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SUMÁRIO

Direito Constitucional
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988............................4
Direito Administrativo
Lei n. 8.666, de 21 de Junho de 1993............................................... 234
Lei n. 14.133, de 1 de Abril de 2021................................................. 315
Lei n. 12.016, de 7 de Agosto de 2009.............................................. 459
Lei n. 8.429, de 2 de Junho de 1992................................................. 468
Decreto-Lei n. 218, de 18 de Julho de 1975....................................... 483
Decreto n. 3.044, de 22 de Janeiro de 1980....................................... 503
Decreto-Lei n. 220, de 18 de Julho de 1975....................................... 582
Decreto n. 2.479, de 08 de Março de 1979......................................... 615
Direito Penal e Leis Especiais
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de Dezembro de 1940............................... 707
Lei n. 10.826, de 22 de Dezembro de 2003........................................ 870
Lei n. 8.072, de 25 de Julho de 1990................................................ 890
Lei n. 7.716, de 5 de Janeiro de 1989............................................... 896
Lei n. 13.869, de 5 de Setembro de 2019.......................................... 900
Lei n. 9.455, de 7 de Abril de 1997................................................... 916
Lei n. 8.069, de 13 de Julho de 1990................................................ 918
Lei n. 10.741, de 1 de Outubro de 2003............................................ 930
Lei n. 12.850, de 2 de Agosto de 2013.............................................. 965
Lei n. 9.296, de 24 de Julho de 1996................................................ 984
Lei n. 4.737, de 15 de Julho de 1965................................................ 988
Código de Trânsito Brasileiro.......................................................... 1003
Lei n. 9.099, de 26 de Setembro de 1995........................................ 1011
Lei n. 8.137, de 27 de Dezembro de 1990........................................ 1022
Lei n. 11.340 de 7 de Agosto de 2006............................................. 1032
Lei n. 11.343, de 23 de Agosto de 2006.......................................... 1054
Lei n. 8.078, de 11 de Setembro de 1990........................................ 1102
Decreto-Lei n. 3.688, de 3 de Outubro de 1941................................ 1107
Lei n. 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998......................................... 1122
Lei n. 9.613, de 3 de Março de 1998............................................... 1151
Lei n. 13.146, de 6 de Julho de 2015.............................................. 1168
Direito Processual Penal
Código de Processo Penal.............................................................. 1227
Lei n. 13.505, de 8 de Novembro de 2017....................................... 1317
Lei n. 13.894, de 29 de Outubro de 2019......................................... 1320
Lei n. 13.894, de 29 de 0utubro de 2019......................................... 1324
Lei n. 14.188, de 28 de Julho de 2021............................................. 1325
Lei n. 12.037, de 1 de Outubro de 2009.......................................... 1328
Lei n. 12.654, de 28 de Maio de 2012............................................. 1333
Lei n. 13.245, de 12 de Janeiro de 2016.......................................... 1335
Lei n. 13.964, de 24 de Dezembro de 2019...................................... 1337
Lei n. 12.403, de 4 de Maio de 2011............................................... 1379
Lei n. 7.960, de 21 de Dezembro de 1989........................................ 1390
Lei n. 13.434, de 12 de Abril de 2017.............................................. 1393
Lei n. 7.210, de 11 de Julho de 1984.............................................. 1394
Lei n. 10.259, de 12 de Julho de 2001............................................. 1463
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

Vide Emenda Constitucional n. 91, de 2016 Emendas


Emendas
Vide Emenda Constitucional n. 106, de 2020 Constitucionais de
Constitucionais
Vide Emenda Constitucional n. 107, de 2020 Revisão
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º
ÍNDICE TEMÁTICO

PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pa-
cífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

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I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos


desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
<p
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral de-
corrente de sua violação;
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desas-
tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
(Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegrá-
ficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por

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ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei n. 9.296, de
1996)
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi-
das as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de ca-
ráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas in-
dependem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu fun-
cionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer asso-
ciado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

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XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por neces-


sidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente po-
derá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débi-
tos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação
ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a
lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodu-
ção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respecti-
vas representações sindicais e associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem-
porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à pro-
priedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econô-
mico do País;
XXX – é garantido o direito de herança;
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

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XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de


seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regula-
mento) (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou con-
tra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direi-
tos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ame-
aça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe
der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liber-
dades fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

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XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou


anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regu-
lamento)
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos arma-
dos, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obriga-
ção de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,
as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam perma-
necer com seus filhos durante o período de amamentação;

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LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de


crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação crimi-
nal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento)
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comu-
nicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de perma-
necer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

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LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judici-
ária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do de-
positário infiel;
LXVIII – conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomo-
ção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido
e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o res-
ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente cons-
tituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses
de seus membros ou associados;
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-
dania;
LXXII – conceder-se-á “habeas-data”:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades gover-
namentais ou de caráter público;

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b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
do participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o
que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
(Vide Lei n. 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII – são gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-data”, e,
na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN
3392)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem ou-
tros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emen-
das constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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(Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG n. 186, de 2008 , DEC 6.949,
de 2009 , DLG 261, de 2015 , DEC 9.522, de 2018 ) (Vide ADIN 3392)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a
cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
</p

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a


segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a as-
sistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 6 o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infân-
cia, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 26, de 2000)
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o tra-
balho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 64, de 2010)
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o tra-
balho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 90,
de 2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensa-
tória, dentre outros direitos;

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II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;


III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previ-
dência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção
dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração,
e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido
em lei;
XII – salário-família para os seus dependentes;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de bai-
xa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e qua-
renta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (Vide Decre-
to-Lei n. 5.452, de 1943)
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininter-
ruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

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XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;


XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cin-
quenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
trinta dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento
até seis anos de idade em creches e pré-escolas;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento
até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa;
XXIX – ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de:

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a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato;
b) até dois anos após a extinção do contrato, para o trabalhador rural;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de cri-
tério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios
de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual
ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos meno-
res de dezoito e de qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na
condição de aprendiz ;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores
de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 20, de 1998)
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatí-
cio permanente e o trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domés-
ticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e
XXIV, bem como a sua integração à previdência social.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domés-
ticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as con-

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dições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das


obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de tra-
balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sin-
dicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público
a interferência e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessa-
dos, não podendo ser inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou indi-
viduais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organiza-
ções sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro
da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ain-
da que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a
lei estabelecer.

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Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores


decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores
nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
-lhes o entendimento direto com os empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estran-
geiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a re-
sidir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta,
optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira ;
c ) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional de Revisão n. 3, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde


que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a re-
sidir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 54, de 2007)
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Fe-
derativa do Brasil há mais de trinta anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Fe-
derativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver re-
ciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver re-
ciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e natu-
ralizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

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Inspetor de Polícia

V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.
VII – de Ministro de Estado da Defesa. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (In-
cluído pela Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional de Revisão n. 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do
Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos
próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, me-
diante:
I – plebiscito;
II – referendo;

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III – iniciativa popular.


§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II – facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária; Regulamento
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º São inelegíveis para os mesmos cargos, no período subsequente, o
Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído nos seis meses anterio-
res ao pleito.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos

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mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. (Reda-


ção dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Go-
vernadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
sidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Fe-
deral, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses ante-
riores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para
a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os
prazos de sua cessação, a fim de proteger a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de
função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta .
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os
prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a mo-
ralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato,
e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder eco-
nômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administra-
ção direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
n. 4, de 1994)
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,


respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
§ 12 Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as con-
sultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais
e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das
eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 111, de 2021)
§ 13 As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas
às consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas
eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 111, de 2021)
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspen-
são só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternati-
va, nos termos do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em vigor um ano
após sua promulgação .
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de
sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 4, de 1993)

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CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políti-


cos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartida-
rismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos: Regulamento
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou go-
verno estrangeiros ou de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estru-
tura interna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos estabele-
cer normas de fidelidade e disciplina partidárias.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua es-
trutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fideli-
dade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 52, de 2006)
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estru-
tura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento
e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas elei-
ções majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, es-
tadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 97, de 2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na for-


ma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratui-
to ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternati-
vamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)
I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3%
(três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos
válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional n. 97,
de 2017)
II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos
em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização parami-
litar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no §
3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do
mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação con-
siderada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso
gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 97, de 2017)
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Dis-
tritais e os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido
eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de
outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em
qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do
fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e
à televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 111, de 2021)

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TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do


Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transforma-
ção em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei
complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmem-
brar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municí-
pios preservarão a continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente
urbano, far-se-ão por lei estadual, obedecidos os requisitos previstos em Lei
Complementar estadual, e dependerão de consulta prévia, mediante plebisci-
to, às populações diretamente interessadas.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municí-
pios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Com-
plementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabi-
lidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 15, de 1996) Vide art. 96 - ADCT
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios:

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I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-


-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações
de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de in-
teresse público;
II – recusar fé aos documentos públicos;
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União:


I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortifi-
cações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preser-
vação ambiental, definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu do-
mínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pa-
íses, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como
os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países;
as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as
áreas referidas no art. 26, II;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as
praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que
contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 46, de 2005)
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica
exclusiva;
VI – o mar territorial;
VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;

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VIII – os potenciais de energia hidráulica;


IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-his-
tóricos;
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, parti-
cipação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos
hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais
no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona eco-
nômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Fe-
deral e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo
ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e
de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental,
mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por
essa exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019)
(Produção de efeito)
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo
das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização
serão reguladas em lei.
Art. 21. Compete à União:
I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais;
II – declarar a guerra e celebrar a paz;
III – assegurar a defesa nacional;
IV – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças es-
trangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempora-
riamente;

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V – decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;


VI – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII – emitir moeda;
VIII – administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações
de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização,
bem como as de seguros e de previdência privada;
IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social;
X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI – explorar, diretamente ou mediante concessão a empresas sob contro-
le acionário estatal, os serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de
dados e demais serviços públicos de telecomunicações, assegurada a pres-
tação de serviços de informações por entidades de direito privado através da
rede pública de telecomunicações explorada pela União.
XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permis-
são, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 8, de 15/08/95:)
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou per-
missão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais ser-
viços de telecomunicações;
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 8, de 15/08/95:)
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento ener-
gético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os
potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;

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d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasi-


leiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou
Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a De-
fensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Dis-
trito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 69, de 2012) (Produção de efeito)
XIV – organizar e manter a polícia federal, a polícia rodoviária e a ferroviá-
ria federais, bem como a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros
militar do Distrito Federal e dos Territórios;
XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bom-
beiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao
Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo pró-
prio; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e
o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistên-
cia financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por
meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104,
de 2019)
XV – organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, ge-
ologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI – exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas
e de programas de rádio e televisão;
XVII – conceder anistia;
XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades
públicas, especialmente as secas e as inundações;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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XIX – instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e


definir critérios de outorga de direitos de seu uso; ( Regulamento )
XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habita-
ção, saneamento básico e transportes urbanos;
XXI – estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII – executar os serviços de polícia marítima, aérea e de fronteira;
XXII – executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fron-
teiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza
e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e re-
processamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida
para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de
radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e ati-
vidades análogas;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utiliza-
ção de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de
culpa;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização
e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de
culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 49, de 2006)
XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
II – desapropriação;
III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo
de guerra;
IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V – serviço postal;
VI – sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII – comércio exterior e interestadual;
IX – diretrizes da política nacional de transportes;
X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e ae-
roespacial;
XI – trânsito e transporte;
XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII – nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV – populações indígenas;
XV – emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangei-
ros;
XVI – organização do sistema nacional de emprego e condições para o
exercício de profissões;
XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública
do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa
destes;
XVII – organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e
dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização
administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 69, de
2012) (Produção de efeito)
XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;


XX – sistemas de consórcios e sorteios;
XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,
convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros mili-
tares;
XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,
convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
XXII – competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária
federais;
XXIII – seguridade social;
XXIV – diretrizes e bases da educação nacional;
XXV – registros públicos;
XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalida-
des, para a administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, e
empresas sob seu controle;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalida-
des, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.
37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do art. 173, § 1º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa
civil e mobilização nacional;
XXIX – propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal


e dos Municípios:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democrá-
ticas e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pes-
soas portadoras de deficiência; (Vide ADPF 672)
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte
e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à
tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 85, de 2015)
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
alimentar;
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico; (Vide ADPF 672)
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, pro-
movendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pes-
quisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para a cooperação en-


tre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação
entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista
o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar con-
correntemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
(Vide Lei n. 13.874, de 2019)
II – orçamento;
III – juntas comerciais;
IV – custas dos serviços forenses;
V – produção e consumo;
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo
e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e pai-
sagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, ensino e desporto;
IX – educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
85, de 2015)
X – criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI – procedimentos em matéria processual;
XII – previdência social, proteção e defesa da saúde; (Vide ADPF 672)
XIII – assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

35
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

XV – proteção à infância e à juventude;


XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui
a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei
n. 13.874, de 2019)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a efi-
cácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis


que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam ve-
dadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, a
empresa estatal, com exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás
canalizado.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 5, de 1995)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões me-
tropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupa-
mentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento
e a execução de funções públicas de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em de-


pósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da
União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domí-
nio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá
ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o
número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-
sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incor-
poração às Forças Armadas.
§ 2º A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legis-
latura, para a subsequente, pela Assembleia Legislativa, observado o que
dispõem os arts. arts. 150, II, 153, III e 153, § 2º, I.
§ 2º A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legisla-
tura, para a subsequente, pela Assembleia Legislativa, observado o que dis-
põem os arts. arts. 150, II, 153, III e 153, § 2º, I, na razão de, no máximo,
setenta e cinco por cento daquela estabelecida, em espécie, para os Deputa-
dos Federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 1, 1992)
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa
da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o
que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento


interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os res-
pectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo esta-
dual.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para
mandato de quatro anos, realizar-se-á noventa dias antes do término do
mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá no dia 1º de janeiro do ano
subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para
mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em
primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se hou-
ver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a pos-
se ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto
ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
16, de1997)
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para
mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro,
em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e
a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao
mais, o disposto no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 111, de 2021)
Parágrafo único. Perderá o mandato o Governador que assumir outro car-
go ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse
em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função
na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de
concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado
do parágrafo único, pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de


Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observa-
do o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois tur-
nos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato
de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito até noventa dias antes do tér-
mino do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no
caso de municípios com mais de duzentos mil eleitores;
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo
de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder,
aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos
mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 16, de1997)
III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano sub-
sequente ao da eleição;
IV – número de Vereadores proporcional à população do Município, obser-
vados os seguintes limites:
a) mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um mi-
lhão de habitantes;
b) mínimo de trinta e três e máximo de quarenta e um nos Municípios de
mais de um milhão e menos de cinco milhões de habitantes;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

c) mínimo de quarenta e dois e máximo de cinquenta e cinco nos Municí-


pios de mais de cinco milhões de habitantes;
IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite
máximo de: (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional n. 58,
de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) ha-
bitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de
2009)
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil)
habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação dada pela Emen-
da Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil)
habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquen-
ta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta
mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e
vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; (In-
cluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento
e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; (In-
cluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (tre-
zentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) ha-
bitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (qua-


trocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) ha-
bitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seis-
centos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitan-
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (se-
tecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) ha-
bitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (nove-
centos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) ha-
bitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000
(um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e du-
zentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n.
58, de 2009)
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000
(um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e
trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional n. 58, de 2009)
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão
e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e qui-
nhentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional
n. 58, de 2009)
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000
(um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e
oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional
n. 58, de 2009)
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000
(um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e

41
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitu-


cional n. 58, de 2009)
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000
(dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três mi-
lhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n.
58, de 2009)
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000
(três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitan-
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000
(quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habi-
tantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000
(cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitan-
tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000
(seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000
(sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
e (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000
(oito milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucio-
nal n. 58, de 2009)
V – remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores fixada
pela Câmara Municipal em cada legislatura, para a subsequente, observado o
que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais
fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela
Emenda constitucional n. 19, de 1998)
VI – a remuneração dos Vereadores corresponderá a, no máximo, setenta
e cinco por cento daquela estabelecida, em espécie, para os Deputados Esta-
duais, ressalvado o que dispõe o art. 37, XI; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 1, de 1992)
VI – subsídio dos Vereadores fixado por lei de iniciativa da Câmara Munici-
pal, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido,
em espécie, para os Deputados Estaduais, observado o que dispõem os arts.
39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emen-
da constitucional n. 19, de 1998)
VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Mu-
nicipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta
Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica
e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 25, de 2000)
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Verea-
dores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do sub-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

sídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25,


de 2000)
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo
dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá
ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos
no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do
inciso VI, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares,
no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso
Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assem-
bleia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional n.
1, de 1992)
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do
inciso VIII, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Muni-
cipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XII – cooperação das associações representativas no planejamento muni-
cipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Muni-
cípio, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco
por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucio-
nal n. 1, de 1992)
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo
único . (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos
os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tri-


butária e das transferências previstas no § 5 o do art. 153 e nos arts. 158
e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 25, de 2000) (Vide Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
(Vigência)
I – oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitan-
tes; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000
(cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucio-
nal n. 58, de 2009) (Produção de efeito)
II – sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um
e trezentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de
2000)
II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000
(cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
III – seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e
um e quinhentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25,
de 2000)
III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001
(trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; (Redação dada
pela Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
IV – cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos
mil habitantes. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões)
de habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional n. 58,
de 2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001


(três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluído pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. (Incluído pela
Emenda Constituição Constitucional n. 58, de 2009)
§ 1 o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua
receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Ve-
readores. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
§ 2 o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 25, de 2000)
§ 3 o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Munici-
pal o desrespeito ao § 1 o deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 25, de 2000)
Art. 30. Compete aos Municípios:
I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; (Vide
ADPF 672)
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como apli-
car suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes nos prazos fixados em lei;
IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

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V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou per-


missão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte cole-
tivo, que tem caráter essencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população;
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, me-
diante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano;
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada
a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo
Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do
Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio
dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que
o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de
dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente,
à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual pode-
rá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Mu-
nicipais.

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Inspetor de Polícia

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I
DO DISTRITO FEDERAL

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á
por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
<p< a=””>
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reser-
vadas aos Estados e Municípios.
<p< a=””>
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras
do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e
Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
<p< a=””>
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto
no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Fede-
ral, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Fede-
ral, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros
militar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de 2019)

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Seção II
DOS TERRITÓRIOS

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos


Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se apli-
cará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso
Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do
Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários
de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores
públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e
sua competência deliberativa.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qual-


quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publici-
dade e, também, ao seguinte:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei;
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;

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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estran-
geiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de
1998)
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com
a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, pror-
rogável uma vez, por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira;
V – os cargos em comissão e as funções de confiança serão exercidos,
preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou
profissional, nos casos e condições previstos em lei;
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocu-
pantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramen-
to; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindi-


cal;
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei complementar;
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as
pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determina-
do para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
(Vide Emenda constitucional n. 106, de 2020)
X – a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distin-
ção de índices entre servidores públicos civis e militares, far-se-á sempre na
mesma data;
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §
4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anu-
al, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Regulamento)
XI – a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior
e a menor remuneração dos servidores públicos, observados, como limites
máximos e no âmbito dos respectivos poderes, os valores percebidos como
remuneração, em espécie, a qualquer título, por membros do Congresso Na-
cional, Ministros de Estado e Ministros do Supremo Tribunal Federal e seus
correspondentes nos Estados, no Distrito Federal e nos Territórios, e, nos Mu-
nicípios, os valores percebidos como remuneração, em espécie, pelo Prefeito;
(Vide Lei n. 8.448, de 1992)
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e em-
pregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos mem-
bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos


e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumu-
lativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998) (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e em-
pregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos mem-
bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos
e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumula-
tivamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsí-
dio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Go-
vernador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros
do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos, para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público, ressalvado o disposto no inciso
anterior e no art. 39, § 1º;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies re-
muneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão


computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulterio-
res, sob o mesmo título ou idêntico fundamento;
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulterio-
res; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XV – os vencimentos dos servidores públicos são irredutíveis, e a remune-
ração observará o que dispõem os arts. 37, XI e XII, 150, II, 153, III e § 2º,
I; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 18, 1998)
XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos
públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste ar-
tigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos privativos de médico;
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o
disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de
1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
c) a de dois cargos privativos de médico; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)

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c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com


profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
34, de 2001)
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abran-
ge autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
mantidas pelo Poder Público;
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abran-
ge autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro
de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais se-
tores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, so-
ciedade de economia mista, autarquia ou fundação pública;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fun-
dação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de sub-
sidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a partici-
pação de qualquer delas em empresa privada;
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, servi-
ços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
mento das obrigações. (Regulamento)
XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado,

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exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários


para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da
lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracteri-
zem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade
do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º As reclamações relativas à prestação de serviços públicos serão dis-
ciplinadas em lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administra-
ção pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a ava-
liação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações so-
bre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo
de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

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§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por


qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalva-
das as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado presta-
doras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de car-
go ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a
informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de
1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e enti-
dades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-
trato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha
por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de
1998) (Regulamento) (Vigência)
I – o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obriga-
ções e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
III – a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às socie-
dades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 19, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 10 É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria de-


correntes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, em-
prego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998) (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 11 Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que
trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facul-
tado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emen-
da às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio
mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste pa-
rágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
§ 13 O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para
exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, en-
quanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível
de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do
cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 14 A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição
decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral
de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o refe-
rido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
§ 15 É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públi-
cos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do

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disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga
regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
§ 16 Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou con-
juntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com
divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 38. Ao servidor público em exercício de mandato eletivo aplicam- se
as seguintes disposições:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e funda-
cional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará
afastado de seu cargo, emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou
função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horá-
rios, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será apli-
cada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de man-
dato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,
exceto para promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os
valores serão determinados como se no exercício estivesse.
V – na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

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Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS
DOS SERVIDORES PÚBLICOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)


Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão,
no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira
para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fun-
dações públicas. (Vide ADI n. 2.135)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado
por servidores designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Vide ADI n. 2.135)
§ 1º A lei assegurará, aos servidores da administração direta, isonomia
de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mes-
mo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao
local de trabalho. (Vide Lei n. 8.448, de 1992)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do
sistema remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 19, de 1998)
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos
componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
II – os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
III – as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
§ 2º Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7º, IV, VI, VII, VIII, IX,
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo


para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-
-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no
art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,
podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a na-
tureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de
Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusiva-
mente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra es-
pécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá
estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente
os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disci-
plinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com
despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do ser-
viço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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Inspetor de Polícia

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira po-


derá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou
vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à
remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019)
Art. 40. O servidor será aposentado:
I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decor-
rentes de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, conta-
giosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos;
II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor-
cionais ao tempo de serviço;
III – voluntariamente:
a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher,
com proventos integrais;
b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se pro-
fessor, e vinte e cinco, se professora, com proventos integrais;
c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher,
com proventos proporcionais a esse tempo;
d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mu-
lher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso
III, “a” e “c”, no caso de exercício de atividades consideradas penosas, insa-
lubres ou perigosas.
§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos tempo-
rários.
§ 3º O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal será com-
putado integralmente para os efeitos de aposentadoria e de disponibilidade.

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§ 4º Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção


e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores
em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou
vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive
quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função
em que se deu a aposentadoria, na forma da lei.
§ 5º O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos ven-
cimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei,
observado o disposto no parágrafo anterior.
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados crité-
rios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, median-
te contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e
dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 41, 19.12.2003)
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de
cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensio-
nistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata
este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos va-
lores fixados na forma do § 3º:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata


este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos va-
lores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 41, 19.12.2003)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será
aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tem-
po de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo
de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia pro-
fissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
I – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obriga-
tória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade
das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei
do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor-
cionais ao tempo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contri-
buição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 88, de 2015) (Vide Lei Complementar n. 152, de 2015)
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos
de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que

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se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada


pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e
cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucio-
nal n. 20, de 1998)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade,
se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
III – no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mu-
lher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida
mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados
o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei comple-
mentar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 103, de 2019)
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua con-
cessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo
efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de
1998)
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor
mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo
estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto
nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 3º Os proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que se
der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da re-
muneração. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)

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§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua


concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as
contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este ar-
tigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 41, 19.12.2003)
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disci-
plinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este
artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob con-
dições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos
em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de
15/12/98)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a con-
cessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo,
ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de ser-
vidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
I – portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 47,
de 2005)
II – que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 47, de 2005)
III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que preju-
diquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 47, de 2005)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para con-
cessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o
disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)

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§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente


federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicos-
social realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria
de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou
de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agen-
tes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos
em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, “a”, para o professor que
comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magis-
tério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em
5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto
no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

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§ 6º As aposentadorias e pensões dos servidores públicos federais serão


custeadas com recursos provenientes da União e das contribuições dos servi-
dores, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposen-
tadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposen-
tadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras
vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciá-
rios estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício da pensão por morte, que
será igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou ao valor dos pro-
ventos a que teria direito o servidor em atividade na data de seu falecimento,
observado o disposto no § 3º (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de
15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que
será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela exceden-
te a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 41, 19.12.2003) (Vide ADIN 3133)
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo
em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os bene-
fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido
de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na

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data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003) (Vide


ADIN 3133)
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única
fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por
morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual
tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata
o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 8º Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria
e as pensões serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre
que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo tam-
bém estendidos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou
vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive
quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função
em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão
da pensão, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de
15/12/98)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado
para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito
de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será
contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A
do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de
disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tem-
po de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de
15/12/98) (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

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§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos
de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou
empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição
para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição
de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20,
de 15/12/98)
§ 12 Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servido-
res públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos
e critérios fixados para o regime geral de previdência social. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
§ 12 Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio
de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão decla-
rado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo tem-
porário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
§ 13 Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo
temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Ge-
ral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019)
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que
instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos ser-
vidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposenta-
dorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência

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social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de
15/12/98)
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por
lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência com-
plementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o
valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência
social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 103, de 2019)
§ 15 Observado o disposto no art. 202, lei complementar disporá sobre as
normas gerais para a instituição de regime de previdência complementar pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, para atender aos seus respecti-
vos servidores titulares de cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 20, de 15/12/98)
§ 15 O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será insti-
tuído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto
no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades
fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão
aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade
de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41,
19.12.2003)
§ 15 O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá
plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará
o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade fechada de
previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complemen-
tar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § §
14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço pú-
blico até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime

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de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de


15/12/98)
§ 17 Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do
benefício previsto no § 3º serão devidamente atualizados, na forma da lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 18 Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões
concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máxi-
mo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servido-
res titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 41,
19.12.2003) (Vide ADIN 3133) (Vide ADIN 3143) (Vide ADIN 3184)
§ 19 O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigên-
cias para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte
por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equiva-
lente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências
para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 19 Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente
federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exi-
gências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em ativi-
dade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo,
ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para apo-
sentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019)
§ 20 Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previ-
dência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de
uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado
o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 41,
19.12.2003)

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§ 20 É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência


social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e
fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar
de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
§ 21 A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as
parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na
forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 47, de 2005)(Revogado pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019) (Vigência) (Vide Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 21 (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
§ 22 Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social,
lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas ge-
rais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão,
dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 103, de 2019)
I – requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime
Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
II – modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
III – fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IV – definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)

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V – condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de


que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de con-
tribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VI – mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VII – estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados
os princípios relacionados com governança, controle interno e transparência;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VIII – condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desem-
penhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do
regime; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IX – condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
X – parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota
de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)
Art. 41. São estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os servidores
nomeados em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença
judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em que
lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo de ori-
gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável
ficará em disponibilidade remunerada, até seu adequado aproveitamento em
outro cargo.

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Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao
cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou
posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável
ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de ser-
viço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a ava-
liação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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Seção III
DOS SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)


Art. 42. São servidores militares federais os integrantes das Forças Ar-
madas e servidores militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal os in-
tegrantes de suas polícias militares e de seus corpos de bombeiros militares.
§ 1º As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes,
são asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados
das Forças Armadas, das polícias militares e dos corpos de bombeiros milita-
res dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, sendo-lhes privativos os
títulos, postos e uniformes militares.
§ 2º As patentes dos oficiais das Forças Armadas são conferidas pelo Pre-
sidente da República, e as dos oficiais das polícias militares e corpos de bom-
beiros militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal, pelos respectivos
Governadores.
§ 3º O militar em atividade que aceitar cargo público civil permanente
será transferido para a reserva.
§ 4º O militar da ativa que aceitar cargo, emprego ou função pública tem-
porária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao
respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação,
ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas
para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois
anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a inatividade.
§ 5º Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
§ 6º O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a par-
tidos políticos.

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Inspetor de Polícia

§ 7º O oficial das Forças Armadas só perderá o posto e a patente se for


julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal
militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em
tempo de guerra.
§ 8º O oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de
liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será sub-
metido ao julgamento previsto no parágrafo anterior.
§ 9º A lei disporá sobre os limites de idade, a estabilidade e outras condi-
ções de transferência do servidor militar para a inatividade.
§ 10 Aplica-se aos servidores a que se refere este artigo, e a seus pensio-
nistas, o disposto no art. 40, §§ 4º e 5º.
§ 10 Aplica-se aos servidores a que se refere este artigo, e a seus pen-
sionistas, o disposto no art. 40, §§ 4º, 5º e 6º (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 3, de 1993)
§ 11 Aplica-se aos servidores a que se refere este artigo o disposto no art.
7º, VIII, XII, XVII, XVIII e XIX.
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Mili-
tares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são mili-
tares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
tórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º;
do art. 40, § 3º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica
dispor sobre as matérias do art. 142, 3º, inciso X, sendo as patentes dos ofi-
ciais conferidas pelos respectivos Governadores. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
tórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º;
do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específi-
ca dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)

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§ 2º Aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios e a


seus pensionistas, aplica-se o disposto no art. 40, §§ 4º e 5º; e aos militares
do Distrito Federal e dos Territórios, o disposto no art. 40, § 6º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
§ 2º Aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios e a
seus pensionistas, aplica-se o disposto no art. 40, §§ 7º e 8º. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente es-
tatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
tórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 101, de 2019)

Seção IV
DAS REGIÕES

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação
em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvi-
mento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º Lei complementar disporá sobre:
I – as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II – a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da
lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento
econômico e social, aprovados juntamente com estes.
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:
I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços
de responsabilidade do Poder Público;
II – juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III – isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais
devidos por pessoas físicas ou jurídicas;

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IV – prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das


massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, su-
jeitas a secas periódicas.
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação
de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para
o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se


compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,
eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado
e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcional-
mente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às
eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de
oito ou mais de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar n. 78, de 1993)

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§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.


Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do
Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com man-
dato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de
cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presen-
te a maioria absoluta de seus membros.

Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, opera-
ções de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvi-
mento;
V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do do-
mínio da União;
VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios
ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII – concessão de anistia;

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IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da De-


fensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Minis-
tério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal;
IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da De-
fensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Minis-
tério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 69, de 2012) (Produção de efeito)
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções pú-
blicas;
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções
públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b ; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XI – criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da admi-
nistração pública;
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XII – telecomunicações e radiodifusão;
XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e
suas operações;
XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária
federal.
XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, por
lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos De-
putados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, observado o que
dispõem os arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, ob-
servado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

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I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais


que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II – autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a
paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei
complementar;
III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausen-
tarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV – aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado
de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI – mudar temporariamente sua sede;
VII – fixar idêntica remuneração para os Deputados Federais e os Sena-
dores, em cada legislatura, para a subsequente, observado o que dispõem os
arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
VII – fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VIII – fixar para cada exercício financeiro a remuneração do Presidente e
do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que
dispõem os arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e
dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República
e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os
atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

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Inspetor de Polícia

XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da


atribuição normativa dos outros Poderes;
XII – apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emisso-
ras de rádio e televisão;
XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nu-
cleares;
XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas
com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
XVIII – decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional pre-
visto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constitui-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 50. A Câmara dos Deputados ou o Senado Federal, bem como qual-
quer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado para prestar,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, impor-
tando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de
suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares
de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para pres-
tarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à
Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa
e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de
relevância de seu Ministério.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão en-


caminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado, importando
em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de
trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qual-
quer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias,
bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)

Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:


I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo
contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa;
III – elaborar seu regimento interno;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, trans-
formação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, trans-
formação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâ-
metros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
V – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

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Seção IV
DO SENADO FEDERAL

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos
crimes de responsabilidade e os Ministros de Estado nos crimes da mesma
natureza conexos com aqueles;
I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Coman-
dantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natu-
reza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23,
de 02/09/99)
II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procu-
rador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de respon-
sabilidade;
II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os mem-
bros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos
crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
45, de 2004)
III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a es-
colha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da
República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão
secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

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V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da


União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da
União em operações de crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada incons-
titucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de
ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII – elaborar seu regimento interno;
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços
e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabeleci-
dos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços,
e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XIV – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacio-
nal, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administra-
ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda
do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis por suas opiniões, pa-
lavras e votos.
§ 1º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional
não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem pro-
cessados criminalmente, sem prévia licença de sua Casa.
§ 2º O indeferimento do pedido de licença ou a ausência de deliberação
suspende a prescrição enquanto durar o mandato.
§ 3º No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos,
dentro de vinte e quatro horas, à Casa respectiva, para que, pelo voto secre-
to da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão e autorize, ou não, a
formação de culpa.
§ 4º Os Deputados e Senadores serão submetidos a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal.
§ 5º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
§ 6º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, em-
bora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença
da Casa respectiva.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 7º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o es-


tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos, praticados fora do recinto do
Congresso, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente,
por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 35, de 2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacio-
nal não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respec-
tiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocor-
rido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa res-
pectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto
da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento
da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Direto-
ra. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embo-


ra militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da
Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o es-
tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, au-
tarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa conces-
sionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive
os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea
anterior;
II – desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas enti-
dades referidas no inciso I, “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que
se refere o inciso I, “a”;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parla-
mentar;

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Inspetor de Polícia

III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte


das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Cons-
tituição;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos
no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do
Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida
pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maio-
ria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida
pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta,
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado
no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 76, de 2013)
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de
seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa
levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos sus-
pensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 6, de 1994)
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Se-
cretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital
ou chefe de missão diplomática temporária;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar,


sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afasta-
mento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em fun-
ções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preen-
chê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela
remuneração do mandato.

Seção VI
DAS REUNIÕES

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Fede-


ral, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro.
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Fe-
deral, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o
primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou
feriados.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do pro-
jeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos De-
putados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I – inaugurar a sessão legislativa;
II – elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns
às duas Casas;
III – receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da Repú-
blica;
IV – conhecer do veto e sobre ele deliberar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir


de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus mem-
bros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir
de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus mem-
bros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada
a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do
Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos
ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
I – pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado
de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decre-
tação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do
Vice-Presidente da República;
II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos De-
putados e do Senado Federal, ou a requerimento da maioria dos membros de
ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante.
II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos De-
putados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros
de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em
todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada
uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 50, de 2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente


deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado.
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, vedado o pagamento de
parcela indenizatória em valor superior ao do subsídio mensal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese
do § 8º, vedado o pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao
subsídio mensal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese
do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão
da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação ex-
traordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na
pauta da convocação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)

Seção VII
DAS COMISSÕES

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanen-


tes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos par-
lamentares que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento,
a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos mem-
bros da Casa;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;


III – convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assun-
tos inerentes a suas atribuições;
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qual-
quer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI – apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais
de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de in-
vestigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados
e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requeri-
mento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado
e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congres-
so Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legis-
lativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição re-
produzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

Seção VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO

SUBSeção I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;

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Inspetor de Polícia

IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.

Subseção II
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal;
II – do Presidente da República;
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Na-
cional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.

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Inspetor de Polícia

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Subseção III
DAS LEIS

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Fede-
ral, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cida-
dãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I – fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II – disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração di-
reta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentá-
ria, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provi-
mento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferên-
cia de militares para a inatividade;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provi-
mento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,
bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da De-
fensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da adminis-
tração pública;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, ob-


servado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de car-
gos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a
reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara
dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me-
nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República po-
derá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional, que, estando em recesso, será convocado
extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição,
se não forem convertidas em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua pu-
blicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas delas
decorrentes.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República po-
derá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a


garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de
2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adi-
cionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32,
de 2001)
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,
exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos
no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último
dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32,
de 2001)
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 per-
derão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de
sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período,
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de
2001)
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida
provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre
o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendi-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

mento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Consti-


tucional n. 32, de 2001)
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco
dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequen-
temente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobresta-
das, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas
da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não ti-
ver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos
Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas,
em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 10 É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provi-
sória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso
de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 11 Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta
dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações
jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência
conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32,
de 2001)
§ 12 Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da
medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja
sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32,
de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:


I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressal-
vado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
II – nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câma-
ra dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério
Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presi-
dente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores
terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação
de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do parágrafo anterior, a Câmara dos Deputados e o
Senado Federal não se manifestarem, cada qual, sucessivamente, em até
quarenta e cinco dias, sobre a proposição, será esta incluída na ordem do
dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se
ultime a votação.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até
quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legisla-
tivas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos De-
putados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto
no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso
Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra,
em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação,
se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.


Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto
de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimen-
to, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de pará-
grafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da Repú-
blica importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 76, de 2013)
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação,
ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais propo-
sições, até sua votação final, ressalvadas as matérias de que trata o art. 62,
parágrafo único.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais propo-
sições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo


Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a
promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente
do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá
constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante pro-
posta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso
Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,
que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legis-
lação sobre:
I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso
Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante con-
trole externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pú-


blica que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,
assuma obrigações de natureza pecuniária.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 19, de 1998)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por di-
nheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas
as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e
as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário público;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fun-
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de apo-
sentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natu-
reza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unida-
des administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;

102
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo


capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do
tratado constitutivo;
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Es-
tado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou ir-
regularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando
a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos
apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente
pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as
medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa
dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal de-
cidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anual-
mente, relatório de suas atividades.

103
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º,
diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá so-
licitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficien-
tes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a ma-
téria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que
o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem
sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o ter-
ritório nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre
brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;
III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financei-
ros ou de administração pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade pro-
fissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Fe-
deral, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério
Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antiguidade e merecimento;
II – dois terços pelo Congresso Nacional.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garan-


tias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do
Superior Tribunal de Justiça e somente poderão aposentar-se com as vanta-
gens do cargo quando o tiverem exercido efetivamente por mais de cinco anos.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garan-
tias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros
do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 20, de 1998)
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garan-
tias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições
da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a exe-
cução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e enti-
dades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de
qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Con-
tas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades pe-
rante o Tribunal de Contas da União.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber,


à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Esta-
dos e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de
Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxi-


liado pelos Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República reali-
zar-se-á, simultaneamente, noventa dias antes do término do mandato pre-
sidencial vigente.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República rea-
lizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro
turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano
anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente
com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por
partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em
branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação,
far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado,
concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou


impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o
de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo
lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais
idoso.
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em
sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defen-
der e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo
brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o
Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assu-
mido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-
-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribui-
ções que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente,
sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercí-
cio da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Fe-
deral e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,
far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial,
a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga,
pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de
seus antecessores.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 82. O mandato do Presidente da República é de cinco anos, vedada


a reeleição para o período subsequente, e terá início em 1º de janeiro do ano
seguinte ao da sua eleição. (Vide Emenda Constitucional de Revisão n. 5, de
1994)
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá
início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e
terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 111, de 2021)
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem
licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a
quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal;
III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir de-
cretos e regulamentos para sua fiel execução;
V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor sobre a organização e o funcionamento da administração fe-
deral, na forma da lei;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não


implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
(Incluída pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus repre-
sentantes diplomáticos;
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a refe-
rendo do Congresso Nacional;
IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X – decretar e executar a intervenção federal;
XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e soli-
citando as providências que julgar necessárias;
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
órgãos instituídos em lei;
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, promover seus
oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Co-
mandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-
-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 23, de 02/09/99)
XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Su-
premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Terri-
tórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco
central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de
Contas da União;
XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o
Advogado-Geral da União;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

XVII – nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional;
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Con-
gresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobili-
zação nacional;
XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças es-
trangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempora-
riamente;
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de
lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta
Constituição;
XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício
anterior;
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
XXVIII – propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calami-
dade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-
E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Es-
tado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Seção III
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repúbli-


ca que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabe-
lecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois
terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime
pelo Supremo Tribunal Federal;
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo
Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não esti-
ver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações co-
muns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maio-


res de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribui-
ções estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades
da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e
decretos assinados pelo Presidente da República;
II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III – apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão
no Ministério;
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas
ou delegadas pelo Presidente da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuições dos Mi-
nistérios.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos
da administração pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32,
de 2001)

Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

Subseção I
DO CONSELHO DA REPÚBLICA

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presi-


dente da República, e dele participam:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

III – o Presidente do Senado Federal;


IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI – o Ministro da Justiça;
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de
idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com man-
dato de três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I – intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II – as questões relevantes para a estabilidade das instituições democrá-
ticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para
participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacio-
nada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da Repú-
blica. (Vide Lei n. 8.041, de 1990)

Subseção II
DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente


da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa
do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – o Ministro da Justiça;
V – os Ministros militares;
V – o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 23, de 1999)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VI – o Ministro das Relações Exteriores;


VII – o Ministro do Planejamento.
VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluí-
do pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I – opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz,
nos termos desta Constituição;
II – opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e
da intervenção federal;
III – propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à
segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmen-
te na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração
dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV – estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas ne-
cessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrá-
tico.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defe-
sa Nacional. (Vide Lei n. 8.183, de 1991)

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I – o Supremo Tribunal Federal;
I – A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
II – o Superior Tribunal de Justiça;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitu-


cional n. 92, de 2016)
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores
têm sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tri-
bunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição
em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de
2004)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal,
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, atra-
vés de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, obedecendo-se, nas nomeações,
à ordem de classificação;
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, me-
diante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito,
no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações,
à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigui-
dade e merecimento, atendidas as seguintes normas:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas


ou cinco alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na res-
pectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigui-
dade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento pelos critérios da presteza e segurança no
exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos reco-
nhecidos de aperfeiçoamento;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios ob-
jetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequên-
cia e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
d) na apuração da antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz
mais antigo pelo voto de dois terços de seus membros, conforme procedi-
mento próprio, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz
mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, con-
forme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a vo-
tação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido
despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última entrância ou, onde hou-
ver, no Tribunal de Alçada, quando se tratar de promoção para o Tribunal de
Justiça, de acordo com o inciso II e a classe de origem;
IV – previsão de cursos oficiais de preparação e aperfeiçoamento de ma-
gistrados como requisitos para ingresso e promoção na carreira;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e


merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promo-
ção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitalicia-
mento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de
formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
V – os vencimentos dos magistrados serão fixados com diferença não
superior a dez por cento de uma para outra das categorias da carreira, não
podendo, a título nenhum, exceder os dos Ministros do Supremo Tribunal Fe-
deral;
V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a no-
venta e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supre-
mo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em
lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas cate-
gorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder
a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, §
4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VI – a aposentadoria com proventos integrais é compulsória por invalidez
ou aos setenta anos de idade, e facultativa aos trinta anos de serviço, após
cinco anos de exercício efetivo na judicatura;
VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes
observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado,


por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto de dois terços do res-
pectivo tribunal, assegurada ampla defesa;
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos,
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei,
se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes;
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores poderá
ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e
cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicio-
nais da competência do tribunal pleno.
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do
tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado,
por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta
do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de
igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do
inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimida-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

de do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;


(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá
ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e
cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicio-
nais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das
vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coleti-
vas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não
houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à
efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de admi-
nistração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de ju-
risdição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de
membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advo-
gados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
representação das respectivas classes.

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Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice,


enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá
um de seus integrantes para nomeação.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos
de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação
do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do
art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração,
o que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo
uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em pro-
cesso;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções pre-
vistas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonera-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 96. Compete privativamente:
I – aos tribunais:

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a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com


observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos ju-
risdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de car-
reira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedeci-
do o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à adminis-
tração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos
juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais
de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no
art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seus
membros, dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver, dos ser-
viços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do sub-
sídio de seus membros e dos juizes, inclusive dos tribunais inferiores, onde
houver, ressalvado o disposto no art. 48, XV; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do sub-
sídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde
houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)

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c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;


d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Fe-
deral e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes
comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a incons-
titucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (Vide Lei n. 13.105,
de 2015) (Vigência)
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados cria-
rão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis
de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, me-
diante os procedimentos oral e sumaríssimo , permitidos, nas hipóteses pre-
vistas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de
primeiro grau;
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto
direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para,
na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de im-
pugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições con-
ciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
Parágrafo único. Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais
no âmbito da Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 22, de
1999)
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito
da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
(Vide ADIN 3392)

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§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao cus-


teio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e fi-
nanceira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos li-
mites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interes-
sados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Pre-
sidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas
propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes or-
çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da pro-
posta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem en-
caminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o
Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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Art. 100. à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos


devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença
judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
abertos para este fim.
§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito públi-
co, de verba necessária ao pagamento de seus débitos constantes de preca-
tórios judiciários, apresentados até 1º de julho, data em que terão atualiza-
dos seus valores, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte.
§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito públi-
co, de verba necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças
transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários, apresentados
até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 30, de 2000)
§ 1º-A Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decor-
rentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementa-
ções, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, funda-
das na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 30, de 2000)
§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados
ao Poder Judiciário, recolhendo-se as importâncias respectivas à repartição
competente, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exe-
quenda determinar o pagamento, segundo as possibilidades do depósito, e
autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para o caso de prete-
rimento de seu direito de precedência, o sequestro da quantia necessária à
satisfação do débito.
§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados
diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que pro-

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ferir a decisão exequenda determinar o pagamento segundo as possibilidades


do depósito, e autorizar, a requerimento do credor, e exclusivamente para o
caso de preterimento de seu direito de precedência, o sequestro da quantia
necessária à satisfação do débito. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 30, de 2000)
§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de pre-
catórios, não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como
de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal deva fazer
em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 20, de 1998)
§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de pre-
catórios, não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como
de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal deva
fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 30, de 2000)
§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplemen-
tar de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da
execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma esta-
belecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 37, de 2002)
§ 5º A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 3º deste
artigo, segundo as diferentes capacidades das entidades de direito público.
(Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional n. 30, de 2000 (Renumerado
pela Emenda Constitucional n. 37, de 2002)
§ 6º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omis-
sivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá
em crime de responsabilidade. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 30, de 2000 Renumerado pela Emenda Constitucional n. 37, de 2002)
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Es-
taduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão

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exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à


conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide Emenda
Constitucional n. 62, de 2009) (Vide ADI 4425)
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorren-
tes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, funda-
das em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em
julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exce-
to sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009).
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (ses-
senta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam
portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com
preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo
do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na or-
dem cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por
sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam porta-
dores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o va-
lor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste
artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante
será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de preca-
tórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença


judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
62, de 2009).
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis pró-
prias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício
do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 62, de 2009).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito públi-
co, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de senten-
ças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresenta-
dos até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados
diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que pro-
ferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a re-
querimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu
direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário
à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omis-
sivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá
em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho
Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplemen-
tares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do va-
lor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe
o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).

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§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de


regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa
e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluí-
das parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução
esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 10 Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda
Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do
direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condi-
ções estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 11 É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade
federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de
imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 62, de 2009).
§ 12 A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização
de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remu-
neração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da
mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre
a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensató-
rios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 13 O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em pre-
catórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se
aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009).
§ 14 A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunica-
ção, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade
devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).

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§ 15 Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Cons-


tituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de cré-
dito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre
vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 16 A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir
débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios,
refinanciando-os diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de
2009).
§ 17 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão men-
salmente, em base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas
correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno
valor. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 18 Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o
§ 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agrope-
cuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e outras
receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição
Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamen-
te anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as
duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de
2016)
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 94, de 2016)
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação
constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contri-
buição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistên-
cia social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no §

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9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional


n. 94, de 2016)
§ 19 Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judi-
ciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze)
meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da receita cor-
rente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que ex-
ceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endivi-
damento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal
e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a
esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV
do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
94, de 2016)
§ 20 Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento)
do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo,
15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do
exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios sub-
sequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante
acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com
redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado,
desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que
sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, es-


colhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomea-


dos pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guar-
da da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal
ou estadual;
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presi-
dente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Pro-
curador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Mi-
nistros de Estado, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tri-
bunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente ;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Mi-
nistros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-
ca, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,
os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de cará-
ter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas
alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União,
o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

131
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito


Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da adminis-
tração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do exequatur
às cartas rogatórias, que podem ser conferidas pelo regimento interno a seu
Presidente; (Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
i) o habeas corpus , quando o coator ou o paciente for tribunal, autoridade
ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supre-
mo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma
única instância;
i) o habeas corpus , quando o coator for Tribunal Superior ou quando o
coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujei-
tos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de cri-
me sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, fa-
cultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros
do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente
interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quais-
quer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro
tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

132
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-


tadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas
Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,
ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Na-
cional do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de
2004)
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o man-
dado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão;
b) o crime político;
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única
ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Cons-
tituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Parágrafo único. A arguição de descumprimento de preceito fundamental,
decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal,
na forma da lei.
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma
da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional n. 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normati-
vo federal, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente

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aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo. (Incluído em §


1º pela Emenda Constitucional n. 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração públi-
ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a reper-
cussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da
lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo
recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação de inconstitucionalidade:
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação
declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – o Governador de Estado;
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

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§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas


ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar
efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a
adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administra-
tivo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade,
em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-
-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
§ 4º A ação declaratória de constitucionalidade poderá ser proposta pelo
Presidente da República, pela Mesa do Senado Federal, pela Mesa da Câmara
dos Deputados ou pelo Procurador-Geral da República. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 3, de 1993) (Revogado pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provo-
cação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 11.417, de 2006).
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave inse-
gurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idênti-
ca. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação,
revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que

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podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula
aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze mem-
bros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade,
com mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sen-
do: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
I – um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tri-
bunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 61, de 2009)
II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo
tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respecti-
vo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo
Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal
de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído


pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal
Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-
-Geral da República; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procura-
dor-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente
de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de
2004)
XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Ad-
vogados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indica-
dos um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal,
que votará em caso de empate, ficando excluído da distribuição de processos
naquele tribunal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Fede-
ral e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
§ 2º Os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da Repú-
blica, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)

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§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo,


caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e finan-
ceira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Esta-
tuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Es-
tatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de
sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo
para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do
poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e cor-
reicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções admi-
nistrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e ór-
gãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso,


determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções adminis-
trativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a adminis-
tração pública ou de abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sen-
tenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder
Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar neces-
sárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conse-
lho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Fede-
ral a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Mi-
nistro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal,
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto
da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos magistrados e aos serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição
geral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e re-


quisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Fede-
ral e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Pre-
sidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvido-
rias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qual-
quer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra
seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de
Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta


e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nome-
ados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação
ilibada, depois de aprovada a escolha pelo Senado Federal, sendo:
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão no-
meados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta
e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu-
tação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço
dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice
elaborada pelo próprio Tribunal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministé-


rio Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamen-
te, indicados na forma do art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal,
e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de
Estado ou do próprio Tribunal;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de
Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do
próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
c) os habeas corpus, quando o coator ou o paciente for qualquer das pes-
soas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for Ministro de Estado,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
c) os habeas corpus, quando o coator ou o paciente for qualquer das pes-
soas mencionadas na alínea “a”, quando coator for tribunal, sujeito à sua ju-
risdição, ou Ministro de Estado, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 22, de 1999)
c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pes-
soas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o


disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e juízes a ele não vincu-
lados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciá-
rias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas
de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-
tadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da adminis-
tração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo
Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça
do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur
às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo inter-
nacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domici-
liada no País;
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei fe-
deral;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído ou-
tro tribunal.
Parágrafo único. Funcionará junto ao Superior Tribunal de Justiça o Conse-
lho da Justiça Federal, cabendo-lhe, na forma da lei, exercer a supervisão ad-
ministrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados,
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o
ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei,
a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais,
cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)

Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:


I – os Tribunais Regionais Federais;
II – os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo,
sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos
de sessenta e cinco anos, sendo:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativi-


dade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez
anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco
anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.
Parágrafo único. A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos
Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais
Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limi-
tes territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizada-
mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Mi-
litar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os
membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos
juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tri-
bunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais


e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua
jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública fe-
deral forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponen-
tes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Mu-
nicípio ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado es-
trangeiro ou organismo internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no es-
trangeiro, ou reciprocamente;
V – A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados
por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os habeas corpus , em matéria criminal de sua competência ou
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam di-
retamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autori-
dade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a exe-


cução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após
a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judici-
ária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção
judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato
ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,
no Distrito Federal.
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicí-
lio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição
de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de
vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que
outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal
em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser
processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do
segurado não for sede de vara federal. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para
o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-
-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obriga-
ções decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de com-
petência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma
seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas
segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições co-
metidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção V
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO

Seção V
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 92, de 2016)
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais do
Trabalho e dos Juízes do Trabalho

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:


I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – as Juntas de Conciliação e Julgamento.
III – Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 24,
de 1999)
§ 1º O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Minis-
tros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de ses-
senta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação
pelo Senado Federal, sendo:
§ 1º O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de dezessete Ministros,
togados e vitalícios, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco
e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República,
após aprovação pelo Senado Federal, dos quais onze escolhidos dentre juizes
dos Tribunais Regionais do Trabalho, integrantes da carreira da magistratura
trabalhista, três dentre advogados e três dentre membros do Ministério Pú-
blico do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999)
(Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

I – dezessete togados e vitalícios, dos quais onze escolhidos dentre juízes


de carreira da magistratura trabalhista, três dentre advogados e três dentre
membros do Ministério Público do Trabalho;
II – dez classistas temporários, com representação paritária dos traba-
lhadores e empregadores. (Revogado pela Emenda Constitucional n. 24, de
1999)
§ 2º O Tribunal encaminhará ao Presidente da República listas tríplices,
observando-se, quanto às vagas destinadas aos advogados e aos membros
do Ministério Público, o disposto no art. 94, e, para as de classistas, o resulta-
do de indicação de colégio eleitoral integrado pelas diretorias das confedera-
ções nacionais de trabalhadores ou empregadores, conforme o caso; as listas
tríplices para o provimento de cargos destinados aos juízes da magistratura
trabalhista de carreira deverão ser elaboradas pelos Ministros togados e vita-
lícios.
§ 2º O Tribunal encaminhará ao Presidente da República listas tríplices,
observando-se, quanto às vagas destinadas aos advogados e aos membros
do Ministério Público, o disposto no art. 94; as listas tríplices para o provi-
mento de cargos destinados aos juízes da magistratura trabalhista de carreira
deverão ser elaboradas pelos Ministros togados e vitalícios. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999) (Revogado pela Emenda Consti-
tucional n. 45, de 2004)
§ 3º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
(Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete
Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprova-
ção pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete
Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e me-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

nos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada,


nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta
do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 92,
de 2016)
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativi-
dade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de
dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos
da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluí-
do pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do
Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais
para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
II – o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na
forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimo-
nial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central
do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, origi-
nariamente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia
da autoridade de suas decisões. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 92,
de 2016)
Art. 112. Haverá pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho em cada
Estado e no Distrito Federal, e a lei instituirá as Juntas de Conciliação e Jul-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

gamento, podendo, nas comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua
jurisdição aos juízes de direito.
Art. 112. Haverá pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho em cada
Estado e no Distrito Federal, e a lei instituirá as Varas do Trabalho, podendo,
nas comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua jurisdição aos juízes de
direito. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999)
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comar-
cas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com
recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, com-
petência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho,
assegurada a paridade de representação de trabalhadores e empregadores.
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, com-
petência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Traba-
lho. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999)
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios
individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os
entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta
dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei,
outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios
que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive
coletivas.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN 3392) (Vide
ADIN 3432)
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direi-
to público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela


Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sin-
dicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando
o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes
da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos em-
pregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art.
195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que pro-
ferir; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é
facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a Jus-
tiça do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as disposições
convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho.
§ 3º Compete ainda à Justiça do Trabalho executar, de ofício, as contri-
buições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, de-
correntes das sentenças que proferir. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
20, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitra-


gem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de
natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respei-
tadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as
convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004) (Vide ADI n. 3423) (Vide ADI n. 3423) (Vide ADI n. 3423)
(Vide ADI n. 3431) (Vide ADI n. 3432) (Vide ADI n. 3520) (Vide ADIN 3392)
(Vide ADIN 3432)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão
do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADI n. 3423) (Vide ADI n.
3431) (Vide ADI n. 3520) (Vide ADIN 3392) (Vide ADIN 3432)
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho serão compostos de juízes
nomeados pelo Presidente da República, sendo dois terços de juízes togados
vitalícios e um terço de juízes classistas temporários, observada, entre os ju-
ízes togados, a proporcionalidade estabelecida no art. 111, § 1º, I.
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho serão compostos de juízes
nomeados pelo Presidente da República, observada a proporcionalidade es-
tabelecida no § 2º do art. 111. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
24, de 1999) }
Parágrafo único. Os magistrados dos Tribunais Regionais do Trabalho se-
rão:
I – juízes do trabalho, escolhidos por promoção, alternadamente, por an-
tiguidade e merecimento;
II – advogados e membros do Ministério Público do Trabalho, obedecido o
disposto no art. 94;
III – classistas indicados em listas tríplices pelas diretorias das federações
e dos sindicatos com base territorial na região. (Revogado pela Emenda Cons-
titucional n. 24, de 1999)

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Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo,


sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos
de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativida-
de profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade
e merecimento, alternadamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante,
com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional,
nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentraliza-
damente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno aces-
so do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 116. A Junta de Conciliação e Julgamento será composta de um juiz
do trabalho, que a presidirá, e dois juízes classistas temporários, represen-
tantes dos empregados e dos empregadores.
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz
singular. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999)
Parágrafo único. Os juízes classistas das Juntas de Conciliação e Julga-
mento serão nomeados pelo Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, na
forma da lei, permitida uma recondução. (Revogado pela Emenda Constitu-
cional n. 24, de 1999)

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Art. 117. O mandato dos representantes classistas, em todas as instân-


cias, é de três anos . (Revogado pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999)
Parágrafo único. Os representantes classistas terão suplentes. (Revogado
pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999)

Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete
membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis ad-
vogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supre-
mo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o
Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corre-
gedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado
e no Distrito Federal.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Jus-
tiça;

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II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado


ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qual-
quer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre
seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
Tribunal de Justiça.
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presi-
dente- dentre os desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência
dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das
juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável,
gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão
por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos,
sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo,
em número igual para cada categoria.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as
que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou
mandado de segurança.
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá re-
curso quando:
I – forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribu-
nais eleitorais;
III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas elei-
ções federais ou estaduais;
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos fe-
derais ou estaduais;
V – denegarem habeas corpus , mandado de segurança, habeas data ou
mandado de injunção.

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Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:


I – o Superior Tribunal Militar;
II – os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros
vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a in-
dicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha,
quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da
Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco den-
tre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da Re-
pública dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I – três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com
mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
II – dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Mi-
nistério Público da Justiça Militar.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares
definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a
competência da Justiça Militar.

Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

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§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstituciona-


lidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Cons-
tituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único
órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça,
a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos Conselhos de
Justiça e, em segundo, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de
Justiça Militar nos Estados em que o efetivo da polícia militar seja superior a
vinte mil integrantes.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça,
a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direi-
to e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de
Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os policiais mili-
tares e bombeiros militares nos crimes militares, definidos em lei, cabendo ao
tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais
e da graduação das praças.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos
Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for
civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, sin-
gularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais
contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a
presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, cons-


tituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicio-
nado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territo-
riais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comu-
nitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça designará
juízes de entrância especial, com competência exclusiva para questões agrá-
rias.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá
a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões
agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicio-
nal, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

Seção I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-


ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

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§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivi-


sibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administra-
tiva, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo
a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas e de provas e títulos; a lei disporá sobre sua or-
ganização e funcionamento.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administra-
tiva, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo
a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e
os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-
mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamen-
tária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada
em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta or-
çamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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Art. 128. O Ministério Público abrange:


I – o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II – os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da
República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da car-
reira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois
anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Pre-
sidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria abso-
luta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territó-
rios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei res-
pectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe
do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios
poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legis-
lativo, na forma da lei complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facul-
tada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente
a seus membros:
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante de-


cisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto de dois
terços de seus membros, assegurada ampla defesa;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante deci-
são do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maio-
ria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o
que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressal-
vado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percen-
tagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei.
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pes-
soas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previs-
tas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95,
parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

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Inspetor de Polícia

II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de re-
levância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as
medidas necessárias a sua garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos
e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins
de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constitui-
ção;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indíge-
nas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua com-
petência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma
da lei complementar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei com-
plementar mencionada no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito po-
licial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compa-
tíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a con-
sultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste
artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto
nesta Constituição e na lei.
§ 2ºAs funções de Ministério Público só podem ser exercidas por integran-
tes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integran-
tes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo
autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 3º O ingresso na carreira far-se-á mediante concurso público de provas


e títulos, assegurada participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua
realização, e observada, nas nomeações, a ordem de classificação.
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante con-
curso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito,
no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações,
a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93,
II e VI.
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Con-
tas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e
forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de qua-
torze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois
anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)
I – o Procurador-Geral da República, que o preside; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a repre-
sentação de cada uma de suas carreiras; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)
III – três membros do Ministério Público dos Estados; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 45, de 2004)

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Inspetor de Polícia

IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo


Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de
2004)
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advo-
gados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados
um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indi-
cados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da
atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe: (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 45, de 2004)
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou re-
comendar providências; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-
-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias
ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de
Contas; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços au-
xiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais

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Inspetor de Polícia

ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada


ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços au-
xiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou
a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de
um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessá-
rias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conse-
lho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional,
dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondu-
ção, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei,
as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição ge-
ral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes
atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
oficiará junto ao Conselho. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de
2004)

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§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público,


competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado
contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus servi-
ços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério
Público. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

Seção II
DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
DA ADVOCACIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)


Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente
ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicial-
mente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da
União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maio-
res de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata
este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação
da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o dispos-
to em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal exercerão a
representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades fe-
deradas, organizados em carreira na qual o ingresso dependerá de concurso
público de provas e títulos, observado o disposto no art. 135.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados
em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das


respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada
estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de de-
sempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das cor-
regedorias. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Seção III
DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA

Seção III
DA ADVOCACIA

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)


Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites
da lei.

Seção IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)


Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicio-
nal do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os
graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.)
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à fun-
ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento
do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promo-
ção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extraju-
dicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal


. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)
Parágrafo único. Lei complementar organizará a Defensoria Pública da
União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para
sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe ini-
cial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus inte-
grantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora
das atribuições institucionais.
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Dis-
trito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organiza-
ção nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante
concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garan-
tia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições
institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia fun-
cional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao dis-
posto no art. 99, § 2º . (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do
Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 74, de 2013)
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivi-
sibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber,
o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)
Art. 135. Às carreiras disciplinadas neste título aplicam-se o princípio do
art. 37, XII, e o art. 39, § 1º.
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções
II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO

Seção I
DO ESTADO DE DEFESA

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Repúbli-


ca e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar
ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institu-
cional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de
sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos
e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I – restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta
dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as
razões que justificaram a sua decretação.
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da
medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que
a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de
delito à autoridade policial;

169
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do


estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a
dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da
República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva
justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extra-
ordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias conta-
dos de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o
estado de defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Seção II
DO ESTADO DE SÍTIO

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Repú-


blica e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional auto-
rização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada es-
trangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para
decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determi-
nantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.

170
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas


necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspen-
sas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor
das medidas específicas e as áreas abrangidas.
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado
por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no
do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou
a agressão armada estrangeira.
§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o re-
cesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco
dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término
das medidas coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no
art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I – obrigação de permanência em localidade determinada;
II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por
crimes comuns;
III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radio-
difusão e televisão, na forma da lei;
IV – suspensão da liberdade de reunião;
V – busca e apreensão em domicílio;
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII – requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pro-
nunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde
que liberada pela respectiva Mesa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Seção III
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários,


designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e
fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado
de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão tam-
bém seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos
por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio,
as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da
República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justi-
ficação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indi-
cação das restrições aplicadas.

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e


pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, orga-
nizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos po-
deres constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas
na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares mili-
tares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, apli-
cando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes dispo-
sições: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)

172
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes,


são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos
oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e
postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes
das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público
civil permanente será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público
civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea
“c”, será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
III – O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da admi-
nistração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, con-
tando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferên-
cia para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou
não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da admi-
nistração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea
“c”, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto per-
manecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o
tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reser-
va, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido
para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 77, de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela


Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos
políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
VI – o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do
oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter
permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa
de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será
submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII,
XVIII, XIX e XXV e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 18, de 1998)
VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII,
XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma
da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea “c”;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
IX – aplica-se aos militares e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§
4º,5º e 6º; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
IX – aplica-se aos militares e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§
7º e 8º; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Revo-
gado pela Emenda Constitucional n. 41, de 19.12.2003)
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade,
a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inativida-
de, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situa-
ções especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas ativida-
des, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e
de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.


§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alter-
nativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de
consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter es-
sencialmente militar. (Regulamento)
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obri-
gatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes
atribuir. (Regulamento)

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI – polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estrutu-
rado em carreira, destina-se a:
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organi-
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detri-
mento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárqui-
cas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha re-

175
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

percussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo


se dispuser em lei;
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, estruturado em car-
reira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
federais.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patru-
lhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, estruturado em car-
reira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias
federais .
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e man-
tido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incum-
bem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da
ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições defi-
nidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema


penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos esta-
belecimentos penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de
2019)
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares
e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxi-
liares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis
e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 104, de 2019)
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos res-
ponsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas
atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos rela-
cionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 10 A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e
da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 82, de 2014)
I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além
de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à
mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional n. 82,
de 2014)
II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito,
estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 82, de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como
objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
Parágrafo único. O Estado exercerá a função de planejamento das políticas
sociais, assegurada, na forma da lei, a participação da sociedade nos pro-
cessos de formulação, de monitoramento, de controle e de avaliação dessas
políticas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações


de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I – universalidade da cobertura e do atendimento;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
V – equidade na forma de participação no custeio;
VI – diversidade da base de financiamento;

178
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VI – diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas


contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a
ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contri-
butivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
VII – caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com
a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e
aposentados.
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores,
dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de for-
ma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento
e o lucro;
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma
da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de
1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou credi-
tados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
II – dos trabalhadores;
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 20, de 1998)
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, poden-
do ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de
contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão conce-
didas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destina-
das à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integran-
do o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de for-
ma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e as-
sistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide Medida Provisória
n. 526, de 2011) (Vide Lei n. 12.453, de 2011) (Vide Emenda constitucional
n. 106, de 2020)
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manuten-
ção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigi-
das após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver
instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.

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§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades


beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas
em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro
e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas
atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes,
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota
sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios
nos termos da lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resul-
tado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I deste artigo poderão ter
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica
ou da utilização intensiva de mão de obra. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo po-
derão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade
econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou
da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 47, de 2005)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo
poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da uti-
lização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estru-
tural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases
de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do
caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

181
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§ 10 A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o siste-


ma único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada
a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
§ 11 É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições so-
ciais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante
superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
§ 11 São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60
(sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das
contribuições sociais de que tratam a alínea “a” do inciso I e o inciso II do
caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 12 A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do capu t, serão não
cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 13 Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição
gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a,
pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 42, de 19.12.2003) (Revogado pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
§ 13 (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
§ 14 O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição
ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja
igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria,
assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)

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Seção II
DA SAÚDE

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido median-


te políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, caben-
do ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fis-
calização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re-
gionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes: (Vide ADPF 672)
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,
com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único re-
numerado para § 1º pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anu-
almente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados
da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 29, de 2000)
I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar
prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
I – no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício fi-
nanceiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)

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II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação


dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts.
157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 29, de 2000)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecada-
ção dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os
arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 29, de 2000)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000) Regula-
mento
I – os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 29, de 2000)
I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde desti-
nados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados desti-
nados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saú-
de nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 29, de 2000)
IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União; (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
IV – (revogado) . (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 86, de
2015)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agen-
tes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de
processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas

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atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das
atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às ende-
mias. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 51, de 2006) (Vide Medida
provisória n. 297. de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional
nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das ati-
vidades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira comple-
mentar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento
do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 63, de
2010) Regulamento
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169
da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de
agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá
perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixa-
dos em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 51,
de 2006)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar
do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as
sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subven-
ções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a re-
moção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,

185
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pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de


sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições,
nos termos da lei:
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interes-
se para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como
as de saúde do trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da política e da execução das ações de sa-
neamento básico;
V – incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e
tecnológico;
V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e
tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85,
de 2015)
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu
teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda
e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho.

Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 201. Os planos de previdência social, mediante contribuição, atende-


rão, nos termos da lei, a:
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte, incluídos os resul-
tantes de acidentes do trabalho, velhice e reclusão;

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II – ajuda à manutenção dos dependentes dos segurados de baixa renda ;


III – proteção à maternidade, especialmente à gestante;
IV – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
V – pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes, obedecido o disposto no § 5º e no art. 202.
§ 1º Qualquer pessoa poderá participar dos benefícios da previdência so-
cial, mediante contribuição na forma dos planos previdenciários.
§ 2º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados no cálculo de benefício
serão corrigidos monetariamente.
§ 4º Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incor-
porados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente
repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.
§ 5º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendi-
mento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base
o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.
§ 7º A previdência social manterá seguro coletivo, de caráter complemen-
tar e facultativo, custeado por contribuições adicionais.
§ 8ºÉ vedado subvenção ou auxílio do Poder Público às entidades de pre-
vidência privada com fins lucrativos.
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime ge-
ral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei,
a: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Vide Emenda
Constitucional n. 20, de 1998)
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime
Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e aten-

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Inspetor de Polícia

derá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103,


de 2019)
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente
para o trabalho e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 103, de 2019)
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados
de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a con-
cessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência so-
cial, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Vide Emenda
Constitucional n. 20, de 1998)
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a con-
cessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência
social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segu-
rados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005) (Regulamento)
(Vigência)

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§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para con-


cessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibi-
lidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral
para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
I – com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 103, de 2019)
II – cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes quí-
micos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agen-
tes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendi-
mento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de be-
nefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na quali-
dade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de
previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base
o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social,
nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

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I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contri-


buição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois)
anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade,
se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de
ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de eco-
nomia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador
artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
II – 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco)
anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produ-
tor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão
reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e
no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido
em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio fixado em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do
tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural
e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se com-
pensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído
dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

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§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do


tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regi-
mes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a compen-
sação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tra-
tam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de
Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem
recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação
financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos milita-
res e as receitas de contribuição aos demais regimes. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
§ 10 Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser
atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo se-
tor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 10 Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não
programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser aten-
dida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor
privado. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 11 Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incor-
porados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente
repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 12 Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para
trabalhadores de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor
igual a um salário-mínimo, exceto aposentadoria por tempo de contribuição.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 12 Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para
atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se
dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência,

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desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a


benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 47, de 2005)
§ 12 Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquo-
tas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os
que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria
que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 13 O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12
deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os de-
mais segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 47, de 2005)
§ 13 A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor
de 1 (um) salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019)
§ 14 É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de
concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 15 Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a
acumulação de benefícios previdenciários. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 16 Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das
sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados
compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribui-
ção, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na
forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
Art. 202. É assegurada aposentadoria, nos termos da lei, calculando-se
o benefício sobre a média dos trinta e seis últimos salários de contribuição,

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corrigidos monetariamente mês a mês, e comprovada a regularidade dos re-


ajustes dos salários de contribuição de modo a preservar seus valores reais e
obedecidas as seguintes condições:
I – aos sessenta e cinco anos de idade, para o homem, e aos sessenta,
para a mulher, reduzido em cinco anos o limite de idade para os trabalhadores
rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime
de economia familiar, neste incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pes-
cador artesanal;
II – após trinta e cinco anos de trabalho, ao homem, e, após trinta, à mu-
lher, ou em tempo inferior, se sujeitos a trabalho sob condições especiais, que
prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidas em lei;
III – após trinta anos, ao professor, e, após vinte e cinco, à professora, por
efetivo exercício de função de magistério.
§ 1º É facultada aposentadoria proporcional, após trinta anos de trabalho,
ao homem, e, após vinte e cinco, à mulher.
§ 2º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do
tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural
e urbana, hipótese em que os diversos sistemas de previdência social se com-
pensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o
benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
§ 1º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participan-
te de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso
às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

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§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições con-


tratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das
entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos
participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não inte-
gram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, funda-
ções, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades
públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional n.
20, de 1998)
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Dis-
trito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades
de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquan-
to patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas res-
pectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 20, de 1998)
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Dis-
trito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades
de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquan-
to patrocinadores de planos de benefícios previdenciários, e as entidades de
previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á,
no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de
prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas
de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

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§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que couber,


às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de
serviços públicos, quando patrocinadoras de planos de benefícios em entida-
des de previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4º deste artigo estabelecerá
os requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades
fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes
nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto
de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de
1998)
§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a designação dos
membros das diretorias das entidades fechadas de previdência complementar
instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e disciplinará a inserção
dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus inte-
resses sejam objeto de discussão e deliberação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)

Seção IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, in-
dependentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à ve-
lhice;
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa porta-
dora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover

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à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser


a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art.
195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
I – descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficen-
tes e de assistência social;
II – participação da população, por meio de organizações representativas,
na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a
programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento
de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no paga-
mento de: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 42, de 19.12.2003)
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de
19.12.2003)
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos in-
vestimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42,
de 19.12.2003)

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

Seção I
DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,


será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao

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pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania


e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei,
plano de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado
regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
V – valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei,
planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na for-
ma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso pú-
blico de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 53, de 2006)
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade.
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 53, de 2006)
IX – garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores con-
siderados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a

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elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 53, de 2006)
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, admi-
nistrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 11, de
1996)
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica
e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 11, de 1996)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele
não tiveram acesso na idade própria;
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua
oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezes-
sete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os
que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional n. 59, de 2009)
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino mé-
dio;
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos
de idade;

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IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco)


anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educan-
do;
VII – atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de pro-
gramas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação
e assistência à saúde.
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica,
por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transpor-
te, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino funda-
mental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela
frequência à escola.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes con-
dições:
I – cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II – autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental,
de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores cultu-
rais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.

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§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,


assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas
maternas e processos próprios de aprendizagem.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organi-
zarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará e financiará o sistema federal de ensino e o dos
Territórios, e prestará assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino
e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios,
financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equaliza-
ção de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e pré-
-escolar.
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na
educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municí-
pios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização
do ensino obrigatório. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a
assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 59, de 2009)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de forma a

200
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assegurar a universalização, a qualidade e a equidade do ensino obrigatório.


(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regu-
lar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
§ 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão ação
redistributiva em relação a suas escolas. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 108, de 2020)
§ 7º O padrão mínimo de qualidade de que trata o § 1º deste artigo consi-
derará as condições adequadas de oferta e terá como referência o Custo Alu-
no Qualidade (CAQ), pactuados em regime de colaboração na forma disposta
em lei complementar, conforme o parágrafo único do art. 23 desta Constitui-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo,
da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transfe-
rências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos
Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão
considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recur-
sos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendi-
mento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional
de educação.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao aten-
dimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a univer-
salização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano

201
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nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 59, de


2009)
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde
previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de
contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financia-
mento a contribuição social do salário-educação, recolhida, na forma da lei,
pelas empresas, que dela poderão deduzir a aplicação realizada no ensino
fundamental de seus empregados e dependentes.
§ 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financia-
mento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas,
na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento
a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma
da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006) (Vide De-
creto n. 6.003, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição so-
cial do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de
alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de
ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
§ 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput e nos §§ 5º e 6º deste
artigo para pagamento de aposentadorias e de pensões. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 108, de 2020)
§ 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão rede-
finidos os percentuais referidos no caput deste artigo e no inciso II do caput
do art. 212-A, de modo que resultem recursos vinculados à manutenção e ao
desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos fundos
de que trata o art. 212-A desta Constituição, em aplicações equivalentes às
anteriormente praticadas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de
2020)

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§ 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de avaliação e de controle


das despesas com educação nas esferas estadual, distrital e municipal. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão
parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 desta Constituição à
manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à remu-
neração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020) Regulamento
I – a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Fe-
deral, os Estados e seus Municípios é assegurada mediante a instituição, no
âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb), de natureza contábil; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 108, de 2020)
II – os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos
por 20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III
do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os incisos II, III e IV
do caput do art. 158 e as alíneas “a” e “b” do inciso I e o inciso II do caput
do art. 159 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108,
de 2020)
III – os recursos referidos no inciso II do caput deste artigo serão distri-
buídos entre cada Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao número
de alunos das diversas etapas e modalidades da educação básica presencial
matriculados nas respectivas redes, nos âmbitos de atuação prioritária, con-
forme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição, observadas
as ponderações referidas na alínea “a” do inciso X do caput e no § 2º deste
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
IV – a União complementará os recursos dos fundos a que se refere o in-
ciso II do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de
2020)

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V – a complementação da União será equivalente a, no mínimo, 23% (vin-


te e três por cento) do total de recursos a que se refere o inciso II do caput
deste artigo, distribuída da seguinte forma: (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 108, de 2020)
a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de cada Estado e do Distrito Fe-
deral, sempre que o valor anual por aluno (VAAF), nos termos do inciso III do
caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido nacionalmente; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pontos percentuais em
cada rede pública de ensino municipal, estadual ou distrital, sempre que o
valor anual total por aluno (VAAT), referido no inciso VI do caput deste artigo,
não alcançar o mínimo definido nacionalmente; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 108, de 2020)
c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos percentuais nas redes pú-
blicas que, cumpridas condicionalidades de melhoria de gestão previstas em
lei, alcançarem evolução de indicadores a serem definidos, de atendimento
e melhoria da aprendizagem com redução das desigualdades, nos termos do
sistema nacional de avaliação da educação básica; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 108, de 2020)
VI – o VAAT será calculado, na forma da lei de que trata o inciso X do caput
deste artigo, com base nos recursos a que se refere o inciso II do caput deste
artigo, acrescidos de outras receitas e de transferências vinculadas à educa-
ção, observado o disposto no § 1º e consideradas as matrículas nos termos
do inciso III do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
108, de 2020)
VII – os recursos de que tratam os incisos II e IV do caput deste artigo
serão aplicados pelos Estados e pelos Municípios exclusivamente nos respec-
tivos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do
art. 211 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de
2020)

204
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VIII – a vinculação de recursos à manutenção e ao desenvolvimento do


ensino estabelecida no art. 212 desta Constituição suportará, no máximo,
30% (trinta por cento) da complementação da União, considerados para os
fins deste inciso os valores previstos no inciso V do caput deste artigo; (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
IX – o disposto no caput do art. 160 desta Constituição aplica-se aos re-
cursos referidos nos incisos II e IV do caput deste artigo, e seu descumpri-
mento pela autoridade competente importará em crime de responsabilidade;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
X – a lei disporá, observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II,
III e IV do caput e no § 1º do art. 208 e as metas pertinentes do plano nacio-
nal de educação, nos termos previstos no art. 214 desta Constituição, sobre:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
a) a organização dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo e
a distribuição proporcional de seus recursos, as diferenças e as ponderações
quanto ao valor anual por aluno entre etapas, modalidades, duração da jorna-
da e tipos de estabelecimento de ensino, observados as respectivas especifi-
cidades e os insumos necessários para a garantia de sua qualidade; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
b) a forma de cálculo do VAAF decorrente do inciso III do caput deste
artigo e do VAAT referido no inciso VI do caput deste artigo; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
c) a forma de cálculo para distribuição prevista na alínea “c” do inciso V
do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
d) a transparência, o monitoramento, a fiscalização e o controle interno,
externo e social dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo, asse-
gurada a criação, a autonomia, a manutenção e a consolidação de conselhos
de acompanhamento e controle social, admitida sua integração aos conselhos
de educação; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)

205
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por parte do órgão respon-


sável, dos efeitos redistributivos, da melhoria dos indicadores educacionais e
da ampliação do atendimento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108,
de 2020)
XI – proporção não inferior a 70% (setenta por cento) de cada fundo re-
ferido no inciso I do caput deste artigo, excluídos os recursos de que trata
a alínea “c” do inciso V do caput deste artigo, será destinada ao pagamento
dos profissionais da educação básica em efetivo exercício, observado, em re-
lação aos recursos previstos na alínea “b” do inciso V do caput deste artigo,
o percentual mínimo de 15% (quinze por cento) para despesas de capital;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
XII – lei específica disporá sobre o piso salarial profissional nacional para
os profissionais do magistério da educação básica pública; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
XIII – a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 desta
Constituição para a complementação da União ao Fundeb, referida no inciso
V do caput deste artigo, é vedada. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
108, de 2020)
§ 1º O cálculo do VAAT, referido no inciso VI do caput deste artigo, deve-
rá considerar, além dos recursos previstos no inciso II do caput deste artigo,
pelo menos, as seguintes disponibilidades: (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 108, de 2020)
I – receitas de Estados, do Distrito Federal e de Municípios vinculadas à
manutenção e ao desenvolvimento do ensino não integrantes dos fundos re-
feridos no inciso I do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 108, de 2020)
II – cotas estaduais e municipais da arrecadação do salário-educação de
que trata o § 6º do art. 212 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 108, de 2020)

206
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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III – complementação da União transferida a Estados, ao Distrito Federal


e a Municípios nos termos da alínea “a” do inciso V do caput deste artigo. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
§ 2º Além das ponderações previstas na alínea “a” do inciso X do caput
deste artigo, a lei definirá outras relativas ao nível socioeconômico dos edu-
candos e aos indicadores de disponibilidade de recursos vinculados à edu-
cação e de potencial de arrecadação tributária de cada ente federado, bem
como seus prazos de implementação. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 108, de 2020)
§ 3º Será destinada à educação infantil a proporção de 50% (cinquenta
por cento) dos recursos globais a que se refere a alínea “b” do inciso V do
caput deste artigo, nos termos da lei.” (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 108, de 2020)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, po-
dendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,
definidas em lei, que:
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes finan-
ceiros em educação;
II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de
suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bol-
sas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os
que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas
e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando,
ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de
sua rede na localidade.
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber
apoio financeiro do Poder Público.

207
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento


à inovação realizadas por universidades e/ou por instituições de educação
profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração
plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus
diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à:
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração
decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regi-
me de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de im-
plementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em
seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos
poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 59, de 2009)
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade do ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em edu-
cação como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 59, de 2009)

Seção II
DA CULTURA

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cultu-
rais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valoriza-
ção e a difusão das manifestações culturais.

208
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indí-


genas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo
civilizatório nacional.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta signifi-
cação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianu-
al, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do
poder público que conduzem à: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 48,
de 2005)
I – defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 48, de 2005)
II – produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 48, de 2005)
III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas
múltiplas dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 48, de 2005)
IV – democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 48, de 2005)
V – valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 48, de 2005)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços desti-
nados às manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

209
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e


protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautela-
mento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da docu-
mentação governamental e as providências para franquear sua consulta a
quantos dela necessitem. (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de
bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma
da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de remi-
niscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadu-
al de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária
líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 42, de 19.12.2003)
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 42, de 19.12.2003)
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de
19.12.2003)
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos in-
vestimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42,
de 19.12.2003)
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de co-
laboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de
gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo
por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com

210
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

pleno exercício dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional n.


