância no
volume de negócios da carteira.

O índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo é o


índice Ibovespa. Esse índice é uma média ponderada de preços
de ações, selecionados por um critério de negociabilidade. Com 1
15 base no índice de negociabilidade apurado para cada ação e
outros critérios adicionais, determinam-se, quadrimestralmente,
as quantidades teóricas de cada papel que integrará o índice,
servindo, ao mesmo tempo, como fator de ponderação.
2
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

Os critérios teóricos para a seleção das ações que compõem


20 o Ibovespa são: as ações devem estar incluídas em uma relação
de ações cujos índices de negociabilidade somados representem
80% do valor acumulado de todos os índices individuais;
apresentem participação, em termos de volume, superior a 0,1% 2
do total; tenham sido negociadas em mais de 80% do total de
25 pregões do período.

O índice de negociabilidade é apurado utilizando a seguinte


fórmula:
3
NEG = [(n/N) * (v/V)] ^ ( 1/2)

34

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 34 21/6/2010 16:07:08


MERCADO FINANCEIRO

Em que n é o número de transações realizadas com essa ação


no período; N é o número de transações registradas na Bovespa
com todos os papéis no mesmo período; v é o valor negociado
com essa ação no período; e V é o valor total com todas as ações
no período considerado.

5 Após a seleção das ações, obtém-se a participação ajustada


de cada ação no total da carteira ao calcular a razão entre o
índice de negociabilidade de cada ação e a somatória dos índices
de negociabilidade.

Multiplica-se então a participação ajustada da ação pelo


10 montante disponível para comprar a cesta teórica, obtendo o
quanto é investido na ação. Em seguida, divide-se esse número
pelo preço de mercado da ação, encontrando a sua quantidade
teórica.

Além do Ibovespa, outros índices importantes são: o índice


15 Brasil 50 (IBrX-50), que, conforme descrito pela Bovespa,
mede o retorno total de uma carteira teórica composta por
50 ações selecionadas entre as mais negociadas na Bovespa
em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor
de mercado das ações disponíveis à negociação. Ele foi
20 desenhado para ser um referencial para os investidores e

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
administradores de carteira, e também para possibilitar o
lançamento de derivativos (futuros, opções sobre futuro e
opções sobre índice). O IBrX-50 tem as mesmas características
do IBrX – Índice Brasil –, que é composto por 100 ações, mas
25 apresenta a vantagem operacional de ser mais facilmente
reproduzido pelo mercado.

Existem também índices setoriais que têm como objetivo


oferecer uma visão segmentada do comportamento dos
mercados de ações. Eles são constituídos pelas empresas abertas
30 mais significativas de setores específicos. Como exemplos de
índices setoriais, podemos citar o Índice Setorial de Energia
Elétrica (IEE); o Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL);

35

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 35 21/6/2010 16:07:08


Unidade II

o Índice do Setor Industrial (INDX); Índice BM&FBovespa de


Consumo (ICON); e o Índice BM&FBovespa Imobiliário (IMOB).

4.2 Novo Mercado

O Novo Mercado é um segmento especial da Bovespa em


que são listadas para negociação ações de empresas que se
5 comprometem, de forma voluntária, com a adoção de boas
práticas de governança corporativa, maior transparência e
qualidade na divulgação de informações aos acionistas e
concordância em submissão de divergências e conflitos à Câmara
de Arbitragem de Mercado da Bovespa.

5 AVALIAÇÃO DE AÇÕES

10 A avaliação de uma ação busca determinar o preço justo de


uma ação e qual o melhor momento para comprar ou vender 1
um papel.

Basicamente, existem duas técnicas de análise para realizar


a avaliação de uma ação: a análise técnica (análise gráfica) e a
15 análise fundamentalista.
1
A análise técnica se baseia na ideia de que o comportamento
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

do preço de uma ação possui um padrão repetitivo e identificável.


Assim, por meio da análise de gráficos que descrevem as
oscilações nas cotações e as tendências, é possível inferir se
20 determinado papel está em um ponto de compra ou venda e,
ainda, realizar projeções sobre seu preço.

A análise técnica não tem como objetivo explicar as causas


que levam o preço de uma ação a subir ou a cair. Ela apenas 2
busca identificar os padrões de comportamento dos preços e
25 encontrar o momento em que se repetirão.

A análise fundamentalista parte da hipótese de que


existe um valor intrínseco a cada ação, que está baseada nos 2

36

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 36 21/6/2010 16:07:08


MERCADO FINANCEIRO

fundamentos econômicos e financeiros da empresa. A matéria-


prima da análise fundamentalista é o demonstrativo financeiro
e os dados referentes ao setor de atuação da empresa.

5.1 Indicadores de análise de ações

Vejamos alguns dos indicadores que auxiliam os investidores


5 a tomarem a decisão de compra ou venda de um papel.

Primeiro, o Lucro por Ação (LPA), dado pela seguinte


fórmula:

Lucro líquido
LPA = -------------------------------------------------------
Número de ações emitidas

O número de ações emitidas é o número de ações que


10 compõem o capital social da companhia. Ao dividir o lucro
líquido pelo número de ações, encontramos a parcela do lucro
líquido pertencente a cada ação.

Vale ressaltar que esse valor não indica o quanto cada


detentor da ação receberá ao final do exercício, uma vez que
15 a distribuição aos acionistas é determinada pela política de
dividendos de cada empresa.

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
Para saber o quanto do LPA foi efetivamente distribuído aos
acionistas, o indicador utilizado é o payout:

Dividendos
Payout = ------------------------
LPA

20 Assim, um payout de 40% indica que 40% do LPA foram


distribuídos. Os 60% restantes foram reinvestidos, não sendo
distribuídos. Se o LPA é de R$ 1,00, no caso de um payout de
40%, cada ação pagará a seu detentor R$ 0,40. Um payout de
100% indica que empresa distribuiu aos acionistas o total do
25 LPA gerado.

37

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 37 21/6/2010 16:07:08


Unidade II

Também é possível relacionar o dividendo com o valor pago


por cada ação. Nesse caso, o indicador é o dividend yield:

Dividendos
Dividend yield = ---------------------------------------------------------
Preços de mercado da ação

O dividend yield indica a remuneração do acionista realizada


5 sobre o capital investido. Um dividend yield de 32% indica que,
do valor investido na ação, 32% retornou ao acionista no forma
de dividendos.

