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Anatomia Humana

Aplicada à Biomedicina
Material Teórico
Sistemas de controle

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Carlos Eduardo de Oliveira Garcia

Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Sistemas de controle

• Sistemas de controle
• Sistema Nervoso Autônomo (SNA)
• Sistema Nervoso Central (SNC)
• Sistema Nervoso Periférico (SNP)
• Sistema endócrino

·· Descrever e proporcionar o conhecimento da organização do sistema nervoso;


·· Conhecer as principais divisões do sistema nervoso central, periférico e sua
ramificação no sistema autônomo nos ramos simpático e parassimpático;
·· Descrever e proporcionar o conhecimento da organização do sistema endócrino.

Prezado(a) aluno(a)
Fique atento(a) aos prazos das atividades que serão colocadas no ar.
Recorra, sempre que possível às vídeoaulas, aos vídeos do material complementar e visite
os sites dos Atlas de anatomia recomendados.
No seu tempo livre, procure pesquisar as fontes do material complementar; não
acumule dúvidas.
Além disto, procure pesquisar o máximo que puder sobre o tema e interaja com seus
colegas de turma.
Bom estudo!
“Podemos ser instruídos com o conhecimento de outro,
mas não podemos ser sábios com a sabedoria de outro.”
Michel de Montaigne

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Unidade: Sistemas de controle

Contextualização
O sistema nervoso pode ser considerado o mais complexo de todos os sistemas do corpo
devido à complexa e intrincada interação entre os órgãos sensoriais, as células nervosas
de uma determinada região e os demais órgãos do corpo, que trabalham na interpretação
e coordenação de uma resposta adequada frente aos estímulos ambientais.
Até pouco tempo atrás, os estudos que envolviam a neuroanatomia dependiam somente
da dissecação do cérebro humano e, com a revolução nas técnicas de imagem dos dias atuais,
principalmente as relacionadas à ressonância magnética, hoje, nos deparamos com avanços
no entendimento tanto da anatomia funcional como nas interações do sistema nervoso com
os demais órgãos que, conjuntamente, trabalham para a manutenção da homeostase corporal
e para a sobrevivência da espécie.

“A vida sem ciência é uma espécie de morte.”


Sócrates

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Sistemas de controle

Com aproximadamente 3% do peso total do corpo de um organismo humano, o sistema


nervoso pode ser considerado um dos mais complexos e, juntamente com o
sistema endócrino, é o responsável pela manutenção e controle da homeostasia, equilíbrio
interno do organismo em limites normais.
Basicamente, o sistema nervoso é responsável pela percepção e interação entre o organismo
e o meio ambiente. Além dessas funções básicas, o sistema nervoso humano pode ser
considerado o centro de nossas emoções, pois modula as funções orgânicas de todos os outros
sistemas do corpo, estabelece a interação com o meio ambiente, o qual, a todo momento
envia estímulos que são recebidos pelos órgãos sensoriais (função sensorial) que, por impulsos
elétricos, transmitem-nos para o sistema nervoso, que os interpreta e, consequentemente,
elabora respostas do organismo a esses estímulos (funções integrativa e motora).
Células especializadas, denominadas neurônios, são as principais responsáveis pelo
recebimento e transporte de informações, por meio de alterações elétricas que ocorrem na
região da membrana – conhecidas por impulsos elétricos.

Figura 1. Neurônio – Célula típica do sistema nervoso. As setas indicam o caminho de transmissão de um impulso nervoso.

Fonte: Adaptado de Tortora, 2009.