71, de 2012)
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de
cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e
rege-se pelos seguintes princípios: (Incluído pela Emenda Constitucional n.
71, de 2012)
I – diversidade das expressões culturais; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 71, de 2012)
II – universalização do acesso aos bens e serviços culturais; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
III – fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens
culturais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
IV – cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados
atuantes na área cultural; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de
2012)
V – integração e interação na execução das políticas, programas, projetos
e ações desenvolvidas; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
VI – complementaridade nos papéis dos agentes culturais; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
VII – transversalidade das políticas culturais; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 71, de 2012)
VIII – autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
IX – transparência e compartilhamento das informações; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
X – democratização dos processos decisórios com participação e controle
social; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
XI – descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das
ações; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)

211
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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XII – ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públi-


cos para a cultura. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas
esferas da Federação: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
I – órgãos gestores da cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
71, de 2012)
II – conselhos de política cultural; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
71, de 2012)
III – conferências de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71,
de 2012)
IV – comissões intergestores; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71,
de 2012)
V – planos de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de
2012)
VI – sistemas de financiamento à cultura; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 71, de 2012)
VII – sistemas de informações e indicadores culturais; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012)
VIII – programas de formação na área da cultura; e (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 71, de 2012)
IX – sistemas setoriais de cultura. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 71, de 2012)
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de
Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou
políticas setoriais de governo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de
2012)
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus res-
pectivos sistemas de cultura em leis próprias. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 71, de 2012)

212
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Seção III
DO DESPORTO

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não


formais, como direito de cada um, observados:
I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quan-
to a sua organização e funcionamento;
II – a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do des-
porto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendi-
mento;
III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não pro-
fissional;
IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação na-
cional.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às com-
petições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados
da instauração do processo, para proferir decisão final.
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)


Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico,
a pesquisa e a capacitação tecnológicas.

213
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico,


a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 1º A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Esta-
do, tendo em vista o bem público e o progresso das ciências.
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento priori-
tário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência, tecno-
logia e inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solu-
ção dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo
nacional e regional.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ci-
ência, pesquisa e tecnologia, e concederá aos que delas se ocupem meios e
condições especiais de trabalho.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ci-
ência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio do apoio às ativi-
dades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas se ocupem meios
e condições especiais de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 85, de 2015)
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa,
criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus
recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem
ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos
resultantes da produtividade de seu trabalho.
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua
receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa
científica e tecnológica.
§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput, estimulará
a articulação entre entes, tanto públicos quanto privados, nas diversas esfe-
ras de governo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)

214
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das institui-


ções públicas de ciência, tecnologia e inovação, com vistas à execução das
atividades previstas no caput. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de
2015)
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incen-
tivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o
bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei
federal.
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da
inovação nas empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados,
a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais
ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes
e a criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
derão firmar instrumentos de cooperação com órgãos e entidades públicos e
com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de recursos hu-
manos especializados e capacidade instalada, para a execução de projetos de
pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, median-
te contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário,
na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNC-
TI) será organizado em regime de colaboração entre entes, tanto públicos
quanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e tec-
nológico e a inovação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorren-
temente sobre suas peculiaridades. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
85, de 2015)

215
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a in-


formação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer
restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à ple-
na liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação
social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e
artística.
§ 3º Compete à lei federal:
I – regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público
informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a
possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e
televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda
de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio
ambiente.
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos,
medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do in-
ciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência
sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente,
ser objeto de monopólio ou oligopólio.
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licen-
ça de autoridade.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão
atenderão aos seguintes princípios:

216
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I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informati-


vas;
II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção inde-
pendente que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme
percentuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora
e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais
de dez anos, aos quais caberá a responsabilidade por sua administração e
orientação intelectual.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora
e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais
de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sede no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 36, de
2002)
§ 1º É vedada a participação de pessoa jurídica no capital social de empre-
sa jornalística ou de radiodifusão, exceto a de partido político e de sociedades
cujo capital pertença exclusiva e nominalmente a brasileiros.
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do
capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons
e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão
das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 2º A participação referida no parágrafo anterior só se efetuará através
de capital sem direito a voto e não poderá exceder a trinta por cento do ca-
pital social.
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da
programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há

217
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Inspetor de Polícia

mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social. (Redação dada


pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da
tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princí-
pios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá
a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de
que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º
serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 36, de 2002)
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão,
permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e
imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado,
público e estatal.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e §
4º, a contar do recebimento da mensagem.
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação
de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal.
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após
deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o pra-
zo, depende de decisão judicial.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emis-
soras de rádio e de quinze para as de televisão.
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacio-
nal instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na
forma da lei.

218
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibra-


do, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impon-
do-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo
para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País
e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material ge-
nético; (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Re-
gulamento)
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade poten-
cialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, mé-
todos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e
o meio ambiente; (Regulamento)
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)

219
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o


meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente su-
jeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e admi-
nistrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos natu-
rais. (Regulamento) (Regulamento)
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados,
por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo,
não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde
que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Cons-
tituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 96, de 2017)

CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO

(Redação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)


Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

220
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável en-


tre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento. (Regulamento)
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada
por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia sepa-
ração judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada
separação de fato por mais de dois anos.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada
Pela Emenda Constitucional n. 66, de 2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da pater-
nidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, compe-
tindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício
desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições ofi-
ciais ou privadas. Regulamento
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um
dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de
suas relações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à crian-
ça e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignida-
de, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à crian-
ça, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,

221
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, ex-


ploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Cons-
titucional n. 65, de 2010)
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da
criança e do adolescente, admitida a participação de entidades não governa-
mentais e obedecendo os seguintes preceitos:
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da
criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não
governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes
preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
I – aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na
assistência materno-infantil;
II – criação de programas de prevenção e atendimento especializado para
os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de inte-
gração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento
para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços
coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
II – criação de programas de prevenção e atendimento especializado para
as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de
integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, median-
te o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de
todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional
n. 65, de 2010)
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edi-
fícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim
de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I – idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado
o disposto no art. 7º, XXXIII;

222
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;


III – garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola;
III – garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Re-
dação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
IV – garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infra-
cional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional ha-
bilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
V – obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito
à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
qualquer medida privativa da liberdade;
VI – estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos
fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda,
de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
VII – programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao
adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins.
VII – programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao
adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. (Reda-
ção dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual
da criança e do adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que esta-
belecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção,
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á
em consideração o disposto no art. 204.
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional n. 65, de
2010)

223
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

I – o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens;


(Incluído Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
II – o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articula-
ção das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas.
(Incluído Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, su-
jeitos às normas da legislação especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos meno-
res, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as
pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo
sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencial-
mente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos
transportes coletivos urbanos.

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tra-
dicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer
respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habi-
tadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas,
as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu
bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus
usos, costumes e tradições.

224
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua


posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo,
dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais ener-
géticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só
podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados
da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e
os direitos sobre elas, imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad
referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que
ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após de-
liberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno
imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que
tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refe-
re este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos
lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, se-
gundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção
direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto
às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legíti-
mas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, inter-
vindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

225
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS

Art. 233. Para efeito do art. 7º, XXIX, o empregador rural comprovará, de
cinco em cinco anos, perante a Justiça do Trabalho, o cumprimento das suas
obrigações trabalhistas para com o empregado rural, na presença deste e de
seu representante sindical. (Revogado pela Emenda Constitucional n. 28, de
25/05/2000)
§ 1º Uma vez comprovado o cumprimento das obrigações mencionadas
neste artigo, fica o empregador isento de qualquer ônus decorrente daquelas
obrigações no período respectivo. Caso o empregado e seu representante não
concordem com a comprovação do empregador, caberá à Justiça do Trabalho
a solução da controvérsia. (Revogado pela Emenda Constitucional n. 28, de
25/05/2000)
§ 2º Fica ressalvado ao empregado, em qualquer hipótese, o direito
de postular, judicialmente, os créditos que entender existir, relativamente
aos últimos cinco anos. (Revogado pela Emenda Constitucional n. 28, de
25/05/2000)
§ 3º A comprovação mencionada neste artigo poderá ser feita em prazo
inferior a cinco anos, a critério do empregador. (Revogado pela Emenda Cons-
titucional n. 28, de 25/05/2000)
Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir, em de-
corrência da criação de Estado, encargos referentes a despesas com pessoal
inativo e com encargos e amortizações da dívida interna ou externa da admi-
nistração pública, inclusive da indireta.
Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão observadas
as seguintes normas básicas:
I – a Assembleia Legislativa será composta de dezessete Deputados se
a população do Estado for inferior a seiscentos mil habitantes, e de vinte e
quatro, se igual ou superior a esse número, até um milhão e quinhentos mil;
II – o Governo terá no máximo dez Secretarias;

226
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

III – o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo Governador


eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade e notório saber;
IV – o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores;
V – os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo Governador elei-
to, escolhidos da seguinte forma:
a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco anos de idade,
em exercício na área do novo Estado ou do Estado originário;
b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de com-
provada idoneidade e saber jurídico, com dez anos, no mínimo, de exercício
profissional, obedecido o procedimento fixado na Constituição;
VI – no caso de Estado proveniente de Território Federal, os cinco pri-
meiros Desembargadores poderão ser escolhidos dentre juízes de direito de
qualquer parte do País;
VII – em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro Promotor de
Justiça e o primeiro Defensor Público serão nomeados pelo Governador eleito
após concurso público de provas e títulos;
VIII – até a promulgação da Constituição Estadual, responderão pela Pro-
curadoria-Geral, pela Advocacia-Geral e pela Defensoria-Geral do Estado ad-
vogados de notório saber, com trinta e cinco anos de idade, no mínimo, no-
meados pelo Governador eleito e demissíveis ad nutum;
IX – se o novo Estado for resultado de transformação de Território Federal,
a transferência de encargos financeiros da União para pagamento dos servi-
dores optantes que pertenciam à Administração Federal ocorrerá da seguinte
forma:
a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por cento dos
encargos financeiros para fazer face ao pagamento dos servidores públicos,
ficando ainda o restante sob a responsabilidade da União;
b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de trinta por
cento e, no oitavo, dos restantes cinquenta por cento;

227
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

X – as nomeações que se seguirem às primeiras, para os cargos mencio-


nados neste artigo, serão disciplinadas na Constituição Estadual;
XI – as despesas orçamentárias com pessoal não poderão ultrapassar cin-
quenta por cento da receita do Estado.
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter pri-
vado, por delegação do Poder Público. (Regulamento)
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e cri-
minal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a
fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos
relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. (Regula-
mento)
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso
público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique
vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de
seis meses.
Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais
à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério
da Fazenda.
Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis de petróleo,
álcool carburante e outros combustíveis derivados de matérias-primas reno-
váveis, respeitados os princípios desta Constituição.
Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa
de Integração Social, criado pela Lei Complementar n. 7, de 7 de setembro
de 1970 , e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Públi-
co, criado pela Lei Complementar n. 8, de 3 de dezembro de 1970 , passa,
a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei
dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º
deste artigo. (Regulamento)

228
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa


de Integração Social, criado pela Lei Complementar n. 7, de 7 de setembro
de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público,
criado pela Lei Complementar n. 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir
da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser,
o programa do seguro-desemprego, outras ações da previdência social e o
abono de que trata o § 3º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)
§ 1º Dos recursos mencionados no caput deste artigo, pelo menos qua-
renta por cento serão destinados a financiar programas de desenvolvimento
econômico, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-
cial, com critérios de remuneração que lhes preservem o valor.
§ 1º Dos recursos mencionados no caput, no mínimo 28% (vinte e oito
por cento) serão destinados para o financiamento de programas de desen-
volvimento econômico, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
nômico e Social, com critérios de remuneração que preservem o seu valor.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e do
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público são preservados,
mantendo-se os critérios de saque nas situações previstas nas leis especí-
ficas, com exceção da retirada por motivo de casamento, ficando vedada a
distribuição da arrecadação de que trata o caput deste artigo, para depósito
nas contas individuais dos participantes.
§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem
para o Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração
mensal, é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computa-
do neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que
já participavam dos referidos programas, até a data da promulgação desta
Constituição.

229
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição


adicional da empresa cujo índice de rotatividade da força de trabalho superar
o índice médio da rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei.
§ 5º Os programas de desenvolvimento econômico financiados na forma
do § 1º e seus resultados serão anualmente avaliados e divulgados em meio
de comunicação social eletrônico e apresentados em reunião da comissão
mista permanente de que trata o § 1º do art. 166. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribui-
ções compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às
entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao
sistema sindical.
Art. 241. Aos delegados de polícia de carreira aplica-se o princípio do art.
39, § 1º, correspondente às carreiras disciplinadas no art. 135 desta Consti-
tuição.
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios discipli-
narão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação en-
tre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos,
bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e
bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educa-
cionais oficiais criadas por lei estadual ou municipal e existentes na data da
promulgação desta Constituição, que não sejam total ou preponderantemen-
te mantidas com recursos públicos.
§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das
diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.
§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será man-
tido na órbita federal.

230
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas


culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas
e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de
produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao pro-
prietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado
e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no trata-
mento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades
de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas
substâncias.
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País
onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a explora-
ção de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à re-
forma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização
ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado,
no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 81, de 2014)
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração
de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com desti-
nação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 81, de 2014)
Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de
uso público e dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes a fim
de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme
o disposto no art. 227, § 2º.
Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o Poder
Público dará assistência aos herdeiros e dependentes carentes de pessoas

231
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do autor


do ilícito.
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de
artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda
promulgada a partir de 1995. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 6, de
1995)
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de
artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda
promulgada a partir de 1995. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 7, de
1995)
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de
artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda
promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda,
inclusive. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º do art.
169 estabelecerão critérios e garantias especiais para a perda do cargo pelo
servidor público estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo
efetivo, desenvolva atividades exclusivas de Estado. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do
cargo somente ocorrerá mediante processo administrativo em que lhe sejam
assegurados o contraditório e a ampla defesa. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 19, de 1998)
Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão responsável
pelo regime geral de previdência social, ainda que à conta do Tesouro Nacio-
nal, e os não sujeitos ao limite máximo de valor fixado para os benefícios con-
cedidos por esse regime observarão os limites fixados no art. 37, XI. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de
proventos de aposentadoria e pensões concedidas aos respectivos servido-

232
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

res e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão constituir fundos
integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos
e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e
administração desses fundos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de
1998)
Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos
benefícios concedidos pelo regime geral de previdência social, em adição aos
recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por
bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a
natureza e administração desse fundo. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
Brasília, 5 de outubro de 1988.

233
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

Mensagem de veto
(Vide Decreto n. 99.658, de 1990)
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
(Vide Decreto n. 1.054, de 1994)
Constituição Federal, institui normas
(Vide Decreto n. 7.174, de 2010)
para licitações e contratos da Adminis-
(Vide Medida Provisória n. 544, de 2011)
tração Pública e dá outras providências.
(Vide Lei n. 12.598, de 2012)
(Vide Lei n. 13.800, de 2019)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I
Dos Princípios

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos


administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, com-
pras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos
da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contra-
tadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressal-
vadas as hipóteses previstas nesta Lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qual-
quer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particu-
lares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio consti-
tucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administra-
ção e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada
e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei n. 12.349, de
2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º É vedado aos agentes públicos:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas
ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter com-
petitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam pre-
ferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para
o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste
artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada
pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pa-
gamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências interna-
cionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei no
8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será asse-
gurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I – (Revogado pela Lei n. 12.349, de 2010)

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II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento
de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público
os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
respectiva abertura.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de
preferência para: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que compro-
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com de-
ficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será estabelecida com
base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco)
anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011) (Vide Decreto n. 7.709, de 2012) (Vide De-
creto n. 7.713, de 2012) (Vide Decreto n. 7.756, de 2012)
I – geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
(Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010)

236
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IV – custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei n. 12.349,


de 2010)
V – em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser esta-
belecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º. (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos
ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo
Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante
de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados
e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos
bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja in-
ferior: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
I – à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei n.
12.349, de 2010)
II – ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei,
quando for o caso. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º poderá ser estendi-
da, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes
do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras
poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que
o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da adminis-
tração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico,
medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a con-

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dições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma esta-


belecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aper-
feiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, consi-
derados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos
de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de
11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de
empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12
deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma
delas. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de lici-
tação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela
Lei Complementar n. 147, de 2014)
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais
preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produ-
tos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou
entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel obser-
vância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer
cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo
a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza
ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Admi-
nistração Pública.

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Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão


como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto
no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamen-
to das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização
de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia
justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos
por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será
feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamen-
tárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de des-
pesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art.
24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados
no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (In-
cluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o trata-
mento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno
porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)

Seção II
Das Definições

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:


I – Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou amplia-
ção, realizada por execução direta ou indireta;

239
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II – Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de


interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação,
montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, trans-
porte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
III – Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de
uma só vez ou parceladamente;
IV – Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;
V – Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor esti-
mado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea
“c” do inciso I do art. 23 desta Lei;
VI – Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obri-
gações assumidas por empresas em licitações e contratos;
VII – Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Adminis-
tração, pelos próprios meios;
VIII – Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros
sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua
integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e insta-
lações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua en-
trega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os
requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança
estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades
para que foi contratada;

240
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IX – Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com


nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo
de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações
dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que pos-
sibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de
execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global
da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as
fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipa-
mentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os
melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter compe-
titivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos cons-
trutivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem
frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, com-
preendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quan-
titativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
X – Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes
à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
XI – Administração Pública - a administração direta e indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as
entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

241
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XII – Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual


a Administração Pública opera e atua concretamente;
XIII – Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração
Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
XV – Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a
Administração Pública;
XVI – Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Admi-
nistração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e
procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
XVII – produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, pro-
duzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou
com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluí-
do pela Lei n. 12.349, de 2010)
XVIII – serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições esta-
belecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
XIX – sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos
- bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja desconti-
nuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam
pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas:
disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
XX – produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, servi-
ços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica,
desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em
projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluído pela Lei
n. 13.243, de 2016)

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Seção III
Das Obras e Serviços

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços


obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:
I – projeto básico;
II – projeto executivo;
III – execução das obras e serviços.
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da con-
clusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às
etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desen-
volvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que
também autorizado pela Administração.
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I – houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponí-
vel para exame dos interessados em participar do processo licitatório;
II – existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composi-
ção de todos os seus custos unitários;
III – houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o paga-
mento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas
no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
IV – o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabeleci-
das no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quan-
do for o caso.
§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos finan-
ceiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos
de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão,
nos termos da legislação específica.
§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento
de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

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§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços


sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas,
salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o for-
necimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração
contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos
ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 7º Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins
de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obriga-
ções de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do
respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabeleci-
dos obrigatoriamente no ato convocatório.
§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quanti-
tativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.
§ 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos
de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre,
em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os pra-
zos de sua execução.
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra
ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua
execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem
técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se re-
fere o art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da
execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I – o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração
do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente,
gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital
com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;

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III – servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsá-


vel pela licitação.
§ 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que
se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na exe-
cução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou
gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.
§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra
ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do con-
tratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.
§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo,
a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica,
financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e
o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se
os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão
de licitação.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – execução direta;
II – execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa;
e) empreitada integral.
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos
padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-pa-
drão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas
do empreendimento.

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Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços


serão considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – segurança;
II – funcionalidade e adequação ao interesse público;
III – economia na execução, conservação e operação;
IV – possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tecnologia e
matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;
V – facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da du-
rabilidade da obra ou do serviço;
VI – adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho
adequadas; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
VII – impacto ambiental.

Seção IV
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissio-
nais especializados os trabalhos relativos a:
I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II – pareceres, perícias e avaliações em geral;
III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tribu-
tárias; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos
para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão,
preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com
estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

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§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber,


o disposto no art. 111 desta Lei.
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apre-
sente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório
ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação,
ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e di-
retamente os serviços objeto do contrato.

Seção V
Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de


seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob
pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regulamento) (Re-
gulamento) (Regulamento) (Vigência)
I – atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II – ser processadas através de sistema de registro de preços;
III – submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às
do setor privado;
IV – ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para apro-
veitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V – balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades
da Administração Pública.
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orienta-
ção da Administração, na imprensa oficial.
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto,
atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:

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I – seleção feita mediante concorrência;


II – estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços
registrados;
III – validade do registro não superior a um ano.
§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar
as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado
ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.
§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando
possível, deverá ser informatizado.
§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante
do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente
no mercado.
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
I – a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;
II – a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em
função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sem-
pre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;
III – as condições de guarda e armazenamento que não permitam a dete-
rioração do material.
§ 8º O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no
art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação
oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as
compras feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar
a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida,
o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por
itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dis-
pensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei n.
8.883, de 1994)

Seção VI
Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de lici-
tação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto
nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei n. 11.952, de 2009)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do in-
ciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer
esfera de governo; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou en-
tidades da administração pública; (Redação dada pela Lei n. 11.481, de 2007)

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g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei


no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos
órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atri-
buição; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âm-
bito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados)
e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (In-
cluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de ter-
ras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite
de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para
fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação
dada pela Lei n. 13.465, 2017)
II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispen-
sada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relati-
vamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Ad-
ministração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades
da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

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§ 1º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I deste artigo,


cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio
da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou
de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso desti-
nar-se: (Redação dada pela Lei n. 11.196, de 2005)
I – a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja
a localização do imóvel; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normati-
vo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultu-
ra, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural, observado
o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de
2009; (Redação dada pela Lei n. 13.465, 2017)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispensadas de autorização
legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação
dada pela Lei n. 11.952, de 2009)
I – aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular
seja comprovadamente anterior a 5 de maio de 2014; (Redação dada pela
Medida Provisória n. 910, de 2019)
II – submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e
administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas;
(Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
III – vedação de concessões para hipóteses de exploração não contempla-
das na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas
legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído
pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notifica-
ção, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse
social. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: (Incluído pela Lei n.
11.196, de 2005)

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I – só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação,


impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agrope-
cuárias; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – fica limitada às áreas de até dois mil e quinhentos hectares, vedada a
dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela
Medida Provisória n. 910, de 2019)
III – pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura
prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no
inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.763, de 2008)
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada
pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanes-
cente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável
isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não
ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” do
inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao
Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos ur-
banos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na
fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens rever-
síveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obri-
gatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão,
sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse
público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite ofere-
cer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais
obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doa-
dor. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em


quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b” desta Lei,
a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habili-
tação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente
a 5% (cinco por cento) da avaliação.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I – avaliação dos bens alienáveis;
II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrên-
cia ou leilão. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

Capítulo II
Da Licitação

Seção I
Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição


interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de in-
teressados residentes ou sediados em outros locais.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências,
das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no
local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no
mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão


ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de
obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
por instituições federais; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração
Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
III – em sítio eletrônico oficial do respectivo ente federativo, facultado aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, alternativamente, a utilização
de sítio eletrônico oficial da União, conforme regulamento do Poder Executivo
federal. (Redação dada pela Medida Provisória n. 896, de 2019)
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados po-
derão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do
evento será:
I – quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concurso; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime
de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – trinta dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso ante-
rior; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na
alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir


da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda
da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevale-
cendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que
se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
Art. 22. São modalidades de licitação:
I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;
IV – concurso;
V – leilão.
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo perti-
nente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apro-
priado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadas-
trados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (qua-
renta e cinco) dias.

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§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos le-
galmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor
da avaliação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três)
possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico
ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado,
enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigi-
dos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente jus-
tificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combina-
ção das referidas neste artigo.
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a administração somente
poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts.
27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação,
nos termos do edital. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do
artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo
em vista o valor estimado da contratação:
I – para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei n. 9.648,
de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)

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c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil


reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior: (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei
n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-
ais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-
ais). (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economi-
camente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveita-
mento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade
sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas
nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da
obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada
a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja
o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressal-
vado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites
deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de ca-
dastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver forne-
cedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a


tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
§ 5º É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “tomada de preços”,
conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para
obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser reali-
zadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores
caracterizar o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente,
nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que
possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa da-
quela do executor da obra ou serviço. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º As organizações industriais da Administração Federal direta, em face
de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I des-
te artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a
aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou
fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja preju-
ízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior
à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, poden-
do o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores
mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da
Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela Lei
n. 11.107, de 2005)
Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento)
do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não
se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e
serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)

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II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do
limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações,
nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada
de uma só vez; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando carac-
terizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários
ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de
obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento
e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emer-
gência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justifi-
cadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, man-
tidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular
preços ou normalizar o abastecimento;
VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifesta-
mente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis
com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o
parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a
adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante
do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de
bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em
data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compa-
tível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança na-


cional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvi-
do o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)
X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e
localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível
com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,
em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de clas-
sificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis,
no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspon-
dentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou es-
tatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional,
ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a con-
tratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins
lucrativos; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo inter-
nacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições
ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos,
de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalida-
des do órgão ou entidade.

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XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados


de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para pres-
tação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno,
por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para
esse fim específico; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou
estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando
tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento
de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslo-
camento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos
ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação ope-
racional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu
valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
Lei: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com
exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver neces-
sidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão institu-
ída por decreto; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XX – na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem
fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Ad-
mininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão
de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desen-


volvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vin-
te por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art.
23; (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica
e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as
normas da legislação específica; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de
economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou
alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei n.
9.648, de 1998)
XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de go-
verno, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica -
ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o
licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Inclu-
ído pela Lei n. 10.973, de 2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou
com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços pú-
blicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio
público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de re-
síduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder
público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)

262
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XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou presta-


dos no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica
e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada
pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei n. 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos
contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em ope-
rações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à
escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.
(Incluído pela Lei n. 11.783, de 2008).
XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada,
com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência téc-
nica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica
e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por
lei federal. (Incluído pela Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados
os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei n.
12.349, de 2010)
XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de pro-
dutos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no
8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção
nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante
as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
XXXIII – na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água
para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias
rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído
pela Lei n. 12.873, de 2013)

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XXXIV – para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno


de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por funda-
ção que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão
da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de
ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecno-
lógico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira
necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saú-
de – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada
para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela
Lei n. 13.204, de 2015)
XXXV – para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de
estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente
risco à segurança pública. (Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo se-
rão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por
consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por au-
tarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
(Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a admi-
nistração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica
aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no
âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em
ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando apli-
cada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais ins-
tituídos em regulamentação específica. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à hi-
pótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)

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Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competi-


ção, em especial:
I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,
vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do lo-
cal em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Fe-
deração ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta
Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especia-
lização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, direta-
mente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior,
estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe téc-
nica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir
que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena
satisfação do objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se
comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causa-
do à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente pú-
blico responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III
e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo
único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à
autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no pra-
zo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada
pela Lei n. 11.107, de 2005)

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Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de re-


tardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os
seguintes elementos:
I – caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e imi-
nente risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso;
(Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
II – razão da escolha do fornecedor ou executante;
III – justificativa do preço.
IV – documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens
serão alocados. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

Seção II
Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, ex-
clusivamente, documentação relativa a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
III – qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei n. 12.440,
de 2011) (Vigência)
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição
Federal. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso,
consistirá em:
I – cédula de identidade;
II – registro comercial, no caso de empresa individual;
III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente
registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades
por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

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IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompa-


nhada de prova de diretoria em exercício;
V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estran-
geira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcio-
namento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista,
conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei n. 12.440, de
2011) (Vigência)
I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro
Geral de Contribuintes (CGC);
II – prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal,
se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo
de atividade e compatível com o objeto contratual;
III – prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Muni-
cipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV – prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no
cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Tra-
balho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-
-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,
de 1º de maio de 1943. (Incluído pela Lei n. 12.440, de 2011) (Vigência)
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I – registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente
e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da lici-
tação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico
adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como
da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsa-
bilizará pelos trabalhos;

267
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III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os docu-


mentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações
e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando
for o caso.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do caput deste artigo,
no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados
fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente
registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências
a: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir
em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, pro-
fissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade
competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução
de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusi-
vamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da
licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, men-
cionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões
ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e
operacional equivalente ou superior.
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão,
quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurí-
dica de direito público ou privado.

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§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com


limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer
outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,
equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresenta-
ção de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as
penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta comple-
xidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de
execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sem-
pre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que
envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a
execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continui-
dade da prestação de serviços públicos essenciais.
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação
da capacitação técnico-operacional de que trata o inciso I do § 1º deste arti-
go deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a
substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde
que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira
limitar-se-á a:

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I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício


social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa
situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes
ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando
encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
II – certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor
da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicí-
lio da pessoa física;
III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput e §
1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do
objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir
caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos
de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de
obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licita-
ção, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda
as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito
de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o
parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor esti-
mado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data
da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para
esta data através de índices oficiais.
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos
pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção
de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido
atualizado e sua capacidade de rotação.

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§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de


forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e
devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha
dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não
usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente
ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresen-
tados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório
competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da im-
prensa oficial. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser
dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, forneci-
mento de bens para pronta entrega e leilão.
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36
substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações
disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital,
obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de
fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por re-
gistro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no
edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quan-
to possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos pa-
rágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos
respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter
representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e
responder administrativa ou judicialmente.

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§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio


recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento
do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados
ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.
§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art.
55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e servi-
ços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por
organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência
estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa es-
trangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior,
desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder
Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por uni-
dades administrativas com sede no exterior.
§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá
ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a con-
tratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta
entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23.
(Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em
consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I – comprovação do compromisso público ou particular de constituição de
consórcio, subscrito pelos consorciados;
II – indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender
às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
III – apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei
por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação téc-
nica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de
qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consor-
ciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração
estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento)

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dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para
os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas
assim definidas em lei;
IV – impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma
licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;
V – responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em
consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança ca-
berá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso
II deste artigo.
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso
referido no inciso I deste artigo.

Seção III
Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração


Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais
para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo,
um ano. (Regulamento)
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá
estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por
ele responsável a proceder, com periodicidade mínima anual, por meio da
imprensa oficial e de sítio eletrônico oficial, a chamamento público para a
atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
(Redação dada pela Medida Provisória n. 896, de 2019)
§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros
cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

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Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qual-


quer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação
das exigências do art. 27 desta Lei.
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista
sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e
econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relaciona-
da nos arts. 30 e 31 desta Lei.
§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atua-
lizarem o registro.
§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será
anotada no respectivo registro cadastral.
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o
registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei,
ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Seção IV
Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de pro-


cesso administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, con-
tendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21
desta Lei, ou da entrega do convite;
III – ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrati-
vo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
IV – original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V – atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI – pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa
ou inexigibilidade;
VII – atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

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VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas


manifestações e decisões;
IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o
caso, fundamentado circunstanciadamente;
X – termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI – outros comprovantes de publicações;
XII – demais documentos relativos à licitação.
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos con-
tratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e
aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um con-
junto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes
o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório
será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela
autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis
da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência
mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios pre-
vistos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as
informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações si-
multâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para in-
tervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que,
também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior
a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação ante-
cedente. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anu-
al, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o lo-
cal, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para
início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

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I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;


II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instru-
mentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para
entrega do objeto da licitação;
III – sanções para o caso de inadimplemento;
IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de
licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI – condições para participação na licitação, em conformidade com os
arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII – critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à
distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos
relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessá-
rias ao cumprimento de seu objeto;
IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e
estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços
mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo
de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XII – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução
de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das
demais parcelas, etapas ou tarefas;

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XIV – condições de pagamento, prevendo:


a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data
final do período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com
a disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a
data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo
pagamento; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e des-
contos, por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas
e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de lici-
tação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação
e fornecimento aos interessados.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,
especificações e outros complementos;
II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante
vencedor;
IV – as especificações complementares e as normas de execução perti-
nentes à licitação.

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§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento


da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entre-
ga do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual
a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com
prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da pro-
posta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do inciso XIV deste
artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimple-
mento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias.
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a con-
tratação de serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua
mão de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade
de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento.
(Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do
edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação
por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5
(cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de ha-
bilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até
3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação peran-
te a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que an-
teceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura
dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso,
ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edi-
tal, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá


de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a
ela pertinente.
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de partici-
par das fases subsequentes.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajus-
tar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às
exigências dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado
em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em
moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior
à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes
àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por
licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames consequentes dos mes-
mos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à
operação final de venda.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de
bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de
agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral
de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as
condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados inter-
nacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e pro-
cedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da
proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar,
além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para
a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com

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o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do


órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imedia-
tamente superior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local
de destino.
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos se-
guintes procedimentos:
I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilita-
ção dos concorrentes, e sua apreciação;
II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, con-
tendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após
sua denegação;
III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habi-
litados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha
havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do
edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados
por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de re-
gistro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de
julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes
ou incompatíveis;
V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de
avaliação constantes do edital;
VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adju-
dicação do objeto da licitação.
§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação
e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado,
do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
pela Comissão.

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§ 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes


presentes e pela Comissão.
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da
licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar
a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou infor-
mação que deveria constar originariamente da proposta.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao
concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II)
e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo re-
lacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só
conhecidos após o julgamento.
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo
por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em considera-
ção os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem
contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso,
secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o
princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edi-
tal ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido,
nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários
simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insu-
mos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o
ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto
quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio lici-
tante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que


incluam mão de obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão
de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os
tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório
e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a pos-
sibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na
modalidade concurso: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais
vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que
apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite
e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou con-
cessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o
disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamen-
te, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convoca-
dos, vedado qualquer outro processo.
§ 3º No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os licitantes consi-
derados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços
propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério pre-
visto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração
observará o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991,
levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando

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obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego


de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas pro-
postas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na
licitação. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão
utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente in-
telectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, super-
visão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular,
para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e exe-
cutivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o seguinte pro-
cedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará
o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:
I – serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusiva-
mente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e clas-
sificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequa-
dos ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento
convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente,
a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,
tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualifi-
cação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
II – uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura
das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mí-
nima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições
propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos

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detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como refe-


rência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes
que obtiveram a valorização mínima;
III – no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico
será adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de
classificação, até a consecução de acordo para a contratação;
IV – as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que
não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização
mínima estabelecida para a proposta técnica.
§ 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adicionalmente
ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente expli-
citado no instrumento convocatório:
I – será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acor-
do com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;
II – a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média pon-
derada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os
pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo pode-
rão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circuns-
tanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato
convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação
de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia niti-
damente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas
de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir
soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significati-
vas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concreta-
mente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitan-
tes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for
adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Admi-
nistração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os ele-
mentos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas
propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.
Art. 48. Serão desclassificadas:
I – as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório
da licitação;
II – propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com
preços manifestamente inexequiveis, assim considerados aqueles que não
venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que
comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que
os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto
do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convoca-
tório da licitação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-
-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para
obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cin-
quenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor
global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que
se referem as alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assinatura do contrato,
prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do
art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o
valor da correspondente proposta. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

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§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas


forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo
de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso
de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei n.
9.648, de 1998)
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento so-
mente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente
de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por pro-
vocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não
gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
59 desta Lei.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado
o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do pro-
cedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição
da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao pro-
cedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua
alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por
comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo
pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

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§ 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas


pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal dis-
ponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela au-
toridade competente.
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro ca-
dastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legal-
mente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente
por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual di-
vergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na
reunião em que tiver sido tomada a decisão.
§ 4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excede-
rá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a
mesma comissão no período subsequente.
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão espe-
cial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento
da matéria em exame, servidores públicos ou não.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser
precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local
indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração
a executá-lo quando julgar conveniente.
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor desig-
nado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração
para fixação do preço mínimo de arrematação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabe-


lecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da
respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arre-
matante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado
no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o
valor já recolhido.
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser
feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no
município em que se realizará. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

CAPÍTULO III
DOS CONTRATOS

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se


pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições
de direito privado.
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições
para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obri-
gações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da
licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação
devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos;
II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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III – o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e pe-


riodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária
entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV – os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega,
de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica;
VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas;
VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabí-
veis e os valores das multas;
VIII – os casos de rescisão;
IX – o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X – as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conver-
são, quando for o caso;
XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos
casos omissos;
XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas
físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá
constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no
§ 6º do art. 32 desta Lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comu-


nicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da
União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o
disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que
prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garan-
tia nas contratações de obras, serviços e compras.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de
garantia: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter
sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centra-
lizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e
avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério
da Fazenda; (Redação dada pela Lei n. 11.079, de 2004)
II – seguro-garantia; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – fiança bancária. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 8.6.94)
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco
por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas con-
dições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta
complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados atra-
vés de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite
de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez
por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após
a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Ad-
ministração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia
deverá ser acrescido o valor desses bens.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vi-
gência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabele-
cidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interes-
se da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II – à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administra-
ção, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informá-
tica, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito)
meses após o início da vigência do contrato.
V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,
cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso
haja interesse da administração. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegu-
rada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra
algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade
das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de
trabalho por ordem e no interesse da Administração;
IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos
limites permitidos por esta Lei;
V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reco-
nhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

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Inspetor de Polícia

VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclu-


sive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedi-
mento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções
legais aplicáveis aos responsáveis.
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previa-
mente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autoriza-
ção da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo
poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por
esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III – fiscalizar-lhes a execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos admi-
nistrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-fi-
nanceiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equi-
líbrio contratual.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retro-
ativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.

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Inspetor de Polícia

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de inde-


nizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for
declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não
lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção II
Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições


interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime
de adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o dispos-
to no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrên-
cia e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licita-

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ção, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por


outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convo-
catório da licitação.
§ 2º Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “autorização
de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas
gerais, no que couber:
I – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominan-
temente, por norma de direito privado;
II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de
serviço público.
§ 4º É dispensável o “termo de contrato” e facultada a substituição pre-
vista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu
valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiri-
dos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do
contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obten-
ção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assi-
nar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro
do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contrata-
ção, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

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§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o ter-


mo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de confor-
midade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da
cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem
convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromis-
sos assumidos.

Seção III
Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para
melhor adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei;
II – por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica
da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por impo-
sição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado,
vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro
fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço;

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d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre


os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa re-
muneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, re-
tardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratu-
ais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou com-
pras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato,
e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite
de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabele-
cidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários
para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado
já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes de-
verão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regular-
mente comprovados.
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos,
bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data
da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contra-
tados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.

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§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encar-


gos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o
equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7º (VETADO)
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de pre-
ços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penali-
zações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas,
bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite
do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser
registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV
Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acor-
do com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma
pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do
§ 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução
do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência
ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibilida-
de previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos re-
quisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído
pela Lei n. 13.146, de 2015)
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por um representante da Administração especialmente designado, permitida
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações perti-
nentes a essa atribuição.

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§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas


as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que
for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do re-
presentante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a
adoção das medidas convenientes.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração,
no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em
que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou
de materiais empregados.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previ-
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos traba-
lhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a respon-
sabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei n. 9.032, de 1995)
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado
pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos ter-
mos do art. 31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela
Lei n. 9.032, de 1995)
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das respon-
sabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço
ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

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Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:


I – em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fisca-
lização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15
(quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
II – em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade
do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do mate-
rial e consequente aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimen-
to far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade
civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional
pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei
ou pelo contrato.
§ 3º O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo não po-
derá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devida-
mente justificados e previstos no edital.
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se
refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro
dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à
Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I – gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II – serviços profissionais;

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III – obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea
“a”, desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito me-
diante recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite
ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas
técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta
do contratado.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão,


com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos
ou prazos;
II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,
projetos e prazos;
III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar
a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos
prazos estipulados;
IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V – a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa
e prévia comunicação à Administração;
VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do con-
tratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a
fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

300
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade de-


signada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de
seus superiores;
VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na
forma do § 1º do art. 67 desta Lei;
IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa
a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo
a que se refere o contrato;
XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;
XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração,
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repe-
tidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pa-
gamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente im-
previstas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao
contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;

301
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto


para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem
como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente com-
provada, impeditiva da execução do contrato.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo
das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente mo-
tivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo
da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III – judicial, nos termos da legislação;
IV – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de auto-
rização escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I – devolução de garantia;
II – pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III – pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cro-
nograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as


seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
II – ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuida-
de, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III – execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administra-
ção, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos preju-
ízos causados à Administração.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica
a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço
por execução direta ou indireta.
§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado,
manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades
de serviços essenciais.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Esta-
dual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Ad-
ministração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

Capítulo IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato,


aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido
pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumi-
da, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes con-
vocados nos termos do art. 64, § 2º desta Lei, que não aceitarem a contra-
tação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive
quanto ao prazo e preço.
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo
com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação su-
jeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem
prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados,
sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções pe-
nais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que
exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou
emprego público.
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exer-
ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas,
além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as
demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.
§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores
dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de
função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade
controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos
contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e res-
pectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, funda-
ções públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

304
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Seção II
Das Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o


contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório
ou no contrato.
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração
rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas
nesta Lei.
§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descon-
tada da garantia do respectivo contratado.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além
da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será des-
contada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ain-
da, quando for o caso, cobrada judicialmente.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração po-
derá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III – suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis-
tração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição
ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso anterior.
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada,
além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou
cobrada judicialmente.

305
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser


aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interes-
sado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência ex-
clusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme
o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após
2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior po-
derão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão
dos contratos regidos por esta Lei:
I – tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolo-
sos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II – tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
III – demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Adminis-
tração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção III
Dos Crimes e das Penas

Art. 89. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)


Art. 90. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 91. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 92. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 93. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 94. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 95. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 96. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 97. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 98. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 99. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)

306
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Seção IV
Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)


Art. 101. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 102. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 103. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 104. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 105. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 106. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 107. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 108. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)

Capítulo V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I – recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato
ou da lavratura da ata, nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua altera-
ção ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
II – representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da de-
cisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba
recurso hierárquico;

307
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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III – pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Se-


cretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4º do art.
87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”,
deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso
III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos
previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no
ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação
direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2º O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo terá
efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e pre-
sentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia sus-
pensiva aos demais recursos.
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que po-
derão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que
praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5
(cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informa-
do, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco)
dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsidera-
ção se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista fran-
queada ao interessado.
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de “carta con-
vite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3º deste artigo
serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o


dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias conse-
cutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo
em dia de expediente no órgão ou na entidade.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber
projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos
patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com
o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter
tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o forneci-
mento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinen-
tes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de
qualquer natureza e aplicação da obra.
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade
pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, res-
ponder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do
edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades
dos entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e
da execução do contrato. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais
instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas compe-
tente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da
Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade
da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do siste-
ma de controle interno nela previsto.

309
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§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá


representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de
controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do
disposto neste artigo.
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de contro-
le interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior
à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção
de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem
determinadas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de
licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação
recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante
proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei rela-
tivas à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à
analise da documentação.
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas
aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licita-
ções, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da
autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos con-
vênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por
órgãos e entidades da Administração.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades
da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano
de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no
mínimo, as seguintes informações:
I – identificação do objeto a ser executado;

310
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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II – metas a serem atingidas;


III – etapas ou fases de execução;
IV – plano de aplicação dos recursos financeiros;
V – cronograma de desembolso;
VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclu-
são das etapas ou fases programadas;
VII – se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, compro-
vação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto
estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento
recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do
mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com
o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas
ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes:
I – quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da
parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive
mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela
entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente
do sistema de controle interno da Administração Pública;
II – quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atra-
sos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, prá-
ticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas
contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadim-
plemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
III – quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras aponta-
das pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo
sistema de controle interno.
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoria-
mente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial

311
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se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de


aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada
em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em
prazos menores que um mês.
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão
obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusiva-
mente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo espe-
cífico que integrará as prestações de contas do ajuste.
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio,
acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os prove-
nientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão de-
volvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável
de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de
contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do
órgão ou entidade titular dos recursos.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos ór-
gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se
pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da
administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e con-
tratos ao disposto nesta Lei.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações pú-
blicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e
pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios
devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito
da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior
a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades,
deverão ser publicados na imprensa oficial.

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Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos
pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União,
observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no
período. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e
aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto
no art. 57, nos parágrafos 1º, 2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78,
bem assim o disposto no caput do art. 5º, com relação ao pagamento das
obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de
noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obriga-
ções relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de
21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União
continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de
setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de cré-
dito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do
Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se
esta Lei, no que couber.
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento
licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as reparti-
ções sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios
básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica.
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou con-
cessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a
legislação específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2º do art.
7º serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução

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prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Admi-
nistração Pública concedente. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumera-
do por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os De-
cretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de
1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro
de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renume-
rado por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência e 105º da República.

ITAMAR FRANCO
Rubens Ricupero
Romildo Canhim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993 e republicado


em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994

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LEI N. 14.133, DE 1 DE ABRIL DE 2021


Mensagem de veto
Lei de Licitações e Contratos Administrativos.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DESTA LEI

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contratação para


as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e abrange:
I – os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e
do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos Municípios, quando
no desempenho de função administrativa;
II – os fundos especiais e as demais entidades controladas direta ou indi-
retamente pela Administração Pública.
§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as sociedades
de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei n. 13.303, de 30
de junho de 2016, ressalvado o disposto no art. 178 desta Lei.
§ 2º As contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sedia-
das no exterior obedecerão às peculiaridades locais e aos princípios básicos
estabelecidos nesta Lei, na forma de regulamentação específica a ser editada
por ministro de Estado.
§ 3º Nas licitações e contratações que envolvam recursos provenientes de
empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira
ou de organismo financeiro de que o Brasil seja parte, podem ser admitidas:

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I – condições decorrentes de acordos internacionais aprovados pelo Con-


gresso Nacional e ratificados pelo Presidente da República;
II – condições peculiares à seleção e à contratação constantes de normas
e procedimentos das agências ou dos organismos, desde que:
a) sejam exigidas para a obtenção do empréstimo ou doação;
b) não conflitem com os princípios constitucionais em vigor;
c) sejam indicadas no respectivo contrato de empréstimo ou doação e
tenham sido objeto de parecer favorável do órgão jurídico do contratante do
financiamento previamente à celebração do referido contrato;
d) (VETADO).
§ 4º A documentação encaminhada ao Senado Federal para autorização
do empréstimo de que trata o § 3º deste artigo deverá fazer referência às
condições contratuais que incidam na hipótese do referido parágrafo.
§ 5º As contratações relativas à gestão, direta e indireta, das reservas
internacionais do País, inclusive as de serviços conexos ou acessórios a essa
atividade, serão disciplinadas em ato normativo próprio do Banco Central do
Brasil, assegurada a observância dos princípios estabelecidos no caput do art.
37 da Constituição Federal.
Art. 2º Esta Lei aplica-se a:
I – alienação e concessão de direito real de uso de bens;
II – compra, inclusive por encomenda;
III – locação;
IV – concessão e permissão de uso de bens públicos;
V – prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais especializados;
VI – obras e serviços de arquitetura e engenharia;
VII – contratações de tecnologia da informação e de comunicação.
Art. 3º Não se subordinam ao regime desta Lei:
I – contratos que tenham por objeto operação de crédito, interno ou exter-
no, e gestão de dívida pública, incluídas as contratações de agente financeiro
e a concessão de garantia relacionadas a esses contratos;

316
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II – contratações sujeitas a normas previstas em legislação própria.


Art. 4º Aplicam-se às licitações e contratos disciplinados por esta Lei as
disposições constantes dos arts. 42 a 49 da Lei Complementar n. 123, de 14
de dezembro de 2006.
§ 1º As disposições a que se refere o caput deste artigo não são aplicadas:
I – no caso de licitação para aquisição de bens ou contratação de serviços
em geral, ao item cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima
admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte;
II – no caso de contratação de obras e serviços de engenharia, às licita-
ções cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima admitida para
fins de enquadramento como empresa de pequeno porte.
§ 2º A obtenção de benefícios a que se refere o caput deste artigo fica
limitada às microempresas e às empresas de pequeno porte que, no ano-
-calendário de realização da licitação, ainda não tenham celebrado contratos
com a Administração Pública cujos valores somados extrapolem a receita bru-
ta máxima admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno
porte, devendo o órgão ou entidade exigir do licitante declaração de obser-
vância desse limite na licitação.
§ 3º Nas contratações com prazo de vigência superior a 1 (um) ano, será
considerado o valor anual do contrato na aplicação dos limites previstos nos
§§ 1º e 2º deste artigo.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS

Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da lega-


lidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do
interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do planejamen-
to, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação,
da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da
razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da

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economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as


disposições do Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Intro-
dução às Normas do Direito Brasileiro).

CAPÍTULO III
DAS DEFINIÇÕES

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


I – órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Administra-
ção Pública;
II – entidade: unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III – Administração Pública: administração direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive as entidades com per-
sonalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e as fun-
dações por ele instituídas ou mantidas;
IV – Administração: órgão ou entidade por meio do qual a Administração
Pública atua;
V – agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, de-
signação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica integrante da
Administração Pública;
VI – autoridade: agente público dotado de poder de decisão;
VII – contratante: pessoa jurídica integrante da Administração Pública
responsável pela contratação;
VIII – contratado: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurí-
dicas, signatária de contrato com a Administração;
IX – licitante: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas,
que participa ou manifesta a intenção de participar de processo licitatório,
sendo-lhe equiparável, para os fins desta Lei, o fornecedor ou o prestador de
serviço que, em atendimento à solicitação da Administração, oferece proposta;

318
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X – compra: aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só


vez ou parceladamente, considerada imediata aquela com prazo de entrega
de até 30 (trinta) dias da ordem de fornecimento;
XI – serviço: atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter de-
terminada utilidade, intelectual ou material, de interesse da Administração;
XII – obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como privativa
das profissões de arquiteto e engenheiro que implica intervenção no meio
ambiente por meio de um conjunto harmônico de ações que, agregadas, for-
mam um todo que inova o espaço físico da natureza ou acarreta alteração
substancial das características originais de bem imóvel;
XIII – bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de desempenho e
qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de espe-
cificações usuais de mercado;
XIV – bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta heterogenei-
dade ou complexidade, não podem ser descritos na forma do inciso XIII
do caput deste artigo, exigida justificativa prévia do contratante;
XV – serviços e fornecimentos contínuos: serviços contratados e compras
realizadas pela Administração Pública para a manutenção da atividade admi-
nistrativa, decorrentes de necessidades permanentes ou prolongadas;
XVI – serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de
obra: aqueles cujo modelo de execução contratual exige, entre outros requi-
sitos, que:
a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas dependências do
contratante para a prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e materiais disponí-
veis de uma contratação para execução simultânea de outros contratos;
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto à dis-
tribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alocados aos seus
contratos;

319
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XVII – serviços não contínuos ou contratados por escopo: aqueles que im-
põem ao contratado o dever de realizar a prestação de um serviço específico
em período predeterminado, podendo ser prorrogado, desde que justificada-
mente, pelo prazo necessário à conclusão do objeto;
XVIII – serviços técnicos especializados de natureza predominantemente
intelectual: aqueles realizados em trabalhos relativos a:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e tributárias;
d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de cam-
po e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros especí-
ficos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se
enquadrem na definição deste inciso;
XIX – notória especialização: qualidade de profissional ou de empresa cujo
conceito, no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho ante-
rior, estudos, experiência, publicações, organização, aparelhamento, equipe
técnica ou outros requisitos relacionados com suas atividades, permite inferir
que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfa-
ção do objeto do contrato;
XX – estudo técnico preliminar: documento constitutivo da primeira eta-
pa do planejamento de uma contratação que caracteriza o interesse público
envolvido e a sua melhor solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de re-
ferência ou ao projeto básico a serem elaborados caso se conclua pela viabi-
lidade da contratação;
XXI – serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de atividades
destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou material, de interes-

320
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se para a Administração e que, não enquadradas no conceito de obra a que


se refere o inciso XII do caput deste artigo, são estabelecidas, por força de
lei, como privativas das profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos
especializados, que compreendem:
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia que tem
por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos de desempenho e
qualidade, de manutenção, de adequação e de adaptação de bens móveis e
imóveis, com preservação das características originais dos bens;
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta heterogenei-
dade ou complexidade, não pode se enquadrar na definição constante da
alínea “a” deste inciso;
XXII – obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles cujo valor
estimado supera R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais);
XXIII  – termo de referência: documento necessário para a contratação
de bens e serviços, que deve conter os seguintes parâmetros e elementos
descritivos:
a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, o prazo do
contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua prorrogação;
b) fundamentação da contratação, que consiste na referência aos estu-
dos técnicos preliminares correspondentes ou, quando não for possível di-
vulgar esses estudos, no extrato das partes que não contiverem informações
sigilosas;
c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo de vida
do objeto;
d) requisitos da contratação;
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de como o
contrato deverá produzir os resultados pretendidos desde o seu início até o
seu encerramento;
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução do objeto
será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou entidade;

321
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g) critérios de medição e de pagamento;


h) forma e critérios de seleção do fornecedor;
i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços unitários
referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte,
com os parâmetros utilizados para a obtenção dos preços e para os respecti-
vos cálculos, que devem constar de documento separado e classificado;
j) adequação orçamentária;
XXIV  – anteprojeto: peça técnica com todos os subsídios necessários
à elaboração do projeto básico, que deve conter, no mínimo, os seguintes
elementos:
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades, avaliação
de demanda do público-alvo, motivação técnico-econômico-social do empre-
endimento, visão global dos investimentos e definições relacionadas ao nível
de serviço desejado;
b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade;
c) prazo de entrega;
d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou projeto da
área de influência, quando cabível;
e) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia na utili-
zação, de facilidade na execução, de impacto ambiental e de acessibilidade;
f) proposta de concepção da obra ou do serviço de engenharia;
g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram a concep-
ção proposta;
h) levantamento topográfico e cadastral;
i) pareceres de sondagem;
j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos componentes
construtivos e dos materiais de construção, de forma a estabelecer padrões
mínimos para a contratação;
XXV  – projeto básico: conjunto de elementos necessários e suficientes,
com nível de precisão adequado para definir e dimensionar a obra ou o ser-

322
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viço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado


com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure a
viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do em-
preendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos
métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e ensaios geo-
técnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos socioambientais e demais
dados e levantamentos necessários para execução da solução escolhida;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de
forma a evitar, por ocasião da elaboração do projeto executivo e da realização
das obras e montagem, a necessidade de reformulações ou variantes quanto
à qualidade, ao preço e ao prazo inicialmente definidos;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais e equi-
pamentos a incorporar à obra, bem como das suas especificações, de modo
a assegurar os melhores resultados para o empreendimento e a segurança
executiva na utilização do objeto, para os fins a que se destina, considerados
os riscos e os perigos identificáveis, sem frustrar o caráter competitivo para
a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a definição de métodos cons-
trutivos, de instalações provisórias e de condições organizacionais para a
obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, com-
preendidos a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quan-
titativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados, obrigatório ex-
clusivamente para os regimes de execução previstos nos incisos I, II, III, IV
e VII do caput do art. 46 desta Lei;
XXVI – projeto executivo: conjunto de elementos necessários e suficientes
à execução completa da obra, com o detalhamento das soluções previstas no

323
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projeto básico, a identificação de serviços, de materiais e de equipamentos a


serem incorporados à obra, bem como suas especificações técnicas, de acor-
do com as normas técnicas pertinentes;
XXVII  – matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e de
responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio econômico-
-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de
eventos supervenientes à contratação, contendo, no mínimo, as seguintes
informações:
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do contrato
que possam causar impacto em seu equilíbrio econômico-financeiro e previ-
são de eventual necessidade de prolação de termo aditivo por ocasião de sua
ocorrência;
b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das frações do
objeto com relação às quais haverá liberdade para os contratados inovarem
em soluções metodológicas ou tecnológicas, em termos de modificação das
soluções previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto básico;
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das frações do
objeto com relação às quais não haverá liberdade para os contratados inova-
rem em soluções metodológicas ou tecnológicas, devendo haver obrigação de
aderência entre a execução e a solução predefinida no anteprojeto ou no pro-
jeto básico, consideradas as características do regime de execução no caso de
obras e serviços de engenharia;
XXVIII – empreitada por preço unitário: contratação da execução da obra
ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
XXIX – empreitada por preço global: contratação da execução da obra ou
do serviço por preço certo e total;
XXX – empreitada integral: contratação de empreendimento em sua inte-
gralidade, compreendida a totalidade das etapas de obras, serviços e instala-
ções necessárias, sob inteira responsabilidade do contratado até sua entrega
ao contratante em condições de entrada em operação, com características

324
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adequadas às finalidades para as quais foi contratado e atendidos os requisitos


técnicos e legais para sua utilização com segurança estrutural e operacional;
XXXI – contratação por tarefa: regime de contratação de mão de obra para
pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
XXXII – contratação integrada: regime de contratação de obras e serviços
de engenharia em que o contratado é responsável por elaborar e desenvol-
ver os projetos básico e executivo, executar obras e serviços de engenharia,
fornecer bens ou prestar serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-
-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega
final do objeto;
XXXIII – contratação semi-integrada: regime de contratação de obras e
serviços de engenharia em que o contratado é responsável por elaborar e
desenvolver o projeto executivo, executar obras e serviços de engenharia,
fornecer bens ou prestar serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-
-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega
final do objeto;
XXXIV – fornecimento e prestação de serviço associado: regime de con-
tratação em que, além do fornecimento do objeto, o contratado responsabili-
za-se por sua operação, manutenção ou ambas, por tempo determinado;
XXXV – licitação internacional: licitação processada em território nacional
na qual é admitida a participação de licitantes estrangeiros, com a possibili-
dade de cotação de preços em moeda estrangeira, ou licitação na qual o ob-
jeto contratual pode ou deve ser executado no todo ou em parte em território
estrangeiro;
XXXVI – serviço nacional: serviço prestado em território nacional, nas
condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal;
XXXVII – produto manufaturado nacional: produto manufaturado produzi-
do no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com
as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

325
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XXXVIII – concorrência: modalidade de licitação para contratação de bens


e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia,
cujo critério de julgamento poderá ser:
a) menor preço;
b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
c) técnica e preço;
d) maior retorno econômico;
e) maior desconto;
XXXIX – concurso: modalidade de licitação para escolha de trabalho téc-
nico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor
técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração
ao vencedor;
XL – leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou
de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o
maior lance;
XLI – pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens
e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço
ou o de maior desconto;
XLII – diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de
obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos
com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o
intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas
necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encer-
ramento dos diálogos;
XLIII – credenciamento: processo administrativo de chamamento público
em que a Administração Pública convoca interessados em prestar serviços ou
fornecer bens para que, preenchidos os requisitos necessários, se credenciem
no órgão ou na entidade para executar o objeto quando convocados;

326
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XLIV – pré-qualificação: procedimento seletivo prévio à licitação, convoca-


do por meio de edital, destinado à análise das condições de habilitação, total
ou parcial, dos interessados ou do objeto;
XLV – sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos para re-
alização, mediante contratação direta ou licitação nas modalidades pregão ou
concorrência, de registro formal de preços relativos a prestação de serviços,
a obras e a aquisição e locação de bens para contratações futuras;
XLVI – ata de registro de preços: documento vinculativo e obrigacional,
com característica de compromisso para futura contratação, no qual são re-
gistrados o objeto, os preços, os fornecedores, os órgãos participantes e as
condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no edital
da licitação, no aviso ou instrumento de contratação direta e nas propostas
apresentadas;
XLVII – órgão ou entidade gerenciadora: órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública responsável pela condução do conjunto de procedimentos para
registro de preços e pelo gerenciamento da ata de registro de preços dele
decorrente;
XLVIII – órgão ou entidade participante: órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública que participa dos procedimentos iniciais da contratação para
registro de preços e integra a ata de registro de preços;
XLIX – órgão ou entidade não participante: órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública que não participa dos procedimentos iniciais da licitação para
registro de preços e não integra a ata de registro de preços;
L – comissão de contratação: conjunto de agentes públicos indicados pela
Administração, em caráter permanente ou especial, com a função de receber,
examinar e julgar documentos relativos às licitações e aos procedimentos
auxiliares;
LI  – catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e obras:
sistema informatizado, de gerenciamento centralizado e com indicação de

327
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preços, destinado a permitir a padronização de itens a serem adquiridos pela


Administração Pública e que estarão disponíveis para a licitação;
LII – sítio eletrônico oficial: sítio da internet, certificado digitalmente por
autoridade certificadora, no qual o ente federativo divulga de forma cen-
tralizada as informações e os serviços de governo digital dos seus órgãos e
entidades;
LIII – contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação de servi-
ços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento de bens, com o
objetivo de proporcionar economia ao contratante, na forma de redução de
despesas correntes, remunerado o contratado com base em percentual da
economia gerada;
LIV – seguro-garantia: seguro que garante o fiel cumprimento das obriga-
ções assumidas pelo contratado;
LV – produtos para pesquisa e desenvolvimento: bens, insumos, servi-
ços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica,
desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em
projeto de pesquisa;
LVI – sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em valor ex-
pressivamente superior aos preços referenciais de mercado, seja de apenas
1 (um) item, se a licitação ou a contratação for por preços unitários de ser-
viço, seja do valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for por
tarefa, empreitada por preço global ou empreitada integral, semi-integrada
ou integrada;
LVII  – superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da Administra-
ção, caracterizado, entre outras situações, por:
a) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas ou
fornecidas;
b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia que re-
sulte em diminuição da sua qualidade, vida útil ou segurança;

328
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c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenharia que cau-


sem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato em favor do contratado;
d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebimentos con-
tratuais antecipados, distorção do cronograma físico-financeiro, prorrogação
injustificada do prazo contratual com custos adicionais para a Administração
ou reajuste irregular de preços;
LVIII – reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção do equi-
líbrio econômico-financeiro de contrato consistente na aplicação do índice de
correção monetária previsto no contrato, que deve retratar a variação efetiva
do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais;
LIX – repactuação: forma de manutenção do equilíbrio econômico-finan-
ceiro de contrato utilizada para serviços contínuos com regime de dedicação
exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra, por meio da
análise da variação dos custos contratuais, devendo estar prevista no edital
com data vinculada à apresentação das propostas, para os custos decorren-
tes do mercado, e com data vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao
dissídio coletivo ao qual o orçamento esteja vinculado, para os custos decor-
rentes da mão de obra;
LX – agente de contratação: pessoa designada pela autoridade competen-
te, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanen-
tes da Administração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da
licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras
atividades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação.

CAPÍTULO IV
DOS AGENTES PÚBLICOS

Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem


as normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por
competências e designar agentes públicos para o desempenho das funções
essenciais à execução desta Lei que preencham os seguintes requisitos:

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I – sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos


quadros permanentes da Administração Pública;
II – tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possu-
am formação compatível ou qualificação atestada por certificação profissional
emitida por escola de governo criada e mantida pelo poder público; e
III – não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados ha-
bituais da Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, cola-
teral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial,
econômica, financeira, trabalhista e civil.
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o prin-
cípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente pú-
blico para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo
a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na
respectiva contratação.
§ 2º O disposto no caput e no § 1º deste artigo, inclusive os requisitos
estabelecidos, também se aplica aos órgãos de assessoramento jurídico e de
controle interno da Administração.
Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação, pessoa de-
signada pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou emprega-
dos públicos dos quadros permanentes da Administração Pública, para tomar
decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento
licitatório e executar quaisquer outras atividades necessárias ao bom anda-
mento do certame até a homologação.
§ 1º O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e respon-
derá individualmente pelos atos que praticar, salvo quando induzido a erro
pela atuação da equipe.
§ 2º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde que ob-
servados os requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, o agente de con-
tratação poderá ser substituído por comissão de contratação formada por,
no mínimo, 3 (três) membros, que responderão solidariamente por todos os

330
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atos praticados pela comissão, ressalvado o membro que expressar posição


individual divergente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião
em que houver sido tomada a decisão.
§ 3º As regras relativas à atuação do agente de contratação e da equipe
de apoio, ao funcionamento da comissão de contratação e à atuação de fiscais
e gestores de contratos de que trata esta Lei serão estabelecidas em regu-
lamento, e deverá ser prevista a possibilidade de eles contarem com o apoio
dos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno para o desempe-
nho das funções essenciais à execução do disposto nesta Lei.
§ 4º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não
seja rotineiramente contratado pela Administração, poderá ser contratado,
por prazo determinado, serviço de empresa ou de profissional especializado
para assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução da licitação.
§ 5º Em licitação na modalidade pregão, o agente responsável pela con-
dução do certame será designado pregoeiro.
Art. 9º É vedado ao agente público designado para atuar na área de lici-
tações e contratos, ressalvados os casos previstos em lei:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situações que:
a) comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do proces-
so licitatório, inclusive nos casos de participação de sociedades cooperativas;
b) estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da
sede ou do domicílio dos licitantes;
c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico do contrato;
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra entre empresas brasileiras e
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pa-
gamento, mesmo quando envolvido financiamento de agência internacional;
III – opor resistência injustificada ao andamento dos processos e, inde-
vidamente, retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa em lei.

331
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§ 1º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da


execução do contrato agente público de órgão ou entidade licitante ou contra-
tante, devendo ser observadas as situações que possam configurar conflito de
interesses no exercício ou após o exercício do cargo ou emprego, nos termos
da legislação que disciplina a matéria.
§ 2º As vedações de que trata este artigo estendem-se a terceiro que
auxilie a condução da contratação na qualidade de integrante de equipe de
apoio, profissional especializado ou funcionário ou representante de empresa
que preste assessoria técnica.
Art. 10. Se as autoridades competentes e os servidores públicos que ti-
verem participado dos procedimentos relacionados às licitações e aos contra-
tos de que trata esta Lei precisarem defender-se nas esferas administrativa,
controladora ou judicial em razão de ato praticado com estrita observância de
orientação constante em parecer jurídico elaborado na forma do § 1º do art.
53 desta Lei, a advocacia pública promoverá, a critério do agente público, sua
representação judicial ou extrajudicial.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando:
I – (VETADO);
II – provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos autos do pro-
cesso administrativo ou judicial.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na hipótese de o
agente público não mais ocupar o cargo, emprego ou função em que foi pra-
ticado o ato questionado.

TÍTULO II
DAS LICITAÇÕES

CAPÍTULO I
DO PROCESSO LICITATÓRIO

Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:

332
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I – assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contrata-


ção mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere
ao ciclo de vida do objeto;
II – assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa
competição;
III – evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente
inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos;
IV – incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é responsável
pela governança das contratações e deve implementar processos e estrutu-
ras, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar, direcionar
e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito
de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, promover um
ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao
planejamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência, efe-
tividade e eficácia em suas contratações.
Art. 12. No processo licitatório, observar-se-á o seguinte:
I – os documentos serão produzidos por escrito, com data e local de sua
realização e assinatura dos responsáveis;
II – os valores, os preços e os custos utilizados terão como expressão mo-
netária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 52 desta Lei;
III – o desatendimento de exigências meramente formais que não com-
prometam a aferição da qualificação do licitante ou a compreensão do conte-
údo de sua proposta não importará seu afastamento da licitação ou a invali-
dação do processo;
IV – a prova de autenticidade de cópia de documento público ou particular
poderá ser feita perante agente da Administração, mediante apresentação de
original ou de declaração de autenticidade por advogado, sob sua responsa-
bilidade pessoal;

333
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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V – o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvi-


da de autenticidade, salvo imposição legal;
VI – os atos serão preferencialmente digitais, de forma a permitir que se-
jam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico;
VII – a partir de documentos de formalização de demandas, os órgãos res-
ponsáveis pelo planejamento de cada ente federativo poderão, na forma de
regulamento, elaborar plano de contratações anual, com o objetivo de racio-
nalizar as contratações dos órgãos e entidades sob sua competência, garantir
o alinhamento com o seu planejamento estratégico e subsidiar a elaboração
das respectivas leis orçamentárias.
§ 1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII do caput des-
te artigo deverá ser divulgado e mantido à disposição do público em sítio
eletrônico oficial e será observado pelo ente federativo na realização de lici-
tações e na execução dos contratos.
§ 2º É permitida a identificação e assinatura digital por pessoa física ou
jurídica em meio eletrônico, mediante certificado digital emitido em âmbito
da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
Art. 13. Os atos praticados no processo licitatório são públicos, ressalva-
das as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado, na forma da lei.
Parágrafo único. A publicidade será diferida:
I – quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura;
II – quanto ao orçamento da Administração, nos termos do art. 24 desta Lei.
Art. 14. Não poderão disputar licitação ou participar da execução de con-
trato, direta ou indiretamente:
I – autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo, pes-
soa física ou jurídica, quando a licitação versar sobre obra, serviços ou forne-
cimento de bens a ele relacionados;
II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração
do projeto básico ou do projeto executivo, ou empresa da qual o autor do

334
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projeto seja dirigente, gerente, controlador, acionista ou detentor de mais de


5% (cinco por cento) do capital com direito a voto, responsável técnico ou
subcontratado, quando a licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimen-
to de bens a ela necessários;
III – pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da licitação,
impossibilitada de participar da licitação em decorrência de sanção que lhe
foi imposta;
IV – aquele que mantenha vínculo de natureza técnica, comercial, econô-
mica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou entidade con-
tratante ou com agente público que desempenhe função na licitação ou atue
na fiscalização ou na gestão do contrato, ou que deles seja cônjuge, com-
panheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de licitação;
V – empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos termos da Lei
n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, concorrendo entre si;
VI – pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores à divulga-
ção do edital, tenha sido condenada judicialmente, com trânsito em julgado,
por exploração de trabalho infantil, por submissão de trabalhadores a condi-
ções análogas às de escravo ou por contratação de adolescentes nos casos
vedados pela legislação trabalhista.
§ 1º O impedimento de que trata o inciso III do caput deste artigo será
também aplicado ao licitante que atue em substituição a outra pessoa, física
ou jurídica, com o intuito de burlar a efetividade da sanção a ela aplicada,
inclusive a sua controladora, controlada ou coligada, desde que devidamente
comprovado o ilícito ou a utilização fraudulenta da personalidade jurídica do
licitante.
§ 2º A critério da Administração e exclusivamente a seu serviço, o autor
dos projetos e a empresa a que se referem os incisos I e II do caput deste
artigo poderão participar no apoio das atividades de planejamento da con-

335
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tratação, de execução da licitação ou de gestão do contrato, desde que sob


supervisão exclusiva de agentes públicos do órgão ou entidade.
§ 3º Equiparam-se aos autores do projeto as empresas integrantes do
mesmo grupo econômico.
§ 4º O disposto neste artigo não impede a licitação ou a contratação de
obra ou serviço que inclua como encargo do contratado a elaboração do pro-
jeto básico e do projeto executivo, nas contratações integradas, e do projeto
executivo, nos demais regimes de execução.
§ 5º Em licitações e contratações realizadas no âmbito de projetos e pro-
gramas parcialmente financiados por agência oficial de cooperação estrangei-
ra ou por organismo financeiro internacional com recursos do financiamento
ou da contrapartida nacional, não poderá participar pessoa física ou jurídica
que integre o rol de pessoas sancionadas por essas entidades ou que seja
declarada inidônea nos termos desta Lei.
Art. 15. Salvo vedação devidamente justificada no processo licitatório,
pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio, observadas as
seguintes normas:
I – comprovação de compromisso público ou particular de constituição de
consórcio, subscrito pelos consorciados;
II – indicação da empresa líder do consórcio, que será responsável por sua
representação perante a Administração;
III – admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório dos quan-
titativos de cada consorciado e, para efeito de habilitação econômico-finan-
ceira, do somatório dos valores de cada consorciado;
IV – impedimento de a empresa consorciada participar, na mesma licita-
ção, de mais de um consórcio ou de forma isolada;
V – responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em
consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

336
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§ 1º O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de 10% (dez


por cento) a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido de licitante indivi-
dual para a habilitação econômico-financeira, salvo justificação.
§ 2º O acréscimo previsto no § 1º deste artigo não se aplica aos consór-
cios compostos, em sua totalidade, de microempresas e pequenas empresas,
assim definidas em lei.
§ 3º O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso
referido no inciso I do caput deste artigo.
§ 4º Desde que haja justificativa técnica aprovada pela autoridade compe-
tente, o edital de licitação poderá estabelecer limite máximo para o número
de empresas consorciadas.
§ 5º A substituição de consorciado deverá ser expressamente autorizada
pelo órgão ou entidade contratante e condicionada à comprovação de que a
nova empresa do consórcio possui, no mínimo, os mesmos quantitativos para
efeito de habilitação técnica e os mesmos valores para efeito de qualificação
econômico-financeira apresentados pela empresa substituída para fins de ha-
bilitação do consórcio no processo licitatório que originou o contrato.
Art. 16. Os profissionais organizados sob a forma de cooperativa poderão
participar de licitação quando:
I – a constituição e o funcionamento da cooperativa observarem as regras
estabelecidas na legislação aplicável, em especial a Lei n. 5.764, de 16 de
dezembro de 1971, a Lei n. 12.690, de 19 de julho de 2012, e a Lei Comple-
mentar n. 130, de 17 de abril de 2009;
II – a cooperativa apresentar demonstrativo de atuação em regime coope-
rado, com repartição de receitas e despesas entre os cooperados;
III – qualquer cooperado, com igual qualificação, for capaz de executar o
objeto contratado, vedado à Administração indicar nominalmente pessoas;
IV – o objeto da licitação referir-se, em se tratando de cooperativas en-
quadradas na Lei n. 12.690, de 19 de julho de 2012, a serviços especializados

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constantes do objeto social da cooperativa, a serem executados de forma


complementar à sua atuação.
Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases, em
sequência:
I – preparatória;
II – de divulgação do edital de licitação;
III – de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;
IV – de julgamento;
V – de habilitação;
VI – recursal;
VII – de homologação.
§ 1º A fase referida no inciso V do caput deste artigo poderá, mediante
ato motivado com explicitação dos benefícios decorrentes, anteceder as fases
referidas nos incisos III e IV do caput deste artigo, desde que expressamente
previsto no edital de licitação.
§ 2º As licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma eletrôni-
ca, admitida a utilização da forma presencial, desde que motivada, devendo a
sessão pública ser registrada em ata e gravada em áudio e vídeo.
§ 3º Desde que previsto no edital, na fase a que se refere o inciso IV
do caput deste artigo, o órgão ou entidade licitante poderá, em relação ao
licitante provisoriamente vencedor, realizar análise e avaliação da conformi-
dade da proposta, mediante homologação de amostras, exame de conformi-
dade e prova de conceito, entre outros testes de interesse da Administração,
de modo a comprovar sua aderência às especificações definidas no termo de
referência ou no projeto básico.
§ 4º Nos procedimentos realizados por meio eletrônico, a Administração
poderá determinar, como condição de validade e eficácia, que os licitantes
pratiquem seus atos em formato eletrônico.
§ 5º Na hipótese excepcional de licitação sob a forma presencial a que
refere o § 2º deste artigo, a sessão pública de apresentação de propostas

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deverá ser gravada em áudio e vídeo, e a gravação será juntada aos autos do
processo licitatório depois de seu encerramento.
§ 6º A Administração poderá exigir certificação por organização indepen-
dente acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnolo-
gia (Inmetro) como condição para aceitação de:
I – estudos, anteprojetos, projetos básicos e projetos executivos;
II – conclusão de fases ou de objetos de contratos;
III  – material e corpo técnico apresentados por empresa para fins de
habilitação.

CAPÍTULO II
DA FASE PREPARATÓRIA

Seção I
Da Instrução do Processo Licitatório

Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo


planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual
de que trata o inciso VII do caput do art. 12 desta Lei, sempre que elabora-
do, e com as leis orçamentárias, bem como abordar todas as considerações
técnicas, mercadológicas e de gestão que podem interferir na contratação,
compreendidos:
I – a descrição da necessidade da contratação fundamentada em estudo
técnico preliminar que caracterize o interesse público envolvido;
II – a definição do objeto para o atendimento da necessidade, por meio de
termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo, con-
forme o caso;
III – a definição das condições de execução e pagamento, das garantias
exigidas e ofertadas e das condições de recebimento;
IV – o orçamento estimado, com as composições dos preços utilizados
para sua formação;

339
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V – a elaboração do edital de licitação;


VI – a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, que constará
obrigatoriamente como anexo do edital de licitação;
VII – o regime de fornecimento de bens, de prestação de serviços ou de
execução de obras e serviços de engenharia, observados os potenciais de
economia de escala;
VIII – a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o modo de dis-
puta e a adequação e eficiência da forma de combinação desses parâmetros,
para os fins de seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação
mais vantajoso para a Administração Pública, considerado todo o ciclo de vida
do objeto;
IX – a motivação circunstanciada das condições do edital, tais como justifi-
cativa de exigências de qualificação técnica, mediante indicação das parcelas
de maior relevância técnica ou valor significativo do objeto, e de qualificação
econômico-financeira, justificativa dos critérios de pontuação e julgamento
das propostas técnicas, nas licitações com julgamento por melhor técnica ou
técnica e preço, e justificativa das regras pertinentes à participação de em-
presas em consórcio;
X – a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da licitação e
a boa execução contratual;
XI – a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento da licita-
ção, observado o art. 24 desta Lei.
§ 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do caput deste
artigo deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor solução,
de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da contra-
tação, e conterá os seguintes elementos:
I – descrição da necessidade da contratação, considerado o problema a
ser resolvido sob a perspectiva do interesse público;

340
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II – demonstração da previsão da contratação no plano de contratações


anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu alinhamento com o
planejamento da Administração;
III – requisitos da contratação;
IV – estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas das
memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão suporte, que considerem
interdependências com outras contratações, de modo a possibilitar economia
de escala;
V – levantamento de mercado, que consiste na análise das alternativas
possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha do tipo de solução a
contratar;
VI – estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços uni-
tários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão
suporte, que poderão constar de anexo classificado, se a Administração optar
por preservar o seu sigilo até a conclusão da licitação;
VII – descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacio-
nadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o caso;
VIII – justificativas para o parcelamento ou não da contratação;
IX – demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economici-
dade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais e finan-
ceiros disponíveis;
X – providências a serem adotadas pela Administração previamente à ce-
lebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores ou de em-
pregados para fiscalização e gestão contratual;
XI – contratações correlatas e/ou interdependentes;
XII – descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas
mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de energia e de outros re-
cursos, bem como logística reversa para desfazimento e reciclagem de bens
e refugos, quando aplicável;

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XIII – posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação para


o atendimento da necessidade a que se destina.
§ 2º O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os elementos
previstos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste artigo e, quando não
contemplar os demais elementos previstos no referido parágrafo, apresentar
as devidas justificativas.
§ 3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contratação de
obras e serviços comuns de engenharia, se demonstrada a inexistência de
prejuízo para a aferição dos padrões de desempenho e qualidade almejados,
a especificação do objeto poderá ser realizada apenas em termo de referência
ou em projeto básico, dispensada a elaboração de projetos.
Art. 19. Os órgãos da Administração com competências regulamentares
relativas às atividades de administração de materiais, de obras e serviços e
de licitações e contratos deverão:
I – instituir instrumentos que permitam, preferencialmente, a centraliza-
ção dos procedimentos de aquisição e contratação de bens e serviços;
II  – criar catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e
obras, admitida a adoção do catálogo do Poder Executivo federal por todos os
entes federativos;
III – instituir sistema informatizado de acompanhamento de obras, inclu-
sive com recursos de imagem e vídeo;
IV – instituir, com auxílio dos órgãos de assessoramento jurídico e de con-
trole interno, modelos de minutas de editais, de termos de referência, de con-
tratos padronizados e de outros documentos, admitida a adoção das minutas
do Poder Executivo federal por todos os entes federativos;
V – promover a adoção gradativa de tecnologias e processos integrados
que permitam a criação, a utilização e a atualização de modelos digitais de
obras e serviços de engenharia.
§ 1º O catálogo referido no inciso II do caput deste artigo poderá ser uti-
lizado em licitações cujo critério de julgamento seja o de menor preço ou o de

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maior desconto e conterá toda a documentação e os procedimentos próprios


da fase interna de licitações, assim como as especificações dos respectivos
objetos, conforme disposto em regulamento.
§ 2º A não utilização do catálogo eletrônico de padronização de que tra-
ta o inciso II do caput ou dos modelos de minutas de que trata o inciso IV
do caput deste artigo deverá ser justificada por escrito e anexada ao respec-
tivo processo licitatório.
§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura, sempre
que adequada ao objeto da licitação, será preferencialmente adotada a Mo-
delagem da Informação da Construção (Building Information Modelling -
BIM) ou tecnologias e processos integrados similares ou mais avançados que
venham a substituí-la.
Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as demandas das es-
truturas da Administração Pública deverão ser de qualidade comum, não su-
perior à necessária para cumprir as finalidades às quais se destinam, vedada
a aquisição de artigos de luxo.
§ 1º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário definirão em regula-
mento os limites para o enquadramento dos bens de consumo nas categorias
comum e luxo.
§ 2º A partir de 180 (cento e oitenta) dias contados da promulgação des-
ta Lei, novas compras de bens de consumo só poderão ser efetivadas com a
edição, pela autoridade competente, do regulamento a que se refere o § 1º
deste artigo.
§ 3º (VETADO).
Art. 21. A Administração poderá convocar, com antecedência mínima de
8 (oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a distância, na forma ele-
trônica, sobre licitação que pretenda realizar, com disponibilização prévia de
informações pertinentes, inclusive de estudo técnico preliminar e elementos
do edital de licitação, e com possibilidade de manifestação de todos os in-
teressados.

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Parágrafo único. A Administração também poderá submeter a licitação a


prévia consulta pública, mediante a disponibilização de seus elementos a to-
dos os interessados, que poderão formular sugestões no prazo fixado.
Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre o
contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo do valor estimado da
contratação poderá considerar taxa de risco compatível com o objeto da lici-
tação e com os riscos atribuídos ao contratado, de acordo com metodologia
predefinida pelo ente federativo.
§ 1º A matriz de que trata o caput deste artigo deverá promover a alo-
cação eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer a responsabilidade
que caiba a cada parte contratante, bem como os mecanismos que afastem
a ocorrência do sinistro e mitiguem os seus efeitos, caso este ocorra durante
a execução contratual.
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz de riscos,
especialmente quanto:
I – às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equação econô-
mico-financeira do contrato nos casos em que o sinistro seja considerado na
matriz de riscos como causa de desequilíbrio não suportada pela parte que
pretenda o restabelecimento;
II – à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar excessivamen-
te ou impedir a continuidade da execução contratual;
III – à contratação de seguros obrigatórios previamente definidos no con-
trato, integrado o custo de contratação ao preço ofertado.
§ 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande vulto
ou forem adotados os regimes de contratação integrada e semi-integrada,
o edital obrigatoriamente contemplará matriz de alocação de riscos entre o
contratante e o contratado.
§ 4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos decorren-
tes de fatos supervenientes à contratação associados à escolha da solução de

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projeto básico pelo contratado deverão ser alocados como de sua responsa-
bilidade na matriz de riscos.
Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá ser compa-
tível com os valores praticados pelo mercado, considerados os preços cons-
tantes de bancos de dados públicos e as quantidades a serem contratadas,
observadas a potencial economia de escala e as peculiaridades do local de
execução do objeto.
§ 1º No processo licitatório para aquisição de bens e contratação de ser-
viços em geral, conforme regulamento, o valor estimado será definido com
base no melhor preço aferido por meio da utilização dos seguintes parâme-
tros, adotados de forma combinada ou não:
I – composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item
correspondente no painel para consulta de preços ou no banco de preços em
saúde disponíveis no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP);
II – contratações similares feitas pela Administração Pública, em execução
ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de pre-
ços, inclusive mediante sistema de registro de preços, observado o índice de
atualização de preços correspondente;
III – utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de
tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo federal e de
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que contenham
a data e hora de acesso;
IV – pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores, mediante soli-
citação formal de cotação, desde que seja apresentada justificativa da esco-
lha desses fornecedores e que não tenham sido obtidos os orçamentos com
mais de 6 (seis) meses de antecedência da data de divulgação do edital;
V – pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na forma de
regulamento.
§ 2º No processo licitatório para contratação de obras e serviços de en-
genharia, conforme regulamento, o valor estimado, acrescido do percentual

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de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de referência e dos Encargos So-


ciais (ES) cabíveis, será definido por meio da utilização de parâmetros na
seguinte ordem:
I – composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item
correspondente do Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), para
serviços e obras de infraestrutura de transportes, ou do Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices de Construção Civil (Sinapi), para as demais
obras e serviços de engenharia;
II – utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de
tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo federal e de
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que contenham
a data e a hora de acesso;
III – contratações similares feitas pela Administração Pública, em execu-
ção ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de
preços, observado o índice de atualização de preços correspondente;
IV – pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na forma de
regulamento.
§ 3º Nas contratações realizadas por Municípios, Estados e Distrito Fede-
ral, desde que não envolvam recursos da União, o valor previamente estima-
do da contratação, a que se refere o caput deste artigo, poderá ser definido
por meio da utilização de outros sistemas de custos adotados pelo respectivo
ente federativo.
§ 4º Nas contratações diretas por inexigibilidade ou por dispensa, quando
não for possível estimar o valor do objeto na forma estabelecida nos §§ 1º, 2º
e 3º deste artigo, o contratado deverá comprovar previamente que os preços
estão em conformidade com os praticados em contratações semelhantes de
objetos de mesma natureza, por meio da apresentação de notas fiscais emi-
tidas para outros contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data
da contratação pela Administração, ou por outro meio idôneo.