Um dos indicadores mais tradicionais do mercado é o índice 1


preço/lucro (P/L).

10 Preço de mercado da ação


P/L = -------------------------------------------------------
LPA

O índice P/L relaciona o preço de compra da ação (preço de 1


mercado da ação) com o lucro por ação (LPA) e indica quantos
anos (exercícios) um investidor leva para recuperar o capital
investido.

15 Cabe ressaltar que o índice P/L muda constantemente,


Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

conforme muda o LPA, e por isso deve ser periodicamente


reavaliado. Além disso, o LPA não indica o montante realmente
pago ao acionista, de tal maneira que o índice não revela, sob
a ótica da realização financeira, o tempo necessário para o 2
20 investidor recuperar o capital investido. Um P/L igual a 6, uma
vez mantidos constantes o preço de mercado e o LPA, indica que
o investidor levará 6 anos para recuperar o capital investido.

Outro indicador bastante analisado é o patrimônio líquido


a preços de mercado (PL p.m.) em relação ao EBITDA. O PL p.m. 2
25 é calculado por meio da multiplicação do valor das ações pela
quantidade emitida.

38

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 38 21/6/2010 16:07:08


MERCADO FINANCEIRO

O EBITDA é o lucro antes dos juros, depreciação e imposto


de renda (IR). Em outras palavras, é a geração de fluxo de caixa
operacional antes do IR.

O índice PL p.m. / EBITDA representa um múltiplo do valor


5 de mercado do patrimônio líquido da empresa.

Por fim, vamos analisar o Q de Tobin. Esse índice relaciona o


valor de mercado de uma empresa com o valor de reposição de
seus ativos, o que revela o potencial de valorização da empresa.
Especificamente, um Q de Tobin maior do que 1 indica que o
10 valor de mercado da empresa é superior ao custo de reposição
de seus ativos, havendo uma criação de riqueza adicionada ao
valor de mercado da empresa.

Por outro lado, um Q de Tobin menor do que 1 indica que o


valor de mercado da empresa é inferior ao custo de reposição
15 de seus ativos. Nesse caso, ocorre uma destruição de valor da
empresa.

Cabe ressaltar que não esgotamos neste capítulo todos


os indicadores de ações existentes no mercado. O objetivo foi
abordar os índices mais utilizados e seu significado.

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
5.2 Risco e retorno

20 Ninguém sabe com absoluta certeza o que acontecerá no


dia de amanhã. Sendo assim, as decisões que envolvem o futuro
estão inevitavelmente relacionadas à incerteza. Quando falamos
em decisões financeiras, essa incerteza em relação ao futuro
deve ser constantemente considerada.

25 Contudo, mesmo não sendo possível obter total certeza


sobre um acontecimento futuro, podemos inferir qual a chance
de uma determinada situação acontecer ou não por meio do uso
da probabilidade. Nesses casos, podemos dizer que as decisões
estão sendo tomadas em uma situação de risco.

39

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 39 21/6/2010 16:07:09


Unidade II

O uso de probabilidade para mensuração do risco está


associado ao desvio padrão, ou seja, ao desvio de comportamento
de um determinado ativo em relação a sua média. Caso um
ativo apresente um comportamento disperso em relação a sua
5 média, sendo difícil identificar como esse ativo estará no futuro,
seu risco é mais elevado. No caso contrário, em que um ativo
bem-comportado tem pouco desvio em relação a sua média, a
probabilidade de esse ativo também estar próximo à média no
futuro, é alta, o que define um ativo de risco reduzido.
1
5.3 Mercado eficiente

10 Em um mercado eficiente, os preços são determinados pela


interação entre os ofertantes e os demandantes, que conhecem
todas as informações disponíveis sobre um ativo. O ato de
compra ou venda de cada um depende da interpretação que se
tem sobre essas informações. Nesse sentido, novas informações
15 podem influenciar os preços observados nos mercados. 1

Um mercado eficiente é aquele em que os preços se


modificam rapidamente ao surgirem novas informações, o que
lhes confere grande sensibilidade a novas conjunturas. Nessa
situação, os preços não podem ser afetados por interesses
20 individuais e, portanto, não apresentam comportamentos 2
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

tendenciosos.

As hipóteses mais importantes do mercado eficiente são


as seguintes: um participante individual não tem o poder de
alterar o preço de um ativo; os investidores são racionais, ou
25 seja, buscam o maior retorno com o menor risco possível;
todas as informações estão disponíveis a todos os participantes 2
do mercado; não há restrições de negociação dos ativos; as
expectativas dos investidores não se diferenciam quanto ao
desempenho futuro do mercado.

30 Dadas essas características, o mercado que mais se aproxima


de um mercado eficiente é o mercado acionário. 3

40

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 40 21/6/2010 16:07:09


MERCADO FINANCEIRO

Nos modelos de avaliação de investimentos e risco, é


comum a utilização das premissas dos mercados eficientes.
Posteriormente, essas premissas são relaxadas para obtenção de
um resultado um pouco mais próximo à realidade. Em outras
5 palavras, esses modelos também trabalham com algumas
imperfeições do mercado, que são observadas no dia a dia.
Entre elas, podemos citar: não existe homogeneidade entre os
investidores quanto ao comportamento esperado do mercado; o
mercado não é composto unicamente por investidores racionais;
10 o mercado nem sempre reflete com perfeição o valor dos ativos
negociados.

6 RISCO E RETORNO ESPERADOS

Como dissemos anteriormente, o risco está associado à


incerteza quanto a um acontecimento futuro. Quando falamos
de uma empresa, essa incerteza (risco) está associada a dois
15 aspectos: econômicos e financeiros.

As causas do risco econômico são alterações conjunturais


na economia, no mercado e na gestão da empresa. Já o risco
financeiro está relacionado à capacidade da empresa em
cumprir suas obrigações com terceiros. Assim, enquanto o risco
20 econômico associa-se ao ativo, o risco financeiro associa-se ao

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
passivo da empresa.