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Unidade: Sistemas de controle

No neurônio, encontramos a região do corpo celular na qual se encontra o núcleo celular,


o axônio (prolongamento que transmite o impulso nervoso vindo do corpo celular), os
dendritos (prolongamentos numerosos e curtos do corpo celular, receptores de mensagens)
e os dendritos do terminal axônico.
A comunicação entre os neurônios denominada sinapse é realizada através de um espaço
denominado de fenda sináptica e por uma variedade de substâncias químicas denominadas
neurotransmissores.
O impulso nervoso pode ser classificado como uma reação físico-química que ocorre
nas superfícies dos neurônios; os sinais elétricos são transportados através das membranas
até os ramos extensos chamados dendritos, passam pelo corpo celular que recebem essas
ondas de corrente elétrica (excitatória ou inibitória), que são direcionadas pelo axônio até o
terminal axônico onde se encontra a fenda sináptica e dendritos de outro neurônio.
Além dos neurônios, encontramos outro tipo de células no tecido nervoso, as células da
gliaque, constituem a neuroglia. Essas células atuam basicamente na nutrição, sustentação
e até defesa dos neurônios. No entanto, embora façam parte do tecido do sistema nervoso,
não são estimuladas por estímulos elétricos ou químicos e não transmitem estímulos elétricos
ao longo de seus prolongamentos.
Os neurônios podem ser classificados quanto à sua função em: aferente ou sensitivo;
eferente ou motor e interneurônio ou neurônio de associação.
Os neurônios aferentes transmitem as informações dos órgãos sensoriais ao sistema
nervoso central.
Os neurônios eferentes transmitem os comandos motores para os músculos, vísceras,
glândulas e órgãos.
Os neurônios denominados interneurônios, localizados no interior do sistema nervoso
central, estabelecem os contatos entre os aferentes e os eferentes, e constituem mais de 90
% da população neuronal.
Podemos classificar o sistema nervoso considerando sua fisiologia, bases embriológicas e
ou evolutivas ou simplesmente sua anatomia e morfologia.
Baseados em critérios anatômicos, podemos adotar a seguinte divisão do sistema nervoso:

Sistema Nervoso Central (SNC) Sistema Nervoso Periférico (SNP)


Formado pelo encéfalo e medula espinhal. Formado pelos nervos cranianos,
O encéfalo pode ser dividido em cérebro nervos medulares, gânglios nervosos
e cerebelo. No cérebro encontramos o e estruturas sensoriais. Os nervos são
córtex cerebral, o diencéfalo (hipotálamo estruturas formadas por prolongamentos dos
e tálamo) e o tronco cefálico (mesencéfalo, neurônios revestidos de tecido conjuntivo.
ponte e bulbo) Dependendo da função exercida no sistema
nervoso, podemos classificá-los em nervos
sensoriais, motores e mistos, ou no
tocante à sua origem da medula espinhal
(nervos medulares ou espinais) ou do
encéfalo (nervos cranianos).

Os gânglios nervosos podem ser considerados agrupamentos de neurônios fora do SNC.

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Evite a confusão entre gânglios nervosos (reunião de neurônios fora
do SNC) e gânglios linfáticos (áreas de concentração de células do
sistema imunológico que atuam na defesa do organismo e que também
Atenção atuam na drenagem da linfa dos membros inferiores e superiores,
estudados como parte integrante do sistema circulatório).

Figura 2. Estrutura básica que envolve o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico.

Fonte: iStock/Getty Images

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Unidade: Sistemas de controle

Sistema Nervoso Autônomo (SNA)

O SNA se ramifica em duas partes, a simpática e a parassimpática, é constituído por um


conjunto de neurônios e gânglios periféricos que modulam funções independentemente
da vontade humana como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura,
digestão, coordenação da atividade da musculatura lisa, da musculatura cardíaca e de inúmeras
glândulas exócrinas.
A atividade simpática geralmente está relacionada com o corpo em alerta, por exemplo,
dilatação da pupila, boca seca, aceleração dos batimentos cardíacos e promover a ejaculação.
A atividade parassimpática faz o contraponto, reduz os batimentos cardíacos, o indivíduo
saliva mais e a pupila se contrai, entre outras.

Sistema Nervoso Central (SNC)

Formado pelo encéfalo protegido pela caixa craniana e pela medula espinal protegida
pela coluna vertebral, possui como função geral o processamento e integração de informações.
A medula espinal estabelece a conexão entre o sistema nervoso periférico (nervos medulares)
e o encéfalo.
Em um corte transversal do encéfalo ou da medula espinal, algumas regiões parecem brancas
e brilhantes. Essas regiões são conhecidas como substância branca e correspondem a
agregações de axônios, enquanto outras parecem cinza, são conhecidas como substância
cinzenta, nas quais encontramos os corpos celulares dos neurônios.