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§ 5º No processo licitatório para contratação de obras e serviços de en-


genharia sob os regimes de contratação integrada ou semi-integrada, o va-
lor estimado da contratação será calculado nos termos do § 2º deste artigo,
acrescido ou não de parcela referente à remuneração do risco, e, sempre que
necessário e o anteprojeto o permitir, a estimativa de preço será baseada em
orçamento sintético, balizado em sistema de custo definido no inciso I do §
2º deste artigo, devendo a utilização de metodologia expedita ou paramétri-
ca e de avaliação aproximada baseada em outras contratações similares ser
reservada às frações do empreendimento não suficientemente detalhadas no
anteprojeto.
§ 6º Na hipótese do § 5º deste artigo, será exigido dos licitantes ou con-
tratados, no orçamento que compuser suas respectivas propostas, no mí-
nimo, o mesmo nível de detalhamento do orçamento sintético referido no
mencionado parágrafo.
Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da contratação po-
derá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos
quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração das
propostas, e, nesse caso:
I – o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e externo;
II – (VETADO).
Parágrafo único. Na hipótese de licitação em que for adotado o critério
de julgamento por maior desconto, o preço estimado ou o máximo aceitável
constará do edital da licitação.
Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras relativas
à convocação, ao julgamento, à habilitação, aos recursos e às penalidades
da licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à entrega do objeto e às
condições de pagamento.
§ 1º Sempre que o objeto permitir, a Administração adotará minutas pa-
dronizadas de edital e de contrato com cláusulas uniformes.

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§ 2º Desde que, conforme demonstrado em estudo técnico preliminar,


não sejam causados prejuízos à competitividade do processo licitatório e à
eficiência do respectivo contrato, o edital poderá prever a utilização de mão
de obra, materiais, tecnologias e matérias-primas existentes no local da exe-
cução, conservação e operação do bem, serviço ou obra.
§ 3º Todos os elementos do edital, incluídos minuta de contrato, termos
de referência, anteprojeto, projetos e outros anexos, deverão ser divulgados
em sítio eletrônico oficial na mesma data de divulgação do edital, sem neces-
sidade de registro ou de identificação para acesso.
§ 4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande vul-
to, o edital deverá prever a obrigatoriedade de implantação de programa de
integridade pelo licitante vencedor, no prazo de 6 (seis) meses, contado da
celebração do contrato, conforme regulamento que disporá sobre as medidas
a serem adotadas, a forma de comprovação e as penalidades pelo seu des-
cumprimento.
§ 5º O edital poderá prever a responsabilidade do contratado pela:
I – obtenção do licenciamento ambiental;
II – realização da desapropriação autorizada pelo poder público.
§ 6º Os licenciamentos ambientais de obras e serviços de engenharia li-
citados e contratados nos termos desta Lei terão prioridade de tramitação
nos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(Sisnama) e deverão ser orientados pelos princípios da celeridade, da coope-
ração, da economicidade e da eficiência.
§ 7º Independentemente do prazo de duração do contrato, será obrigató-
ria a previsão no edital de índice de reajustamento de preço, com data-base
vinculada à data do orçamento estimado e com a possibilidade de ser esta-
belecido mais de um índice específico ou setorial, em conformidade com a
realidade de mercado dos respectivos insumos.
§ 8º Nas licitações de serviços contínuos, observado o interregno mínimo
de 1 (um) ano, o critério de reajustamento será por:

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I – reajustamento em sentido estrito, quando não houver regime de dedi-


cação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante
previsão de índices específicos ou setoriais;
II – repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva de mão
de obra ou predominância de mão de obra, mediante demonstração analítica
da variação dos custos.
§ 9º O edital poderá, na forma disposta em regulamento, exigir que per-
centual mínimo da mão de obra responsável pela execução do objeto da con-
tratação seja constituído por:
I – mulheres vítimas de violência doméstica;
II – oriundos ou egressos do sistema prisional.
Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabelecida margem de
preferência para:
I – bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas téc-
nicas brasileiras;
II – bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme regulamento.
§ 1º A margem de preferência de que trata o caput deste artigo:
I – será definida em decisão fundamentada do Poder Executivo federal, no
caso do inciso I do caput deste artigo;
II – poderá ser de até 10% (dez por cento) sobre o preço dos bens e serviços
que não se enquadrem no disposto nos incisos I ou II do caput deste artigo;
III – poderá ser estendida a bens manufaturados e serviços originários de
Estados Partes do Mercado Comum do Sul (Mercosul), desde que haja reci-
procidade com o País prevista em acordo internacional aprovado pelo Con-
gresso Nacional e ratificado pelo Presidente da República.
§ 2º Para os bens manufaturados nacionais e serviços nacionais resultan-
tes de desenvolvimento e inovação tecnológica no País, definidos conforme
regulamento do Poder Executivo federal, a margem de preferência a que se
refere o caput deste artigo poderá ser de até 20% (vinte por cento).
§ 3º (VETADO).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 4º (VETADO).
§ 5º A margem de preferência não se aplica aos bens manufaturados na-
cionais e aos serviços nacionais se a capacidade de produção desses bens ou
de prestação desses serviços no País for inferior:
I – à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
II – aos quantitativos fixados em razão do parcelamento do objeto, quan-
do for o caso.
§ 6º Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras
poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que
o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da Adminis-
tração Pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico,
medidas de compensação comercial, industrial ou tecnológica ou acesso a
condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma
estabelecida pelo Poder Executivo federal.
§ 7º Nas contratações destinadas à implantação, à manutenção e ao aper-
feiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação con-
siderados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá
ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País produzidos
de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei n. 10.176, de
11 de janeiro de 2001.
Art. 27. Será divulgada, em sítio eletrônico oficial, a cada exercício finan-
ceiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto no art. 26
desta Lei, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas.

Seção II
Das Modalidades de Licitação

Art. 28. São modalidades de licitação:


I – pregão;
II – concorrência;
III – concurso;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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IV – leilão;
V – diálogo competitivo.
§ 1º Além das modalidades referidas no caput deste artigo, a Administra-
ção pode servir-se dos procedimentos auxiliares previstos no art. 78 desta Lei.
§ 2º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, a
combinação daquelas referidas no caput deste artigo.
Art. 29. A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental comum a
que se refere o art. 17 desta Lei, adotando-se o pregão sempre que o objeto
possuir padrões de desempenho e qualidade que possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado.
Parágrafo único. O pregão não se aplica às contratações de serviços téc-
nicos especializados de natureza predominantemente intelectual e de obras e
serviços de engenharia, exceto os serviços de engenharia de que trata a alí-
nea “a” do inciso XXI do caput do art. 6º desta Lei.
Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas em edital,
que indicará:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;
III – as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser conce-
dida ao vencedor.
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o ven-
cedor deverá ceder à Administração Pública, nos termos do art. 93 desta Lei,
todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto e autorizar sua execução
conforme juízo de conveniência e oportunidade das autoridades competentes.
Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor de-
signado pela autoridade competente da Administração, e regulamento deverá
dispor sobre seus procedimentos operacionais.
§ 1º Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro oficial,
a Administração deverá selecioná-lo mediante credenciamento ou licitação
na modalidade pregão e adotar o critério de julgamento de maior desconto

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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para as comissões a serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo os


percentuais definidos na lei que regula a referida profissão e observados os
valores dos bens a serem leiloados.
§ 2º O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio eletrônico
oficial, que conterá:
I – a descrição do bem, com suas características, e, no caso de imóvel, sua
situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos registros;
II – o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá
ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do lei-
loeiro designado;
III – a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os
semoventes;
IV – o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão, salvo se ex-
cepcionalmente for realizado sob a forma presencial por comprovada inviabi-
lidade técnica ou desvantagem para a Administração, hipótese em que serão
indicados o local, o dia e a hora de sua realização;
V – a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências existentes
sobre os bens a serem leiloados.
§ 3º Além da divulgação no sítio eletrônico oficial, o edital do leilão será
afixado em local de ampla circulação de pessoas na sede da Administração
e poderá, ainda, ser divulgado por outros meios necessários para ampliar a
publicidade e a competitividade da licitação.
§ 4º O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de habili-
tação e deverá ser homologado assim que concluída a fase de lances, supera-
da a fase recursal e efetivado o pagamento pelo licitante vencedor, na forma
definida no edital.
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em
que a Administração:
I – vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
a) inovação tecnológica ou técnica;

352
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b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita


sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com pre-
cisão suficiente pela Administração;
II – verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternati-
vas que possam satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguin-
tes aspectos:
a) a solução técnica mais adequada;
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida;
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;
III – (VETADO).
§ 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as seguintes
disposições:
I – a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do edital em
sítio eletrônico oficial, suas necessidades e as exigências já definidas e esta-
belecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias úteis para manifestação de
interesse na participação da licitação;
II – os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes deverão ser
previstos em edital, e serão admitidos todos os interessados que preenche-
rem os requisitos objetivos estabelecidos;
III – a divulgação de informações de modo discriminatório que possa im-
plicar vantagem para algum licitante será vedada;
IV – a Administração não poderá revelar a outros licitantes as soluções
propostas ou as informações sigilosas comunicadas por um licitante sem o
seu consentimento;
V  – a fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administração, em
decisão fundamentada, identifique a solução ou as soluções que atendam às
suas necessidades;
VI – as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão registradas em
ata e gravadas mediante utilização de recursos tecnológicos de áudio e vídeo;

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VII – o edital poderá prever a realização de fases sucessivas, caso em que


cada fase poderá restringir as soluções ou as propostas a serem discutidas;
VIII – a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído,
juntar aos autos do processo licitatório os registros e as gravações da fase de
diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de edital contendo a es-
pecificação da solução que atenda às suas necessidades e os critérios objeti-
vos a serem utilizados para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo,
não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos os licitantes pré-seleciona-
dos na forma do inciso II deste parágrafo apresentarem suas propostas, que
deverão conter os elementos necessários para a realização do projeto;
IX – a Administração poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes às pro-
postas apresentadas, desde que não impliquem discriminação nem distorçam
a concorrência entre as propostas;
X – a Administração definirá a proposta vencedora de acordo com critérios
divulgados no início da fase competitiva, assegurada a contratação mais van-
tajosa como resultado;
XI – o diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação
composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos
pertencentes aos quadros permanentes da Administração, admitida a contra-
tação de profissionais para assessoramento técnico da comissão;
XII – (VETADO).
§ 2º Os profissionais contratados para os fins do inciso XI do § 1º deste
artigo assinarão termo de confidencialidade e abster-se-ão de atividades que
possam configurar conflito de interesses.

Seção III
Dos Critérios de Julgamento

Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo com os se-


guintes critérios:
I – menor preço;

354
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II – maior desconto;


III – melhor técnica ou conteúdo artístico;
IV – técnica e preço;
V – maior lance, no caso de leilão;
VI – maior retorno econômico.
Art. 34. O julgamento por menor preço ou maior desconto e, quando
couber, por técnica e preço considerará o menor dispêndio para a Adminis-
tração, atendidos os parâmetros mínimos de qualidade definidos no edital de
licitação.
§ 1º Os custos indiretos, relacionados com as despesas de manutenção,
utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental do objeto licitado, en-
tre outros fatores vinculados ao seu ciclo de vida, poderão ser considerados
para a definição do menor dispêndio, sempre que objetivamente mensurá-
veis, conforme disposto em regulamento.
§ 2º O julgamento por maior desconto terá como referência o preço global
fixado no edital de licitação, e o desconto será estendido aos eventuais ter-
mos aditivos.
Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artístico conside-
rará exclusivamente as propostas técnicas ou artísticas apresentadas pelos
licitantes, e o edital deverá definir o prêmio ou a remuneração que será atri-
buída aos vencedores.
Parágrafo único. O critério de julgamento de que trata o caput deste arti-
go poderá ser utilizado para a contratação de projetos e trabalhos de nature-
za técnica, científica ou artística.
Art. 36. O julgamento por técnica e preço considerará a maior pontuação
obtida a partir da ponderação, segundo fatores objetivos previstos no edital,
das notas atribuídas aos aspectos de técnica e de preço da proposta.
§ 1º O critério de julgamento de que trata o caput deste artigo será es-
colhido quando estudo técnico preliminar demonstrar que a avaliação e a
ponderação da qualidade técnica das propostas que superarem os requisitos

355
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mínimos estabelecidos no edital forem relevantes aos fins pretendidos pela


Administração nas licitações para contratação de:
I – serviços técnicos especializados de natureza predominantemente inte-
lectual, caso em que o critério de julgamento de técnica e preço deverá ser
preferencialmente empregado;
II – serviços majoritariamente dependentes de tecnologia sofisticada e de
domínio restrito, conforme atestado por autoridades técnicas de reconhecida
qualificação;
III – bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de comunicação;
IV – obras e serviços especiais de engenharia;
V – objetos que admitam soluções específicas e alternativas e variações
de execução, com repercussões significativas e concretamente mensuráveis
sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade, quando essas
soluções e variações puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, con-
forme critérios objetivamente definidos no edital de licitação.
§ 2º No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas e pondera-
das as propostas técnicas e, em seguida, as propostas de preço apresentadas
pelos licitantes, na proporção máxima de 70% (setenta por cento) de valora-
ção para a proposta técnica.
§ 3º O desempenho pretérito na execução de contratos com a Adminis-
tração Pública deverá ser considerado na pontuação técnica, observado o
disposto nos §§ 3º e 4º do art. 88 desta Lei e em regulamento.
Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou por técnica e preço deverá
ser realizado por:
I – verificação da capacitação e da experiência do licitante, comprovadas
por meio da apresentação de atestados de obras, produtos ou serviços pre-
viamente realizados;
II – atribuição de notas a quesitos de natureza qualitativa por banca de-
signada para esse fim, de acordo com orientações e limites definidos em edi-
tal, considerados a demonstração de conhecimento do objeto, a metodologia

356
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e o programa de trabalho, a qualificação das equipes técnicas e a relação dos


produtos que serão entregues;
III – atribuição de notas por desempenho do licitante em contratações
anteriores aferida nos documentos comprobatórios de que trata o § 3º do art.
88 desta Lei e em registro cadastral unificado disponível no Portal Nacional de
Contratações Públicas (PNCP).
§ 1º A banca referida no inciso II do caput deste artigo terá no mínimo 3
(três) membros e poderá ser composta de:
I – servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros
permanentes da Administração Pública;
II  – profissionais contratados por conhecimento técnico, experiência ou
renome na avaliação dos quesitos especificados em edital, desde que seus
trabalhos sejam supervisionados por profissionais designados conforme o dis-
posto no art. 7º desta Lei.
§ 2º (VETADO).
Art. 38. No julgamento por melhor técnica ou por técnica e preço, a ob-
tenção de pontuação devido à capacitação técnico-profissional exigirá que a
execução do respectivo contrato tenha participação direta e pessoal do pro-
fissional correspondente.
Art. 39. O julgamento por maior retorno econômico, utilizado exclusi-
vamente para a celebração de contrato de eficiência, considerará a maior
economia para a Administração, e a remuneração deverá ser fixada em per-
centual que incidirá de forma proporcional à economia efetivamente obtida
na execução do contrato.
§ 1º Nas licitações que adotarem o critério de julgamento de que trata
o caput deste artigo, os licitantes apresentarão:
I – proposta de trabalho, que deverá contemplar:
a) as obras, os serviços ou os bens, com os respectivos prazos de realiza-
ção ou fornecimento;

357
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b) a economia que se estima gerar, expressa em unidade de medida asso-


ciada à obra, ao bem ou ao serviço e em unidade monetária;
II – proposta de preço, que corresponderá a percentual sobre a econo-
mia que se estima gerar durante determinado período, expressa em unidade
monetária.
§ 2º O edital de licitação deverá prever parâmetros objetivos de mensura-
ção da economia gerada com a execução do contrato, que servirá de base de
cálculo para a remuneração devida ao contratado.
§ 3º Para efeito de julgamento da proposta, o retorno econômico será o
resultado da economia que se estima gerar com a execução da proposta de
trabalho, deduzida a proposta de preço.
§ 4º Nos casos em que não for gerada a economia prevista no contrato de
eficiência:
I – a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida será
descontada da remuneração do contratado;
II – se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida
for superior ao limite máximo estabelecido no contrato, o contratado sujeitar-
-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis.

Seção IV
Disposições Setoriais

Subseção I
Das Compras

Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a expectativa de


consumo anual e observar o seguinte:
I – condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;
II – processamento por meio de sistema de registro de preços, quando
pertinente;

358
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III – determinação de unidades e quantidades a serem adquiridas em fun-


ção de consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre
que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas, admitido o forneci-
mento contínuo;
IV – condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterio-
ração do material;
V – atendimento aos princípios:
a) da padronização, considerada a compatibilidade de especificações esté-
ticas, técnicas ou de desempenho;
b) do parcelamento, quando for tecnicamente viável e economicamente
vantajoso;
c) da responsabilidade fiscal, mediante a comparação da despesa estima-
da com a prevista no orçamento.
§ 1º O termo de referência deverá conter os elementos previstos no inciso
XXIII do caput do art. 6º desta Lei, além das seguintes informações:
I  – especificação do produto, preferencialmente conforme catálogo ele-
trônico de padronização, observados os requisitos de qualidade, rendimento,
compatibilidade, durabilidade e segurança;
II – indicação dos locais de entrega dos produtos e das regras para rece-
bimentos provisório e definitivo, quando for o caso;
III – especificação da garantia exigida e das condições de manutenção e
assistência técnica, quando for o caso.
§ 2º Na aplicação do princípio do parcelamento, referente às compras,
deverão ser considerados:
I – a viabilidade da divisão do objeto em lotes;
II – o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com vistas à
economicidade, sempre que possível, desde que atendidos os parâmetros de
qualidade; e
III – o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a concen-
tração de mercado.

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§ 3º O parcelamento não será adotado quando:


I – a economia de escala, a redução de custos de gestão de contratos ou
a maior vantagem na contratação recomendar a compra do item do mesmo
fornecedor;
II – o objeto a ser contratado configurar sistema único e integrado e hou-
ver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto pretendido;
III – o processo de padronização ou de escolha de marca levar a fornece-
dor exclusivo.
§ 4º Em relação à informação de que trata o inciso III do § 1º deste arti-
go, desde que fundamentada em estudo técnico preliminar, a Administração
poderá exigir que os serviços de manutenção e assistência técnica sejam
prestados mediante deslocamento de técnico ou disponibilizados em unidade
de prestação de serviços localizada em distância compatível com suas ne-
cessidades.
Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de bens, a Ad-
ministração poderá excepcionalmente:
I – indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde que formalmente jus-
tificado, nas seguintes hipóteses:
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;
b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade com pla-
taformas e padrões já adotados pela Administração;
c) quando determinada marca ou modelo comercializados por mais de
um fornecedor forem os únicos capazes de atender às necessidades do
contratante;
d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais bem com-
preendida pela identificação de determinada marca ou determinado modelo
aptos a servir apenas como referência;
II – exigir amostra ou prova de conceito do bem no procedimento de pré-
-qualificação permanente, na fase de julgamento das propostas ou de lan-
ces, ou no período de vigência do contrato ou da ata de registro de preços,

360
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desde que previsto no edital da licitação e justificada a necessidade de sua


apresentação;
III – vedar a contratação de marca ou produto, quando, mediante pro-
cesso administrativo, restar comprovado que produtos adquiridos e utilizados
anteriormente pela Administração não atendem a requisitos indispensáveis
ao pleno adimplemento da obrigação contratual;
IV – solicitar, motivadamente, carta de solidariedade emitida pelo fabri-
cante, que assegure a execução do contrato, no caso de licitante revendedor
ou distribuidor.
Parágrafo único. A exigência prevista no inciso II do  caput deste arti-
go restringir-se-á ao licitante provisoriamente vencedor quando realizada na
fase de julgamento das propostas ou de lances.
Art. 42. A prova de qualidade de produto apresentado pelos proponentes
como similar ao das marcas eventualmente indicadas no edital será admitida
por qualquer um dos seguintes meios:
I – comprovação de que o produto está de acordo com as normas técnicas
determinadas pelos órgãos oficiais competentes, pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) ou por outra entidade credenciada pelo Inmetro;
II – declaração de atendimento satisfatório emitida por outro órgão ou
entidade de nível federativo equivalente ou superior que tenha adquirido
o produto;
III – certificação, certificado, laudo laboratorial ou documento similar que
possibilite a aferição da qualidade e da conformidade do produto ou do pro-
cesso de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental, emitido por instituição
oficial competente ou por entidade credenciada.
§ 1º O edital poderá exigir, como condição de aceitabilidade da proposta,
certificação de qualidade do produto por instituição credenciada pelo Conse-
lho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro).
§ 2º A Administração poderá, nos termos do edital de licitação, oferecer
protótipo do objeto pretendido e exigir, na fase de julgamento das propostas,

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amostras do licitante provisoriamente vencedor, para atender a diligência ou,


após o julgamento, como condição para firmar contrato.
§ 3º No interesse da Administração, as amostras a que se refere o § 2º
deste artigo poderão ser examinadas por instituição com reputação ético-pro-
fissional na especialidade do objeto, previamente indicada no edital.
Art. 43. O processo de padronização deverá conter:
I – parecer técnico sobre o produto, considerados especificações técnicas
e estéticas, desempenho, análise de contratações anteriores, custo e condi-
ções de manutenção e garantia;
II – despacho motivado da autoridade superior, com a adoção do padrão;
III – síntese da justificativa e descrição sucinta do padrão definido, divul-
gadas em sítio eletrônico oficial.
§ 1º É permitida a padronização com base em processo de outro órgão
ou entidade de nível federativo igual ou superior ao do órgão adquirente, de-
vendo o ato que decidir pela adesão a outra padronização ser devidamente
motivado, com indicação da necessidade da Administração e dos riscos decor-
rentes dessa decisão, e divulgado em sítio eletrônico oficial.
§ 2º As contratações de soluções baseadas em software de uso disse-
minado serão disciplinadas em regulamento que defina processo de gestão
estratégica das contratações desse tipo de solução.
Art. 44. Quando houver a possibilidade de compra ou de locação de bens,
o estudo técnico preliminar deverá considerar os custos e os benefícios de
cada opção, com indicação da alternativa mais vantajosa.

Subseção II
Das Obras e Serviços de Engenharia

Art. 45. As licitações de obras e serviços de engenharia devem respeitar,


especialmente, as normas relativas a:
I – disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos gera-
dos pelas obras contratadas;

362
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II – mitigação por condicionantes e compensação ambiental, que serão


definidas no procedimento de licenciamento ambiental;
III – utilização de produtos, de equipamentos e de serviços que, com-
provadamente, favoreçam a redução do consumo de energia e de recur-
sos naturais;
IV – avaliação de impacto de vizinhança, na forma da legislação urbanística;
V  – proteção do patrimônio histórico, cultural, arqueológico e imaterial,
inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indireto causado pelas
obras contratadas;
VI  – acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobilida-
de reduzida.
Art. 46. Na execução indireta de obras e serviços de engenharia, são ad-
mitidos os seguintes regimes:
I – empreitada por preço unitário;
II – empreitada por preço global;
III – empreitada integral;
IV – contratação por tarefa;
V – contratação integrada;
VI – contratação semi-integrada;
VII – fornecimento e prestação de serviço associado.
§ 1º É vedada a realização de obras e serviços de engenharia sem projeto
executivo, ressalvada a hipótese prevista no § 3º do art. 18 desta Lei.
§ 2º A Administração é dispensada da elaboração de projeto básico nos
casos de contratação integrada, hipótese em que deverá ser elaborado an-
teprojeto de acordo com metodologia definida em ato do órgão competente,
observados os requisitos estabelecidos no inciso XXIV do art. 6º desta Lei.
§ 3º Na contratação integrada, após a elaboração do projeto básico pelo
contratado, o conjunto de desenhos, especificações, memoriais e cronogra-
ma físico-financeiro deverá ser submetido à aprovação da Administração, que
avaliará sua adequação em relação aos parâmetros definidos no edital e con-

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formidade com as normas técnicas, vedadas alterações que reduzam a quali-


dade ou a vida útil do empreendimento e mantida a responsabilidade integral
do contratado pelos riscos associados ao projeto básico.
§ 4º Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital e o
contrato, sempre que for o caso, deverão prever as providências necessárias
para a efetivação de desapropriação autorizada pelo poder público, bem como:
I – o responsável por cada fase do procedimento expropriatório;
II – a responsabilidade pelo pagamento das indenizações devidas;
III – a estimativa do valor a ser pago a título de indenização pelos bens
expropriados, inclusive de custos correlatos;
IV – a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o risco pela
diferença entre o custo da desapropriação e a estimativa de valor e pelos
eventuais danos e prejuízos ocasionados por atraso na disponibilização dos
bens expropriados;
V – em nome de quem deverá ser promovido o registro de imissão provi-
sória na posse e o registro de propriedade dos bens a serem desapropriados.
§ 5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia autorização da Ad-
ministração, o projeto básico poderá ser alterado, desde que demonstrada a
superioridade das inovações propostas pelo contratado em termos de redu-
ção de custos, de aumento da qualidade, de redução do prazo de execução
ou de facilidade de manutenção ou operação, assumindo o contratado a res-
ponsabilidade integral pelos riscos associados à alteração do projeto básico.
§ 6º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da con-
clusão e da aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos
às etapas anteriores.
§ 7º (VETADO).
§ 8º (VETADO).
§ 9º Os regimes de execução a que se referem os incisos II, III, IV, V e VI
do caput deste artigo serão licitados por preço global e adotarão sistemáti-
ca de medição e pagamento associada à execução de etapas do cronograma

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físico-financeiro vinculadas ao cumprimento de metas de resultado, vedada


a adoção de sistemática de remuneração orientada por preços unitários ou
referenciada pela execução de quantidades de itens unitários.

Subseção III
Dos Serviços em Geral

Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios:


I – da padronização, considerada a compatibilidade de especificações es-
téticas, técnicas ou de desempenho;
II – do parcelamento, quando for tecnicamente viável e economicamente
vantajoso.
§ 1º Na aplicação do princípio do parcelamento deverão ser considerados:
I – a responsabilidade técnica;
II – o custo para a Administração de vários contratos frente às vantagens
da redução de custos, com divisão do objeto em itens;
III – o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a concen-
tração de mercado.
§ 2º Na licitação de serviços de manutenção e assistência técnica, o edi-
tal deverá definir o local de realização dos serviços, admitida a exigência de
deslocamento de técnico ao local da repartição ou a exigência de que o con-
tratado tenha unidade de prestação de serviços em distância compatível com
as necessidades da Administração.
Art. 48. Poderão ser objeto de execução por terceiros as atividades mate-
riais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que consti-
tuam área de competência legal do órgão ou da entidade, vedado à Adminis-
tração ou a seus agentes, na contratação do serviço terceirizado:
I – indicar pessoas expressamente nominadas para executar direta ou in-
diretamente o objeto contratado;
II – fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo a ser pago
pelo contratado;

365
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III – estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de empresa


prestadora de serviço terceirizado;
IV – definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso dos salá-
rios pagos;
V – demandar a funcionário de empresa prestadora de serviço terceirizado
a execução de tarefas fora do escopo do objeto da contratação;
VI – prever em edital exigências que constituam intervenção indevida da
Administração na gestão interna do contratado.
Parágrafo único. Durante a vigência do contrato, é vedado ao contratado
contratar cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do órgão ou entidade contratante
ou de agente público que desempenhe função na licitação ou atue na fisca-
lização ou na gestão do contrato, devendo essa proibição constar expressa-
mente do edital de licitação.
Art. 49. A Administração poderá, mediante justificativa expressa, contra-
tar mais de uma empresa ou instituição para executar o mesmo serviço, des-
de que essa contratação não implique perda de economia de escala, quando:
I – o objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e
simultânea por mais de um contratado; e
II – a múltipla execução for conveniente para atender à Administração.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, a Adminis-
tração deverá manter o controle individualizado da execução do objeto con-
tratual relativamente a cada um dos contratados.
Art. 50. Nas contratações de serviços com regime de dedicação exclusi-
va de mão de obra, o contratado deverá apresentar, quando solicitado pela
Administração, sob pena de multa, comprovação do cumprimento das obri-
gações trabalhistas e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
em relação aos empregados diretamente envolvidos na execução do contrato,
em especial quanto ao:
I – registro de ponto;

366
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II – recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso


semanal remunerado e décimo terceiro salário;
III – comprovante de depósito do FGTS;
IV – recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo adicional;
V – recibo de quitação de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos
empregados dispensados até a data da extinção do contrato;
VI – recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimentação, na forma
prevista em norma coletiva.

Subseção IV
Da Locação de Imóveis

Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V do caput do art. 74 desta Lei,


a locação de imóveis deverá ser precedida de licitação e avaliação prévia do
bem, do seu estado de conservação, dos custos de adaptações e do prazo de
amortização dos investimentos necessários.

Subseção V
Das Licitações Internacionais

Art. 52. Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se


às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigên-
cias dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, o licitante brasileiro igualmente poderá fazê-lo.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado
em virtude de licitação nas condições de que trata o § 1º deste artigo será
efetuado em moeda corrente nacional.
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes
àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.

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§ 4º Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edital e serão


definidos a partir de estimativas ou médias dos tributos.
§ 5º As propostas de todos os licitantes estarão sujeitas às mesmas regras
e condições, na forma estabelecida no edital.
§ 6º Observados os termos desta Lei, o edital não poderá prever condições
de habilitação, classificação e julgamento que constituam barreiras de acesso
ao licitante estrangeiro, admitida a previsão de margem de preferência para
bens produzidos no País e serviços nacionais que atendam às normas técnicas
brasileiras, na forma definida no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III
DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE LICITAÇÃO

Art. 53. Ao final da fase preparatória, o processo licitatório seguirá para


o órgão de assessoramento jurídico da Administração, que realizará controle
prévio de legalidade mediante análise jurídica da contratação.
§ 1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão de assessoramento jurídi-
co da Administração deverá:
I – apreciar o processo licitatório conforme critérios objetivos prévios de
atribuição de prioridade;
II – redigir sua manifestação em linguagem simples e compreensível e de
forma clara e objetiva, com apreciação de todos os elementos indispensáveis
à contratação e com exposição dos pressupostos de fato e de direito levados
em consideração na análise jurídica;
III – (VETADO).
§ 2º (VETADO).
§ 3º Encerrada a instrução do processo sob os aspectos técnico e jurídico,
a autoridade determinará a divulgação do edital de licitação conforme dispos-
to no art. 54.
§ 4º Na forma deste artigo, o órgão de assessoramento jurídico da Admi-
nistração também realizará controle prévio de legalidade de contratações di-

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retas, acordos, termos de cooperação, convênios, ajustes, adesões a atas de


registro de preços, outros instrumentos congêneres e de seus termos aditivos.
§ 5º É dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente definidas
em ato da autoridade jurídica máxima competente, que deverá considerar o
baixo valor, a baixa complexidade da contratação, a entrega imediata do bem
ou a utilização de minutas de editais e instrumentos de contrato, convênio
ou outros ajustes previamente padronizados pelo órgão de assessoramen-
to jurídico.
§ 6º (VETADO).
Art. 54. A publicidade do edital de licitação será realizada mediante divul-
gação e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos no
Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).
§ 1º (VETADO).
§ 2º É facultada a divulgação adicional e a manutenção do inteiro teor do
edital e de seus anexos em sítio eletrônico oficial do ente federativo do órgão
ou entidade responsável pela licitação ou, no caso de consórcio público, do
ente de maior nível entre eles, admitida, ainda, a divulgação direta a interes-
sados devidamente cadastrados para esse fim.
§ 3º Após a homologação do processo licitatório, serão disponibilizados
no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e, se o órgão ou entidade
responsável pela licitação entender cabível, também no sítio referido no § 2º
deste artigo, os documentos elaborados na fase preparatória que porventura
não tenham integrado o edital e seus anexos.

CAPÍTULO IV
DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E LANCES

Art. 55. Os prazos mínimos para apresentação de propostas e lances,


contados a partir da data de divulgação do edital de licitação, são de:
I – para aquisição de bens:

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a) 8 (oito) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de me-


nor preço ou de maior desconto;
b) 15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela alínea “a”
deste inciso;
II – no caso de serviços e obras:
a) 10 (dez) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de
menor preço ou de maior desconto, no caso de serviços comuns e de obras e
serviços comuns de engenharia;
b) 25 (vinte e cinco) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamen-
to de menor preço ou de maior desconto, no caso de serviços especiais e de
obras e serviços especiais de engenharia;
c) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime de execução for de contra-
tação integrada;
d) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o regime de execução for o de
contratação semi-integrada ou nas hipóteses não abrangidas pelas alíneas
“a”, “b” e “c” deste inciso;
III – para licitação em que se adote o critério de julgamento de maior lan-
ce, 15 (quinze) dias úteis;
IV – para licitação em que se adote o critério de julgamento de técnica e
preço ou de melhor técnica ou conteúdo artístico, 35 (trinta e cinco) dias úteis.
§ 1º Eventuais modificações no edital implicarão nova divulgação na mes-
ma forma de sua divulgação inicial, além do cumprimento dos mesmos prazos
dos atos e procedimentos originais, exceto quando a alteração não compro-
meter a formulação das propostas.
§ 2º Os prazos previstos neste artigo poderão, mediante decisão funda-
mentada, ser reduzidos até a metade nas licitações realizadas pelo Ministério
da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 56. O modo de disputa poderá ser, isolada ou conjuntamente:
I – aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas propostas por
meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes;

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II – fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em sigilo até a


data e hora designadas para sua divulgação.
§ 1º A utilização isolada do modo de disputa fechado será vedada quando
adotados os critérios de julgamento de menor preço ou de maior desconto.
§ 2º A utilização do modo de disputa aberto será vedada quando adotado
o critério de julgamento de técnica e preço.
§ 3º Serão considerados intermediários os lances:
I – iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o critério de
julgamento de maior lance;
II – iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados os de-
mais critérios de julgamento.
§ 4º Após a definição da melhor proposta, se a diferença em relação à
proposta classificada em segundo lugar for de pelo menos 5% (cinco por
cento), a Administração poderá admitir o reinício da disputa aberta, nos ter-
mos estabelecidos no instrumento convocatório, para a definição das demais
colocações.
§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após o julgamen-
to, o licitante vencedor deverá reelaborar e apresentar à Administração, por
meio eletrônico, as planilhas com indicação dos quantitativos e dos custos
unitários, bem como com detalhamento das Bonificações e Despesas Indire-
tas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES), com os respectivos valores adequados
ao valor final da proposta vencedora, admitida a utilização dos preços unitá-
rios, no caso de empreitada por preço global, empreitada integral, contrata-
ção semi-integrada e contratação integrada, exclusivamente para eventuais
adequações indispensáveis no cronograma físico-financeiro e para balizar ex-
cepcional aditamento posterior do contrato.
Art. 57. O edital de licitação poderá estabelecer intervalo mínimo de di-
ferença de valores entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances
intermediários quanto em relação à proposta que cobrir a melhor oferta.

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Art. 58. Poderá ser exigida, no momento da apresentação da proposta,


a comprovação do recolhimento de quantia a título de garantia de proposta,
como requisito de pré-habilitação.
§ 1º A garantia de proposta não poderá ser superior a 1% (um por cento)
do valor estimado para a contratação.
§ 2º A garantia de proposta será devolvida aos licitantes no prazo de 10
(dez) dias úteis, contado da assinatura do contrato ou da data em que for
declarada fracassada a licitação.
§ 3º Implicará execução do valor integral da garantia de proposta a re-
cusa em assinar o contrato ou a não apresentação dos documentos para a
contratação.
§ 4º A garantia de proposta poderá ser prestada nas modalidades de que
trata o § 1º do art. 96 desta Lei.

CAPÍTULO V
DO JULGAMENTO

Art. 59. Serão desclassificadas as propostas que:


I – contiverem vícios insanáveis;
II – não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas no edital;
III – apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do orça-
mento estimado para a contratação;
IV – não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exigido pela
Administração;
V – apresentarem desconformidade com quaisquer outras exigências do
edital, desde que insanável.
§ 1º A verificação da conformidade das propostas poderá ser feita exclu-
sivamente em relação à proposta mais bem classificada.
§ 2º A Administração poderá realizar diligências para aferir a exequibilida-
de das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, conforme
disposto no inciso IV do caput deste artigo.

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§ 3º No caso de obras e serviços de engenharia e arquitetura, para efeito


de avaliação da exequibilidade e de sobrepreço, serão considerados o preço
global, os quantitativos e os preços unitários tidos como relevantes, obser-
vado o critério de aceitabilidade de preços unitário e global a ser fixado no
edital, conforme as especificidades do mercado correspondente.
§ 4º No caso de obras e serviços de engenharia, serão consideradas inexe-
quíveis as propostas cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e cinco
por cento) do valor orçado pela Administração.
§ 5º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, será exigida ga-
rantia adicional do licitante vencedor cuja proposta for inferior a 85% (oitenta
e cinco por cento) do valor orçado pela Administração, equivalente à diferen-
ça entre este último e o valor da proposta, sem prejuízo das demais garantias
exigíveis de acordo com esta Lei.
Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, serão utiliza-
dos os seguintes critérios de desempate, nesta ordem:
I – disputa final, hipótese em que os licitantes empatados poderão apre-
sentar nova proposta em ato contínuo à classificação;
II – avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, para a qual
deverão preferencialmente ser utilizados registros cadastrais para efeito de
atesto de cumprimento de obrigações previstos nesta Lei;
III – desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre homens e
mulheres no ambiente de trabalho, conforme regulamento;
IV – desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme
orientações dos órgãos de controle.
§ 1º Em igualdade de condições, se não houver desempate, será as-
segurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços produzidos ou
prestados por:
I – empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distrito Federal
do órgão ou entidade da Administração Pública estadual ou distrital licitante

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ou, no caso de licitação realizada por órgão ou entidade de Município, no ter-


ritório do Estado em que este se localize;
II – empresas brasileiras;
III – empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecno-
logia no País;
IV – empresas que comprovem a prática de mitigação, nos termos da Lei
n. 12.187, de 29 de dezembro de 2009.
§ 2º As regras previstas no caput deste artigo não prejudicarão a apli-
cação do disposto no art. 44 da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezem-
bro de 2006.
Art. 61. Definido o resultado do julgamento, a Administração poderá ne-
gociar condições mais vantajosas com o primeiro colocado.
§ 1º A negociação poderá ser feita com os demais licitantes, segundo a
ordem de classificação inicialmente estabelecida, quando o primeiro coloca-
do, mesmo após a negociação, for desclassificado em razão de sua proposta
permanecer acima do preço máximo definido pela Administração.
§ 2º A negociação será conduzida por agente de contratação ou comissão
de contratação, na forma de regulamento, e, depois de concluída, terá seu
resultado divulgado a todos os licitantes e anexado aos autos do processo
licitatório.

CAPÍTULO VI
DA HABILITAÇÃO

Art. 62. A habilitação é a fase da licitação em que se verifica o conjunto


de informações e documentos necessários e suficientes para demonstrar a
capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação, dividindo-se em:
I – jurídica;
II – técnica;
III – fiscal, social e trabalhista;
IV – econômico-financeira.

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Art. 63. Na fase de habilitação das licitações serão observadas as seguin-


tes disposições:
I – poderá ser exigida dos licitantes a declaração de que atendem aos re-
quisitos de habilitação, e o declarante responderá pela veracidade das infor-
mações prestadas, na forma da lei;
II – será exigida a apresentação dos documentos de habilitação apenas
pelo licitante vencedor, exceto quando a fase de habilitação anteceder a de
julgamento;
III  – serão exigidos os documentos relativos à regularidade fiscal, em
qualquer caso, somente em momento posterior ao julgamento das propostas,
e apenas do licitante mais bem classificado;
IV – será exigida do licitante declaração de que cumpre as exigências de
reserva de cargos para pessoa com deficiência e para reabilitado da Previdên-
cia Social, previstas em lei e em outras normas específicas.
§ 1º Constará do edital de licitação cláusula que exija dos licitantes, sob
pena de desclassificação, declaração de que suas propostas econômicas com-
preendem a integralidade dos custos para atendimento dos direitos trabalhis-
tas assegurados na Constituição Federal, nas leis trabalhistas, nas normas in-
fralegais, nas convenções coletivas de trabalho e nos termos de ajustamento
de conduta vigentes na data de entrega das propostas.
§ 2º Quando a avaliação prévia do local de execução for imprescindível
para o conhecimento pleno das condições e peculiaridades do objeto a ser
contratado, o edital de licitação poderá prever, sob pena de inabilitação, a
necessidade de o licitante atestar que conhece o local e as condições de rea-
lização da obra ou serviço, assegurado a ele o direito de realização de visto-
ria prévia.
§ 3º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, o edital de licitação sem-
pre deverá prever a possibilidade de substituição da vistoria por declaração
formal assinada pelo responsável técnico do licitante acerca do conhecimento
pleno das condições e peculiaridades da contratação.

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§ 4º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, se os licitantes optarem


por realizar vistoria prévia, a Administração deverá disponibilizar data e ho-
rário diferentes para os eventuais interessados.
Art. 64. Após a entrega dos documentos para habilitação, não será per-
mitida a substituição ou a apresentação de novos documentos, salvo em sede
de diligência, para:
I – complementação de informações acerca dos documentos já apresen-
tados pelos licitantes e desde que necessária para apurar fatos existentes à
época da abertura do certame;
II – atualização de documentos cuja validade tenha expirado após a data
de recebimento das propostas.
§ 1º Na análise dos documentos de habilitação, a comissão de licitação
poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substância dos documentos
e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado registrado e aces-
sível a todos, atribuindo-lhes eficácia para fins de habilitação e classificação.
§ 2º Quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento e já tiver
sido encerrada, não caberá exclusão de licitante por motivo relacionado à
habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o
julgamento.
Art. 65. As condições de habilitação serão definidas no edital.
§ 1º As empresas criadas no exercício financeiro da licitação deverão aten-
der a todas as exigências da habilitação e ficarão autorizadas a substituir os
demonstrativos contábeis pelo balanço de abertura.
§ 2º A habilitação poderá ser realizada por processo eletrônico de comu-
nicação a distância, nos termos dispostos em regulamento.
Art. 66. A habilitação jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitan-
te exercer direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada
por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e, quando
cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser contratada.

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Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profissional e téc-


nico-operacional será restrita a:
I – apresentação de profissional, devidamente registrado no conselho pro-
fissional competente, quando for o caso, detentor de atestado de responsabi-
lidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhan-
tes, para fins de contratação;
II – certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conselho profissio-
nal competente, quando for o caso, que demonstrem capacidade operacional
na execução de serviços similares de complexidade tecnológica e operacional
equivalente ou superior, bem como documentos comprobatórios emitidos na
forma do § 3º do art. 88 desta Lei;
III  – indicação do pessoal técnico, das instalações e do aparelhamento
adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como
da qualificação de cada membro da equipe técnica que se responsabilizará
pelos trabalhos;
IV – prova do atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando
for o caso;
V  – registro ou inscrição na entidade profissional competente, quando
for o caso;
VI – declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas as infor-
mações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da
licitação.
§ 1º A exigência de atestados será restrita às parcelas de maior relevância
ou valor significativo do objeto da licitação, assim consideradas as que te-
nham valor individual igual ou superior a 4% (quatro por cento) do valor total
estimado da contratação.
§ 2º Observado o disposto no caput e no § 1º deste artigo, será admitida
a exigência de atestados com quantidades mínimas de até 50% (cinquenta
por cento) das parcelas de que trata o referido parágrafo, vedadas limitações
de tempo e de locais específicos relativas aos atestados.

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§ 3º Salvo na contratação de obras e serviços de engenharia, as exigên-


cias a que se referem os incisos I e II do caput  deste artigo, a critério da
Administração, poderão ser substituídas por outra prova de que o profissional
ou a empresa possui conhecimento técnico e experiência prática na execução
de serviço de características semelhantes, hipótese em que as provas alter-
nativas aceitáveis deverão ser previstas em regulamento.
§ 4º Serão aceitos atestados ou outros documentos hábeis emitidos por
entidades estrangeiras quando acompanhados de tradução para o português,
salvo se comprovada a inidoneidade da entidade emissora.
§ 5º Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exigir certidão
ou atestado que demonstre que o licitante tenha executado serviços similares
ao objeto da licitação, em períodos sucessivos ou não, por um prazo mínimo,
que não poderá ser superior a 3 (três) anos.
§ 6º Os profissionais indicados pelo licitante na forma dos incisos I e III
do caput deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licita-
ção, e será admitida a sua substituição por profissionais de experiência equi-
valente ou superior, desde que aprovada pela Administração.
§ 7º Sociedades empresárias estrangeiras atenderão à exigência prevista
no inciso V do caput deste artigo por meio da apresentação, no momento da
assinatura do contrato, da solicitação de registro perante a entidade profis-
sional competente no Brasil.
§ 8º Será admitida a exigência da relação dos compromissos assumidos
pelo licitante que importem em diminuição da disponibilidade do pessoal téc-
nico referido nos incisos I e III do caput deste artigo.
§ 9º O edital poderá prever, para aspectos técnicos específicos, que a qua-
lificação técnica seja demonstrada por meio de atestados relativos a potencial
subcontratado, limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do objeto a ser licita-
do, hipótese em que mais de um licitante poderá apresentar atestado relativo
ao mesmo potencial subcontratado.

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§ 10. Em caso de apresentação por licitante de atestado de desempenho


anterior emitido em favor de consórcio do qual tenha feito parte, se o ates-
tado ou o contrato de constituição do consórcio não identificar a atividade
desempenhada por cada consorciado individualmente, serão adotados os se-
guintes critérios na avaliação de sua qualificação técnica:
I – caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio homogêneo,
as experiências atestadas deverão ser reconhecidas para cada empresa con-
sorciada na proporção quantitativa de sua participação no consórcio, salvo
nas licitações para contratação de serviços técnicos especializados de natu-
reza predominantemente intelectual, em que todas as experiências atestadas
deverão ser reconhecidas para cada uma das empresas consorciadas;
II – caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio heterogêneo,
as experiências atestadas deverão ser reconhecidas para cada consorciado de
acordo com os respectivos campos de atuação, inclusive nas licitações para
contratação de serviços técnicos especializados de natureza predominante-
mente intelectual.
§ 11. Na hipótese do § 10 deste artigo, para fins de comprovação do per-
centual de participação do consorciado, caso este não conste expressamente
do atestado ou da certidão, deverá ser juntada ao atestado ou à certidão có-
pia do instrumento de constituição do consórcio.
§ 12. Na documentação de que trata o inciso I do caput deste artigo, não
serão admitidos atestados de responsabilidade técnica de profissionais que,
na forma de regulamento, tenham dado causa à aplicação das sanções pre-
vistas nos incisos III e IV do caput do art. 156 desta Lei em decorrência de
orientação proposta, de prescrição técnica ou de qualquer ato profissional de
sua responsabilidade.
Art. 68. As habilitações fiscal, social e trabalhista serão aferidas mediante
a verificação dos seguintes requisitos:
I – a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacio-
nal da Pessoa Jurídica (CNPJ);

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II – a inscrição no cadastro de contribuintes estadual e/ou municipal, se


houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de
atividade e compatível com o objeto contratual;
III – a regularidade perante a Fazenda federal, estadual e/ou municipal do
domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV – a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que demonstre
cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei;
V – a regularidade perante a Justiça do Trabalho;
VI – o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constitui-
ção Federal.
§ 1º Os documentos referidos nos incisos do caput deste artigo poderão
ser substituídos ou supridos, no todo ou em parte, por outros meios hábeis a
comprovar a regularidade do licitante, inclusive por meio eletrônico.
§ 2º A comprovação de atendimento do disposto nos incisos III, IV e V
do caput deste artigo deverá ser feita na forma da legislação específica.
Art. 69. A habilitação econômico-financeira visa a demonstrar a aptidão
econômica do licitante para cumprir as obrigações decorrentes do futuro con-
trato, devendo ser comprovada de forma objetiva, por coeficientes e índices
econômicos previstos no edital, devidamente justificados no processo licitató-
rio, e será restrita à apresentação da seguinte documentação:
I – balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercício e demais
demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercícios sociais;
II – certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo distribuidor
da sede do licitante.
§ 1º A critério da Administração, poderá ser exigida declaração, assinada
por profissional habilitado da área contábil, que ateste o atendimento pelo
licitante dos índices econômicos previstos no edital.
§ 2º Para o atendimento do disposto no caput deste artigo, é vedada a
exigência de valores mínimos de faturamento anterior e de índices de renta-
bilidade ou lucratividade.

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§ 3º É admitida a exigência da relação dos compromissos assumidos pelo


licitante que importem em diminuição de sua capacidade econômico-financei-
ra, excluídas parcelas já executadas de contratos firmados.
§ 4º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de
obras e serviços, poderá estabelecer no edital a exigência de capital mínimo
ou de patrimônio líquido mínimo equivalente a até 10% (dez por cento) do
valor estimado da contratação.
§ 5º É vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados
para a avaliação de situação econômico-financeira suficiente para o cumpri-
mento das obrigações decorrentes da licitação.
§ 6º Os documentos referidos no inciso I do caput deste artigo limitar-
-se-ão ao último exercício no caso de a pessoa jurídica ter sido constituída há
menos de 2 (dois) anos.
Art. 70. A documentação referida neste Capítulo poderá ser:
I – apresentada em original, por cópia ou por qualquer outro meio expres-
samente admitido pela Administração;
II – substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade públi-
ca, desde que previsto no edital e que o registro tenha sido feito em obediên-
cia ao disposto nesta Lei;
III – dispensada, total ou parcialmente, nas contratações para entrega
imediata, nas contratações em valores inferiores a 1/4 (um quarto) do limite
para dispensa de licitação para compras em geral e nas contratações de pro-
duto para pesquisa e desenvolvimento até o valor de R$ 300.000,00 (trezen-
tos mil reais).
Parágrafo único. As empresas estrangeiras que não funcionem no País
deverão apresentar documentos equivalentes, na forma de regulamento emi-
tido pelo Poder Executivo federal.

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CAPÍTULO VII
DO ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO

Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os


recursos administrativos, o processo licitatório será encaminhado à autorida-
de superior, que poderá:
I – determinar o retorno dos autos para saneamento de irregularidades;
II – revogar a licitação por motivo de conveniência e oportunidade;
III – proceder à anulação da licitação, de ofício ou mediante provocação
de terceiros, sempre que presente ilegalidade insanável;
IV – adjudicar o objeto e homologar a licitação.
§ 1º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade indicará expressamente os
atos com vícios insanáveis, tornando sem efeito todos os subsequentes que
deles dependam, e dará ensejo à apuração de responsabilidade de quem lhes
tenha dado causa.
§ 2º O motivo determinante para a revogação do processo licitatório de-
verá ser resultante de fato superveniente devidamente comprovado.
§ 3º Nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada a prévia
manifestação dos interessados.
§ 4º O disposto neste artigo será aplicado, no que couber, à contratação
direta e aos procedimentos auxiliares da licitação.

CAPÍTULO VIII
DA CONTRATAÇÃO DIRETA

Seção I
Do Processo de Contratação Direta

Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os casos de


inexigibilidade e de dispensa de licitação, deverá ser instruído com os seguin-
tes documentos:

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I – documento de formalização de demanda e, se for o caso, estudo técni-


co preliminar, análise de riscos, termo de referência, projeto básico ou projeto
executivo;
II – estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma estabele-
cida no art. 23 desta Lei;
III – parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que demonstrem
o atendimento dos requisitos exigidos;
IV – demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamen-
tários com o compromisso a ser assumido;
V – comprovação de que o contratado preenche os requisitos de habilita-
ção e qualificação mínima necessária;
VI – razão da escolha do contratado;
VII – justificativa de preço;
VIII – autorização da autoridade competente.
Parágrafo único. O ato que autoriza a contratação direta ou o extrato de-
corrente do contrato deverá ser divulgado e mantido à disposição do público
em sítio eletrônico oficial.
Art. 73. Na hipótese de contratação direta indevida ocorrida com dolo,
fraude ou erro grosseiro, o contratado e o agente público responsável res-
ponderão solidariamente pelo dano causado ao erário, sem prejuízo de outras
sanções legais cabíveis.

Seção II
Da Inexigibilidade de Licitação

Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial


nos casos de:
I – aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação
de serviços que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou represen-
tante comercial exclusivos;

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II – contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio


de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou
pela opinião pública;
III – contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natu-
reza predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de no-
tória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos
executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou
tributárias;
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de cam-
po e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros especí-
ficos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se
enquadrem no disposto neste inciso;
IV – objetos que devam ou possam ser contratados por meio de cre-
denciamento;
V – aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e
de localização tornem necessária sua escolha.
§ 1º Para fins do disposto no inciso I do caput deste artigo, a Administra-
ção deverá demonstrar a inviabilidade de competição mediante atestado de
exclusividade, contrato de exclusividade, declaração do fabricante ou outro
documento idôneo capaz de comprovar que o objeto é fornecido ou prestado
por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos, vedada a pre-
ferência por marca específica.

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§ 2º Para fins do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se


empresário exclusivo a pessoa física ou jurídica que possua contrato, decla-
ração, carta ou outro documento que ateste a exclusividade permanente e
contínua de representação, no País ou em Estado específico, do profissional
do setor artístico, afastada a possibilidade de contratação direta por inexigi-
bilidade por meio de empresário com representação restrita a evento ou local
específico.
§ 3º Para fins do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se
de notória especialização o profissional ou a empresa cujo conceito no campo
de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, expe-
riência, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou outros
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu traba-
lho é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto
do contrato.
§ 4º Nas contratações com fundamento no inciso III do caput deste ar-
tigo, é vedada a subcontratação de empresas ou a atuação de profissionais
distintos daqueles que tenham justificado a inexigibilidade.
§ 5º Nas contratações com fundamento no inciso V do caput deste artigo,
devem ser observados os seguintes requisitos:
I – avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos de
adaptações, quando imprescindíveis às necessidades de utilização, e do prazo
de amortização dos investimentos;
II  – certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e disponíveis
que atendam ao objeto;
III – justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a ser com-
prado ou locado pela Administração e que evidenciem vantagem para ela.

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Seção III
Da Dispensa de Licitação

Art. 75. É dispensável a licitação:


I – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00 (cem
mil reais), no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de ma-
nutenção de veículos automotores;
II – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50.000,00 (cin-
quenta mil reais), no caso de outros serviços e compras;
III  – para contratação que mantenha todas as condições definidas em
edital de licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que
naquela licitação:
a) não surgiram licitantes interessados ou não foram apresentadas pro-
postas válidas;
b) as propostas apresentadas consignaram preços manifestamente su-
periores aos praticados no mercado ou incompatíveis com os fixados pelos
órgãos oficiais competentes;
IV – para contratação que tenha por objeto:
a) bens, componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira ne-
cessários à manutenção de equipamentos, a serem adquiridos do fornecedor
original desses equipamentos durante o período de garantia técnica, quando
essa condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
b) bens, serviços, alienações ou obras, nos termos de acordo internacional
específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas
forem manifestamente vantajosas para a Administração;
c) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a contratação, no
caso de obras e serviços de engenharia, ao valor de R$ 300.000,00 (trezentos
mil reais);
d) transferência de tecnologia ou licenciamento de direito de uso ou de
exploração de criação protegida, nas contratações realizadas por instituição

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científica, tecnológica e de inovação (ICT) pública ou por agência de fomento,


desde que demonstrada vantagem para a Administração;
e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis, no período neces-
sário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, hipótese
em que a contratação será realizada diretamente com base no preço do dia;
f) bens ou serviços produzidos ou prestados no País que envolvam, cumu-
lativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional;
g) materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padroni-
zação requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres, mediante autorização por ato do comandante da força militar;
h) bens e serviços para atendimento dos contingentes militares das forças
singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, hipótese
em que a contratação deverá ser justificada quanto ao preço e à escolha do
fornecedor ou executante e ratificada pelo comandante da força militar;
i) abastecimento ou suprimento de efetivos militares em estada eventual
de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas se-
des, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento;
j) coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos
recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo,
realizados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente de pes-
soas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores
de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as
normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
k) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de au-
tenticidade certificada, desde que inerente às finalidades do órgão ou com
elas compatível;
l) serviços especializados ou aquisição ou locação de equipamentos des-
tinados ao rastreamento e à obtenção de provas previstas nos incisos II e V

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do caput do art. 3º da Lei n. 12.850, de 2 de agosto de 2013, quando houver


necessidade justificada de manutenção de sigilo sobre a investigação;
m) aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento
de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde;
V – para contratação com vistas ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 3º-A, 4º, 5º e 20 da Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados
os princípios gerais de contratação constantes da referida Lei;
VI – para contratação que possa acarretar comprometimento da segurança
nacional, nos casos estabelecidos pelo Ministro de Estado da Defesa, median-
te demanda dos comandos das Forças Armadas ou dos demais ministérios;
VII – nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção
federal ou de grave perturbação da ordem;
VIII – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando carac-
terizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de pes-
soas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares,
e somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam
ser concluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrên-
cia da emergência ou da calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos
contratos e a recontratação de empresa já contratada com base no disposto
neste inciso;
IX – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de
bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integrem
a Administração Pública e que tenham sido criados para esse fim específico,
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
X – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular
preços ou normalizar o abastecimento;
XI – para celebração de contrato de programa com ente federativo ou
com entidade de sua Administração Pública indireta que envolva prestação de

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serviços públicos de forma associada nos termos autorizados em contrato de


consórcio público ou em convênio de cooperação;
XII – para contratação em que houver transferência de tecnologia de pro-
dutos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme elencados
em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição desses
produtos durante as etapas de absorção tecnológica, e em valores compatí-
veis com aqueles definidos no instrumento firmado para a transferência de
tecnologia;
XIII – para contratação de profissionais para compor a comissão de avalia-
ção de critérios de técnica, quando se tratar de profissional técnico de notória
especialização;
XIV – para contratação de associação de pessoas com deficiência, sem fins
lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública, para a prestação de serviços, desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado e os serviços contratados sejam
prestados exclusivamente por pessoas com deficiência;
XV  – para contratação de instituição brasileira que tenha por finalidade
estatutária apoiar, captar e executar atividades de ensino, pesquisa, exten-
são, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à ino-
vação, inclusive para gerir administrativa e financeiramente essas atividades,
ou para contratação de instituição dedicada à recuperação social da pessoa
presa, desde que o contratado tenha inquestionável reputação ética e profis-
sional e não tenha fins lucrativos;
XVI – para aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de in-
sumos estratégicos para a saúde produzidos por fundação que, regimental ou
estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da Administração Pública
direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão,
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inova-
ção, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução
desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia

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de produtos estratégicos para o SUS, nos termos do inciso XII do caput des-


te artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior
à entrada em vigor desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível
com o praticado no mercado.
§ 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites referidos
nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão ser observados:
I – o somatório do que for despendido no exercício financeiro pela respec-
tiva unidade gestora;
II – o somatório da despesa realizada com objetos de mesma natureza,
entendidos como tais aqueles relativos a contratações no mesmo ramo de
atividade.
§ 2º Os valores referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão
duplicados para compras, obras e serviços contratados por consórcio públi-
co ou por autarquia ou fundação qualificadas como agências executivas na
forma da lei.
§ 3º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo
serão preferencialmente precedidas de divulgação de aviso em sítio eletrônico
oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três) dias úteis, com a especificação do obje-
to pretendido e com a manifestação de interesse da Administração em obter
propostas adicionais de eventuais interessados, devendo ser selecionada a
proposta mais vantajosa.
§ 4º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo
serão preferencialmente pagas por meio de cartão de pagamento, cujo extra-
to deverá ser divulgado e mantido à disposição do público no Portal Nacional
de Contratações Públicas (PNCP).
§ 5º A dispensa prevista na alínea “c” do inciso IV do caput deste artigo,
quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos
especiais instituídos em regulamentação específica.
§ 6º Para os fins do inciso VIII do caput deste artigo, considera-se emer-
gencial a contratação por dispensa com objetivo de manter a continuidade do

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serviço público, e deverão ser observados os valores praticados pelo mercado


na forma do art. 23 desta Lei e adotadas as providências necessárias para a
conclusão do processo licitatório, sem prejuízo de apuração de responsabili-
dade dos agentes públicos que deram causa à situação emergencial.
§ 7º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo às contratações de até
R$ 8.000,00 (oito mil reais) de serviços de manutenção de veículos automo-
tores de propriedade do órgão ou entidade contratante, incluído o forneci-
mento de peças.

CAPÍTULO IX
DAS ALIENAÇÕES

Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I – tratando-se de bens imóveis, inclusive os pertencentes às autarquias e
às fundações, exigirá autorização legislativa e dependerá de licitação na mo-
dalidade leilão, dispensada a realização de licitação nos casos de:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Ad-
ministração Pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas
alíneas “f”, “g” e “h” deste inciso;
c) permuta por outros imóveis que atendam aos requisitos relacionados às
finalidades precípuas da Administração, desde que a diferença apurada não
ultrapasse a metade do valor do imóvel que será ofertado pela União, segun-
do avaliação prévia, e ocorra a torna de valores, sempre que for o caso;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública de qualquer
esfera de governo;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação e permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,

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destinados ou efetivamente usados em programas de habitação ou de regu-


larização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgão ou entidade da
Administração Pública;
g) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação e permissão de uso de bens imóveis comerciais de âmbito local,
com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e destina-
dos a programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos
por órgão ou entidade da Administração Pública;
h) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de
terras públicas rurais da União e do Instituto Nacional de Colonização e Refor-
ma Agrária (Incra) onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1º do
art. 6º da Lei n. 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização
fundiária, atendidos os requisitos legais;
i) legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei n. 6.383, de 7 de
dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Adminis-
tração Pública competentes;
j) legitimação fundiária e legitimação de posse de que trata a Lei n. 13.465,
de 11 de julho de 2017;
II – tratando-se de bens móveis, dependerá de licitação na modalidade
leilão, dispensada a realização de licitação nos casos de:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de oportunidade e conveniência socioeconômica em relação à
escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Ad-
ministração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica;
d) venda de títulos, observada a legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por entidades da Admi-
nistração Pública, em virtude de suas finalidades;

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f) venda de materiais e equipamentos sem utilização previsível por quem


deles dispõe para outros órgãos ou entidades da Administração Pública.
§ 1º A alienação de bens imóveis da Administração Pública cuja aquisição
tenha sido derivada de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento
dispensará autorização legislativa e exigirá apenas avaliação prévia e licitação
na modalidade leilão.
§ 2º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I do caput des-
te artigo, cessadas as razões que justificaram sua doação, serão revertidos
ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada sua alienação pelo be-
neficiário.
§ 3º A Administração poderá conceder título de propriedade ou de direito
real de uso de imóvel, admitida a dispensa de licitação, quando o uso des-
tinar-se a:
I – outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja
a localização do imóvel;
II – pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo
do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura,
de ocupação mansa e pacífica e de exploração direta sobre área rural, ob-
servado o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei n. 11.952, de 25 de
junho de 2009.
§ 4º A aplicação do disposto no inciso II do § 3º deste artigo será dis-
pensada de autorização legislativa e submeter-se-á aos seguintes condi-
cionamentos:
I – aplicação exclusiva às áreas em que a detenção por particular seja
comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004;
II – submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e
administrativo de destinação e de regularização fundiária de terras públicas;
III – vedação de concessão para exploração não contemplada na lei agrá-
ria, nas leis de destinação de terras públicas ou nas normas legais ou admi-
nistrativas de zoneamento ecológico-econômico;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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IV – previsão de extinção automática da concessão, dispensada notifica-


ção, em caso de declaração de utilidade pública, de necessidade pública ou
de interesse social;
V – aplicação exclusiva a imóvel situado em zona rural e não sujeito a
vedação, impedimento ou inconveniente à exploração mediante atividade
agropecuária;
VI – limitação a áreas de que trata o § 1º do art. 6º da Lei n. 11.952, de
25 de junho de 2009, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores;
VII – acúmulo com o quantitativo de área decorrente do caso previsto na
alínea “i” do inciso I do caput deste artigo até o limite previsto no inciso VI
deste parágrafo.
§ 5º Entende-se por investidura, para os fins desta Lei, a:
I – alienação, ao proprietário de imóvel lindeiro, de área remanescente
ou resultante de obra pública que se tornar inaproveitável isoladamente, por
preço que não seja inferior ao da avaliação nem superior a 50% (cinquenta
por cento) do valor máximo permitido para dispensa de licitação de bens e
serviços previsto nesta Lei;
II – alienação, ao legítimo possuidor direto ou, na falta dele, ao poder pú-
blico, de imóvel para fins residenciais construído em núcleo urbano anexo a
usina hidrelétrica, desde que considerado dispensável na fase de operação da
usina e que não integre a categoria de bens reversíveis ao final da concessão.
§ 6º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão,
obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu cumprimento e a cláusula de
reversão, sob pena de nulidade do ato, dispensada a licitação em caso de in-
teresse público devidamente justificado.
§ 7º Na hipótese do § 6º deste artigo, caso o donatário necessite ofe-
recer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e as
demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor
do doador.

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Art. 77. Para a venda de bens imóveis, será concedido direito de prefe-


rência ao licitante que, submetendo-se a todas as regras do edital, comprove
a ocupação do imóvel objeto da licitação.

CAPÍTULO X
DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES

Seção I
Dos Procedimentos Auxiliares

Art. 78. São procedimentos auxiliares das licitações e das contratações


regidas por esta Lei:
I – credenciamento;
II – pré-qualificação;
III – procedimento de manifestação de interesse;
IV – sistema de registro de preços;
V – registro cadastral.
§ 1º Os procedimentos auxiliares de que trata o caput deste artigo obe-
decerão a critérios claros e objetivos definidos em regulamento.
§ 2º O julgamento que decorrer dos procedimentos auxiliares das licita-
ções previstos nos incisos II e III do caput deste artigo seguirá o mesmo
procedimento das licitações.

Seção II
Do Credenciamento

Art. 79. O credenciamento poderá ser usado nas seguintes hipóteses de


contratação:
I – paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa para a
Administração a realização de contratações simultâneas em condições pa-
dronizadas;

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II – com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção do contra-


tado está a cargo do beneficiário direto da prestação;
III – em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante do valor da
prestação e das condições de contratação inviabiliza a seleção de agente por
meio de processo de licitação.
Parágrafo único. Os procedimentos de credenciamento serão definidos em
regulamento, observadas as seguintes regras:
I – a Administração deverá divulgar e manter à disposição do público, em
sítio eletrônico oficial, edital de chamamento de interessados, de modo a per-
mitir o cadastramento permanente de novos interessados;
II – na hipótese do inciso I do caput deste artigo, quando o objeto não
permitir a contratação imediata e simultânea de todos os credenciados, deve-
rão ser adotados critérios objetivos de distribuição da demanda;
III – o edital de chamamento de interessados deverá prever as condições
padronizadas de contratação e, nas hipóteses dos incisos I e II do caput des-
te artigo, deverá definir o valor da contratação;
IV – na hipótese do inciso III do caput deste artigo, a Administração de-
verá registrar as cotações de mercado vigentes no momento da contratação;
V – não será permitido o cometimento a terceiros do objeto contratado
sem autorização expressa da Administração;
VI – será admitida a denúncia por qualquer das partes nos prazos fixados
no edital.

Seção III
Da Pré-Qualificação

Art. 80. A pré-qualificação é o procedimento técnico-administrativo para


selecionar previamente:
I – licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de fu-
tura licitação ou de licitação vinculada a programas de obras ou de serviços
objetivamente definidos;

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II – bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade estabeleci-


das pela Administração.
§ 1º Na pré-qualificação observar-se-á o seguinte:
I – quando aberta a licitantes, poderão ser dispensados os documentos
que já constarem do registro cadastral;
II – quando aberta a bens, poderá ser exigida a comprovação de qualidade.
§ 2º O procedimento de pré-qualificação ficará permanentemente aberto
para a inscrição de interessados.
§ 3º Quanto ao procedimento de pré-qualificação, constarão do edital:
I – as informações mínimas necessárias para definição do objeto;
II – a modalidade, a forma da futura licitação e os critérios de julgamento.
§ 4º A apresentação de documentos far-se-á perante órgão ou comissão
indicada pela Administração, que deverá examiná-los no prazo máximo de
10 (dez) dias úteis e determinar correção ou reapresentação de documentos,
quando for o caso, com vistas à ampliação da competição.
§ 5º Os bens e os serviços pré-qualificados deverão integrar o catálogo de
bens e serviços da Administração.
§ 6º A pré-qualificação poderá ser realizada em grupos ou segmentos,
segundo as especialidades dos fornecedores.
§ 7º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, com alguns ou todos os
requisitos técnicos ou de habilitação necessários à contratação, assegurada,
em qualquer hipótese, a igualdade de condições entre os concorrentes.
§ 8º Quanto ao prazo, a pré-qualificação terá validade:
I – de 1 (um) ano, no máximo, e poderá ser atualizada a qualquer tempo;
II – não superior ao prazo de validade dos documentos apresentados pe-
los interessados.
§ 9º Os licitantes e os bens pré-qualificados serão obrigatoriamente divul-
gados e mantidos à disposição do público.
§ 10. A licitação que se seguir ao procedimento da pré-qualificação poderá
ser restrita a licitantes ou bens pré-qualificados.

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Seção IV
Do Procedimento de Manifestação de Interesse

Art. 81. A Administração poderá solicitar à iniciativa privada, mediante


procedimento aberto de manifestação de interesse a ser iniciado com a pu-
blicação de edital de chamamento público, a propositura e a realização de
estudos, investigações, levantamentos e projetos de soluções inovadoras que
contribuam com questões de relevância pública, na forma de regulamento.
§ 1º Os estudos, as investigações, os levantamentos e os projetos vincu-
lados à contratação e de utilidade para a licitação, realizados pela Adminis-
tração ou com a sua autorização, estarão à disposição dos interessados, e o
vencedor da licitação deverá ressarcir os dispêndios correspondentes, confor-
me especificado no edital.
§ 2º A realização, pela iniciativa privada, de estudos, investigações, le-
vantamentos e projetos em decorrência do procedimento de manifestação de
interesse previsto no caput deste artigo:
I – não atribuirá ao realizador direito de preferência no processo licitatório;
II – não obrigará o poder público a realizar licitação;
III – não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores envolvidos
em sua elaboração;
IV – será remunerada somente pelo vencedor da licitação, vedada, em
qualquer hipótese, a cobrança de valores do poder público.
§ 3º Para aceitação dos produtos e serviços de que trata o caput deste
artigo, a Administração deverá elaborar parecer fundamentado com a de-
monstração de que o produto ou serviço entregue é adequado e suficiente à
compreensão do objeto, de que as premissas adotadas são compatíveis com
as reais necessidades do órgão e de que a metodologia proposta é a que pro-
picia maior economia e vantagem entre as demais possíveis.
§ 4º O procedimento previsto no caput deste artigo poderá ser restrito a
startups, assim considerados os microempreendedores individuais, as micro-
empresas e as empresas de pequeno porte, de natureza emergente e com

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grande potencial, que se dediquem à pesquisa, ao desenvolvimento e à im-


plementação de novos produtos ou serviços baseados em soluções tecnológi-
cas inovadoras que possam causar alto impacto, exigida, na seleção definitiva
da inovação, validação prévia fundamentada em métricas objetivas, de modo
a demonstrar o atendimento das necessidades da Administração.

Seção V
Do Sistema de Registro de Preços

Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará as regras


gerais desta Lei e deverá dispor sobre:
I – as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a quantidade
máxima de cada item que poderá ser adquirida;
II – a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou, no caso de
serviços, de unidades de medida;
III – a possibilidade de prever preços diferentes:
a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais diferentes;
b) em razão da forma e do local de acondicionamento;
c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do lote;
d) por outros motivos justificados no processo;
IV – a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em quantitati-
vo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se nos limites dela;
V – o critério de julgamento da licitação, que será o de menor preço ou o
de maior desconto sobre tabela de preços praticada no mercado;
VI – as condições para alteração de preços registrados;
VII – o registro de mais de um fornecedor ou prestador de serviço, desde
que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante vencedor, assegu-
rada a preferência de contratação de acordo com a ordem de classificação;
VIII – a vedação à participação do órgão ou entidade em mais de uma
ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de validade daquela

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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de que já tiver participado, salvo na ocorrência de ata que tenha registrado


quantitativo inferior ao máximo previsto no edital;
IX – as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços e suas
consequências.
§ 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de itens somente
poderá ser adotado quando for demonstrada a inviabilidade de se promover a
adjudicação por item e for evidenciada a sua vantagem técnica e econômica,
e o critério de aceitabilidade de preços unitários máximos deverá ser indicado
no edital.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados os parâme-
tros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, a contratação pos-
terior de item específico constante de grupo de itens exigirá prévia pesquisa
de mercado e demonstração de sua vantagem para o órgão ou entidade.
§ 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a unidades de
contratação, sem indicação do total a ser adquirido, apenas nas seguintes
situações:
I – quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou entidade não
tiver registro de demandas anteriores;
II – no caso de alimento perecível;
III – no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento de bens.
§ 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória a indica-
ção do valor máximo da despesa e é vedada a participação de outro órgão ou
entidade na ata.
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para a contratação
de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de engenharia, observadas
as seguintes condições:
I – realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
II – seleção de acordo com os procedimentos previstos em regulamento;
III – desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;
IV – atualização periódica dos preços registrados;

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V – definição do período de validade do registro de preços;


VI – inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que aceitar cotar
os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vencedor na sequência
de classificação da licitação e inclusão do licitante que mantiver sua propos-
ta original.
§ 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regulamento,
ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispensa de licitação para
a aquisição de bens ou para a contratação de serviços por mais de um órgão
ou entidade.
Art. 83. A existência de preços registrados implicará compromisso de for-
necimento nas condições estabelecidas, mas não obrigará a Administração a
contratar, facultada a realização de licitação específica para a aquisição pre-
tendida, desde que devidamente motivada.
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de 1 (um)
ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que comprovado o
preço vantajoso.
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de preços terá
sua vigência estabelecida em conformidade com as disposições nela contidas.
Art. 85. A Administração poderá contratar a execução de obras e serviços
de engenharia pelo sistema de registro de preços, desde que atendidos os
seguintes requisitos:
I  – existência de projeto padronizado, sem complexidade técnica e
operacional;
II – necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser
contratado.
Art. 86. O órgão ou entidade gerenciadora deverá, na fase preparatória
do processo licitatório, para fins de registro de preços, realizar procedimento
público de intenção de registro de preços para, nos termos de regulamento,
possibilitar, pelo prazo mínimo de 8 (oito) dias úteis, a participação de ou-

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tros órgãos ou entidades na respectiva ata e determinar a estimativa total de


quantidades da contratação.
§ 1º O procedimento previsto no caput deste artigo será dispensável
quando o órgão ou entidade gerenciadora for o único contratante.
§ 2º Se não participarem do procedimento previsto no caput deste artigo,
os órgãos e entidades poderão aderir à ata de registro de preços na condição
de não participantes, observados os seguintes requisitos:
I – apresentação de justificativa da vantagem da adesão, inclusive em si-
tuações de provável desabastecimento ou descontinuidade de serviço público;
II – demonstração de que os valores registrados estão compatíveis com os
valores praticados pelo mercado na forma do art. 23 desta Lei;
III – prévias consulta e aceitação do órgão ou entidade gerenciadora e do
fornecedor.
§ 3º A faculdade conferida pelo § 2º deste artigo estará limitada a órgãos
e entidades da Administração Pública federal, estadual, distrital e municipal
que, na condição de não participantes, desejarem aderir à ata de registro de
preços de órgão ou entidade gerenciadora federal, estadual ou distrital.
§ 4º As aquisições ou as contratações adicionais a que se refere o § 2º
deste artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a 50% (cinquenta
por cento) dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório registra-
dos na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos
participantes.
§ 5º O quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de preços a
que se refere o § 2º deste artigo não poderá exceder, na totalidade, ao dobro
do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o
órgão gerenciador e órgãos participantes, independentemente do número de
órgãos não participantes que aderirem.
§ 6º A adesão à ata de registro de preços de órgão ou entidade geren-
ciadora do Poder Executivo federal por órgãos e entidades da Administração
Pública estadual, distrital e municipal poderá ser exigida para fins de trans-

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ferências voluntárias, não ficando sujeita ao limite de que trata o § 5º deste


artigo se destinada à execução descentralizada de programa ou projeto fe-
deral e comprovada a compatibilidade dos preços registrados com os valores
praticados no mercado na forma do art. 23 desta Lei.
§ 7º Para aquisição emergencial de medicamentos e material de consumo
médico-hospitalar por órgãos e entidades da Administração Pública federal,
estadual, distrital e municipal, a adesão à ata de registro de preços gerencia-
da pelo Ministério da Saúde não estará sujeita ao limite de que trata o § 5º
deste artigo.
§ 8º Será vedada aos órgãos e entidades da Administração Pública federal
a adesão à ata de registro de preços gerenciada por órgão ou entidade esta-
dual, distrital ou municipal.

Seção VI
Do Registro Cadastral

Art. 87. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração


Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral unificado disponível
no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), para efeito de cadastro
unificado de licitantes, na forma disposta em regulamento.
§ 1º O sistema de registro cadastral unificado será público e deverá ser
amplamente divulgado e estar permanentemente aberto aos interessados, e
será obrigatória a realização de chamamento público pela internet, no míni-
mo anualmente, para atualização dos registros existentes e para ingresso de
novos interessados.
§ 2º É proibida a exigência, pelo órgão ou entidade licitante, de registro
cadastral complementar para acesso a edital e anexos.
§ 3º A Administração poderá realizar licitação restrita a fornecedores ca-
dastrados, atendidos os critérios, as condições e os limites estabelecidos em
regulamento, bem como a ampla publicidade dos procedimentos para o ca-
dastramento.

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§ 4º Na hipótese a que se refere o § 3º deste artigo, será admitido forne-


cedor que realize seu cadastro dentro do prazo previsto no edital para apre-
sentação de propostas.
Art. 88. Ao requerer, a qualquer tempo, inscrição no cadastro ou a sua
atualização, o interessado fornecerá os elementos necessários exigidos para
habilitação previstos nesta Lei.
§ 1º O inscrito, considerada sua área de atuação, será classificado por
categorias, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econô-
mico-financeira avaliada, de acordo com regras objetivas divulgadas em sítio
eletrônico oficial.
§ 2º Ao inscrito será fornecido certificado, renovável sempre que atualizar
o registro.
§ 3º A atuação do contratado no cumprimento de obrigações assumi-
das será avaliada pelo contratante, que emitirá documento comprobatório da
avaliação realizada, com menção ao seu desempenho na execução contratu-
al, baseado em indicadores objetivamente definidos e aferidos, e a eventuais
penalidades aplicadas, o que constará do registro cadastral em que a inscri-
ção for realizada.
§ 4º A anotação do cumprimento de obrigações pelo contratado, de que
trata o § 3º deste artigo, será condicionada à implantação e à regulamenta-
ção do cadastro de atesto de cumprimento de obrigações, apto à realização
do registro de forma objetiva, em atendimento aos princípios da impessoali-
dade, da igualdade, da isonomia, da publicidade e da transparência, de modo
a possibilitar a implementação de medidas de incentivo aos licitantes que
possuírem ótimo desempenho anotado em seu registro cadastral.
§ 5º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o re-
gistro de inscrito que deixar de satisfazer exigências determinadas por esta
Lei ou por regulamento.
§ 6º O interessado que requerer o cadastro na forma do caput deste arti-
go poderá participar de processo licitatório até a decisão da Administração, e

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a celebração do contrato ficará condicionada à emissão do certificado referido


no § 2º deste artigo.

TÍTULO III
DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

CAPÍTULO I
DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão pelas suas cláu-
sulas e pelos preceitos de direito público, e a eles serão aplicados, supletiva-
mente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direi-
to privado.
§ 1º Todo contrato deverá mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou sua lavratura, o número do
processo da licitação ou da contratação direta e a sujeição dos contratantes
às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
§ 2º Os contratos deverão estabelecer com clareza e precisão as condi-
ções para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, as
obrigações e as responsabilidades das partes, em conformidade com os ter-
mos do edital de licitação e os da proposta vencedora ou com os termos do
ato que autorizou a contratação direta e os da respectiva proposta.
Art. 90. A Administração convocará regularmente o licitante vencedor
para assinar o termo de contrato ou para aceitar ou retirar o instrumento
equivalente, dentro do prazo e nas condições estabelecidas no edital de lici-
tação, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções
previstas nesta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, por igual
período, mediante solicitação da parte durante seu transcurso, devidamente
justificada, e desde que o motivo apresentado seja aceito pela Administração.

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§ 2º Será facultado à Administração, quando o convocado não assinar o


termo de contrato ou não aceitar ou não retirar o instrumento equivalente no
prazo e nas condições estabelecidas, convocar os licitantes remanescentes,
na ordem de classificação, para a celebração do contrato nas condições pro-
postas pelo licitante vencedor.
§ 3º Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no edital sem
convocação para a contratação, ficarão os licitantes liberados dos compromis-
sos assumidos.
§ 4º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nos ter-
mos do § 2º deste artigo, a Administração, observados o valor estimado e sua
eventual atualização nos termos do edital, poderá:
I – convocar os licitantes remanescentes para negociação, na ordem de
classificação, com vistas à obtenção de preço melhor, mesmo que acima do
preço do adjudicatário;
II – adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas pelos licitan-
tes remanescentes, atendida a ordem classificatória, quando frustrada a ne-
gociação de melhor condição.
§ 5º A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato ou em
aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo estabelecido pela Ad-
ministração caracterizará o descumprimento total da obrigação assumida e
o sujeitará às penalidades legalmente estabelecidas e à imediata perda da
garantia de proposta em favor do órgão ou entidade licitante.
§ 6º A regra do § 5º não se aplicará aos licitantes remanescentes convo-
cados na forma do inciso I do § 4º deste artigo.
§ 7º Será facultada à Administração a convocação dos demais licitantes
classificados para a contratação de remanescente de obra, de serviço ou de
fornecimento em consequência de rescisão contratual, observados os mes-
mos critérios estabelecidos nos §§ 2º e 4º deste artigo.

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Art. 91. Os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e serão jun-


tados ao processo que tiver dado origem à contratação, divulgados e manti-
dos à disposição do público em sítio eletrônico oficial.
§ 1º Será admitida a manutenção em sigilo de contratos e de termos aditi-
vos quando imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, nos termos
da legislação que regula o acesso à informação.
§ 2º Contratos relativos a direitos reais sobre imóveis serão formalizados
por escritura pública lavrada em notas de tabelião, cujo teor deverá ser divul-
gado e mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial.
§ 3º Será admitida a forma eletrônica na celebração de contratos e de ter-
mos aditivos, atendidas as exigências previstas em regulamento.
§ 4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do contrato, a
Administração deverá verificar a regularidade fiscal do contratado, consultar
o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e o Cadastro
Nacional de Empresas Punidas (Cnep), emitir as certidões negativas de ini-
doneidade, de impedimento e de débitos trabalhistas e juntá-las ao respecti-
vo processo.
Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos;
II – a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante vencedor
ou ao ato que tiver autorizado a contratação direta e à respectiva proposta;
III – a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive quanto aos
casos omissos;
IV – o regime de execução ou a forma de fornecimento;
V – o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a
periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização mone-
tária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
VI – os critérios e a periodicidade da medição, quando for o caso, e o prazo
para liquidação e para pagamento;

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VII – os prazos de início das etapas de execução, conclusão, entrega, ob-


servação e recebimento definitivo, quando for o caso;
VIII – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classifica-
ção funcional programática e da categoria econômica;
IX – a matriz de risco, quando for o caso;
X – o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, quando
for o caso;
XI – o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do equilíbrio
econômico-financeiro, quando for o caso;
XII – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas, inclusive as que forem oferecidas pelo contratado no caso de ante-
cipação de valores a título de pagamento;
XIII – o prazo de garantia mínima do objeto, observados os prazos míni-
mos estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas aplicáveis, e as condições
de manutenção e assistência técnica, quando for o caso;
XIV – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabí-
veis e os valores das multas e suas bases de cálculo;
XV – as condições de importação e a data e a taxa de câmbio para con-
versão, quando for o caso;
XVI – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições exigidas para a habilitação na licitação, ou para a qualificação, na
contratação direta;
XVII – a obrigação de o contratado cumprir as exigências de reserva de
cargos prevista em lei, bem como em outras normas específicas, para pessoa
com deficiência, para reabilitado da Previdência Social e para aprendiz;
XVIII – o modelo de gestão do contrato, observados os requisitos defini-
dos em regulamento;
XIX – os casos de extinção.