O risco total de uma empresa pode ser dividido em risco


sistemático e não sistemático.

O primeiro (risco sistemático) é conjuntural e faz parte de


25 um âmbito maior no qual todos os ativos estão inseridos. O
comportamento de cada ativo é diferente diante das mudanças
conjunturais, de tal maneira que esse risco pode ser reduzido
por meio da diversificação dos ativos.

O segundo (não sistemático) é específico do próprio ativo e


30 pode ser reduzido com composição de ativos que não tenham
correlação positiva entre si.

41

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 41 21/6/2010 16:07:09


Unidade II

Sendo assim, podemos afirmar que:

Risco total = risco sistemático + risco não sistemático

Todo o risco está associado a expectativas de ocorrência de


um evento no futuro e pode ser mensurado pela assunção de
probabilidade de ocorrência a cada evento.

5 Essa probabilidade pode ser objetiva ou subjetiva. A objetiva


é obtida por meio de dados históricos do ativo e sua distribuição
de frequência. Já a subjetiva se baseia no conhecimento e na
intuição do gestor do ativo.

Assim, o risco pode ser interpretado como o desvio padrão 1


10 dos fluxos de caixa do ativo em relação a sua média.

Uma vez determinado as probabilidades de retorno de um


ativo, é possível calcular o retorno esperado. Este é definido
pela ponderação dos retornos financeiros esperados pela sua
probabilidade. Assim, um ativo que possua 10% de chance de 1
15 obter um retorno de 8%, 35% de chance de um retorno de 10% e
55% de chance de um retorno de 12% tem seu retorno esperado
(RE) igual a 10,9%, que é calculado da seguinte forma:
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

RE = (8% x 10%) + (10% x 35%) + (12% x 55%) = 10,90%

Cada investidor individual se comporta de maneira diferente


quando se depara com decisões que envolvem risco e retorno. As
20 escolhas do investidor diante desse conflito pode ser representada
2
pela curva de indiferença, que demonstra as combinações de
risco e retorno desejáveis por um investidor racional, que busca
sempre a maximização de sua utilidade (satisfação).

Retorno Curva de
esperado indiferença
2

Risco

42

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 42 21/6/2010 16:07:09


MERCADO FINANCEIRO

Diante da incerteza, a decisão do investidor consiste em


definir o grau de risco aceito para se obter a rentabilidade que
compense o risco assumido. Sendo assim, os pontos acima são
preferíveis a qualquer ponto que se encontra abaixo da curva
5 de indiferença, pois representam maior retorno para um mesmo
nível de risco. Os pontos situados sobre a curva são indiferentes
ao investidor.

6.1 Retorno esperado e risco de um portfólio

Vamos considerar agora uma carteira com mais de um


ativo.

10 O retorno esperado de uma carteira composta por mais de


um ativo é dado pela média ponderada do retorno de cada ativo
em relação a sua participação no total da carteira.

Assim, considerando duas ações, A e B, sendo o retorno


esperado de A igual a 30% e seu peso na carteira de 35% e o
15 retorno esperado de B de 20% e seu peso na carteira de 65%,
o retorno esperado da carteira (REc) seria calculado da seguinte
forma:

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
REc = (Peso de A x RE de A) + (Peso de B x Retorno esperado de B)
REc = (35% x 30%) + (65% x 20%) = 23,5%

Ou seja, o retorno esperado dessa carteira é de 23,5%. Esse


resultado se deve à maior participação do ativo B, que rende
20 20%. Apesar do ativo A apresentar um retorno melhor, sua
menor participação na carteira reduz o resultado total. Vale
observar que a situação inversa também pode ocorrer, ou seja,
a participação do ativo mais rentável pode ser maior, o que
confere um resultado total também mais satisfatório.

25 Nesse caso, os ativos selecionados devem considerar a redução


de risco da carteira em conjunto com a rentabilidade. Para

43

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 43 21/6/2010 16:07:09


Unidade II

atingir esse objetivo, devem-se selecionar ativos diversificados


e negativamente correlacionados.

Com isso, buscamos carteiras com ativos que apresentam


retornos inversamente proporcionais, da tal maneira que
5 resultados desfavoráveis obtidos com um ativo sejam
compensados com resultados favoráveis obtidos por outros. É
difícil encontrar, na realidade, ativos que demonstrem correlação
igual a -1, contudo, ao montarmos um portfólio, é esse norte
que devemos seguir.
1
10 Dessa forma, considerando os aspectos estudados na seção
anterior, podemos afirmar que, para se montar uma carteira, é
necessário obter um conjunto de ativos que forneça o maior
retorno possível para um determinado risco.

Assim como para um único ativo, para uma carteira também 1


15 existem o risco sistemático e o risco diversificável.

O risco diversificável é aquele que pode ser reduzido por


meio da diversificação dos ativos que compõem a carteira, e
está relacionado às características do próprio ativo. 2

O risco sistemático não pode ser eliminado pela diversificação,


Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

20 de tal maneira que está sempre presente em um portfólio. Ele é


intrínseco ao sistema econômico como a inflação, variação na
taxa de juros, ambiente político, entre outros.
2
7 DERIVATIVOS

A origem do termo derivativos está associado à ideia de que


os preços desses contratos possuem estreita ligação, ou seja,
25 derivam dos preços do ativo subjacente ao contrato ou ativo de
referência.
3
As transações com derivativos são realizadas nos mercados
futuros, a termo, de opções e swaps.

44

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 44 21/6/2010 16:07:09


MERCADO FINANCEIRO

Contratos a termo são acordos de compra e venda de um


determinado ativo que estabelecem um preço entre as partes
para liquidação em uma data futura específica. Esses contratos
são intransferíveis, e sua negociação pode ocorrer tanto em
5 mercado de balcão quanto em bolsa.

Contratos futuros são acordos nos quais as partes são


obrigadas a comprar ou a vender determinada quantidade de
um ativo a determinado preço e em certa data futura. Esses
contratos são padronizados em relação à quantidade e à qualidade
10 do ativo, às formas de liquidação, às garantias, aos prazos de
entrega, entre outros, e têm negociação apenas em bolsa, sendo
possível a liquidação do contrato antes do vencimento.