Figura 3. Corte no encéfalo. Substância cinzenta periférica, corpo celular


do neurônio e substância branca central, axônios e dendritos.

Fonte: Adaptado de Tortora, 2009.

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Figura 4. Encéfalo humano.

Fonte: Adaptado de Tortora, 2009.

Além da proteção óssea, vamos encontrar as meninges, três revestimentos de tecido


conjuntivo que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
A mais superficial das três meninges é a dura-máter, a intermediária ou média é a
aracnoide e a mais interna é a pia-máter, na qual encontramos os vasos sanguíneos que
fornecem oxigênio e nutrientes para a medula.
Entre a aracnoide e a pia-máter, encontramos o espaço subaracnóideo preenchido pelo
líquido cerebrospinal ou cefalorraquidiano.

Figura 5. Representação da medula, corte transversal pela medula espinhal.

Fonte: Adaptado de Tortora, 2009.

• Substância cinzenta: os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula parte interna.
• Substância branca, parte externa: localizam-se os axônios ascendentes e descendentes.

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Unidade: Sistemas de controle

Encéfalo
Anatomicamente, o cérebro é a maior parte do encéfalo e pode pesar em torno de
1.200 a 1.500g.
A região mais externa do cérebro é denominada córtex cerebral e em seres humanos
é muito mais desenvolvida que em qualquer outro animal; possui áreas especializados em
movimento (córtex motor), percepção (córtex sensorial), audição (córtex auditivo), e
funções cognitivas. O cérebro não é uma estrutura maciça; possui cavidades denominadas
ventrículos.
O cérebro é dividido por um grande sulco longitudinal que o separa em hemisfério cerebral
direito e esquerdo; o aspecto glomerular é dado pela presença dos giros e fissuras.

Figura 6. Hemisférios cerebrais e seus lóbulos, vista superior.

• Lóbulo frontal, parte do cérebro localizada anteriormente ao sulco central.


• Lóbulo occipital, localizado sob o osso occipital na nuca.
• Lóbulo parietal, localizado posteriormente ao sulco central.

Fonte: Adaptado de Tortora, 2009.

Um fato curioso a respeito dos hemisférios cerebrais é o conceito da contralateralidade;


o hemisfério esquerdo do cérebro controla o lado direito do corpo e o hemisfério direito do
cérebro controla o lado esquerdo do corpo.
Como vimos anteriormente, o diencéfalo é formado pelo tálamo e pelo hipotálamo.
O tálamo é a região responsável por receber e processar a maior parte das informações
sensoriais doo corpo. A única percepção sensorial que não passa pelo tálamo é a do olfato.
O hipotálamo é uma região de grande complexidade funcional, localizada abaixo do
tálamo, no interior central dos dois hemisférios cerebrais. Pode ser considerada uma das
mais importantes estruturas do sistema nervoso central, sede do controle e modulação de
grande parte dos comportamentos como fome e sede; modula o sistema nervoso autônomo
dos seres humanos; atua no controle da temperatura do corpo, no controle das emoções

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e comportamentos, no processo de contração muscular (cardíaco e liso), na regulação de
secreção de diversas glândulas que produzem hormônios, na modulação de vários hormônios
secretados pela hipófise, nos processos relacionados ao desejo sexual, além de regular
os estados de consciência e ritmos circadianos (horários de vigília e sono).

Tronco cefálico formado pelo conjunto mesencéfalo, ponte e bulbo


No sistema nervoso central o mesencéfalo modula algumas funções como a visão, audição,
movimento dos olhos e movimento do corpo.
A ponte co-participa de algumas atividades do bulbo e ainda é via de passagem de fibras
nervosas que ligam o cérebro à medula.
O bulbo, também conhecido por medula oblonga, recebe informações de vários órgãos
do corpo, controlando funções autônomas batimentos cardíacos, respiração, pressão do
sangue, reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de engolir.
Dos 12 pares de nervos cranianos (que fazem parte do sistema nervoso periférico),
10 fazem conexão, recebem ou imitem fibras nervosas com o tronco encefálico no sistema
nervoso central.
O cerebelo está localizado na região occiptal (nuca), está conectado a regiões do córtex
relacionadas à movimentação do corpo e equilíbrio, integra os impulsos nervosos que
determinam os movimentos voluntários. Observe na figura 4.