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§ 1º Os contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físi-


cas ou jurídicas, inclusive as domiciliadas no exterior, deverão conter cláusula
que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qual-
quer questão contratual, ressalvadas as seguintes hipóteses:
I – licitação internacional para a aquisição de bens e serviços cujo paga-
mento seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo
financeiro internacional de que o Brasil faça parte ou por agência estrangeira
de cooperação;
II – contratação com empresa estrangeira para a compra de equipamen-
tos fabricados e entregues no exterior precedida de autorização do Chefe do
Poder Executivo;
III – aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas
com sede no exterior.
§ 2º De acordo com as peculiaridades de seu objeto e de seu regime de
execução, o contrato conterá cláusula que preveja período antecedente à
expedição da ordem de serviço para verificação de pendências, liberação de
áreas ou adoção de outras providências cabíveis para a regularidade do início
de sua execução.
§ 3º Independentemente do prazo de duração, o contrato deverá conter
cláusula que estabeleça o índice de reajustamento de preço, com data-base
vinculada à data do orçamento estimado, e poderá ser estabelecido mais de
um índice específico ou setorial, em conformidade com a realidade de merca-
do dos respectivos insumos.
§ 4º Nos contratos de serviços contínuos, observado o interregno mínimo
de 1 (um) ano, o critério de reajustamento de preços será por:
I – reajustamento em sentido estrito, quando não houver regime de dedi-
cação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante
previsão de índices específicos ou setoriais;

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II – repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva de mão


de obra ou predominância de mão de obra, mediante demonstração analítica
da variação dos custos.
§ 5º Nos contratos de obras e serviços de engenharia, sempre que com-
patível com o regime de execução, a medição será mensal.
§ 6º Nos contratos para serviços contínuos com regime de dedicação ex-
clusiva de mão de obra ou com predominância de mão de obra, o prazo para
resposta ao pedido de repactuação de preços será preferencialmente de 1
(um) mês, contado da data do fornecimento da documentação prevista no §
6º do art. 135 desta Lei.
Art. 93. Nas contratações de projetos ou de serviços técnicos especiali-
zados, inclusive daqueles que contemplem o desenvolvimento de programas
e aplicações de internet para computadores, máquinas, equipamentos e dis-
positivos de tratamento e de comunicação da informação (software) - e a
respectiva documentação técnica associada -, o autor deverá ceder todos os
direitos patrimoniais a eles relativos para a Administração Pública, hipótese
em que poderão ser livremente utilizados e alterados por ela em outras oca-
siões, sem necessidade de nova autorização de seu autor.
§ 1º Quando o projeto se referir a obra imaterial de caráter tecnológico,
insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos a que se refere o caput deste
artigo incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e elementos de
informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação
em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.
§ 2º É facultado à Administração Pública deixar de exigir a cessão de di-
reitos a que se refere o caput deste artigo quando o objeto da contratação
envolver atividade de pesquisa e desenvolvimento de caráter científico, tec-
nológico ou de inovação, considerados os princípios e os mecanismos institu-
ídos pela Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004.

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§ 3º Na hipótese de posterior alteração do projeto pela Administração


Pública, o autor deverá ser comunicado, e os registros serão promovidos nos
órgãos ou entidades competentes.
Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP)
é condição indispensável para a eficácia do contrato e de seus aditamentos
e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados da data de sua assinatura:
I – 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
II – 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.
§ 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir
de sua assinatura e deverão ser publicados nos prazos previstos nos incisos I
e II do caput deste artigo, sob pena de nulidade.
§ 2º A divulgação de que trata o caput deste artigo, quando referente à
contratação de profissional do setor artístico por inexigibilidade, deverá iden-
tificar os custos do cachê do artista, dos músicos ou da banda, quando hou-
ver, do transporte, da hospedagem, da infraestrutura, da logística do evento
e das demais despesas específicas.
§ 3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico ofi-
cial, em até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura do contrato, os
quantitativos e os preços unitários e totais que contratar e, em até 45 (qua-
renta e cinco) dias úteis após a conclusão do contrato, os quantitativos exe-
cutados e os preços praticados.
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).
Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas seguintes hi-
póteses, em que a Administração poderá substituí-lo por outro instrumento
hábil, como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
compra ou ordem de execução de serviço:
I – dispensa de licitação em razão de valor;

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II – compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos e dos
quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a assistência técnica,
independentemente de seu valor.
§ 1º Às hipóteses de substituição do instrumento de contrato, aplica-se,
no que couber, o disposto no art. 92 desta Lei.
§ 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras ou o de prestação de serviços de pronto paga-
mento, assim entendidos aqueles de valor não superior a R$ 10.000,00 (dez
mil reais).

CAPÍTULO II
DAS GARANTIAS

Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, poderá ser


exigida, mediante previsão no edital, prestação de garantia nas contratações
de obras, serviços e fornecimentos.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades
de garantia:
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a for-
ma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de
custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, e avaliados por seus valores
econômicos, conforme definido pelo Ministério da Economia;
II – seguro-garantia;
III  – fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devida-
mente autorizada a operar no País pelo Banco Central do Brasil.
§ 2º Na hipótese de suspensão do contrato por ordem ou inadimplemento
da Administração, o contratado ficará desobrigado de renovar a garantia ou
de endossar a apólice de seguro até a ordem de reinício da execução ou o
adimplemento pela Administração.
§ 3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da data de ho-
mologação da licitação e anterior à assinatura do contrato, para a prestação

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da garantia pelo contratado quando optar pela modalidade prevista no inciso


II do § 1º deste artigo.
Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cumprimento
das obrigações assumidas pelo contratado perante à Administração, inclusive
as multas, os prejuízos e as indenizações decorrentes de inadimplemento,
observadas as seguintes regras nas contratações regidas por esta Lei:
I – o prazo de vigência da apólice será igual ou superior ao prazo estabe-
lecido no contrato principal e deverá acompanhar as modificações referentes
à vigência deste mediante a emissão do respectivo endosso pela seguradora;
II – o seguro-garantia continuará em vigor mesmo se o contratado não
tiver pago o prêmio nas datas convencionadas.
Parágrafo único. Nos contratos de execução continuada ou de fornecimen-
to contínuo de bens e serviços, será permitida a substituição da apólice de
seguro-garantia na data de renovação ou de aniversário, desde que mantidas
as mesmas condições e coberturas da apólice vigente e desde que nenhum
período fique descoberto, ressalvado o disposto no § 2º do art. 96 desta Lei.
Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a garantia
poderá ser de até 5% (cinco por cento) do valor inicial do contrato, autoriza-
da a majoração desse percentual para até 10% (dez por cento), desde que
justificada mediante análise da complexidade técnica e dos riscos envolvidos.
Parágrafo único. Nas contratações de serviços e fornecimentos contínuos
com vigência superior a 1 (um) ano, assim como nas subsequentes prorroga-
ções, será utilizado o valor anual do contrato para definição e aplicação dos
percentuais previstos no caput deste artigo.
Art. 99. Nas contratações de obras e serviços de engenharia de grande
vulto, poderá ser exigida a prestação de garantia, na modalidade seguro-ga-
rantia, com cláusula de retomada prevista no art. 102 desta Lei, em percen-
tual equivalente a até 30% (trinta por cento) do valor inicial do contrato.

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Art. 100. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída


após a fiel execução do contrato ou após a sua extinção por culpa exclusiva
da Administração e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
Art. 101. Nos casos de contratos que impliquem a entrega de bens pela
Administração, dos quais o contratado ficará depositário, o valor desses bens
deverá ser acrescido ao valor da garantia.
Art. 102. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital po-
derá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro-garantia e prever
a obrigação de a seguradora, em caso de inadimplemento pelo contratado,
assumir a execução e concluir o objeto do contrato, hipótese em que:
I – a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos, como in-
terveniente anuente e poderá:
a) ter livre acesso às instalações em que for executado o contrato principal;
b) acompanhar a execução do contrato principal;
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil;
d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra ou pelo
fornecimento;
II – a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem ela indicar
para a conclusão do contrato, será autorizada desde que demonstrada sua
regularidade fiscal;
III – a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato, total ou
parcialmente.
Parágrafo único. Na hipótese de inadimplemento do contratado, serão ob-
servadas as seguintes disposições:
I – caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, estará isen-
ta da obrigação de pagar a importância segurada indicada na apólice;
II – caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pagará a in-
tegralidade da importância segurada indicada na apólice.

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CAPÍTULO III
DA ALOCAÇÃO DE RISCOS

Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais previstos e


presumíveis e prever matriz de alocação de riscos, alocando-os entre con-
tratante e contratado, mediante indicação daqueles a serem assumidos pelo
setor público ou pelo setor privado ou daqueles a serem compartilhados.
§ 1º A alocação de riscos de que trata o caput deste artigo considerará,
em compatibilidade com as obrigações e os encargos atribuídos às partes no
contrato, a natureza do risco, o beneficiário das prestações a que se vincula
e a capacidade de cada setor para melhor gerenciá-lo.
§ 2º Os riscos que tenham cobertura oferecida por seguradoras serão pre-
ferencialmente transferidos ao contratado.
§ 3º A alocação dos riscos contratuais será quantificada para fins de pro-
jeção dos reflexos de seus custos no valor estimado da contratação.
§ 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio econômico-finan-
ceiro inicial do contrato em relação a eventos supervenientes e deverá ser
observada na solução de eventuais pleitos das partes.
§ 5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da matriz de alo-
cação de riscos, será considerado mantido o equilíbrio econômico-financeiro,
renunciando as partes aos pedidos de restabelecimento do equilíbrio relacio-
nados aos riscos assumidos, exceto no que se refere:
I – às alterações unilaterais determinadas pela Administração, nas hipóte-
ses do inciso I do caput do art. 124 desta Lei;
II – ao aumento ou à redução, por legislação superveniente, dos tributos
diretamente pagos pelo contratado em decorrência do contrato.
§ 6º Na alocação de que trata o caput deste artigo, poderão ser adotados
métodos e padrões usualmente utilizados por entidades públicas e privadas, e
os ministérios e secretarias supervisores dos órgãos e das entidades da Admi-
nistração Pública poderão definir os parâmetros e o detalhamento dos proce-
dimentos necessários a sua identificação, alocação e quantificação financeira.

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CAPÍTULO IV
DAS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO

Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, as prerrogativas de:
I  – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II – extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei;
III – fiscalizar sua execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V – ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses de:
a) risco à prestação de serviços essenciais;
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais
pelo contratado, inclusive após extinção do contrato.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não
poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo, as cláusulas
econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante-
nha o equilíbrio contratual.

CAPÍTULO V
DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a prevista
em edital, e deverão ser observadas, no momento da contratação e a cada
exercício financeiro, a disponibilidade de créditos orçamentários, bem como a
previsão no plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício financeiro.
Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 5
(cinco) anos nas hipóteses de serviços e fornecimentos contínuos, observa-
das as seguintes diretrizes:

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I – a autoridade competente do órgão ou entidade contratante deverá


atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em razão da contratação
plurianual;
II – a Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada
exercício, a existência de créditos orçamentários vinculados à contratação e a
vantagem em sua manutenção;
III  – a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus,
quando não dispuser de créditos orçamentários para sua continuidade ou
quando entender que o contrato não mais lhe oferece vantagem.
§ 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo ocorrerá
apenas na próxima data de aniversário do contrato e não poderá ocorrer em
prazo inferior a 2 (dois) meses, contado da referida data.
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de equipamentos e à uti-
lização de programas de informática.
Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser
prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência máxima decenal, desde
que haja previsão em edital e que a autoridade competente ateste que as
condições e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permi-
tida a negociação com o contratado ou a extinção contratual sem ônus para
qualquer das partes.
Art. 108. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 10
(dez) anos nas hipóteses previstas nas alíneas “f” e “g” do inciso IV e nos in-
cisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 75 desta Lei.
Art. 109. A Administração poderá estabelecer a vigência por prazo inde-
terminado nos contratos em que seja usuária de serviço público oferecido em
regime de monopólio, desde que comprovada, a cada exercício financeiro, a
existência de créditos orçamentários vinculados à contratação.
Art. 110. Na contratação que gere receita e no contrato de eficiência que
gere economia para a Administração, os prazos serão de:
I – até 10 (dez) anos, nos contratos sem investimento;

417
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II – até 35 (trinta e cinco) anos, nos contratos com investimento, assim
considerados aqueles que impliquem a elaboração de benfeitorias permanen-
tes, realizadas exclusivamente a expensas do contratado, que serão reverti-
das ao patrimônio da Administração Pública ao término do contrato.
Art. 111. Na contratação que previr a conclusão de escopo predefinido, o
prazo de vigência será automaticamente prorrogado quando seu objeto não
for concluído no período firmado no contrato.
Parágrafo único. Quando a não conclusão decorrer de culpa do contratado:
I – o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as respectivas
sanções administrativas;
II – a Administração poderá optar pela extinção do contrato e, nesse
caso, adotará as medidas admitidas em lei para a continuidade da execução
contratual.
Art. 112. Os prazos contratuais previstos nesta Lei não excluem nem re-
vogam os prazos contratuais previstos em lei especial.
Art. 113. O contrato firmado sob o regime de fornecimento e prestação
de serviço associado terá sua vigência máxima definida pela soma do prazo
relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da obra com o prazo relativo ao
serviço de operação e manutenção, este limitado a 5 (cinco) anos contados
da data de recebimento do objeto inicial, autorizada a prorrogação na forma
do art. 107 desta Lei.
Art. 114. O contrato que previr a operação continuada de sistemas es-
truturantes de tecnologia da informação poderá ter vigência máxima de 15
(quinze) anos.

CAPÍTULO VI
DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 115. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de


acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, e cada parte res-
ponderá pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.

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§ 1º É proibido à Administração retardar imotivadamente a execução de


obra ou serviço, ou de suas parcelas, inclusive na hipótese de posse do res-
pectivo chefe do Poder Executivo ou de novo titular no órgão ou entidade
contratante.
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO).
§ 5º Em caso de impedimento, ordem de paralisação ou suspensão do con-
trato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente pelo tem-
po correspondente, anotadas tais circunstâncias mediante simples apostila.
§ 6º Nas contratações de obras, verificada a ocorrência do disposto no §
5º deste artigo por mais de 1 (um) mês, a Administração deverá divulgar,
em sítio eletrônico oficial e em placa a ser afixada em local da obra de fácil
visualização pelos cidadãos, aviso público de obra paralisada, com o motivo
e o responsável pela inexecução temporária do objeto do contrato e a data
prevista para o reinício da sua execução.
§ 7º Os textos com as informações de que trata o § 6º deste artigo deve-
rão ser elaborados pela Administração.
Art. 116. Ao longo de toda a execução do contrato, o contratado deverá
cumprir a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência, para
reabilitado da Previdência Social ou para aprendiz, bem como as reservas de
cargos previstas em outras normas específicas.
Parágrafo único. Sempre que solicitado pela Administração, o contrata-
do deverá comprovar o cumprimento da reserva de cargos a que se refere
o caput deste artigo, com a indicação dos empregados que preencherem as
referidas vagas.
Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administração es-
pecialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta

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Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros


para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências
relacionadas à execução do contrato, determinando o que for necessário para
a regularização das faltas ou dos defeitos observados.
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tempo hábil para
a adoção das medidas convenientes, a situação que demandar decisão ou
providência que ultrapasse sua competência.
§ 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assessoramento
jurídico e de controle interno da Administração, que deverão dirimir dúvidas
e subsidiá-lo com informações relevantes para prevenir riscos na execução
contratual.
§ 4º Na hipótese da contratação de terceiros prevista no caput deste ar-
tigo, deverão ser observadas as seguintes regras:
I – a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabilidade civil
objetiva pela veracidade e pela precisão das informações prestadas, firmará
termo de compromisso de confidencialidade e não poderá exercer atribuição
própria e exclusiva de fiscal de contrato;
II – a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade o fiscal do
contrato, nos limites das informações recebidas do terceiro contratado.
Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Administração
no local da obra ou do serviço para representá-lo na execução do contrato.
Art. 119. O contratado será obrigado a reparar, corrigir, remover, recons-
truir ou substituir, a suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato
em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes de sua exe-
cução ou de materiais nela empregados.
Art. 120. O contratado será responsável pelos danos causados direta-
mente à Administração ou a terceiros em razão da execução do contrato, e
não excluirá nem reduzirá essa responsabilidade a fiscalização ou o acompa-
nhamento pelo contratante.

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Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encargos trabalhis-


tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas,
fiscais e comerciais não transferirá à Administração a responsabilidade pelo
seu pagamento e não poderá onerar o objeto do contrato nem restringir a
regularização e o uso das obras e das edificações, inclusive perante o registro
de imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º deste artigo.
§ 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime
de dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração responderá solida-
riamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos
trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obriga-
ções do contratado.
§ 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação
exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento de obrigações tra-
balhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição em edital ou
em contrato, poderá, entre outras medidas:
I – exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com
cobertura para verbas rescisórias inadimplidas;
II – condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações
trabalhistas vencidas relativas ao contrato;
III – efetuar o depósito de valores em conta vinculada;
IV – em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das
verbas trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado;
V – estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salá-
rio, a ausências legais e a verbas rescisórias dos empregados do contratado
que participarem da execução dos serviços contratados serão pagos pelo con-
tratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador.
§ 4º Os valores depositados na conta vinculada a que se refere o inciso III
do § 3º deste artigo são absolutamente impenhoráveis.

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§ 5º O recolhimento das contribuições previdenciárias observará o dispos-


to no art. 31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991.
Art. 122. Na execução do contrato e sem prejuízo das responsabilidades
contratuais e legais, o contratado poderá subcontratar partes da obra, do
serviço ou do fornecimento até o limite autorizado, em cada caso, pela Ad-
ministração.
§ 1º O contratado apresentará à Administração documentação que com-
prove a capacidade técnica do subcontratado, que será avaliada e juntada aos
autos do processo correspondente.
§ 2º Regulamento ou edital de licitação poderão vedar, restringir ou esta-
belecer condições para a subcontratação.
§ 3º Será vedada a subcontratação de pessoa física ou jurídica, se aquela
ou os dirigentes desta mantiverem vínculo de natureza técnica, comercial,
econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou entida-
de contratante ou com agente público que desempenhe função na licitação
ou atue na fiscalização ou na gestão do contrato, ou se deles forem cônju-
ge, companheiro ou parente em linha reta, colateral, ou por afinidade, até
o terceiro grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de
licitação.
Art. 123. A Administração terá o dever de explicitamente emitir decisão
sobre todas as solicitações e reclamações relacionadas à execução dos con-
tratos regidos por esta Lei, ressalvados os requerimentos manifestamente
impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse para a boa
execução do contrato.
Parágrafo único. Salvo disposição legal ou cláusula contratual que estabe-
leça prazo específico, concluída a instrução do requerimento, a Administração
terá o prazo de 1 (um) mês para decidir, admitida a prorrogação motivada
por igual período.

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CAPÍTULO VII
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS PREÇOS

Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para me-
lhor adequação técnica a seus objetivos;
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em decorrência
de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei;
II – por acordo entre as partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica
da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento por imposição
de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado e vedada
a antecipação do pagamento em relação ao cronograma financeiro fixado sem
a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de
obra ou serviço;
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência
de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que in-
viabilizem a execução do contrato tal como pactuado, respeitada, em qual-
quer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato.
§ 1º Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de contratos
de obras e serviços de engenharia ensejarão apuração de responsabilidade
do responsável técnico e adoção das providências necessárias para o ressar-
cimento dos danos causados à Administração.

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§ 2º Será aplicado o disposto na alínea “d” do inciso II do caput deste


artigo às contratações de obras e serviços de engenharia, quando a execução
for obstada pelo atraso na conclusão de procedimentos de desapropriação,
desocupação, servidão administrativa ou licenciamento ambiental, por cir-
cunstâncias alheias ao contratado.
Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere o inciso I do caput do
art. 124 desta Lei, o contratado será obrigado a aceitar, nas mesmas con-
dições contratuais, acréscimos ou supressões de até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato que se fizerem nas obras, nos
serviços ou nas compras, e, no caso de reforma de edifício ou de equipamen-
to, o limite para os acréscimos será de 50% (cinquenta por cento).
Art. 126. As alterações unilaterais a que se refere o inciso I do caput do
art. 124 desta Lei não poderão transfigurar o objeto da contratação.
Art. 127. Se o contrato não contemplar preços unitários para obras ou
serviços cujo aditamento se fizer necessário, esses serão fixados por meio
da aplicação da relação geral entre os valores da proposta e o do orçamen-
to-base da Administração sobre os preços referenciais ou de mercado vigen-
tes na data do aditamento, respeitados os limites estabelecidos no art. 125
desta Lei.
Art. 128. Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a diferença
percentual entre o valor global do contrato e o preço global de referência não
poderá ser reduzida em favor do contratado em decorrência de aditamentos
que modifiquem a planilha orçamentária.
Art. 129. Nas alterações contratuais para supressão de obras, bens ou
serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e os colocado no
local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos cus-
tos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente reajustados,
podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da
supressão, desde que regularmente comprovados.

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Art. 130. Caso haja alteração unilateral do contrato que aumente ou di-


minua os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, no
mesmo termo aditivo, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o reconheci-
mento do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese em que será concedi-
da indenização por meio de termo indenizatório.
Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-
-financeiro deverá ser formulado durante a vigência do contrato e antes de
eventual prorrogação nos termos do art. 107 desta Lei.
Art. 132. A formalização do termo aditivo é condição para a execução,
pelo contratado, das prestações determinadas pela Administração no curso
da execução do contrato, salvo nos casos de justificada necessidade de an-
tecipação de seus efeitos, hipótese em que a formalização deverá ocorrer no
prazo máximo de 1 (um) mês.
Art. 133. Nas hipóteses em que for adotada a contratação integrada ou
semi-integrada, é vedada a alteração dos valores contratuais, exceto nos se-
guintes casos:
I  – para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro decorrente
de caso fortuito ou força maior;
II – por necessidade de alteração do projeto ou das especificações para
melhor adequação técnica aos objetivos da contratação, a pedido da Adminis-
tração, desde que não decorrente de erros ou omissões por parte do contra-
tado, observados os limites estabelecidos no art. 125 desta Lei;
III – por necessidade de alteração do projeto nas contratações semi-inte-
gradas, nos termos do § 5º do art. 46 desta Lei;
IV – por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz de riscos
como de responsabilidade da Administração.
Art. 134. Os preços contratados serão alterados, para mais ou para me-
nos, conforme o caso, se houver, após a data da apresentação da proposta,
criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais ou a

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superveniência de disposições legais, com comprovada repercussão sobre os


preços contratados.
Art. 135. Os preços dos contratos para serviços contínuos com regime de
dedicação exclusiva de mão de obra ou com predominância de mão de obra
serão repactuados para manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, me-
diante demonstração analítica da variação dos custos contratuais, com data
vinculada:
I – à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do mercado;
II – ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual a pro-
posta esteja vinculada, para os custos de mão de obra.
§ 1º A Administração não se vinculará às disposições contidas em acor-
dos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tratem de matéria não
trabalhista, de pagamento de participação dos trabalhadores nos lucros ou
resultados do contratado, ou que estabeleçam direitos não previstos em lei,
como valores ou índices obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários,
bem como de preços para os insumos relacionados ao exercício da atividade.
§ 2º É vedado a órgão ou entidade contratante vincular-se às disposições
previstas nos acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tra-
tem de obrigações e direitos que somente se aplicam aos contratos com a
Administração Pública.
§ 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 (um)
ano, contado da data da apresentação da proposta ou da data da última
repactuação.
§ 4º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quantas forem
necessárias, observado o princípio da anualidade do reajuste de preços da
contratação, podendo ser realizada em momentos distintos para discutir a
variação de custos que tenham sua anualidade resultante em datas diferen-
ciadas, como os decorrentes de mão de obra e os decorrentes dos insumos
necessários à execução dos serviços.

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§ 5º Quando a contratação envolver mais de uma categoria profissional, a


repactuação a que se refere o inciso II do caput deste artigo poderá ser divi-
dida em tantos quantos forem os acordos, convenções ou dissídios coletivos
de trabalho das categorias envolvidas na contratação.
§ 6º A repactuação será precedida de solicitação do contratado, acompa-
nhada de demonstração analítica da variação dos custos, por meio de apre-
sentação da planilha de custos e formação de preços, ou do novo acordo,
convenção ou sentença normativa que fundamenta a repactuação.
Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato podem
ser realizados por simples apostila, dispensada a celebração de termo aditivo,
como nas seguintes situações:
I – variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à repactu-
ação de preços previstos no próprio contrato;
II – atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes
das condições de pagamento previstas no contrato;
III – alterações na razão ou na denominação social do contratado;
IV – empenho de dotações orçamentárias.

CAPÍTULO VIII
DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual deverá


ser formalmente motivada nos autos do processo, assegurados o contraditó-
rio e a ampla defesa, as seguintes situações:
I – não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou
de cláusulas contratuais, de especificações, de projetos ou de prazos;
II – desatendimento das determinações regulares emitidas pela autori-
dade designada para acompanhar e fiscalizar sua execução ou por autorida-
de superior;
III – alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutura da em-
presa que restrinja sua capacidade de concluir o contrato;

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IV – decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da sociedade


ou falecimento do contratado;
V – caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, impeditivos
da execução do contrato;
VI – atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibilidade de ob-
tê-la, ou alteração substancial do anteprojeto que dela resultar, ainda que
obtida no prazo previsto;
VII – atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a desocupa-
ção ou a servidão administrativa, ou impossibilidade de liberação dessas áreas;
VIII – razões de interesse público, justificadas pela autoridade máxima do
órgão ou da entidade contratante;
IX – não cumprimento das obrigações relativas à reserva de cargos pre-
vista em lei, bem como em outras normas específicas, para pessoa com defi-
ciência, para reabilitado da Previdência Social ou para aprendiz.
§ 1º Regulamento poderá especificar procedimentos e critérios para veri-
ficação da ocorrência dos motivos previstos no caput deste artigo.
§ 2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas seguintes
hipóteses:
I – supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras
que acarrete modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido
no art. 125 desta Lei;
II – suspensão de execução do contrato, por ordem escrita da Administra-
ção, por prazo superior a 3 (três) meses;
III – repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, indepen-
dentemente do pagamento obrigatório de indenização pelas sucessivas e con-
tratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas;
IV – atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal,
dos pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos pela Administração
por despesas de obras, serviços ou fornecimentos;

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V – não liberação pela Administração, nos prazos contratuais, de área,


local ou objeto, para execução de obra, serviço ou fornecimento, e de fon-
tes de materiais naturais especificadas no projeto, inclusive devido a atraso
ou descumprimento das obrigações atribuídas pelo contrato à Administração
relacionadas a desapropriação, a desocupação de áreas públicas ou a licen-
ciamento ambiental.
§ 3º As hipóteses de extinção a que se referem os incisos II, III e IV do §
2º deste artigo observarão as seguintes disposições:
I – não serão admitidas em caso de calamidade pública, de grave pertur-
bação da ordem interna ou de guerra, bem como quando decorrerem de ato
ou fato que o contratado tenha praticado, do qual tenha participado ou para
o qual tenha contribuído;
II – assegurarão ao contratado o direito de optar pela suspensão do cum-
primento das obrigações assumidas até a normalização da situação, admitido
o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, na forma
da alínea “d” do inciso II do caput do art. 124 desta Lei.
§ 4º Os emitentes das garantias previstas no art. 96 desta Lei deverão ser
notificados pelo contratante quanto ao início de processo administrativo para
apuração de descumprimento de cláusulas contratuais.
Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, exceto no
caso de descumprimento decorrente de sua própria conduta;
II – consensual, por acordo entre as partes, por conciliação, por mediação
ou por comitê de resolução de disputas, desde que haja interesse da Ad-
ministração;
III – determinada por decisão arbitral, em decorrência de cláusula com-
promissória ou compromisso arbitral, ou por decisão judicial.
§ 1º A extinção determinada por ato unilateral da Administração e a ex-
tinção consensual deverão ser precedidas de autorização escrita e fundamen-
tada da autoridade competente e reduzidas a termo no respectivo processo.

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§ 2º Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Administração, o


contratado será ressarcido pelos prejuízos regularmente comprovados que
houver sofrido e terá direito a:
I – devolução da garantia;
II – pagamentos devidos pela execução do contrato até a data de extinção;
III – pagamento do custo da desmobilização.
Art. 139. A extinção determinada por ato unilateral da Administração
poderá acarretar, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei, as seguintes
consequências:
I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
II – ocupação e utilização do local, das instalações, dos equipamentos, do
material e do pessoal empregados na execução do contrato e necessários à
sua continuidade;
III – execução da garantia contratual para:
a) ressarcimento da Administração Pública por prejuízos decorrentes da
não execução;
b) pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e previdenciárias, quan-
do cabível;
c) pagamento das multas devidas à Administração Pública;
d) exigência da assunção da execução e da conclusão do objeto do contra-
to pela seguradora, quando cabível;
IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos preju-
ízos causados à Administração Pública e das multas aplicadas.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II do caput deste
artigo ficará a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra
ou ao serviço por execução direta ou indireta.
§ 2º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o ato deverá ser pre-
cedido de autorização expressa do ministro de Estado, do secretário estadual
ou do secretário municipal competente, conforme o caso.

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CAPÍTULO IX
DO RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO

Art. 140. O objeto do contrato será recebido:


I – em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fisca-
lização, mediante termo detalhado, quando verificado o cumprimento das
exigências de caráter técnico;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das
exigências contratuais;
II – em se tratando de compras:
a) provisoriamente, de forma sumária, pelo responsável por seu acompa-
nhamento e fiscalização, com verificação posterior da conformidade do mate-
rial com as exigências contratuais;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das
exigências contratuais.
§ 1º O objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em parte,
quando estiver em desacordo com o contrato.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não excluirá a responsabili-
dade civil pela solidez e pela segurança da obra ou serviço nem a respon-
sabilidade ético-profissional pela perfeita execução do contrato, nos limites
estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 3º Os prazos e os métodos para a realização dos recebimentos provisó-
rio e definitivo serão definidos em regulamento ou no contrato.
§ 4º Salvo disposição em contrário constante do edital ou de ato norma-
tivo, os ensaios, os testes e as demais provas para aferição da boa execução
do objeto do contrato exigidos por normas técnicas oficiais correrão por conta
do contratado.

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§ 5º Em se tratando de projeto de obra, o recebimento definitivo pela


Administração não eximirá o projetista ou o consultor da responsabilidade
objetiva por todos os danos causados por falha de projeto.
§ 6º Em se tratando de obra, o recebimento definitivo pela Administração
não eximirá o contratado, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, admitida a
previsão de prazo de garantia superior no edital e no contrato, da responsa-
bilidade objetiva pela solidez e pela segurança dos materiais e dos serviços
executados e pela funcionalidade da construção, da reforma, da recuperação
ou da ampliação do bem imóvel, e, em caso de vício, defeito ou incorreção
identificados, o contratado ficará responsável pela reparação, pela correção,
pela reconstrução ou pela substituição necessárias.

CAPÍTULO X
DOS PAGAMENTOS

Art. 141. No dever de pagamento pela Administração, será observada a


ordem cronológica para cada fonte diferenciada de recursos, subdividida nas
seguintes categorias de contratos:
I – fornecimento de bens;
II – locações;
III – prestação de serviços;
IV – realização de obras.
§ 1º A ordem cronológica referida no caput deste artigo poderá ser al-
terada, mediante prévia justificativa da autoridade competente e posterior
comunicação ao órgão de controle interno da Administração e ao tribunal de
contas competente, exclusivamente nas seguintes situações:
I  – grave perturbação da ordem, situação de emergência ou calamida-
de pública;
II – pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte, agricultor
familiar, produtor rural pessoa física, microempreendedor individual e so-

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ciedade cooperativa, desde que demonstrado o risco de descontinuidade do


cumprimento do objeto do contrato;
III – pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos sistemas
estruturantes, desde que demonstrado o risco de descontinuidade do cumpri-
mento do objeto do contrato;
IV  – pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de falência,
recuperação judicial ou dissolução da empresa contratada;
V – pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para assegu-
rar a integridade do patrimônio público ou para manter o funcionamento das
atividades finalísticas do órgão ou entidade, quando demonstrado o risco de
descontinuidade da prestação de serviço público de relevância ou o cumpri-
mento da missão institucional.
§ 2º A inobservância imotivada da ordem cronológica referida no caput des-
te artigo ensejará a apuração de responsabilidade do agente responsável, ca-
bendo aos órgãos de controle a sua fiscalização.
§ 3º O órgão ou entidade deverá disponibilizar, mensalmente, em seção
específica de acesso à informação em seu sítio na internet, a ordem cronoló-
gica de seus pagamentos, bem como as justificativas que fundamentarem a
eventual alteração dessa ordem.
Art. 142. Disposição expressa no edital ou no contrato poderá prever
pagamento em conta vinculada ou pagamento pela efetiva comprovação do
fato gerador.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 143. No caso de controvérsia sobre a execução do objeto, quanto a
dimensão, qualidade e quantidade, a parcela incontroversa deverá ser libera-
da no prazo previsto para pagamento.
Art. 144. Na contratação de obras, fornecimentos e serviços, inclusive
de engenharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vinculada ao
desempenho do contratado, com base em metas, padrões de qualidade, cri-

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térios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega definidos no edital


de licitação e no contrato.
§ 1º O pagamento poderá ser ajustado em base percentual sobre o valor
economizado em determinada despesa, quando o objeto do contrato visar
à implantação de processo de racionalização, hipótese em que as despesas
correrão à conta dos mesmos créditos orçamentários, na forma de regula-
mentação específica.
§ 2º A utilização de remuneração variável será motivada e respeitará o
limite orçamentário fixado pela Administração para a contratação.
Art. 145. Não será permitido pagamento antecipado, parcial ou total, re-
lativo a parcelas contratuais vinculadas ao fornecimento de bens, à execução
de obras ou à prestação de serviços.
§ 1º A antecipação de pagamento somente será permitida se propiciar
sensível economia de recursos ou se representar condição indispensável para
a obtenção do bem ou para a prestação do serviço, hipótese que deverá ser
previamente justificada no processo licitatório e expressamente prevista no
edital de licitação ou instrumento formal de contratação direta.
§ 2º A Administração poderá exigir a prestação de garantia adicional como
condição para o pagamento antecipado.
§ 3º Caso o objeto não seja executado no prazo contratual, o valor ante-
cipado deverá ser devolvido.
Art. 146. No ato de liquidação da despesa, os serviços de contabilidade
comunicarão aos órgãos da administração tributária as características da des-
pesa e os valores pagos, conforme o disposto no art. 63 da Lei n. 4.320, de
17 de março de 1964.

CAPÍTULO XI
DA NULIDADE DOS CONTRATOS

Art. 147. Constatada irregularidade no procedimento licitatório ou na


execução contratual, caso não seja possível o saneamento, a decisão sobre

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a suspensão da execução ou sobre a declaração de nulidade do contrato so-


mente será adotada na hipótese em que se revelar medida de interesse pú-
blico, com avaliação, entre outros, dos seguintes aspectos:
I  – impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na fruição
dos benefícios do objeto do contrato;
II – riscos sociais, ambientais e à segurança da população local decorren-
tes do atraso na fruição dos benefícios do objeto do contrato;
III – motivação social e ambiental do contrato;
IV – custo da deterioração ou da perda das parcelas executadas;
V – despesa necessária à preservação das instalações e dos serviços já
executados;
VI – despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno às atividades;
VII – medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou entidade
para o saneamento dos indícios de irregularidades apontados;
VIII – custo total e estágio de execução física e financeira dos contratos,
dos convênios, das obras ou das parcelas envolvidas;
IX – fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em razão da
paralisação;
X – custo para realização de nova licitação ou celebração de novo contrato;
XI – custo de oportunidade do capital durante o período de paralisação.
Parágrafo único. Caso a paralisação ou anulação não se revele medida de
interesse público, o poder público deverá optar pela continuidade do contrato
e pela solução da irregularidade por meio de indenização por perdas e danos,
sem prejuízo da apuração de responsabilidade e da aplicação de penalida-
des cabíveis.
Art. 148. A declaração de nulidade do contrato administrativo requererá
análise prévia do interesse público envolvido, na forma do art. 147 desta Lei,
e operará retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que o contrato de-
veria produzir ordinariamente e desconstituindo os já produzidos.

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§ 1º Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, a nulidade


será resolvida pela indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração
de responsabilidade e aplicação das penalidades cabíveis.
§ 2º Ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vistas à conti-
nuidade da atividade administrativa, poderá decidir que ela só tenha eficácia
em momento futuro, suficiente para efetuar nova contratação, por prazo de
até 6 (seis) meses, prorrogável uma única vez.
Art. 149. A nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar
o contratado pelo que houver executado até a data em que for declarada ou
tornada eficaz, bem como por outros prejuízos regularmente comprovados,
desde que não lhe seja imputável, e será promovida a responsabilização de
quem lhe tenha dado causa.
Art. 150. Nenhuma contratação será feita sem a caracterização adequada
de seu objeto e sem a indicação dos créditos orçamentários para pagamento
das parcelas contratuais vincendas no exercício em que for realizada a con-
tratação, sob pena de nulidade do ato e de responsabilização de quem lhe
tiver dado causa.

CAPÍTULO XII
DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser utilizados
meios alternativos de prevenção e resolução de controvérsias, notadamente
a conciliação, a mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem.
Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo às con-
trovérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as questões
relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do con-
trato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por quaisquer das partes
e ao cálculo de indenizações.
Art. 152. A arbitragem será sempre de direito e observará o princípio da
publicidade.

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Art. 153. Os contratos poderão ser aditados para permitir a adoção dos


meios alternativos de resolução de controvérsias.
Art. 154. O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados arbitrais e
dos comitês de resolução de disputas observará critérios isonômicos, técnicos
e transparentes.

TÍTULO IV
DAS IRREGULARIDADES

CAPÍTULO I
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado administrati-


vamente pelas seguintes infrações:
I – dar causa à inexecução parcial do contrato;
II – dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave dano à Ad-
ministração, ao funcionamento dos serviços públicos ou ao interesse coletivo;
III – dar causa à inexecução total do contrato;
IV – deixar de entregar a documentação exigida para o certame;
V – não manter a proposta, salvo em decorrência de fato superveniente
devidamente justificado;
VI – não celebrar o contrato ou não entregar a documentação exigida para a
contratação, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta;
VII – ensejar o retardamento da execução ou da entrega do objeto da li-
citação sem motivo justificado;
VIII – apresentar declaração ou documentação falsa exigida para o certa-
me ou prestar declaração falsa durante a licitação ou a execução do contrato;
IX – fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução do contrato;
X – comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qualquer natureza;
XI – praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da licitação;

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XII – praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei n. 12.846, de 1º de


agosto de 2013.
Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas
previstas nesta Lei as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa;
III – impedimento de licitar e contratar;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
§ 1º Na aplicação das sanções serão considerados:
I – a natureza e a gravidade da infração cometida;
II – as peculiaridades do caso concreto;
III – as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
IV – os danos que dela provierem para a Administração Pública;
V – a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade, con-
forme normas e orientações dos órgãos de controle.
§ 2º A sanção prevista no inciso I do caput deste artigo será aplicada ex-
clusivamente pela infração administrativa prevista no inciso I do caput do art.
155 desta Lei, quando não se justificar a imposição de penalidade mais grave.
§ 3º A sanção prevista no inciso II do caput deste artigo, calculada na
forma do edital ou do contrato, não poderá ser inferior a 0,5% (cinco décimos
por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) do valor do contrato licitado
ou celebrado com contratação direta e será aplicada ao responsável por qual-
quer das infrações administrativas previstas no art. 155 desta Lei.
§ 4º A sanção prevista no inciso III do caput deste artigo será aplicada ao
responsável pelas infrações administrativas previstas nos incisos II, III, IV, V,
VI e VII do caput do art. 155 desta Lei, quando não se justificar a imposição
de penalidade mais grave, e impedirá o responsável de licitar ou contratar no
âmbito da Administração Pública direta e indireta do ente federativo que tiver
aplicado a sanção, pelo prazo máximo de 3 (três) anos.

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§ 5º A sanção prevista no inciso IV do caput deste artigo será aplicada ao


responsável pelas infrações administrativas previstas nos incisos VIII, IX, X,
XI e XII do caput do art. 155 desta Lei, bem como pelas infrações administra-
tivas previstas nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do referido artigo
que justifiquem a imposição de penalidade mais grave que a sanção referida
no § 4º deste artigo, e impedirá o responsável de licitar ou contratar no âm-
bito da Administração Pública direta e indireta de todos os entes federativos,
pelo prazo mínimo de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos.
§ 6º A sanção estabelecida no inciso IV do caput deste artigo será prece-
dida de análise jurídica e observará as seguintes regras:
I – quando aplicada por órgão do Poder Executivo, será de competência
exclusiva de ministro de Estado, de secretário estadual ou de secretário mu-
nicipal e, quando aplicada por autarquia ou fundação, será de competência
exclusiva da autoridade máxima da entidade;
II – quando aplicada por órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, pelo
Ministério Público e pela Defensoria Pública no desempenho da função admi-
nistrativa, será de competência exclusiva de autoridade de nível hierárquico
equivalente às autoridades referidas no inciso I deste parágrafo, na forma de
regulamento.
§ 7º As sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput deste arti-
go poderão ser aplicadas cumulativamente com a prevista no inciso II
do caput deste artigo.
§ 8º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem superiores ao
valor de pagamento eventualmente devido pela Administração ao contratado,
além da perda desse valor, a diferença será descontada da garantia prestada
ou será cobrada judicialmente.
§ 9º A aplicação das sanções previstas no caput deste artigo não exclui,
em hipótese alguma, a obrigação de reparação integral do dano causado à
Administração Pública.

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Art. 157. Na aplicação da sanção prevista no inciso II do caput do art. 156


desta Lei, será facultada a defesa do interessado no prazo de 15 (quinze) dias
úteis, contado da data de sua intimação.
Art. 158. A aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV do caput do
art. 156 desta Lei requererá a instauração de processo de responsabilização,
a ser conduzido por comissão composta de 2 (dois) ou mais servidores es-
táveis, que avaliará fatos e circunstâncias conhecidos e intimará o licitante
ou o contratado para, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data
de intimação, apresentar defesa escrita e especificar as provas que preten-
da produzir.
§ 1º Em órgão ou entidade da Administração Pública cujo quadro funcio-
nal não seja formado de servidores estatutários, a comissão a que se refere
o caput deste artigo será composta de 2 (dois) ou mais empregados públicos
pertencentes aos seus quadros permanentes, preferencialmente com, no mí-
nimo, 3 (três) anos de tempo de serviço no órgão ou entidade.
§ 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de novas provas
ou de juntada de provas julgadas indispensáveis pela comissão, o licitante ou
o contratado poderá apresentar alegações finais no prazo de 15 (quinze) dias
úteis, contado da data da intimação.
§ 3º Serão indeferidas pela comissão, mediante decisão fundamentada,
provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.
§ 4º A prescrição ocorrerá em 5 (cinco) anos, contados da ciência da in-
fração pela Administração, e será:
I – interrompida pela instauração do processo de responsabilização a que
se refere o caput deste artigo;
II  – suspensa pela celebração de acordo de leniência previsto na  Lei n.
12.846, de 1º de agosto de 2013;
III – suspensa por decisão judicial que inviabilize a conclusão da apuração
administrativa.

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Art. 159. Os atos previstos como infrações administrativas nesta Lei ou


em outras leis de licitações e contratos da Administração Pública que também
sejam tipificados como atos lesivos na Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013,
serão apurados e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, observados o
rito procedimental e a autoridade competente definidos na referida Lei.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que
utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática
dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial,
e, nesse caso, todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica serão
estendidos aos seus administradores e sócios com poderes de administração,
a pessoa jurídica sucessora ou a empresa do mesmo ramo com relação de
coligação ou controle, de fato ou de direito, com o sancionado, observados,
em todos os casos, o contraditório, a ampla defesa e a obrigatoriedade de
análise jurídica prévia.
Art. 161. Os órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário de todos os entes federativos deverão, no prazo máximo 15 (quin-
ze) dias úteis, contado da data de aplicação da sanção, informar e manter
atualizados os dados relativos às sanções por eles aplicadas, para fins de pu-
blicidade no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e
no Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep), instituídos no âmbito do
Poder Executivo federal.
Parágrafo único. Para fins de aplicação das sanções previstas nos incisos I,
II, III e IV do caput do art. 156 desta Lei, o Poder Executivo regulamentará a
forma de cômputo e as consequências da soma de diversas sanções aplicadas
a uma mesma empresa e derivadas de contratos distintos.
Art. 162. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o con-
tratado a multa de mora, na forma prevista em edital ou em contrato.

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Parágrafo único. A aplicação de multa de mora não impedirá que a Admi-


nistração a converta em compensatória e promova a extinção unilateral do
contrato com a aplicação cumulada de outras sanções previstas nesta Lei.
Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante ou contratado perante a
própria autoridade que aplicou a penalidade, exigidos, cumulativamente:
I – reparação integral do dano causado à Administração Pública;
II – pagamento da multa;
III – transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penali-
dade, no caso de impedimento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da
aplicação da penalidade, no caso de declaração de inidoneidade;
IV – cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo;
V  – análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo quanto ao
cumprimento dos requisitos definidos neste artigo.
Parágrafo único. A sanção pelas infrações previstas nos incisos VIII e XII
do caput do art. 155 desta Lei exigirá, como condição de reabilitação do li-
citante ou contratado, a implantação ou aperfeiçoamento de programa de
integridade pelo responsável.

CAPÍTULO II
DAS IMPUGNAÇÕES, DOS PEDIDOS DE ESCLARECIMENTO E DOS
RECURSOS

Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima para impugnar edital de licita-


ção por irregularidade na aplicação desta Lei ou para solicitar esclarecimento
sobre os seus termos, devendo protocolar o pedido até 3 (três) dias úteis
antes da data de abertura do certame.
Parágrafo único. A resposta à impugnação ou ao pedido de esclarecimento
será divulgada em sítio eletrônico oficial no prazo de até 3 (três) dias úteis,
limitado ao último dia útil anterior à data da abertura do certame.
Art. 165. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta
Lei cabem:

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I – recurso, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da data de intimação


ou de lavratura da ata, em face de:
a) ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de interessado ou
de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
b) julgamento das propostas;
c) ato de habilitação ou inabilitação de licitante;
d) anulação ou revogação da licitação;
e) extinção do contrato, quando determinada por ato unilateral e escrito
da Administração;
II – pedido de reconsideração, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da
data de intimação, relativamente a ato do qual não caiba recurso hierárquico.
§ 1º Quanto ao recurso apresentado em virtude do disposto nas alíneas
“b” e “c” do inciso I do caput deste artigo, serão observadas as seguintes
disposições:
I – a intenção de recorrer deverá ser manifestada imediatamente, sob
pena de preclusão, e o prazo para apresentação das razões recursais previsto
no inciso I do caput deste artigo será iniciado na data de intimação ou de
lavratura da ata de habilitação ou inabilitação ou, na hipótese de adoção da
inversão de fases prevista no § 1º do art. 17 desta Lei, da ata de julgamento;
II – a apreciação dar-se-á em fase única.
§ 2º O recurso de que trata o inciso I do caput deste artigo será dirigido
à autoridade que tiver editado o ato ou proferido a decisão recorrida, que, se
não reconsiderar o ato ou a decisão no prazo de 3 (três) dias úteis, encami-
nhará o recurso com a sua motivação à autoridade superior, a qual deverá
proferir sua decisão no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, contado do re-
cebimento dos autos.
§ 3º O acolhimento do recurso implicará invalidação apenas de ato insus-
cetível de aproveitamento.

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§ 4º O prazo para apresentação de contrarrazões será o mesmo do recur-


so e terá início na data de intimação pessoal ou de divulgação da interposição
do recurso.
§ 5º Será assegurado ao licitante vista dos elementos indispensáveis à
defesa de seus interesses.
Art. 166. Da aplicação das sanções previstas nos incisos I, II e III
do caput do art. 156 desta Lei caberá recurso no prazo de 15 (quinze) dias
úteis, contado da data da intimação.
Parágrafo único. O recurso de que trata o caput deste artigo será dirigido à
autoridade que tiver proferido a decisão recorrida, que, se não a reconsiderar
no prazo de 5 (cinco) dias úteis, encaminhará o recurso com sua motivação à
autoridade superior, a qual deverá proferir sua decisão no prazo máximo de
20 (vinte) dias úteis, contado do recebimento dos autos.
Art. 167. Da aplicação da sanção prevista no inciso IV do caput do art. 156
desta Lei caberá apenas pedido de reconsideração, que deverá ser apresenta-
do no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data da intimação, e deci-
dido no prazo máximo de 20 (vinte) dias úteis, contado do seu recebimento.
Art. 168. O recurso e o pedido de reconsideração terão efeito suspensivo
do ato ou da decisão recorrida até que sobrevenha decisão final da autoridade
competente.
Parágrafo único. Na elaboração de suas decisões, a autoridade competen-
te será auxiliada pelo órgão de assessoramento jurídico, que deverá dirimir
dúvidas e subsidiá-la com as informações necessárias.

CAPÍTULO III
DO CONTROLE DAS CONTRATAÇÕES

Art. 169. As contratações públicas deverão submeter-se a práticas con-


tínuas e permanentes de gestão de riscos e de controle preventivo, inclusive
mediante adoção de recursos de tecnologia da informação, e, além de estar
subordinadas ao controle social, sujeitar-se-ão às seguintes linhas de defesa:

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I – primeira linha de defesa, integrada por servidores e empregados públi-


cos, agentes de licitação e autoridades que atuam na estrutura de governan-
ça do órgão ou entidade;
II – segunda linha de defesa, integrada pelas unidades de assessoramento
jurídico e de controle interno do próprio órgão ou entidade;
III – terceira linha de defesa, integrada pelo órgão central de controle in-
terno da Administração e pelo tribunal de contas.
§ 1º Na forma de regulamento, a implementação das práticas a que se
refere o caput deste artigo será de responsabilidade da alta administração
do órgão ou entidade e levará em consideração os custos e os benefícios de-
correntes de sua implementação, optando-se pelas medidas que promovam
relações íntegras e confiáveis, com segurança jurídica para todos os envolvi-
dos, e que produzam o resultado mais vantajoso para a Administração, com
eficiência, eficácia e efetividade nas contratações públicas.
§ 2º Para a realização de suas atividades, os órgãos de controle deverão
ter acesso irrestrito aos documentos e às informações necessárias à realiza-
ção dos trabalhos, inclusive aos documentos classificados pelo órgão ou enti-
dade nos termos da Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011, e o órgão de
controle com o qual foi compartilhada eventual informação sigilosa tornar-se-
-á corresponsável pela manutenção do seu sigilo.
§ 3º Os integrantes das linhas de defesa a que se referem os incisos I, II
e III do caput deste artigo observarão o seguinte:
I – quando constatarem simples impropriedade formal, adotarão medidas
para o seu saneamento e para a mitigação de riscos de sua nova ocorrência,
preferencialmente com o aperfeiçoamento dos controles preventivos e com a
capacitação dos agentes públicos responsáveis;
II  – quando constatarem irregularidade que configure dano à Adminis-
tração, sem prejuízo das medidas previstas no inciso I deste § 3º, adotarão
as providências necessárias para a apuração das infrações administrativas,
observadas a segregação de funções e a necessidade de individualização das

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condutas, bem como remeterão ao Ministério Público competente cópias dos


documentos cabíveis para a apuração dos ilícitos de sua competência.
Art. 170. Os órgãos de controle adotarão, na fiscalização dos atos pre-
vistos nesta Lei, critérios de oportunidade, materialidade, relevância e risco e
considerarão as razões apresentadas pelos órgãos e entidades responsáveis
e os resultados obtidos com a contratação, observado o disposto no § 3º do
art. 169 desta Lei.
§ 1º As razões apresentadas pelos órgãos e entidades responsáveis de-
verão ser encaminhadas aos órgãos de controle até a conclusão da fase de
instrução do processo e não poderão ser desentranhadas dos autos.
§ 2º A omissão na prestação das informações não impedirá as delibera-
ções dos órgãos de controle nem retardará a aplicação de qualquer de seus
prazos de tramitação e de deliberação.
§ 3º Os órgãos de controle desconsiderarão os documentos impertinen-
tes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse para o esclarecimento
dos fatos.
§ 4º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá re-
presentar aos órgãos de controle interno ou ao tribunal de contas competente
contra irregularidades na aplicação desta Lei.
Art. 171. Na fiscalização de controle será observado o seguinte:
I – viabilização de oportunidade de manifestação aos gestores sobre pos-
síveis propostas de encaminhamento que terão impacto significativo nas ro-
tinas de trabalho dos órgãos e entidades fiscalizados, a fim de que eles dis-
ponibilizem subsídios para avaliação prévia da relação entre custo e benefício
dessas possíveis proposições;
II – adoção de procedimentos objetivos e imparciais e elaboração de rela-
tórios tecnicamente fundamentados, baseados exclusivamente nas evidências
obtidas e organizados de acordo com as normas de auditoria do respectivo
órgão de controle, de modo a evitar que interesses pessoais e interpreta-

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ções tendenciosas interfiram na apresentação e no tratamento dos fatos


levantados;
III  – definição de objetivos, nos regimes de empreitada por preço glo-
bal, empreitada integral, contratação semi-integrada e contratação integra-
da, atendidos os requisitos técnicos, legais, orçamentários e financeiros, de
acordo com as finalidades da contratação, devendo, ainda, ser perquirida a
conformidade do preço global com os parâmetros de mercado para o objeto
contratado, considerada inclusive a dimensão geográfica.
§ 1º Ao suspender cautelarmente o processo licitatório, o tribunal de con-
tas deverá pronunciar-se definitivamente sobre o mérito da irregularidade
que tenha dado causa à suspensão no prazo de 25 (vinte e cinco) dias úteis,
contado da data do recebimento das informações a que se refere o § 2º deste
artigo, prorrogável por igual período uma única vez, e definirá objetivamente:
I – as causas da ordem de suspensão;
II – o modo como será garantido o atendimento do interesse público obs-
tado pela suspensão da licitação, no caso de objetos essenciais ou de contra-
tação por emergência.
§ 2º Ao ser intimado da ordem de suspensão do processo licitatório, o órgão
ou entidade deverá, no prazo de 10 (dez) dias úteis, admitida a prorrogação:
I – informar as medidas adotadas para cumprimento da decisão;
II – prestar todas as informações cabíveis;
III – proceder à apuração de responsabilidade, se for o caso.
§ 3º A decisão que examinar o mérito da medida cautelar a que se refere
o § 1º deste artigo deverá definir as medidas necessárias e adequadas, em
face das alternativas possíveis, para o saneamento do processo licitatório, ou
determinar a sua anulação.
§ 4º O descumprimento do disposto no § 2º deste artigo ensejará a apu-
ração de responsabilidade e a obrigação de reparação do prejuízo causado
ao erário.
Art. 172. (VETADO).

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Art. 173. Os tribunais de contas deverão, por meio de suas escolas de


contas, promover eventos de capacitação para os servidores efetivos e em-
pregados públicos designados para o desempenho das funções essenciais à
execução desta Lei, incluídos cursos presenciais e a distância, redes de apren-
dizagem, seminários e congressos sobre contratações públicas.

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
DO PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP)

Art. 174. É criado o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), sítio


eletrônico oficial destinado à:
I – divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por esta Lei;
II – realização facultativa das contratações pelos órgãos e entidades dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos.
§ 1º O PNCP será gerido pelo Comitê Gestor da Rede Nacional de Contra-
tações Públicas, a ser presidido por representante indicado pelo Presidente da
República e composto de:
I – 3 (três) representantes da União indicados pelo Presidente da República;
II  – 2 (dois) representantes dos Estados e do Distrito Federal indicados
pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração;
III – 2 (dois) representantes dos Municípios indicados pela Confederação
Nacional de Municípios.
§ 2º O PNCP conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das
contratações:
I – planos de contratação anuais;
II – catálogos eletrônicos de padronização;
III – editais de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de contrata-
ção direta e editais de licitação e respectivos anexos;

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IV – atas de registro de preços;


V – contratos e termos aditivos;
VI – notas fiscais eletrônicas, quando for o caso.
§ 3º O PNCP deverá, entre outras funcionalidades, oferecer:
I – sistema de registro cadastral unificado;
II – painel para consulta de preços, banco de preços em saúde e acesso à
base nacional de notas fiscais eletrônicas;
III – sistema de planejamento e gerenciamento de contratações, incluído
o cadastro de atesto de cumprimento de obrigações previsto no § 4º do art.
88 desta Lei;
IV – sistema eletrônico para a realização de sessões públicas;
V  – acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas
(Ceis) e ao Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep);
VI – sistema de gestão compartilhada com a sociedade de informações
referentes à execução do contrato, que possibilite:
a) envio, registro, armazenamento e divulgação de mensagens de texto
ou imagens pelo interessado previamente identificado;
b) acesso ao sistema informatizado de acompanhamento de obras a que
se refere o inciso III do caput do art. 19 desta Lei;
c) comunicação entre a população e representantes da Administração e do
contratado designados para prestar as informações e esclarecimentos perti-
nentes, na forma de regulamento;
d) divulgação, na forma de regulamento, de relatório final com informa-
ções sobre a consecução dos objetivos que tenham justificado a contratação
e eventuais condutas a serem adotadas para o aprimoramento das atividades
da Administração.
§ 4º O PNCP adotará o formato de dados abertos e observará as exigên-
cias previstas na Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011.
§ 5º (VETADO).

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Art. 175. Sem prejuízo do disposto no art. 174 desta Lei, os entes fede-
rativos poderão instituir sítio eletrônico oficial para divulgação complementar
e realização das respectivas contratações.
§ 1º Desde que mantida a integração com o PNCP, as contratações pode-
rão ser realizadas por meio de sistema eletrônico fornecido por pessoa jurídi-
ca de direito privado, na forma de regulamento.
§ 2º (VETADO).
Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes terão o prazo
de 6 (seis) anos, contado da data de publicação desta Lei, para cumprimento:
I – dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º desta Lei;
II – da obrigatoriedade de realização da licitação sob a forma eletrônica a
que se refere o § 2º do art. 17 desta Lei;
III – das regras relativas à divulgação em sítio eletrônico oficial.
Parágrafo único. Enquanto não adotarem o PNCP, os Municípios a que se
refere o caput deste artigo deverão:
I – publicar, em diário oficial, as informações que esta Lei exige que sejam
divulgadas em sítio eletrônico oficial, admitida a publicação de extrato;
II – disponibilizar a versão física dos documentos em suas repartições,
vedada a cobrança de qualquer valor, salvo o referente ao fornecimento de
edital ou de cópia de documento, que não será superior ao custo de sua re-
produção gráfica.

CAPÍTULO II
DAS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS

Art. 177. O caput do art. 1.048 da Lei n. 13.105, de 16 de março de


2015  (Código de Processo Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte
inciso IV:
“Art.1.048.......................................................................................
.................
.....................................................................................................

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IV – em que se discuta a aplicação do disposto nas normas gerais de li-


citação e contratação a que se refere o inciso XXVII do caput do art. 22 da
Constituição Federal.
......................................................................................... ” (NR)
Art. 178. O Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte Ca-
pítulo II-B:

“CAPÍTULO II-B
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Contratação direta ilegal

Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das


hipóteses previstas em lei:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Frustração do caráter competitivo de licitação

Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para


outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, o caráter
competitivo do processo licitatório:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.

Patrocínio de contratação indevida

Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante


a Administração Pública, dando causa à instauração de licitação ou à celebra-
ção de contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.

Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo

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Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou


vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do contratado, durante
a execução dos contratos celebrados com a Administração Pública, sem au-
torização em lei, no edital da licitação ou nos respectivos instrumentos con-
tratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.

Perturbação de processo licitatório

Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de


processo licitatório:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.

Violação de sigilo em licitação

Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licita-


tório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa.

Afastamento de licitante

Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, gra-


ve ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena – reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de
licitar em razão de vantagem oferecida.

Fraude em licitação ou contrato

Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou


contrato dela decorrente, mediante:

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I – entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em


quantidade diversas das previstas no edital ou nos instrumentos contratuais;
II – fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada,
deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de validade vencido;
III – entrega de uma mercadoria por outra;
IV – alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou
do serviço fornecido;
V – qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para
a Administração Pública a proposta ou a execução do contrato:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.

Contratação inidônea

Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidôneo:


Pena – reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:
Pena – reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa.
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado
inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste
artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a contratar com a Administra-
ção Pública.

Impedimento indevido

Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscrição de qual-


quer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alte-
ração, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Omissão grave de dado ou de informação por projetista

Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pública levan-


tamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonância com
a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detri-
mento da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública,
em contratação para a elaboração de projeto básico, projeto executivo ou
anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimento de manifestação de
interesse:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os levanta-
mentos suficientes e necessários para a definição da solução de projeto e dos
respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de
demanda, condições ambientais e demais elementos ambientais impactan-
tes, considerados requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que
orientam a elaboração de projetos.
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto ou indireto,
próprio ou de outrem, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capí-
tulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser
inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com
contratação direta.”
Art. 179. Os incisos II e III do caput do art. 2º da Lei n. 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 2º...........................................................................................
.....................................................................................................
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo
competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capa-
cidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

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III – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública:


a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhora-
mento de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder conce-
dente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competiti-
vo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade
para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do ser-
viço ou da obra por prazo determinado;
.........................................................................................” (NR)
Art. 180. O caput do art. 10 da Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de
2004, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de lici-
tação na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, estando a abertura
do processo licitatório condicionada a:
.........................................................................................” (NR)

CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 181. Os entes federativos instituirão centrais de compras, com o ob-


jetivo de realizar compras em grande escala, para atender a diversos órgãos
e entidades sob sua competência e atingir as finalidades desta Lei.
Parágrafo único. No caso dos Municípios com até 10.000 (dez mil) habi-
tantes, serão preferencialmente constituídos consórcios públicos para a rea-
lização das atividades previstas no caput deste artigo, nos termos da Lei n.
11.107, de 6 de abril de 2005.
Art. 182. O Poder Executivo federal atualizará, a cada dia 1º de janeiro,
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por
índice que venha a substituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão
divulgados no PNCP.

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Art. 183. Os prazos previstos nesta Lei serão contados com exclusão do


dia do começo e inclusão do dia do vencimento e observarão as seguintes
disposições:
I – os prazos expressos em dias corridos serão computados de
modo contínuo;
II – os prazos expressos em meses ou anos serão computados de
data a data;
III – nos prazos expressos em dias úteis, serão computados somen-
te os dias em que ocorrer expediente administrativo no órgão ou entidade
competente.
§ 1º Salvo disposição em contrário, considera-se dia do começo do prazo:
I – o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação
na internet;
II – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a noti-
ficação for pelos correios.
§ 2º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o
vencimento cair em dia em que não houver expediente, se o expediente for
encerrado antes da hora normal ou se houver indisponibilidade da comunica-
ção eletrônica.
§ 3º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, se no mês do venci-
mento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, considera-se
como termo o último dia do mês.
Art. 184. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber e na ausên-
cia de norma específica, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumen-
tos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração Pública,
na forma estabelecida em regulamento do Poder Executivo federal.
Art. 185. Aplicam-se às licitações e aos contratos regidos pela Lei n.
13.303, de 30 de junho de 2016, as disposições do Capítulo II-B do Título XI
da Parte Especial do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Có-
digo Penal).

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Art. 186. Aplicam-se as disposições desta Lei subsidiariamente à Lei n.


8.987, de 13 de fevereiro de 1995, à Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de
2004, e à Lei n. 12.232, de 29 de abril de 2010.
Art. 187. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão aplicar os
regulamentos editados pela União para execução desta Lei.
Art. 188. (VETADO).
Art. 189. Aplica-se esta Lei às hipóteses previstas na legislação que fa-
çam referência expressa à  Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, à Lei n.
10.520, de 17 de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-A da Lei n. 12.462, de 4
de agosto de 2011.
Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido assinado antes da en-
trada em vigor desta Lei continuará a ser regido de acordo com as regras
previstas na legislação revogada.
Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art.
193, a Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de
acordo com esta Lei ou de acordo com as leis citadas no referido inciso, e a
opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso ou
instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada desta Lei
com as citadas no referido inciso.
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Administração
optar por licitar de acordo com as leis citadas no inciso II do caput do art.
193 desta Lei, o contrato respectivo será regido pelas regras nelas previstas
durante toda a sua vigência.
Art. 192. O contrato relativo a imóvel do patrimônio da União ou de suas
autarquias e fundações continuará regido pela legislação pertinente, aplicada
esta Lei subsidiariamente.
Art. 193. Revogam-se:
I – os arts. 89 a 108 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, na data de
publicação desta Lei;

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II – a Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei n. 10.520, de 17 de julho


de 2002, e os arts. 1º a 47-A da Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011, após
decorridos 2 (dois) anos da publicação oficial desta Lei.
Art. 194. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 1º de abril de 2021; 200º da Independência e 133º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO


Anderson Gustavo Torres
Paulo Guedes
Tarcisio Gomes de Freitas
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes
Wagner de Campos Rosário
André Luiz de Almeida Mendonça
Este texto não substitui o publicado no DOU de 1º.4.2021 - Edi-
ção extra-F

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LEI N. 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009

Mensagem de veto
Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líqui-
do e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os repre-
sentantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas na-
turais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser
respeito a essas atribuições.
§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de eco-
nomia mista e de concessionárias de serviço público.
§ 3º Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qual-
quer delas poderá requerer o mandado de segurança.
Art. 2º Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências
de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de
ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada.
Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em con-
dições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor
do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias,
quando notificado judicialmente.

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Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo sub-


mete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.
Art. 4º Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais,
impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro
meio eletrônico de autenticidade comprovada.
§ 1º Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegra-
ma, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e
a imediata ciência pela autoridade.
§ 2º O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias
úteis seguintes.
§ 3º Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico,
serão observadas as regras da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira -
ICP-Brasil.
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I – de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, in-
dependentemente de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 6º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos
pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos
que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da auto-
ridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada
ou da qual exerce atribuições.
§ 1º No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache
em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se
recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminar-
mente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autên-
tica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O es-
crivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição.

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§ 2º Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coa-


tora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.
§ 3º Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato
impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 6º O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do
prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mé-
rito.
Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I – que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe
a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no
prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
II – que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pes-
soa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para
que, querendo, ingresse no feito;
III – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fun-
damento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida,
caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução,
fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa
jurídica.
§ 1º Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a limi-
nar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compen-
sação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes
do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a con-
cessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer
natureza.

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§ 3º Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persisti-


rão até a prolação da sentença.
§ 4º Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamen-
to.
§ 5º As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas nes-
te artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461
da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 8º Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex
officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida,
o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de
promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe
cumprirem.
Art. 9º As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a
que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver
a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade
apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim
como indicações e elementos outros necessários às providências a serem to-
madas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como
ilegal ou abusivo de poder.
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quan-
do não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos
legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.
§ 1º Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação
e, quando a competência para o julgamento do mandado de segurança cou-
ber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para
o órgão competente do tribunal que integre.
§ 2º O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho
da petição inicial.

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Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o


feito juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao
órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a
prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no
caso do art. 4ºdesta Lei, a comprovação da remessa.
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7º desta
Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro
do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos
serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente
proferida em 30 (trinta) dias.
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermé-
dio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso
de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa
jurídica interessada.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto
no art. 4º desta Lei.
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe ape-
lação.
§ 1º Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente
ao duplo grau de jurisdição.
§ 2º Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
§ 3º A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser execu-
tada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da
medida liminar.
§ 4º O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados
em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da ad-
ministração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será
efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do
ajuizamento da inicial.

463
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Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público in-


teressada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a
execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito
suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na ses-
são seguinte à sua interposição.
§ 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refe-
re o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do
tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraor-
dinário.
§ 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1º deste
artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra
a liminar a que se refere este artigo.
§ 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida
nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem
condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.
§ 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo
liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a
urgência na concessão da medida.
§ 5º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma
única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da sus-
pensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido
original.
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao re-
lator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do
julgamento do mérito ou do pedido liminar. (Redação dada pela Lei n. 13.676,
de 2018)
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida
liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.

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Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respec-


tivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado
da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas
taquigráficas, independentemente de revisão.
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única
instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos
legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança,
sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, plei-
teie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos
terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.
§ 1º Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira
sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator.
§ 2º O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco)
dias.
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus inte-
resses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líqui-
dos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispen-
sada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança cole-
tivo podem ser:
I – coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas li-
gadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

465
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II – individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os


decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da tota-
lidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as
ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impe-
trante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
impetração da segurança coletiva.
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida
após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito públi-
co, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á de-
corridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do
ato impugnado.
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposi-
ção de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários
advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de
má-fé.
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do  art. 330 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das
decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções ad-
ministrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando
cabíveis.
Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organi-
zação judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de
180 (cento e oitenta) dias, contado da sua publicação.

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Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166,
de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de 1964, 5.021, de 9 de
junho de 1966; o art. 3º da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art.
1º da Lei no 6.071, de 3 de julho de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de
janeiro de 1982, e o art. 2º da Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996.

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LEI N. 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992

(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)


Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,


servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municí-
pios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de en-
tidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos
de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba sub-
venção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limi-
tando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura

468
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ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas


no artigo anterior.
Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados
a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, do-
losa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento
do dano.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou
terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público
ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa respon-
sável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade
dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre
o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do
valor da herança.

469
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CAPÍTULO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento
Ilícito

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriqueci-


mento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão
do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisi-
ção, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços
pelas entidades referidas no art. 1º por preço superior ao valor de mercado;
III  – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço
por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamen-
tos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qual-
quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de
servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de nar-
cotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou
aceitar promessa de tal vantagem;

470
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VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indire-


ta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja des-
proporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público, durante a atividade;
IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou apli-
cação de verba pública de qualquer natureza;
X  – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indi-
retamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja
obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, ver-
bas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas
no art. 1º desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integran-
tes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda pa-
trimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

471
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I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao pa-


trimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das enti-
dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores
do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem inte-
grante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e re-
gulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII  – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo
para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-
-los indevidamente; (Redação dada pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei
ou regulamento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como
no que diz respeito à conservação do patrimônio público;

472
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinen-
tes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicita-
mente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, má-
quinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem
como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a pres-
tação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e pré-
via dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
(Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao
patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades le-
gais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de
2014) (Vigência)
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada
utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela adminis-
tração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
(Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades priva-
das sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das pres-


tações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com enti-
dades privadas; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014, com a redação dada
pela Lei n. 13.204, de 2015)
XX  – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei n.
13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei n. 13.204, de 2015)
XXI  – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei n.
13.019, de 2014) (Vigência)

Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016) (Produção de efeito)
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão
ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou


omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário
contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar
n. 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de
2016) (Produção de efeito)

Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra


os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole

474
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às institui-


ções, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso da-
quele previsto, na regra de competência;
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atri-
buições e que deva permanecer em segredo;
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
V – frustrar a licitude de concurso público;
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes
da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz
de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprova-
ção de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entida-
des privadas. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Redação dada
pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previs-
tos na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de ser-
viços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou
instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei n.
8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei n. 13.650, de 2018)

CAPÍTULO III
DAS PENAS

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas


previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumu-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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lativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei n.


12.120, de 2009).
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamen-
te ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamen-
to de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta cir-
cunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco
a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida
pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber bene-
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
de três anos.
IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três)
vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela
Lei Complementar n. 157, de 2016)
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em
conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido
pelo agente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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CAPÍTULO IV
DA DECLARAÇÃO DE BENS

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à


apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimô-
nio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (Regu-
lamento) (Regulamento)
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro,
títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, locali-
zado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que
vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os ob-
jetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que
o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração
anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade
da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza,
com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e
no § 2º deste artigo.
CAPÍTULO V
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa


competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prá-
tica de ato de improbidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada,


conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua
autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho
fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º
deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos
termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a
imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei n. 8.112, de 11 de
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os
respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público
e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento adminis-
trativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas
poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedi-
mento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão re-
presentará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira
ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou tercei-
ro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto
nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o blo-
queio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indi-
ciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Mi-
nistério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
efetivação da medida cautelar.

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§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo


de não persecução cível, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessá-
rias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público,
aplica-se, no que couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei no 4.717, de 29
de junho de 1965. (Redação dada pela Lei n. 9.366, de 1996)
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará
obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória n. 1.984-16, de 2000) (Inclu-
ído pela Medida provisória n. 2.180-35, de 2001)
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham
indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fun-
damentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts.
16 a 18 do Código de Processo Civil. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de
2000) (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordena-
rá a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que po-
derá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze
dias. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão
fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de im-
probidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Vide
Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória n.
2.225-45, de 2001)

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§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contes-
tação. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instru-
mento. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes
requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não
superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação
de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. (Vide
Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória n.
2.225-45, de 2001)
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos
regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Proces-
so Penal. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica
interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária
de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de
31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016)
Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano


ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento
ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica preju-
dicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra


agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
inocente.
Pena – detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a inde-
nizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver
provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só
se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente po-
derá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, em-
prego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à
pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei n. 12.120, de 2009).
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou
pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Públi-
co, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante repre-
sentação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a
instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

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CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta


lei podem ser propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança;
II  – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.
III – até cinco anos da data da apresentação à administração pública da
prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art.
1º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 25. Ficam revogadas as Leis n.s 3.164, de 1º de junho de 1957,
e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171º da Independência e 104º da


República.
FERNANDO COLLOR
Célio Borja
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.6.1992.

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DECRETO-LEI N. 218, DE 18 DE JULHO DE 1975

DISPÕE SOBRE O REGIME JURÍDICO PECULIAR AOS FUNCIONÁRIOS


CIVIS DO SERVIÇO POLICIAL DO PODER EXECUTIVO DO RIO DE
JANEIRO E DA OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO , no uso das atri-


buições que lhe confere o § 1º do art. 2º da Lei Complementar n. 20, de 1º
de julho de 1974.

DECRETA:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - São policiais, abrangidos por este Decreto-Lei, os funcionários


legalmente investidos em cargos do serviço policial.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Decreto-Lei, é considerado funcio-
nário policial o ocupante do cargo em comissão ou função gratificada com
atribuições e responsabilidades de natureza policial.

CAPÍTULO I
DO INGRESSO

Art. 2º - A nomeação será feita:


I – em caráter efetivo, mediante concurso público;
II – em comissão.
Art. 3º - São requisitos para o ingresso no cargo efetivo:
I – ser de nacionalidade brasileira;
II – ter no mínimo 18 (dezoito) anos completos e no máximo 35 (trinta e
cinco) anos completos à data do encerramento das inscrições;
III – estar em gozo dos direitos políticos;

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IV – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;


V – possuir condições sociais e familiares compatíveis com a função policial;
VI – gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
VII – possuir aptidão física e psíquica para o exercício da função policial;
VIII – ter sido habilitado e classificado, previamente, em concurso pú blico
de provas ou de provas e títulos, realizado pela Academia de Polícia.
§ 1º - Dependendo da natureza do cargo a ser provido, o limite máximo de
idade previsto no inciso II deste artigo poderá ser reduzido para até 25 (vinte
e cinco) anos completos.
Art. 4º - O período de validade dos concursos ficará a critério do Secre-
tário de Segurança Pública, assegurando-se o provimento dos cargos vagos
pelos candidatos para esse fim habilitados em concurso, obedecida a ordem
de classificação.
Art. 5º  - Aos candidatos nomeados será ministrado curso profissionali-
zante na Academia de Polícia, sem prejuízo do serviço, de acordo com a con-
veniência da atividade policial.
Art. 6º - Estágio Probatório é o período de 02 (dois) anos de efetivo exer-
cício, a contar da data de início deste, durante o qual são apurados os requi-
sitos necessários à confirmação do funcionário policial ao cargo efetivo para
o qual foi nomeado.
§ 1º - Os requisitos de que trata este artigo são os seguintes:
1) aprovação em curso de profissionalização na Academia de Polícia;
2) idoneidade moral;
3) assiduidade;
4) disciplina;
5) eficiência.
§ 2º - Não Esta sujeito a novo estágio probatório o funcionário que, no-
meado para cargo do serviço policial, já tenha adquirido estabilidade, sendo,
porém, requisito indispensável à primeira promoção na série de classes a

aprovação em curso de profissionalização.

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§ 3º - Trimestralmente, o responsável pelo órgão ou unidade administra-


tiva em que esteja lotado o funcionário policial sujeito a estágio probatório,
encaminhará ao órgão de pessoal, em boletim próprio, a apreciação sobre o
comportamento do estagiário.
§ 4º - Quando o funcionário policial em estágio probatório não preencher
quaisquer dos requisitos numerados no § 1º deste artigo, deverá o chefe imedia-
to comunicar o fato ao órgão de pessoal, para o procedimento na forma da lei.

CAPÍTULO II
DO CARGO E DA FUNÇÃO

Art. 7º - O exercício de cargo de natureza policial é privativo dos funcio-


nários abrangidos por este Decreto-Lei.
Art. 8º - Caracteriza a função policial o exercício de atividades específicas
desempenhadas pela autoridade, seus agentes e auxiliares, para assegurar
o cumprimento da lei, manutenção da ordem pública, a proteção de bens e
pessoas, a prevenção da prática dos ilícitos penais e atribuições de polícia
judiciária.
Art. 9º - A função policial, fundada na hierarquia e na disciplina, é incom-
patível com qualquer outra atividade, salvo as exceções previstas em lei.
Parágrafo único. Os círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre
os policiais de mesma classe e têm a finalidade de desenvolver o espírito de
camaradagem, em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito
mútuo.
TÍTULO II
CAPÍTULO ÚNICO
DO CÓDIGO DE ÉTICA POLICIAL

Art. 10 – O policial manterá observância, tanto mais rigorosa quanto mais


elevado for o grau hierárquico, dos seguintes preceitos de ética:
I – servir à sociedade como obrigação fundamental;
II – proteger vidas e bens;

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III – defender o inocente e o fraco contra o engano e a opressão;


IV – preservar a ordem, repelindo a violência;
V – respeitar os direitos e garantias individuais;
VI – jamais revelar tibieza ante o perigo e o abuso;
VII – exercer a função policial com probidade, discrição e moderação, fa-
zendo observar as leis com lhaneza
VIII – não permitir que sentimentos ou animosidades pessoais possam
influir em suas decisões;
IX – ser inflexível, porém justo, no trato com os delinquentes;
X – respeitar a dignidade da pessoa humana;
XI – preservar a confiança e o apreço de seus concidadã os pelo exemplo
de uma conduta irrepreensível na vida pública e na particular;
XII – cultuar o aprimoramento técnico profissional;
XIII – amar a verdade e a responsabilidade como fundamentos da ética
do serviço policial;
XIV – obedecer às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
XV – não abandonar o posto em que deva ser substituído sem a chegada
do substituto;
XVI – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do serviço policial;
XVII – prestar auxílio, ainda que não esteja em hora de serviço:
1 – a fim de prevenir ou reprimir perturbação da ordem pública;
2 – quando solicitado por qualquer pessoa carente de socorro policial, en-
caminhando-a à autoridade competente, quando insuficientes as providências
de suas alçada.
Art. 11 – O policial ao se apresentar ao seu chefe, em sua primeira lota-
ção, prestará o compromisso seguinte:
Prometo observar e fazer observar rigorosa obediência às leis,
desempenhar as minhas funções com desprendimento e probidade,
considerando inerentes à minha pessoa a reputação e honorabilidade
do órgão policial a que agora passo a servir.

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TÍTULO III
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

CAPÍTULO I
DA RESPONSABILIDADE

Art. 12 – Pelo exercício irregular de suas atribuições o funcionário policial


responde civil, penal e administrativamente.
Art. 13 – As cominações civis, penais e disciplinares poderã o cumular-se,
sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias civil,
penal e administrativa.
Art. 14 – São transgressões disciplinares:
I – falta de assiduidade ou impontualidade habituais;
II  – interpor ou traficar influência alheia para solicitar acesso, remoção,
transferência ou comissionamento;
III – dar informações inexatas, alterá-las ou desfigurá-las;
IV – usar indevidamente os bens do Estado ou de terceiros sob sua guarda
ou não;
V  – divulgar notícias sobre serviços ou tarefas em desenvolvimento ou
realizadas pela repartição, ou contribuir para que sejam divulgadas ou ainda,
conceder entrevista sobre as mesmas sem autorização da autoridade compe-
tente;
VI – dar, ceder insígnias ou carteira de identidade funcional;
VII – deixar habitualmente de saldar dívidas legítimas ou de pagar com
regularidade pensões a que esteja obrigado por decisão judicial;
VIII – manter relações de amizade ou exibir-se em público, habitualmen-
te, com pessoas de má reputação, exceto em razão de serviço;
IX – permutar o serviço sem expressa autorização de autoridade compe-
tente;
X – ingerir bebidas alcoólicas quando em serviço;

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XI – afastar-se do município onde exerce suas atividades, sem autorização


superior;
XII – deixar, sem justa causa, de submeter-se à inspeção médica determi-
nada em lei ou por autoridade competente;
XIII – valer-se do cargo com o fim ostensivo ou velado de obter proveito
de natureza político-partidária, para si ou para outrem;
XIV – simular doença para esquivar-se do cumprimento do dever;
XV – agir, no exercício da função, com displicência, deslealdade ou negli-
gências;
XVI – intitular-se funcionário ou representante de repartição ou unidade
policial a que não pertença;
XVII – maltratar preso sob sua guarda ou usar de violência desnecessária
no exercício da função policial;
XVIII – deixar de concluir, nos prazos legais ou regulamentares, sem mo-
tivos justos, inquéritos policiais, sindicâncias, atos ou processos administra-
tivos;
XIX – participar de atividade comercial ou industrial exceto como acionis-
ta, quotista ou comanditário;
XX – deixar de tratar os superiores hierárquicos e os subordinados com a
deferência e urbanidade devidas;
XXI – coagir ou aliciar subordinados com objetivos políticos-partidários;
XXII – praticar usura em qualquer de suas formas;
XXIII – apresentar parte, queixa ou representação infundadas contra su-
periores hierárquicos;
XXIV – indispor funcionários contra seus superiores hierárquicos ou provo-
car, velada ou ostensivamente, animosidade entre funcionários;
XXV – insubordinar-se ou desrespeitar superior hierárquico;
XXVI – empenhar-se em atividades que prejudiquem o fiel desempenho
da função policial;

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XXVII – utilizar, ceder, ou permitir que outrem use objetos arrecadados,


recolhidos ou apreendidos pela polícia;
XXVIII – entregar-se à prática de jogos proibidos, ou ao vício da embria-
guez, ou qualquer outro vício degradante;
XXIX – portar-se de modo inconveniente em lugar público ou acessível ao
público;
XXX – esquivar-se, na ausência de autoridade competente, de atender a
ocorrências passíveis de intervenção policial que presencie ou de que tenha
conhecimento imediato, mesmo fora de escala de serviço;
XXXI – cometer opiniões ou conceitos desfavoráveis aos superiores hie-
rárquicos;
XXXII – cometer a pessoa estranha à Organização Policial, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de encargos próprios ou da competência de
seus subordinados;
XXXIII – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão judicial
ou criticá-la;
XXXIV – eximir-se do cumprimento de suas obrigações funcionais;
XXXV – violar o Código de Ética Policial.
Art. 15 – As transgressões disciplinares são classificadas como:
I – leves;
II – médias;
III – graves.
§ 1º - São de natureza leve as transgressões enumeradas nos incisos I a
XII do artigo anterior.
§ 2º - São de natureza média as transgressões enumeradas nos incisos
XIII a XXI do artigo anterior.
§ 3º - São de natureza grave as transgressões enumeradas nos incisos
XXII a XXXV do artigo anterior.
§ 4º - A autoridade competente para decidir a punição poderá agravar a
classificação atribuída às transgressões atendendo às peculiaridades e conse-
quências do caso concreto.

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CAPÍTULO III
DAS PENAS DISCIPLINARES

Art. 16 – São penas disciplinares:


I – advertência;
II – repreensão;
III – suspensão;
* IV – afastamento do serviço, do cargo ou função;
* Revogado pela Lei n. 4236/2003.
* V – prisão disciplinar;
* Revogado pela Lei n. 4236/2003.
VI – demissão;
VII – cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Art. 17 – Na aplicação das penas disciplinares serão considerados:
I – repercussão do fato;
II – danos decorrentes da transgressão ao serviço público;
III – causas de justificação;
IV – circunstâncias atenuantes;
V – circunstâncias agravantes;
VI – a classificação da gravidade estabelecida no artigo 15.
§ 1º - São causas de justificação:
1) motivo de forçam maior plenamente comprovado;
2) ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no inte-
resse do serviço, da ordem ou da segurança pública.
§ 2º - São circunstâncias atenuantes:
1) boa conduta funcional;
2) relevância dos serviços prestados;
3) ter sido cometida a transgressão em defesa de direitos próprios ou de
terceiros, ou para evitar mal maior.