Opções são acordos nos quais, por intermédio de


único pagamento (prêmio) as partes têm o direito (e não a
15 obrigação) de comprar ou vender o ativo em certa data a
preço preestabelecido. A outra parte da operação recebe esse
pagamento como remuneração por sua exposição ao risco,
que pode chegar a ser ilimitado. As opções também podem ser
negociadas em mercado de balcão, no caso das opções flexíveis.
20 No caso daquelas negociadas em bolsa, a padronização dos
itens contratuais é realizada da mesma forma que nos contratos
futuros.

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
Swaps são acordos privados entre duas partes para a troca
futura de fluxos de caixa indexados a determinado índice por
25 outro com diferente índice de reajuste. Os swaps podem ser
registrados em bolsa e, assim, possuir garantias ao cumprimento
dos itens acordados.

São três os participantes do mercado de derivativos: o


hedger, o especulador e o arbitrador.

30 O hedger participa do mercado com o intuito de proteção


contra oscilações de preços dos ativos com os quais trabalha.
Sua principal preocupação não é obter lucro, mas garantir o

45

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 45 21/6/2010 16:07:09


Unidade II

preço de compra ou de venda de determinado ativo em uma


data futura.

O especulador entra no mercado para obter lucro. Seu único


objetivo é ganhar com o diferencial entre o preço de compra e
5 de venda, não tendo nenhum interesse no ativo-objeto. Ele tem
o importante papel de dar liquidez ao mercado.

O arbitrador é aquele que tem como objetivo o lucro,


evitando assumir riscos diretamente. Sua atuação consiste em
buscar distorções de preços entre mercados e tirar proveito dessa 1
10 diferença. Sua importância para o mercado está na manutenção
de certa relação entre os mercados futuros e à vista.

7.1 Mercados futuros

No mercado futuro, as partes assumem obrigações de comprar 1


(e a contraparte de vender) uma commodity em data futura, pelo
preço negociado e na quantidade e condições determinadas no
15 contrato. A diferença entre os contratos futuros em relação ao
contrato a termo é que o primeiro é padronizado e as operações
são realizadas por meio da bolsa. A padronização dos mercados
futuros facilita a participação dos agentes e a liquidação por
meio de uma clearing que fornece credibilidade e segurança.
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

20 No início, os contratos futuros se limitavam a commodities 2


agrícolas. Contudo, com o desenvolvimento financeiro, esse tipo
de instrumento evoluiu e hoje abrange uma categoria maior de
possibilidades, como o contrato futuro de ações, índice Ibovespa,
taxa de juros, entre outros.

25 Tomemos o exemplo de uma operação futura com uma 2


commodity agrícola, o café. Um investidor que está na ponta
compradora da operação adquire um contrato futuro de café
que lhe garante a entrega do produto em uma data futura a
certo preço. Para facilitar nossa exposição, assumiremos que
30 o contrato futuro equivale a uma saca de café ao preço de

46

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 46 21/6/2010 16:07:09


MERCADO FINANCEIRO

R$ 100,00. Na ponta vendedora desse contrato, está um


investidor que deseja vender esse ativo no futuro e aceita o
preço de R$ 100,00. Observe que o preço do produto não é no
mercado à vista, mas sim para uma data futura.

5 Geralmente, a liquidação do contrato futuro na data


previamente combinada não ocorre com a entrega física do
produto. As operações são liquidadas em dinheiro, pagando-se
a diferença entre o valor fixado de compra e de venda. Em nosso
exemplo, caso não houvesse a liquidação com a entrega física
10 do café e, na data de liquidação, o preço da saca estivesse em
R$ 110,00, o comprado no contrato futuro receberia o valor de
R$ 10,00 e a ponta vendedora pagaria R$ 10,00.

Toda a posição tomada no mercado futuro pode ser revertida


com a antecipação da liquidação do contrato ou por meio da
15 transferência do contrato a terceiros.

7.2 Formação do preço futuro e exemplos de


operações

A diferença de preço do ativo no mercado futuro


(geralmente maior) e no mercado à vista ocorre pelo acréscimo
de alguns custos ao preço à vista para levar ou carregar

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
uma mercadoria para o futuro. Assim, o denominado custo
20 de carrego é formado por todos aqueles custos necessários
para manter ou levar uma mercadoria do presente para os
períodos à frente.

Além dos custos de carrego, devemos apresentar também


a incerteza da situação do mercado na época do vencimento,
25 também chamado de prêmio pelo risco. Sendo assim, temos
que:

Preço futuro = preço à vista + custo de carrego + prêmio de risco

47

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 47 21/6/2010 16:07:09


Unidade II

Quando o contrato futuro estiver próximo da data de


vencimento, os preços à vista e futuro convergirão. Caso isso
não ocorra, haverá uma oportunidade de arbitragem.

As bolsas que negociam contratos futuros geralmente exigem


5 uma garantia chamada de margem de garantia. A margem de
garantia consiste em um depósito realizado pelo investidor, que
garante o cumprimento das obrigações futuras.

Vejamos alguns mercados futuros específicos. O mercado


futuro de ações consiste na compra e venda de ações listadas 1
10 na Bovespa a um determinado preço combinado entre as partes,
com a liquidação em uma data futura determinada pela bolsa
O preço futuro de uma ação corresponde a seu preço à vista
acrescido dos juros previstos entre a data de início do contrato
e de sua liquidação.
1
15 O mercado futuro de índices de ações, no Brasil, o índice
futuro do Ibovespa, é o preço futuro de um índice de ações que
tem como base o preço do índice no mercado à vista capitalizado
pela taxa de juros prefixada em reais, considerando o número de
dias úteis entre a data da operação e a data de vencimento do
20 contrato. 2
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

O contrato futuro de taxas DI (1 dia) tem como ativo-objeto


a taxa de depósitos interfinanceiros de um dia de prazo, apurada
pela Cetip e acumulada para o período compreendido entre a
data da operação e a data de vencimento do contrato futuro. 2

7.3 Mercado de opções

25 Um contrato de opção refere-se a um ativo-objeto que pode


ser, de maneira genérica, uma commodity, ou, como é mais
comum, um contrato futuro. Quando se negocia uma opção de 3
compra ou de venda, o que se está negociando é o direito de
comprar ou vender um ativo.