Medula
Na medula, a massa cinzenta formada pelos corpos celulares dos neurônios encontra-se
na parte central e a massa branca formada pelos prolongamentos neuronais estão situados na
parte externa.
A medula espinhal possui o formato cilíndrico, levemente achatado dorsoventralmente e
estabelece a conexão dos nervos medulares com todas as partes do corpo.
Situa-se no canal vertebral, protegida pela coluna vertebral, estabelece conexão com o
bulbo, aproximadamente no nível do forame magno do osso occipital e seu término ocorre na
segunda vértebra lombar, onde encontramos várias raízes nervosas denominadas cauda equina
ou filamento terminal.

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Unidade: Sistemas de controle

Sistema Nervoso Periférico (SNP)

É constituído por 31 pares de nervos espinhais ou medulares, os nervos denominados


eferentes, que partem da medula, ou seja, levam ao corpo os impulsos elétricos responsáveis
pelas ações de resposta e movimento e os nervos denominados aferentes, que recebem
as informações do meio ambiente e conduzem essas mesmas informações para o Sistema
Nervoso Central.
Também fazem parte do SNP os 12 pares de nervos cranianos que partem diretamente
do encéfalo.

Nervos medulares ou espinhais
Dorsalmente, a medula recebe nervos sensoriais e ventralmente partem nervos motores.
Os nervos espinhais são formados por uma raiz dorsal (sensitiva) e uma ventral (motora), que
se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da medula por meio
de filamentos radiculares.

Figura 7. Representação da medula, inervação dos nervos espinhais.

Fonte: Adaptado de Highlands.edu

Os 31 pares de nervos se ramificam a partir das quatro regiões da medula espinhal,


dividindo-se e se subdividindo para formar uma rede que conecta a medula espinhal a todas
as partes do corpo.

• Região cervical: oito pares de nervos cervicais enervam o tórax, a cabeça, o pescoço,
os ombros, os braços e as mãos.
• Região torácica: doze pares de nervos torácicos conectam-se aos músculos abdominais
das costas e intercostais.
• Região lombar: cinco pares de nervos lombares formam uma rede para servir o abdome
inferior, coxas e pernas.
• Região sacral: seis pares de nervos sacrais conectam-se às pernas, aos pés e às áreas
anal e genital.

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Nervos cranianos
Os 12 pares de nervos cranianos fazem conexão com o encéfalo recebendo nomenclatura
específica, numerados em algarismos romanos. Eles estão ligados principalmente às áreas
motoras do córtex e ao tronco encefálico.
De acordo com o componente funcional, os nervos cranianos podem ser classificados
em motores ou eferentes, sensitivos ou aferentes e mistos.

Os nervos motores ou eferentes estão relacionados à movimentação do olho,


da língua e acessoriamente aos músculos látero-posteriores do pescoço. São eles:
III - Nervo Oculomotor;
IV - Nervo Troclear;
VI - Nervo Abducente;
XI - Nervo Acessório;
XII - Nervo Hipoglosso.

Os nervos sensitivos ou aferentes que estabelecem conexões aos órgãos dos


sentidos são chamados sensoriais. São eles:
I - Nervo Olfatório;
II - Nervo Óptico;
VIII - Nervo Vestibulococlear.

Os mistos (eferentes motores e aferentes sensoriais) são:


V – Trigêmeo;
VII - Nervo Facial;
IX - Nervo Glossofaríngeo;
X - Nervo Vago.

Cinco pares de nervos cranianos vão entrar na constituição do sistema nervoso autônomo,
pois suas fibras estão relacionadas à modulação de funções vegetativas, são eles:

III - Nervo Oculomotor;


VII - Nervo Facial;
IX - Nervo Glossofaríngeo;
X - Nervo Vago;
XI - Nervo Acessório.