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§ 3º - São circunstâncias agravantes:


1) má conduta funcional;
2) prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
3) reincidência;
4) ser praticada a transgressão em conluio por duas ou mais pessoas,
durante a execução do serviço, em presença de subordinados ou em público;
5) ter sido praticada a transgressão com premeditação ou com abuso de
autoridade hierárquica ou funcional.
§ 4º - Não haverá punição quando, no julgamento da transgressão, for
reconhecida uma das causas de justificação previstas.
Art. 18 – A pena de advertência será aplicada em particular e verbalmen-
te, nos casos de falta leve.
Art. 19 – A pena de repreensão será aplicada, por escrito, nos casos de
falta leve.
Art. 20 – A pena de suspensão, que não poderá exceder de 90 (noventa)
dias, será aplicada:
I – de 1 (um) a 15 (quinze) dias, nos casos de falta leve;
II – de 16 (dezesseis) a 40 (quarenta) dias, nos casos de falta média;
III – de 41 (quarenta e um) a 90 (noventa) dias, nos casos de falta grave.
Parágrafo único. Quando houver conveniência para o serviço policial, a
pena de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin-
quenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, obrigado, neste
caso, o policial a permanecer no serviço, cumprindo sua carga horária de
trabalho normal.
* Art. 20 - A pena de suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa)
dias, será aplicada:
I – de 1 (um) a 15 (quinze) dias, nos casos de falta leve;
II – de 16 (dezesseis) a 40 (quarenta) dias, nos casos de falta média;
III – de 41 (quarenta e um) a 90 (noventa) dias, nos casos de falta grave.

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Parágrafo único. Quando houver conveniência para o serviço policial, a


pena de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin-
quenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, obrigado, nesse
caso, o policial a permanecer no serviço, cumprindo sua carga horária de
trabalho normal.
* Nova redação dada pela lei n. 1693/1990.
Art. 21 – A pena de prisão disciplinar até 30 (trinta) dias poderá ser apli-
cada nos casos de faltas médias ou graves.
Parágrafo único. O cumprimento da pena de prisão disciplinar deverá ser
efetuada em local previamente designado pelo Secretário de Segurança Pú-
blica e importa na perda de 50% dos vencimentos correspondentes aos dias
de prisão.
Art. 22 – A pena de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibili-
dade será aplicada nos casos previstos no Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis.
Art. 23 – São competentes para aplicação das penas disciplinares previs-
tas nesse Estatuto:
I – O Governador do Estado, em qualquer caso;
II – O Secretário de Segurança Pública, nos casos de suspensão e prisão
disciplinar;
III – Os dirigentes de unidades administrativas diretamente subordina-
das ao Secretário, nos casos dos incisos I a III do artigo 16, aos servidores
policiais que lhes forem subordinados e desde que a pena de suspensão não
ultrapasse 50 (cinquenta) dias;
IV – Os Titulares de Delegacias de Polícia e os Chefes de Serviço, esses
últimos autorizados em ato do Secretário de Segurança Pública, nos casos
dos incisos I a III do artigo 16, aos servidores policiais que lhes forem subor-
dinados, limitada a pena de suspensão ao prazo de 20 (vinte) dias.
Parágrafo único. Quando para qualquer transgressão, for prevista mais de
uma pena disciplinar, a autoridade competente, atenta às circunstâncias de
cada caso, decidirá qual a aplicável.

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*  I - o Governador do Estado, em qualquer caso e privativamente nos


casos dos incisos VI e VI!, do artigo 16, em relação aos delegados de polícia;
* Nova redação dada pela Lei n. 4236/2003.
* II - O Secretário de Estado de Segurança Pública, em qualquer caso, e,
privativamente, nos casos dos incisos VI e VII do artigo 16, em relação aos
demais servidores policiais e suspensão acima de 60 (sessenta) dias;
* Nova redação dada pela Lei n. 4236/2003.
* III - o Chefe da Polícia Civil, nos casos dos incisos I e II, do artigo 16,
e suspensão até 60 (sessenta) dias;
* Nova redação dada pela Lei n. 4236/2003.
* IV - o Corregedor da Policia Civil, nos casos dos incisos I e II, do artigo
16, e suspensão até 50 (cinquenta) dias;
* Nova redação dada pela Lei n. 4236/2003.
* V - os dirigentes de unidade de polícia administrativa e judiciária da Po-
licia Civil, nos casos dos incisos I a III, do artigo 16, aos servidores policiais
que lhes forem subordinados, limitada a pena de suspensão ao prazo de 30
(trinta) dias.
* Nova redação dada pela Lei n. 4236/2003.
* Parágrafo único - Quando para qualquer transgressão, for prevista
mais de uma pena disciplinar, a autoridade competente, atenta às circunstân-
cias de cada caso, decidirá qual a aplicável.
* Nova redação dada pela Lei n. 4236/2003.
Art. 24 – Prescrevem:
I – em 02 (dois) anos as faltas sujeitas às penas de advertência, repreen-
são, suspensão e prisão disciplinar;
II – no prazo que o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis estabelecer,
as faltas sujeitas à pena de demissão, cassação de aposentadoria ou dispo-
nibilidade.
§ 1º - A falta prevista na lei penal prescreverá juntamente com o crime.
§ 2º - Prescrita a punição, se ainda houver prejuízo material decorrente do
ato punível, o infrator ficará sujeito à reparação do dano.

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* Art. 24 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição:


I – da transgressão disciplinar sujeita à pena de advertência, repreensão
ou suspensão no prazo de 02 (dois) anos;
II – da transgressão disciplinar sujeita á pena de demissão, cassação de
aposentadoria ou de disponibilidade no prazo de 05 (cinco) anos;
III – da transgressão disciplinar prevista na Lei como infração penal, jun-
tamente com o crime;
§ 1º - O curso do prazo prescricional começa a correr da data em que o
fato se tornou conhecido pela Administração Pública.
§ 2º - O curso do prazo prescricional interrompe-se com a instauração da
sindicância ou do processo administrativo disciplinar, até decisão final profe-
rida por autoridade competente.
§ 3º - o curso do prazo prescricional não corre:
I – enquanto sobrestados a sindicância ou o processo administrativo dis-
ciplinar para aguardar decisão judicial;
II – enquanto insubsistente o vinculo funcional que venha a ser restabe-
lecido.
* Nova redação dada pela Lei n. 4236/2003.

CAPÍTULO IV
DA APURAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

Art. 25 – A aplicação das penas disciplinares previstas nos incisos III e V


do Artigo 16 será sempre antecedida de sindicância ou apuração sumária da
transgressão cometida pelo servidor.
§ 1º - A investigação a que se refere este artigo será ultimada no prazo
de 10 (dez) dias pelo chefe imediato do servidor, que em seu relatório fará
consignar:
1) data, modo e circunstâncias em que teve notícia ou ciência do fato;
2) versão do fato na forma por que teve conhecimento;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

3) elemento de prova ou indício colhido ou constatado e informação das


testemunhas;
4) defesa do acusado;
5) conclusão;
6) decisão, quando for o caso.
§ 2º - Na hipótese de o chefe imediato do transgressor ser incompetente
para aplicação da pena disciplinar cabível, os autos serão imediatamente re-
metidos à autoridade superior, dentro de 48 horas, sob pena de conivência.
§ 3º - Quando à infração for cominada, em tese, pena superior a 50
(cinquenta) dias de suspensão, ou demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, os autos serão encaminhados ao Secretário de Estado da
Polícia Civil, que os remeterá à Secretaria de Estado de Administração para
instauração de processo administrativo disciplinar, da competência de uma
das Comissões de inquérito.
§ 4º - Na composição das comissões a que se refere o parágrafo anterior,
pelo menos uma das vagas será obrigatoriamente preenchida por autoridade
policial do Quadro Permanente da Polícia Civil.
* Art. 25 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço pú-
blico é obrigada a promover sua apuração imediata, mediante sindicância ou
processo administrativo disciplinar, assegurados ao acusado o contraditório e
a ampla defesa.
* Nova redação dada pela Lei n. 4236/2003.
* Art. 25-A - A apuração das infrações, cuja natureza autoriza a aplicação
das penalidades previstas nos incisos 1 a III, do ad. 16, será feita mediante
sindicância administrativa disciplinar, limitada a penalidade de suspensão a
60 (sessenta) dias.
§ 1º - A sindicância administrativa disciplinar será concluída no prazo de
60 (sessenta) dias, contados a partir de sua instauração.
§ 2º- Após concluída a sindicância administrativa disciplinar deverá ser
encaminhada á autoridade competente para decisão.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 3º - Não sendo possível a conclusão da sindicância administrativa disci-


plinar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a autoridade sindicante encaminhará,
sob pena de responsabilidade funcional, no prazo de 10 (dez) dias, ao chefe
imediato, relatório circunstanciado indicando as diligências faltantes e solici-
tando prazo para a sua conclusão, que não poderá exceder a 30 (trinta) dias.
§ 4º - Excepcionalmente, não sendo concluída a sindicância administrativa
disciplinar no prazo total de 90 (noventa) dias, a autoridade sindicante, no
prazo de 10 (dez) dias, justificadamente, sob pena de responsabilidade fun-
cional, encaminhará relatório circunstanciado ao chefe imediato que, em igual
prazo abrirá vista ao Chefe da Policia Civil com a indicação das diligências
faltantes e a solicitação do prazo necessário à sua conclusão.
* Artigo acrescido pela Lei n. 4236/2003.
* Art. 25-B - Quando à transgressão disciplinar for cominada pena supe-
rior a 60 (sessenta) dias de suspensão, demissão, cassação de aposentadoria
ou de disponibilidade, os autos serão encaminhados ao Chefe da Polícia Civil,
que os remeterá ao Secretário de Estado de Segurança Pública para instaura-
ção de processo administrativo disciplinar, por distribuição a uma das Comis-
sões Permanentes de Inquérito Administrativo — CPIAs.
§ 1º - O processo administrativo disciplinar deverá ser ultimado pela Co-
missão respectiva, presidida por delegado de polícia, no prazo de 90 (noven-
ta) dias, contados a partir da sua instauração.
§ 2º - Não sendo possível a conclusão do processo administrativo discipli-
nar no prazo de 90 (noventa) dias, as comissões encaminharão, sob pena de
responsabilidade funcional, no prazo de 10 (dez) dias, ao órgão de supervi-
são, relatório indicando as diligências faltantes e solicitando prazo para sua
conclusão, que não poderá exceder a 90 (noventa) dias.
§ 3º - Na hipótese de o indiciado ser delegado de polícia, o processo admi-
nistrativo disciplinar será presidido obrigatoriamente por outro de nível igual
ou superior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 4º -  Excepcionalmente, não concluído o processo administrativo dis-


ciplinar no prazo total de 180 (cento e oitenta) dias, o órgão de supervisão
encaminhará, sob pena de responsabilidade funcional, no prazo de 10 (dez)
dias, ao Secretário de Estado de Segurança Pública relatório circunstanciado
elaborado pelas comissões, indicando as diligências faltantes e solicitando o
prazo necessário á sua conclusão.
* Artigo acrescido pela Lei n. 4236/2003.
* Art. 25-C - O servidor integrante do Quadro de Pessoal da Polícia Civil
poderá ser afastado do exercício do cargo ou da função, sem perda de venci-
mentos, por prazo não superior a 30 (trinta) dias, a critério do Secretário de
Estado de Segurança Pública, nas seguintes hipóteses:
I – quando existam indícios suficientes da prática de transgressão disci-
plinar grave;
II – quando a medida se impuser no interesse da ordem pública;
III – quando houver necessidade do afastamento para que o servidor não
venha a influir na apuração da falta.
Parágrafo único. O afastamento de que trata este artigo é medida acaute-
latória e não constitui pena.
* Artigo acrescido pela Lei n. 4236/2003.
* Art. 25-D – As autoridades competentes terão 10 (dez) dias, após re-
cebidas as conclusões das Comissões de Sindicâncias e Processos Adminis-
trativos, para proferir a decisão referente ao servidor, sob pena de responsa-
bilidade.
* Artigo acrescido pela Lei n. 4236/2003.
Art. 26 – Para as recompensas e punições, o policial terá seu comporta-
mento classificado em:
I – excepcional;
II – ótimo;
III – bom;
IV – regular;
V – mau.

497
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º - Ao ingressar no serviço público o servidor terá o conceito bom.


§ 2º - Os policiais que tiverem anotação de suspensão superior a 10 (dez)
dias no período anterior à elaboração do Boletim de Merecimento, serão in-
cluídos no conceito do inciso V e no inciso IV, se tais fatos se registraram no
período de 02 (dois) anos.
§ 3º - O servidor policial somente será incluído nos incisos I e II se não
tiver sofrido pena disciplinar de qualquer espécie, nos períodos, respectiva-
mente, de 10 (dez) e 05 (cinco) anos que antecederem a elaboração dos res-
pectivos Boletins de Merecimento.
§ 4º - decorrido o prazo de 10 (dez) anos sem anotação de penas discipli-
nares, o policial poderá requerer o cancelamento das anotações anteriores, o
que será concedido a critério do Secretário de Segurança Pública.

TÍTULO IV
DOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS

Art. 27 – São direitos pessoais decorrentes do exercício da função policial:


I – garantia do uso do título em toda a sua plenitude, com as vantagens e
prerrogativas a ele inerentes;
II – estabilidade, nos termos da legislação em vigor;
III – uso das designações hierárquicas;
IV – desempenho de cargos e funções correspondentes à condição hierár-
quica;
V – percepção de vencimento correspondente ao padrão fixado em lei e de
vantagens pecuniárias;
VI – percepção de salário família, diá rias e ajuda de custo;
VII – carteira funcional

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VIII – promoções regulares e por bravura, inclusive post mortem, ascen-


sões regulares, inclusive post mortem;
IX – medalhas Mérito Policial e Mérito Especial e outras condecorações
previstas em lei;
X – assistência médica, hospitalar, social e quando ferido, ou acidentado
em serviço, ou em razão da função, submetido a processo em decorrência do
estrito cumprimento do dever legal.
XI – aposentadoria nos termos da lei, com proventos integrais, indepen-
dente de tempo de serviço, quando for reconhecida a invalidez permanente
por motivo de acidente em serviço ou em consequência dele.
XII – trânsito quando desligado de uma sede para assumir exercício em
outra, situada em município diferente;
XIII – auxílio funeral;
XIV – prisão domiciliar por tempo de serviço;
XV – férias e licenças previstas em lei;
XVI – gratificação adicional por tempo de serviço;
XVII – acesso e transferência regulamentares;
XVIII – garantias devidas ao resguardo da integridade física do policial em
caso de cumprimento de pena em estabelecimento penal, conquanto sujeito
ao sistema disciplinar penitenciário;
XIX – quando aposentado, porte de arma.
Art. 28 - Aos beneficiários do policial falecido, em consequência de agres-
são sofrida no desempenho de suas atribuições ou, ainda, em consequência
de acidente ocorrido em serviço ou de moléstia nele adquirida, será concedida
pensão equivalente ao vencimento mais as vantagens percebidas por ocasião
do óbito.
§ 1º - a prova das circunstâncias do falecimento será feita de acordo com
a legislação em vigor.
§ 2º - O valor da pensão será sempre revisto, nas mesmas bases em que
se modificarem os valores dos vencimentos dos funcionários em atividade.

499
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO II
DAS FÉRIAS

Art. 29 – O funcionário gozará, obrigatoriamente, 30 (trinta) dias de férias


por ano, concedidas de acordo com escala organizada pelo chefe imediato.
Art. 30 – É proibida a acumulação de férias, salvo por imperiosa necessi-
dade de serviço e pelo máximo de 02 (dois) períodos.
Art. 31 – O funcionário ao entrar em férias, participará ao chefe imediato
seu endereço eventual.
Art. 32 – Mediante convocação do Secretário de Segurança Pública, o
funcionário policial será obrigado a interromper suas férias em situação de
emergente necessidade da segurança nacional ou para manutenção da ordem
pública.
Parágrafo único. O funcionário terá direito a renovar o gozo do período
assim interrompido, em época oportuna, sempre a critério da administração.

TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS

CAPÍTULO I
DA APOSENTADORIA

Art. 33 – O servidor policial será aposentado:


I – compulsoriamente;
II – voluntariamente;
III – por invalidez.
§ 1º - O policial será aposentado com limites de idade e tempo de serviço
que vierem a ser fixados em lei.
§ 2º - A aposentadoria por invalidez será sempre procedida de licença por
período não inferior a 24 meses, salvo quando o laudo médico concluir, an-
teriormente àquele prazo, pela incapacidade definitiva para o serviço policial.

500
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 34 – O aposentado receberá provento integral:

I – no caso do incido II do artigo anterior;

II – quando a invalidez for em consequência de acidente no exercício de

suas atribuições ou em virtude de doença profissional;

III – quando acometido de tuberculose ativa, alienação mental, neopla-

sia maligna, cegueira, lepra, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia

grave, estados adiantados de Paget (osteíte deformante), com base nas con-

clusões da medicina especializada.

§ 1º - Considera-se acidente o evento que causar mediata ou imediata-

mente, ao policial, dano decorrente do exercício das atribuições inerentes ao

cargo ou função.

§ 2º - A autoridade policial competente fará registro circunstanciado do

fato, no qual deverá consignar as provas colhidas, em caso de acidente de

serviço.

§ 3º - As servidor ocupante de cargo policial em comissão, aplicar-se-á o

disposto neste artigo, quando enquadrado nos termos do inciso II.

Art. 35 – A aposentadoria voluntária mantém o funcionário em exercício

até a publicação do respectivo ato, salvo quando já afastado do cargo.

Art. 36 – O aumento de vencimento que for concedido ao servidor policial

da ativa será dado na mesma proporção ao inativo.

Art. 37  – recompensa é o reconhecimento dos bons serviços prestados

pelo servidor policial.

Art. 38 – São recompensas:

I – agraciamento com as Medalhas Mérito Policial e Mérito Especial, na

forma instituída em lei;

II – elogios individuais e coletivos;

III – dispensa total do serviço até 10 (dez) dias;

IV – cancelamento de pena disciplinar.

501
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 39 – São competentes para conceder a dispensa total do serviço:


I – até 10 (dez) dias: O Secretário de Segurança Pública;
II  – até 05 (cinco) dias: chefes de órgãos subordinados diretamente ao
Secretário de Segurança Pública;
III – até 02 (dois) dias: os titulares de Delegacias.
Art. 40 – O cancelamento de pena disciplinar, além da hipótese prevista
no § 4º do artigo 27, pode ser concedido, como recompensa, em razão de
relevantes serviços prestados à segurança pública, por decisão do Secretário
de Estado da Polícia Civil.
Art. 41 – A requisição do funcionário policial para ter exercício em outra
unidade administrativa, respeitados os casos previstos em lei, somente será
permitida quando houver compatibilidade e correlação entre as atribuições
típicas do cargo com as dos serviços da unidade, sempre com expressa au-
torização do Governador, sujeitando-se o servidor a perda das vantagens
decorrentes estritamente da função policial.
Art. 42 – Aquele que, comprovadamente, se revelar inapto para o exercí-
cio da função policial, sem causa que justifique sua demissão ou aposentado-
ria, será readaptado em outra função, mais compatível com a sua capacidade,
sem que essa readaptação lhe traga qualquer prejuízo financeiro.
Art. 43 – Aplicam-se aos servidores policiais as disposições do Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis e demais normas de pessoal, naquilo que não
colidir com este Decreto-Lei.
Art. 44  – O Poder Executivo, no prazo de 90 (noventa) dias, baixará o
Regulamento deste diploma legal.
Art. 45 – Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.

502
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

DECRETO N. 3.044 DE 22 DE JANEIRO DE 1980

Aprova o regulamento do estatuto dos policiais do estado do Rio de


Janeiro

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas


atribuições legais

DECRETA:
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento do Estatuto dos Policiais Civis do
Estado do Rio de Janeiro, a que se refere o artigo 44 do decreto –lei n. 218,
de 18 de julho de 1975, o qual acompanha o presente Decreto.
Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revo-
gadas as disposições em contrário.

EGULAMENTO DO ESTATUTO DOS POLICIAIS CIVIS DO ESTADO


DO RIO DE JANEIRO

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - São policiais civis, abrangidos por este Decreto, os funcionários

legalmente investidos em cargos de provimento efetivo do quadro do serviço

policial civil.

Parágrafo único. Para os efeitos deste Decreto, é considerado policial o

ocupante de cargo isolado de provimento em comissão ou função gratificada,

com atribuições e responsabilidades de natureza policial.

503
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO I
DO INGRESSO

Art. 2º - A nomeação será feita:


I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de classe inicial de série
de classe;
II – em comissão, quando se tratar de cargo que em virtude de lei, assim
deva ser provido;
Art. 3º - O ingresso nos cargos de provimento efetivo exige:
I – nacionalidade brasileira;
II – idade-limite na forma estabelecida em lei;
III – gozo dos direitos políticos, comprovado através de documento for-
necido pelas entidades públicas, responsáveis pelo controle desses direitos;
IV – certificado expedido por repartição militar competente e título eleito-
ral que comprovem, respectivamente, a quitação das obrigações militares e
eleitorais;
V – condições sociais familiares compatíveis com a função policial, a serem
apuradas mediante sindicância reservada;
VI – boa saúde, comprovada através de inspeção médica, realizada pelo
Departamento de Perícias Médicas da Secretaria de Estado da Administração;
VII – aptidão física e psíquica para o exercício da função policial, apurada
por profissionais capacitados;
VIII  – habilitação prévia, em concurso público de provas ou de prova e
títulos, realizada na Academia de Polícia;
IX – classificação do habilitado dentre o número de vagas existentes na
classe inicial da série de classes.
§ 1º - Os exames e provas práticas, previstas no inciso VI e VII, terão
caráter eliminatório e precederão à realização das provas mencionadas no
inciso VIII.

504
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º - Quando o número de inscritos for elevado, excepcionalmente os


exames e provas práticas previstos nos incisos VI e VII poderão ser realizados
“a posteriori”, somente para os aprovados, a critério do Secretário de Estado
de Polícia Civil.
§ 3º - Além dos requisitos enunciados nos incisos I e IX deste artigo, será
exigido dos candidatos a cargos policiais por ocasião da inscrição no concurso
público, o seguinte grau de escolaridade:
a) Delegado de Polícia – diploma de bacharel em direito, devidamente re-
gistrado;
b) Escrivão de Polícia – certificado de segundo grau escolar ou equivalente;
c) Detetive – certificado de segundo grau escolar ou equivalente e carteira
de habilitação de motorista profissional;
d) Perito Criminal – diploma de curso superior, devidamente registrado
nos conselhos respectivos, nas especialidades inerentes ao cargo;
e) Perito Legista – diploma de médico, devidamente registrado no Conse-
lho Regional de Medicina;
f) Piloto Policial – certificado de segundo grau escolar ou equivalente e car-
ta de piloto comercial expedida pelo Departamento de Aviação Civil (D.A.C.);
g) Papiloscopista – certificado de segundo grau escolar ou equivalente;
h) Técnico de Necropsia, Fotógrafo Policial, Inspetor de Salvamento – cer-
tificado de primeiro grau escolar ou equivalente;
i) Auxiliar Técnico de Comunicações de Segurança e Operador de Tele-
comunicações de Segurança – certificado de primeiro grau ou equivalente e
habilitação técnica inerente ao cargo;
j) Motorista Policial – conclusão da quarta série do primeiro grau escolar
ou equivalente e habilitação técnica inerente ao cargo;
l) Servente de Necropsia – conclusão da quarta série do primeiro grau es-
colar ou equivalente;
m) Guarda vidas – conclusão de quinta série do primeiro grau escolar ou
equivalente;

505
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

n) Engenheiro de Telecomunicações de Segurança – diploma de curso de


engenharia, devidamente registrado, nas especialidades inerentes ao cargo;
o) Técnico de Telecomunicações de Segurança – certificado de segundo
grau escolar ou equivalente e habilitação técnica inerente ao cargo;
Art. 4º - O prazo de validade dos concursos será fixado no edital de ins-
crição assegurando-se o provimento dos cargos vagos aos candidatos habi-
litados, obedecida a ordem de classificação e o disposto nos § 3º e § 4º, do
artigo 87, da Constituição Estadual.
Art. 5º - O policial, nomeado na forma do inciso I do artigo 2º, será ma-
triculado “ex-ofício” no curso de formação profissional na Academia de Polícia,
com ou sem prejuízo do serviço, de acordo com a conveniência da atividade
policial.
Art. 6º - O policial ficará sujeito a estágio probatório correspondente ao
período de dois anos de efetivo exercício, a contar da data do início deste e
durante o qual serão apurados os requisitos indispensáveis a sua confirmação
no cargo.
§ 1º - O requisito de que trata este artigo são os seguintes:
1 – aprovação no curso de formação profissional, na Academia de Polícia;
2 – idoneidade moral – conduta do policial apurada através de pesquisa de
seus antecedentes, sob aspectos sociais e funcionais;
3 – assiduidade – dever do policial de comparecer à repartição onde traba-
lha, no horário preestabelecido e, a qualquer hora, quando convocado;
4 – disciplina – rigorosa observância e acatamento integral às leis, regu-
lamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo policial e co-
ordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se no perfeito
cumprimento do dever;
5 – eficiência – desempenho com acerto dos encargos inerente à função
policial

506
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º - O policial que já tenha adquirido estabilidade no serviço público


não estará sujeito a novo estágio probatório quando nomeado, reclassificado,
transferido, transposto ou transformado sob qualquer forma legal ou judicial,
para cargo no serviço policial, sendo, porém obrigatório e requisito indispen-
sável, à primeira promoção, aprovação no Curso de Formação Profissional da
Academia de Polícia.
§ 3º - O dirigente do órgão ou unidade administrativa em que esteja lo-
tado o policial, sujeito a estágio probatório, encaminhará ao órgão central de
pessoal da Secretaria de Estado da Polícia Civil, trimestralmente, em boletim
próprio, apreciação e respeito do comportamento do estagiário, para anota-
ções e providências legais que se fizerem necessárias.
Art. 7º - Os cargos em comissão destinam-se a atender a encargos de di-
reção e assessoramento superiores e serão providos, através de livre escolha
do Governador, por indicação do Secretário de Estado da Polícia Civil, dentre
os policiais e pessoas que possuam aptidões técnicas e reúnem as condições
necessárias à investidura no serviço público.
Parágrafo único. Aquele que for indicado para exercer cargo em comissão,
além dos requisitos dos incisos I, III, IV, V e VI do artigo 3º, deverá:
1 – Ter aptidão intelectual necessária ao cargo, comprovada pela apresen-
tação de diploma de curso de nível superior;
2 – Ter aptidão profissional comprovada através da correlação entre os
encargos típicos do cargo em comissão e os do cargo efetivo, civil ou militar
ou em se tratando de policial inativo, de sua atividade de natureza privada.

CAPÍTULO II
DO CARGO E DA FUNÇÃO

Art. 8º - O exercício de cargo de natureza policial é privativo dos fun-


cionários abrangidos por este Decreto e integrantes do quadro do serviço
policial civil.

507
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 9º - Caracteriza a função policial o exercício de atividades específicas


desempenhadas pela autoridades, seus agentes e auxiliares, para assegurar
o cumprimento da lei, manutenção da ordem pública, proteção de bens e
pessoas, prevenção da prática dos ilícitos penais e atribuições de polícia ju-
diciária.
Art. 10 – A função policial, fundada na hierarquia e na disciplina, é incom-
patível com qualquer outra atividade, salvo as exceções previstas em lei.
Parágrafo único. Os círculos hierárquicos são âmbitos da convivência en-
tre policiais da mesma classe e têm a finalidade de desenvolver o espírito de
camaradagem em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito
mútuo.
TÍTULO II
CAPÍTULO ÚNICO
DO CÓDIGO DE ÉTICA POLICIAL

Art. 11 – O policial manterá observância, tanto mais rigorosa quanto mais


elevado for o grau hierárquico dos seguintes preceitos de ética:
I – servir à sociedade como obrigação fundamental;
II – proteger vidas e bens;
III – defender o inocente e o fraco contra o engano e a opressão;
IV – preservar a ordem, repelindo a violência;
V – respeitar os direitos e as garantias individuais;
VI – jamais revelar tibieza ante o perigo e o abuso;
VII – exercer a função policial com probidade, discrição e moderação, fa-
zendo observar as leis com clareza;
VIII – não permitir que sentimentos ou animosidades pessoais possa in-
fluir em suas decisões;
IX – ser inflexível, porém justo, no trato com os delinquentes;
X – respeitar a dignidade da pessoa humana;
XI – preservar a confiança e o apreço de seus concidadãos pelo exemplo
de uma conduta irrepreensível na vida pública e na particular;

508
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

XII – cultuar o aprimoramento técnico-profissional;


XIII – amar a verdade e a responsabilidade, como fundamentos da ética
do serviço policial;
XIV – obedecer às ordens superiores, exceto quando manifestamente
ilegais;
XV – não abandonar o posto em que deva ser substituído sem a chegada
do substituto;
XVI – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do serviço policial;
XVII – prestar auxílio, ainda que não esteja em hora de serviço:
1 – a fim de prevenir ou reprimir perturbação da ordem pública;
2 – quando solicitado por qualquer pessoa carente de socorro policial, en-
caminhando-se à autoridade competente, quando insuficientes as providên-
cias de sua alçada.
Art. 12 – O policial ao se apresentar ao seu chefe, em sua primeira lota-
ção, prestará o compromisso seguinte:
“Prometo observar e fazer observar rigorosa obediência às leis, desem-
penhar as minhas funções com desprendimento e probidade, considerando
inerentes à minha pessoa a reputação e honorabilidade do órgão policial que
agora passo a servir.”
TÍTULO III
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I
DA RESPONSABILIDADE

Art. 13 – Cabe ao policial a responsabilidade integral pelas decisões que


tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar.
Art. 14 – Pelo exercício irregular de suas atribuições o policial responde
civil, penal e administrativamente.
Art. 15 – As cominações civis, penais e disciplinares poderão acumular-
-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias
civil, penal e administrativa.

509
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º - A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culpo-


so, que importe em prejuízo à fazenda Estadual ou a terceiros.
§ 2º - O prejuízo causado à Fazenda Estadual poderá ser ressarcido me-
diante desconto em prestações mensais não excedentes da décima parte do
vencimento ou remuneração à falta de outros bens que respondam pela in-
denização.
§ 3º - Tratando-se de danos causados a terceiro, responderá o policial
perante a Fazenda Estadual em ação regressiva proposta depois de transitar
em julgado a decisão que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro
prejudicado.
§ 4º - A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções impu-
tados ao policial nessa qualidade.
§ 5º - A responsabilidade administrativa resulta de atos praticados ou
omissões ocorridas no desempenho do cargo ou fora dele, quando compro-
metedores de dignidade e do decoro da função pública.
§ 6º - Mesmo absolvido criminalmente o policial responderá disciplinar-
mente se, na espécie, existir falta administrativa residual.

CAPÍTULO II
DA TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

Art. 16 – São transgressões disciplinares:


I – falta de assiduidade ou impontualidade habituais;
II – interpor ou traficar influência alheia para solicitar ascensão, remoção,
transferência ou comissionamento;
III – dar informações inexatas, alterá-las ou desfigurá-las:
IV – usar indevidamente os bens do Estado ou de terceiro, sob sua guarda
ou vigilância;
V – divulgar notícia sobre serviços ou tarefas em desenvolvimento rea-
lizadas pela repartição, ou contribuir para que sejam divulgadas, ou ainda,
conceder entrevistas sobre as mesmas sem autorização da autoridade com-
petente;

510
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VI – dar, ceder ou emprestar arma, insígnias ou carteira de identidade


funcional;
VII – deixar habitualmente de saldar dívidas legítimas ou de pagar regu-
larmente pensões a que esteja obrigado por decisão judicial;
VIII – manter relações de amizade ou exibir-se em público, habitualmen-
te, com pessoas de má reputação, exceto em razão de serviço;
IX – permutar o serviço sem expressa autorização competente;
X – ingerir bebidas alcoólicas quando em serviço;
XI – afastar-se do município onde exerce suas atividades, sem autorização
superior;
XII – deixar, sem justa causa, de submeter-se à inspeção médica determi-
nada em lei ou por autoridade competente;
XIII – valer-se do cargo com o fim ostensivo ou velado de obter proveito
de natureza político partidária, para si ou para outrem;
XIV – simular doença para esquivar-se ao cumprimento do dever;
XV – agir, no exercício da função, com displicência, deslealdade ou negli-
gência;
XVI – intitular-se funcionário ou representante de repartição ou unidade
policial a que não pertença;
XVII – maltratar preso sob sua guarda ou usar de violência desnecessária
no exercício da função policial;
XVIII – deixar de concluir, nos prazos legais ou regulamentares, sem mo-
tivos justos, inquéritos policiais, sindicâncias ou processo administrativos;
XIX – participar de atividade comercial ou industrial exceto como acionis-
ta, quotista ou comanditário;
XX – deixar de tratar os superiores hierárquicos e os subordinados com a
deferência e a urbanidade devida;
XXI – coagir ou aliciar subordinados com objetivos político-partidários;
XXII – praticar usura em qualquer de suas formas;

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XXIII – apresentar parte, queixa ou representação infundada contra supe-


riores hierárquicos;
XXIV – indispor funcionários contra seus superiores hierárquicos ou provo-
car, velada ou ostensivamente, animosidade entre funcionários;
XXV – insubordinar-se ou desrespeitar superior hierárquico;
XXVI – empenhar-se em atividades que prejudiquem o fiel desempenho
da função policial;
XXVII – utilizar, ceder ou permitir que outrem use objetos arrecadados,
recolhidos ou apreendidos pela polícia;
XXVIII – entregar-se a prática de jogos proibidos ou ao vício da embria-
guez, ou qualquer outro vício degradante;
XXIX – portar-se de modo inconveniente em lugar público ou acessível ao
público;
XXX – esquivar-se, na ausência da autoridade competente, de atender a
ocorrências passíveis de intervenção policial que presencie ou de que tenha
conhecimento imediato, mesmo fora da escala de serviço;
XXXI – emitir opiniões ou conceitos desfavoráveis aos superiores hierár-
quicos;
XXXII – cometer a pessoa estranha à organização policial, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de encargos próprios ou da competência de
seus subordinados;
XXXIII – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão judicial
ou criticá-la depreciativamente.
XXXIV – eximir-se do cumprimento de suas obrigações funcionais
XXXV – violar o código de ética policial.
Art. 17 – As transgressões disciplinares são classificadas como:
I – leves;
II – médias;
III – graves.
§ 1º - São de natureza leve as transgressões enumeradas nos incisos I e
XII do artigo anterior;

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§ 2º - São de natureza média as transgressões enumeradas nos incisos


XIII e XXI do artigo anterior;
§ 3º - São de natureza grave as transgressões enumeradas nos incisos
XXII e XXXV do artigo anterior;
§ 4º - A autoridade competente para decidir a punição poderá agravar a
classificação atribuída às transgressões disciplinares, atendendo às peculiari-
dades e consequências do caso concreto.
§ 5º - O agravamento previsto no parágrafo anterior não ocorrerá nos
casos em que já houver sido imposta penalidade aos transgressores, salvo se
de mera advertência ou repreensão.

CAPÍTULO III
DAS PENAS DISCIPLINARES

Art. 18 – São penas disciplinares:


I – advertência;
II – repreensão;
III – suspensão;
IV – afastamento do serviço, do cargo ou função;
V – prisão disciplinar;
(Inciso V revogado pelo Art. 5º, inciso LXI da C.F.)
VI – demissão;
VII – Cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Art. 19 – Na aplicação das penas disciplinares serão considerados:
I – repercussão do fato;
II – danos decorrentes da transgressão ao serviço público;
III – causas de justificação;
IV – circunstâncias atenuantes;
V – circunstâncias agravantes;
VI – a classificação da gravidade estabelecida no artigo 17.

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§ 1º - São causas de justificação:


1 – motivo de força maior, plenamente comprovado;
2 – Ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no in-
teresse do serviço, da ordem ou da segurança pública;
§ 2º - São circunstâncias atenuantes:
1 – boa conduta funcional;
2 – relevância de serviços prestados;
3 – Ter sido cometida a transgressão em defesa de direitos próprios ou de
terceiros ou para evitar mal maior;
§ 3º - São circunstâncias agravantes:
1 – má conduta funcional;
2 – prática simultânea de duas ou mais transgressões;
3 – reincidência;
4 – ser praticada a transgressão, em conluio, por duas ou mais pessoas,
durante a execução de serviço, em presença de subordinados ou em público;
5 – ter sido praticada a transgressão com premeditação ou abuso de au-
toridade hierárquica ou funcional.
§ 4º - Não haverá punição, quando, na apreciação da falta, for reconheci-
da uma das causas de justificação prevista no § 1º.
Art. 20 – A pena de advertência será aplicada em particular e verbalmen-
te, nos casos de falta leve.
Art. 21 – A pena de repreensão será aplicada, por escrito, nos casos de
falta leve, em caráter reservado.
Art. 22 – A pena de suspensão não excederá de noventa dias, implicando
em perda total dos vencimentos correspondentes aos dias e era aplicada:
I – de um a quinze dias, nos casos de faltas leves;
II – de dezesseis a quarenta dias, nos casos de faltas médias;
III – de quarenta e um a noventa dias, nos casos de faltas graves.

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Art. 23 – O policial poderá ser afastado do serviço ou do exercício do car-


go ou de função, sem perda de vencimentos, por prazo não superior a trinta
dias, a critério do Secretário de Estado de Polícia Civil, desde que tenha co-
metido infração disciplinar ou criminal, cuja natureza ou circunstância do fato
gerador se constitua em motivo de desonra para a Secretaria de Estado da
Polícia Civil ou quando a medida se impuser ao interesse de ordem pública.
Parágrafo único. O policial, ainda, será afastado do exercício de seu cargo,
nas seguintes situações:
I – preso preventivamente, pronunciado, denunciado por crime funcional,
ou condenado por crime inafiançável em processo no qual não haja pronún-
cia, até decisão transitada em julgado;
II – condenado por sentença definitiva à pena que não determine demis-
são, enquanto durar seu cumprimento.
Art. 24 – Revogado pelo artigo 5º, inciso LXI da C.F.
Parágrafo único. Revogado pelo artigo 5º, inciso LXI, da C.F.
Art. 25 – A aplicação das penas previstas nos incisos III, IV e V do art.
18, será sempre divulgada em Boletim de Serviço, de circulação restrita aos
órgãos da Secretaria de Estado da Polícia Civil.
Parágrafo único. Qualquer que seja o resultado do procedimento discipli-
nar instaurado, será obrigatoriamente comunicado à Corregedoria Geral de
Polícia e à Divisão de Pessoal para fins de registro e anotação na pasta de
assentamentos funcionais do servidor.
Art. 25 e parágrafo único com redação dada pelo Decreto n. 10.543,
de 29-10-87. O artigo 2º do mesmo Decreto determina que em todos
os dispositivos deste Regulamento as expressões “Secretário ou Se-
cretaria de Segurança Pública”, estejam substituídas por “Secretário
ou Secretaria de Estado da Polícia Civil.”
Art. 26 – A pena de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibili-
dade será aplicada nos casos previstos no Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis.

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Art. 27 – São competentes para aplicação das penas disciplinares previstas


neste Decreto:
I – O Governador do Estado, em qualquer caso e, privativamente, nos ca-
sos de demissão, cassação da aposentadoria ou disponibilidade;
II – O Secretário de Estado da Polícia Civil, nos casos dos incisos III a V
do artigo 18;
III – Os dirigentes de unidades administrativas diretamente subordinadas
ao Secretário, nos casos dos incisos I a III do artigo 18, aos policiais que lhes
forem subordinados e desde que a pena de suspensão não ultrapasse cin-
quenta dias.
IV – Os dirigentes de departamentos não subordinados diretamente ao
Secretário, diretores de divisão e titulares de delegacia policial, nos casos dos
incisos I a III do artigo 18, aos policiais que lhes forem subordinados desde
que a pena de suspensão não ultrapasse a vinte dias.
Parágrafo único. Quando, para qualquer transgressão, for prevista mais de
uma pena disciplinar, a autoridade competente, atenta às circunstâncias de
cada caso, decidirá qual a aplicável.
Art. 28 – Prescrevem:
I – Em dois anos as faltas sujeitas às penas de advertência, repreensão,
suspensão, afastamento do serviço, do cargo ou função e prisão disciplinar;
II – Em cinco anos, as faltas sujeitas às penas de demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade.
§ 1º - A falta prevista como crime na lei penal prescreverá juntamente
com este.
§ 2º - Prescrita a punição, se ainda houver prejuízo material decorrente
do ato punível, o infrator ficará sujeito a reparação do dano, na forma da le-
gislação civil vigente.
§ 3º - O curso da prescrição começa a fluir da data da prática do evento
punível disciplinarmente e interrompe-se pela abertura de sindicância, apura-
ção sumária ou inquérito administrativo.

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CAPÍTULO IV
DA APURAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINAR

Art. 29 – A aplicação das penas disciplinares de suspensão, afastamento


do serviço, do cargo ou função e prisão disciplinar será sempre antecedida
de sindicância ou apuração sumária da transgressão cometida pelo policial,
ressalvado o preceituado no artigo 32.
Art. 30 – A investigação a que se refere o artigo anterior será ultimada no
prazo de dez dias pelo chefe imediato do transgressor, que em seu relatório
fará consignar:
1 – data, modo e circunstâncias em que teve notícia ou ciência do fato;
2 – versão do fato na forma por que teve conhecimento:
3 – elemento de prova ou indício colhido ou constatado e informação das
testemunhas;
4 – defesa do acusado;
5 – conclusão;
6 – decisão, quando for o caso;
Parágrafo único. Ocorrerá o arquivamento da investigação quando:
a) existir causa de justificação;
b) existir dúvida ou prova insuficiente sobre a autoria;
c) Ter fluído o prazo prescricional;
d) Não restar provada a existência do fato;
e) Não ter o sindicato concorrido para a irregularidade administrativa;
f) Não haver na forma típica adequação para a irregularidade.
Parágrafo acrescentado pelo Decreto no 13.573, de 22 de setembro de
1989.
Art. 31 – Na hipótese de o chefe imediato do transgressor ser incompe-
tente para aplicação da pena disciplinar cabível, os autos serão imediatamen-
te remetidos à autoridade superior, dentro de quarenta e oito horas, sob pena
de conivência.

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Art. 32 – Ocorrendo tratar-se de infração prevista neste Regulamento e


no Estatuto do Funcionamento Públicos Civis do Poder Executivo do Estado
do Rio de Janeiro, instituído pelo Decreto-Lei n. 220, de 18 de julho de 1975,
a que seja cominada pena disciplinar superior a cinquenta dias de suspensão
ou demissão, ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, os autos da
sindicância serão conclusos ao Secretário de Estado da Polícia Civil com pro-
posição de instauração de inquérito administrativo a ser distribuído a uma das
comissões permanentes de inquérito administrativo, da Secretaria Estadual
de Administração.
Art. 33 – Para as recompensas e punições, o policial terá o seu compor-
tamento classificados em:
I – excepcional;
II – ótimo;
III – bom;
IV – regular;
V – mau.
Art. 34 – O policial terá conceito bom ao ingressar no serviço público;
§ 1º - Os policiais que tiverem anotação de suspensão superior a dez dias,
no período de um ano, anterior ao calendário das promoções, serão classifica-
dos no conceito “mau”; e no conceito “regular”, se tais faltas se registrarem
no período de dois anos.
§ 2º - O policial somente será classificado nos conceitos “excepcional” e
“ótimo”, se não tiver sofrido pena disciplinar de qualquer espécie, nos perío-
dos, respectivamente, de dez a cinco anos que antecedam o calendário das
promoções.
Art. 35 – Decorrido o prazo de dez anos sem anotação de penas discipli-
nares, o policial poderá requerer o cancelamento das anotações anteriores,
que será concedido a critério do Secretário de Estado de Polícia Civil.

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TÍTULO IV
DOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 36 – São direitos pessoais decorrentes do exercício da função policial;


I – Garantia de uso do título em toda a sua plenitude, com as vantagens
prerrogativas a ele inerentes;
II – Estabilidade, nos termos da legislação em vigor;
III – Uso das designações hierárquicas;
IV – Desempenho dos cargos e funções correspondentes à condição hie-
rárquica;
V – Percepção de vencimento correspondente ao padrão fixado em lei e
das vantagens pecuniárias;
VI – Percepção de salário-família, diárias e ajuda de custo, na forma da
legislação em vigor;
VII – Carteira funcional e insígnia na forma estabelecida em legislação
própria;
VIII – Promoções regulares e por bravura, inclusive post mortem, ascen-
sões regulares, inclusive post mortem.
IX – Medalhas “Mérito Policial” e “Mérito Especial” e outras condecorações, na
forma prevista em lei, com anotações na folha de assentamentos funcionais;
X  – Assistência médico-hospitalar, social e judiciária, quando ferido ou
acidentado em serviço ou em razão da função, submetido a processo em de-
corrência do estrito cumprimento do dever legal;
XI – Aposentadoria nos termos da lei, com proventos integrais, indepen-
dentemente de tempo de serviço, quando for reconhecida a invalidez perma-
nente, por motivo de acidente em serviço, ou em razão da função, ou ainda,
em caso de moléstia grave adquirida em serviço ou em consequência dele;

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XII – Trânsito: o período correspondente a cinco dias de afastamento total

do serviço, concedido ao policial civil, quando desligado de uma sede para

assumir exercício em outra situada em município diferente e se destina a pre-

parativos e à realização de viagem;

XIII – Concessão de auxílio-funeral;

XIV – Prisão domiciliar cumprida na residência do infrator;

XV – Prisão domiciliar cumprida na residência do infrator;

XVI – Férias e licenças previstas em lei;

XVII – Gratificação adicional por tempo de serviço, na forma prevista no

art. 90 e seus parágrafos;


XVIII – Ascensão e transferência, na forma da legislação;
XIX – Garantias devidas ao resguardo da integridade física do policial em
caso de cumprimento de pena em estabelecimento penal; conquanto sujeito
ao sistema disciplinar penitenciário;
XX – Portar arma, com discrição, mesmo quando aposentado.
Parágrafo único. O policial, vinte e quatro horas após o último dia do pe-
ríodo de trânsito, deverá apresentar-se à unidade policial para a qual foi de-
signado.
Art. 37 – Aos beneficiários do policial falecido, em consequência da agres-
são sofrida no desempenho de suas atribuições, em serviço ou fora dele, em
razão de acidente nele ocorrido ou ainda, de moléstia nele adquirida, será
concedida pensão equivalente ao vencimento, acrescida de todas as vanta-
gens percebidas por ocasião do óbito.
§ 1º - A prova das circunstâncias do falecimento será feita de acordo com
a legislação em vigor.
§ 2º - O valor da pensão será sempre revisto, nas mesmas bases em que
se modificarem os valores dos vencimentos dos policiais em atividade.

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CAPÍTULO II
DOS DIREITOS

Seção I
Das Férias

Art. 38  – O policial gozará, obrigatoriamente, trinta dias de férias por


ano, concedida de acordo com escala organizada pelo dirigente da unidade
administrativa a que estiver subordinada e comunicada ao órgão central de
pessoal da Secretaria de Estado da Polícia Civil, para fins de publicação e
controle.
Art. 39 – é proibido a acumulação de férias, salvo por imperiosa necessi-
dade de serviço e pelo máximo de dois períodos.
Art. 40 – O policial, ao entrar em férias, participará ao chefe imediato seu
endereço eventual.
Art. 41 – Mediante convocação do Secretário de Estado da Polícia Civil, o
policial será obrigado a interromper suas férias, em situação de emergente
necessidade de segurança nacional ou para manutenção de ordem pública.
Parágrafo único. O policial terá direito a retornar às férias interrompidas,
em época oportuna, sempre a critério da administração.
Art. 42 – A escala de férias poderá ser alterada, de acordo com as neces-
sidades do serviço, por iniciativa do superior ao qual estiver imediatamente
subordinado, comunicada a alteração ao órgão competente, inclusive para
efeito de acumulação de períodos.
Art. 43 – Somente depois do primeiro ano de efetivo exercício, adquirirá o
policial direito a férias, as quais corresponderão ao ano em que se completar
esse período.
Art. 44 – é vedado levar à conta de férias qualquer falta ao trabalho.
Art. 45 – Excepcionalmente, em razão da natureza do serviço, serão con-
cedidas férias, com início em um exercício e término no seguinte, bem como
parceladas em períodos de dez e quinze dias.

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Art. 46 – Obrigatoriamente, quando ocorrer movimentação do servidor,


deverá ser comunicada a seu novo chefe a sua situação sobre o período de
férias.
Seção II
Das Licenças

Subseção I
Das Disposições em Gerais

Art. 47 – Conceder-se-á licença:


I – Para tratamento de saúde;
II – Por motivo de doença em pessoa da família;
III – Para repouso à gestante;
IV – Para serviço militar;
V – Para acompanhar o cônjuge;
VI – A título de prêmio;
VII – Para desempenho de mandato legislativo ou executivo.
Art. 48 – Salvo os casos previstos nos incisos IV, V e VII do artigo ante-
rior, o policial não poderá permanecer em licença por prazo superior a vinte
quatro meses;
§ 1º - Excetua-se do prazo estabelecido neste artigo, a licença para tra-
tamento de saúde, quando o policial for considerado recuperável a juízo da
junta médica.
§ 2º  - Nas licenças dependentes de inspeção médica, expirado o prazo
deste artigo e ressalvada a hipótese referida no parágrafo anterior, o policial
será submetido a nova inspeção, que concluirá pela sua volta ao serviço, pela
sua readaptação, ou pela aposentadoria, se for julgado definitivamente invá-
lido para o serviço público policial.
Art. 49 – As licenças previstas nos incisos I, II e III do artigo 47 serão
concedidas pelo órgão médico oficial ou por outros, aos quais aquele transfe-
rir ou delegar atribuições, e pelo prazo indicado nos repetidos laudos.

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§ 1º - estando o policial ou pessoa de sua família absolutamente impos-


sibilitado de locomover-se e não havendo na localidade qualquer dos órgãos
referidos neste artigo, poderá ser admitido laudo expedido por órgão médico
de outra entidade pública e, na falta, atestado passado por médico particular
com firma reconhecida.
§ 2º - Nas hipóteses referidas no parágrafo anterior, o laudo ou atestado
deverá ser encaminhado ao órgão médico competente, no prazo máximo de
três dias contados da primeira falta ao serviço médico; a licença respectiva
somente será considerada concedida com a homologação do laudo ou atesta-
do, a qual será sempre publicada.
§ 3º - Será facultado ao órgão competente, em caso de dúvida razoável,
exigir nova inspeção por outro médico ou junta oficial.
§ 4º - No caso de o laudo ou atestado não ser homologado, o policial será
obrigado a reassumir o exercício do cargo, dentro de três dias contados de
publicação do despacho ou ciência nos autos, sendo considerados como de
efetivo exercício os dias em que deixou de comparecer ao serviço por esse
motivo.
§ 5º - Se, na hipótese do parágrafo anterior, a não homologação decor-
rer de falsa afirmativa por parte do médico atestante, os dias de ausência do
funcionário serão tidos como falta ao serviço, sujeitos, um e outro, a proces-
so administrativo disciplinar, que apurará e definirá responsabilidade; caso o
médico atestante não esteja vinculado ao Estado, para fins disciplinares este
comunicará o fato ao Ministério Público ou a Conselho Regional de Medicina
em que seja inscrito.
Art. 50 – A licença poderá ser prorrogada “ex-ofício” ou a pedido.
§ 1º - O pedido de prorrogação deverá ser apresentado antes de findo o
prazo de licença; se indeferido, contar-se-á como de licença o período com-
preendido entre a data do término e a da publicação do despacho.
§ 2º - A licença concedida dentro de sessenta dias, contados do término
da anterior, será, a critério médico, considerada como sua prorrogação.

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Art. 51 – Ressalvada a hipótese de faltas por motivo de doença compro-


vada, inclusive em pessoa da família, até o máximo de três, durante o mês, o
tempo necessário à inspeção médica será considerado como de licença.
§ 1º - Considerando apto o policial ou pessoas de sua família, reassumirá
ele o exercício, sob pena de serem computados como faltas os dias de ausên-
cia ao serviço.
§ 2º - Se da inspeção ficar constatada simulação do policial, as ausências
serão havidas como faltas ao serviço e o fato será comunicado ao órgão de
pessoal, para as providências disciplinares cabíveis.
Art. 52 – Ao policial provido em comissão, ou designado para função gra-
tificada, não concederão, nesta qualidade, as licenças referidas nos incisos IV,
V, VI e VII do artigo 47.
Art. 53 – No processamento das licenças dependentes de inspeção mé-
dica, será observado o devido sigilo sobre os respectivos laudos e atestados.
Art. 54 – A licença superior a noventa dias, para tratamento de saúde e por
motivo de doença em pessoa da família, dependerá a inspeção por junta médica.
§ 1º - No curso das licenças a que se refere este artigo o policial abs-
ter-se-á de qualquer atividade remunerada, sob pena de interrupção de
licença, com perda total do vencimento e demais vantagens, até que reas-
suma o exercício do cargo.
§ 2º - Os dias correspondentes à perda de vencimento, de que trata o
parágrafo anterior, serão considerados como faltas ao serviço.
Art. 55 – O policial licenciado comunicará ao chefe imediato o local onde
pode ser encontrado.

Subseção II
Licença para Tratamento de Saúde

Art. 56 – A licença para tratamento de saúde será concedida, ou prorro-


gada, “ex-ofício” ou a pedido do policial ou de seu representante, quando não
possa ele fazê-lo.

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§ 1º - Em qualquer dos casos é indispensável a inspeção médica que será


realizada, sempre que necessária, no local onde se encontrar o policial.
§ 2º - Incumbe à chefia imediata promover a apresentação do policial à
inspeção médica, sempre que este a solicitar.
Art. 57 – O policial não reassumirá o exercício do cargo, sem nova inspe-
ção médica, quando a licença concedida assim o tiver exigido; realizada esta
nova inspeção, o respectivo atestado ou laudo médico concluirá pela volta ao
serviço, pela prorrogação da licença, pela readaptação do policial ou pela sua
aposentadoria.
Art. 58 – Em caso de doença grave, contagiosa ou não, que imponha cui-
dados permanentes, poderá a junta médica, se considerar o doente irrecupe-
rável, determinar, como resultado da inspeção, sua imediata aposentadoria.
Parágrafo único. A inspeção, para os efeitos deste artigo, será realizado
obrigatoriamente por um junta composta de pelo menos três médicos.
Art. 59 – O policial que se recusar à inspeção médica ficará impedido do
exercício de seu cargo, até que se verifique a inspeção.
Parágrafo único. Os dias em que o policial, por força do disposto neste ar-
tigo, ficar impedido do exercício do cargo, serão tidos como faltas ao serviço.
Art. 60 – No curso da licença, poderá o policial requerer inspeção médica,
caso se julgue em condições de reassumir o exercício ou de ser aposentado.
Art. 61 – Quando a licença para tratamento de saúde for concedida em
decorrência de acidente em serviço ou de doença profissional, esta circuns-
tância se fará expressamente consignada.
Art. 62 – Considera-se acidente em serviço, para os efeitos deste Regula-
mento, aquele que ocorra com policial civil da ativa, quando:
I – No exercício de suas atribuições policiais, durante o expediente nor-
mal, ou quando determinado por autoridade competente, em sua prorroga-
ção ou antecipação;
II – No decurso de viagens em objetivo de serviço, previsto em regula-
mentos, programas de cursos ou autorizadas por autoridade competente;.

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III – No cumprimento de ordem emanada de autoridade competente;


IV – No decurso de viagens impostas por remoções;
V – No deslocamento entre a sua residência e o órgão em que estiver lo-
tado ou local de trabalho, ou naquele em que sua missão deva ter início ou
prosseguimento e vice-versa; bem como o dano resultante da agressão não
provocada, sofrida pelo policial no desempenho do cargo ou em razão dele;
VI  – Em ocorrência policial, na defesa e manutenção da ordem pública
mesmo sem determinação explícita;
VII – No exercício dos deveres previstos em leis, regulamentos ou instru-
ções baixadas por autoridade competente.
§ 1º - Aplica-se o disposto neste artigo ao policial que, embora aguardan-
do a aposentadoria, esteja, comprovadamente, transmitindo o exercício de
suas funções ao seu substituto, bem como ao policial inativo, quando retorne
à atividade.
§ 2º - Considera-se também acidente em serviço, para os fins estabeleci-
dos na legislação vigente, os ocorridos nas situações do § 1º, ainda quando
não sejam eles a causa única e exclusiva da morte ou da perda ou redução da
capacidade do policial, desde que, entre o acidente e a morte ou incapacidade
para o serviço policial, haja relação de causa e efeito.
§ 3º - Considera-se acidente em serviço todo aquele que se verifique pelo
exercício das atribuições do cargo, provocando, direta ou indiretamente lesão
corporal, perturbações funcional ou doença que determine a morte; a perda
total ou parcial permanente ou temporária, da capacidade física ou mental
para o trabalho.
§ 4º - Não se aplica o disposto no presente Regulamento quando o aci-
dente for resultado de transgressão disciplinar, imprudência ou desídia do
policial acidentado ou de subordinado seu, com sua aquiescência.
§ 5º - A autoridade policial competente, nos casos previstos neste artigo,
fará registro minucioso do fato, no qual deverá consignar todas as provas
colhidas, encaminhando expediente relativo ao apurado do órgão de pesso-

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Inspetor de Polícia

al da Secretaria, para fim de instauração de sindicância, a ser concluída no


prazo de oito dias, prorrogável por igual período, quando as circunstâncias o
exigirem.
§ 6º - Ao policial ocupante de cargo em comissão ou função gratificada
aplicar-se-á o disposto neste artigo.
Art. 63 – A licença para tratamento de saúde será concedida sempre com
vencimentos e vantagens integrais.

Subseção III
Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 64 – O policial poderá requerer licença por motivo de doença na pes-


soa de ascendente, descendente, colateral, consanguíneo ou afins, até o 2º
grau civil, cônjuge do qual não esteja legalmente separado, ou pessoa que
viva às suas expensas e conste do respectivo assentamento individual, des-
de que prove ser indispensável sua assistência pessoal e esta não possa ser
prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
Art. 65 – A licença referida no artigo anterior poderá ser prorrogada, a
pedido do policial.
Art. 66 – A licença de que trata esta subseção não poderá exceder de vin-
te e quatro meses e será concedida com vencimentos e vantagens integrais
nos primeiros doze meses e com dois terços nos outros doze meses subse-
quentes.
Subseção IV
Licença para Repouso Gestante

Art. 67 – À policial gestante será concedida licença pelo prazo de quatro


meses.
Parágrafo único. Salvo prescrição médica em contrário, a licença será con-
cedida a partir do oitavo mês de gestação.

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Inspetor de Polícia

Art. 68 – À policial gestante, quando em serviço incompatível com seu


estado, serão cometidos encargos diversos daqueles que estiver exercendo,
respeitadas as atribuições da série de classes e que pertencer.
Art. 69 – A licença de que trata esta subseção será concedida com venci-
mentos e vantagens integrais.

Subseção V
Licença para Serviço Militar

Art. 70 – Ao policial que for convocado para serviço militar ou outro en-
cargo de segurança nacional, será concedida licença pelo prazo que durar a
sua incorporação ou convocação.
§ 1º - A licença será concedida à vista de documento oficial que comprove
a incorporação ou convocação.
§ 2º - Do vencimento descontar-se-á a importância que o policial percebe
na qualidade de incorporado, salvo se optar pelas vantagens do serviço militar.
§ 3º - Ao policial desincorporado ou desconvocado conceder-se-á prazo, não
excedente de trinta dias para que reassuma o exercício, sem perda de vencimento.
Art. 71 – Ao policial oficial da reserva das Forças Armadas será também
concedida a licença referida no artigo anterior durante os estágios previstos
pelos regulamentos militares.
Parágrafo único. Quando o estágio for remunerado, assegurar-se-lhe-á o
direito de opção.

Subseção VI
Licença para Acompanhar o Cônjuge

Art. 72 – O policial casado terá direito à licença sem vencimento, quan-


do seu cônjuge for exercer mandato eletivo ou, sendo militar ou servidor da
administração direta, de autarquia, de empresa pública, de sociedade de eco-
nomia mista ou de fundação instituída pelo Poder Público, for mandado servir,
“ex-ofício”, em outro ponto do território estadual, nacional ou no exterior.

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Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Existindo no novo local de residência órgão estadual, o


policial nele será lotado, havendo claro, ou não havendo poderá ser-lhe con-
cedida, em caso de interesse de administração, permissão de exercício, en-
quanto ali durar sua permanência.
Art. 73 – A licença dependerá de pedido devidamente instruído, que de-
verá ser renovada de dois em dois anos; finda a sua causa, o policial deverá
reassumir o exercício, dentro de trinta dias, a partir dos quais a sua ausência
será computada como falta ao trabalho.
Art. 74 – Independentemente do regresso do cônjuge, o policial poderá
reassumir o exercício a qualquer tempo, não podendo, neste caso, renovar o
pedido de licença senão depois de dois anos da data da reassunção, salvo se
o cônjuge for transferido novamente.
Art. 75 – As normas desta subseção aplicam-se aos policiais que vivam
maritalmente, desde que haja impedimento legal ao casamento e convivência
por mais de cinco anos.

Subseção VII
Licença a Título de Prêmio

Art. 76 – Após cada quinquênio de efetivo exercício prestado ao Estado,


ao policial que a requerer, conceder-se-á licença-prêmio de três meses com
todos os direitos e vantagens de seu cargo efetivo.
§ 1º - Não será concedida licença-prêmio se houver policial, no quinquê-
nio correspondente:
1 – sofrido pena de suspensão ou de multa;
2 – faltado ao serviço, salvo se abonada a falta;
3 – gozado as licenças para tratamento de saúde, por motivo de doença
em pessoa da família e por motivo de afastamento do cônjuge, por prazo su-
perior a noventa dias, em cada caso.

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Inspetor de Polícia

§ 2º - Suspender-se-á, até o limite de noventa dias, em cada uma das


licenças referidas no item 3 do parágrafo anterior, a contagem do tempo de
serviço para efeito de licença-prêmio.
§ 3º - O gozo da licença para repouso à gestante não prejudicará conta-
gem do tempo de serviço para efeito da licença-prêmio.
§ 4º - Para apuração do quinquênio, computar-se-á, também, o tempo de
serviço prestado anteriormente em outro cargo estadual, desde que entre um
e outro não haja interrupção do exercício.
Art. 77 – O direito à licença-prêmio não tem prazo para ser exercitado.
Art. 78 – A competência para a concessão de licença-prêmio é do Diretor
do Departamento de Administração da Secretaria de Estado da Polícia Civil.
Art. 79 – O policial investido em cargo de provimento em comissão ou
função gratificada será licenciado com o vencimento e vantagens do cargo de
que seja ocupante efetivo.
Art. 80 – Quando o policial ocupar em comissão ou função gratificada por
mais de cinco anos, apurados na forma do art. 76, assegurar-se-lhe-á, no
gozo da licença, importância igual à que venha percebendo pelo exercício no
cargo em comissão ou da função gratificada.
Parágrafo único. Adquirido o direito à licença-prêmio, de acordo com o
estabelecido neste artigo, a ulterior exoneração do cargo em comissão ou
dispensa da função gratificada, não prejudicará a forma de remuneração nele
adotada, quando do efetivo gozo da licença pelo policial.
Art. 81 – Em caso de acumulação de cargos, a licença-prêmio será conce-
dida em relação a cada um deles, simultânea ou separadamente.
Parágrafo único. Se independente o cômputo do quinquênio em relação a
cada um dos cargos acumulados.
Art. 82 – A licença-prêmio poderá ser gozada integralmente, ou em perí-
odos de um a dois meses.
Parágrafo único. Se a licença for gozada em períodos parcelados, deve ser
observado intervalo obrigatório de um ano entre o término de um período e
o início de outro.

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Inspetor de Polícia

Art. 83 - O policial poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do


seu cargo, condicionado o gozo dos dias restantes da licença à regra contida
no artigo anterior.
Parágrafo único. Se, na interrupção da licença, se verificar que o policial
gozou período não conforme o disposto no artigo 82, o prazo restante da
licença, referente ao mesmo quinquênio, qualquer que seja ele, ficará insus-
cetível de gozo, sendo computável em dobro apenas para efeito de aposen-
tadoria.
Art. 84 – é vedado descontar de licença-prêmio, faltas ao serviço ou qual-
quer licença concedida ao policial.

Subseção VIII
Licença para Desempenho de Mandato Legislativo ou Executivo

Art. 85 – O policial será licenciado sem vencimentos ou vantagens de seu


cargo efetivo, para desempenho de mandato eletivo, federal ou estadual.
Parágrafo único. A licença a que se refere este artigo será concedida a
partir da diplomação do eleito, pela Justiça Federal e perdurará pelo prazo do
mandato.
Art. 86 – O policial investido no mandato eletivo de prefeito ficará licen-
ciado desde a diplomação pela Justiça Eleitoral até o término do mandato,
sendo-lhe facultado optar pela percepção do vencimento e vantagens de seu
cargo efetivo.
Art. 87 – Quando o policial for nomeado governador de território federal,
interventor ou prefeito de Capital ou Município de área de Segurança Nacional
ou estância hidromineral, ficará, desde a posse, licenciado sem vencimento e
vantagens do seu cargo efetivo, ressalvado, para âmbito Municipal, o direito
de opção pela remuneração do cargo efetivo.
Art. 88 – Investido o policial no mandato de vereador e havendo compati-
bilidade de horários, perceberá o vencimento e as vantagens de seu cargo, sem
prejuízo dos subsídios a que faz juz; inexistindo compatibilidade, ficará afasta-
do do exercício de seu cargo, sem percepção do vencimento e vantagens.

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Inspetor de Polícia

CAPÍTULO III
DAS VANTAGENS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 89  – Além do vencimento, poderá o policial perceber as seguintes


vantagens pecuniárias:
I – adicional por tempo de serviço;
II – gratificações;
III – ajuda de custo e transporte ao policial mandado servir em nova sede;
IV – diárias àquele que, em objeto de serviço, se deslocar eventualmente
da sede.

Seção II
Adicional por Tempo de Serviço

Art. 90 – O adicional por tempo de serviço é o percentual calculado sobre


o vencimento-base de cargo efetivo, a que faz jus o policial, por quinquênio
de efetivo exercício, decorrente de antiguidade no serviço público, apurado
na forma do título IX.
§ 1º - A cada quinquênio de efetivo exercício, corresponderá um grau de
progressão horizontal até o limite de sete graus.
§ 2º - O regime de quinquênio prevalecerá somente para o ingresso de
novos servidores na carreira policial.
§ 3º - Ficam assegurados os direitos adquiridos pelos policiais ao recebi-
mento de triênios ou de quinquênios, segundo o Estado de origem, quando
ainda percebidos na data da entrada em vigor do novo regime de adicional de
tempo de serviço.
§ 4º - A cada triênio de efetivo exercício corresponderá um grau de pro-
gressão horizontal até o limite de nove graus.

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Inspetor de Polícia

§ 5º - O percentual correspondente a cada quinquênio ou triênio será de


5% do vencimento-base do policial até o limite máximo de 35% ou 50%, res-
pectivamente, de conformidade com o § § 2º e 3º deste artigo.
§ 6º - A progressão horizontal é devida a partir do dia imediato àquele em
que o policial completar o triênio ou quinquênio e será concedido independen-
temente de requerimento do interessado.

 Obs.: O regime hoje em vigor é o de triênios para todo o funcionalismo e

a Lei n. 1600, de 15-01-90, estabeleceu o percentual de 60% como

limite.

Seção III
Gratificações

Art. 91 – Conceder-se-á gratificação:


I – de função;
II – pelo exercício de cargo em comissão;
III – de representação de Gabinete;
IV – pelo participação em órgão de deliberação coletiva;
a) encargo auxiliar ou membro de banca ou comissão examinadora de
concurso;
b) encargo de auxiliar ou professor em curso oficialmente instituído.

Subseção I
Gratificação de Função

Art. 92 – A gratificação de função de chefia, assistência intermediária e


secretariado é aquela definida no parágrafo único do artigo 9 (deste Regula-
mento e correspondente ao exercício de função gratificada, instituída e remu-
nerada na forma que se dispuser em lei.

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Inspetor de Polícia

Art. 93 – A gratificação será mantida nos casos de afastamentos previstos


nos incisos I, II, VII, VIII, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVII, exceto convocação
para o serviço militar, e XIX, todos do artigo 259.
Parágrafo único. Na hipótese do afastamento do inciso VI do artigo 259,
obedecer-se-á, quando for o caso, ao disposto no artigo 80.
Art. 94 – Além do exercício de função gratificada regularmente instituída,
poderá ser atribuída, na forma de regulamentação específica, gratificação de
função a funcionários que desempenhem atividades especiais ou excedentes
às atribuições do seu cargo, vedado o seu recebimento cumulativo com as
gratificações específicas das funções de confiança.

Subseção II
Da Gratificação pelo Exercício de Cargo em Comissão

Art. 95  – A gratificação pelo exercício de cargo em comissão é aquela


definida no art. 7º deste Regulamento e correspondente a 70% do valor fixa-
do para o cargo em comissão, que será paga juntamente com o vencimento
e vantagens do cargo efetivo, quando o policial não optar pelo vencimento
deste.
§ 1º - Quando a opção não recair sobre o vencimento do cargo efetivo,
perceberá o policial integralmente o valor correspondente ao símbolo do car-
go em comissão.
§ 2º - À gratificação de que trata este artigo, aplica-se o disposto no pa-
rágrafo único do artigo 122.

Subseção III
Da Gratificação de Representação de Gabinete

Art. 96  – A gratificação de representação de gabinete é a que tem por


fundamento a compensação de despesas de apresentação inerentes ao local
do exercício ou à remuneração de encargos especiais.

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Art. 97  – A gratificação será concedida aos policiais em exercícios no


gabinete do Secretário de Estado da Polícia Civil que, a critério deste, assim
devam ser remunerados.
§ 1º - O valor global da gratificação será aprovado pelo Governador, ou-
vida a Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral quanto aos aspectos
orçamentários e financeiros.
§ 2º - O valor individual da gratificação será fixado em tabela aprovada
pelo Secretário de Estado da Polícia Civil, não podendo exceder a 50% do
cargo efetivo do policial.
Art. 98 – A gratificação de representação de gabinete não será suspensa
nos afastamentos seguintes:
I – férias;
II – casamento;
III – luto;
IV – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
V – licença para tratamento de saúde e repouso à gestante;
VI – falta até o máximo de três dias durante o mês, por motivo de doença
comprovada, inclusive quando em pessoa da família.

Subseção IV
Gratificação de Participação em Órgão de Deliberação Coletiva

Art. 99 – A gratificação pela participação em órgão de deliberação coletiva


destina-se a remunerar a presença dos componentes dos órgãos colegiados
regularmente instituídos.
§ 1º - A gratificação de que trata este artigo será fixada por Resolução,
em base percentual, calculada sobre o valor do símbolo de cargo efetivo ou
em comissão ou função gratificada, e paga por dia de presença às sessões do
órgão colegiado.
§ 2º - Não serão remuneradas as sessões que excederem o número de
12 por mês.

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Art. 100 – é vedada a participação do policial em mais de um órgão de


deliberação coletiva, salvo quando na condição de membro nato.
Parágrafo único. Quando o policial for membro nato de mais de um órgão
de deliberação coletiva, poderá optar pela gratificação de valor mais elevado.
Art. 101 – A gratificação pela participação em órgão de deliberação cole-
tiva é acumulável com quaisquer outras vantagens pecuniárias atribuídas ao
policial.
Parágrafo único. Durante os afastamentos legais do titular, apenas o su-
plente perceberá a gratificação pela participação em órgão de deliberação
coletiva.
Subseção V
Gratificação de Participação em Banca Examinadora de Concurso ou
Professor em Curso Oficialmente Instituído

Art. 102 – Pelo exercício de encargo de auxiliar ou membro de banca ou


comissão examinadora de concurso ou de atividade temporária de auxiliar ou
professor de curso oficialmente instituído, ao policial será atribuída gratifica-
ção conforme o estabelecido nesta subseção.
Art. 103 – Entende-se como encargo de membro de banca ou comis-
são examinadora de concurso a tarefa desempenhada, por designação de
autoridade competente, no planejamento, organização e aplicação da pro-
vas, correção e apuração dos resultados, revisão e decisão dos recursos
interpostos, até a classificação definitiva, nos concursos, provas de seleção
ou de habilitação e ascensão pela Academia de Polícia, para provimento de
cargos, preenchimentos de empregos ou admissão a cursos oficialmente
instituídos.
Art. 104 – Professor de curso oficialmente instituído é o designado pela
autoridade competente, para exercer atividade temporária de magistério nas
áreas de treinamento e aperfeiçoamento de pessoa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 105 – Somente policiais civis (ativos e inativos) e, excepcionalmente,


os membros do Ministério Público, Magistratura e Técnicos, de reconhecido
saber, poderão ser designados para exercer atividades temporárias de auxi-
liar de ensino ou professor e membro de banca ou comissão examinadora de
concurso.
Art. 106 – A gratificação pelo exercício de atividade temporária de auxi-
liar ou professor de curso oficialmente instituído somente será atribuída ao
policial, se o trabalho for realizado além das horas de expediente a que está
sujeito.
Art. 107 – As gratificações de que trata esta subseção serão arbitradas,
em cada caso, pelo Governador, proposta pelo Secretário de Estado da Polícia
Civil.
Art. 108 – A concessão das gratificações de que trata esta subseção não
prejudicará a percepção cumulativa de outras vantagens pecuniárias atribuí-
das ao Policial.

Seção IV
Da Ajuda de Custo e Transporte

Art. 109 – Será concedida ajuda de custo, a título de compensação das


despesas de viagens, mudanças e instalação, ao policial que, em razão de
remoção, tenha que deslocar efetivamente sua residência.
Parágrafo único. Considerar-se-á necessária a transferência de residência
quando o policial for removido para unidade distante mais de 100KM de sua
atual residência.
Art. 110 – A ajuda de custo será arbitrada pelo Secretário de Estado da
Polícia Civil e nunca inferior a uma e nem superior a três vezes a importância
correspondente ao vencimento do policial, salvo quando se tratar de missão
exterior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º - No arbitramento da ajuda de custo serão levados em conta o ven-


cimento do cargo do policial designado para nova sede ou missão no exterior,
as despesas a serem por ele realizadas, bem como as condições de vida no
local do novo exercício ou no desempenho de missão.
§ 2º - Compete ao Governador arbitrar a ajuda de custo a ser paga ao
policial designado par missão no exterior.
Art. 111 – Sem prejuízo das diárias que lhe couberem o policial obrigado
a permanecer fora da sede de sua unidade administrativa, em objeto de ser-
viço, por mais de trinta dias, perceberá ajuda de custo correspondente a um
mês do vencimento do seu cargo.
Parágrafo único. A ajuda de custo será calculada sobre o valor atribuído
ao símbolo do cargo em comissão, quando o seu ocupante não for também
de cargo efetivo.
Art. 112 – Não se concederá ajuda de custo:
I – ao policial que, em virtude de mandato legislativo ou executivo, deixar
ou reassumir o exercício do cargo;
II – ao policial posto a serviço de qualquer outra entidade do direito
público;
III – quando a designação para a nova sede se der a pedido.
Art. 113 – O policial restituirá a ajuda de custo:
I – quando não se transportar para a nova sede ou local da missão, nos
prazos determinados;
III – quando antes de decorridos três meses do deslocamento ou do tér-
mino da incumbência, regressar, pedir exoneração ou abandonar o serviço;
§ 1º - A restituição é de exclusiva responsabilidade do policial e não po-
derá ser feita parceladamente.
§ 2º - O policial que houver percebido ajuda de custo não entrará em
gozo de licença-prêmio antes de decorridos noventa dias de exercício na nova
sede, ou e finda a missão.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 3º - Não haverá obrigação de restituir:


1 – quando o regresso do policial for determinado “ex-ofício” ou decorrer
de doença comprovada ou de motivo de força maior.
2 – quando o pedido de exoneração for apresentado após noventa dias de
exercício na nova sede ou local da missão.
Art. 114 – Independentemente da ajuda de custo, concedida ao policial,
a este será assegurado transporte para a nova sede, inclusive para seus de-
pendentes.
§ 1º - O policial que utilizar condução própria no deslocamento para a
nova sede fará jus, para indenização da despesa de transporte, à percep-
ção da importância integral correspondente ao valor da tarifa rodoviária no
mesmo percurso, acrescida de 50% do referido valor por dependente que o
acompanhe até o máximo de três.
§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, a administração fornecerá pas-
sagens para o transporte rodoviário dos dependentes que comprovadamente
não viajem em companhia do policial.
Art. 115 – Nos deslocamentos a que se refere o art. 109 serão assegura-
dos, ao policial removido para a nova sede, transporte do mobiliário e baga-
gens, inclusive de seus dependentes, assim considerados:
I – o cônjuge ou a companheira legalmente equiparada;
II  – o filho de qualquer condição ou enteado, bem assim o menor que,
mediante autorização judicial, viva sobre a guarda e o sustento do policial;
III – os pais, sem economia própria, que vivam às expensas do policial;
IV – em empregado, doméstico, desde que comprovada esta condição.
§ 1º - Atingida a maioridade, os referidos no inciso II deste artigo perdem
a condição de dependente, exceto a filha que se conservar solteira sem eco-
nomia própria, o filho inválido e, até completar vinte e quatro anos quem for
estudante, sem exercer qualquer atividade lucrativa.
§ 2º - Para efeito do disposto neste artigo, sem economia própria significa
não perceber rendimento em importância igual ou superior ao valor do salário
mínimo vigente na região em que resida.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 116 – Em face da peculiaridade do serviço, poderá ser concedido o


pagamento da indenização de despesa de transporte aos policiais que tenham
assegurado o direito ao uso individual de viaturas oficiais e que utilizarem
veículo próprio no desempenho de suas funções, conforme faixas de remune-
ração a serem definidas em Resolução do Secretário de Estado da Polícia Civil.
Art. 117 – A autorização para utilização de veículos de propriedade do
policial a serviço do Estado será de competência do Secretário de Estado da
Polícia Civil, por intermédio do Departamento de Administração.
Art. 118 – Concedida a autorização, o Estado não se responsabilizará por
danos causados a terceiros ou ao veículo ainda que a ocorrência se verifique
em serviço.
Art. 119  – Quando convier, o Estado cancelará, em qualquer época, a
retribuição da indenização de despesas de transporte, cuja concessão não
gerará qualquer direto à continuidade da respectiva percepção.
Art. 120 – É vedado o uso de viatura oficial por quem já seja portador de
autorização para utilização de veículo particular a serviço do Estado.
Parágrafo único. A infração do disposto neste artigo sujeita o policial às
penalidades cabíveis, cancelando-se, ainda, a autorização concedida em seu
favor.
Art. 121 – Ao receber a autorização para utilização de veículo próprio,
em serviço, o usuário assinará termo de compromisso no Departamento de
Administração da Secretaria de Estado da Polícia Civil submetendo-se aos
preceitos regulamentares da matéria.

Seção V
Das Diárias

Art. 122 – Ao policial que se deslocar, temporariamente, em objeto de


serviço, da localidade onde estiver sediada sua unidade administrativa, con-
ceder-se-á, além de transporte, diária a título de compensação das despesas
de alimentação e pousada, ou, somente, de alimentação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. A vantagem de que trata este artigo poderá também ser
concedida ao servidor contratado, no exercício de função gratificada, bem
como estagiário.
Art. 123 – Será concedida diária:
I – de alimentação e pousada, nos deslocamentos superiores a 100 km de
distância da sede, desde que o pernoite se realize por exigência do serviço:
II – de alimentação nos deslocamentos inferiores a 100 km e superiores a
50 km de distância da sede;
III – em qualquer outro caso:
a) de alimentação e pousada quando o afastamento da sede for inferior a
oito horas;
b) de alimentação, quando o afastamento da sede for inferior a 18 (dezoi-
to) e superior a 8 (oito) horas;
A alínea “C”, constante do texto original foi revogada pela Lei n. 330, de
30-06-80.
Art. 124 – O valor da diária resultará da incidência de percentual sobre o
valor básico da UFERJ, atendida a tabela que for expedida por ato do Gover-
nador, observados, em sua elaboração, a natureza, o local, as condições de
serviços e o vencimento do policial.
Art. 125 – Não se concederá diárias:
I – durante o período de trânsito;
II  – quando o deslocamento se constitui em exigência permanente do
exercício do cargo ou da função;
III – quando o município para o qual se deslocar o policial seja contíguo
ao da sua sede, constituindo-se, em relação a este, em unidade urbana e
apresentado facilidade de transporte, ressalvada a hipótese da alínea “c” do
inciso II do artigo 123.
Art. 126 – Ao regressar a sede, o policial restituirá, dentro do prazo de
quarenta e oito horas, as importâncias recebidas em excesso.

542
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste artigo ocasionará o


desconto em folha da importâncias recebidas em excesso pelo policial, sem
prejuízo das sanções disciplinares aplicáveis à espécie.
Art. 127 – A concessão indevida de diárias sujeitará a autoridade que as
conceder à reposição da importância correspondente, aplicando-se-lhe, e ao
policial que as receber, as cominações estatutárias pertinentes.

TÍTULO V
DAS CONCESSÕES

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 128 – Sem prejuízo do vencimento, direitos e vantagens, o policial


poderá faltar ao serviço até oito dias consecutivos, por motivo de:
I – casamento;
II – falecimento do cônjuge, pais, filhos ou irmãos;
Parágrafo único. Computar-se-á, para efeitos deste artigo, os sábados,
domingos e feriados compreendidos no período.
Art. 129 – Ao licenciado para tratamento de saúde em virtude de acidente
em serviço ou doença profissional, que deva ser deslocado de sua sede para
qualquer ponto do território nacional, por exigência do laudo médico, será
concedido transporte à conta dos cofres estaduais, inclusive para acompa-
nhante.
§ 1º - Será, ainda, concedido transporte à família do policial falecido no
desempenho do serviço, fora da sede de seus trabalhos, inclusive quando no
exterior.
§ 2º - Correrão, também, por conta do Estado, as despesas com a remoção
e com o sepultamento do policial falecido no desempenho do serviço.

543
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 130 – Ao policial estudante matriculado em estabelecimento de ensi-


no de qualquer grau, oficial ou reconhecido, será permitido faltar ao serviço,
sem prejuízo de seu vencimento ou de quaisquer direito e vantagens, nos
dias de provas ou de exames, mediante apresentação de atestado fornecido
pelo respectivo estabelecimento.
Art. 131 – Ao estudante que necessitar mudar de domicílio para passar a
exercer o cargo ou função pública, será assegurada transferência do estabe-
lecimento de ensino que estiver cursando, para outro de sua nova residência
onde será matriculado em qualquer época, independentemente de vaga, se
integrante do sistema estadual de ensino.
Art. 132 – Os atos que deslocarem “ex-ofício” os policiais estudantes de
uma para outras cidades ficarão suspensos se, na nova sede ou em localidade
próxima, não existir estabelecimento congênere, oficial, reconhecido ou equi-
parado àquele em que o interessado esteja matriculado.
§ 1º - Efetivar-se-á o deslocamento se o policial concluir o curso, for re-
provado, ou deixar de renovar sua matrícula.
§ 2º - Anualmente o interessado deverá fazer prova, perante o órgão se-
torial de pessoa a que esteja subordinado, de que está matriculado.
Art. 133 – O policial estudante matriculado em estabelecimento de ensino
que não possua curso noturno, poderá, sempre que possível, ser aproveitado
em serviços cujo horário não colida com o relativo ao período das aulas.
Parágrafo único. Sendo impossível o aproveitamento a que se refere o
presente artigo, poderá o estudante, com assentimento do respectivo chefe,
iniciar o serviço uma hora depois do expediente ou dele se retirar uma hora
antes do seu término, conforme o caso, desde que a compense, prorrogando
ou antecipando o expediente normal.
Art. 134 – O policial terá preferência, para sua moradia, na locação de
imóvel pertencente ao Estado.

544
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 135 – As concessões estabelecidas neste título aplicam-se:


I – aos servidores contratados no exercício de função gratificada, as cons-
tantes dos artigos 128, 129 e 130.
II – aos estagiários as dos artigos 128 e 129.