48

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 48 21/6/2010 16:07:09


MERCADO FINANCEIRO

Quando se negocia um direito de comprar determinado


produto, as partes estão negociando uma opção de compra,
denominada também de call. As opções de venda ou puts
permitem a negociação de direitos de venda de certo ativo.
5 Em ambos os casos, o direito adquirido na negociação tem
prazo de validade, refere-se a um produto denominado ativo-
objeto e é exercido a um preço (preço de exercício) previamente
estabelecido.

O titular de uma opção é quem detém o direito de comprar


10 ou de vender. Já o vendedor (lançador) da opção, seja de compra
ou de venda, é quem no ato da negociação outorga o direito.

Dois preços devem ser distinguidos no mercado de opções:


o preço de exercício e o preço (prêmio) de uma opção. O preço
de exercício é preestabelecido e define um valor de referência
15 para o exercício. Já o prêmio é a quantia paga pelo comprador
ao vendedor de uma opção, sendo o resultado da negociação
entre as partes.

Suponhamos que a cotação de uma ação, por exemplo, a


Petrobrás (Petr4), é de R$ 33,00, a bolsa poderá fixar o preço
20 de exercício em R$ 32,00, R$ 34,00 e R$ 36,00 para o próximo
vencimento da opção. Uma opção de compra (call) com preço

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
de exercício de R$ 32,00 para o referido vencimento pode
ser negociada a R$ 1,00. Isso significa que o titular pagou
um prêmio de R$ 1,00 para ter o direito de comprar a ação
25 (Petr4) no vencimento determinado no contrato de opção a
R$ 32,00. Se na data do vencimento da opção a ação à vista custar
R$ 36,00 (ou qualquer outro valor), o detentor desta opção
possui o direito de comprá-la a R$ 33,00.

O preço de exercício é um valor de referência que permitirá


30 ao titular decidir se exerce ou não seu direito na época do
vencimento. As opções de compra geralmente serão exercidas
quando o preço do ativo-objeto, na época do vencimento, for
superior ao preço de exercício preestabelecido.

49

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 49 21/6/2010 16:07:10


Unidade II

Nas opções de venda, o preço de exercício marca o nível


mínimo: quando o preço do ativo objeto estiver abaixo desse
nível, o direito é exercido pelo titular.

O prêmio da opção estará definido pela oferta e demanda,


5 isto é, deverá refletir o ponto de encontro das intenções de
venda e compra.

Vale ressaltar que a opção é um direito, não uma obrigação.


Assim, ao pagar o prêmio na compra de uma opção, este valor 1
não lhe será devolvido, independente de exercício ou não da
10 opção. Sendo assim, caso o investidor opte por não exercer a
opção – por exemplo, porque o preço de exercício da call está
acima do preço à vista do ativo-objeto no vencimento da opção
–, ele perderá o prêmio pago pelo lançador da call.
1
7.4 Mercado a termo

Um contrato a termo corresponde à negociação privada


15 em que as duas partes chegam a um acordo sobre o preço da
commodity a ser entregue no futuro. A mercadoria não troca
de mãos até a chegada da data de entrega acertada entre as 2
partes.
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

O que diferencia o contrato a termo do contrato futuro é que


20 o primeiro (contrato a termo) não é padronizado pelas bolsas de
valores, a exemplo do contrato futuro.
2
Assim, o contrato a termo é resultado do acordo entre duas
partes. A vigência do contrato é determinada pelos envolvidos
na negociação.

25 Os contratos a termo não eliminam o risco da contraparte 3


não honrar seu compromisso. O risco de crédito está relacionado
com a ausência de um sistema de garantias adequado, o que, de
certa maneira, é um desestímulo para esse tipo de operação.

50

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 50 21/6/2010 16:07:10


MERCADO FINANCEIRO

Considere um agricultor de trigo e um produtor de farinha


de trigo no início da safra. O agricultor de trigo não tem
nenhuma garantia do preço que poderá ser praticado no final
da safra; e o produtor de farinha que compra o trigo e vende
5 para o consumidor final também não sabe a que preço poderá
negociar o trigo no final da safra. Em outras palavras, se a safra
for recorde a ponto de ocorrer superprodução, o preço do trigo
pode cair a um patamar que não cubra o custo de produção do
agricultor de trigo. Por outro lado, se ocorrer algum problema na
10 plantação (quebra de safra, problemas com o clima, entre outros)
e houver falta de trigo, o preço de venda do trigo poderá ficar
em patamares elevados, inviabilizando o negócio do produtor de
farinha de trigo.

Nesse exemplo, o vendedor está correndo o risco de queda


15 acentuada nos preços e o comprador, de uma alta nos preços do
trigo no mercado à vista no final da safra. A fim de eliminar os
riscos de variações adversas nos preços, o agricultor e o produtor
poderão realizar um contrato a termo.

Nesse contrato, a saca de trigo será vendida ao preço de R$


20 150,00. A esse preço, o agricultor consegue pagar todos os seus
custos e ainda obter lucro com a safra. O preço de R$ 150,00
também é o valor máximo que o produtor de farinha de trigo

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
está disposto a pagar para auferir lucro e não realizar prejuízo
em sua atividade.

25 Para ambos, o preço de R$ 150,00 é razoável. Logo, o


agricultor e o produtor, por meio de um contrato a termo,
poderão firmar um compromisso de compra e venda, em que
o produtor se compromete a vender o trigo de determinada
qualidade em local específico a esse preço no final da safra, e o
30 produtor se compromete a comprar esse trigo por essa quantia
na data determinada.

Dessa forma, independentemente do resultado da safra e dos


preços estabelecidos no mercado à vista no período da entrega,

51

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 51 21/6/2010 16:07:10


Unidade II

ambos terão seus preços de compra e de venda travados em R$


150,00.

7.5 Swaps

Swap é um acordo firmado entre duas partes que concordam


em trocar fluxos de caixa de acordo com regras previamente
5 estabelecidas. Esse fluxo de caixa deve estar baseado em índices
de preço ou taxas de conhecimento público e cuja divulgação
seja independente das partes contratantes.

