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1. HABEAS CORPUS
Conforme estabelece o art. 5o, LXVIII, da CRFB/88, o habeas corpus será
concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. De
forma, que o habeas corpus é o remédio constitucional utilizado para garantir direito de
ir, vir ou permanecer do indivíduo.
1.1. Características/Requisitos
O habeas corpus é uma ação penal de conhecimento prevista na
Constituição Federal 1 e de natureza mandamental. A natureza mandamental
pode ser ilustrada pela ordem urgente à autoridade, descrita do art. 660, § 5o e
6o, do Código de Processo Penal.
O Estatuto da OAB, em seu art. 1º, § 1º, dispõe que o habeas corpus não se inclui
na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer
instância ou tribunal. Desse modo, não se exige, do Impetrante, capacidade
postulatória. O paciente pode ser tanto a pessoa maior quanto menor de idade,
pois os menores podem ser ilegalmente apreendidos (restrição a seu direito de
locomoção).
1
CC 6.979, 15-8-1991, Velloso, RTJ 111/794; HC 68.687, Segunda Turma, 20-8-1991, Velloso, DJ de 4-
10-1991. HC 85.096, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 28-6-2005, Primeira Turma, DJ de
14-10-2005.
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XXXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO
O habeas corpus é garantia constitucional que visa tutelar a liberdade de
locomoção. Em razão do princípio da universalidade, é uma ação que pode ser
impetrado por qualquer pessoa (até mesmo as analfabetas, estrangeiras ou
incapazes) em proveito próprio ou de terceiros. Vale ressaltar que a pessoa
jurídica pode impetrar (em favor de pessoa natural). Não obstante, pessoa
jurídica não pode configurar como paciente em uma ação de habeas corpus. O
ministério público também poderá apresentar a ação, nos termos do art. 654, do
CPP. E o juiz de direito, apesar de não poder impetrar habeas corpus, poderá
concedê-lo de ofício, isto é, sem pedido de qualquer impetrante, quando
entender pela existência de violação ao direito de ir e vir.
Qualquer pessoa física que se achar ameaçada de sofrer lesão a seu direito de
locomoção tem direito de fazer um pedido de habeas corpus. Essa pessoa é chamada
de “paciente” no processo. O acusado de ferir seu direito é denominado “coator”. O
autor da ação constitucional de habeas corpus recebe o nome de impetrante; o
indivíduo em favor do qual se impetra, paciente (podendo ser o próprio impetrante), e
a autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder, autoridade coatora ou
impetrado.
2. HABEAS DATA
O Habeas Data é uma ação constitucional que tem por finalidade a
proteção do direito líquido e certo do impetrante, para assegurar o
conhecimento de informações relativas à sua pessoa e constantes de repartições
públicas ou particulares acessíveis ao público e para eventual retificação de seus
dados pessoais. De forma, que o Habeas Data é um remédio constitucional que
visa à tutela dos direitos e garantias à informação.
Inspirado, sobretudo, nas Constituições portuguesa e espanhola, o habeas
data foi instituído em nosso ordenamento pela Constituição de 1988. E, que
conforme estabelecido o art. 5o, LXXII, da CRFB/88, será concedido para
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público e para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo. No entanto, o art. 7º, III, da lei
9.507/97, assegura que o habeas data poderá ser concedido para a anotação
nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado
verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial.
3. MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança é um instrumento constitucional cujo emprego
se destina a proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou por habeas data, de ato de autoridade pública que o lesione ou que o venha
a lesionar.
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De acordo como art. 5º, LXIX da CRFB/88, mandado de segurança será
concedido para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público. No mesmo sentido dispõe o art. 1º, da lei nº
12.016/09.
O mandado de segurança será concedido para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. De acordo com o art.
1o, §1o, da lei 12.106/09, equiparam-se às autoridades, os representantes ou
órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem
como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de
atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas
atribuições.