CAPÍTULO II
SALÁRIO-FAMÍLIA

Art. 136  – Salário-família é o auxílio pecuniário concedido pelo Estado


ao policial na ativa ou inativo, como contribuição ao custeio das despesas de
manutenção de sua família.
Parágrafo único. A cada dependente relacionado no artigo seguinte corres-
ponderá uma cota de salário-família.
Art. 137 – Conceder-se-á salário-família:
I – por filho menor de vinte e um anos, que não exerça atividade remu-
nerada;
II – por filho inválido;
III – por filha solteira sem economia própria;
IV – por filha estudante que frequente curso médio ou superior e que não
exerça atividade lucrativa, até a idade de 24 anos;
V – pelo ascendente, sem rendimento próprio, que viva às expensas do
policial;
VI – pela esposa que não exerça atividade remunerada;
VII – pelo esposo que não exerça atividade remunerada por motivo de
invalidez permanente;
VIII – pela companheira, mulher solteira, viúva, desquitada ou divorciada que
não exerça atividade remunerada, que com ele coabite há mais de cinco anos,
ou que com ele tenha filho que comprovadamente tenha direito a alimentação.
§ 1º - Compreende-se neste artigo o filho de qualquer condição, enteado,
o adotivo e o menor que comprovadamente viva sob a guarda e o sustento
do policial.

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§ 2º - O disposto no inciso VIII deste artigo somente se aplica ao policial


desquitado ou divorciado quando este não tenha o encargo de alimentar a
ex-esposa.
§ 3º - A cada dependente relacionado neste artigo corresponderá a cota
de salário-família.
Art. 138 – Quando o pai e mãe forem policiais na ativa ou inativos, ou um
for policial e outro funcionário estadual e viverem em comum, o salário-famí-
lia será concedido exclusivamente ao pai.
§ 1º - Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver os depen-
dentes sob sua guarda; se ambos os tiverem, de acordo com a distribuição
dos dependentes.
§ 2º - Quando pai e mãe forem ambos funcionários ou servidores, um
do Estado do Rio de Janeiro e outro de entidade diversa, o Estado pagará o
salário-família ao seu funcionário ainda que o outro o perceba da entidade a
que estiver vinculado.
Art. 139 – Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto e a madrasta e, na
falta destes, os representantes legais dos incapazes ou os que, mediante au-
torização judicial, tenham sob sua guarda os dependentes a que se refere o
artigo 137.
Art. 140  – A cota de salário-família por filho inválido corresponderá ao
triplo da cota normalmente paga aos demais dependentes.
Art. 141 – O salário-família será pago independentemente da frequência
do policial e não poderá sofrer qualquer desconto, nem ser objeto de transa-
ção ou consignação em folha de pagamento.
Parágrafo único. O salário-família não está, também, sujeito a qualquer
imposto ou taxa, nem servirá de base para qualquer contribuição, ainda que
de finalidade previdenciária e assistencial.
Art. 142 – O salário-família será pago mesmo nos casos em que o policial
na ativa ou inativo deixar de receber o respectivo vencimento ou provento.

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Art. 143 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o salário-família


será pago somente em relação a um deles.
Parágrafo único. No caso de acumulação de cargo público, emprego ou
provento de servidor da Administração centralizada ou descentralizada es-
tadual, exceto fundações, com idênticas situações de natureza federal, de
outros Estados, ou municipal, o salário-família não deixará de ser pago pelo
Estado do Rio de Janeiro ainda que a outra entidade a que se vincule o servi-
dor também o pague.
Art. 144 – Em caso de falecimento do policial, na ativa ou inativo, o salá-
rio-família continuará a ser pago aos seus beneficiários.
Parágrafo único. Se o policial, na ativa ou inativo, falecido, não se hou-
ver habilitado ao salário-família, a Administração, mediante requerimento de
seus beneficiários, providenciará o seu pagamento, desde que atendidos os
requisitos necessários à concessão desse benefício.
Art. 145 – O cancelamento do salário-família, será feito de ofício nos
casos de implemento de idade pelo dependente, salvo se o policial, na ativa
ou inativo, no caso de filho estudante que não exerça atividade remunerada
apresentar comprovação de frequência em curso secundário ou superior, até
trinta dias antes de completar vinte e um anos, anualmente, por ocasião da
matrícula escolar, até que atinja vinte e quatro anos.
Parágrafo único. O cancelamento será feito, a requerimento do interessa-
do, nos casos de exercício de atividade remunerada, falecimento, abandono
de lar, casamento, separação judicial ou divórcio do dependente, responden-
do o policial na ativa ou inativo, civil, penal e administrativamente pela omis-
são ou inexatidão de suas declarações.
Art. 146 – O salário-família, relativo a cada dependente, será devido a
partir do mês em que tiver ocorrido o fato que lhe deu origem, embora veri-
ficado no último dia do mês.
Parágrafo único. Deixará de ser devido o salário-família, relativo cada de-
pendente, no mês seguinte em que se retificou o ato ou fato que haja deter-
minado a sua supressão, embora ocorrido no primeiro dia do mês.

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Art. 147 – Não será concedido salário-família por esposa desquitada ou


divorciada, sem percepção de alimentos, nem quando o valor do benefício
não estiver incluído na sentença judicial que condenou o policial à pensão
alimentícia, transitada em julgado.
§ 1º - Na hipótese de a pessoa desquitada ou divorciada vir, qualquer
tempo, a obter judicialmente, a percepção de salário-família, deixará ele de
ser pago pela nova esposa ou companheira.
§ 2º - No caso de cancelamento na forma deste artigo e parágrafo ante-
rior, se ocorrer o falecimento da esposa desquitada ou divorciada em o reque-
rendo a parte interessada e desde que persistam os motivos de sua primeira
concessão, será o benefício restabelecido.

CAPÍTULO III
DO AUXÍLIO-DOENÇA

Art. 148 – Após cada período de doze meses consecutivos de licença para


tratamento de saúde, o policial terá direito a um mês de vencimento, a título
de auxílio-doença.
§ 1º - Quando ocorrer o falecimento do policial, o auxílio-doença a que
tiver feito jus será pago de acordo com as normas que regulam o pagamento
de vencimento não recebido.
§ 2º - O auxílio-doença não sofrerá descontos de qualquer espécie, ainda
que para fins de assistência e previdência.
Art. 149 – O tratamento do policial acidentado em serviço, acometido de
doença profissional ou internado compulsoriamente para tratamento psiquiá-
trico, correrá integralmente por conta dos cofres do Estado, e será realizado,
sempre que possível, em estabelecimento estadual de assistência médica.
§ 1º  - Ainda que o policial venha a ser aposentado em decorrência de
acidente em serviço, de doença profissional ou de internação compulsória
para tratamento psiquiátrico, as despesas previstas neste artigo continuarão
a correr pelos cofres do Estado.

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§ 2º - Nas hipóteses deste artigo não será devido ao policial o pagamento
do auxílio-doença.
Art. 150 – O Titular do órgão competente para concessão de licença
médica ao policial do Estado decidirá sobre os pedidos de pagamento do
auxílio-doença e do tratamento a que se refere o artigo anterior.
Art. 151 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o auxílio-doença de-
vido será pago somente em relação a um deles, e calculado sobre o de maior
vencimento, se ambos forem estaduais.

CAPÍTULO IV
DO AUXÍLIO-FUNERAL

Art. 152 – À família do policial ativo ou inativo falecido será concedido


auxílio-funeral.
§ 1º - O auxílio será pago:
1 – no valor correspondente a dez UFERJ, quando o do vencimento e van-
tagens ou proventos do falecido for igual ou inferior a esse quantitativo;
2 – O valor correspondente a vinte UFERJ, nos demais casos.
§ 2º - A despesa com auxílio-funeral correrá à conta de dotação orçamen-
tária própria.
Art. 153 – Aplica-se ao auxílio-funeral a norma estabelecida no art. 151.
§ 1º - Se as despesas do funeral não ocorreram às expensas da família do
policial ativo ou inativo, o respectivo auxílio será pago a quem se tiver com-
provadamente realizado.
§ 2º - O pagamento do auxílio-funeral obedecerá a processo sumaríssimo,
concluído no prazo de quarenta e oito horas da apresentação da certidão de
óbito e documentos que comprovem a satisfação da despesa pelo requerente
incorrendo em pena de suspensão o responsável pelo retardamento.

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CAPÍTULO V
DO AUXÍLIO-MORADIA

Art. 154 – Será concedido auxílio-moradia ao policial que for designado


“ex-ofício” para ter exercício definitivo em nova sede e nesta não vier a residir
em imóvel pertencente ao Poder Público.
Parágrafo único. Ao auxílio previsto neste artigo aplica-se o disposto no
parágrafo único do art. 109.
Art. 155 – O auxílio-moradia corresponderá a 20% do vencimento base
do policial.
Art. 156 – O pagamento do auxílio-moradia é devido a partir da data em
que o policial passar a ter exercício na nova sede e cessará:
I – quando completar um ano na nova sede;
II – quando passar a residir em imóvel pertencente ao Poder Público.
Art. 157 – O auxílio-moradia, pago mensalmente, junto com o vencimen-
to do policial, será suspenso nas hipóteses previstas nos incisos III, IV e XX
do artigo 259.
1 – exercer mandato legislativo ou executivo, federal ou estadual;
2 – exercer mandato municipal e neste importar no afastamento do poli-
cial do exercício de seu cargo;
3 – for convocado para prestação de serviço militar.
Art. 158 – O período de um ano e que se refere o inciso I do artigo 156
começa a ser contado a partir da data em que o policial iniciar o exercício em
nova sede, recomeçando a contagem do prazo a cada nova designação.

CAPÍTULO VI
DA PENSÃO ESPECIAL

Art. 159 – Aos beneficiários do policial falecido em consequência de aci-


dente ocorrido em serviço ou doença nele adquirida, é assegurada uma pen-
são mensal equivalente ao vencimento mais as vantagens percebidas em
caráter permanente, por ocasião do óbito.

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Art. 160 – A prova das circunstâncias do falecimento será feita por junta


médica oficial, que se valerá, se necessário, de laudo médico-legal, além da
comprovação a que se refere o (5º do art. 62, quando for o caso).
Art. 161 – Revogado pela Lei n. 330, de 30-06-80.
Parágrafo único. Revogado pela Lei n. 330, de 30-06-80.
Art. 162 – O disposto neste capítulo aplica-se, também, aos beneficiários
do inativo, quando o evento morte for consequência direta de acidente em
serviço ou doença profissional.

CAPÍTULO VII
DO PRÊMIO POR SUGESTÕES DE INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO

Art. 163 – A administração estimulará a apresentação, por parte de po-


liciais, de sugestões e trabalhos que visem ao aumento da produtividade e à
redução de custos operacionais do serviço público, de trabalhos técnico-cien-
tíficos de natureza policial ou jurídico-penais, julgados do interesse da Secre-
taria de Estado da Polícia Civil.
Art. 164  – Serão estabelecidos três prêmios anuais, em importância a
ser fixada pelo Governador, destinados ao trabalho que melhor se ajustarem
às finalidades de sua instituição nos termos de regulamentação própria a ser
baixada pelo Secretário de Estado da Polícia Civil.
Art. 165 – Caberá a uma comissão, composta de cinco membros, de re-
conhecida competência em técnica de administração policial, avaliar e julgar
os trabalhos recebidos.
§ 1º - Anualmente será designada a comissão por ato do Secretário de
Estado da Polícia civil, que indicará seu presidente.
§ 2º - O julgamento da comissão será irrecorrível.
Art. 166 – Aos autores dos trabalhos premiados se reconhecerá a rele-
vância do serviço e os respectivos prêmios serão entregues em ato solene no
dia 29 de setembro.
Art. 167 – Não serão distribuídos os prêmios no ano em que os trabalhos
apresentados forem julgados insatisfatórios pela comissão.

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TÍTULO VI
DA PROMOÇÃO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 168 – A promoção é a passagem de uma classe para classe imediata-


mente superior, da mesma categoria funcional no serviço policial civil, e será
efetuada pelos critérios de antiguidade e merecimento e, ainda, por bravura
e “post mortem”.
Art. 169 – As séries de classes de detetive e detetive-inspetor, passam a
ser consideradas uma série de classes, a fim de que, na promoção por bra-
vura, de detetive de 1ª classe para detetive-inspetor de 3ª classe, não sejam
exigidos, excepcionalmente, os requisitos de:
I – certificado de 2º grau escolar ou equivalente;
II – interstício de setecentos e trinta dias, na 1ª classe;
III – habilitação em curso específico, ministrado pela Academia de Polícia,
sempre procedido de prova de seleção.
§ 1º - O promovido, a que se refere este artigo, somente poderá benefi-
ciar-se de outra promoção regular se preencher os requisitos da lei.
§ 2º - Quando for o caso, o promovido por bravura, ou por outra via le-
gal, inclusive por força de decisão judicial, o nomeado, o transposto, o re-
classificado, o transformado e o aproveitado deverão requerer ao Diretor da
Academia de Polícia, independentemente de quaisquer exigências, matrícula
no primeiro curso específico pertinente, que deverá ser realizado dentro do
período de 02 (dois) anos.
Art. 170 – As promoções por antiguidade e por merecimento obedece-
rão obrigatória e alternativamente à proporção de uma vaga de antiguidade
para uma vaga de merecimento e ao interstício; mínimo de setecentos e
trinta dias.

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Parágrafo único. A promoção para a última classe de cada categoria fun-


cional será feita à razão de uma vaga por antiguidade e duas vagas por me-
recimento.
Art. 171 – Qualquer outra forma de provimento de vaga, mesmo aquela
por via judicial, não interromperá a sequência dos critérios de que trata o
artigo anterior.
Parágrafo único. Para cumprimento de decisão judicial o Poder Executivo
criará, em quadro suplementar, cargo que se extinguirá com a sua vacância,
ressalvada reintegração.
Art. 172 – As promoções serão realizadas obrigatoriamente, no dia 29 de
setembro de cada ano, desde que verificada a existência de vagas e na forma
das linhas de progressão estabelecidas na legislação vigente.
Art. 173 – Não poderá haver promoção para a classe em que existir cargo ex-
cedente, ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 171 e no artigo 220.
Art. 174 – Para efeito de promoção, o tempo de serviço será contado em
anos, meses e dias.
Art. 175 – A antiguidade na classe e o interstício deverão ser apurados,
improrrogavelmente, até o dia 10 de julho de cada ano.
§ 1º - A lista de antiguidade dos policiais civis, em cada classe será pu-
blicada no Diário Oficial do Estado, o qual conterá, em anos, meses e dias,
o tempo de serviço na classe, na categoria funcional, no serviço policial, no
serviço público estadual e no serviço público em geral e o computado para
efeito de aposentadoria e disponibilidade.
§ 2º - A lista de antiguidade poderá ser contestada até 10 (dez) dias de
sua publicação. Após a apreciação dos recursos oferecidos pelos interessados
será republicada de forma definitiva.
Art. 176 – Verificada a vaga originária em uma classe, serão consideradas
abertas todas as decorrentes de seu preenchimento, dentro de sua respectiva
série de classes.

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Parágrafo único. A vaga originária ocorrerá na data:


1 – do falecimento do ocupante do cargo;
2 – da publicação do decreto de aposentadoria, exoneração ou demissão;
3 – da vigência do decreto de promoção, ascensão e do ato de agregação;
4 – da posse, no caso de nomeação ou transferência para outro cargo;
5 – da publicação do ato que criar o cargo;
Art. 177 – Será considerado promovido, para todos os efeitos, o policial
civil que vier a falecer ou for aposentado, sem que tenha sido decretada, no
prazo legal, a promoção que lhe cabia por antiguidade.
Art. 178 – Em benefício do policial, a quem direito cabia a promoção, será
declarado sem efeito o ato que houver decretado indevidamente.
§ 1º - O policial promovido indevidamente não ficará obrigado a devolver
o que a mais houver recebido.
§ 2º - O policial a quem cabia a promoção será indenizado de uma só vez,
da diferença de padrão de vencimento e vantagens a que tiver direito.
Art. 179 – O policial civil que estiver prestando serviço fora do organismo
da Secretaria de Estado da Polícia Civil, bem como em exercício de mandato
eletivo federal, estadual ou municipal, somente poderá ser promovido por
antiguidade, exceto quando no desempenho de cargo em comissão ou função
gratificada, em órgãos considerados de interesse policial e nos casos previs-
tos em lei.

CAPÍTULO II
DO QUADRO DE PROMOÇÃO

Art. 180 – O policial para ser promovido por antiguidade ou merecimento


deverá integrar o Quadro de Promoção (QPA ou QPM), respectivamente.
Art. 181 – Verificada a vaga originária, a indicação para integrar o Qua-
dro de Promoção (QPM ou QPA) deverá recair nos policiais civis mais antigos,
compreendidos nos primeiros dois terços do número de cargos da classe con-
corrente a que pertencerem, fixado em lei e na conformidade de apuração
estabelecida neste Regulamento.

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Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, os quantitativos de cargos


fixados em lei, serão sempre acrescidos dos excedentes resultantes de pro-
moção por ato de bravura, se houver.
Art. 182 – O policial indicado para integrar o Quadro de Promoção (QP)
não sendo promovido por merecimento ou antiguidade, retornará à sua posi-
ção na lista de antiguidade.
Art. 183 – O Quadro de Promoção (QPA ou QPM) será publicado no órgão
de divulgação oficial do Estado, para efeito de contestação, no prazo de 10
(dez) dias, publicando-se, entretanto, apenas, no Boletim Informativo (BI), o
resultado dos eventuais recursos interpostos, para mera ciência dos interes-
sados.
Art. 184 – As vagas ou quaisquer alterações da folha funcional do policial,
que ocorrerem após o último dia do semestre anterior à data da promoção,
serão computadas para progressão horizontal seguinte.
Parágrafo único. Excetuam-se da regra deste artigo as vagas decorrentes
dos atos da agregação.
Art. 185 – Não poderá integrar o Quadro de Promoção (QPM), o policial
civil que:
I – Não obtiver o grau de merecimento igual, pelo menos, à metade do
máximo atribuído ao primeiro classificado;
II – Houver sido punido com suspensão acima de 15 (quinze) dias na clas-
se concorrente, por transgressão disciplinar apurada através de procedimento
administrativo regular;
III – Estiver sendo submetido a qualquer procedimento disciplinar de-
corrente de falta de natureza média ou grave, ou policial ou judicial penal
por infração dolosa, exceto se houver indícios veementes de ação em estrito
cumprimento do dever legal comprovados pelo interessado perante à SECOP.
IV – Houver sido condenado por crime doloso, inclusive, em sentença não
transitada em julgado, ou estiver no gozo de sursis, enquanto não for decre-
tada a extinção da punibilidade, salvo desclassificação para excesso culposo.

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Parágrafo único. Ressalvado os incisos III e IV, o disposto neste artigo


não se aplica ao policial civil, em condições de ser promovido por antiguidade
(QPA), reservando-se, porém, a respectiva vaga até a decisão final do inqué-
rito administrativo ou o trânsito em julgado de ação penal.

CAPÍTULO III
DA PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE

Art. 186 – À promoção por antiguidade recairá no policial civil que tiver
maior tempo de efetivo exercício na classe, apurado até o último dia de cada
semestre.
Art. 187 – A antiguidade será determinada pelo tempo líquido de exercí-
cio do policial civil na classe a que pertencer.
Parágrafo único. Será apenas computado como antiguidade no serviço
público o tempo líquido de exercício interino, continuado ou não, em cargo
de mesma denominação e para o qual tenha o policial civil sido nomeado em
razão de concurso.
Art. 188 – quando houver fusão de classes do mesmo padrão de venci-
mentos, os policiais contarão, na nova classe, a antiguidade que tiverem na
sua classe anterior, à data de fusão dos cargos, observados os quadros e as
carreiras a que pertencerem.
Parágrafo único. O disposto neste artigo é aplicável aos casos de trans-
posição, reclassificação, transformação, aproveitamento ou qualquer outra
alteração na denominação de cargos de uma série de classe ou de uma classe
singular, verificada após 15 de março de 1975.
Art. 189 – quando houver fusão de classes de padrões de vencimentos
diversos, a antiguidade dos policiais na nova classe que resultar da fusão será
contada do seguinte modo:
I – Se a fusão de cargos se verificar numa mesma série de classes, dever-
-se-á manter a posição que cada um ocupava na escala hierárquica funcional,
antes de fusão dos cargos;

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II  – Se a fusão de cargos se verificar entre séries de classes de deno-


minações diversas, ou entre classes singulares, ou, ainda, entre estas e a
aquelas, prevalecerá o critério do padrão de vencimento mais elevados para
o estabelecimento da hierarquia na nova classe, respeitado o tempo na classe
originária.
Art. 190 – A antiguidade na classe será contada:
I – nos casos de nomeação, readmissão, reintegração, reversão ou apro-
veitamento a partir da data em que o policial entrar em exercício do cargo;
II – nos casos de transferência, ascensão, promoção e readaptação a par-
tir da vigência do ato respectivo ou da sua publicação.
Art. 191 – quando ocorrer empate na classificação por antiguidade terá
preferência, sucessivamente, o policial civil:
I – de maior tempo de serviço policial;
II – de maior tempo de serviço público estadual;
III – de maior tempo de serviço público;
IV – de maior prole;
V – mais idoso.
§ 1º - Quando se tratar de classe inicial, o primeiro desempate será feito
pela classificação extraída da média aritmética das notas finais da 1ª fase do
concurso público externo e do respectivos curso de formação profissional, e
das notas finais da prova de seleção e do curso específico, quando se tratar
de concurso interno.
§ 2º - Como tempo de serviço público estadual, será computado o exercí-
cio interrompido ou não, em qualquer cargo ou função nos órgãos estaduais
da administração direta ou indireta e fundações instituídas pelo Poder Público.
§ 3º - Será computado como tempo de serviço público o que tenha sido
prestado à União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, em cargo
ou função civil ou militar, ininterruptamente ou não, em órgão de administra-
ção direta ou indireta e fundações instituídas pelo Poder Público, apurado à
vista de certidões expedidas pelos registros de frequência, folha de pagamen-
to ou dos elementos regularmente averbados no assentamento individual do
então servidor.

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Inspetor de Polícia

Art. 192 – Na apuração do tempo líquido do efetivo exercício para de-


terminação da antiguidade na classe, bem como de desempate previsto no
artigo anterior, serão incluídos os períodos de afastamento decorrentes de:
I – férias;
II – casamento;
III – luto;
IV – exercício de outro cargo de governo, ou de direção, de provimento de
comissão, ou em substituição, nos órgãos estaduais da administração direta
ou indireta e fundações instituídas pelo Poder Público:
V – convocação para o serviço militar;
VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VII – no exercício de função ou cargo de governo ou administração em
qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da Repú-
blica ou serviço prestado à Presidência da República em virtude de requisição
oficial;
VIII – desempenho de função federal, estadual ou municipal;
IX – licença prêmio;
X – licença para tratamento de saúde;
XI – missão ou estudo de interesse e natureza policial, no estrangeiro ou
qualquer parte do Território Nacional, quando o afastamento tiver sido auto-
rizado pelo Governador do Estado e pelo Secretário de Estado de Polícia Civil,
respectivamente, e não perdurar por tempo superior a um ano;
XII – exercício em comissão de cargos de direção em sociedade de eco-
nomia mista, empresas públicas, ou em fundações instituídas pelo Poder Pú-
blico.
XIII – faltas até o máximo de três dias durante o mês por motivo de do-
ença comprovada na forma regulamentar;
XIV – expressa determinação legal, em outros casos.

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CAPÍTULO IV
DA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO

Art. 193 – A promoção por merecimento dar-se-á por escolha entre os po-


liciais civis que integrarem o quadro de promoção por merecimento (QPM) obe-
decendo a feitura deste à ordem rigorosa de classificação por pontos obtidos.
Parágrafo único. O número de integrantes do Q.P.M. corresponderá ao
dobro dos cargos vagos a serem preenchidos, devendo, porém, ser publicado
no B.S. em ocasião julgada oportuna pela SECOP, a relação dos concorrentes,
que embora não hajam figurado no aludido Quadro, alcançarem um total ra-
zoável de pontos.
Art. 194 – O merecimento do policial civil será apurado em pontos positi-
vos e negativos, levando-se em conta os fatores seguintes:
I – eficiência revelada no desempenho do cargo ou função policial e admi-
nistração policial no seu nível hierárquico;
II – procedimento em sua vida pública, particular e o conceito que goza
na organização policial;
III – contribuição à organização e à melhoria dos serviços policiais;
IV – aprimoramento de sua cultura geral específica, através de cursos es-
pecializados;
V – ingresso no serviço policial ou na série de classes a que concorre por
promoção, mediante concurso público ou ascensão, ambos de provas escritas
de conhecimentos;
VI – período de curso de formação profissional ou equivalente em esta-
belecimento de ensino policial, quando do ingresso no serviço policial ou na
série de classes, a que concorre por promoção;
VII – exercício em:
a) cargo efetivo;
b) direção, chefia, assessoramento, assistência e secretariado;
c) magistério policial;

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Art. 195 – A eficiência no desempenho da função policial civil será mensu-


rada, através do Boletim de Merecimento (BM), considerando-se a qualidade
do trabalho, a autossuficiência, a iniciativa, o tirocínio, a colaboração, a ética
profissional, o conhecimento do trabalho e o aperfeiçoamento profissional.
Art. 196 – A qualidade do trabalho será considerada tendo em vista o
grau de exatidão, precisão e apresentação.
Art. 197 – Autossuficiência é a capacidade demonstrada pelo policial para
desempenhar as tarefas de que foi incumbido, sem necessidade de assistên-
cia ou supervisão permanente de outrem.
Art. 198 – Iniciativa é a capacidade de pensar e agir com senso comum,
na falta de normas e de processos de trabalho previamente determinados,
assim como o de apresentar sugestões ou ideias tendentes ao aperfeiçoa-
mento do serviço.
Art. 199 – Tirocínio é a capacidade demonstrada pelo policial para avaliar
e discernir a importância das decisões que deve tomar.
Art. 200 – Colaboração é qualidade demonstrada pelo policial de cooperar
com a chefia e com os colegas, na realização dos trabalhos afetos ao órgão
em que tem exercício.
Art. 201 – Ética profissional é a capacidade de discrição demonstrada pelo
policial no exercício de sua atividade, ou em razão dela, modo de agir com
cortesia e polidez no trato com os colegas e as partes, na sua apresentação
pessoal e na rigorosa observância dos preceitos contidos no Código de Ética.
Art. 202 – Conhecimento do trabalho é a capacidade demonstrada pelo
policial para realizar as atribuições inerentes ao cargo, com pleno conheci-
mento dos métodos e técnicas de trabalho utilizados.
Art. 203 – Aperfeiçoamento funcional é a comprovação, pelo policial,
de capacidade para melhor desempenho das atividades normais do cargo
e para realização de atribuições superiores, relacionadas com aquelas
atividades.

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Inspetor de Polícia

Art. 204 – A Secretaria Executiva da Comissão de Promoção atribuirá ao


policial, na apuração dos pontos de que trata o artigo 195, um conceito, devi-
damente justificado, que variará de um a cinco pontos, por fator de avaliação,
consoante informações prestadas pelo superior imediato do policial.
Parágrafo único. Considera-se superior imediato aquele ao qual está dire-
tamente subordinado o policial, desde o mais baixo nível da escala hierárqui-
ca administrativa.
Art. 205 – O procedimento do policial na vida pública será apurado atra-
vés de informação do seu superior imediato, tendo em vista a assiduidade, a
pontualidade e a disciplina consignadas no verso do BM, e, ainda, os assen-
tamentos funcionais.
Parágrafo único. Para prestar as informações referidas neste artigo e no
anterior, será vedada a eventual subordinação interpares, cabendo essa tare-
fa ao chefe hierárquico do policial.
Art. 206 – A falta de assiduidade será determinada pela ausência injus-
tificada do policial ao serviço, computando-se um ponto negativo para cada
falta.
Art. 207 – A impontualidade horária será determinada pelo número de
entradas tardias e saídas antecipadas.
§ 1º - A entortadas tardias ou saídas antecipadas serão adicionadas umas
às outras, computando-se um ponto negativo para cada grupo de três, sendo
desprezadas as que não atingirem aquele número dentro do semestre.
§ 2º - Os Boletins de Merecimento (BM) serão obrigatoriamente, por quem
de direito, encaminhados à SECOP, entre os dias 11 e 30 dos meses de janei-
ro e de julho de cada ano com os esclarecimentos em apenso, sob pena de
responsabilização administrativa, das reais atividades desempenhadas pelo
policial nos últimos seis meses, inclusive, se for o caso, no órgão de onde veio
removido, para fins preconizados neste capítulo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 208 – A indisciplina será apurada tendo em vista as penalidades de


advertência, repreensão, suspensão, afastamento do serviço, do cargo ou de
função e prisão disciplinar, impostas ao policial.
Parágrafo único. Serão considerados os seguintes pontos negativos para
grupo de três penalidades:
I – três advertências – um ponto negativo;
II – duas advertências e uma repreensão – um ponto negativo;
III – uma advertência e duas repreensões – dois pontos negativos;
IV – três repreensões – dois pontos negativos;
V – suspensão, afastamento ou prisão domiciliar – por dia de penalidade
– um ponto negativo.
Art. 209 – O procedimento do policial em sua vida particular será apura-
do em investigação reservada, atribuindo-se, ao final, se for o caso, conceito
devidamente justificado que variará de zero a cinco pontos negativos.
Parágrafo único. O candidato não integrará o QF respectivo, se lhe for atri-
buído o conceito negativo – 5 (menos cinco).
Art. 210 – O conceito de que goza o policial na organização deverá ser
apurado na classe concorrente, atribuindo-se a cada fator, abaixo relaciona-
do, valorarão que variará de zero a dois pontos:
I – encargos e missões desempenhadas, entre outros, os que visem ao
aumento de produtividade e à redução de custos operacionais dos serviços
públicos;
II – Elogios decorrentes do exercício da função policial e emanados de au-
toridade judiciária ou administrativa competente;
III – medalhas e condecorações;
IV – serviços relevantes prestados a outros órgãos;
V – atos de bravura;
VI – zelo dos policiais, componentes de Equipe de Plantão, na vigilância de
presos custodiados nos xadrezes das unidades policiais, em cada período de
6 (seis) meses, sem ocorrência de fuga.

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Inspetor de Polícia

§ 1º - Nos casos de crimes de homicídio, roubo, extorsão mediante se-


questro e tráfico de entorpecentes, será atribuído 0,5 (meio) ponto ao agente
policial que, em efetiva atividade operacional, efetuar prisão em flagrante,
realizada com absoluta observância dos princípios constitucionais e legais
que a autorizam. Nos demais casos criminais, o agente policial receberá 0,25
(um quarto) de ponto. Se o policial sofrer lesão corporal de natureza grave,
ser-lhe-á concedido 05 (cinco) pontos.
§ 2º - Ao detetive ou Detetive-Inspetor, sem cujo empenho ou capacida-
de de iniciativa não teria sido possível o cumprimento de mandado de prisão,
será concedido 0,25 (um quarto) de ponto. Se, porém, o executor sofrer le-
são corporal de natureza grave, ser-lhe-á aplicado o disposto no parágrafo
anterior.
§ 3º - Na apreciação de sindicância Sumária por ato de bravura, a Comis-
são de Promoção, se entendê-lo não tipificado, poderá conceder ao policial 05
(cinco) pontos de merecimento.
§ 4º - Os pontos preconizados nos parágrafos deste artigo, serão aplicá-
veis aos eventos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1989, sendo aprovei-
táveis na promoção seguinte, se implicar em qualquer eventual retardamento
de processo protecional em curso.
§ 5º - Caberá à Secretaria Executiva de Comissão de Promoção a confir-
mação do enquadramento previsto nos parágrafos anteriores.
Art. 211 – Os incisos III, IV, V e VI do artigo 194 serão mensurados
através dos assentamentos funcionais de curriculum vitae, atribuindo-se ao
policial civil conceito na classe concorrente, em cada inciso, que variará na
forma abaixo:
I – contribuição à organização e à melhoria dos serviços policiais, com
mensurarão máxima de um ponto por ano;
a) por publicação de trabalhos técnicos policiais em livros ou revistas ou
aqueles que resultarem ou venham resultar em Lei, Decreto ou Resolução,
desde que comprovada sua autoria pela Administração Policial: 0,5 (meio)
ponto por trabalho publicado, até o limite de 03 (três) pontos;

563
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Inspetor de Polícia

b) edição de livros, manuais, coletâneas de natureza policial: 0,5 (meio)


ponto por obra editada, até o máximo de 03 (três) pontos;
c) edição de apostilas de natureza policial: 0,25 (um quarto) de ponto por
apostila, até o máximo de 01 (um) ponto;
d) Comissões Administrativas, instituídas por ato de dirigente de unidade,
a nível departamental, excluídas as Comissões de Sindicância e as designa-
ções por apuração sumária e investigação de caráter disciplinar ou policial:
• como presidente ou membro: 0,5 (meio) ponto por participação, até o
limite de 03 (três) pontos;
• como secretário: 0,25 (um quarto) de ponto por participação, até o li-
mite de 02 (dois) pontos.

e) membro de órgão de deliberação coletiva de natureza policial civil: 01


(um) ponto por designação, até o limite de 03 (três) pontos.
II – aprimoramento de sua cultura geral e específica, através de cursos na
instituição policial ou fora dela:
a) cultura geral:
• 02 (dois pontos por curso superior completo, sem limite, desde que não
exigível para o ingresso na série de classe;
• 01 (um) ponto por curso, com duração mínima de 40 (quarenta) horas,
até o limite de 05 (cinco) pontos.

b) cultura específica:
• 01 (um) ponto por curso, até o limite de 05 (cinco) pontos.

III – ingresso no serviço policial ou na série de classes a que concorre por


promoção, mediante concurso público ou ascensão, ambos de provas escritas
de conhecimento em que foi exigida:
a) escolaridade de nível superior: cinco pontos;
b) escolaridade de nível técnico ou 2º grau: três pontos;
c) escolaridade de nível de 1º grau: dois pontos;
d) escolaridade de nível de 1º grau até a 4ª série: um ponto.

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Inspetor de Polícia

IV – período de duração do curso de formação profissional ou equivalente


em estabelecimento de ensino policial, quando ingresso no serviço policial
ou na série de classes a que concorre por promoção: um ponto por trimestre
ou por tempo igual ou superior a quarenta e cinco dias, até o limite de cinco
pontos.
§ 1º - Os cursos de cultura geral, não integrantes dos requisitos essen-
ciais para o ingresso na série de classes, serão computados em toda a traje-
tória da vida funcional do titular, desde que sua duração tenha sido igual ou
superior a 240 horas.
§ 2º  - Os incisos III e IV desde artigo, só serão considerados na série
inicial de classes. O artigo 211, o inciso I e alíneas, as alíneas “a” e “b” e os
parágrafos 1º e 2º têm a redação dada pelo Decreto no 9.460, de 10-12-86.
Art. 212  – O exercício em cargo efetivo, em direção, chefia, 0assesso-
ramento, assistência, secretariado ou magistério policial será mensurado da
seguinte forma:
I – Pelo exercício em cargo efetivo, na classe concorrente, por ano de ati-
vidade contínua:
Inciso com redação dada pelo Decreto n. 9.460, de 10-12-86.
a) em Delegacias Policiais:

• Dos Municípios da Capital e de Niterói, 02 (dois) pontos;

• Dos demais Municípios, distantes até 150 (cento e cinquenta) km da

Capital, 04 (quatro) pontos, mais 01 (um) ponto se o servidor tiver do-

micílio no mesmo Município:

Alínea com redação dada pelo Decreto n. 11.664, de 02-08-88.


II  – pelo exercício em Direção, Chefia, Assessoramento, Assistência ou
secretariado, no cargo ou função desempenhada durante 01 (um) ano:
Inciso com redação dada pelo Decreto no 9.460, de 10-12-86.
a) de direção superior até o nível de divisão ou delegacia: 04 (quatro)
pontos até o limite de 12 (doze) pontos;

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Inspetor de Polícia

b) de assessoramento ou assistência superior: 03 (três) pontos até o limite


de 09 (nove) pontos;
c) de chefia de serviço ou assistência intermediária: 02 (dois) pontos até
o limite de 06 (seis) pontos;
d) de chefia de seção, de setor ou secretariado: 1,5 (um e meio) ponto até
o limite de 4.5 (quatro e meio) pontos;
e) de substituição imediata ou eventual do titular de delegacia; 2,5 (dois
e meio) ponto até o limite de 4,5 (quatro e meio) pontos;
f) de substituição imediata ou eventual de chefe de serviço: 1,5 (um e
meio) ponto até o limite de 4,5 (quatro e meio) pontos;
g) de substituição imediata ou eventual de chefe de seção e de setor; 01
(um) ponto até o limite de 03 (três) pontos.
III – pelo exercício do magistério policial, com mensurado máxima de 01
(um) ponto por ano:
a) em bancas de concurso de provas seletivas: 0,5 (meio) ponto por banca
ou prova seletiva, até o limite de 03 (três) pontos;
b) como professor: 0,5 (meio) ponto por grupo de três turmas, até o limite
de 03 (três) pontos.
§ 1º - Para efeito dos incisos I e II, quando o cargo ou função é exerci-
do em Delegacia Policial, considera-se como de um ano, o período de tempo
igual ou superior a cento e oitenta dias.
§ 2º - exercendo o policial, no período de um ano, continuadamente, mais
de um cargo ou função enumerados no inciso II deste artigo, considera-se
para efeito de contagem de pontos o cargo ou função mais elevado, desde
que o exerça por período mínimo de cento e oitenta dias.
§ 3º - O disposto neste artigo aplica-se aos cargos ou funções gratificadas
exercidas nos antigos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro.
Art. 213 – Em caso de haver movimentação do policial civil, que importe
em outra subordinação, o superior imediato ao qual estava anteriormente
subordinado poderá ser chamado a prestar esclarecimentos para formação
do conceito.

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Inspetor de Polícia

Art. 214 – O grau de merecimento do policial civil será representado pela


soma algébrica dos pontos positivos e dos pontos negativos.
Art. 215 – Apurado o merecimento, o conceito final dos candidatos à pro-
moção deverá ser divulgado na imprensa oficial.
Parágrafo único. Em igualdade de condições de merecimento, proceder-
-se-á ao desempate por tempo de serviço na classe e persistindo a igualdade,
observar-se-á o disposto no art. 191.
Art. 216 – Para a escolha dos proventos integrantes do Q.P.M., a Comis-
são de Promoção, além dos pontos obtidos através dos critérios objetivos,
levará em consideração os mais antigos na classe concorrente e os que já
estiverem relacionados em QPM anteriores.

CAPÍTULO V
DA PROMOÇÃO POR BRAVURA

Art. 217  – A promoção por bravura é aquela conferida ao policial civil


pela conduta que resultar da prática de ato ou atos não comuns de coragem
e audácia e que, ultrapassando os limites normais do cumprimento do dever,
representem feitos úteis às atividades policiais na manutenção de segurança
e ordem públicas, pelos resultados alcançados ou pelo exemplo altamente
positivo deles emanados, concretizando-se, independentemente do preenchi-
mento de quaisquer outras condições.
Parágrafo único. A bravura, caracterizada nos termos deste artigo, deter-
minará a promoção do policial, mesmo que do ato praticado tenha resultado
sua morte ou invalidez.
Art. 218 – A autoridade policial civil, para os fins do artigo anterior, fará
registro minucioso do fato, apurando-o por meio de sindicância sumária, ulti-
mada no prazo de dez dias, onde consignará todas as provas colhidas e ofe-
recerá relatório conclusivo e imediata remessa à Comissão de Promoção, por
intermédio de sua Secretaria Executiva.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO VI
DA PROMOÇÃO “POST MORTEM”

Art. 219 – A promoção “post mortem” é efetivada quando o policial civil,


independentemente de sua situação na lista de antiguidade, vier a falecer em
uma das seguintes situações:
I – em ação de manutenção da ordem pública;
II  – em consequência de ferimento recebido na manutenção da ordem
pública, doença, moléstia, ou enfermidade contraídas nesta situação, ou que
nelas tenha sua causa eficiente.
III – por acidente de serviço;
IV – por ato de bravura.
Art. 220 – A promoção por bravura, inclusive “post-mortem”, far-se-á
automática e independentemente devassa, considerando-se excedentes os
cargos desta forma providos, enquanto não ocorrer promoção regular dos
beneficiários.
Art. 221 – O policial será, também, promovido se, ao falecer, integrava o
quadro de promoção, independentemente de sua posição no mesmo, consi-
deradas as vagas existentes na data do falecimento.
Art. 222 – Para efeito de aplicação do artigo anterior, será considerado,
quando for o caso, o último quadro de promoção em que o policial falecido
tenha sido incluído.

TÍTULO VII
DA ASCENSÃO

Art. 223 – Ascensão é a passagem da última classe de uma categoria


funcional para a classe inicial de outra categoria funcional, na linha hierárqui-
ca definida na carreira policial, de conformidade com o que se dispuser em
ordenamento próprio.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º - A ascensão far-se-á mediante prova de seleção e habilitação em


curso específico, ministrado na Academia de Polícia, atendido o requisito de
habilitação profissional comprovado através da apresentação de diploma res-
pectivo, devidamente registrado, e observado o interstício na última classe à
época da inscrição na prova de seleção.
§ 2º - Somente será matriculado no Curso Específico o policial civil que
obtiver o grau mínimo de 50 (cinquenta) pontos na Prova de Seleção.
§ 3º - Entende-se por série de classe auxiliar aquela da qual for facultada
ascensão à outra, de atividade correlata, tarefas mais complexas, maior grau
de responsabilidade e vencimento superior, entendendo-se esta como série
de classes principal.
§ 4º - Metade das vagas da classe inicial das séries de classes principais,
nas linhas de ascensão, serão reservadas para essa forma de provimento,
observadas as exceções estabelecidas em lei.
§ 5º - Não poderá ser inscrito em prova de seleção, matriculado em curso
específico da ACADEPOL, nem ascendido, o policial implicado nas situações
descritas pelos incisos II, III e IV do artigo 185.
Art. 224 – Será de setecentos e trinta dias de efetivo exercício na classe
o interstício para o policial concorrer à ascensão.
Art. 225 – O policial provido por ascensão passará a integrar a nova classe,
independentemente de posse.
Parágrafo único. O policial provido por ascensão terá reiniciada a contagem
de seu tempo de serviço na nova classe, para efeito de promoção.
Art. 226 – Só poderá concorrer à ascensão o policial que possuir o diplo-
ma registrado ou certificado de habilitação em curso exigido pela legislação
vigente, para o exercício das atividades inerentes ao cargo para o qual terá
ascensão.
Art. 227 – As ascensões no Quarto Permanente da Polícia Civil do Estado
do Rio de Janeiro, serão realizadas uma vez por ano, no dia 29 de setembro,
observada a existência de cargos vagos e na forma das linhas de progressão
dispostas no anexo IV da Lei n. 699, de 14 de dezembro de 1983.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º - As vagas que não forem preenchidas pelo instituto da ascensão


poderão ser aproveitadas para concurso público.
§ 2º  - A ascensão que não se verificar na data referida no caput deste
artigo terá seus efeitos retroagidos.
Art. 228 – O provimento por ascensão, quando o número de vagas for
inferior ao número de candidatos que satisfaçam às condições estabelecidas,
obedecerá à ordem de classificação na lista respectiva, organizada de acordo
com o grau de habilitação obtido pelo policial, nas provas do curso específico
ministrado pela Academia de Polícia.
Art. 229 – Somente poderá ser provido por ascensão o policial que obti-
ver, pelo menos, grau final cinquenta em cada disciplina, nos cursos específi-
cos, que terão a seguinte apuração:
I – nível superior – quatrocentas horas/aulas;
II – nível técnico – trezentas e vinte horas/aulas;
III – nível 1º grau – sem exigência de curso técnico – duzentas e quarenta
horas/aulas;
IV – nível 1º grau – cento e sessenta horas/aula.
Art. 230 – Não poderá haver provimento por ascensão na classe em que
houver cargo excedente.
Art. 231 – Em benefício do policial a quem de direito cabia a ascensão,
será declarado sem efeito o ato que houver decretado o provimento de forma
indevida.
§ 1º - O policial provido indevidamente não ficará obrigado a restituir o
que a mais houver recebido.
§ 2º - O policial a quem cabia o provimento por ascensão será indenizado
de uma só vez, da diferença de vencimentos e vantagens a que tiver direito.
Art. 232 – A formalização dos atos relativos à ascensão será processada
pela Secretaria Executiva da Comissão de Promoções, ressalvada a compe-
tência da Academia de Polícia.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 233 – Aplicam-se à ascensão, no que couber, os dispositivos referentes


à promoção, por merecimento e por antiguidade, inclusive “post-mortem”.
Art. 234 – O órgão setorial de pessoal da Secretaria de Estado de Polícia
Civil, com os elementos que dispuser e os fornecidos pelos dirigentes chefes
das unidades administrativas, manterá conhecimento mensalmente à Secre-
taria Executiva da Comissão de Promoções.
Art. 235 – Os policiais que satisfaçam as condições previstas no presente
Regulamento serão inscritos “ex-ofício” na Academia de Polícia, para efeito de
prova de seleção e curso específico, publicando-se a lista nominal do “Diário
Oficial” do Estado e “Boletim de Serviço”, por três dias consecutivos, para
ciência dos interessados.
Art. 236 – Dessa publicação contar-se-á o prazo de quinze dias para in-
terposição de recursos, que serão decididos em igual prazo, findos os quais
serão os policiais submetidos a provas de seleção na Academia de Polícia.
Art. 237 – A ascensão será feita através de Decreto coletivo, elaborado
pela Secretaria Executiva da Comissão de Promoções, a ser submetido pelo
Secretário de Estado da Polícia Civil ao Governador do Estado.

TÍTULO VIII
DA TRANSFERÊNCIA E DA REMOÇÃO

Art. 238  – Transferência é o ato de simples investidura do policial em


cargo de denominação diversa de outra classe, de igual nível de vencimento,
na carreira policial.
Art. 239 – A transferência se fará à vista de comprovação de habilitação
dos interessados para o exercício do novo cargo, realizada na Academia de
Polícia.
Art. 240 – Quando se tratar de cargo de classe inicial de série de classes,
a transferência não poderá ser feita para cargo vago, destinado a provimento
por concurso, já aberto, ou ascensão programada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 241 – A transferência será feita a pedido, atendidos o interesse e a


conveniência do serviço policial.
Art. 242 – No caso de transferência para cargo correspondente à ativida-
de profissional, em que se exija habilitação específica, esta será condicionada
à comprovação de que o interessado satisfaz àquela exigência.
Art. 243 – Remoção é o ato mediante o qual o policial passa a ter exercí-
cio em outro órgão, preenchendo claro de lotação, sem que se modifique sua
situação funcional.
Art. 244 – Dar-se-á remoção:
I – a pedido;
II – “ex-ofício”.
§ 1º - A remoção tanto a pedido como “ex-ofício” dependerá, em princí-
pio, de claro na lotação.
§ 2º - O policial removido, quando de férias, não se interromperá.
§ 3º - Não poderá haver remoção de policial que se encontre em licença
de qualquer espécie ou frequentando curso na Academia de Polícia.
§ 4º - Revogado pelo Decreto n. 14.832, de 23-05-90.
Art. 245 – No processamento da remoção “ex-ofício” serão observados,
em princípio, a iniciativa do dirigente ou do chefe da unidade administrativa e
a existência de claro na lotação do órgão para onde se pretender a remoção.
Art. 246 – remoção por permuta será processada a pedido, por escrito,
de ambas as chefias interessadas.
Art. 247 – quando a remoção for a pedido, serão observados o interesse
do serviço e a anuência do servidor indicado para permuta.
Parágrafo único. Somente decorridos doze meses da lotação do policial,
poderá ocorrer sua remoção a pedido.
Art. 248 – No processamento das remoções serão atendidas a qualifica-
ção profissional do policial e a necessidade do serviço investigatório da unida-
de onde virá ter exercício.
Art. 249 – O policial terá exercício no órgão para o qual for designado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 250 – Até o dia 20 de janeiro de cada ano, atendidas as diretrizes da Se-


cretaria e as necessidades de segurança pública, serão fixados, por ato resolutivo,
os quantitativos de pessoal que constituirão a lotação de policiais civis em todos os
Órgãos da Secretaria de Estado da Polícia Civil, até o nível de Divisão ou Delegacia.
§ 1º - Entende-se por lotação o número de policiais civis de cada catego-
ria funcional ou cargo isolado, inclusive os ocupantes de cargo ou função de
confiança que, segundo as necessidades, devam ter exercício em cada Órgão.
§ 2º - O policial civil nomeado integrará lotação na qual houver claro.
§ 3º - As autoridades policiais e seus agentes, providos nas classes iniciais
das respectivas categorias profissionais serão preferencialmente lotados nas
unidades de Polícia Administrativa e Judiciária, durante os dois primeiros anos
de efetivo exercício.
§ 4º - revogado.
Art. 251 – O policial será afastado do exercício de seu cargo:
I – enquanto durar o mandato legislativo ou executivo, federal ou estadual;
II – enquanto durar o mandato de vereador, se não existir compatibilidade
de horário entre o seu exercício e o da função pública;
III – enquanto durar o mandato de vereador, se não existir compatibilida-
de de horário entre o seu exercício e o da função pública;
IV – durante o lapso de tempo que mediar entre o registro da candidatura
eleitora e o dia seguinte ao da eleição.

TÍTULO IX
DO TEMPO DE SERVIÇO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 252 – O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registra-


dos no assentamento individual do policial.
§ 1º - Ao entrar em exercício, o policial apresentará ao órgão competente
os elementos necessários à abertura de seu assentamento individual.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º - O início do exercício e as alterações que nele ocorrerem serão co-


municados ao órgão setorial de pessoa, pelo titular da unidade policial ou
administrativa em que estiver servindo o policial.
Art. 253 – O policial entrará em exercício no prazo de trinta dias contados
da data:
Art. 254  – A transferência, a promoção, a ascensão e a nomeação em
novo cargo da carreira policial não interromperão o exercício para efeito de
contagem de tempo de serviço.
Art. 255 – O policial removido para outra unidade, dentro de um mesmo
Município, terá prazo de dois dias, contados da data da publicação do referido
ato, para reiniciar suas atividades.
§ 1º - Quando em férias, licenciado ou afastado legalmente de seu cargo,
esse prazo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2º - O prazo a que se refere este artigo será considerado como período
de trânsito, computável como de efetivo exercício para todos os efeitos.
§ 3º - O prazo referido no caput deste artigo poderá ser prorrogado, no
máximo, por igual período, por solicitação do interessado, a juízo da autori-
dade competente para dar-lhe exercício.

CAPÍTULO II
DA APURAÇÃO

Art. 256 – A apuração do tempo de serviço será feita em dias, não consi-


derado, para qualquer efeito, o exercício de função gratuita.
Parágrafo único. O número de dias será convertido em anos, considerado
o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
Art. 257 – Os dias de efetivo exercício serão computados à vista de docu-
mentação própria que comprove a frequência.
Art. 258 – Admitir-se-á como documentação própria comprobatória do
tempo de serviço público:
I – certidão de tempo de serviço, extraída de folha de pagamento;

574
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – certidão de frequência, extraída do cartão de ponto;


III – justificação judicial.
§ 1º - Os elementos provantes indicados nos incisos acima são exigíveis
na ordem direta de sua enumeração, somente sendo admitido o posterior,
quando acompanhado de certidão negativa fornecida pelo órgão competente
para a expedição do elemento a que se refere o anterior.
§ 2º - Sobre tempo de serviço comprovado mediante justificação judicial,
será prévia e obrigatoriamente ouvida a Procuradoria Geral do Estado.
Art. 259 – Será considerado como de efetivo exercício o afastamento por
motivo de:
I – férias;
II – casamento e luto, até oito dias;
III – exercício de outro cargo ou função de governo ou de direção, de
provimento em comissão ou em substituição, no serviço público do Estado do
Rio de Janeiro, inclusive respectivas autarquias, empresas públicas e socieda-
des de economia mista e fundações instituídas pelo Poder Público, ou serviço
prestados à Presidência da Repúblicas, em virtude de requisição oficial;
IV – exercício de outro cargo ou função de governo ou de direção, de
provimento em comissão ou em substituição, no serviço público da união, de
outros Estados e dos Municípios, inclusive respectivas autarquias, empresas
públicas e sociedades de economia mista e funções instituídas pelo Poder
Público, quando o afastamento houver sido autorizado pelo Governo, sem
prejuízo do vencimento do policial;
V – estágio experimental;
VI – licença-prêmio;
VII – licença para repouso à gestante;
VIII – licença para tratamento de saúde;
IX – licença por motivo de doença em pessoa da família, desde que não
exceda o prazo de doze meses;
X – acidente em serviço

575
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

XI – doença de notificação compulsória;


XII – missão oficial;
XIII – estudo no exterior ou em qualquer parte do território nacional, des-
de que de interesse para a administração e não ultrapasse o prazo de doze
meses;
XIV – prestação de prova ou de exame em regular ou em concurso público;
XV – recolhimento à prisão, se absolvido a final;
XVI – suspensão preventiva, se absolvido a final;
XVII – convocação para serviço militar ou encargo de segurança nacional,
júri e outros serviços obrigatórios por lei;
XVIII – trânsito para ter exercício em nova sede;
XIX – faltas por motivo de doença, comprovada, inclusive em pessoa da
família, até o máximo de três, durante o mês, e outros casos de força maior;
XX – candidatura a cargo eletivo, conforme o disposto no inciso IV do art.
251;
XXI – mandato legislativo ou executivo, federal ou estadual;
XXII – mandato de prefeito ou vice-prefeito;
XXIII – mandato de vereador quando não existir incompatibilidade de ho-
rário entre o seu exercício e de sua função pública.
Afastamento para o Exterior – art. 79, parágrafo único REFP.
Art. 260 – Para efeito de aposentadoria ou disponibilidade será compu-
tado:
I – tempo de serviço público federal, estadual e municipal;
II – o período de serviço ativo nas Forças Armadas, computado pelo dobro
o tempo de operações em guerra, inclusive quando prestado nas forças auxi-
liares e na Marinha Mercante;
III – o tempo de serviço prestado com extranumerário ou sob qualquer
outra forma de admissão, desde que remunerado pelos cofres públicos;
IV – o tempo de serviço prestado em autarquia, empresa pública ou socie-
dade de economia mista;

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Inspetor de Polícia

V – o período de trabalho prestado a instituição de caráter privado que


tiver sido transformada em estabelecimento de serviço público;
VI – o tempo em que o policial esteve em disponibilidade ou aposentado;
VII – em dobro, o tempo de licença-prêmio não gozada;.
VIII – em dobro, os períodos de férias não gozadas, a partir do exercício
de 1977, limitadas a sessenta dias, ressalvado o direito à contagem de pe-
ríodos anteriores para os amparados por legislação vigente até a edição do
Decreto-Lei n. 363, de 4 de outubro de 1977;
IX – o período em que o policial frequentou curso de formação profissional
em estabelecimento oficial de ensino, integrante de estrutura da Secretaria
de Estado da Polícia Civil, na condição de aluno, em regime diverso do discipli-
nado no presente Regulamento, como fora inicial para provimento no cargo.
Art. 261 – Ao policial será assegurado a contagem qualquer que tenha
sido o regime da relação empregatícia, como de serviço público estadual, do
tempo prestado anteriormente à administração direta ou indireta do Estado a
Fundações instituídas pelo Poder Público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para efeitos de con-
cessão de licença-prêmio.
Art. 262 – É vedada a cumulação de tempo de serviço prestado, concor-
rentemente ou simultaneamente, em dois ou mais cargos, funções ou empre-
gos em qualquer das hipóteses previstas no artigo 260.

TÍTULO X
DA APOSENTADORIA

Art. 263 – O policial será aposentado:


I – compulsoriamente;
II – voluntariamente
III – por invalidez;
§ 1º - O policial será aposentado com limites de idade e tempo de serviço
fixados em lei.

577
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Inspetor de Polícia

§ 2º - A aposentadoria por invalidez será sempre precedida de licença por


um período contínuo, não inferior a vinte e quatro meses, salvo quando o lau-
do médico concluir, anteriormente aquele prazo, pela incapacidade definitiva
do policial para o serviço.
Art. 264 – O aposentado receberá provento integral:
I – no caso do inciso II do artigo anterior;
II – quando a invalidez for consequência de acidente no exercício de suas
atribuições ou em virtude de doença profissional;
III – quando acometido de tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia
grave, estados adiantados de Paget (osteíte deformante), com base nas con-
clusões de medicina especializada;
IV – na inatividade, se acometido de qualquer das doenças especificadas
no inciso anterior e decorrente de acidente no exercício de suas atribuições
quando na atividade.
Art. 265 – A aposentadoria voluntária; mantém o policial em exercício até
a publicação do respectivo ato, salvo quando já afastado do cargo.
Art. 266 – O policial que foi ou venha a ser aposentado por incapacidade
definitiva e considerado inválido, impossibilitado total ou permanentemente
para qualquer trabalho, não podendo provar os meios de sua subsistência,
fará jus a auxílio-invalidez no valor de 25% calculado sobre o vencimento do
cargo efetivo e demais vantagens, incorporadas ou não, desde que satisfaça
uma das condições abaixo especificadas, devidamente declarada por funda
médica;
I – necessitar de internação em instituição hospitalar apropriada, pública
ou particular, de tratamento especializado;
II – necessitar de assistência médica ou de cuidados permanentes de en-
fermagem.
§ 1º  - Quando por deficiência hospitalar ou prescrição médica compro-
vada por junta médica, o policial nas condições acima, receber tratamento
médico na própria residência, também fará jus ao auxílio-invalidez, o policial

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Inspetor de Polícia

ficará sujeito a apresentar anualmente declaração de que não exerce nenhu-


ma atividade remunerada, pública ou privada, e a critério da administração
submeter-se-á, periodicamente, à inspeção de saúde de controle, sendo que
no caso de policial mentalmente enfermo aquela declaração deverá ser firma-
da por dois policiais em atividade.
§ 2º - Para a continuidade do direito ao recebimento do auxílio invalidez, o
policial ficará sujeito a apresentar anualmente declaração de que não exerce
nenhuma atividade remunerada, pública ou privada, e a critério da adminis-
tração submeter-se-á, periodicamente a inspeção de saúde de controle, sen-
do que no caso de policial mentalmente enfermo aquela declaração deverá
ser firmada por dois policiais em atividade.
§ 3º - O auxílio-invalidez será suspenso, automaticamente, se for verifi-
cado que o policial beneficiado exerce ou tenha exercido, após recebimento
do auxílio, qualquer atividade remunerada, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis, bem como se, em inspeção de saúde, for constatado não se encon-
trar nas condições previstas neste artigo.

TÍTULO XI
DAS RECOMPENSAS

Art. 267 – Recompensa é o reconhecimento dos bons serviços prestados


pelo policial.
Art. 268 – São recompensas:
I  – agraciamento com medalhas de “Mérito Policial”, na forma instituída
em lei;
II – elogios individuais e coletivos;
III – dispensa total do serviço até dez dias;
IV – cancelamento de pena disciplinar.
Art. 269 – São competentes para conceder dispensa total de serviço:
I – até dez dias: O Secretário de Estado da Polícia Civil;

579
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Inspetor de Polícia

II – até cinco dias: os dirigentes de órgãos subordinados diretamente ao


Secretário de Estado da Polícia Civil;
III – até dois dias: os demais dirigentes de órgãos, até o nível de divisão,
inclusive titulares de delegacias.
Art. 270 – Na apreciação do pedido de cancelamento da pena disciplinar,
prevista no artigo 35, poderão ser levados em conta os relevantes serviços
prestados à segurança pública pelo policial, por decisão do Secretário de Es-
tado da Polícia Civil.
Art. 271 – Aquele que comprovadamente, apurado através de inquérito
administrativo ou perícia médica, se revelar inapto para o exercício da função
readaptado em outra função mais compatível com a sua capacidade, sem que
essa readaptação lhe traga qualquer prejuízo financeiro.

TÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 272 – A requisição do policial, para ter exercício em órgão da admi-


nistração direta ou indireta da União, Estado, Município, Distrito Federal ou
território e empresas estatais, respeitados os casos previstos em lei, somente
será permitida quando houver compatibilidade e correlação entre as atribui-
ções típicas do cargo e aquelas que irá desempenhar na entidade requisitan-
te, sempre com expressa autorização do Governador, sujeitando-se o policial
à perda das vantagens decorrentes estritamente da função policial.
Art. 273  – Os cargos de direção, chefia, assessoramento e assistência
de órgãos da Polícia Civil serão exercidos, em princípio, por policiais civis em
exercício ou aposentados.
Art. 274 – Na primeira promoção e ascensão a serem realizadas em de-
corrência da aplicação deste Decreto, não se exigirá a publicação do Alma-
naque previsto no parágrafo único do artigo 174, bem como serão reduzidos
à metade os prazos neles estabelecidos, excetuados os de interstício e de
estágio probatório.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 275 – Aplicam-se subsidiariamente aos policiais as disposições do


Estatuto dos funcionários Públicos Civis do Estado do Rio de Janeiro aprovado
pelo Decreto-Lei n. 220, de 18 de julho de 1975, seu Regulamento e demais
normas de pessoal, naquilo que não colidir com o Decreto-Lei n. 218, de 18
de julho de 1975, e este Regulamento.

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Inspetor de Polícia

DECRETO-LEI N. 220 DE 18 DE JULHO DE 1975


Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Poder Executivo do
Estado do Riode Janeiro.

O Governador do Estado do Rio de Janeiro, no uso da atribuição


que lhe confere o § 1º do art. 3º da Lei Complementar n. 20, de 1º de ju-
lho de 1974,

DECRETA
Art. 1º - Este Decreto-lei institui o regime jurídico dos funcionários públicos
civis do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Decreto-lei funcionário é a pessoa
legalmente investida em cargo público estadual do Quadro I (Permanente).

TÍTULO I
DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA (ART. 2º A 17)

Art. 2º - A nomeação para cargo de provimento efetivo depende de prévia


habilitação em concurso público.
§ 1º - O concurso objetivará avaliar:
1) conhecimento e qualificação profissionais, mediante provas ou provas
e títulos;
2) condições de sanidade físico-mental; e
3) desempenho das atividades do cargo, inclusive condições psicológicas,
mediante estágio experimental.
* 3) desempenho das atividades do cargo, inclusive condições psicológicas,
mediante estágio experimental, ressalvado o disposto no § 11 deste artigo.
* Nova redação dada pela Lei n. 1820/1991

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Inspetor de Polícia

* § 2º - O candidato habilitado nas provas e no exame de sanidade físico-


-mental será submetido a estágio experimental, mediante ato de designação
do Secretário de Estado, titular de órgão integrante da Governadoria do Esta-
do, ou dirigente de autarquia e pelo prazo que for estabelecido, em cada caso,
pelo Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil do Estado.
* Revogado pela Lei Complementar n. 140/2011.
§ 3º - A designação prevista no parágrafo anterior observará a ordem de
classificação nas provas e o limite das vagas a serem preenchidas, perce-
bendo o estagiário retribuição correspondente a 80% (oitenta por cento) do
vencimento do cargo, assegurada a diferença, se nomeado afinal.
§ 4º - O prazo de validade das provas será fixado nas instruções regula-
doras do concurso, aprovadas pelo Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
do Estado e poderá ser prorrogado, uma vez, por período não excedente a 12
(doze) meses.
§ 5º - O candidato que, ao ser designado para o estágio experimental,
for ocupante, em caráter efetivo, de cargo ou emprego em órgão da Admi-
nistração Estadual direta ou autárquica ficará dele afastado com a perda do
vencimento ou salário e vantagens, observado o disposto no inciso IV do art.
20 e ressalvado o salário-família, continuando filiado à mesma instituição de
previdência, sem alteração da base de contribuição.
§ 6º - O candidato não aprovado no estágio experimental será considera-
do inabilitado no concurso e voltará automaticamente ao cargo ou emprego
de que se tenha afastado, na hipótese do parágrafo anterior.
§ 7º - O candidato aprovado permanecerá na situação de estagiário até a
data da publicação do ato de nomeação, considerada a mesma data, para, to-
dos os efeitos, início do exercício do cargo ressalvado o disposto no parágrafo
terceiro antecedente e no artigo seguinte.
§ 8º - As atribuições inerentes ao cargo servirão de base para o estabele-
cimento dos requisitos a serem exigidos para inscrição no concurso, inclusive
a limitação da idade, que não poderá ser inferior a 18 (dezoito) nem superior
a 45 (quarenta e cinco) anos.

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§ 9º - Não ficará sujeito ao limite máximo de idade o servidor de órgão da


administração pública, direta ou indireta.
§ 10 - Além dos requisitos de que trata o § 8º deste artigo, são exigíveis
para inscrição em concurso público:
1) nacionalidade brasileira;
2) pleno gozo dos direitos políticos;
3) quitação das obrigações militares.
* § 11 - A norma contida no item 3 do § 1º deste artigo não se aplica ao
candidato habilitado nas provas para o preenchimento de cargos de professor.
* Acrescentado pela Lei n. 1820/1991.
* § 11 A norma contida no item 3 do § 1º deste artigo não se aplica ao
candidato habilitado nas provas para o preenchimento de cargo de professor
ou de cargos destinados ao pessoal de apoio ao magistério.
* Nova redação dada pela Lei n. 2289/1994.
Art. 3º - O funcionário nomeado na forma do artigo anterior adquirirá es-
tabilidade após 2 (dois) anos de efetivo exercício, computando-se, para esse
efeito, o período de estágio experimental em que tenha sido aprovado.
Parágrafo único. O funcionário que se desvincular de um cargo público
do Estado do Rio de Janeiro ou de suas autarquias para investir-se em outro
conservará a estabilidade já adquirida.
Art. 4º - O funcionário estável poderá ser transferido da administração
direta para a autárquica e reciprocamente, ou de um para outro Quadro de
mesma entidade, desde que para cargo de retribuição equivalente, atendida
a habilitação profissional; ou removido de uma Unidade Administrativa para
outra do mesmo órgão ou entidade, desde que haja claro na lotação.
Art. 5º - Invalidada a demissão do funcionário, será ele reintegrado e
ressarcido.
§ 1º - Far-se-á a reintegração no cargo anteriormente ocupado; se altera-
do, no resultante da alteração; se extinto, noutro de vencimento equivalente,
atendida a habilitação profissional.

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Inspetor de Polícia

§ 2º - Não ocorrendo qualquer das hipóteses previstas no parágrafo ante-


rior, restabelecer-se-á o cargo anteriormente exercido, que ficará como exce-
dente, e nele se fará a reintegração.
§ 3º - A reintegração ocorrerá, sempre, no sistema de classificação a que
pertencia o funcionário.
§ 4º - Reintegrado o funcionário, aquele que não ocuparia cargo de igual
classe se não tivesse ocorrido o ato de demissão objeto da medida será exo-
nerado ou reconduzido ao cargo anterior, sem direito a qualquer ressarci-
mento, se não estável; caso contrário, será ele provido em vaga existente ou
permanecerá como excedente até a ocorrência da vaga.
Art. 6º - O funcionário em disponibilidade poderá ser aproveitado em car-
go de natureza e vencimento compatíveis com os do anteriormente ocupado.
Art. 7º - O funcionário estável fisicamente incapacitado para o pleno
exercício do cargo poderá ser ajustado em outro de vencimento equivalente
e compatível com suas aptidões e qualificações profissionais.
Art. 8º - A investidura em cargo de provimento efetivo ocorrerá com o
exercício, que, nos casos de nomeação, reintegração, transferência e apro-
veitamento, se iniciará no prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do
ato de provimento.
§ 1º - São requisitos essenciais para essa investidura, verificada a subsis-
tência dos previstos no § 10 do art. 2º, os seguintes:
1) habilitação em exame de sanidade e capacidade física realizada exclu-
sivamente por órgão oficial do Estado;
2) declaração de bens;
3) habilitação em concurso público;
4) bons antecedentes;
5) prestação de fiança, quando a natureza da função o exigir;
6) declaração sobre se detém outro cargo, função ou emprego, ou se per-
cebe proventos de inatividade; e
7) inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º - A prova dos requisitos a que se referem os itens 1 e 3 do § 10 do


art.2º e 3 e 4 do parágrafo anterior não será exigida nos casos de reintegra-
ção e aproveitamento.
§ 3º - A critério da administração, ocorrendo motivo relevante, o prazo
para o exercício poderá ser prorrogado.
§ 4º - Será tornada sem efeito a nomeação se o exercício não se verificar
no prazo estabelecido.
Art. 9º - O funcionário que deva entrar em exercício em nova sede terá,
para esse efeito, prazo de 5 (cinco) dias, contados da data da publicação do
ato que o determinar.
Art. 10 - A investidura em cargo em comissão ocorrerá com a posse, da
qual se lavrará termo incluindo o compromisso de fiel cumprimento dos de-
veres da função pública.
§ 1º - O termo de posse consignará a apresentação de declaração de bens.
§ 2º - A competência para dar posse será a indicada em legislação específica.
§ 3º - Quando a investidura de que trata este artigo recair em pessoas
estranhas ao serviço público, será exigida a comprovação dos requisitos a que
se referem os itens 1 a 3 do § 10 do art. 2º e 1, 2, 4, 6 e 7 do § 1º do art. 8º.
Art. 11 - Considerar-se-á em efetivo exercício o funcionário afastado por
motivo de:
I – férias;
II – casamento e luto, até 8 (oito) dias;
III – desempenho de cargo ou função de confiança na administração pú-
blica federal, estadual ou municipal;
IV – o estágio experimental;
V – licença-prêmio, licença à gestante, acidente em serviço ou doença
profissional;
VI – licença para tratamento de saúde;
VII – doença de notificação compulsória;
VIII – missão oficial;

586
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Inspetor de Polícia

IX – estudo no exterior ou em qualquer parte do território nacional desde


que de interesse para a Administração e não ultrapasse o prazo de 12 (doze)
meses;
X – prestação de prova ou de exame em curso regular ou em concurso
público;
* X - prestação de prova ou exame em concurso público.
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 110/2005.
XI – recolhimento à prisão, se absolvido afinal;
XII – suspensão preventiva, se inocentado afinal;
XIII – convocação para serviço militar, júri e outros serviços obrigatórios
por lei; e
XIV – trânsito para ter exercício em nova sede.
* § 1º - As faltas do servidor por motivo de doença, inclusive em pessoa
da família, até o máximo de 03 (três) dias durante o mês, serão abonadas
mediante a apresentação de atestado ou laudo médico expedido pelo órgão
médico oficial competente do Estado ou por outros aos quais ele transferir ou
delegar atribuições. (AC)
* Acrescido pela Lei Complementar n. 110/2005.
* § 2º - Admitir-se-á, na hipótese de inexistência de órgão médico oficial
do Estado na localidade, atestado expedido por órgão médico de outra entida-
de pública, dentre estes os Hospitais do IASERJ, da Polícia Militar e do Corpo
de Bombeiros. (AC)
* Acrescido pela Lei Complementar n. 110/2005.
Art. 12 - O afastamento para o exterior, exceto em gozo de férias ou li-
cença, dependerá, salvo delegação de competência, de prévia autorização do
Governador do Estado.
Art. 13 - O afastamento do funcionário de sua unidade administrativa
dar-se-á somente para desempenho de cargo ou função de confiança e com
ônus para a unidade requisitante.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 14 - O cargo ou função de confiança poderá ser exercido, eventual-


mente, em substituição, hipótese em que a investidura independerá de posse.
Parágrafo único. A substituição será sempre remunerada e não poderá
recair em pessoa estranha ao serviço público estadual.
* Art. 14 - O cargo ou função de confiança poderá ser exercido, eventual-
mente, em substituição. hipótese em que a investidura independerá da posse.
§ 1º - Ressalvada a hipótese prevista em regulamento, a substituição será
gratuita, salvo quando o afastamento exceder de 30 (trinta) dias.
§ 2º - A substituição não poderá recair em possa estranha ao serviço público.
* Nova Redação alterada pela Lei n. 214/1978
Art. 15 - Dar-se-á vacância do cargo ou da função na data do fato ou da
publicação do ato que implique desinvestidura.
* Art. 15 - Dar-se-á a vacância do cargo ou função na data do fato ou da
publicação do ato que implique desinvestidura.
Parágrafo único. Na vacância do cargo ou função, e até o seu provimento,
poderá ser designado, pela autoridade imediatamente superior, responsável
pelo expediente, aplicando-se à hipótese o disposto no art. 14.
* Nova Redação alterada pela Lei n. 214/1978.
Art. 16 - A exoneração ou dispensa, ocorrerá:
I – a pedido; e
II – ex-officio.
Parágrafo único. Aplicar-se-á a exoneração ou dispensa ex-officio:
1) no caso de exercício de cargo ou função de confiança;
2) no caso de abandono de cargo, quando extinta a punibilidade por pres-
crição e o funcionário não houver requerido a exoneração; e
3) na hipótese prevista no art. 5º, § 4º.
Art. 17 - Declarar-se-á a perda do cargo:
I – nas hipóteses previstas na legislação penal; e
II – nos demais casos especificados em lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

TÍTULO II
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS (ART. 18 A 32)

Art. 18 - O funcionário gozará, por ano de exercício, 30 (trinta) dias con-


secutivos de férias, que somente poderão ser acumuladas até o máximo de 2
(dois) períodos, em face de imperiosa necessidade do serviço.
Nota: O Decreto-Lei N. 363, de 04 de outubro de 1977, uniformiza a con-
cessão de férias nos quadros I e III e dá outras providências.
§ 1º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
* § 2º - Na impossibilidade absoluta do gozo de férias acumuladas, ou no
caso de sua interrupção no interesse do serviço, os funcionários contarão, em
dobro, para efeito de aposentadoria, o período não gozado.
Nota: O Decreto-Lei N. 363, de 04 de outubro de 1977, uniformiza a con-
cessão de férias nos quadros I e III e dá outras providências.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
Art. 19 - Conceder-se-á licença:
I – para tratamento de saúde, com vencimento e vantagens, pelo prazo
máximo de 24 (vinte e quatro) meses;
II – por motivo de doença em pessoa da família, com vencimento e vanta-
gens integrais nos primeiros 12 (doze) meses; e, com dois terços, por outros
12 (doze) meses, no máximo;
III – à gestante, com vencimento e vantagens, pelo prazo de 4 (quatro)
meses;
* III - à gestante, com vencimento e vantagens, pelo prazo de 4 (quatro)
meses, prorrogável no caso de aleimento materno, por, no mínimo, mais de
30 (trinta) dias, estendendo-se, no máximo, até 90 (noventa) dias:
* Redação dada pela Lei n. 800/1984.
* Lei n. 3693, de 26 de outubro de 2001, que concede licença maternida-
de e paternidade aos servidores públicos estaduais que adotarem filhos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

* III – à gestante, com vencimentos e vantagens, pelo prazo de seis


meses, prorrogável, no caso de aleitamento materno, por no mínimo trinta e
no máximo noventa dias, mediante a apresentação de laudo médico circuns-
tanciado emitido pelo serviço de perícia médica oficial do Estado, podendo
retroagir sua prorrogação até 15 (quinze) dias, a partir da data do referido
laudo. (NR)
* Nova redação dada pela Lei COMPLEMENTAR N. 128, DE 26 DE JUNHO
DE 2009.
IV – para serviço militar, na forma da legislação específica;
V – sem vencimento, para acompanhar o cônjuge eleito para o Congresso
Nacional ou mandado servir em outra localidade, se militar ou servidor público;
V – sem vencimento, para acompanhar o cônjuge eleito para o Congresso
Nacional ou mandado servir em outras localidades se militar, servidor público
ou com vínculo empregatício em empresa estadual ou particular;
* Nova redação dada pela Lei n. 800/1984.
VI – a título de prêmio, pelo prazo de 3 (três) meses; com vencimento
e vantagens do cargo efetivo, depois de cada quinquênio ininterrupto de
efetivo exercício no serviço público estadual ou autárquico do Estado do Rio
de Janeiro;
VII – sem vencimento, para desempenho de mandato eletivo.
* VIII - sem vencimentos, para trato de interesses particulares.
* Acrescentado pela Lei n. 490/1981.
IX – Sem vencimento, pelo prazo de cinco anos, prorrogável uma única
vez, ao servidor da área da saúde, que for contratado por empresa ou aderir
a cooperativa que administre hospitais públicos terceirizados, nos termos fi-
xados em Lei, sendo-lhe garantida a contagem de tempo de serviço para fins
de aposentadoria, se obedecido o que prevê o § 5º deste artigo.
§ 1º - No caso de inciso V, existindo, na localidade, unidade administrativa
onde haja claro na lotação ou vaga, processar-se-á a movimentação cabível.

590
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º - Suspender-se-á, até o limite de 90 (noventa) dias, em cada caso,


a contagem de tempo de serviço para efeito de Licença-Prêmio, durante as
licenças:
1) para tratamento de saúde;
2) por motivo de doença em pessoa da família; e
3) por motivo de afastamento do cônjuge.
* § 3º - O período de Licença-Prêmio não gozada contar-se-á em dobro
para efeito de aposentadoria e concessão, na oportunidade desta, de adicio-
nal por tempo de serviço.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
§ 4º - expirado o prazo da licença a que se refere o inciso IX deste artigo,
o servidor deverá retornar imediatamente ao serviço público.
§ 5º - Durante o período de licença a que se refere o inciso IX deste artigo
o servidor deverá continuar contribuindo para o Instituto de Previdência do
Estado do Rio de Janeiro IPERJ, com base no valor da última remuneração
recebida dos cofres públicos, corrigida no tempo em função e pelos mesmos
percentuais dos reajustes gerais e da categoria.
§ 6º - A extinção, por qualquer motivo, do contrato de trabalho do servi-
dor licenciado na forma do inciso IX deste artigo com a sociedade prestadora
de serviços hospitalares terceirizados, ou seu desligamento da cooperativa a
esse fim direcionada, importará em imediata suspensão da licença sem venci-
mento, obrigando o servidor a retornar ao serviço público ou a converter sua
licença para uma das outras modalidades previstas neste Decreto-Lei.
§ 7º - Na hipótese do parágrafo anterior, as cooperativas e as empresas
de serviços hospitalares terceirizados deverão comunicar à Secretaria de Es-
tado de Saúde, no dia útil imediatamente posterior, a extinção do contrato
de trabalho ou o desligamento do cooperado que se encontrar licenciado do
serviço público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

* § 8º - No caso do inciso III, a licença à gestante de recém-nascidos


pré-termo será acrescida do número de semanas equivalente à diferença
entre o nascimento a termo – 37 semanas de idade gestacional – e a idade
gestacional do recém-nascido, devidamente comprovada.
* Acrescentado pela Lei n. 3862, de 17/06/2002
* §9º A servidora pública em gozo da licença maternidade e ou aleita-
mento materno será concedida, imediatamente após o término das mesmas,
licença prêmio a que tiver direito, mediante requerimento da servidora.
* Acrescentado pela Lei COMPLEMENTAR N. 128, DE 26 DE JUNHO DE
2009.
Art. 20 - O funcionário deixará de receber vencimentos e vantagens, ex-
ceto gratificação adicional por tempo de serviço, quando se afastar do exer-
cício do cargo:
I – para prestar serviço à União, a outro Estado, a Município, à Sociedade
de Economia Mista, à Empresa Pública, à Fundação ou à Organização Interna-
cional, salvo quando, a juizo do Governador, reconhecido o afastamento como
de interesse do Estado;
II – em decorrência de prisão administrativa, salvo se inocentado afinal;
III – para exercer cargo ou função de confiança, ressalvado o direito de
opção legal; e
IV – para estágio experimental.
Art. 21 - O funcionário deixará de receber:
I – um terço do vencimento e vantagens, durante o afastamento por mo-
tivo de suspensão preventiva ou recolhimento à prisão por ordem judicial
não decorrente de condenação definitiva, ressalvado o direito à diferença, se
absolvido afinal;
* I – um terço do vencimento e vantagens, durante o recolhimento à pri-
são por ordem judicial não decorrente de condenação definitiva, ressalvado o
direito à diferença se absolvido afinal.
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 96/2001.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – dois terços do vencimento e vantagens, durante o cumprimento, sem


perda do cargo, de pena privativa de liberdade; e
III – o vencimento e vantagens do dia em que não comparecer ao serviço,
salvo por motivo de força maior devidamente comprovado.
* Parágrafo único – Na hipótese do artigo 59 o recebimento do venci-
mento e vantagens será proporcional ao tempo de serviço, ressalvado o direi-
to à diferença em caso de arquivamento do inquérito.
* Incluído pela Lei Complementar n. 96/2001.
Art. 22 - As reposições e indenizações à Fazenda Pública far-se-ão em
parcelas mensais não excedentes à décima parte do vencimento, exceto na
ocorrência de má fé, hipótese em que não se admitirá parcelamento.
Parágrafo único. Será dispensada a reposição nos casos em que a percep-
ção indevida tiver ocorrido de entendimento expressamente aprovado pelo Ór-
gão Central do Sistema de Pessoal Civil ou pela Procuradoria Geral do Estado.
Art. 23 - O vencimento e as vantagens pecuniárias do funcionário não
serão objeto de penhora, salvo quando se tratar:
I – de prestação de alimentos; e
II – de dívida para com a Fazenda Pública.
Art. 24 - O Poder Executivo disciplinará a concessão de:
I – ajuda de custo e transporte ao funcionário mandado servir em nova sede;
II – diárias ao funcionário que, em objeto de serviço, se deslocar eventu-
almente da sede;
III – indenização de representação de gabinete;
IV – prêmio por sugestões que visem ao aumento de produtividade e à
redução de custos operacionais da Administração;
V – gratificação pela participação em órgão de deliberação coletiva;
VI – gratificação pelo encargo de auxiliar ou membro de banca ou de co-
missão examinadora de concurso, ou pela atividade temporária de auxiliar ou
professor de curso oficialmente instituído; e
VII – adicional por tempo de serviço.

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Inspetor de Polícia

* VIII - gratificação de encargos especiais.


* Inciso acrescentado pelo art. 34 da Lei n. 720/1981.
Art. 25 - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o funcionário
estável será posto em disponibilidade, com proventos proporcionais ao tempo
de serviço.
* Art. 26 - O funcionário será aposentado:
I – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;
II – voluntariamente, aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, quando do
sexo masculino, e aos 30 (trinta) quando do feminino;
III – por invalidez comprovada; ou
IV – nos casos previstos em lei complementar.
* V - Nos casos previstos na Constituição do Estado.
* Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei n. 492/1981
Parágrafo único. A aposentadoria compulsória vigorará a partir do dia se-
guinte ao em que for atingida a idade limite.
* Artigo 26 - Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
* Art. 27 - O provento de aposentadoria será:
I – integral, quando o funcionário: (Lei n.. 492/81, acrescenta itens e pa-
rágrafo único. Lei n.. 757/84, altera a numeração do inciso I.)
I – a) completar tempo de serviço para aposentadoria voluntária;
II – b) for atingido por invalidez em virtude de acidente em serviço, mo-
léstia profissional ou tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna,
cegueira posterior ao ingresso no serviço público, lepra, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartro-
se anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de paget
(osteíte deformante), síndrome de imunodeficiência adquirida - AIDS -,...
VETADO... e outras moléstias que a lei indicar, com base nas conclusões da
medicina especializada (Lei n. 1.290/88, dá nova redação.).
III – c) na inatividade, for acometido de qualquer das doenças especifica-
das no item anterior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

IV – * d) se for professor, após 30 anos, e professora, após 25 anos de


efetivo exercício em funções de magistério.
* Alínea acrescentada pela Lei n. 492/1981 e alteradas pela Lei n. 757/1984
II – proporcional ao tempo de serviço, nos demais casos.
§ 1º - Entende-se por acidente em serviço aquele que acarrete dano físico
ou mental e tenha relação, mediata ou imediata, com o exercício do cargo.
§ 2º - Equipara-se ao acidente em serviço o ocorrido no deslocamento
entre a residência e o local de trabalho, bem como a agressão física sofri-
da em decorrência do desempenho do cargo, salvo quando provocada pelo
funcionário.
§ 3º - Entende-se por doença profissional a que resultar da natureza e das
condições do trabalho.
* § 4º - Consideram-se funções de magistério para os fins da alínea d,
todas as atividades inerentes à Educação, nelas incluída a administração.
* Alínea acrescentada pela Lei n. 492/1981 e alteradas pela Lei n. 757/1984
* Artigo 27 - Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
* Art. 28 - Os proventos da inatividade serão revistos sempre que, por
motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se modificarem os venci-
mentos dos funcionários em atividade.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto neste artigo, o provento não po-
derá ser superior à retribuição percebida na atividade, nem inferior a 50%
(cinquenta por cento) do vencimento do cargo.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
Art. 29 - Para efeito de aposentadoria e disponibilidade, computar-se-á:
* Art. 29. Para efeito de aposentadoria, observado o limite temporal es-
tabelecido no art. 4º da Emenda Constitucional n.º 20, de 15 de dezembro de
1998, e de disponibilidade, será computado:(NR)
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 121/2008.
I – o tempo de serviço público civil federal, estadual, ou municipal, na ad-
ministração direta ou indireta;

595
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – o tempo de serviço militar; e


III – o tempo de disponibilidade.
* IV - em dobro, inclusive para os efeitos do art. 224 do Decreto n. 2479,
de 8 de março de 1979, os períodos de férias e de licença prêmio não gozadas
e, para os servidores que apurem, nos termos do art. 76 § § 1º e 2º do men-
cionado Decreto n. 2479/79, tempo de serviço não inferior a 20 (vinte) anos,
o de exercício de cargo em comissão na Administração Direta do Estado.*
* Inciso acrescentado pela Lei n. 1713/1990, e suprimido pelo art. 10 da
Lei n. 1820/1991.)
* AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nr.404 - Em 01/04/2004
- JULGAMENTO DO PLENO DO STF - PROCEDENTE - Decisão: O Tri-
bunal, por unanimidade, julgou procedente o pedido e declarou a
inconstitucionalidade de parte do artigo 3º - “e, para os servidores
que apurem, nos termos do art. 76 § § 1º e 2º do mencionado Decreto n.
2479/79, tempo de serviço não inferior a 20 (vinte) anos, o de exercício de
cargo em comissão na Administração Direta do Estado.” - e da totalidade
do artigo 4º da Lei n. 1713/1990.
STF - Aposentadoria: Fixação de Tempo Ficto
Iniciado o julgamento do mérito do pedido formulado em ação direta de in-
constitucionalidade ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista – PDT contra
a parte final do art. 3º e o art. 4º da Lei 1.713/90, do Estado do Rio de Janeiro,
que preveem a contagem em dobro do tempo de exercício em cargos de comis-
são na Administração direta do mencionado Estado, para fins de aposentado-
ria. O Min. Carlos Velloso, relator, entendendo que os dispositivos impugnados,
ao reduzirem indiretamente o tempo fixado na Constituição para a aposenta-
doria, estabelecendo tempo ficto, ofenderiam o disposto no art. 40, §§ 4º e 10
da CF, proferiu voto no sentido de julgar procedente o pedido para declarar a
inconstitucionalidade da parte final do art. 3º, e da totalidade do art. 4º da Lei
1.713/90, no que foi acompanhado pelo Min. Joaquim Barbosa. Após,o julga-
mento foi adiado em virtude do pedido de vista do Min. Carlos Britto.