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Unidade: Sistemas de controle

Figura 8. Nervos cranianos.

Fonte: Adaptado de Tortora, 2009.

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Gânglios nervosos
Os gânglios nervosos do SNP estão localizados paralelamente à medula espinhal, fazendo
parte do sistema nervoso autônomo simpático e os espalhados pelo corpo fazem parte do
sistema nervoso autônomo parassimpático.

Figura 9. Sistema Nervoso Parassimpático e Sistema Nervoso Simpático.

Fonte: Adaptado de LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.

Nesse momento, cabe um esclarecimento. Além da classificação estritamente anatômica,


podemos classificar o Sistema nervoso sob o ponto de vista funcional em Sistema Nervoso
Somático (SNS) e Sistema Nervoso Autônomo (SNA).
O SNA é responsável pela modulação e controle das funções vegetativas do corpo, ou seja,
funções inconscientes e involuntárias, como a frequência cardiorrespiratória, a pressão arterial
e a sudorese, entre outras.
Podemos adotar o critério de secreção dos neurotransmissores para classificar o SNA
em simpático e parassimpático. Embora haja algumas exceções, os neurônios do Sistema
Nervoso Simpático secretam o neurotransmissor denominado noradrenalina, que
determina respostas fisiológicas que geralmente aumentam a taxa metabólica dos organismos
(sistema adrenérgico).
O Sistema Nervoso Parassimpático possui gânglios nervosos próximos aos órgãos efetuadores
e distantes da medula, por isso pode ser considerado mais complexo que o sistema simpático.
Seus neurônios secretam a acetilcolina como neurotransmissor (sistema colinérgico).
Os dois sistemas atuam de forma antagônica, ou seja, se o ramo simpático estimula ou
contrai um determinado órgão, o ramo parassimpático inibe ou relaxa esse mesmo órgão.

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Unidade: Sistemas de controle

Sistema endócrino

Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como


atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados
na corrente sanguínea e irão atuar em outra parte do organismo (órgãos-alvo), controlando ou
auxiliando o controle de sua função.

Figura 10. Representação esquemática e localização das principais glândulas endócrinas do organismo humano.

Fonte: Adaptado de Tortora, 2009.

Embora os hormônios sejam liberados no sangue entrando em contato com muitos órgãos
e células do organismo, somente as células do órgão-alvo vão possuir os receptores específicos
para aquele determinado hormônio ou substância.
Os receptores possuem natureza protéica, estão localizados na membrana plasmática das
células-alvo e possuem reação específica.

Vamos olhar esse tipo de interação com riqueza de detalhes maior quando estudarmos Fisiologia.