Ao realizarem operações de swaps, os agentes envolvidos


objetivam fazer hedge, casar posições ativas com posições
10 passivas, equalizar preços, arbitrar mercados e até alavancar sua
exposição a risco.

Ao negociar um swap, as partes escolhem uma variável,


por exemplo, índices de preços ou taxas de juros. A partir disso,
forma-se o parâmetro utilizado para corrigir o valor inicial
15 definido entre as partes.

Para efeito de liquidação financeira, apura-se a diferença entre


o valor inicial corrigido pelo fator de correção acumulado desde
o primeiro dia de vigência do contrato até a data de liquidação.
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

Se a diferença for positiva, será creditada ao comprador e


20 debitada ao vendedor do contrato. Se negativa, será creditada
ao vendedor e debitada ao comprador do contrato.

Vejamos um exemplo de swap com taxa de juros. Imagine


que uma instituição financeira negociou um swap DI X Pré, 1
no dia 01/09, ficando ativa em DI e passiva em taxa pré, com
25 o objetivo de casar posições ativas com passivas. O prazo da
operação é de 108 dias e o principal de R$ 700,00 mil. A taxa pré
foi definida em 7,5% no ano.

A tabela abaixo demonstra a evolução da taxa DI entre 01/09


e 09/09 e o fator de correção diário que é do DI diário acumulado
30 para o período.

52

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 52 21/6/2010 16:07:10


MERCADO FINANCEIRO

Data DI (% a.a.) FCD*


1/set
2/set 8,74 1,000332553
5/set 8,74 1,000332553
6/set 8,73 1,000332188
8/set 8,72 1,000331823
9/set 8,72 1,000331823
Fator de correção DI 1,001662
* Fator de correção diário

Para a ponta pré, temos os seguintes fatores de correção:

FC = (1 + 0,075) (5/252) = 1,001436

A partir dos cálculos realizados, o resultado parcial do swap


no dia 09/09 é de:

Resultado = (700 mil x 1,001662) – (700 mil x 1,001436) = R$ 158,26

8 INVESTIDORES INSTITUCIONAIS

Investidor institucional é uma pessoa jurídica que tem


5 por obrigação investir parte do seu patrimônio no mercado

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
financeiro. No Brasil, são representadas por fundos de pensão
sociedades de capitalização, companhias de seguro, entre outros.
Suas carteiras são constituídas principalmente pela captação de
recursos e têm participação relevante no mercado.

10 Os objetivos de retorno de algumas dessas instituições, como


os fundos de pensão, possuem horizonte de longo prazo, o que
contribui para maior estabilidade do mercado financeiro.

8.1 Fundos de investimento

Fundos de investimentos são grupos de investidores que


captam recursos junto ao público (cotistas) com o objetivo de

53

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 53 21/6/2010 16:07:10


Unidade II

aplicar o capital levantado em carteiras de títulos e valores


mobiliários.

Os fundos de investimento oferecem a vantagem de


concentrar os recursos, colocando-se como uma boa alternativa
5 ao investidor individual com baixo volume financeiro. Além
disso, os fundos fornecem ao investidor não especializado
acesso a técnicas avançadas de gestão e à análise de grande
fluxo diário de informações por meio do gestor, profissional de
mercado especializado que se dedica diariamente à escolha dos
10 ativos que compõem a carteira do fundo.
1
Todo o fundo de investimento possui um regulamento e um
prospecto. Nesses documentos, o cotista encontra as regras de
funcionamento do fundo e as informações sobre os ativos que
compõem a carteira, estratégia de investimento, risco, limites de
15 concentração e outras informações relevantes. 1

Por ser formado por um grupo de investidores


(condomínio), as decisões relativas à política de investimentos
do fundo, alterações do regulamento, percentual da taxa de
administração e etc. são tomadas em assembleia geral de
20 cotistas.
2
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

Entre as funções da assembleia geral, está a escolha do


administrador do fundo, responsável por uma ampla gama
de funções, que vai da gestão da carteira ao atendimento às
dúvidas dos cotistas.
2
25 O cotista é aquele que detém determinada quantidade de
cotas do fundo. Cada cota corresponde a uma fração ideal do
fundo. Cada cota irá se valorizar ou desvalorizar de acordo com
o retorno dos ativos que compõem a carteira.

O gestor é o responsável pela escolha dos ativos que


30 compõem a carteira, buscando a melhor relação risco-retorno
e respeitando a política de investimento do fundo. Ambos, o 3

54

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 54 21/6/2010 16:07:10


MERCADO FINANCEIRO

administrador e o gestor do fundo, devem ser credenciados pela


CVM.

Para a remuneração do gestor e do administrador, cobra-se a


taxa de administração, a qual consiste em um percentual fixado
5 pelo administrador do fundo e que incide sobre a aplicação do
cotista. Em alguns fundos, também há a cobrança da taxa de
performance, cobrada com base no desempenho da carteira.
Outras taxas que podem ser cobradas são de ingresso e saída, a
depender do regulamento de cada fundo.

10 Um fundo de investimento pode ser gerido de maneira ativa


ou passiva. O fundo ativo é aquele que busca rentabilidade que
supere um índice de referência, como o Ibovespa, IBrX ou CDI.
Já um fundo passivo busca reproduzir o comportamento de
referência, de tal maneira que sua rentabilidade aproxima-se do
15 indicador predefinido.

Geralmente, os fundos passivos têm uma gestão mais


simples e envolvem risco menor, cobrando, assim, uma taxa
de administração mais baixa quando comparadas aos fundos
ativos.

20 Quanto aos riscos de um fundo, podemos dividi-los

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
em: risco de crédito, referente à inadimplência de algum
título da carteira; risco de mercado, associado a oscilações
dos indexadores dos títulos, como inflação e juros; risco de
liquidez, que reflete a dificuldade de se vender os ativos da
25 carteira para a geração de caixa; e, por fim, risco sistêmico,
que está determinado pela conjuntura econômica nacional
e internacional e sua interferência sobre os indexadores dos
títulos.

8.2 Tipos de fundos de investimento

Os fundos de investimento são classificados em fundos de


30 renda fixa e fundos de renda variável.