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ADI 404-RJ, rel. Min. Carlos Velloso, 9.10.2003. (ADI-404)


§ 1º - O tempo de serviço a que se referem os incisos I e II deste artigo
será, também, computado para concessão de adicional por tempo de serviço.
§ 2º - O tempo de serviço computar-se-á somente uma vez para cada
efeito, vedada a acumulação daquele prestado concomitantemente.
§ 3º - A prestação de serviço gratuito será excepcional e somente surtirá
efeito honorífico.
* Art. 30 - O funcionário que completar condições para aposentadoria vo-
luntária fará jus à inclusão, no cálculo dos proventos, das vantagens do cargo
ou função de confiança que exerceu na administração direta ou autárquica,
desde que:
I – sem interrupção, nos últimos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores
à passagem para a inatividade;
II – com interrupção, por 10 (dez) anos, com base no mais elevado, se o
tiver exercido no mínimo por 1 (um) ano.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
Art. 31 - É assegurado aos funcionários o direito de requerer ou representar.
Parágrafo único. O recurso não tem efeito suspensivo; seu provimento
retroagirá à data do ato impugnado.
Art. 32 - O direito de requerer prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão, de cassação de apo-
sentadoria ou de disponibilidade e quanto às questões que envolvam direitos
patrimoniais;
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, ressalvados os pre-
vistos em leis especiais.
§ 1º - O prazo de prescrição contar-se-á da data da ciência do interessado,
a qual se presumirá da publicação do ato.
§ 2º - Não correrá a prescrição enquanto o processo estiver em estudo.
§ 3º - O recurso interrompe a prescrição até duas vezes.

597
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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TÍTULO III
DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA (ART. 33)

Art. 33 - O Poder Executivo disciplinará a previdência e a assistência ao


funcionário e à sua família, compreendendo:
I – salário-família;
II – auxílio-doença;
III – assistência médica, farmacêutica, dentária e hospitalar;
IV – financiamento imobiliário;
V – auxílio-moradia;
VI – auxílio para a educação dos dependentes;
VII – tratamento por acidente em serviço, doença profissional ou interna-
ção compulsória para tratamento psiquiátrico;
VIII – auxílio-funeral, com base no vencimento, remuneração ou provento;
IX – pensão em caso de morte por acidente em serviço ou doença profissional;
X – plano de seguro compulsório para complementação de proventos e
pensões.
Parágrafo único. A família do funcionário constitui-se dos dependentes
que, necessária e comprovadamente, vivam a suas expensas.

TÍTULO IV
DA ACUMULAÇÃO (ART. 34 A 37)

Art. 34 - É vedada a acumulação remunerada de cargos e funções públi-


cos, exceto o de:
I – um cargo de juiz com outro de professor;
II – dois cargos de professor;
III – um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou
IV – dois cargos privativos de médico.
§ 1º - Em qualquer dos casos, a acumulação somente será permitida
quando houver correlação de matérias e compatibilidade de horários.

598
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º - O regime de acumulação abrange cargos funções e empregos da


União, dos Territórios, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
bem como das Autarquias, das Sociedades de Economia Mista e das Em-
presas Públicas.
§ 3º - Não se compreende na proibição de acumular, nem está sujeita a
quaisquer limites, a percepção:
1) conjunta, de pensões civis ou militares;
2) de pensões com vencimento, remuneração ou salário;
3) de pensões com proventos de disponibilidade, aposentadoria, jubilação
ou reforma;
4) de proventos resultantes de cargos legalmente acumuláveis; e
5) de proventos com vencimento ou remuneração, nos casos de acumu-
lação legal.
Art. 35 - Não poderá o funcionário exercer mais de uma função de con-
fiança nem participar remuneradamente de mais de um órgão de deliberação
coletiva.
* Art. 35 - o funcionário não poderá participar de mais de um órgão de
deliberação coletiva, com direito a remuneração, nem exercer mais de uma
função gratificada.”
* Nova redação dada pela Lei n. 252/1979
Art. 36 - Poderá o aposentado, sem prejuízo dos proventos, desempenhar
mandato eletivo, exercer cargo ou função de confiança ou ser contratado para
prestar serviços técnicos ou especializados, bem como participar de órgão de
deliberação coletiva.
Art. 37 - Considerada ilegítima, pelo órgão competente, acumulação in-
formada, oportunamente, pelo funcionário, será este obrigado a optar por um
dos cargos.
Parágrafo único. O funcionário que não houver informado, oportunamen-
te, acumulação considerada ilegítima quando conhecida pela Administração,
sujeitar- se-á a inquérito administrativo, após o qual, se apurada má fé, per-

599
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

derá os cargos envolvidos na situação cumulativa ou sofrerá a cassação da


aposentadoria ou disponibilidade, obrigando-se, ainda, a restituir o que tiver
percebido indevidamente.

CAPÍTULO I
INFRAÇÃO DISCIPLINAR (ART. 38)

Art. 38 - Constitui infração disciplinar toda ação ou omissão do funcioná-


rio capaz de comprometer a dignidade e o decoro da função pública, ferir a
disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou causar dano à
Administração Pública.

CAPÍTULO II
DOS DEVERES (ART. 39)

Art. 39 - São deveres do funcionário:


I – assiduidade;
II – pontualidade;
III – urbanidade;
IV – discrição;
V – boa conduta;
VI – lealdade e respeito às instituições constitucionais e administrativas a
que servir;
VII – observância das normas legais e regulamentares;
VIII – obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente
ilegais;
IX – levar ao conhecimento de autoridade superior irregularidades de que
tiver ciência em razão do cargo ou função;
X – zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;
XI – providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento
individual, sua declaração de família;

600
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

XII – atender prontamente às requisições para defesa da Fazenda Pública


e à expedição de certidões para defesa de direito;
XIII – guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza re-
servada de que tenha conhecimento em razão do cargo ou função;
XIV – submeter-se à inspeção médica determinada por autoridade compe-
tente, salvo justa causa.

CAPÍTULO III
DAS PROIBIÇÕES (ART.40)

Art. 40 - Ao funcionário é proibido:


I – referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho,
às autoridades e atos da Administração Pública, ou censurá-los, pela impren-
sa ou qualquer outro órgão de divulgação pública, podendo, porém, em tra-
balho assinado, criticá-los, do ponto de vista doutrinário ou da organização
do serviço;
II – retirar, modificar ou substituir livro ou documento de órgão estadual,
com o fim de criar direito ou obrigação, ou de alterar a verdade dos fatos,
bem como apresentar documento falso com a mesma finalidade;
III – valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal em detri-
mento da dignidade da função pública;
IV – coagir ou aliciar subordinados com objetivo de natureza partidária;
V – participar de diretoria, gerência, administração, conselho técnico ou
administrativo, de empresa ou sociedade:
1) contratante, permissionária ou concessionária de serviço público;
2) fornecedora de equipamento ou material de qualquer natureza ou es-
pécie, a qualquer órgão estadual;
3) de consultoria técnica que execute projetos e estudos, inclusive de via-
bilidade, para órgãos públicos.
VI – praticar a usura, em qualquer de suas formas, no âmbito do serviço
público;

601
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VII – pleitear, como procurador ou intermediário, junto aos órgãos estadu-


ais, salvo quando se tratar de percepção de vencimento, remuneração, proven-
to ou vantagem de parente, consanguíneo ou afim, até o segundo grau civil;
VIII – exigir, solicitar ou receber propinas, comissões, presentes ou vanta-
gens de qualquer espécie em razão do cargo ou função, ou aceitar promessa
de tais vantagens;
IX – revelar fato ou informação de natureza sigilosa, de que tenha ciência
em razão do cargo ou função, salvo quando se tratar de depoimento em pro-
cesso judicial, policial ou administrativo;
X – cometer a pessoa estranha ao serviço do Estado, salvo nos casos previs-
tos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados;
XI – dedicar-se, nos locais e horas de trabalho, a palestras, leituras ou
quaisquer outras atividades estranhas ao serviço, inclusive ao trato de inte-
resses de natureza particular;
XII – deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada;
XIII – empregar material ou quaisquer bens do Estado em serviço particular;
XIV – retirar objetos de órgãos estaduais, salvo quando autorizado por
escrito pela autoridade competente;
XV – fazer cobranças ou despesas em desacordo com o estabelecido na
legislação fiscal e financeira;
XVI – deixar de prestar declaração em inquérito administrativo, quando
regularmente intimado;
XVII – exercer cargo ou função pública antes de atendido os requisitos
legais, ou continuar a exercê-los sabendo-o indevidamente.

CAPÍTULO IV
DA RESPONSABILIDADE (ART. 41 A 45)

Art. 41 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário res-


ponde civil, penal e administrativamente.
Art. 42 - A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou cul-
poso que importe em prejuízo da Fazenda Estadual ou de terceiros.

602
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º - Ressalvado o disposto no art. 22, o prejuízo causado à Fazenda Esta-


dual no que exceder os limites da fiança, poderá ser ressarcido mediante des-
conto em prestações mensais não excedentes da décima parte do vencimento
ou remuneração à falta de outros bens que respondam pela indenização.
§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o funcionário
perante a Fazenda Estadual em ação regressiva proposta depois de transitar
em julgado a decisão de última instância que houver condenado a Fazenda a
indenizar o terceiro prejudicado.
Art. 43 - A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções
imputados ao funcionário nessa qualidade.
Art. 44 - A responsabilidade administrativa resulta de atos praticados ou
omissões ocorridas no desempenho do cargo ou função, ou fora dele, quando
comprometedores da dignidade e do decoro da função pública.
Art. 45 - As cominações civis, penais e disciplinares poderão cumular-se,
sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias civil,
penal e administrativa.

CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES (ART. 46 A 57)

Art. 46 - São penas disciplinares:


I – advertência;
II – repreensão;
III – suspensão;
IV – multa;
V – destituição de função;
VI – demissão;
VII – cassação de aposentadoria, jubilação ou disponibilidade.
Art. 47 - Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natu-
reza e a gravidade da infração, os danos que dela provierem para o serviço
público e os antecedentes funcionais do servidor.

603
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. As penas impostas ao funcionário serão registradas em


seus assentamentos.
Art. 48 - A pena de advertência será aplicada verbalmente em casos de
negligência e comunicada ao órgão de pessoal.
Art. 49 - A pena de repreensão será aplicada por escrito em casos de de-
sobediência ou falta de cumprimento dos deveres, bem como de reincidência
específica em transgressão punível com pena de advertência.
Art. 50 - A pena de suspensão será aplicada em casos de:
I – falta grave;
II – desrespeito a proibições que, pela sua natureza, não ensejarem pena
de demissão;
III – reincidência em falta já punida com repreensão.
§ 1º - A pena de suspensão não poderá exceder a 180 (cento e oitenta) dias.
§ 2º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos de-
correntes do exercício do cargo.
§ 3º - Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão,
por inciativa do chefe imediato do funcionário, poderá ser convertida em mul-
ta, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remune-
ração, obrigado, nesse caso, o funcionário a permanecer no serviço durante o
número de horas de trabalho normal.
Art. 51 - A destituição de função dar-se-á quando verificada falta de exa-
ção no cumprimento do dever.
Art. 52 - A pena de demissão será aplicada nos casos de:
I – falta relacionada no art. 40, quando de natureza grave, a juízo da au-
toridade competente, e se comprovada má fé;
II – incontinência pública e escandalosa; prática de jogos proibidos;
III – embriaguez habitual ou em serviço;
IV – ofensa física em serviço, contra funcionário ou particular, salvo em
legítima defesa;
V – abandono de cargo;

604
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VI – ausência ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias,


interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses;
* VI - ausência ao serviço, sem causa justificada, por (vinte) dias, inter-
poladamente, durante o período de 12 (doze) meses;
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 85/1996
VII – insubordinação grave em serviço;
VIII – ineficiência comprovada, com caráter de habitualidade, no desem-
penho dos encargos de sua competência;
IX – desídia no cumprimento dos deveres.
§ 1º - Considera-se abandono de cargo a ausência ao serviço, sem justa
causa, por 30 (trinta) dias consecutivos.
* § 1º - Para fins exclusivamente disciplinares, considera-se como aban-
dono de cargo a que se refere o inciso V deste artigo, a ausência ao serviço,
sem justa causa, por 10 (dez) dias consecutivos.
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 85/1996
§ 2º - Entender-se-á por ausência ao serviço com justa causa a que assim
for considerada após a devida comprovação em inquérito administrativo, caso
em que as faltas serão justificadas apenas para fins disciplinares.
Art. 53 - O ato de demissão mencionará sempre a causa da penalidade.
Art. 54 - Conforme a gravidade da falta, a demissão poderá ser aplicada
com a nota a bem do serviço público.
Art. 55 - A pena de cassação de aposentadoria ou de disponibilidade
será aplicada se ficar provado, em inquérito administrativo, que o aposen-
tado ou disponível:
I – praticou, quando ainda no exercício do cargo, falta suscetível de deter-
minar demissão;
II – aceitou, ilegalmente, cargo ou função pública, provada a má fé;
III – perdeu a nacionalidade brasileira.
Parágrafo único. Será cassada a disponibilidade ao funcionário que não as-
sumir, no prazo legal, o exercício do cargo ou função em que for aproveitado.

605
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 56 - São competentes para aplicação de penas disciplinares:


I – o Governador, em qualquer caso e, privativamente, nos casos de de-
missão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
II – os Secretários de Estado e demais titulares de órgãos diretamente
subordinados ao Governador em todos os casos, exceto nos de competência
privativa do Governador;
III – os dirigentes de unidades administrativas em geral, nos casos de
penas de advertência, repreensão, suspensão até 30 (trinta) dias e multa
correspondente.
§ 1º - A aplicação da pena de destituição de função caberá à autoridade
que houver feito a designação do funcionário.
§ 2º - Nos casos dos incisos II e III, sempre que a pena decorrer de inqué-
rito administrativo, a competência para decidir e para aplicá-la é do Secretá-
rio de Estado de Administração.
Art. 57 - Prescreverá:
I – em 2 (dois) anos, a falta sujeita às penas de advertência, repreensão,
multa ou suspensão;
II – em 5 (cinco) anos, a falta sujeita:
1) à pena de demissão ou destituição de função;
2) à cassação da aposentadoria ou disponibilidade.
§ 1º - A falta também prevista como crime na lei penal prescreverá jun-
tamente com este.
§ 2º - O curso da prescrição começa a fluir da data do evento punível dis-
ciplinarmente e interrompe-se pela abertura de inquérito administrativo.

606
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO VI
DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA SUSPENSÃO PREVENTIVA (ART. 58
A 60)

VI – Da Suspensão Preventiva*
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 96/2001
* Art. 58 - Cabe aos Secretários de Estado e demais dirigentes de órgãos
diretamente subordinados ao Governador ordenar, fundamentadamente e por
escrito, a prisão administrativa do funcionário responsável pelo alcance, des-
vio ou omissão em efetuar as entradas, nos devidos prazos, de dinheiro ou va-
lores pertencentes à Fazenda Estadual ou que se acharem sob a guarda desta.
§ 1º - A autoridade que ordenar a prisão comunicará imediatamente o fato
à autoridade judiciária competente e providenciará no sentido de ser realiza-
do, com urgência, o processo de tomada de contas.
§ 2º - A prisão administrativa, que será cumprida em estabelecimento
especial e não excederá de 90 (noventa) dias, será relaxada tão logo seja
efetuada a reposição do quantum relativo ao alcance ou desfalque.
* Art. 58 e §§ - revogados pela Lei Complementar n. 96/2001.
Art. 59 - A suspensão preventiva até 30 (trinta) dias será ordenada pelas
autoridades mencionadas no art. 56, desde que o afastamento do funcionário
seja necessário para que este não venha a influir na apuração da falta.
§ 1º - A suspensão de que trata este artigo poderá, ainda, ser ordenada
pelo Secretário de Estado de Administração, no ato de instauração de inqué-
rito, e estendida até 90 (noventa) dias, findos os quais cessarão automatica-
mente os efeitos da mesma, ainda que o inquérito não esteja concluído.
* § 1º - A suspensão de que trata este artigo poderá ser ordenada, a
qualquer tempo, no curso inquérito administrativo pela autoridade competen-
te para instaurá-lo e estendida até 90 (noventa) dias.
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 96/2001.
* § 2º - O funcionário suspenso preventivamente poderá ser administra-
tivamente preso.

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Inspetor de Polícia

* § 2º revogado pela Lei Complementar n. 96/2001.


§ 3º - Não estando preso administrativamente, o funcionário que respon-
der por malversação ou alcance de dinheiro ou valores públicos será sempre
suspenso preventivamente e seu afastamento se prolongará até a decisão
final do inquérito administrativo.
* § 3º - O funcionário que responder por malversação, alcance de dinheiro
público ou infração de que possa resultar a pena de demissão, poderá perma-
necer suspenso preventivamente, a critério da autoridade que determinar a
abertura do respectivo inquérito, até decisão final do processo administrativo.
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 96/2001.
* § 4º - Os policiais civis, suspensos preventivamente, terão a arma, o
distintivo, a carteira funcional ou qualquer outro bem patrimonial, que man-
tenham mediante cautela, devidamente recolhidos, caso tal providência ainda
não tenha sido tomada.”
* Acrescido pela Lei Complementar n. 96/2001.
Art. 60 - A prisão administrativa e a suspensão preventiva são medidas
acautelatórias e não constituem pena.
* Art. 60 – A suspensão preventiva é medida acautelatória e não constitui
pena.
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 96/2001.

CAPÍTULO VII
DA APURAÇÃO SUMÁRIA DA IRREGULARIDADE (ART.61 A 63)

* Art. 61 - A autoridade que tiver ciência de qualquer irregularidade no


serviço público é obrigada a promover, imediatamente, a apuração sumária,
por meio de sindicância.
Parágrafo único. A autoridade promoverá a apuração da irregularidade
diretamente por meio de inquérito administrativo, sem a necessidade de sin-
dicância sumária, quando:

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Inspetor de Polícia

1 - Já existir denúncia do Ministério Público:


2 - Tiver ocorrido prisão em flagrante; e
3 - For apurar abandono de cargo ou função.
* Nova redação dada pela Lei n. 2945, de 15/05/1998
Art. 62 - A apuração sumária, por meio de sindicância não ficará adstrita
ao rito determinado para o inquérito administrativo, constituindo simples ave-
riguação, que poderá ser realizada por um único funcionário.
Art. 63 - Se no curso da apuração sumária ficar evidenciada falta punível
com pena superior à advertência, repreensão, suspensão até 30 (trinta) dias
ou multa correspondente, o responsável pela apuração comunicará o fato ao
superior imediato, que solicitará, pelos canais competentes, a instauração do
inquérito administrativo.

CAPÍTULO VIII
DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO (ART. 64 A 76)

Art. 64 - O inquérito administrativo precederá sempre à aplicação das


penas de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, destituição de função, de-
missão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Art. 65 - A determinação de instauração de inquérito é da competência
do Secretário de Estado de Administração, inclusive em relação a servidores
autárquicos.
* Parágrafo único - Mesmo que seja outra a autoria de seu órgão com-
petente para a apuração, por meios sumários, sindicância ou mediante inqué-
rito administrativo, de grave irregularidade de que tenha ciência no Serviço
Público (artigo 40 e 52) e secretário de Estado de administração será sempre
competente para determinar, de imediato, a instauração de inquérito, inclusi-
ve em relação a servidores autárquicos, quando chega a seu conhecimento,
independentemente de qualquer comunicação, a ocorrência de irregularida-
de, inobservância de deveres ou infrações de proibições funcionais, em quais-
quer área do Poder Executivo Estadual.
* Parágrafo único, acrescentado pela Lei n. 386/1980

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 66 - Promoverá o inquérito uma das Comissões Permanentes de In-


quérito Administrativo da Secretaria de Estado de Administração.
Art. 67 - Se, de imediato ou no curso do inquérito administrativo, ficar
evidenciado que a irregularidade envolve crime, a autoridade instauradora ou
o Presidente da Comissão a comunicará ao Ministério Público.
Parágrafo único. Quando a autoridade policial tiver conhecimento de crime
praticado por funcionário público com violação de dever inerente ao cargo, ou
com abuso de poder, fará comunicação do fato à autoridade administrativa
competente para a instauração do inquérito cabível.
Art. 68 - O inquérito deverá estar concluído no prazo de 90 (noventa)
dias, contados a partir do dia em que os autos chegarem à Comissão, pror-
rogáveis, sucessivamente, por períodos de 30 (trinta) dias, em caso de força
maior a juízo do Secretário de Estado de Administração, até o máximo de 180
(cento e oitenta) dias.
§ 1º - A não observância desses prazos não acarretará nulidade do pro-
cesso, importando, porém, quando não se tratar de sobrestamento, em res-
ponsabilidade administrativa dos membros da Comissão.
§ 2º - O sobrestamento de inquérito administrativo só ocorrerá em caso
de absoluta impossibilidade de prosseguimento, a juízo do Secretário de Es-
tado de Administração.
* § 3º - Em se tratando de abandono de cargo o inquérito deverá estar
concluído no prazo de 60 dias, contados a partir da chegada dos autos à
Comissão, prorrogáveis por 2 (dois) períodos de 30 (trinta) dias cada um, a
juízo do Secretário de Estado de Administração.
* Parágrafo acrescentado pela Lei n. 1497/89.
Art. 69 - Os órgãos estaduais, sob pena de responsabilidade de seus
titulares, atenderão com a máxima presteza às solicitações da Comissão, in-
clusive requisição de técnicos e peritos, devendo comunicar prontamente a
impossibilidade de atendimento, em caso de força maior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 70 - Ultimada a instrução, será feita, no prazo de 3 (três) dias, a ci-


tação do indiciado, para a apresentação de defesa no prazo de 10 (dez) dias,
sendo-lhe facultada vista do processo, durante todo esse período, na sede
da Comissão.
§ 1º - Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20
(vinte) dias.
§ 2º - Estando o indiciado em lugar incerto, será citado por edital no órgão
oficial de imprensa, 3 (três) vezes, no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 3º - O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligên-
cias consideradas imprescindíveis.
* Art. 70 - Ultimada a instrução será feita no prazo de 3 (três) dias a ci-
tação do indiciado para apresentação de defesa no prazo de 10 (dez) dias,
que será comum sendo mais de um indiciado, com vista dos autos na sede
da Comissão.
§ 1º - Estando o indiciado em lugar incerto, será citado por edital, no
órgão oficial de divulgação do Estado por 3 (três) dias consecutivos.
§ 2º - O prazo de defesa será contado a partir da última publicação do
edital de citação.
§ 3º - As diligências e oitivas de testemunhas requeridas pela defesa fi-
carão a cargo do interessado e deverão ser concluídas no prazo de 10 (dez)
dias, sob pena de perda de prova.
* Artigo 70, § 1º, § 2º e § 3º - Nova redação dada pela Lei n. 1497/1989.
Art. 71 - Nenhum acusado será julgado sem defesa que poderá ser pro-
duzida em causa própria.
Parágrafo único. Será permitido o acompanhamento do inquérito pelo fun-
cionário acusado ou por seu defensor.
Art. 72 - Em caso de revelia, o Presidente da Comissão designará, de
ofício, um funcionário efetivo, bacharel em Direito, para defender o indiciado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 73 - Concluída a defesa, a Comissão remeterá o processo à autorida-


de competente, com relatório onde será exposta a matéria de fato e de direi-
to, concluindo pela inocência ou responsabilidade do indiciado, indicando, no
último caso, as disposições legais que entender transgredidas e a pena que
julgar cabível.
* Art. 73 - Concluída a defesa a Comissão opinará sobre a inocência ou a
responsabilidade do indiciado em relatório circunstanciado que deverá ser con-
cluído no prazo de 60 (sessenta) dias, contados do encerramento da defesa.
* Nova redação dada pela Lei n. 1497/1989.
Art. 74 - Recebido o processo, o Secretário de Estado de Administração
proferirá a decisão no prazo de 20 (vinte) dias, ou o submeterá, no prazo de
8 (oito) dias, ao Governador do Estado, para que julgue nos 20 (vinte) dias
seguintes ao seu recebimento.
§ 1º - A autoridade julgadora decidirá à vista dos fatos apurados pela Co-
missão, não ficando, todavia, vinculada às conclusões do relatório.
§ 2º - Se a autoridade julgadora entender que os fatos não foram apurados
devidamente, determinará o reexame do inquérito pelo órgão competente.
Art. 75 - Em caso de abandono de cargo ou função, a Comissão iniciará
seu trabalho, fazendo publicar, por 3 (três) vezes, edital de chamada do acu-
sado, no prazo máximo de 20 (vinte) dias.
Art. 76 - O funcionário só poderá ser exonerado a pedido após a conclu-
são do inquérito administrativo a que responder e do qual não resultar pena
de demissão.

CAPÍTULO IX
DA REVISÃO (ART. 77 A 82)

Art. 77 - Poderá ser requerida a revisão do inquérito administrativo de


que haja resultado pena disciplinar, quando forem aduzidos fatos ainda não
conhecidos, comprobatórios da inocência do funcionário punido.

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Parágrafo único. Tratando-se de funcionário falecido, desaparecido ou in-


capacitado de requerer, a revisão poderá ser solicitada por qualquer pessoa.
Art. 78 - A revisão processar-se-á em apenso ao processo originário.
Art. 79 - Não constitui fundamento para a revisão a simples alegação de
injustiça da penalidade.
Art. 80 - O requerimento, devidamente instruído, será encaminhado ao
Governador, que decidirá sobre o pedido.
Art. 81 - Autorizada a revisão, o processo será encaminhado à Comissão Re-
visora, que concluirá o encargo no prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável pelo
período de 30 (trinta) dias, a juízo do Secretário de Estado de Administração.
Parágrafo único. O julgamento caberá ao Governador, no prazo de 30 (trin-
ta) dias, podendo, antes, o Secretário de Estado de Administração determinar
diligências, concluídas as quais se renovará o prazo.
Art. 82 - Julgada procedente a revisão, será tornada sem efeito a pena
imposta, restabelecendo-se todos os direitos por ela atingidos.

TÍTULO
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS (Art. 83 a 88)

Art. 83 - As disposições de natureza estatutária que se contiverem no


Plano de Classificação de Cargos previsto no art. 18 da Lei Complementar n.º
20, de 1º de julho de 1974, bem como no Plano de Retribuição, e que vier a
lhe corresponder, integrar-se-ão para todos os efeitos, neste diploma legal.
Art. 84 - As normas legais e regulamentares referentes à promoção e
acesso, bem como as vantagens pessoais de funcionários dos Quadros II e III
(Suplementares) continuam em vigor no que não colidirem com as disposi-
ções deste Decreto-Lei e até posterior disciplinamento da matéria, enquanto
não forem incluídos no Quadro I (Permanente), nos termos do que vier a dis-
por o Plano de Classificação de Cargos do Estado do Rio de Janeiro.
Art. 85 - Contar-se-ão por dias corridos os prazos previstos neste Decreto-Lei.

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§ 1º - Na contagem dos prazos, exclui-se o dia do começo e inclui-se o do


vencimento.
§ 2º - Prorroga-se para o primeiro dia útil seguinte o prazo vincendo em
dia em que não haja expediente.
Art. 86 - É vedada a subordinação imediata do funcionário ao cônjuge ou
parente até segundo grau, salvo em funções de confiança, limitadas a duas.
Art. 87 - O dia 28 de outubro é consagrado ao serviço público estadual.
Art. 88 - Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 18 de julho de 1975.


FLORIANO FARIA LIMA
Ilmar Penna Marinho Júnior

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DECRETO N. 2.479 DE 08 DE MARÇO DE 1979


APROVA O REGULAMENTO DO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS
DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

O Governador do Estado do Rio de Janeiro, no uso da atribuição


que lhe confere o art. 70, inciso III, da Constituição Estadual, decreta:
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento do Estatuto dos Funcionários Pú-
blicos Civis do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro, baixado pelo De-
creto-Lei n. 220, de 18 de julho de 1975, que acompanha o presente decreto.
Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revo-
gadas as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 08 de março de 1979.
FLORIANO FARIA LIMA, Ilmar Penna Marinho Júnior, José Resen-
de Peres, Myrthes De Luca Wenzel, Luiz Rogério Mitraud de Castro
Leite, Carlos Balthazar da Silveira, Marcel Dezon Costa Hasslocher,
Laudo de Almeida Camargo, Hugo de Mattos Santos, Ronaldo Costa
Couto, Woodrow Pimentel Pantoja, Hélio Freire, Antônio Carlos de
Almeida Pizarro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

REGULAMENTO DO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS


PÚBLICOS CIVIS DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO ÚNICO

Art. 1º - O regime jurídico dos funcionários públicos civis do Poder Execu-


tivo do Estado do Rio de Janeiro, instituído pelo Decreto-Lei n. 220, de 18 de
julho de 1975, fica disciplinado na forma deste Regulamento.
§ 1º - Para os efeitos deste Regulamento, funcionário é a pessoa legal-
mente investida em cargo público estadual do Quadro I (Permanente), de
provimento efetivo ou em comissão, previsto no Plano de Cargos e Vencimen-
tos do Estado do Rio de Janeiro.
§ 2º - Aos servidores contratados no exercício de função gratificada, com
suspensão dos respectivos contratos de trabalho, e aos estagiários, somente
serão reconhecidos e concedidos os direitos e vantagens que expressamente
lhes estejam assegurados por este Regulamento.

TÍTULO II
DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º - Os cargos públicos são providos por:


I – nomeação;
II – reintegração;
III – transferência;

616
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IV – aproveitamento;
V – readaptação;
VI – outras formas determinadas em lei.
Art. 3º - O funcionário não poderá, sem prejuízo de seu cargo, ser provi-
do em outro cargo efetivo ou admitido como contratado, salvo nos casos de
acumulação legal.
Art. 4º - O ato de provimento deverá indicar necessariamente a existên-
cia de vaga, com todos os elementos capazes de identificá-la.
Art. 5º - A nomeação para cargo de provimento efetivo depende de prévia
habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Seção I
Do Concurso

Art. 6º - O concurso de provas ou de provas e títulos para provimento


de cargos por nomeação será sempre público, dele se dando prévia e ampla
publicidade da abertura de inscrições, requisitos exigidos, programas, reali-
zação, critérios de julgamento e tudo quanto disser respeito ao interesse dos
possíveis candidatos.
Art. 7º - O concurso objetivará avaliar:
I – o conhecimento e a qualificação profissionais, mediante provas ou
provas e títulos;
II – as condições de sanidade físico-mental;
III – o desempenho das atividades do cargo, inclusive as condições psico-
lógicas do candidato, mediante estágio experimental.
Art. 8º - Das instruções para o concurso constarão:
I – o limite de idade dos candidatos, que poderá variar de 18 (dezoito)
anos completos até 45 (quarenta e cinco) incompletos, dependendo da natu-
reza do cargo a ser provido;
II – o grau de instrução exigível, a ser comprovado mediante apresenta-
ção de documento hábil;

617
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

III – o número de vagas a ser preenchido, distribuído por especialização,


quando for o caso;
IV – o prazo de validade das provas, de 2 (dois) anos no máximo, só pror-
rogável uma vez, por período não excedente a 12 (doze) meses, havendo
motivos relevantes, a juízo do Secretário de Estado de Administração, conta-
dos da publicação da classificação geral;
V – o prazo de duração do estágio experimental, que não será inferior a 6
(seis) nem superior a 12 (doze) meses.
§ 1º - As instruções reguladoras do concurso serão aprovadas pelo Órgão
Central do Sistema de Pessoal Civil do Estado.
§ 2º - Independe de limite de idade a inscrição em concurso de servidores
da Administração Direta ou Indireta, ressalvados os casos em que, pela tipici-
dade das tarefas ou atribuições de cada cargo, deva ser fixado limite próprio
pelas instruções especiais de cada concurso.
§ 3º - Além dos requisitos de que trata este artigo, são exigíveis para ins-
crição em concurso público:
1) nacionalidade brasileira ou portuguesa, desde que reconhecida, na for-
ma da legislação federal pertinente, a igualdade de direitos e obrigações civis;
2) pleno gozo dos direitos políticos;
3) quitação das obrigações militares.
§ 4º - Encerradas as inscrições, regularmente processadas, para concur-
so destinado ao provimento de qualquer cargo, não se abrirão novas inscri-
ções para a mesma categoria funcional antes da publicação da homologação
do concurso.
§ 5º - Para as vagas que ocorrerem após a publicação das instruções re-
guladoras do concurso, a critério da Administração poderão ser designados
para estágio candidatos habilitados, desde que dentro do prazo de validade
das provas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 9º - O candidato habilitado nas provas e no exame de sanidade físi-


co-mental será submetido a estágio experimental, mediante ato de designa-
ção do Secretário de Estado, titular de órgão integrante da Governadoria ou
dirigente de autarquia.
Parágrafo único. O ato de designação indicará expressamente o prazo
do estágio, conforme o fixado pelas respectivas instruções reguladoras do
concurso.
Art. 10 – A designação prevista no artigo anterior observará a ordem de
classificação nas provas e o limite de vagas a serem preenchidas, percebendo
o estagiário retribuição correspondente a 80% (oitenta por cento) do venci-
mento do cargo, assegurada a diferença se nomeado afinal.
§ 1º - O candidato que, ao ser designado para estágio experimental, for
ocupante, em caráter efetivo, de cargo ou emprego em órgão da Administra-
ção Estadual Direta ou Autárquica, ficará dele afastado com a perda do venci-
mento ou salário, das vantagens e do auxílio-moradia, ressalvado o adicional
por tempo de serviço.
§ 2º - Este afastamento não alterará a filiação ao sistema previdenciário
do estagiário, nem a base de contribuição.
§ 3º - Não se exigirá o afastamento referido no § 1º, se o cargo efetivo for
acumulável com o do objeto do concurso.
Art. 11 – O candidato não aprovado no estágio experimental será con-
siderado inabilitado no concurso e retornará automaticamente ao cargo ou
emprego de que se tenha afastado, se for o caso.
Art. 12 – Expirado o prazo de duração do estágio experimental, a auto-
ridade que tiver designado o estagiário comunicará ao órgão promotor do
concurso o resultado do desempenho das atividades exercidas no cargo, in-
clusive suas condições psicológicas, idoneidade moral, assiduidade, disciplina
e eficiência, concluindo pela aprovação ou não do candidato.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º - O chefe imediato do estagiário encaminhará à autoridade referida


neste artigo, nos 15 (quinze) dias anteriores ao término do estágio, relatório
circunstanciado sobre o desempenho das atividades do interessado, se moti-
vo relevante não justificar encaminhamento antes deste prazo.
§ 2º - Quando a autoridade competente para a avaliação concluir desfavo-
ravelmente ao estagiário, fará publicar sua imediata dispensa.
§ 3º - Recebidos pelo órgão promotor do concurso os resultados da ava-
liação de todos os estagiários, será publicada no órgão oficial a classificação
final do concurso, que se homologará por ato do Secretário de Estado de
Administração.
§ 4º - O prazo de validade do concurso é de 90 (noventa) dias, contados
de sua homologação, dentro do qual serão nomeados, por proposta do Se-
cretário de Estado de Administração, os candidatos habilitados, observada
rigorosamente a classificação obtida.
§ 5º - Enquanto não publicado o ato de nomeação a que se refere o pará-
grafo anterior, o candidato permanecerá na condição de estagiário.
Art. 13 – A data da publicação do ato de nomeação será considerada,
para todos os efeitos, o início do exercício do cargo, salvo para a percepção
da diferença de retribuição a que se refere o artigo 10 e para aquisição de
estabilidade, quando se computará o período do estágio experimental.

Seção II
Da Investidura

Art. 14 – A investidura em cargo em comissão, integrante do Grupo I –


Direção e Assessoramento Superiores – DAS, ocorrerá com a posse; em cargo
de provimento efetivo, do Grupo III – Cargos Profissionais, com o exercício.
Em ambos os casos, iniciar-se-á dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados
da publicação do ato de provimento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 1º - Mediante requerimento do interessado e ocorrendo motivo relevan-


te, o prazo para investidura poderá ser prorrogado ou revalidado, a critério
da Administração, em até 60 (sessenta) dias, contados do término do prazo
de que trata este artigo.
§ 2º - Será tornado sem efeito o ato de provimento, se a posse ou o exer-
cício não se verificar nos prazos estabelecidos.
Art. 15 – São requisitos para a posse, além dos enumerados nos itens 1
a 3, do § 3º, do artigo 8º:
I – habilitação em exame de sanidade físico-mental realizado exclusiva-
mente por órgão oficial do Estado;
II – declaração de bens;
III – bom procedimento, comprovado por atestado de antecedentes ex-
pedido por órgão de identificação do Estado do domicílio do candidato à in-
vestidura ou mediante informação, em processo, ratificada pelo Secretário de
Estado de Segurança Pública;
IV – declaração sobre se detém outro cargo, função ou emprego, na Ad-
ministração Direta ou Indireta de qualquer esfera de Poder Público, ou se
percebe proventos de inatividade;
V – atendimento às condições especiais previstas em lei ou regulamento
para determinados cargos.
§ 1º - Quando o funcionário efetivo for provido em cargo em comissão,
não se exigirá a comprovação dos requisitos de que trata este artigo, exceto
os indicados nos incisos II e VI.
§ 2º - Quando o provimento recair em inativo, este atenderá às exigências
do artigo, além do requisito estabelecido no item 2, do § 3º, do artigo 8º.
Art. 16 – Da posse se lavrará termo do qual constará compromisso de fiel
cumprimento dos deveres da função pública, e se consignará a apresentação de
declaração de bens do empossado, incluídos os do seu cônjuge, se for o caso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Os termos de posse, acompanhados das respectivas de-


clarações de bens, deverão ser encaminhados, dentro de 48 (quarenta e
oito) horas, à Secretaria de Estado de Administração, ressalvados os relati-
vos às autarquias.
Art. 17 – São competentes para dar posse:
I – O Governador, aos Secretários de Estado e demais autoridades que lhe
sejam diretamente subordinadas;
II – os Secretários de Estados, aos ocupantes de cargo em comissão no
âmbito das respectivas Secretarias, inclusive aos dirigentes de autarquias a
estas vinculadas;
III – o Chefe do Gabinete Militar, o Procurador-Geral do Estado e o Procu-
rador-Geral da Justiça, aos ocupantes de cargo em comissão no âmbito dos
respectivos órgãos;
IV – os dirigentes de autarquias, aos ocupantes de cargo em comissão das
respectivas entidades.
Art. 18 – São requisitos para o exercício os mesmos estabelecidos para a
posse, bem como a prestação de fiança, quando a natureza da função o exigir.
Parágrafo único. A comprovação dos requisitos a que se referem os itens
1 e 3, do § 3º, do artigo 8º, e o inciso III, do artigo 15, não será exigida nos
casos de reintegração e aproveitamento.
Art. 19 – É competente para dar exercício o Secretário de Estado de Admi-
nistração, quando se tratar de investidura em cargos de provimento efetivo.
Art. 20 – A competência para dar posse e exercício poderá ser objeto de
delegação.

622
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Seção III
Da Fiança

Art. 21 – Quando o provimento em cargo ou função depender de prestação


de fiança, não se dará investidura sem a prévia satisfação dessa exigência.
§ 1º - A fiança poderá ser prestada em:
1) dinheiro;
2) títulos de dívida pública da União ou do Estado;
3) apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas por instituição ofi-
cial ou legalmente autorizada para esse fim.
§ 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da fiança, antes de to-
madas as contas do funcionário.
§ 3º - O responsável por alcance ou desvio de material não ficará isento
do procedimento administrativo e criminal que couber, ainda que o valor da
fiança seja superior ao prejuízo verificado.

CAPÍTULO II
DAS FUNÇÕES DE CONFIANÇA

Seção I
Dos Cargos em Comissão

Art. 22 – O cargo em comissão se destina a atender a encargos de direção


e de chefia, consulta ou assessoramento superiores, e é provido mediante
livre escolha do Governador, podendo esta recair em funcionário, em servidor
regido pela legislação trabalhista ou em pessoa estranha ao serviço público,
desde que reúna os requisitos necessários e a habilitação profissional para a
respectiva investidura.
§ 1º - A competência e as atribuições dos cargos em comissão e de seus
titulares serão definidas nos regimentos dos respectivos órgãos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º - Não poderão ocupar cargo em comissão os maiores de 70 (setenta)


anos e os que tenham sido aposentados por invalidez para o Serviço Público,
desde que subsistentes os motivos que determinaram a inatividade.
Art. 23 – Recaindo a nomeação em funcionário do Estado, este optará
pelo vencimento do cargo em comissão ou pela percepção do vencimento e
vantagens do seu cargo efetivo acrescida de uma gratificação correspondente
a 70% (setenta por cento) do valor fixado para o cargo em comissão.
Parágrafo único. A opção pelo vencimento do cargo em comissão não pre-
judicará o adicional por tempo de serviço devido ao funcionário, que será
calculado sobre o valor do cargo que ocupa em caráter efetivo.
Art. 24 – O servidor contratado, que aceitar nomeação para cargo em co-
missão da estrutura da Administração Direta ou das autarquias, terá suspenso
seu contrato de trabalho, enquanto durar o exercício do cargo em comissão.
§ 1º - Exonerado do cargo em comissão, o servidor reverterá imediata-
mente ao exercício do contrato.
§ 2º - O afastamento em virtude da condição temporária do exercício do
cargo em comissão e o retorno à situação primitiva serão obrigatoriamente
anotados na carteira profissional, bem como nos registros relativos ao servidor.
§ 3º - A retribuição pelo exercício de cargo em comissão será o valor do
respectivo símbolo, não podendo o servidor contratado exercer a opção pre-
vista no artigo 23.
§ 4º - O regime previdenciário dos servidores no exercício de cargo em
comissão é o dos funcionários efetivos da Administração Direta.
Art. 25 – Somente após ter sido colocado à disposição do Poder Executi-
vo do Estado, para o fim determinado, poderá o ato de nomeação recair em
funcionário de outro Poder ou de outra esfera de Governo.
Parágrafo único. Na hipótese do artigo, desde que o funcionário tenha
sido colocado à disposição do Governo Estadual sem ônus para a esfera do
poder a que pertence, receberá, pelo exercício do cargo em comissão, o ven-
cimento para este fixado; caso contrário, observará o procedimento estabe-
lecido no artigo 23.

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Inspetor de Polícia

Art. 26 – O inativo provido em cargo em comissão perceberá integral-


mente o vencimento para este fixado, cumulativamente com o respectivo
provento.
Art. 27 – A posse em cargo em comissão determinará o concomitante
afastamento do funcionário do cargo efetivo de que for titular, ressalvados os
casos de acumulação legal.

Seção II
Das Funções Gratificadas

Art. 28 – Função gratificada de preenchimento em confiança, integrante


do Grupo II – Chefia e Assistência Intermediárias – CAI, é a criada pelo Poder
Executivo, com símbolo próprio, para atender a encargos de chefia, secreta-
riado, assessoramento e outros, em níveis intermediário e inferior.
Art. 29 – O Poder Executivo, ao criar as funções gratificadas, observará
os recursos orçamentários existentes para esse fim, bem como os símbolos e
respectivas gratificações prefixadas em lei.
Art. 30 – O exercício da função gratificada, não constituindo emprego,
guardará correspondência de atribuições com as do cargo efetivo exercido
pelo funcionário designado, e a gratificação respectiva tem o caráter de van-
tagem acessória ao seu vencimento, de acordo com o ANEXO II do Decreto-
-Lei n. 408, de 02 de fevereiro de 1979.
Art. 31 – Com exceção dos aposentados e dos ocupantes de empregos
cujos contratos tenham sido suspensos, nos termos do Decreto-Lei n. 147,
de 26 de junho de 1975, somente poderá ser designado para prover função
gratificada funcionário efetivo do Estado.
§ 1º - A retribuição pelo exercício de função gratificada corresponderá ao
valor do respectivo símbolo, a que se acrescentará, como gratificação suple-
mentar temporária, o valor correspondente ao que o servidor vinha perce-
bendo no exercício do contrato suspenso.

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§ 2º - Aplicam-se à função gratificada as regras do § 2º, do artigo 22 e do


artigo 24 e seus § § 1º, 2º e 4º.
Art. 32 – São competentes para designar e dispensar ocupantes de fun-
ções gratificadas, no âmbito das respectivas unidades administrativas, e den-
tre os servidores que lhes são mediata ou imediatamente subordinados, as
autoridades referidas nos incisos II, III e IV, do artigo 17.
Parágrafo único. Quando a designação deva recair em servidor lotado em ór-
gão diferente, é indispensável a prévia concordância do dirigente desse órgão.
Art. 33 – Independe de exame de sanidade físico-mental a investidura em
função gratificada, salvo quando a designação recair em inativo ou em servi-
dor regido pela legislação trabalhista.
Art. 34 – Compete à autoridade a que ficar subordinado o servidor desig-
nado para função gratificada dar-lhe exercício no prazo de 30 (trinta) dias,
independentemente de posse.
Parágrafo único. Aplica-se à função gratificada o disposto nos § § 1º e 2º,
do artigo 14.

Seção III
Da Substituição

Art. 35 – Os cargos em comissão ou funções gratificadas poderão ser


exercidos, eventualmente, em substituição, nos casos de impedimento legal
e afastamento de seus titulares.
§ 1º - A substituição, que será automática ou dependerá de ato de desig-
nação, independe de posse.
§ 2º - A substituição automática é a estabelecida em lei, regulamento ou
regimento, e processar-se-á independentemente de ato.
§ 3º - Quando depender de ato e se a substituição for indispensável,
o substituto será designado pela autoridade imediatamente superior àquela
substituída.

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§ 4º - Pelo tempo de substituição o substituto perceberá o vencimento e


vantagens atribuídas ao cargo em comissão ou função gratificada, ressalvado
o caso de opção pelo vencimento e vantagens do seu cargo efetivo.
§ 5º - Quando se tratar de detentor de cargo em comissão ou função gra-
tificada, o substituto fará jus somente à diferença de remunerações.
Art. 36 – A substituição não poderá recair em servidor contratado ou em
pessoa estranha ao serviço público estadual, salvo na hipótese do § 5º do
artigo anterior.
Art. 37 – Na vacância de cargo em comissão ou de funções gratificadas,
e até o seu provimento, poderão ser designados funcionários do Estado para
responder pelo seu expediente.
Parágrafo único. Aplicam-se ao responsável pelo expediente as disposi-
ções desta Seção.
CAPÍTULO III
DAS FORMAS DE PROVIMENTO

Seção I
Da Nomeação

Art. 38 – A nomeação será feita:


I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de classe singular ou de
cargo de classe inicial de série de classes;
II – em comissão, quando se tratar de cargo que, em virtude de lei, assim
deva ser provido.
Art. 39 – A nomeação em caráter efetivo obedecerá à ordem rigorosa de
classificação dos candidatos habilitados em concurso.

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Seção II
Da Reintegração

Art. 40 – A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou judi-


cial, é o reingresso do funcionário exonerado ex officio ou demitido do serviço
público estadual, com ressarcimento do vencimento e vantagens e reconhe-
cimento dos direitos ligados ao cargo.
Parágrafo único. A decisão administrativa que determinar a reintegração
será sempre proferida em pedido de reconsideração, recurso hierárquico ou
revisão de processo.
Art. 41 – A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado; se
alterado, no resultante da alteração; se extinto, noutro de vencimento equi-
valente, observada a habilitação profissional.
Parágrafo único. Não ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nesse
artigo, o funcionário será reintegrado no cargo extinto, que será restabeleci-
do, como excedente.
Art. 42 – A reintegração ocorrerá sempre no sistema de classificação a
que pertencia o funcionário.
Art. 43 – Reintegrado o funcionário, quem lhe houver ocupado o lugar,
se não estável, será exonerado de plano; ou, se exercia outro cargo e este
estiver vago, a ele ou a outro vago da mesma classe será reconduzido, em
qualquer das hipóteses sem direito à indenização.
Parágrafo único. Se estável, o funcionário que houver ocupado o lugar do
reintegrado será obrigatoriamente provido em igual cargo, ainda que neces-
sária a sua criação, como excedente ou não.
Art. 44 – O funcionário reintegrado será submetido à inspeção médica e
aposentado se julgado incapaz.

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Seção III
Da Transferência

Art. 45 – Transferência, quando não se tratar da definida no inciso IV,


alínea “c”, do artigo 14 do Decreto-Lei n. 408, de 02 de fevereiro de 1979, é
o ato de provimento do funcionário em outro cargo de denominação diversa
e de retribuição equivalente.
Art. 46 – A transferência se fará à vista de comprovação competitiva de
habilitação dos interessados para o exercício do novo cargo, realizada perante
a Fundação Escola de Serviço Público do Estado do Rio de Janeiro.
Art. 47 – A transferência poderá ser feita de cargo de Administração Di-
reta para outro da autárquica, ou reciprocamente; e de um para outro cargo
de quadros diferentes da mesma entidade.
Art. 48 – Quando se tratar de cargo de classe inicial de série de classes,
a transferência não poderá ser feita para cargo vago destinado a provimento
por concurso já aberto.
Art. 49 – A transferência será feita a pedido do funcionário, atendidos o
interesse e a conveniência da Administração.
Art. 50 – A transferência não interromperá o exercício para efeito de adi-
cional por tempo de serviço.
Art. 51 – No caso de transferência para cargo correspondente à ativi-
dade profissional regulamentada, a habilitação será condicionada à prévia
comprovação de que o interessado satisfaz às exigências para o exercício da
profissão.
Art. 52 – Não poderá ser transferido o funcionário que não tenha adqui-
rido estabilidade.

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Seção IV
Do Aproveitamento

Art. 53 – Aproveitamento é o retorno ao serviço público estadual do fun-


cionário colocado em disponibilidade.
Art. 54 – O funcionário em disponibilidade poderá ser aproveitado em car-
go de natureza e vencimento compatível com os do anteriormente ocupado.
§ 1º - Restabelecido o cargo, ainda que modificada sua denominação, po-
derá nele ser aproveitado o funcionário posto em disponibilidade quando da
sua extinção.
§ 2º - O aproveitamento dependerá de prova de sanidade físico-mental
verificada mediante inspeção médica.
Art. 55 – Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá prefe-
rência o de maior tempo de disponibilidade e, no caso de empate, o de maior
tempo de serviço público estadual.
Art. 56 – Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponi-
bilidade, se o funcionário não entrar em exercício no prazo legal, salvo caso
de doença comprovada em inspeção médica.
Parágrafo único. Provada a incapacidade definitiva em inspeção médica,
será decretada a aposentadoria.

Seção V
Da Readaptação

Art. 57 – O funcionário estável poderá ser readaptado ex officio ou a pe-


dido em função mais compatível, por motivo de saúde ou incapacidade física.
Art. 58 – A readaptação de que trata o artigo anterior se fará por:
I – redução ou cometimento de encargos diversos daqueles que o funcio-
nário estiver exercendo, respeitadas as atribuições da série de classes a que
pertencer, ou do cargo de classe singular de que for ocupante;
II – provimento em outro cargo.

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§ 1º - A readaptação dependerá sempre de prévia inspeção realizada por


junta médica do órgão oficial competente.
§ 2º - A readaptação referida no inciso II deste artigo não acarretará des-
censo nem elevação de vencimento.
Art. 59 – A readaptação será processada:
I – quando provisória, mediante ato do Secretário de Estado de Admi-
nistração, pela redução ou atribuição de novos encargos ao funcionário, na
mesma ou em outra unidade administrativa, consideradas a hierarquia e as
funções do seu cargo;
II – quando definitiva, por ato do Governador, para cargo vago, mediante
transferência, observados os requisitos de habilitação fixados para a classe
respectiva.

CAPÍTULO IV
DA VACÂNCIA

Art. 60 – Dar-se-á vacância do cargo ou da função na data do fato ou da


publicação do ato que implique desinvestidura.
Art. 61 – A vacância decorrerá de:
I – exoneração;
II – demissão;
III – transferência;
IV – aposentadoria;
V – falecimento;
VI – perda do cargo;
VII – determinação em lei;
VIII – dispensa;
IX – destituição de função.
Art. 62 – Dar-se-á exoneração ou dispensa:
I – a pedido;
II – ex-officio.

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Parágrafo único. A exoneração ou dispensa ex officio ocorrerá nas seguin-


tes hipóteses:
1) de exercício de cargo em comissão ou função gratificada, salvo se a
pedido, aceito pela Administração;
2) de abandono de cargo, quando, extinta a punibilidade administrativa
por prescrição, o funcionário não houver requerido exoneração;
3) na prevista no artigo 43, primeira parte.
Art. 63 – O funcionário perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial ou mediante processo administrativo
disciplinar em que se lhe tenha assegurado ampla defesa;
II – quando, por ser desnecessário, for extinto, ficando o seu ocupante, se
estável, em disponibilidade;
III – nos demais casos especificados em lei.

TÍTULO III
DA REMOÇÃO
CAPÍTULO ÚNICO

Art. 64 – A remoção, a pedido ou ex officio, é o deslocamento do funcio-


nário de sua lotação para a de outra Secretaria de Estado ou órgão direta-
mente subordinado ao Governador.
§ 1º - A remoção só poderá dar-se para lotação em que houver claro.
§ 2º - O funcionário removido, quando em férias, não as interromperá.
Art. 65 – A remoção por permuta será processada a pedido escrito de
ambos os interessados.
Art. 66 – Cabe ao Secretário de Estado de Administração expedir os atos
de remoção, após audiência dos titulares dos órgãos interessados.
Parágrafo único. Quando se tratar de provimento de cargo em comissão, a
remoção decorrerá da publicação do respectivo ato de nomeação.

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TÍTULO IV
DO TEMPO DE SERVIÇO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 67 – O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados


no assentamento individual do funcionário.
§ 1º - Ao entrar em exercício o funcionário apresentará ao órgão compe-
tente os elementos necessários à abertura de seu assentamento individual.
§ 2º - O início do exercício e as alterações que nele ocorrerem serão co-
municados ao órgão setorial de pessoal, pelo titular da unidade administrativa
em que estiver servindo o funcionário.
Art. 68 – O funcionário entrará em exercício no prazo de 30 (trinta) dias
contados da data:
I – da publicação do ato de nomeação em cargo efetivo;
II – da publicação do ato de reintegração, de transferência ou de aprovei-
tamento;
III – da publicação do ato de provimento em função gratificada.
Art. 69 – A transferência, a promoção e a readaptação por motivo de
saúde não interrompem o exercício, que é contado na nova classe a partir da
validade do ato.
Art. 70 – O funcionário removido para outra unidade administrativa terá
prazo de 5 (cinco) dias, contados da data da publicação do respectivo ato,
para reiniciar suas atividades.
§ 1º - Quando em férias, licenciado ou afastado legalmente de seu cargo,
esse prazo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2º - O prazo a que se refere este artigo será considerado como período
de trânsito, computável como de efetivo exercício para todos os efeitos.

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§ 3º - O prazo referido no caput deste artigo poderá ser prorrogado, no


máximo por igual período, por solicitação do interessado, a juízo da autorida-
de competente para dar-lhe exercício.
Art. 71 – O funcionário terá exercício na unidade administrativa para a
qual for designado.
Art. 72 – Haverá lotação única de funcionários em cada Secretaria de Es-
tado ou órgão diretamente subordinado ao chefe do Poder Executivo.
§ 1º - Entende-se por lotação o número de funcionários de cada série de
classes ou de classes singulares, inclusive de ocupantes de funções de con-
fiança, que, segundo as necessidades, devam ter exercício em cada órgão de
Governo referido neste artigo.
§ 2º - O funcionário nomeado integrará lotação na qual houver claro, ob-
servando-se igual critério quanto às demais formas de provimento.
Art. 73 – O afastamento do funcionário de sua unidade administrativa,
quando para desempenho de função de confiança no Estado, dar-se-á somen-
te com ônus para a unidade requisitante.
Art. 74 – O funcionário será afastado do exercício de seu cargo:
I – enquanto durar o mandato legislativo ou executivo, federal ou estadual;
II – enquanto durar o mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito;
III – enquanto durar o mandato de Vereador, se não existir compatibilidade
de horário entre o seu exercício e o da função pública;
IV – durante o lapso de tempo que mediar entre o registro da candidatura
eleitoral e o dia seguinte ao da eleição.
Art. 75 – Preso preventivamente, pronunciado, denunciado por crise fun-
cional ou condenado por crime inafiançável em processo no qual não haja
pronúncia, o funcionário será afastado do exercício do cargo, até decisão
transitada em julgado.
§ 1º - Será, ainda, afastado o funcionário condenado por sentença defini-
tiva à pena que não determine demissão.
§ 2º - O funcionário suspenso disciplinar ou preventivamente, ou preso
administrativamente, será afastado do exercício do cargo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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CAPÍTULO II
DA APURAÇÃO

Art. 76 – A apuração do tempo de serviço será feita em dias, não consi-


derado, para qualquer efeito, o exercício de função gratuita.
§ 1º - O número de dias será convertido em anos, considerado o ano como
de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
§ 2º - Feita a conversão, os dias restantes até 182 (cento e oitenta e dois)
não serão computados, arredondando-se para um ano quando exceder esse
número, nos casos de cálculo para aposentadoria.
Art. 77 – Os dias de efetivo exercício serão computados à vista de docu-
mentação própria que comprove a frequência.
Art. 78 – Admitir-se-á como documentação própria comprobatória do
tempo de serviço público:
I – certidão de tempo de serviço, extraída de folha de pagamento;
II – certidão de frequência, extraída de folha de pagamento;
III – justificação judicial.
§ 1º - Os elementos probantes indicados nos incisos acima são exigíveis
na ordem direta de sua enumeração, somente sendo admitido o posterior
quando acompanhado de certidão negativa, fornecida pelo órgão competente
para a expedição do elemento a que se refere o anterior.
§ 2º - Sobre tempo de serviço comprovado mediante justificação judicial,
será prévia e obrigatoriamente ouvida a Procuradoria-Geral do Estado.
Art. 79 – Será considerado como de efetivo exercício o afastamento por
motivo de:
I – férias;
II – casamento e luto, até 8 (oito) dias;
III – exercício de outro cargo ou função de governo ou de direção, de pro-
vimento em comissão ou em substituição, no serviço público do Estado do Rio
de Janeiro, inclusive respectivas autarquias, empresas públicas e sociedades
de economia mista, ou serviço prestado à Presidência da República em virtu-
de de requisição oficial;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

IV – exercício de outro cargo ou função de governo ou de direção, de


provimento em comissão ou em substituição, no serviço público da União, de
outros Estados e dos Municípios, inclusive respectivas autarquias, empresas
públicas e sociedades de economia mista, quando o afastamento houver sido
autorizado pelo Governador, sem prejuízo do vencimento do funcionário;
V – estágio experimental;
VI – licença-prêmio;
VII – licença para repouso à gestante;
VIII – licença para tratamento de saúde;
IX – licença por motivo de doença em pessoa da família, desde que não
exceda o prazo de 12 (doze) meses;
X – acidente em serviço ou doença profissional;
XI – doença de notificação compulsória;
XII – missão oficial;
XIII – estudo no exterior ou em qualquer parte do território nacional,
desde que de interesse para a Administração e não ultrapasse o prazo de 12
(doze) meses;
XIV – prestação de prova ou de exame em curso regular ou em concurso
público;
XV – recolhimento à prisão, se absolvido afinal;
XVI – suspensão preventiva, se inocentado afinal;
XVII – convocação para serviço militar ou encargo da segurança nacional,
júri e outros serviços obrigatórios por lei;
XVIII – trânsito para ter exercício em nova sede;
XIX – faltas por motivo de doença comprovada, inclusive em pessoas da
família, até o máximo de 3 (três) durante o mês, e outros casos de força maior;
XX – candidatura a cargo eletivo, conforme o disposto nos incisos IV e V,
do artigo 74;
XXI – mandato legislativo ou executivo, federal ou estadual;
XXII – mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito;

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XXIII – mandato de Vereador, nos termos do disposto no inciso III, do


artigo 74;
XXI – mandato legislativo ou executivo, federal ou estadual;
XXII – mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito;
XXIII – mandato de Vereador, nos termos do disposto no inciso III, do
artigo 74.
Parágrafo único. O afastamento para o exterior, exceto em gozo de férias
ou licenças, dependerá de prévia autorização do Governador.
Art. 80 – Para efeito de aposentadoria ou disponibilidade será computado:
* Art. 80. Para efeito de aposentadoria, observado o limite temporal es-
tabelecido no art. 4º da Emenda Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de
1998, e de disponibilidade, será computado: (NR)
* Nova redação dada pela Lei Complementar n. 121/2008.
I – o tempo de serviço público federal, estadual e municipal;
II – o período de serviço ativo nas Forças Armadas, computado pelo dobro
o tempo em operações de guerra, inclusive quando prestado nas Forças Au-
xiliares e na Marinha Mercante;
III – o tempo de serviço prestado como extranumerário ou sob qualquer
outra forma de admissão, desde que remunerado pelos cofres públicos;
IV – o tempo de serviço prestado em autarquia, empresa pública ou socie-
dade de economia mista;
V – o período de trabalho prestado à instituição de caráter privado que
tiver sido transformada em estabelecimento de serviço público;
VI – o tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade ou aposentado;
VII – em dobro, o tempo de licença-prêmio não gozada;
VIII – em dobro, os períodos de férias não gozadas a partir do exercício
de 1977, limitadas a 60 (sessenta) dias, ressalvado o direito à contagem de
períodos anteriores para os amparados por legislação vigente até a edição do
Decreto-Lei n. 363, de 04 de outubro de 1977.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 81 – Ao funcionário será assegurada a contagem, qualquer que tenha


sido o regime da relação empregatícia, como de serviço público estadual, do
tempo prestado anteriormente à Administração Direta ou Indireta do Estado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para os efeitos de
concessão de licença-prêmio.
Art. 82 – É vedada a acumulação de tempo de serviço prestado, concor-
rente ou simultaneamente, em dois ou mais cargos, funções ou empregos em
qualquer das hipóteses previstas no art. 80.

CAPÍTULO III
DA FREQUÊNCIA E DO HORÁRIO

Art. 83 – A frequência será apurada por meio de ponto.


§ 1º - Ponto é o registro pelo qual se verificarão, diariamente, as entradas
e saídas do funcionário.
§ 2º - Nos registros do ponto deverão ser lançados todos os elementos
necessários à apuração da frequência.
Art. 84 – É vedado dispensar o funcionário do registro do ponto, bem
como abonar faltas ao serviço, salvo nos casos expressamente previstos em
lei ou regulamento.
§ 1º - A falta abonada é considerada, para todos os efeitos, presença ao
serviço.
§ 2º - Excepcionalmente e apenas para elidir efeitos disciplinares, poderá
ser justificada falta ao serviço.
§ 3º - O abono e a justificação de faltas ao serviço serão da competência
do chefe imediato do funcionário.
Art. 85 – O Governador, mediante expediente submetido a sua aprecia-
ção pelo Secretário de Estado de Administração, e quando assim considerar
de interesse público, poderá dispensar do registro de ponto funcionários que,
comprovadamente, participarem de Congressos, Seminários, Jornadas ou
quaisquer outras formas de reunião de profissionais, técnicos, especialistas,
religiosos ou desportistas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 86 – O Governador determinará, quando não discriminado em lei ou


regulamento, o número de horas diárias de trabalho dos órgãos e unidades
administrativas do Estado e das várias categorias profissionais.
§ 1º - O funcionário deverá permanecer em serviço durante as horas de
trabalho ordinário e as do extraordinário, quando convocado.
§ 2º - Nos dias úteis, somente por determinação do Governador, poderão
deixar de funcionar os serviços públicos ou ser suspensos os seus trabalhos,
no todo ou em parte.

TÍTULO V
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS

CAPÍTULO I
DA ESTABILIDADE

Art. 87 – Estabilidade é o direito que adquire o funcionário de não ser


demitido senão em virtude de sentença judicial ou processo administrativo
disciplinar em que se lhe tenha assegurado ampla defesa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes dos
cargos em comissão.
Art. 88 – A estabilidade será adquirida pelo funcionário, quando nomeado
em caráter efetivo, depois de aprovado no estágio experimental.
§ 1º - É de 2 (dois) anos de efetivo exercício o prazo aquisitivo da esta-
bilidade, computando-se, para esse efeito, o período e estágio experimental.
§ 2º - As disposições deste Capítulo não se aplicam ao contratado ocu-
pante de função gratificada, que continuará subordinado, necessariamente,
ao regime de tempo de serviço a que estava vinculado, nos termos da legis-
lação trabalhista.
Art. 89 – A estabilidade já adquirida será conservada se, sem interrupção
do exercício, o funcionário desvincular-se de seu cargo estadual, inclusive
autárquico, para investir-se em outro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO II
DAS FÉRIAS

Art. 90 – O funcionário gozará, obrigatoriamente, 30 (trinta) dias conse-


cutivos de férias remuneradas por ano civil, de acordo com escala respectiva.
§ 1º - A escala de férias poderá ser alterada, de acordo com as necessi-
dades do serviço, por iniciativa do chefe interessado, comunicada a alteração
ao órgão competente.
§ 2º - Somente depois do primeiro ano de efetivo exercício adquirirá o
funcionário direito a férias, as quais corresponderão ao ano em que se com-
pletar esse período.
§ 3º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao trabalho.
§ 4º - Não serão concedidas férias com início em um exercício e término
no seguinte.
§ 5º - Os ocupantes de cargo em comissão ou função gratificada farão jus
a 30 (trinta) dias ininterruptos de férias, ainda que o regime de seu cargo
efetivo estabeleça período diverso.
§ 6º - O funcionário aposentado que exerça cargo em comissão fará jus ao
gozo das férias previstas neste artigo, inclusive as relativas ao ano da publi-
cação do ato de aposentadoria, caso não utilizado o respectivo período.
§ 7º - Quando o ocupante de cargo efetivo participar, como membro, de
órgão de deliberação coletiva, as respectivas férias serão gozadas, obrigató-
ria e simultaneamente, nas duas situações funcionais.
Art. 91 – É proibida a acumulação de férias, salvo imperiosa necessi-
dade de serviço, não podendo a acumulação, nesse caso, abranger mais de
dois períodos.
Parágrafo único. O impedimento decorrente de necessidade de serviço, para
o gozo de férias pelo funcionário, não será presumido, devendo o seu chefe
imediato fazer comunicação expressa do fato ao órgão competente de pessoal,
sob pena de perda do direito à acumulação excepcional de dois períodos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 92 – No absoluto interesse do serviço, as férias poderão ser inter-


rompidas ou admitido o seu gozo parcelado.
§ 1º - As férias parceladas poderão ser gozadas:
1) em períodos de 10 (dez) dias;
2) em períodos de 15 (quinze) dias.
§ 2º - Na hipótese de interrupção de férias, se o período restante não se
ajustar ao estabelecido nos itens do parágrafo anterior, o prazo será contado
para efeito da acumulação de que trata o artigo precedente.
Art. 93 – Por motivo de provimento em outro cargo, o funcionário em
gozo de férias não será obrigado a interrompê-las; a investidura decorrente,
quando for o caso, terá como termo inicial do seu prazo a data em que o fun-
cionário voltar ao serviço.
Art. 94 – Todos os servidores, que operem diretamente com Raios X
ou substâncias radioativas, gozarão obrigatoriamente férias remuneradas
de 20 (vinte) dias consecutivos por semestre de atividade, não parceláveis
nem acumuláveis.
Parágrafo único. O Secretário de Estado de Administração, em ato próprio,
poderá estender o disposto no presente artigo aos servidores que lidem di-
retamente com outras substâncias consideradas altamente tóxicas ou insalu-
bres, ou estejam em contato direto e permanente com portadores de doenças
infecto-contagiosas.
Art. 95 – O funcionário, ao entrar em férias, comunicará ao chefe imedia-
to o seu endereço eventual.
Art. 96 – As disposições deste Capítulo são extensivas aos contratados
em exercício de função gratificada, e aos estagiários, na hipótese do § 5º do
artigo 12.

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CAPÍTULO III
DAS LICENÇAS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 97- Conceder-se-á licença:


I – para tratamento de saúde;
II – por motivo de doença em pessoa da família;
III – para repouso à gestante;
IV – para serviço militar, na forma da legislação específica;
V – para acompanhar o cônjuge;
VI – a título de prêmio;
VII – para desempenho de mandato legislativo ou executivo.
Art. 98 – Salvo os casos previstos nos incisos IV, V e VII, do artigo ante-
rior, o funcionário não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24
(vinte e quatro) meses.
§ 1º - Excetua-se do prazo estabelecido neste artigo a licença para trata-
mento de saúde, quando o funcionário for considerado recuperável, a juízo
da junta médica.
§ 2º - Nas licenças dependentes de inspeção médica, expirado o prazo
deste artigo e ressalvada a hipótese referida no parágrafo anterior, o funcio-
nário será submetido a nova inspeção, que concluirá pela sua volta ao servi-
ço, pela readaptação, ou pela aposentadoria, se for julgado definitivamente
inválido para o serviço público em geral.
Art. 99 – As licenças nos incisos I, II e III, do art. 97, serão concedidas
pelo órgão médico oficial competente ou por outros aos quais aquele transfe-
rir ou delegar atribuições, e pelo prazo indicado nos respectivos laudos.

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§ 1º - Estando o funcionário, ou pessoa de sua família, absolutamente


impossibilitado de locomover-se e não havendo na localidade qualquer dos
órgãos referidos neste artigo, poderá ser admitido laudo expedido por órgão
médico de outra entidade pública e, na falta, atestado passado por médico
particular, com firma reconhecida.
§ 2º - Nas hipóteses referidas no parágrafo anterior, o laudo ou atestado
deverá ser encaminhado ao órgão médico competente, no prazo máximo de
3 (três) dias contados da primeira falta ao serviço; a licença respectiva so-
mente será considerada concedida com a homologação do laudo ou atestado,
a qual será sempre publicada.
§ 3º - Será facultado ao órgão competente, em caso de dúvida razoável,
exigir nova inspeção por outro médico ou junta oficial.
§ 4º - No caso do laudo ou atestado não ser homologado, o funcionário
será obrigado a reassumir o exercício do cargo dentro de 3 (três) dias contados
da publicação do despacho denegatório, sendo considerados como de efetivo
exercício os dias em que deixou de comparecer ao serviço, por esse motivo.
§ 5º - Se, na hipótese do parágrafo anterior, a não homologação decorrer
de falsa afirmativa por parte do médico atestante, os dias de ausência do fun-
cionário serão tidos como faltas ao serviço, sujeitos, um e outro, a processo
administrativo disciplinar, que apurará e definirá responsabilidades; caso o
médico atestante não esteja vinculado ao Estado para fins disciplinares, este
comunicará o fato ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina,
em que seja inscrito.
Art. 100 – Terminada a licença, o funcionário reassumirá imediatamente
o exercício, ressalvados os casos de prorrogação e o previsto no artigo 111.
Art. 101 – A licença poderá ser prorrogada ex officio ou a pedido.
§ 1º - O pedido de prorrogação deverá ser apresentado antes de findo o
prazo da licença; se indeferido, contar-se-á como de licença o período com-
preendido entre a data do término e a da publicação oficial do despacho.
§ 2º - A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias contados do tér-
mino da anterior será, a critério médico, considerada como sua prorrogação.

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Art. 102 – Ressalvada a hipótese referida na primeira parte do inciso XIX,


do artigo 79, que será tida como de abono de faltas, o tempo necessário à
inspeção médica será considerado como de licença.
§ 1º - Considerado apto, o funcionário reassumirá o exercício, sob pena de
serem computados como faltas os dias de ausência ao serviço.
§ 2º - Se da inspeção ficar constatada simulação do funcionário, as ausên-
cias serão havidas como faltas ao serviço, e o fato será comunicado ao órgão
de pessoal para as providências disciplinares cabíveis.
Art. 103 – Ao funcionário provido em comissão, ou designado para fun-
ção gratificada, não se concederão, nesta qualidade, as licenças referidas nos
incisos IV, V, VI e VII, do artigo 97.
§ 1º - Aos contratados, quando no exercício de função gratificada, conce-
der-se-ão apenas as licenças de que tratam os incisos I a III, do artigo 97.
§ 2º - As disposições do parágrafo precedente aplicam-se ao ocupante de
cargo em comissão não detentor de cargo efetivo estadual.
§ 3º - Aos providos em substituição não se concederão, nesta qualidade,
as licenças referidas no artigo 97.
Art. 104 – A concessão de licença ao funcionário, exceto a decorrente de
acidente em serviço ou de doença profissional, não impedirá a sua exonera-
ção ou dispensa, quando esta se der em virtude do caráter precário ou tem-
porário de seu provimento.
Art. 105 – A licença superior a 90 (noventa) dias, com fundamento nos
incisos I e II, do artigo 97, dependerá de inspeção por junta médica.
Art. 106 – No processamento das licenças dependentes de inspeção mé-
dica, será observado o devido sigilo sobre os respectivos laudos ou atestados.
Art. 107 – No curso das licenças a que se referem os incisos I e II, do
artigo 97, o funcionário abster-se-á de qualquer atividade remunerada, sob
pena de interrupção da licença, com perda total do vencimento e demais van-
tagens, até que reassuma o exercício do cargo.

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Parágrafo único. Os dias correspondentes à perda de vencimento, de que


trata este artigo, serão considerados como faltas ao serviço.
Art. 108 – O funcionário licenciado comunicará ao chefe imediato o local
onde poderá ser encontrado.
Art. 109 – Os estagiários não gozarão, nesta condição, das licenças refe-
ridas no artigo 97; a ocorrência de qualquer fato ou circunstância tipificadora
daquelas licenças importará no seu imediato afastamento do estágio e elimi-
nação do respectivo concurso.
§ 1º - Na hipótese do estagiário sofrer acidente em serviço, contrair do-
ença profissional ou sofrer internação compulsória para tratamento psiquiá-
trico, a eliminação do concurso não prejudicará a percepção de sua retribui-
ção, que se fará até que o órgão médico oficial competente declare seu pleno
restabelecimento.
§ 2º - Aplica-se aos estagiários o disposto no artigo 246, excetuada a re-
gra estabelecida em seu § 1º.
Seção II
Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 110 – A licença para tratamento de saúde será concedida, ou prorro-


gada, ex officio ou a pedido do funcionário ou de seu representante, quando
não possa ele fazê-lo.
§ 1º - Em qualquer dos casos é indispensável a inspeção médica, que será
realizada, sempre que necessário, no local onde se encontrar o funcionário.
§ 2º - Incumbe à chefia imediata promover a apresentação do funcionário
à inspeção médica, sempre que este a solicitar.
Art. 111 – O funcionário não reassumirá o exercício do cargo sem nova
inspeção médica, quando a licença concedida assim o tiver exigido; realizada
essa nova inspeção, o respectivo atestado ou laudo médico concluirá pela vol-
ta ao serviço, pela prorrogação da licença, pela readaptação do funcionário ou
pela sua aposentadoria.

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Art. 112 – Em caso de doença grave, contagiosa ou não, que imponha


cuidados permanentes, poderá a junta médica, se considerar o doente irrecu-
perável, determinar, como resultado da inspeção, sua imediata aposentadoria.
Parágrafo único. A inspeção, para os efeitos deste artigo, será realizada
obrigatoriamente por uma junta composta de pelo menos 3 (três) médicos.
Art. 113 – O funcionário que se recusar à inspeção médica ficará impedi-
do do exercício do seu cargo, até que se verifique a inspeção.
Parágrafo único. Os dias em que o funcionário, por força do disposto neste
artigo, ficar impedido do exercício do cargo, serão tidos como faltas ao serviço.
Art. 114 – No curso da licença poderá o funcionário requerer inspeção
médica, caso se julgue em condições de reassumir o exercício ou de ser
aposentado.
Art. 115 – Quando a licença para tratamento de saúde for concedida em
decorrência de acidente em serviço ou de doença profissional, esta circuns-
tância se fará expressamente consignada.
§ 1º - Considera-se acidente em serviço todo aquele que se verifique
pelo exercício das atribuições do cargo, provocando, direta ou indiretamen-
te, lesão corporal, perturbação funcional ou doença que determine a morte;
a perda total ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade física ou
mental para o trabalho.
§ 2º - Equipara-se ao acidente em serviço o ocorrido no deslocamento en-
tre a residência e o local do trabalho, bem como o dano resultante da agres-
são não provocada, sofrida pelo funcionário no desempenho do cargo ou em
razão dele.
§ 3º - A prova do acidente será feita em processo especial, no prazo de 8
(oito) dias, prorrogável por igual período, quando as circunstâncias o exigirem.
§ 4º - Entende-se por doença profissional a que se deve atribuir, como
relação de efeito e causa, às condições inerentes ao serviço ou fatos nele
ocorridos.

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§ 5º - A prova pericial da relação de causa e efeito a que se refere o pará-


grafo anterior será produzida por junta médica oficial.
Art. 116 – A licença para tratamento de saúde será concedida sempre
com vencimento e vantagens integrais.

Seção III
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 117 – O funcionário poderá obter licença por motivo de doença na


pessoa de ascendente, descendente, colateral consanguíneo ou afim, até o
2º grau civil, cônjuge do qual não esteja legalmente separado, ou pessoa que
vive a suas expensas e conste do respectivo assentamento individual, des-
de que prove ser indispensável sua assistência pessoal e esta não possa ser
prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
Art. 118 – A licença referida no artigo anterior será concedida, ou prorro-
gada, a pedido do funcionário.
Art. 119 – A licença de que trata esta Seção será concedida com venci-
mento e vantagens integrais nos primeiros 12 (doze) meses, e com 2/3 (dois
terços) por outros 12 (doze) meses, no máximo.

Seção IV
Da Licença para Repouso à Gestante

Art. 120 – À funcionária gestante será concedida licença, pelo prazo de 4


(quatro) meses.
Parágrafo único. Salvo prescrição médica em contrário, a licença será con-
cedida a partir do oitavo mês de gestação.
Art. 121 – À funcionária gestante, quando em serviço incompatível com
seu estado, se aplicará, a partir do quinto mês da gestação e até o início da
licença de que trata o artigo anterior, o disposto no inciso I, do artigo 58.
Art. 122 – A licença de que trata esta Seção será concedida com venci-
mento e vantagens integrais.

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Seção V
Da Licença para Serviço Militar

Art. 123 – Ao funcionário que for convocado para serviço militar ou outro
encargo da segurança nacional, será concedida licença pelo prazo que durar
a sua incorporação ou convocação.
§ 1º - A licença será concedida à vista do documento oficial que prove a
incorporação ou convocação.
§ 2º - Do vencimento descontar-se-á a importância que o funcionário
percebe na qualidade de incorporado, salvo se optar pelas vantagens do
serviço militar.
§ 3º - Ao funcionário desincorporado ou desconvocado conceder-se-á pra-
zo não excedente de 30 (trinta) dias para que reassuma o exercício, sem
perda do vencimento.
Art. 124 – Ao funcionário oficial da reserva das Forças Armadas será
também concedida a licença referida no artigo anterior durante os estágios
previstos pelos regulamentos militares.
Parágrafo único. Quando o estágio for remunerado, assegurar-se-lhe-á o
direito de opção.

Seção VI
Da Licença para Acompanhar o Cônjuge

Art. 125 – O funcionário casado terá direito à licença sem vencimento


quando se cônjuge for exercer mandato eletivo ou, sendo militar ou servidor
da Administração Direta, de autarquia, de empresa pública, de sociedade de
economia mista ou de fundação instituída pelo Poder Público, for mandado
servir, ex officio, em outro ponto do território estadual, nacional ou no exterior.
Parágrafo único. Existindo no novo local de residência órgão estadual, o
funcionário nele será lotado, havendo claro, ou não havendo, poderá ser-lhe
concedida, em caso de interesse da Administração, permissão de exercício,
enquanto ali durar sua permanência.

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Art. 126 – A licença dependerá de pedido devidamente instruído, que


deverá ser renovado de 2 (dois) em 2 (dois) anos; finda a sua causa, o fun-
cionário deverá reassumir o exercício dentro de 30 (trinta) dias, a partir dos
quais a sua ausência será computada como falta ao trabalho.
Art. 127 – Independentemente do regresso do cônjuge, o funcionário po-
derá reassumir o exercício a qualquer tempo, não podendo, neste caso, reno-
var o pedido de licença senão depois de 2 (dois) anos da data da reassunção,
salvo se o cônjuge for transferido novamente.
Art. 128 – As normas desta Seção aplicam-se aos funcionários que vivem
maritalmente, desde que haja impedimento legal ao casamento e convivência
por mais de 5 (cinco) anos.
Seção VII
Da Licença-Prêmio

Art. 129 – Após cada quinquênio de efetivo exercício prestado ao Es-


tado, ou a suas autarquias, ao funcionário que a requerer, conceder-se-á
licença-prêmio de 3 (três) meses, com todos os direitos e vantagens de seu
cargo efetivo.
§ 1º - Não será concedida a licença-prêmio se houver o funcionário, no
quinquênio correspondente:
1) sofrido pena de suspensão ou de multa;
2) faltado ao serviço, salvo se abonada a falta;
3) gozado as licenças para tratamento de saúde, por motivo de doença em
pessoa da família e por motivo de afastamento do cônjuge, por prazo superior
a 90 (noventa) dias, em cada caso.
§ 2º - Suspender-se-á, até o limite de 90 (noventa) dias, em cada uma
das licenças referidas no item 3, do parágrafo anterior, a contagem de tempo
de serviço para efeito de licença-prêmio.
§ 3º - O gozo da licença prevista no inciso III, do art. 97, não prejudicará
a contagem do tempo de serviço para efeito de licença-prêmio.

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§ 4º - Para apuração do quinquênio computar-se-á, também, o tempo de


serviço prestado anteriormente em outro cargo estadual, desde que entre um
e outro não haja interrupção de exercício.
Art. 130 – O direito à licença-prêmio não tem prazo para ser exercitado.
Art. 131 – A competência para a concessão de licença-prêmio é do Diretor
da Divisão de Pessoal do Departamento de Administração de cada Secretaria
de Estado ou de órgão diretamente subordinado ao Governador.
Art. 132 – O funcionário investido em cargo de provimento em comissão
ou função gratificada será licenciado com o vencimento e vantagens do cargo
de que seja ocupante efetivo.
Art. 133 – Quando o funcionário ocupar cargo em comissão ou função
gratificada por mais de 5 (cinco) anos, apurados na forma do artigo 129,
assegurar-se-lhe-á, no gozo da licença, importância igual à que venha perce-
bendo pelo exercício do cargo em comissão ou da função gratificada.
Parágrafo único. Adquirido o direito à licença-prêmio de acordo com o
estabelecido neste artigo, a ulterior exoneração do cargo em comissão ou
dispensa da função gratificada não prejudicará a forma de remuneração nele
adotada, quando do efetivo gozo da licença pelo funcionário.
Art. 134 – Em caso de acumulação de cargos, a licença-prêmio será con-
cedida em relação a cada um deles, simultânea ou separadamente.
Parágrafo único. Será independente o cômputo do quinquênio em relação
a cada um dos cargos acumuláveis.
Art. 135 – A licença-prêmio poderá ser gozada integralmente, ou em pe-
ríodos de 1 (um) a 2 (dois) meses.
Parágrafo único. Se a licença for gozada em períodos parcelados, deve ser
observado intervalo obrigatório de 1 (um) ano entre o término de um período
e o início de outro.
Art. 136 – O funcionário poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício
do seu cargo, condicionado o gozo dos dias restantes da licença à regra con-
tida no artigo anterior.

