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Análise Do Poema
Análise Do Poema
Análise do Poema “É
ela! é ela! é ela! é ela!”
É ela! é ela! é ela! é ela!
É ela! é ela! — murmurei tremendo, Como roncava maviosa e pura!
E o eco ao longe murmurou — é ela! Quase caí na rua desmaiado! É ela! é ela! — repeti tremendo;
Eu a vi — minha fada aérea e pura— Mas cantou nesse instante uma coruja...
A minha lavadeira na janela! Afastei a janela, entrei medroso: Abri cioso a página secreta. . .
Palpitava-lhe o seio adormecido... Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja!
Dessas águas-furtadas onde eu moro Fui beijá-la. . . roubei do seio dela
Eu a vejo estendendo no telhado Um bilhete que estava ali metido. . . Mas se Werther morreu por ver Carlota
Os vestidos de chita, as saias brancas; Dando pão com manteiga às
criancinhas,
Eu a vejo e suspiro enamorado! Oh! de certo. . . (pensei) é doce página
Se achou-a assim mais bela, — eu mais
Onde a alma derramou gentis amores; te adoro
Esta noite eu ousei mais atrevido São versos dela. . . que amanhã de Sonhando-te a lavar as camisinhas!
certo
Nas telhas que estalavam nos meus
passos Ela me enviará cheios de flores.
É ela! é ela! meu amor, minh'alma,
Ir espiar seu venturoso sono,
A Laura, a Beatriz que o céu revela. . .
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Tremi de febre! Venturosa folha!
É ela! é ela! — murmurei tremendo,
Quem pousasse contigo neste seio!
E o eco ao longe suspirou—é ela!
Como dormia! que profundo sono! . . . Como Otelo beijando a sua esposa,
Tinha na mão o ferro do engomado. . . Eu beijei-a a tremer de devaneio.
Análise do Poema
• Escrito por Álvares de Azevedo
• Neste poema, a mulher a qual o eu lírico deseja não segue os
padrões de donzelas frágeis, angelicais e ricas, mas, é uma
mulher pobre, de vestido de tecido fino, e que trabalha como
lavadeira.
• O autor ainda aborda o tema da paixão impossível, da mulher
inalcançável, do amor sem limites.
• Ele satiriza a idealização romântica do amor puro que vence
todas as barreiras, até mesmo as barreiras do desnível social e
cultural.
Análise do Poema
• A obra possui quarenta versos, divididos em dez estrofes de
quadras
• É um poema decassílabo
“É-e-la!-É-e-la!-mur-mu-rei-tre-/men-do
E-o-e-coao-lon-ge-mur-mu-rou-é-/e-la
Eu-a-vi-mi-nha-fa-daa-é-reae-pu-/ra
A-mi-nha-la-va-dei-ra-na-já-ne-/la.”
Rimas
• Possui rimas consoantes e rimas
alternadas, cruzadas ou entrelaçadas
(ABAB)
É ela! é ela! — murmurei tremendo,
• Entretanto, esse poema apresenta
rimas apenas em seus versos pares, E o eco ao longe murmurou — é ela! - A
como no trecho ao lado:
Eu a vi — minha fada aérea e pura—
• Possui rimas ricas
A minha lavadeira na janela! - A
Figuras de Linguagem
• Anáfora - é a figura de linguagem responsável pela repetição de uma (ou
mais palavras) de forma regular, como podemos observar abaixo.