55

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 55 21/6/2010 16:07:10


Unidade II

Conforme o nome, os fundos de investimento de renda


fixa aplicam seu capital em ativos de renda fixa. Estes podem
ser: fundos de investimento em renda fixa referenciados,
que possuem uma gestão passiva e buscam replicar o
5 desempenho de um indicador de referência, como o CDI;
fundos de investimento em renda fixa não referenciados, que
não seguem um indicador específico e podem conter papéis
pós e prefixados; genéricos, que são de risco mais elevado e
estratégias mais agressivas, em razão de sua maior liberdade
10 para selecionar os ativos. 1

Os fundos de investimento de renda variável contêm no


mínimo 5% de ações em suas carteiras, além de outros ativos.
Apresentam maior risco e retorno esperados e podem ser
agrupados em três categorias: fundos passivos, que replicam
15 o retorno de um indicador previamente selecionado, como o
Ibovespa; fundos ativos, que procuram uma rentabilidade que
supere um índice de referência; fundos setoriais, que concentram
suas apostas em um setor específico.
1
Os fundos podem ser constituídos sob a forma de
20 condomínio aberto ou condomínio fechado. Os condomínios
abertos permitem o resgate de cotas a qualquer momento. Já
os condomínios fechados não permitem o resgate da cota a
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

qualquer momento. O cotista pode efetuar um resgate somente 2


depois de decorrido um prazo predeterminado.

8.3 Marcação a mercado

25 A marcação a mercado, também conhecida no mercado


como MTM (do inglês mark to market), estabelece que os ativos 2
e, consequentemente, as cotas, devem refletir a valorização ou
desvalorização diária dos ativos que compõem a carteira. Os
ativos MTM refletem as oscilações diárias do mercado, o que
30 garante uma melhor distribuição de riqueza entre os cotistas
do fundo.
3

56

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 56 21/6/2010 16:07:10


MERCADO FINANCEIRO

Imagine um fundo com três cotistas no qual cada um


investiu R$ 100,00. Após dez dias, um dos investidores
resolve efetuar um saque, porém os ativos do fundo que
inicialmente valiam R$ 300,00 sofreram uma desvalorização
5 de 10% e estão valendo no dia do saque R$ 270,00. Nesse
caso, o cotista que está sacando não terá direito aos R$
100,00 investidos inicialmente. Sua cota irá refletir a
desvalorização dos ativos MTM, de tal maneira que ele
poderá sacar somente R$ 90,00. Se não fosse pela MTM,
10 os outros cotistas teriam de absorver a perda do primeiro a
sacar, no caso de uma desvalorização.

Vale observar que, caso ocorra uma valorização dos ativos,


os ganhos também são distribuídos entre os cotistas de maneira
proporcional.

8.4 Fundos de investimento em direitos


creditórios (FDIC)

15 Os fundos de investimentos em direitos creditórios (FDIC) são


fundos formados por títulos ou direitos creditórios provenientes
de operações de diversos segmentos, que geram um recebível.
Um FDIC deve ter mais do que 50% de seu patrimônio aplicado
em títulos representativos de créditos dos segmentos comercial,

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
20 financeiro, imobiliário, arrendamento mercantil e prestação de
serviços.

Uma empresa x, ao realizar uma venda a prazo, emite


recebíveis ao comprador, que deverá quitar a dívida em uma
data futura. O FDIC levanta capital no mercado (cotistas) e
25 compra esses recebíveis da empresa x. Quando chegar o
momento do pagamento da fatura (recebíveis), esse dinheiro
é direcionado ao FDIC, que, então, efetua o pagamento aos
cotistas.

As cotas de um FDIC podem ser seniores ou subordinadas. As


30 cotas seniores são ofertadas ao mercado e têm preferência na

57

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 57 21/6/2010 16:07:10


Unidade II

distribuição dos rendimentos e resgates. As cotas subordinadas


devem ser subscritas pela empresa em se originou os recebíveis,
recebendo seu pagamento somente após o pagamento das cotas
seniores.

5 Um FDIC pode ser aberto, que permite o resgate das cotas a


qualquer momento, ou fechado, que só permite saque na data
de encerramento do fundo, previsto no regulamento.

8.5 Fundos de investimentos imobiliários


1
Vejamos algumas alternativas de investimento imobiliários
disponíveis no Brasil.

10 Certificados de recebíveis imobiliários são títulos de


renda fixa lastreados em carteiras de recebíveis de crédito
imobiliário originados de contratos de financiamento ou de 1
aluguel.

Letra de crédito imobiliário trata-se de título de renda fixa


15 lastreado no financiamento de imóveis e garantido por hipoteca
ou alienação fiduciária. É o meio pelo qual as instituições
financeiras fazem sua captação para posterior concessão de 2
créditos no mercado imobiliário.
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

Fundo de investimento imobiliário é o tipo de fundo que


20 capta recursos no mercado para direcioná-los a aplicações
em empreendimentos imobiliários, como prédios comerciais e
shoppings centers. O ganho do fundo é proveniente das receitas 2
com alocação e alienação dos imóveis adquiridos. Esse tipo de
fundo deve conter no mínimo 75% de seu patrimônio aplicado
25 em ativos imobiliários.

8.6 Mercado de seguros


3
Um seguro é um contrato no qual o segurador se obriga
a pagar uma indenização ao contratante do seguro, segurado,

58

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 58 21/6/2010 16:07:11


MERCADO FINANCEIRO

em caso de ocorrência de um determinado sinistro. Para isso, o


segurado paga para a seguradora um prêmio de seguro.

As companhias seguradoras, com o recebimento dos


prêmios recebidos dos segurados, garantem a cobertura
5 financeira do objeto selecionado para o seguro. Elas aplicam
o montante financeiro recebido com os prêmios – reservas
técnicas – e outros fundos da sociedade no mercado
financeiro com o objetivo de garantir as condições para
honrar as indenizações e para obter lucro adicional às suas
10 atividades.

As seguradoras estão inseridas em um contexto maior,


o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP). Participam
do SNSP o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP),
Superintendência de Seguros Privados (Susep), o Instituto
15 de Resseguros do Brasil (IRB), além das próprias companhias
seguradoras e dos corretores habilitados a vender os
seguros.