Considera-se direito líquido e certo aquele que pode ser provado
simplesmente por documentos e para constatá-lo o juiz não precisará de
maiores delongas processuais em busca de outras provas. Neste sentido, para a
Suprema Corte “a noção de direito líquido e certo ajusta-se, em seu específico
sentido jurídico, ao conceito de situação que deriva de fato certo, vale dizer,
de fato passível de comprovação documental imediata e inequívoca”. 2
Refoge aos estreitos limites da ação mandamental o exame de fatos despojados
da necessária liquidez, pois o iter procedimental do mandado de segurança não
comporta a possibilidade de instauração incidental de uma fase de dilação
probatória.
O prazo para impetração do Mandado de Segurança repressivo é de
120 dias, contados da ciência do ato impugnado pelo interessado. Já o
Mandado de Segurança preventivo não há prazo, pois como trata apenas da
ameaça, poderá ser impetrado a qualquer tempo. O prazo decadencial de 120
dias, a que se refere o art. 23, da lei 12.016/09, extingue-se, de pleno direito, a
prerrogativa de impetrar mandado de segurança.
O termo inicial do prazo decadencial de 120 dias começa a fluir, para
efeito de impetração do mandado de segurança, a partir da data em que o ato
2 MS 20.882, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 23-6-1994, Plenário, DJ de 23-9-1994.) No mesmo sentido: MS 24.500,
MANDADO DE
SEGURANÇA COLETIVO
5. AÇÃO POPULAR
A ação popular é a ação constitucional de natureza civil, conferida a
todos os cidadãos para a impugnação e a anulação dos atos administrativos
comissivos e omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público em geral, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, com a imediata condenação dos administradores, dos agentes
administrativos e, também, dos beneficiados pelos atos lesivos ao ressarcimento
dos cofres públicos, em prol da pessoa jurídica lesada.
A legitimidade ativa da ação parte do disposto na Carta Magna, art. 5o,
LXXIII, que assegura, em seu texto, que qualquer cidadão é parte legitima para
propor ação popular contra atos lesivos ao patrimônio público ou de entidade
de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico cultural.
Neste sentido, para ajuizar ação popular se requer, antes de mais nada,
que o autor seja cidadão brasileiro no exercício de seus direitos cívicos e
políticos. Para tanto, a prova de cidadania, segundo o § 3o, do art. 1o, da lei
4.717/65, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele
corresponda. Exclui-se, portanto, aqueles que tiverem suspensos ou declarados
perdidos seus direitos políticos, de acordo com o art. 15, da CRFB/88:
estrangeiros (excetuando-se os portugueses, desde que haja reciprocidade –
situação de quase-nacionalidade), apátridas, inalistáveis, inalistados, partidos
políticos, organizações sindicais, e quaisquer outras pessoas jurídicas.
Quanto à legitimidade passiva, certifica-se que respondem pelos atos
lesivos comissivos ou omissivos praticados contra o patrimônio público, os entes
enumerados no art. 6º, § 2º, da lei 4.717/65, sendo alguns deles: as pessoas
jurídicas de direito público (da Administração Direita e Indireta), as pessoas
jurídicas de economia mista, as entidades privadas, as quais praticaram atos
passíveis de serem anulados, como por exemplo: contratos eivados de
ilegalidades ou que agridem ao interesse da coletividade, juntamente com as
autoridades, servidores, administradores, como também os beneficiários que
convergiram para a prática do ato lesivo; seja autorizando, aprovando ou
ratificando a conduta lesiva.
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LEGITIMADO ATIVA:
exclusivamente o cidadão,
pessoa física, de nacionalidade LEGITIMADO PASSIVA: pessoa
brasileira e no gozo de seus jurídica de direito público ou
direitos políticos, sendo essa privado, bem como o agente
legitimidade vedada às pessoas que editou o ato e seu
jurídicas (Súmula 365 do STF), beneficiário direto.
permitindo o ingresso posterior
de qualquer cidadão como
assistente litisconsorcial
AÇÃO POPULAR
5.1. Competência
A vista do art. 5o, da lei 4.717/65, a ação popular tem competência
conforme a origem do ato impugnado, sendo competente para conhecer da
ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de
cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao
Estado ou ao Município. Assim, a ação popular é da competência de juízo de
primeiro grau de jurisdição, e não da competência originária de tribunal.
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