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Figura 11. Quadro das principais glândulas endócrinas e seus hormônios.
Glândula Hormônio Estrutura química Principais efeitos Regulação
Estimula contração da musculatura
Oxitocina Peptídio Sistema nervoso
NEUROIPÓFISE do útero e das glândulas mamárias
ADH ou vasopressina Peptídio Promove a reabsorção de água pelos rins Osmolaridade do sangue
Estimula o crescimento geral do corpo;
Somatotrofina Proteína Hormônios do hipotálamo
afeta o metabolismo das células
Promove a secreção de progesterona;
Prolactina Proteína Hormônios do hipotálamo
estimula a produção e a secreção de leite
Estimula os folículos ovarianos, nas mulheres, Estrógenos no sangue;
Foliculo-estimulante Proteína
e a espermatogênese, nos homens. hormônios do hipotálomo
ADENOIPÓFISE Estimula o corpo amarelo e a ovulação, Progesterona ou
Luteinizante Proteína nas mulheres, e as células intersticiais, testosterona; hormônios
nos homens do hipotálamo
Estimula a tireóides a secretar seus Tiroxina; hormônios
Tireotrofina Proteína
hormônios do hipotálamo
Estimula a secreção de glicocorticoides Cortisol; hormônios
Adrenocorticotrófico Proteína
pelas glândulas suprarenais do hipotálamo
Estimula e mantém os processos
Trilodotironina e tiroxina Aminoácidos Tireotrofina
metabólicos
TIREÓIDEA Estimula a deposição de cálcio
Concentração de cálcio no
Calcitronina Peptídio nos ossos reduzindo a concentração
sangue
de cálcio no sangue
Eleva a concentração de cálcio no sangue e Concentração de cálcio no
PARATIREÓIDEAS Paratormônio Peptídio
estimula a liberação de cálcio dos ossos sangue
Estimula o armazenamento de glicose pelas
Concentração de glicose no
Insulina Proteína células, reduzindo a concentração de glicose
sangue; somatostatina
PÂNCREAS no sangue, estimula a síntese de proteínas
Concentração de glicose e de
Glucagon Proteína Estimula a quebra de glicogênio no fígado
aminoácidos no sangue
Aumenta a concentração de glicose no sangue;
Adrenalina Catecolamina Controle nervoso
MEDULA causa vasoconstrição generalizada no corpo
SUPRARRENAL Acelera os batimentos cardíacos; causa
Noradrenalina Catecolamina Controle nervoso
vasoconstrição generalizada no corpo
CÓRTEX Afeta o metabolismo de carboidratos;
Glicocorticoides Esteroides Adrenocorticotrófico
SUPRARRENAL aumenta a concentração de glicose no sangue
Promove a reabsorção de sódio e a
Mineralocorticoides Esteroides Nível de potássio no sangue
excreção de potássio pelos rins
Estimula a espermatogênese; desenvolve Hormônio folículo-
TESTÍCULOS Andrógenos Esteroides e mantém as características sexuais estimulante; hormônio
secundárias masculinas luteinizante
Estimula o crescimento da mucosa uterina; Hormônio folículo-
FOLÍCULOS Estrógenos Esteroides desenvolve ae mantém as características estimulante; hormônio
OVÁRIOS

sexuais secundárias femininas luteinizante


Hormônio folículo-
CORPO Promove a continuação de crescimento da
Progesterona e estrógenos Esteroides estimulante; hormônio
AMARELO mucosa uterina
luteinizante
Fonte: Adaptada de Amabis e Martho, 2009.

Os sistemas endócrino e nervoso atuam na integração do organismo e modulam tanto as


respostas lentas e complexas como o crescimento e alterações corpóreas na puberdade ou
mesmo respostas rápidas como as que ocorrem durante um passeio em uma montanha-russa
com a elevação dos batimentos cardíacos pelo sistema adrenégico.

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Unidade: Sistemas de controle

Material Complementar

Para aprofundar seu seus estudos consulte:

Sites:
Site da disciplina de Neuroanatomia da Universidade Federal Fluminense:
http://www.neuroanatomia.uff.br/

Guia de Anatomia Asclépio: http://guiadeanatomia.com/;

Vídeos:
E assista aos vídeos disponíveis em:
www.videoaulas.uff.br
www.youtube.com/watch?v=9zSHz7fpH0w
https://www.youtube.com/watch?v=dLue_MxrRH8
https://www.youtube.com/watch?v=xhy4J0sG_jk
https://www.youtube.com/watch?v=pGdJ3PCMplM&list=PLsPIneJCpRR;5uBRUVb6OR8PQCTtOXve78

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Referências

CUNHA, Claudio da; Introdução a Neurociência. Campinas: Átomo, 2011.

GUIA de Anatomia Asclépio. Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Disponível em:


<http://guiadeanatomia.com> Acesso em 1 de outubro de 2015.

NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SOBOTTA, Johannes.  Atlas de Anatomia Humana. 21.ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2000.

TORTORA, Gerald J.; GRABOWSKI, Sandra Reynolds.  Princípios de Anatomia e


Fisiologia. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Principles of Anatomy and Physiology.


12.ed. New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., 2009.

VAN DE GRAAFF, Kent M. Anatomia Humana. 6.ed. São Paulo: Manole, 2003.

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Unidade: Sistemas de controle

Anotações

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