O principal órgão do SNSP é o CNSP. Ele é o responsável pela


redação das normas e regulações que regem o setor e estabelece
20 o conteúdo geral dos contratos dos seguros, resseguros,
previdência privada e capitalização.

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
A Susep é o principal órgão fiscalizador do SNSP. Entre
suas principais atribuições está a fiscalização das entidades
seguradoras, a defesa dos interesses dos consumidores desse
25 mercado, a preservação da liquidez e solvência das instituições,
a promoção da estabilidade e eficiência operacional e garantir o
cumprimento das normas estabelecidas pelo CNSP.

Por vezes, as próprias seguradoras realizam um seguro


do seguro (resseguro). Isso ocorre geralmente quando uma
30 seguradora realiza uma operação de cobertura acima de sua
capacidade financeira. A instituição responsável pela fiscalização
das operações de resseguro é o IRB.

59

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 59 21/6/2010 16:07:11


Unidade II

Na ponta dessa estrutura, estão as companhias seguradoras


e o corretor de seguros, que é o profissional autônomo que
não possui vínculos com nenhuma companhia e faz o papel de
intermediário entre a seguradora e o segurado.

5 Existem duas modalidades de seguros no Brasil: seguros


de pessoas, que incluem seguros de vida, seguros de
acidentes pessoais e de saúde; e os seguros de não pessoas,
que incluem os seguros de danos materiais e de prestação
de serviços.

8.7 Previdência privada


1
10 A previdência privada é uma alternativa de complemento
à previdência social. Ao contrário desta última, a adesão à
previdência privada é opcional e objetiva garantir o padrão de
vida de seus participantes.
1
A previdência privada pode ser fechada ou aberta. A
15 previdência privada fechada é constituída por funcionários de
uma mesma empresa e os planos de benefício são custeados
pelos próprios empregados e pelo empregador. Este último pode
complementar as contribuições dos funcionários. Os fundos de
previdência fechados não permitem a participação de outras 2
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

20 pessoas que não façam parte do quadro de funcionários da


empresa que oferta o plano.

A previdência aberta é a previdência privada oferecida


a todas as pessoas que desejam aderir aos seus planos. O
plano mais comum é aquele no qual o participante paga 2
25 contribuições mensais por um determinado período para
receber o pagamento do benefício na fase de aposentadoria.
O valor da parcela mensal leva em conta a expectativa de vida
de cada participante, e é determinado pela tábua atuarial e
pelo valor que o participante deseja receber no futuro. No
30 momento da concessão do benefício, o participante pode 3

60

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 60 21/6/2010 16:07:11


MERCADO FINANCEIRO

optar por receber uma renda mensal (renda vitalícia) ou sacar


todo o montante de uma única vez.

A gestão das carteiras de planos de previdência tem o objetivo


de alcançar uma rentabilidade que cubra todos os pagamentos
5 dos benefícios futuros.

São dois os planos de previdência mais comuns vendidos


pelos fundos de previdência, o Plano Gerador de Benefício
Livre (PGBL) e o Plano de Vida Gerador de Benefício Livre
(VGBL).

10 O PGBL funciona como um fundo de investimento no qual


os recursos originários das contribuições dos participantes
que estão na fase de acumulação são aplicados no mercado
financeiro e os rendimentos são creditados aos investidores. É
o patrimônio do fundo que pagará a aposentadoria futura dos
15 participantes, mas não há garantia de rendimento mínimo da
carteira.

Os investimentos desses fundos possuem perfil mais


conservador. Grande parte do volume é alocada em títulos
públicos, o que confere o menor risco possível às aplicações,
20 uma vez que a preocupação é preservar o patrimônio dos

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010
contribuintes frente às oscilações do mercado.

Uma característica importante dos planos PGBL é que as


contribuições mensais podem ser deduzidas do imposto de
renda, até o limite de 12% da renda bruta do investidor. Além
25 disso, os rendimentos são tributados somente no momento do
saque, o que permite que se reaplique o rendimento gerado não
tributado.

Como todo o fundo, os planos PGBL também cobram taxa de


administração. Essa taxa incide sobre o patrimônio acumulado
30 do fundo, e o valor pode variar a depender do plano. Uma
segunda taxa cobrada é a taxa de carregamento. Esse valor é

61

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 61 21/6/2010 16:07:11


Unidade II

direcionado para cobrir despesas na comercialização e prestação


de serviços do fundo.

Os planos VGBL são semelhantes aos planos PGBL. O que os


diferencia é o tratamento tributário. No caso dos planos VGBL,
5 os depósitos efetuados não podem ser deduzidos do imposto
de renda. Por outro lado, no momento do resgate, a tributação
incide apenas sobre os rendimentos acumulados.

8.8 Companhias de capitalização

Os títulos de capitalização são um meio de captação de


poupança que oferece prêmios periódicos por intermédio de
10 sorteios. Ao final de um período predeterminado, o aplicador
recebe de volta o capital investido corrigido por algum reajuste
monetário, mesmo que não tenha sido sorteado.

Bibliografia básica

NETO, Alexandre Assaf. Mercado financeiro. 9. ed. São Paulo:


Atlas, 2009.

VASCONCELLOS, M. A.; LOPES, L. M. Manual de


macroeconomia: nível básico e nível intermediário. 2. ed. São
Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

Paulo: Atlas, 2008.

Bibliografia complementar

FERREIRA, Luiz Francisco Rogé. Manual de gestão de renda fixa.


1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.

FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços.


17. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008.

HULL, John C. Fundamentos dos mercados de futuros e opções.


4. ed. São Paulo: BM&F, 2005.

62

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 62 21/6/2010 16:07:11


MERCADO FINANCEIRO

Sites

<www.bmf.com.br>

<www.bovespa.com.br>

<www.ibge.gov.br>

<www.ipea.gov.br>

<www.imf.org>

<www.bcb.gov.br>

Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

63

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 63 21/6/2010 16:07:11


Revisão: Tatiane - Diagramação: Léo - 13/04/2010 -|- 2º Revisão: Tatiane: Correção: Léo 20/04/2010

64

Mercado_financeiro_Unid_II.indd 64
Unidade II

21/6/2010 16:07:11

Você também pode gostar