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Parágrafo único. Se na interrupção da licença se verificar que o funcionário


gozou período não conforme o disposto no artigo 135, o prazo restante da
licença referente ao mesmo quinquênio, qualquer que seja ele, ficará insus-
cetível de gozo, sendo computável apenas para efeito de aposentadoria, nos
termos do artigo 80, inciso VII.
Art. 137 – É vedado transformar em licença-prêmio faltas ao serviço ou
qualquer outra licença concedida ao funcionário.

Seção VIII
Da Licença para Desempenho de Mandato Legislativo ou Executivo

Art. 138 – O funcionário será licenciado sem vencimento ou vantagens de


seu cargo efetivo, para desempenho de mandato eletivo, federal ou estadual.
Parágrafo único. A licença a que se refere este artigo será concedida a
partir da diplomação do eleito, pela Justiça Eleitoral, e perdurará pelo prazo
do mandato.
Art. 139 – O funcionário investido no mandato eletivo de Prefeito ou Vi-
ce-Prefeito ficará licenciado desde a diplomação pela Justiça Eleitoral, até o
término do mandato, sendo-lhe facultado optar pela percepção do vencimen-
to e vantagens do seu cargo efetivo.
Art. 140 – Quando o funcionário exercer, por nomeação, mandato execu-
tivo federal ou municipal, ficará, desde a posse, licenciado sem vencimento e
vantagens do seu cargo efetivo, ressalvado, para o âmbito municipal, o direi-
to de opção pela remuneração do cargo efetivo.
Art. 141 – Investido o funcionário no mandato de Vereador e havendo
compatibilidade de horários, perceberá o vencimento e as vantagens do
seu cargo sem prejuízo dos subsídios a que faz jus; inexistindo compatibi-
lidade, ficará afastado do exercício do seu cargo sem percepção do venci-
mento e vantagens.

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CAPÍTULO IV
O VENCIMENTO

Art. 142 – Vencimento é a retribuição pelo efetivo exercício do cargo,


correspondente à referência ou símbolo fixado em lei.
Art. 143 – Perderá o vencimento e vantagens do cargo efetivo o funcio-
nário que se afastar:
I – para prestar serviço à União, a outro Estado, a Município, a sociedade
de economia mista, a empresa pública, a fundação instituída pelo Poder Pú-
blico ou a Organização Internacional, salvo quando, a juízo do Governador,
reconhecido o afastamento como de interesse do Estado;
II – em decorrência de prisão administrativa, salvo se inocentado afinal;
III – para exercer cargo em comissão, ressalvado o direito de opção e o
de acumulação legal;
IV – para estágio experimental.
Parágrafo único. Os afastamentos de que tratam os incisos deste artigo
não implicam suspensão de pagamento adicional por tempo de serviço, em
cujo gozo se encontre o funcionário.
Art. 144 – O funcionário perderá, ainda, o vencimento e vantagens do
seu cargo:
I – enquanto durar o mandato eletivo, federal ou estadual;
II – enquanto durar o mandato executivo municipal, eletivo ou por nome-
ação, salvo o direito de opção previsto nos artigos 139 e 140;
III – quando estiver no efetivo exercício de seu mandato, se eleito Ve-
reador, e se, havendo incompatibilidade de horários com o exercício de seu
cargo, dele ficar afastado.
Art. 145 – O funcionário deixará de receber:
I – 1/3 (um terço) do vencimento e vantagens, durante o afastamento por
motivo de suspensão preventiva ou recolhimento à prisão por ordem judicial
não decorrente de condenação definitiva, ressalvado o direito à diferença se
absolvido afinal, ou se o afastamento exceder o prazo de condenação definitiva;

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II – 2/3 (dois terços) do vencimento e vantagens, durante o cumprimento,


sem perda do cargo, de pena privativa de liberdade;
III – vencimento e vantagens do dia em que não comparecer ao serviço,
salvo o disposto no inciso XIX, do artigo 79;
IV – vencimento e vantagens do dia, se comparecer ao serviço após os 60
(sessenta) minutos seguintes à hora inicial do expediente, ou se sem autori-
zação por mais de 60 (sessenta) minutos;
V – 1/3 (um terço) do vencimento e vantagens do dia, se comparecer ao
serviço dentro dos 60 (sessenta) minutos seguintes à hora inicial do expediente
ou retirar-se sem autorização, dentro dos 60 (sessenta) minutos finais, ou, ain-
da, ausentar-se sem autorização por período inferior a 60 (sessenta) minutos.
§ 1º - No caso de faltas sucessivas serão computados, para efeito de des-
contos, os sábados, domingos, feriados e pontos facultativos intercalados.
§ 2º - Na hipótese do inciso V, os descontos acumuláveis havidos em um
mesmo mês não serão convertidos em faltas para efeito de contagens de
tempo de serviço.
Art. 146 – Nenhum funcionário poderá perceber menos do que o salá-
rio-mínimo vigente na capital do Estado.
Art. 147 – O vencimento, o provento, ou qualquer vantagem pecuniária
não sofrerá descontos além dos previstos em lei, nem será objeto de penho-
ra, salvo quando se tratar de:
I – prestação de alimentos determinada judicialmente;
II – dívida para com a Fazenda Pública.
Art. 148 – As reposições e indenizações devidas à Fazenda Estadual serão
descontadas, em parcelas mensais consecutivas, não excedentes da décima
parte do vencimento ou provento, exceto na ocorrência de má fé, hipótese
em que não se admitirá parcelamento.

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Inspetor de Polícia

§ 1º - Será dispensada a reposição nos casos em que a percepção inde-


vida tiver decorrido de entendimento expressamente aprovado pelo Órgão
Central do Sistema de Pessoal Civil ou pela Procuradoria-Geral do Estado.
§ 2º - Quando o funcionário for exonerado, demitido ou vier a falecer, a
quantia devida será inscrita como dívida ativa e cobrada judicialmente.

CAPÍTULO V
DAS VANTAGENS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 149 – Além do vencimento, poderá o funcionário perceber as seguin-


tes vantagens pecuniárias:
I – adicional por tempo de serviço;
II – gratificações;
III – ajuda de custo e transporte ao funcionário mandado servir em nova sede;
IV – diárias, àquele que, em objeto de serviço, se deslocar eventualmente
da sede.

Seção II
Do Adicional por Tempo de Serviço

Art. 150 – O adicional por tempo de serviço será objeto de disciplina pró-
pria a ser baixada, observado o disposto no artigo 19, do Decreto-Lei n. 408,
de 02 de fevereiro de 1979, e no § 6º do artigo 7º do Decreto-Lei n. 415, de
20 de fevereiro de 1979.

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Seção III
Das Gratificações

SUBSeção I
Disposições Gerais

Art. 151 – Conceder-se-á gratificação:


I – de função;
II – pelo exercício de cargo em comissão;
III – pela prestação de serviço extraordinário;
IV – de representação de Gabinete;
V – de representação de Gabinete;
VI – pela participação em órgão de deliberação coletiva;
VII – pelo exercício:
a) de encargos de auxiliar ou membro de banca ou comissão examinadora
de concurso;
b) de atividade temporária de auxiliar ou professor de curso oficialmente
instituído.

SUBSeção II
Da Gratificação de Função

Art. 152 – Gratificação de função é a que corresponde ao exercício de


função gratificada instituída e remunerada na forma do que dispõe a Seção
II, Capítulo II, Título II.
Art. 153 – A gratificação de função será mantida nos casos de afasta-
mento previstos nos incisos I, II, VII, VIII, X, XI, XII, XIII, XIV, XVII, exceto
convocação para serviço militar, e XIX, do artigo 79.
Parágrafo único. Na hipótese do afastamento referido no inciso VI do arti-
go 79, obedecer-se-á, quando for o caso, ao disposto no artigo 133.

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Art. 154 – O exercício de função gratificada impede o recebimento da


gratificação pela prestação de serviço extraordinário.
Art. 155 – Além do exercício de função gratificada regularmente instituí-
da, poderá ser atribuída, na forma de regulamentação específica, gratificação
de função a funcionários que desempenhem atividades especiais ou exceden-
tes às atribuições de seu cargo, vedado o seu recebimento cumulativo com as
gratificações específicas das funções de confiança.

SUBSeção III
Da Gratificação pelo Exercício de Cargo em Comissão

Art. 156 – A gratificação pelo exercício de cargo em comissão equivale


a 70% do valor fixado para o símbolo a ele correspondente, e a ela faz jus o
funcionário que, no exercício desse cargo, haja optado pelo vencimento do
seu cargo efetivo, conforme o estabelecido no artigo 23, segunda parte.
Art. 157 – À gratificação de que trata o artigo anterior, aplica-se o dispos-
to nos artigos 153 e 154.

SUBSeção IV
Da Gratificação pela Prestação de Serviço Extraordinário

Art. 158 – A gratificação pela prestação de serviço extraordinário se des-


tina a remunerar as atividades executadas fora do período normal de trabalho
a que estiver sujeito o funcionário, no desempenho de seu cargo efetivo.
Parágrafo único. A prestação de serviço extraordinário poderá dar-se em
outro órgão que não o de lotação do funcionário, desde que se manifestem
favoravelmente os respectivos dirigentes.
Art. 159 – A duração normal do trabalho dos funcionários da Administra-
ção Direta poderá, excepcionalmente, ser acrescida de horas extraordinárias,
respeitado o limite de duas horas diárias, não se admitindo recusa por parte
do funcionário em prestá-las.

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Parágrafo único. Os limites a que se refere o artigo poderão ser ampliados,


havendo concordância expressa do funcionário designado para a realização
do serviço extraordinário, observado, porém, o disposto no artigo 161.
Art. 160 – O acréscimo de horas extraordinárias, proposto pelo chefe da
unidade administrativa interessada e ouvida a Inspetoria Setorial de Finan-
ças sobre a existência de saldo na dotação orçamentária, será submetido às
autoridades diretamente subordinadas ao Governador, para autorização, que
será publicada no órgão oficial.
Parágrafo único. A proposta deverá caracterizar a natureza da medida e
justificar a necessidade da prestação do serviço em horário extraordinário.
Art. 161 – A gratificação pela prestação de serviço extraordinário será
paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado, ressalvados os casos
previstos neste regulamento.
§ 1º - O valor da hora extraordinária será obtido dividindo-se o valor
da referência correspondente ao vencimento mensal, que regulou a duração
normal do trabalho, por 30 (trinta) vezes o número de horas da jornada nor-
mal, aumentado de 25% (vinte e cinco por cento) o resultado, salvo em se
tratando de serviço extraordinário noturno, como tal considerado o que for
prestado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do
dia imediato, hipótese em que o aumento será de 50% (cinquenta por cento).
§ 2º - A gratificação pela prestação de serviço extraordinário não poderá
exceder, em cada mês, a 50% (cinquenta por cento) do valor da referência
correspondente ao vencimento.
Art. 162 – Ao funcionário não se concederá gratificação por serviço ex-
traordinário quando:
I – no exercício de cargo em comissão ou função gratificada;
II – a prestação do serviço extraordinário decorrer de execução de ativi-
dade a ser retribuída pela gratificação:
a) de representação de Gabinete;
b) de encargo de auxiliar ou membro de banca ou comissão examinadora
de concurso;

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Inspetor de Polícia

c) de atividade temporária de auxiliar ou professor de curso oficialmente


instituído;
III – em regime de acumulação de cargos, empregos ou funções.
Art. 163 – Considerar-se-ão automaticamente autorizadas as horas extra-
ordinárias ocorridas em virtude de acidente com o equipamento de trabalho,
incêndio, inundação e outros motivos de casos fortuitos ou de força maior.
Parágrafo único. As horas extraordinárias a que se refere este artigo pode-
rão ser compensadas posteriormente por folga em período equivalente.
Art. 164 – Não será submetido ao regime de serviço extraordinário:
I – o funcionário em gozo de férias ou licenciado;
II – o ocupante de cargo beneficiado por horário especial em virtude do
exercício de atividades com risco de vida ou saúde.
Art. 165 – A gratificação por serviço extraordinário tem caráter transitó-
rio, não gerando a sua percepção qualquer direito de incorporação ao ven-
cimento ou provento de aposentadoria, sobre ela não incidindo o cálculo de
qualquer vantagem.
Parágrafo único. O desempenho de atividades em horas extraordinárias
não será computado como tempo de serviço público para qualquer efeito.

SUBSeção V
Da Gratificação de Representação de Gabinete

Art. 166 – A gratificação de representação de Gabinete é a que tem por


fundamento a compensação de despesas de apresentação inerentes ao local
do exercício ou a remuneração de encargos especiais.
Parágrafo único. A representação dos funcionários ocupantes de cargo em
comissão ou função gratificada é a fixada em lei.
Art. 167 – A gratificação poderá ser concedida:
I – aos funcionários em exercício nos Gabinetes dos Secretários de Esta-
do, nos Gabinetes da Governadoria e nos da Procuradoria Geral do Estado e
Procuradoria Geral da Justiça;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – Aos funcionários que, a critério dos titulares dos órgãos referidos no


inciso anterior, assim devam ser remunerados.
§ 1º - O valor global da gratificação de representação de Gabinete, por
Secretaria, será aprovado pelo Governador, ouvida a Secretaria de Planeja-
mento e Coordenação Geral quanto aos aspectos orçamentários e financeiros.
§ 2º - O valor individual da gratificação será fixado em tabela aprovada
pelos titulares dos órgãos referidos no inciso II deste artigo, observado o
disposto no parágrafo anterior, não podendo exceder a 50% (cinquenta por
cento) do vencimento do cargo efetivo do funcionário.
Art. 168 – A gratificação de representação de Gabinete não será suspen-
sa nos afastamentos seguintes:
I – férias;
II – casamento;
III – luto;
IV – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
V – licenças para tratamento de saúde e repouso à gestante;
VI – faltas até o máximo de 3 (três) durante o mês, por motivo de doença
comprovada pelo órgão competente, inclusive quando em pessoa da família.

SUBSeção VI
Da Gratificação pela Participação em Órgão de Deliberação Coletiva

Art. 169 – A gratificação pela participação em órgão de deliberação cole-


tiva destina-se a remunerar a presença dos componentes dos órgãos colegia-
dos regularmente instituídos.
§ 1º - A gratificação de que trata este artigo será fixada por decreto em
base percentual calculada sobre o valor de símbolo de cargo em comissão ou
função gratificada, e paga por dia de presença às sessões do órgão colegiado.
§ 2º - Compete ao Governador arbitrar a ajuda de custo a ser paga ao
funcionário designado para missão no exterior.

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Inspetor de Polícia

Art. 170 – É vedada a participação do funcionário em mais de um órgão


de deliberação coletiva, salvo quando na condição de membro nato.
Parágrafo único. Quando o funcionário for membro nato de mais de um
órgão de deliberação coletiva, poderá optar pela gratificação de valor mais
elevado.
Art. 171 – A gratificação pela participação em órgão de deliberação co-
letiva é acumulável com quaisquer outras vantagens pecuniárias atribuídas
ao funcionário.
Parágrafo único. Durante os afastamentos legais do titular, apenas o su-
plente perceberá a gratificação pela participação em órgão de deliberação
coletiva.

SUBSeção VII
Da Gratificação pela Participação em Banca Examinadora

De Concurso ou em Curso Oficialmente Instituído


Art. 172 – Pelo exercício de encargo de auxiliar ou membro de banca ou
comissão examinadora de concurso ou de atividade temporária de auxiliar ou
professor de curso oficialmente instituído, ao funcionário será atribuída grati-
ficação conforme o estabelecido nesta Subseção.
Art. 173 – Entende-se como encargo de membro de banca ou comissão
examinadora de concurso a tarefa desempenhada, por designação especial
de autoridade competente, no planejamento, organização e aplicação de pro-
vas, correção e apuração dos resultados, revisão e decisão dos recursos inter-
postos, até a classificação definitiva, nos concursos, provas de seleção ou de
habilitação, quando eventualmente realizados pelos órgãos da Administração
Direta do Estado para provimento de cargos, preenchimento de empregos ou
admissão a cursos oficialmente instituídos.
Art. 174 – Professor de curso oficialmente instituído é o designado pela
autoridade competente, para exercer atividade temporária de magistérios
nas áreas de treinamento e aperfeiçoamento de pessoal.

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Inspetor de Polícia

Art. 175 – Somente funcionário do Estado poderá ser designado para exer-
cer as atividades de auxiliar de banca ou comissão examinadora de concurso,
ou para a atividade temporária de auxiliar de curso oficialmente instituído.
Art. 176 – A gratificação pelo exercício de atividade temporária de auxi-
liar de professor de curso oficialmente instituído somente será atribuída ao
funcionário se o trabalho for realizado além das horas de expediente a que
está sujeito.
Art. 177 – As gratificações de que trata esta Subseção serão arbitradas,
em cada caso, pelo Governador, mediante proposta fundamentada do órgão
promotor do curso ou do concurso.
Art. 178 – A concessão das gratificações de que cuida esta Subseção não
prejudicará a percepção cumulativa de outras vantagens pecuniárias atribuí-
das ao funcionário.

Seção IV
Da Ajuda de Custo e da Indenização de Transporte
Ao Funcionário Mandado Servir em Nova Sede

SUBSeção I
Da Ajuda de Custo

Art. 179 – Será concedida ajuda de custo, a título de compensação das


despesas de viagem, mudança e instalação, ao funcionário que, em razão de
exercício em nova sede com caráter de permanência, efetivamente deslocar
sua residência.
Art. 180 – A ajuda de custo será arbitrada pelos Secretários de Estado
ou dirigentes de órgãos diretamente subordinados ao Governador e não será
inferior a uma nem superior a três vezes a importância correspondente ao
vencimento do funcionário, salvo quando se tratar de missão no exterior.

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Inspetor de Polícia

§ 1º - No arbitramento da ajuda de custo serão levados em conta o venci-


mento do cargo do funcionário designado para nova sede ou missão no exte-
rior, as despesas a serem por ele realizadas, bem como as condições de vida
no local do novo exercício ou no desempenho da missão.
§ 2º - Compete ao Governador arbitrar a ajuda de custo a ser paga ao
funcionário designado para missão no exterior.
Art. 181 – Sem prejuízo das diárias que lhe couberem, o funcionário obri-
gado a permanecer fora da sede de sua unidade administrativa, em objeto de
serviço, por mais de 30 (trinta) dias, perceberá ajuda de custo corresponden-
te a um mês do vencimento de seu cargo.
Parágrafo único. A ajuda de custo será calculada sobre o valor atribuído
ao símbolo do cargo em comissão, quando o seu ocupante não for também
de cargo efetivo.
Art. 182 – Não se concederá ajuda de custo:
I – ao funcionário que, em virtude de mandato legislativo ou executivo,
deixar ou reassumir o exercício do cargo;
II – ao funcionário posto a serviço de qualquer outra entidade de direito
público;
III – quando a designação para a nova sede se der a pedido.
Art. 183 – O funcionário restituirá a ajuda de custo:
I – quando se transportar para a nova sede ou local da missão, nos prazos
determinados;
II – quando, antes de decorridos 3 (três) meses do deslocamento ou do
término da incumbência, regressar, pedir exoneração ou abandonar o serviço.
§ 1º - A restituição é de exclusiva responsabilidade do funcionário e não
poderá ser feita parceladamente.
§ 2º - O funcionário que houver percebido ajuda de custo não entrará em
gozo de licença-prêmio antes de decorridos 90 (noventa) dias de exercício na
nova sede, ou de finda a missão.
§ 3º - Não haverá obrigação de restituir:

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1) quando o regresso do funcionário for determinado ex officio ou decorrer


de doença comprovada ou de motivo de força maior;
2) quando o pedido de exoneração for apresentado após 90 (noventa) dias
de exercício na nova sede ou local da missão.

SUBSeção II
Da Indenização de Transporte
Ao Funcionário Mandado Servir em Nova Sede

Art. 184 – Independentemente da ajuda de custo concedida ao funcioná-


rio, a este será assegurado transporte para a nova sede, inclusive para seus
dependentes.
§ 1º - O funcionário que utilizar condução própria no deslocamento para
nova sede fará jus, para indenização da despesa de transporte, à percepção
da importância integral correspondente ao valor da tarifa rodoviária no mes-
mo percurso, acrescida de 50% (cinquenta por cento) do referido valor por
dependente que o acompanhe, até o máximo de 3 (três).
§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, a Administração fornecerá pas-
sagens para o transporte rodoviário dos dependentes que comprovadamente
não viajem em companhia do funcionário.
Art. 185 – Nos deslocamentos a que se refere o artigo 179, serão custeados
pela Administração o transporte do mobiliário e bagagens do funcionário e de
seus dependentes, observado o limite máximo de 12,00m³ (doze metros cúbi-
cos) ou 4.500kg (quatro mil e quinhentos quilogramas) por passagem inteira,
até o número de duas, acrescida de 3,00m³ (três metros cúbicos) ou 900kg
(novecentos quilogramas) por passagem adicional, até o máximo de 3 (três).
Art. 186 – São considerados dependentes do funcionário, para efeitos
desta Subseção:
I – o cônjuge ou a companheira legalmente equiparada;
II – o filho de qualquer condição ou enteado, bem assim o menor que,
mediante autorização judicial, viva sob a guarda e o sustento do funcionário;

663
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III – os pais, sem economia própria, que vivam a expensas do funcionário;


IV – 1 (um) empregado doméstico, desde que comprovada essa condição.
§ 1º - Atingida a maioridade, os referidos no inciso II deste artigo perdem
a condição de dependente, exceto a filha que se conservar solteira e sem
economia própria, o filho inválido e, até completar 24 (vinte e quatro) anos,
quem for estudante, sem exercer qualquer atividade lucrativa.
§ 2º - Para efeito do disposto neste artigo, sem economia própria significa
não perceber rendimento em importância igual ou superior ao valor do salá-
rio-mínimo vigente na região em que resida.
Art. 187 – Em face da peculiaridade do serviço, poderá ser concedido o
pagamento da indenização de despesa de transporte aos funcionários que
tenham assegurado o direito ao uso individual de viaturas oficiais e que uti-
lizarem veículo próprio no desempenho de suas funções, conforme faixas
de remuneração a serem definidas em Resolução do Secretário de Estado
de Administração.
§ 1º - Na Resolução a que se refere este artigo serão reservadas faixas
próprias de indenização de despesa de transporte a serem atribuídas aos
funcionários que, para o desempenho de seus cargos, tenham de se deslocar
habitualmente pelo interior do Estado.
§ 2º - Os valores da indenização serão fixados de acordo com os índices
apurados pela Superintendência de Transportes Oficiais e aprovados pelo
Governador.
Art. 188 – A autorização para a utilização da viatura de propriedade do
funcionário a serviço do Estado será da competência do Secretário de Estado
de Administração, por intermédio da Superintendência de Transportes Ofi-
ciais, ouvido o órgão interessado.
Art. 189 – Concedida a autorização, o Estado não se responsabilizará por
danos causados a terceiros, ou ao veículo, ainda que a ocorrência se verifique
em serviço.
Parágrafo único. Todas as despesas decorrentes do uso do veículo correrão
por conta do usuário.

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Art. 190 – Quando convier, o Estado cancelará, em qualquer época, a


atribuição da indenização de despesas de transporte, cuja concessão não ge-
rará qualquer direito à continuidade da respectiva percepção.
Art. 191 – É vedado o uso de viatura oficial por quem já seja portador de
autorização para utilização de veículo particular a serviço do Estado.
Parágrafo único. A infração do disposto neste artigo sujeita o funcionário
às penalidades cabíveis, cancelando-se, ainda, a autorização concedida em
seu favor.
Art. 192 – Ao receber a autorização para utilização de viatura própria em
serviço, o usuário assinará, na Superintendência de Transportes Oficiais, o
competente “Termo de Compromisso”, submetendo-se aos preceitos regula-
mentares da matéria.

Seção V
Das Diárias

Art. 193 – Ao funcionário que se deslocar, temporariamente, em objeto


de serviço, da localidade onde estiver sediada sua unidade administrativa,
conceder-se-á, além de transporte, diária, a título de compensação das des-
pesas de alimentação e pousada ou somente de alimentação.
Parágrafo único. A vantagem de que trata este artigo poderá também ser
concedida ao servidor contratado, no exercício de função gratificada, bem
como ao estagiário.
Art. 194 – Será concedida diária:
I – de alimentação e pousada, nos deslocamentos superiores a 100km
(cem quilômetros) de distância da sede, desde que o pernoite se realize por
exigência do serviço;
II – de alimentação, nos deslocamentos inferiores a 100km (cem quilô-
metros) e superiores a 50km (cinquenta quilômetros) de distância da sede;

665
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III – em qualquer caso:

a) de alimentação e pousada, quando o afastamento da sede exceder de

18 (dezoito) horas;
b) de alimentação, quando o afastamento for inferior a 18 (dezoito) e su-
perior a 8 (oito) horas.
Art. 195 – O valor da diária resultará da incidência de percentuais sobre o
valor básico da UFERJ, atendida a tabela que for expedida por ato do Gover-
nador, observados, em sua elaboração, a natureza, o local, as condições do
serviço e o vencimento do funcionário.
Art. 196 – Não se concederá diária:
I – durante o período de trânsito;
II – quando o deslocamento se constituir em exigência permanente do
exercício do cargo ou da função;
III – quando o município para o qual se deslocar o funcionário seja contí-
guo ao da sua sede, constituindo-se, em relação a este, em unidade urbana
e apresentando facilidade de transporte, ressalvadas as hipóteses do inciso
III do artigo 194;
IV – quando as despesas do deslocamento correrem por conta de outras
entidades subordinadas ou vinculadas à Administração Pública.
Art. 197 – Ao regressar à sede, o funcionário restituirá, dentro do prazo
de 48 (quarenta e oito) horas, as importâncias recebidas em excesso.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste artigo ocasionará o
desconto em folha das importâncias recebidas em excesso pelo funcionário,
sem prejuízo das sanções disciplinares aplicáveis à espécie.
Art. 198 – A concessão indevida de diárias sujeitará a autoridade que as
conceder à reposição de importância correspondente, aplicando-se-lhe, e ao
funcionário que as receber, as cominações estatutárias pertinentes.

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CAPÍTULO VI
DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 199 – É assegurado ao funcionário o direito de petição em toda a sua


amplitude, assim como o de representar.
Art. 200 – O requerimento será dirigido à autoridade competente para
decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a quem estiver imediata-
mente subordinado o requerente.
§ 1º - O erro na indicação da autoridade não prejudicará a parte, devendo
o processo ser encaminhado, por quem o detiver, à autoridade competente.
§ 2º - Do requerimento constará:
1) o nome, cargo, matrícula, unidade administrativa em que é lotado o
funcionário, e sua residência;
2) os fundamentos, de fato e de direito, da pretenção;
3) o pedido, formulado com clareza.
§ 3º - Não será recebido, e se o for, não será despachado, sem a prévia
satisfação da exigência, o requerimento que não contiver as indicações do
item 1, do parágrafo anterior.
§ 4º - O requerimento será instruído com os documentos necessários,
facultando-se ao funcionário, mediante petição fundamentada, a respectiva
anexação no curso do processo.
§ 5º - Os documentos poderão ser apresentados por cópia, fotocópia,
xerocópia ou reprodução permanente por processo análogo, autenticada em
cartório ou conferida na apresentação pelo servidor que a receber.
§ 6º - Excetuam-se da disposição de que trata o parágrafo precedente
as certidões de tempo de serviço, que serão apresentadas sempre em seus
originais, e outros documentos que assim sejam exigidos pela Administração.
§ 7º - Nenhum documento será devolvido sem que dele fique, no proces-
so, cópia ou reprodução autenticada pela repartição.

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Art. 201 – Da decisão que for prolatada caberá, sempre, pedido de re-
consideração.
§ 1º - O pedido de reconsideração será diretamente encaminhado à au-
toridade que houver expedido o ato ou proferido a decisão, não podendo ser
renovado.
§ 2º - O requerimento e o pedido de reconsideração terão prazo de 8
(oito) dias para sua instrução e encaminhamento, e serão decididos no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, salvo em caso que obrigue a realização de dili-
gência ou de estudo especial.
§ 3º - A autoridade que receber o pedido de reconsideração poderá pro-
cessá-lo como recurso hierárquico, encaminhando-o à autoridade superior.
Art. 202 – Caberá recurso hierárquico:
I – do indeferimento do pedido de reconsideração;
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
§ 1º - Ressalvado o disposto no Decreto-Lei n. 114, de 22 de maio de
1975, o recurso será decidido pela autoridade imediatamente superior àquela
que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, sucessivamente, em escala
ascendente, pelas demais autoridades.
§ 2º - No processamento do recurso observar-se-á o disposto no § 2º do
artigo 201.
Art. 203 – O pedido de reconsideração e o recurso hierárquico não têm
efeito suspensivo, mas o que for provido retroagirá, em seus efeitos, à data
do ato impugnado.
Art. 204 – O direito de pleitear na esfera administrativa prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão, cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade e quanto às questões que envolvam direitos
patrimoniais;
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, ressalvados os pre-
vistos em leis especiais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º - Se consumada a prescrição administrativa, poderá a Administração


relevá-la caso seja ilegal o ato impugnado e não estiver exaurido o acesso à
via judicial.
§ 2º - Os prazos de prescrição estabelecidos neste artigo contar-se-ão
da data da ciência do interessado, a qual se presumirá da publicação do ato
impugnado, ou quando este for de natureza reservada, da data da ciência do
interessado, que deverá constar sempre do processo respectivo.
§ 3º - O pedido de reconsideração e o recurso hierárquico, quando cabí-
veis, interrompem a prescrição até duas vezes.
§ 4º - A prescrição interrompida recomeça a correr, pela metade do pra-
zo, da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a
interromper.
§ 5º - Não correrá a prescrição enquanto o processo estiver em estudo.
Art. 205 – Após despacho decisório, ao funcionário interessado ou a seu
representante legal é assegurado o direito de vista do processo administrati-
vo, no recinto do órgão competente e durante seu horário de expediente.
Art. 206 – É assegurada a expedição de certidões de atos ou peças de
processos administrativos, requeridas para defesa de direito do funcionário
ou para esclarecimento de situações.
Art. 207 – A certidão deverá ser requerida com indicação de finalidade
específica a que se destina, a fim de que se possa verificar o legítimo interes-
se do requerente na sua obtenção.
§ 1º - Quando a finalidade da certidão for instruir processo judicial, deve-
rão ser mencionados o direito em questão, o tipo de ação, o nome das partes
e o respectivo juízo, se a ação já tiver sido proposta.
§ 2º - Se o requerimento for assinado por procurador, deverá ser juntado
o competente instrumento de mandato.
Art. 208 – A competência para decidir sobre o pedido de certidão é do
Secretário de Estado, das autoridades do mesmo nível e dos presidentes das
autarquias a quem estiver subordinada a autoridade incumbida de expedi-la,
podendo ser delegada.

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Art. 209 – O pedido de certidão será indeferido quando:


I – o requerente não tiver interesse legítimo no processo;
II – a matéria a certificar se referir a:
a) assunto cuja divulgação afete a segurança pública;
b) pareceres ou informações, salvo se a decisão proferida aos mesmos se
reporte;
c) processo sem decisão final da Administração.
Art. 210 – Caberá o pronunciamento da Procuradoria Geral do Estado:
I – nos pedidos de certidões formulados pelo Poder Judiciário;
II – no caso de certidões para prova em juízo, se o Estado for parte na
ação em curso ou a ser proposta;
III – se a autoridade competente para autorizar a certidão tiver dúvidas
sobre o requerimento, os documentos que o instruem ou sobre a maneira de
atendê-lo.
Parágrafo único. Nas hipóteses previstas nos incisos I e III, em que o alu-
dido pronunciamento é obrigatório, a autoridade, ao encaminhar o processo,
deverá instruí-lo previamente com a minuta da certidão a ser expedida.
Art. 211 – As certidões sobre matéria de pessoal só serão fornecidas pelo
Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil, à vista de dados e elementos cons-
tantes dos seus registros.

CAPÍTULO VII
DA INATIVIDADE

Seção I
Da Disponibilidade

Art. 212 – Extinto o cargo, ou declarada sua desnecessidade, por ato do


Poder Executivo, será o funcionário, se estável, colocado em disponibilidade.
§ 1º - O funcionário em disponibilidade perceberá provento proporcional
ao tempo de serviço e poderá ser aproveitado em cargo de natureza e venci-
mento compatíveis com os do anteriormente ocupado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º - Restabelecido o cargo, ainda que modificada a sua denominação,


poderá nele ser aproveitado o funcionário posto em disponibilidade, quando
de sua extinção ou da declaração de sua desnecessidade, ressalvado o direito
de optar por outro cargo em que já tenha sido aproveitado.
Art. 213 – O funcionário em disponibilidade poderá ser aposentado.

Seção II
Da Aposentadoria

* Art. 214 – O funcionário será aposentado:


I – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;
II – voluntariamente, após 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se do sexo
masculino; após 30 (trinta) anos, se do sexo feminino;
III – por invalidez comprovada;
IV – nos casos previstos em lei complementar.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
* Art. 215 – É automática a aposentadoria compulsória; o funcionário
afastar-se-á do exercício do seu cargo no dia imediato ao em que atingir a
idade-limite.
Parágrafo único. O ato respectivo tem efeito meramente declaratório e seu
retardamento não evitará o afastamento de qualquer direito ou artigo, nem
servirá de base ao reconhecimento de qualquer direito ou vantagem.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
* Art. 216 – Nos casos do inciso II, do artigo 214, o funcionário aguardará,
em exercício ou dele legalmente afastado, a publicação do ato de aposentadoria.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
Art. 217 – Será aposentado o funcionário que for considerado inválido
para o serviço e não puder ser readaptado, conforme o previsto no artigo 57.
Art. 218 – A aposentadoria por invalidez será sempre precedida de licen-
ça por período não inferior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo quando ocorrer
a hipótese prevista no artigo 112.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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* Art. 219 – O provento da aposentadoria será:


I – integral, quando o funcionário:
a) completar tempo de serviço para a aposentadoria;
b) for atingido por invalidez em virtude de acidente em serviço, moléstia
profissional ou tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, ce-
gueira posterior ao ingresso no serviço público, lepra, cardiopatia grave, do-
ença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose an-
quilosante, neuropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte
deformante) e outras moléstias que a lei indicar, com base nas conclusões da
medicina especializada;
c) na inatividade, for acometido de qualquer das doenças especificadas na
alínea anterior.
II – proporcional ao tempo de serviço, quando o funcionário contar menos
tempo que os exigidos no inciso II, do artigo 214.
§ 1º - O ocupante de cargo em comissão, quando não funcionário efetivo
do Estado, somente será aposentado por invalidez provocada por acidente em
serviço ou por moléstia profissional, quando se lhe deferirá a vantagem do
inciso I, salvo no caso de já lhe ter sido assegurada aposentadoria por outro
órgão público.
§ 2º - A proporcionalidade de que trata o inciso II corresponde a 1/35 (um
trinta e cinco avos) por ano de efetivo exercício, quando referente a funcioná-
rio do sexo masculino; quando do feminino, 1/30 (um trinta avos).
§ 3º - Quando a lei, atendendo à natureza especial do serviço, reduzir o
limite de tempo para a aposentadoria, o provento, se for caso de proporcio-
nalidade, será calculado na razão de tantos avos por ano de serviço quantos
forem os necessários para a aposentadoria com provento integral.
§ 4º - O provento proporcional não será nunca inferior a 50% (cinquenta
por cento) do vencimento e vantagens percebidos na atividade, e em caso ne-
nhum será menor que o salário-mínimo estabelecido para a capital do Estado.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

* Art. 220 – Além do vencimento, integram o provento as seguintes van-


tagens obtidas durante a atividade:
I – adicional por tempo de serviço;
II – gratificações ou parcelas financeiras outras, percebidas em caráter
permanente.
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, considera-se percepção em caráter
permanente a vantagem pecuniária inerente ao cargo e aquela em cujo gozo
o funcionário se encontre ininterruptamente, nos últimos 5 (cinco) anos an-
teriores à passagem para a inatividade.
§ 2º - A base de cálculo para a incorporação no provento das vantagens a
que se refere o inciso II será:
1) quando o valor da vantagem for variável, considerar-se-á para efeito de
fixação em importância igual à percebida pelo funcionário no tempo da passa-
gem para a inatividade em todas as hipóteses previstas no inciso I, do artigo
219; nos demais casos, observar-se-á proporcionalidade ao tempo de serviço.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
Art. 221 – O funcionário que completar condições para aposentadoria
voluntária fará jus à inclusão, no cálculo do provento, das vantagens do
mais elevado cargo em comissão de Direção e Assessoramento Superiores –
DAS ou da função gratificada de Chefia e Assistência Intermediárias – CAI,
que tiver exercido na Administração Direta ou Autárquica no mínimo por um
ano, desde que:
I – sem interrupção, nos últimos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores
à passagem para a inatividade, o exercício de cargos em comissão ou funções
gratificadas;
II – com interrupção, mas por 10 (dez) anos, o referido exercício.
§ 1º - Em se tratando de cargo em comissão, a incorporação da vantagem
se fará no valor correspondente a 70% (setenta por cento) do fixado no res-
pectivo símbolo; tratando-se de função gratificada, a vantagem será integral-
mente incorporada.

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§ 2º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-ão, igualmente, quaisquer


gratificações deferidas ao funcionário na qualidade de ocupante de função de
confiança, as quais se incorporarão ao respectivo provento pelo valor efetiva-
mente percebido.
* Art. 222 – Concorrendo as condições previstas para a aposentadoria
voluntária, ao funcionário aposentado por invalidez ou compulsoriamente,
ter-se-á como presumido o pedido de aposentadoria para efeito de se lhe as-
segurar em direitos e vantagens.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
* Art. 223 – Os proventos da inatividade serão revistos na mesma ocasião
da moeda, se modificarem os vencimentos dos funcionários em atividade.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto neste artigo, o provento não pode-
rá ser superior à retribuição percebida na atividade.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.
* Art. 224 – O período de licença-prêmio não gozado e computado em
dobro para efeito de aposentadoria, servirá, também, na oportunidade desta,
para concessão de adicional por tempo de serviço.
* Revogado pela Lei Complementar n. 121/2008.

TÍTULO VI
DAS CONCESSÕES

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 225 - Sem prejuízo do vencimento, direitos e vantagens, o funcionário


poderá faltar ao serviço até (oito) dias consecutivos por motivo de:
I – casamento;
II – falecimento do cônjuge, companheiro ou companheira, pais, filhos
ou irmãos.
§ 1º- Computar-se-ão, para os efeitos deste artigo, os sábados, domingos
e feriados compreendidos no período.

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§ 2º - A qualidade de companheiro ou companheira, exclusivamente para


esse efeito, será demonstrada pela coabitação por prazo mínimo de 02 (dois)
anos, desnecessária em havendo filho comum.
Art. 226 - Ao licenciado para tratamento de saúde em virtude de acidente
em serviço ou doença profissional, que deva ser deslocado de sua sede para
qualquer ponto do território nacional, por exigência do laudo médico, será
concedido transporte à conta dos cofres estaduais, inclusive para um acom-
panhante.
§ 1º - Será, ainda, concedido transporte à família do funcionário falecido
no desempenho do serviço, fora da sede de seus trabalhos, inclusive quando
no exterior.
§ 2º - Correrão, também, por conta do Estado, as despesas com a remo-
ção e com o sepultamento do funcionário falecido no desempenho do serviço.
Art. 227 - Ao funcionário estudante matriculado em estabelecimento de
ensino de qualquer grau, oficial ou reconhecido, será permitido faltar ao ser-
viço, sem prejuízo do seu vencimento ou de quaisquer direitos e vantagens,
nos dias de provas ou de exames, mediante apresentação de atestado forne-
cido pelo respectivo estabelecimento.
Art. 228 - Ao estudante que necessitar mudar de domicílio para passar
a exercer cargo ou função pública, será assegurada transferência do esta-
belecimento de ensino que estiver cursando, para outro da nova residência,
onde será matriculado em qualquer época, independentemente de vaga, se
integrante do sistema estadual de ensino.
Art. 229 - Os atos que deslocarem ex-offício os funcionários estudantes
de uma para outra cidade ficarão suspensos, se, na nova sede ou em locali-
dade próxima, não existir estabelecimento congênere, oficial, reconhecido ou
equiparado àquele em que o interessado esteja matriculado.
§ 1º - Efetivar-se-á deslocamento se o funcionário concluir o curso, for
reprovado, ou deixar de renovar sua matrícula.

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§ 2º - Anualmente o interessado deverá fazer prova, perante o órgão se-


torial de pessoal a que esteja subordinado, de que está matriculado.
Art. 230 - O funcionário estudante matriculado em estabelecimento de
ensino que não possua curso noturno, poderá, sempre que possível, ser
aproveitado em serviços cujo horário não colida com o relativo ao período
das aulas.
Parágrafo único. Sendo impossível o aproveitamento a que se refere o
presente artigo, poderá o estudante, com assentimento do respectivo chefe,
iniciar o serviço uma hora depois do expediente ou dele se retirar uma hora
antes do seu término, conforme o caso, desde que a compense, prorrogando
ou antecipando o expediente normal.
Art. 231 - O funcionário terá preferência, para sua moradia, na locação
de imóvel pertencente ao Estado.
Parágrafo único. A locação se fará pelo aluguel que for fixado e me-
diante concorrência, que versará sobre as qualificações preferenciais dos
candidatos, relativas ao número de dependentes, remuneração e tempo de
serviço público.
Art. 232 - As concessões estabelecidas neste Título aplicam-se:
I – aos servidores contratados no exercício de função gratificada, as cons-
tantes dos artigos 225, 226 e 227 e as dos Capítulos II, III, IV, VI e VII, do
Título VI;
II – aos estagiários, as dos artigos 225 e 226 e as dos Capítulos IV, VI e
VII, do Título VI.

CAPÍTULO II
DO SALÁRIO-FAMÍLIA

Art. 233 – Salário-família é o auxílio pecuniário especial concedido pelo


Estado ao funcionário ou inativo, como contribuição ao custeio das despesas
de manutenção de sua família.
Parágrafo único. A cada dependente relacionado no artigo seguinte corres-
ponderá uma cota de salário-família.

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Art. 234 – Conceder-se-á salário-família:


I – por filho menor de 21 (vinte e um) anos, que não exerça atividade
remunerada;
II – por filho inválido;
III – por filha solteira, separada judicialmente ou divorciada sem econo-
mia própria;
IV – por filho estudante que frequente curso médio ou superior e que não
exerça atividade lucrativa, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos;
V – pelo ascendente, sem rendimento próprio, que viva a expensas do
funcionário;
VI – pela esposa que não exerça atividade remunerada;
VII – pelo esposo que não exerça atividade remunerada, por motivo de
invalidez permanente;
VIII – pela companheira, assim conceituada na lei civil.
Parágrafo único. Compreendem-se neste artigo o filho de qualquer condi-
ção, o enteado, o adotivo e o menor que comprovadamente viva sob a guarda
e o sustento do funcionário.
Art. 235 – Quando pai e mãe forem funcionários ou inativos de qualquer
órgão público federal, estadual ou municipal, e viverem em comum, o salá-
rio-família será concedido exclusivamente ao pai.
Parágrafo único. Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver
os dependentes sob sua guarda; se ambos os tiverem, de acordo com a dis-
tribuição dos dependentes.
Art. 236 – Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto e a madrasta e, na
falta deste, os representantes legais dos incapazes ou os que, mediante au-
torização judicial, tenham sob sua guarda e sustento os dependentes a que
se refere o artigo 234.
Art. 237 – A cota de salário-família por dependente inválido corresponde-
rá ao triplo da cota normal.

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Parágrafo único. A invalidez que caracteriza a dependência é a comprova-


da incapacidade total e permanente para o trabalho; ou presumida, em caso
de ancianidade.
Art. 238 – O salário-família será pago independentemente de frequên-
cia do funcionário e não poderá sofrer qualquer desconto, nem ser objeto de
transação ou consignação em folha de pagamento.
Parágrafo único. O salário-família não está, também, sujeito a qualquer
imposto ou taxa, nem servirá de base para qualquer contribuição, ainda que
de finalidades previdenciária e assistencial.
Art. 239 – O salário-família será pago mesmo nos casos em que o funcio-
nário ou inativo deixar de receber o respectivo vencimento ou provento.
Art. 240 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o salário-família
será pago somente em relação a um deles.
Art. 241 – Em caso de falecimento do funcionário ou inativo, o salário-fa-
mília continuará a ser pago aos seus beneficiários.
Parágrafo único. Se o funcionário ou inativo falecido não se houver ha-
bilitado ao salário-família, a Administração, mediante requerimento de seus
beneficiários, providenciará o seu pagamento, desde que atendidos os requi-
sitos necessários à concessão desse benefício.
Art. 242 – O cancelamento do salário-família será feito de ofício nos casos
de implemento da idade pelo dependente, salvo se o funcionário ou inativo,
no caso de filho estudante que não exerça atividade remunerada, apresentar
comprovação de frequência de curso secundário ou superior até 30 (trinta)
dias antes de completar 21 (vinte e um) anos, e anualmente, por ocasião da
matrícula escolar, até que atinja 24 (vinte e quatro) anos.
Parágrafo único. O cancelamento será feito, a requerimento do interessa-
do, nos casos de exercício de atividade remunerada, falecimento, abandono
de lar, casamento, separação judicial ou divórcio do dependente, responden-
do o funcionário ou inativo, civil, penal e administrativamente pela omissão
ou inexatidão de suas declarações.

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Art. 243 – O salário-família, relativo a cada dependente, será devido a


partir do mês em que tiver ocorrido o fato ou ato que lhe deu origem, embora
verificado no último dia do mês.
Art. 244 – Deixará de ser devido o salário-família, relativo a cada depen-
dente, no mês seguinte ao em que se tenha verificado o ato ou fato que haja
determinado a sua supressão, embora ocorrido no primeiro dia do mês.

CAPÍTULO III
DO AUXÍLIO-DOENÇA

Art. 245 – Após cada período de 12 (doze) meses consecutivos de licença


para tratamento de saúde, o funcionário terá direito a um mês de vencimen-
to, a título de auxílio-doença.
§ 1º - Quando ocorrer o falecimento do funcionário, o auxílio-doença a que
tiver feito jus será pago de acordo com as normas que regulam o pagamento
de vencimento não recebido.
§ 2º - O auxílio-doença não sofrerá descontos de qualquer espécie, ainda
que para fins de previdência e assistência.
Art. 246 – O tratamento do funcionário acidentado em serviço, acometido
de doença profissional ou internado compulsoriamente para tratamento psi-
quiátrico, correrá integralmente por conta dos cofres do Estado, e será realiza-
do, sempre que possível, em estabelecimento estadual de assistência médica.
§ 1º - Ainda que o funcionário venha a ser aposentado em decorrência
de acidente em serviço, de doença profissional ou de internação compulsória
para tratamento psiquiátrico, as despesas previstas neste artigo continuarão
a correr pelos cofres do Estado.
§ 2º - Nas hipóteses deste artigo não será devido ao funcionário o paga-
mento do auxílio-doença.
Art. 247 – O titular do órgão competente para a concessão de licenças
médicas aos funcionários do Estado decidirá sobre os pedidos de pagamento
do auxílio-doença e do tratamento a que se refere o artigo anterior.

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Art. 248 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o auxílio-doença de-


vido será pago somente em relação a um deles, e calculado sobre o de maior
vencimento, se ambos forem estaduais.

CAPÍTULO IV
DO AUXÍLIO-FUNERAL

Art. 249 – À família do funcionário ou inativo falecido será concedido au-


xílio-funeral.
§ 1º - o auxílio será pago:
1) no valor correspondente a 10 (dez) UFERJs, quando o do vencimento e
vantagens ou proventos do falecido for igual ou inferior a esse quantitativo;
2) no valor correspondente a 20 (vinte) UFERJs, nos demais casos.
§ 2º - A despesa com auxílio-funeral correrá à conta de dotação orçamen-
tária própria.
Art. 250 – Aplica-se ao auxílio-funeral a norma estabelecida no artigo 248.
§ 1º - Se as despesas do funeral não forem ocorridas por pessoa da famí-
lia do funcionário ou inativo, o respectivo auxílio será pago a quem as tiver
comprovadamente realizado.
§ 2º - O pagamento do auxílio-funeral obedecerá a processo sumaríssimo,
concluído no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da apresentação da certidão
de óbito e documentos que comprovem a satisfação da despesa pelo reque-
rente, incorrendo em pena de suspensão o responsável pelo retardamento.

CAPÍTULO V
DO AUXÍLIO-MORADIA

Art. 251 – Será concedido auxílio-moradia ao funcionário que for desig-


nado ex officio para ter exercício definitivo em nova sede e nesta não vier a
residir em imóvel pertencente ao Poder Público.
Art. 252 – O auxílio-moradia corresponderá a 20% (vinte por cento) do
vencimento-base do funcionário.

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Art. 253 – O pagamento do auxílio-moradia é devido a partir da data em


que o funcionário passar a ter exercício na nova sede e cessará:
I – quando completar 1 (um) ano de serviço na nova sede;
II – quando passar a residir em imóvel pertencente ao Poder Público.
Art. 254 – O auxílio-moradia, pago mensalmente junto com vencimento
do funcionário, será suspenso nas hipóteses previstas nos incisos III, IV, V,
XVIII e XX do artigo 79.
Parágrafo único. Será ainda suspenso o pagamento do auxílio quando o
funcionário:
1) exercer mandato legislativo ou executivo, federal ou estadual;
2) exercer mandato municipal e este importar no afastamento do funcio-
nário do exercício de seu cargo;
3) for convocado para prestação de serviço militar.
Art. 255 – O período de 1 (um) ano a que se refere o inciso I do artigo 253
começa a ser contado a partir da data em que o funcionário iniciar o exercício
na nova sede, recomeçando a contagem do prazo a cada nova designação.

CAPÍTULO VI
DA PENSÃO ESPECIAL EM CASO DE MORTE POR ACIDENTE EM
SERVIÇO OU DOENÇA PROFISSIONAL

Art. 256 – Aos beneficiários do funcionário falecido em consequência de


acidente ocorrido em serviço ou doença nele adquirida, é assegurada pensão
mensal equivalente ao vencimento mais as vantagens percebidas em caráter
permanente, por ocasião do óbito.
Art. 257 – A prova das circunstâncias do falecimento será feita por junta
médica oficial, que se valerá, se necessário, de laudo médico-legal, além da
comprovação a que se refere o § 3º do artigo 115, quando for o caso.
Art. 258 – Do valor da pensão concedida serão abatidas as importâncias
correspondentes à pensão recebida do IPERJ.

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Parágrafo único. Em nenhuma hipótese, a soma das pensões será inferior


ao valor do salário-mínimo vigente na capital do Estado.
Art. 259 – O disposto neste Capítulo aplica-se, também, aos beneficiários
do inativo, quando o evento morte for consequência direta de acidente em
serviço ou doença profissional.

CAPÍTULO VII
DO PRÊMIO POR SUGESTÕES DE INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO

Art. 260 – A Administração estimulará a apresentação, por parte de fun-


cionários, de sugestões e trabalhos que visem ao aumento da produtividade
e à redução de custos operacionais do serviço público.
Art. 261 – Será estabelecido um prêmio anual, em importância a ser fixa-
da pelo Governador, destinado ao trabalho que melhor se ajustar às finalida-
des de sua instituição, nos termos de regulamentação própria a ser baixada
pelo Secretário de Estado de Administração.
Art. 262 – Caberá a uma Comissão, composta de 5 (cinco) membros, de
reconhecida competência em técnicas de administração, avaliar e julgar os
trabalhos recebidos.
§ 1º - Anualmente será designada a Comissão por ato do Secretário de
Estado de Administração, que indicará seu Presidente.
§ 2º - Integração a Comissão, indicados pelos respectivos titulares, além
do seu Presidente, representantes das Secretarias de Governo, de Planeja-
mento e Coordenação Geral e de Fazenda e da Fundação Escola de Serviço
Público do Estado do Rio de Janeiro.
§ 3º - O julgamento da Comissão será irrecorrível.
Art. 263 – Ao autor do trabalho premiado se reconhecerá a relevância
do serviço e o respectivo prêmio será entregue em ato solene, no dia 28 de
outubro.
Art. 264 – Não será distribuído o prêmio no ano em que os trabalhos
apresentados forem julgados insatisfatórios pela Comissão.

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TÍTULO VII
DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA
CAPÍTULO ÚNICO

Art. 265 – O Estado prestará assistência ao funcionário, ao inativo, e a


suas famílias.
Art. 266 – Entre as formas de assistência incluem-se:
I – assistência médica, farmacêutica, dentária e hospitalar, além de outras
julgadas necessárias, inclusive em sanatórios e creches;
II – a manutenção obrigatória dos sistemas previdenciários e de seguro
social, em favor de todos os funcionários e inativos;
III – plano de seguro compulsório para complementação de proventos e
pensões;
IV – assistência judiciária;
V – financiamento para aquisição de imóvel destinado à residência;
VI – auxílio para a educação dos dependentes;
VII – cursos e centros de treinamento, aperfeiçoamento e especialização
profissional;
VIII – centros de aperfeiçoamento moral e cultural dos funcionários e suas
famílias, fora das horas de trabalho.
Art. 267 – A assistência, sob qualquer das formas, será prestada dire-
tamente pelo Estado ou através de instituições próprias, criadas por lei, às
quais poderá o funcionário ou inativo ser obrigatoriamente filiado.
Parágrafo único. Para execução do disposto neste artigo poderão ser cele-
brados convênios com entidades públicas ou privadas.
Art. 268 – Legislação especial estabelecerá os planos, bem como as con-
dições de organização e funcionamento dos serviços assistenciais referidos
neste Título.
Art. 269 – Nos trabalhos insalubres executados pelos servidores do Estado,
este é obrigado a fornecer-lhes, gratuitamente, os equipamentos próprios exi-
gidos pelas disposições específicas relativas à higiene e segurança do trabalho.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Parágrafo único. Os equipamentos de que trata este artigo serão de uso


obrigatório pelos servidores do Estado, sob pena de suspensão.
Art. 270 – Aos servidores contratados no exercício de função gratificada,
e aos estagiários, aplicam-se as disposições dos incisos IV, VII e VIII, do ar-
tigo 266, e as do artigo 269.
Parágrafo único. Aplica-se, ainda, aos servidores contratados quando no
exercício de função gratificada, e aos estagiários a que se refere o § 1º, do
artigo 10, o estabelecido nos incisos I e VI, do artigo 266.

TÍTULO VIII
DO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DA ACUMULAÇÃO

Art. 271 – É vedada a acumulação remunerada de cargos e funções pú-


blicas, exceto a de:
I – um cargo de juiz com outro de magistério superior;
II – dois cargos de professor;
III – um cargo de professor com outro técnico ou científico
IV – dois cargos privativos de médico.
§ 1º - A acumulação, em qualquer dos casos, só é permitida quando haja
correlação de matérias e compatibilidade de horários.
§ 2º - A proibição de acumular se estende a cargos, funções de qualquer
modalidade ou empregos no Poder Público Federal, Estadual ou Municipal, da
Administração Centralizada ou Autárquica, inclusive em sociedade de econo-
mia mista e empresas públicas.
§ 3º - A supressão do pagamento relativo a um dos cargos, funções ou
empregos referidos no parágrafo anterior, não descaracteriza a proibição de
acumular, salvo nas hipóteses previstas no § 1º do artigo 10, nos artigos 23
e 24, e no § 4º, do artigo 35.

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Art. 272 – O funcionário não poderá participar de mais de um órgão de


deliberação coletiva, com direito à remuneração, seja qual for a natureza des-
ta, nem exercer mais de uma função gratificada.
Art. 273 – Fica excluído da proibição de acumular provento o aposentado
quanto ao exercício de mandato eletivo, cargo em comissão, função gratifica-
da, ou ao contrato para prestação de serviços técnicos ou especializados, bem
quanto à participação em órgão de deliberação coletiva.
Parágrafo único. Exceto quanto ao exercício de mandato eletivo, o dis-
posto neste artigo não se aplica ao aposentado compulsoriamente, nem ao
aposentado por invalidez, se não cessadas as causas determinantes de sua
aposentadoria.
Art. 274 – Não se compreende na proibição de acumular, nem está sujeita
a quaisquer limites, a percepção:
I – conjunta, de pensões civis ou militares;
II – de pensões, com vencimento ou salário;
III – de pensões, com provento de disponibilidade, aposentadoria, jubila-
ção ou reforma;
IV – de proventos resultantes de cargos legalmente acumuláveis;
V – de provento, com vencimento nos casos de acumulação legal.
Art. 275 – Cargo técnico ou científico é aquele para cujo exercício seja
indispensável e predominante a aplicação de conhecimento científico ou ar-
tístico de nível superior de ensino.
Parágrafo único. Considera-se, também, como técnico ou científico:
1) o cargo para cujo exercício seja exigida habilitação em curso legalmen-
te classificado como técnico, de segundo grau ou de nível superior de ensino;
2) o cargo de direção, privativo de ocupante de cargo técnico ou científico.
Art. 276 – Cargo de Professor é o que tem como atribuição principal e per-
manente lecionar em qualquer grau ou ramo de ensino legalmente previsto.
Parágrafo único. Inclui-se, também, para efeito de acumulação, o cargo de
direção privativo de professor.

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Inspetor de Polícia

Art. 277 – A simples denominação de “técnico” ou “científico” não carac-


teriza como tal o cargo que não satisfizer às condições dos artigos 275 e 276.
Parágrafo único. As atribuições do cargo, para efeito de reconhecimento
de seu caráter técnico ou científico, serão consideradas na forma do parágra-
fo único do artigo 278.
Art. 278 – A correlação de matéria pressupõe a existência de relação ín-
tima e recíproca entre os conhecimentos específicos, cujo ensino ou aplicação
constitua atribuição principal dos cargos acumuláveis, de sorte que o exercí-
cio simultâneo favoreça o melhor desempenho de ambos os cargos.
Parágrafo único. Tal relação não se haverá por presumida, mas terá de
ficar provada mediante consulta a dados objetivos, tais como os programas
de ensino, no caso de professor, e as atribuições legais, regulamentares ou
regimentais do cargo, no caso de cargo técnico ou científico.
Art. 279 – Para os efeitos deste Capítulo, a expressão “cargo” compreen-
de os cargos, funções ou empregos referidos no § 2º do artigo 271.
Art. 280 – A compatibilidade de horários será reconhecida quando houver
possibilidade do exercício dos dois cargos, em horários diversos, sem prejuízo
do número regulamentar de horas de trabalhos determinado para cada um.
§ 1º - A verificação dessa compatibilidade far-se-á tendo em vista o ho-
rário do servidor na unidade administrativa em que estiver lotado, ainda que
ocorra a hipótese de estar dela legalmente afastado.
§ 2º - No caso de cargos a serem exercidos no mesmo local ou em muni-
cípios diferentes, levar-se-á em conta a necessidade de tempo para a loco-
moção entre um e outro.
Art. 281 – O funcionário que ocupe dois cargos em regime de acumulação
legal poderá ser investido em cargo em comissão, desde que, com relação
a um deles, continue no exercício de suas atribuições, observado sempre o
disposto no artigo anterior.

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§ 1º - Ocorrendo a hipótese, o ato de provimento do funcionário mencio-


nará em qual das duas condições funcionais está sendo nomeado para que,
em relação ao outro cargo, seja observado o disposto neste artigo.
§ 2º - O tempo de serviço, bem como quaisquer direitos ou vantagens ad-
quiridos em função de determinada situação jurídica, são insuscetíveis de se-
rem computados ou usufruídos em outras, salvo se extinto seu fato gerador.
§ 3º - Se computados na hipótese do parágrafo anterior, in fine, em de-
terminada situação, a ela ficarão indissoluvelmente ligados, ressalvado o caso
de ocorrer também sua extinção.
Art. 282 – Verificada, em processo administrativo disciplinar, a acumu-
lação proibida, e provada a boa fé, o funcionário optará por um dos cargos,
sem obrigação de restituir.
§ 1º - Provada a má fé, além de perder ambos os cargos, restituirá o que ti-
ver percebido indevidamente pelo exercício do cargo que gerou a acumulação.
§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, se o cargo gerador da acumu-
lação proibida for de outra esfera de Poder Público, o funcionário restituirá o
que houver percebido desde a acumulação ilegal.
§ 3º - Apurada a má fé do inativo, este sofrerá a cassação de sua apo-
sentadoria ou disponibilidade, obrigado, ainda, a restituir o que tiver recebido
indevidamente.
Art. 283 – A inexatidão das declarações feitas pelo funcionário no cumpri-
mento da exigência constante do inciso IV, do artigo 15, constituirá presun-
ção de má fé, ensejando, de logo, a suspensão do pagamento do respectivo
vencimento e vantagens, ou provento.
Art. 284 – As acumulações serão objeto de estudo e parecer individuais
por parte do órgão estadual para esse fim criado, que fará a apreciação de
sua legalidade, ainda que um dos cargos integre os quadros de outra esfera
de poder.

687
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO II
DOS DEVERES

Art. 285 – São deveres do funcionário:


I – assiduidade;
II – pontualidade;
III – urbanidade;
IV – discrição;
V – boa conduta;
VI – lealdade e respeito às instituições constitucionais e administrativas a
que servir;
VII – observância das normas legais e regulamentares;
VIII – observância às ordens superiores, exceto quando manifestamente
ilegais;
IX – levar ao conhecimento de autoridade superior irregularidades de que
tiver ciência em razão do cargo ou função;
X – zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;
XI – providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento
individual, sua declaração de família;
XII – atender prontamente às requisições para defesa da Fazenda Pública
e à expedição de certidões para defesa de direito;
XIII – guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza re-
servada de que tenha conhecimento em razão do cargo ou função;
XIV – submeter-se à inspeção médica determinada por autoridade compe-
tente, salvo justa causa.

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CAPÍTULO III
DAS PROIBIÇÕES

Art. 286 – Ao funcionário é proibido:


I – referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho,
às autoridades e atos da Administração Pública, ou censurá-los, pela impren-
sa ou qualquer outro órgão de divulgação pública, podendo, porém, em tra-
balho assinado, criticá-los, do ponto de vista doutrinário ou da organização
do serviço;
II – retirar, modificar ou substituir livro ou documento de órgão estadual,
com o fim de criar direito ou obrigação, ou de alterar a verdade dos fatos,
bem como apresentar documento falso com a mesma finalidade;
III – valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal em detri-
mento da dignidade da função pública;
IV – coagir ou aliciar subordinados com objetivo de natureza partidária;
V – participar de diretoria, gerência, administração, conselho técnico ou
administrativo, de empresa ou sociedade:
1) contratante, permissionária ou concessionária de serviço público;
2) fornecedora de equipamento ou material de qualquer natureza ou es-
pécie, a qualquer órgão estadual;
3) de consultoria técnica que execute projetos e estudos, inclusive de via-
bilidade, para órgãos públicos.
VI – praticar a usura, em qualquer de suas formas, no âmbito do serviço
público;
VII – pleitear, como procurador ou intermediário, junto aos órgãos estadu-
ais, salvo quando se tratar de percepção de vencimento, remuneração, proven-
to ou vantagem de parente, consanguíneo ou afim, até o segundo grau civil;
VIII – exigir, solicitar ou receber propinas, comissões, presentes ou vanta-
gens de qualquer espécie em razão do cargo ou função, ou aceitar promessa
de tais vantagens;

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IX – revelar fato ou informação de natureza sigilosa, de que tenha ciência


em razão do cargo ou função, salvo quando se tratar de depoimento em pro-
cesso judicial, policial ou administrativo;
X – cometer à pessoa estranha ao serviço do Estado, salvo nos casos
previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a seus su-
bordinados;
XI – dedicar-se, nos locais e horas de trabalho, a palestras, leituras ou
quaisquer outras atividades estranhas ao serviço, inclusive ao trato de inte-
resses de natureza particular;
XII – deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada;
XIII – empregar material ou quaisquer bens do Estado em serviço particular;
XIV – retirar objetos de órgãos estaduais, salvo quando autorizado por
escrito pela autoridade competente;
XV – fazer cobranças ou despesas em desacordo com o estabelecido na
legislação fiscal e financeira;
XVI – deixar de prestar declaração em processo administrativo disciplinar,
quando regularmente intimado;
XVII – exercer cargo ou função pública antes de atendidos os requisitos
legais, ou continuar a exercê-lo, sabendo-o indevidamente.

CAPÍTULO IV
DA RESPONSABILIDADE

Art. 287 – Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário res-


ponde civil, penal e administrativamente.
Art. 288 – A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou
culposo que importe em prejuízo da Fazenda Estadual ou de terceiros.
§ 1º - Ressalvado o disposto no artigo 148, in fine, o prejuízo causado à
Fazenda estadual, no que exceder os limites da fiança, poderá ser ressar-
cido mediante desconto em prestações mensais não excedentes da décima
parte do vencimento ou remuneração, à falta de outros bens que respon-
dam pela indenização.

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§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o funcionário


perante a Fazenda Estadual em ação regressiva proposta depois de transitar
em julgado a decisão que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro
prejudicado.
Art. 289 – A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções
imputados ao funcionário nessa qualidade.
Art. 290 – A responsabilidade administrativa resulta de atos praticados ou
omissões ocorridas no desempenho do cargo ou função, ou fora dele, quando
comprometedores da dignidade e do decoro da função pública.
Art. 291 – As cominações civis, penais e disciplinares poderão cumular-
-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem assim as instâncias
civil, penal e administrativa.
Parágrafo único. Só é admissível, porém, a ação disciplinar ulterior à ab-
solvição no juízo penal, quando, embora afastada a qualificação do fato com
crime, persista, residualmente, falta disciplinar.

CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES

Art. 292 – São penas disciplinares:


I – advertência;
II – repreensão;
III – suspensão;
VI – multa;
V – destituição de função;
VI – demissão;
VII – cassação de aposentadoria, jubilação e disponibilidade.
Art. 293 – Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a na-
tureza e a gravidade da infração, os danos que dela provierem para o serviço
público e os antecedentes funcionais do servidor.

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Parágrafo único. As penas impostas ao funcionário serão registradas em


seus assentamentos.
Art. 294 – A pena de advertência será aplicada verbalmente em casos de
negligência e comunicada ao órgão de pessoal.
Art. 295 – A pena de repreensão será aplicada por escrito em casos de
desobediência ou falta de cumprimento dos deveres, bem como de reincidên-
cia específica em transgressão punível com pena de advertência.
Parágrafo único. Havendo dolo ou má fé, a falta de cumprimento dos de-
veres será punida com pena de suspensão.
Art. 296 – A pena de suspensão será aplicada nos casos de:
I – falta grave;
II – desrespeito a proibições que, pela sua natureza, não ensejarem pena
de demissão;
III – reincidência em falta já punida com repreensão.
§ 1º - A pena de suspensão não poderá exceder a 180 (cento e oitenta) dias.
§ 2º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos de-
correntes do exercício do cargo.
§ 3º - Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspen-
são, por iniciativa do chefe imediato do funcionário, poderá ser convertida
em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou
remuneração, obrigado, nesse caso, o funcionário a permanecer no serviço
durante o número de horas de trabalho normal.
Art. 297 – A destituição de função dar-se-á quando verificada falta de
exação no cumprimento do dever.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a aplicação da pena
disciplinar cabível quando o destituído for, também, ocupante de cargo efetivo.
Art. 298 – A pena de demissão será aplicada nos casos de:
I – falta relacionada no art. 286, quando de natureza grave, a juízo da
autoridade competente, e se comprovada má fé;
II – incontinência pública e escandalosa ou prática de jogos proibidos;

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III – embriaguez, habitual ou em serviço;


IV – ofensa física, em serviço, contra funcionário ou particular, salvo em
legítima defesa;
V – abandono de cargo;
VI – ausência ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias,
interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses;
VII – insubordinação grave em serviço;
VIII – ineficiência comprovada, com caráter de habitualidade, no desem-
penho dos encargos de sua competência;
IX – desídia no cumprimento dos deveres.
§ 1º - Considera-se abandono de cargo a ausência ao serviço, sem justa
causa, por 30 (trinta) dias consecutivos.
§ 2º - Entender-se-á por ausência ao serviço, com justa causa, a que assim
for considerada após a devida comprovação em processo administrativo disci-
plinar, caso em que as faltas serão justificadas apenas para fins disciplinares
§ 3º - A demissão aplicada nas hipóteses previstas nos incisos I a IX,
quando estas tiverem uma configuração penal típica, será cancelada e o fun-
cionário reintegrado administrativamente, se e quando o pronunciamento da
Justiça for favorável ao indiciado, sem prejuízo, porém, da ação disciplinar
que couber, na forma do parágrafo único do artigo 291.
§ 4º - Será, ainda, demitido o funcionário que, nos termos da lei penal,
incorrer na pena acessória de perda da função pública.
Art. 299 – O ato de demissão mencionará sempre a causa da penalidade.
Art. 300 – Conforme a gravidade da falta, a demissão poderá ser aplicada
com a nota “a bem do serviço público”.
Art. 301 – A pena de cassação de aposentadoria, jubilação ou de dispo-
nibilidade será aplicada se ficar provado, em processo administrativo discipli-
nar, que o aposentado ou disponível:
I – praticou, quando ainda no exercício do cargo, falta suscetível de deter-
minar demissão;

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II – aceitou, ilegalmente, cargo ou função pública, provada a má fé;


III – perdeu a nacionalidade brasileira, ou, se português, for de declarada
extinta a igualdade de direitos e obrigações civis e do gozo de direitos políticos.
Parágrafo único. Será cassada a disponibilidade do funcionário que não as-
sumir, no prazo legal, o exercício do cargo ou função em que for aproveitado.
Art. 302 – São competentes para aplicação de penas disciplinares:
I – O Governador, em qualquer caso e, privativamente, nos casos de de-
missão, cassação de aposentadoria, jubilação ou disponibilidade;
II – os Secretários de Estado e demais titulares de órgãos diretamente
subordinados ao Governador em todos os casos, exceto nos de competência
privativa do Governador;
III – os dirigentes de unidades administrativas em geral, nos casos de
penas de advertência, repreensão, suspensão até 30 (trinta) dias e multa
correspondente.
§ 1º - A aplicação da pena de destituição de função caberá à autoridade
que houver feito a designação do funcionário.
§ 2º - Nos casos dos incisos II e III, sempre que a pena decorrer de pro-
cesso administrativo disciplinar, a competência para decidir e para aplicá-la é
do Secretário de Estado de Administração.
Art. 303 – Prescreverá:
I – em 2 (dois) anos, a falta sujeita às penas de advertência, repreensão,
multa ou suspensão;
II – em 5 (cinco) anos, a falta sujeita:
1) à pena de demissão ou destituição de função;
2) à cassação da aposentadoria, jubilação ou disponibilidade.
§ 1º - A falta também prevista como crime na lei penal prescreverá jun-
tamente com este.
§ 2º - O curso da prescrição começa a fluir da data do evento punível
disciplinarmente, ou do seu conhecimento, e interrompe-se pela abertura de
processo administrativo disciplinar.

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TÍTULO IX
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E DA SUA REVISÃO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 304 – Poder disciplinar é a faculdade conferida ao Administrador


Público com o objetivo de possibilitar a prevenção e repressão de infrações
funcionais de seus subordinados, no âmbito interno da Administração.
Art. 305 – Constitui infração disciplinar toda ação ou omissão do funcio-
nário capaz de comprometer a dignidade e o decoro da função pública, ferir
a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou causar dano
à Administração Pública.
Art. 306 – A autoridade que tiver ciência de qualquer irregularidade no
serviço público é obrigada a promover-lhe a apuração imediata, por meios
sumários ou mediante processo administrativo disciplinar.

CAPÍTULO II
DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA SUSPENSÃO PREVENTIVA

Art. 307 – Cabe aos Secretários de Estado e demais dirigentes de órgãos


diretamente subordinados ao Governador ordenar, fundamentalmente e por
escrito, a prisão administrativa do funcionário responsável pelo alcance, des-
vio ou omissão em efetuar as entradas, nos devidos prazos, de dinheiro ou va-
lores pertencentes à Fazenda Estadual ou que se acharem sob a guarda desta.
§ 1º - A autoridade que ordenar a prisão comunicará imediatamente o fato
à autoridade judiciária competente e providenciará no sentido de ser realiza-
do, com urgência, o processo de tomada de contas.
§ 2º - A prisão administrativa, que será cumprida em estabelecimento
especial e não excederá de 90 (noventa) dias, será relaxada tão logo seja
efetuada a reposição do quantum relativo ao alcance ou desfalque.

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§ 3º - Não se ordenará a prisão administrativa quando o valor da fiança


seja suficiente para garantir o ressarcimento de prejuízo causado à Fazenda
Estadual, ou quando o responsável pela malversação, alcance ou desfalque
haja oferecido as necessárias garantias de indenização.
Art. 308 – A suspensão preventiva até 30 (trinta) dias será ordenada pelas
autoridades mencionadas no artigo 308, desde que o afastamento do funcio-
nário seja necessário para que este não venha a influir na apuração da falta.
§ 1º - A suspensão de que trata este artigo poderá, ainda, ser ordenada
pelo Secretário de Estado de Administração, no ato de instauração de pro-
cesso administrativo disciplinar, e estendida até 90 (noventa) dias, findos os
quais cessarão automaticamente os efeitos da mesma, ainda que o processo
não esteja concluído.
§ 2º - O funcionário suspenso preventivamente poderá ser administrati-
vamente preso.
§ 3º - Não estando preso administrativamente, o funcionário que respon-
der por malversação ou alcance de dinheiro ou valores públicos será sempre
suspenso preventivamente, e seu afastamento se prolongará até a decisão
final do processo administrativo disciplinar.
Art. 309 – A prisão administrativa e a suspensão preventiva são medidas
acautelatórias e não constituem pena.
Art. 310 – O funcionário, afastado em decorrência das medidas acautela-
tórias referidas no artigo anterior, terá direito:
I – à contagem de tempo de serviço relativo ao afastamento, desde que
reconhecida sua inocência afinal;
II – à contagem do tempo de serviço relativo à suspensão preventiva, se
do processo resultar pena disciplinar de advertência ou repreensão;
III – à contagem do período de afastamento que exceder do prazo da sus-
pensão disciplinar aplicada.
§ 1º - O cômputo do tempo de serviço nos termos deste artigo implica o
direito à percepção do vencimento e vantagens no período correspondente.

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§ 2º - Será computado na duração da pena ou suspensão disciplinar im-


posta o período de afastamento decorrente de medida acautelatória.
§ 3º - Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, o funcionário restituirá,
na proporção do que houver recebido, o vencimento e vantagens percebidos
na forma do disposto no inciso I, do artigo 145.

CAPÍTULO III
DA APURAÇÃO SUMÁRIA DE IRREGULARIDADE

Art. 311 – A apuração sumária por meio de sindicância não ficará adstrita
ao rito determinado para o processo administrativo disciplinar, constituindo-
-se em simples averiguação.
Parágrafo único. A critério da autoridade que a instaurar, e segundo a im-
portância maior ou menor do evento, a sindicância poderá ser realizada por
um único funcionário ou por uma Comissão de 3 (três) servidores, preferivel-
mente efetivos.
Art. 312 – A instauração de sindicância não impede a adoção imediata,
através de comunicação à autoridade competente, das medidas acautelató-
rias previstas no Capítulo II, deste Título.
Art. 313 – Se, no curso da apuração sumária, ficar evidenciada falta puní-
vel com pena superior à de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, ou multa
correspondente, o responsável pela apuração comunicará o fato ao superior
imediato que solicitará, pelos canais competentes, a instauração de processo
administrativo disciplinar.
Art. 314 – São competentes para determinar a apuração sumária de irre-
gularidades, ocorridas no serviço público do Estado, os dirigentes de unidades
administrativas até o nível de Chefe de Seção.
§ 1º - Se o fato envolver a pessoa do chefe da unidade administrativa, a
abertura de sindicância caberá ao superior hierárquico imediato.
§ 2º - Em qualquer caso, a designação será feita por escrito.

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Art. 315 – O sindicante deverá colher todas as informações necessárias,


ouvindo o denunciante, à autoridade que ordenou a sindicância, quando con-
veniente; o suspeito, se houver; os servidores e os estranhos eventualmente
relacionados com o fato, bem como procedendo à juntada do expediente de
instauração da sindicância e de quaisquer documentos capazes de bem escla-
recer o ocorrido.
Art. 316 – Por se tratar de apuração sumária, as declarações do servidor
suspeito serão recebidas também como defesa, dispensada a citação para tal
fim, assegurada, porém, a juntada pelo mesmo, no prazo de 5 (cinco) dias,
de quaisquer documentos que considere úteis.
Art. 317 – A sindicância não poderá exceder o prazo de 30 (trinta) dias,
prorrogável uma única vez até 8 (oito) dias em caso de força maior, mediante
justificativa à autoridade que houver determinado a sindicância.
Art. 318 – Comprovada a existência ou inexistência de irregularidades
deverá ser, de imediato, apresentado relatório de caráter expositivo, conten-
do, exclusivamente, de modo claro e ordenado, os elementos fáticos colhidos
ao curso da sindicância, abstendo-se o relator de quaisquer observações ou
conclusões de cunho jurídico, deixando à autoridade competente a capitula-
ção das eventuais transgressões disciplinares verificadas.
Art. 319 – Recebido o relatório, caso tenha sido configurada irregulari-
dade e identificado o seu autor, a autoridade que houver promovido a sindi-
cância aplicará, de imediato, a pena disciplinar cabível, ressalvada a hipótese
prevista no artigo 313.

CAPÍTULO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 320 – O processo administrativo disciplinar precederá sempre a apli-


cação das penas de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, destituição de
função, demissão, cassação de aposentadoria, jubilação ou disponibilidade.

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Art. 321 – A determinação de instauração do processo administrativo dis-


ciplinar é da competência do Secretário de Estado de Administração, inclusive
em relação a servidores autárquicos.
Art. 322 – Promoverá o processo uma das Comissões Permanentes de
Inquérito Administrativo da Secretaria de Estado de Administração.
Parágrafo único. Não se aplica a regra estabelecida neste artigo aos casos
previstos no parágrafo único do artigo anterior.
Art. 323 – Se, de imediato ou no curso do processo administrativo dis-
ciplinar, ficar evidenciado que a irregularidade envolve crime, a autoridade
instauradora ou o Presidente da Comissão a comunicará ao Ministério Público.
Parágrafo único. Quando a autoridade policial tiver conhecimento de crime
praticado por funcionário público com violação de dever inerente ao cargo, ou
com abuso de poder, fará comunicação do fato à autoridade administrativa
competente para a instauração do processo disciplinar cabível.
Art. 324 – O processo administrativo disciplinar deverá estar concluído no
prazo de 90 (noventa) dias, contados da data em que os autos chegarem à
Comissão prorrogáveis sucessivamente por períodos de 30 (trinta) dias, até o
máximo de 3 (três), em caso de força maior e a juízo do Secretário de Estado
de Administração.
§ 1º - A não observância desses prazos não acarretará nulidade do pro-
cesso, importando, porém, quando não se tratar de sobrestamento, em res-
ponsabilidade administrativa dos membros da Comissão.
§ 2º - O sobrestamento do processo administrativo disciplinar só ocorrerá
em caso de absoluta impossibilidade de prosseguimento, a juízo do Secretário
de Estado de Administração.
Art. 325 – Os órgãos estaduais, sob pena de responsabilidade de seus
titulares, atenderão com a máxima presteza às solicitações da Comissão, in-
clusive requisição de técnicos e peritos, devendo comunicar prontamente a
impossibilidade de atendimento em caso de força maior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 326 – A Comissão assegurará, no processo administrativo discipli-


nar, o sigilo necessário à elucidação do fato ou o exigido pelo interesse da
Administração.
Art. 327 – Quando a infração deixar vestígio, será indispensável o exame
pericial, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. A autoridade julgadora não ficará adstrita ao laudo, po-
dendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Art. 328 – A acareação será admitida entre acusados, entre acusados e
testemunhas e entre testemunhas, sempre que divergirem em suas declara-
ções sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem
os pontos de divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 329 – Ultimada a instrução, será feita, no prazo de 3 (três) dias, a
citação do indiciado para apresentação de defesa no prazo de 10 (dez) dias,
sendo-lhe facultada vista do processo, durante todo esse período, na sede
da Comissão.
§ 1º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20
(vinte) dias.
§ 2º - Estando o indiciado em lugar incerto, será citado por edital, publi-
cado 3 (três) vezes no órgão oficial de imprensa durante 15 (quinze) dias,
contando-se o prazo de 10 (dez) dias para a defesa da última publicação.
§ 3º - O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligên-
cias consideradas imprescindíveis.
Art. 330 – Nenhum acusado será julgado sem defesa, que poderá ser
produzida em causa própria.
Parágrafo único. A constituição de defensor independerá de instrumento
de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.
Art. 331 – Sempre que o acusado requeira, será designado pelo Presidente
da Comissão um funcionário estável, bacharel em Direito, para promover-lhe
a defesa, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua con-
fiança ou a si mesmo, na hipótese da parte final do caput do artigo anterior.

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Art. 332 – Em caso de revelia, o Presidente da Comissão designará, de


ofício, um funcionário efetivo, bacharel em Direito, para defender o indiciado.
§ 1º - O defensor do acusado, quando designado pelo Presidente da Co-
missão, não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, sob
pena de responsabilidade.
§ 2º - A falta de comparecimento do defensor, ainda que motivada, não
determinará o adiantamento de ato algum do processo, devendo o Presiden-
te da Comissão designar substituto, ainda que provisoriamente ou para só o
efeito do ato.
Art. 333 – Para assistir pessoalmente aos atos processuais, fazendo-se
acompanhar de defensor, se assim o quiser, o acusado será sempre intimado,
e poderá, nas inquirições, levantar contradita, formular perguntas e reinquirir
testemunhas; nas perícias apresentar assistente e formular quesitos cujas
respostas integrarão o laudo; e fazer juntada de documentos em qualquer
fase do processo.
Parágrafo único. Se, nas perícias, o assistente divergir dos resultados, po-
derá oferecer observações escritas que serão examinadas no relatório final e
na decisão.
Art. 334 – No interrogatório do acusado, seu defensor não poderá intervir
de qualquer modo nas perguntas e nas respostas.
Art. 335 – Antes de indiciado, o funcionário intimado a prestar declara-
ções à Comissão poderá fazer-se acompanhar de advogado, que, entretanto,
observará o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único. Não se deferirá, nessa fase, qualquer diligência requerida.
Art. 336 – Concluída a defesa, a Comissão remeterá o processo à auto-
ridade competente, com relatório onde será exposta a matéria de fato e de
direito, concluindo pela inocência ou responsabilidade do indiciado, indicando,
no último caso, as disposições legais que entender transgredidas e a pena
que julgar cabível.

701
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 337 – Recebido o processo, o Secretário de Estado de Administração


proferirá a decisão no prazo de 20 (vinte) dias, ou o submeterá, no prazo de
8 (oito) dias, ao Governador, para que julgue nos 20 (vinte) dias seguintes ao
seu recebimento.
Parágrafo único. A autoridade julgadora decidirá à vista dos fatos apura-
dos pela Comissão, não ficando, todavia, vinculada às conclusões do relatório.
Art. 338 – Quando a autoridade julgadora entender que os fatos não fo-
ram apurados devidamente, determinará o reexame do processo.
§ 1º - Na hipótese do artigo, os autos retornarão à Comissão para cumpri-
mento das diligências expressamente determinadas e consideradas indispen-
sáveis à decisão da autoridade julgadora.
§ 2º - As diligências determinadas na forma do parágrafo anterior serão
cumpridas no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
§ 3º - Verificado o caso tratado neste artigo, o prazo de julgamento será
contado da data do novo recebimento do processo.
Art. 339 – Em caso de abandono de cargo ou função, a Comissão iniciará
seu trabalho fazendo publicar, por 3 (três) vezes, edital de chamada do acu-
sado, no prazo máximo de 20 (vinte) dias.
§ 1º - O prazo para apresentação da defesa pelo acusado começará a cor-
rer da última publicação do edital no órgão oficial.
§ 2º - Findo o prazo do parágrafo anterior e não havendo manifestação
do faltoso, ser-lhe-á designado pelo Presidente da Comissão defensor, que se
desincumbirá do encargo no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data de
sua designação.
Art. 340 – A Comissão, recebendo a defesa, fará a sua apreciação sobre as
alegações e encaminhará relatório à autoridade instauradora, propondo o ar-
quivamento do processo ou a expedição do ato de demissão, conforme o caso.
Art. 341 – O processo administrativo disciplinar de abandono de cargo
observará, no que couber, as disposições deste Capítulo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 342 – O funcionário só poderá ser exonerado a pedido após a con-


clusão do processo administrativo disciplinar a que responder e do qual não
resultar pena de demissão.

CAPÍTULO V
DA REVISÃO

Art. 343 – Poderá ser requerida a revisão do processo administrativo de


que haja resultado pena disciplinar, quando forem aduzidos fatos ainda não
conhecidos, comprobatórios da inocência do funcionário punido.
Parágrafo único. Tratando-se de funcionário falecido, desaparecido ou in-
capacitado de requerer, a revisão poderá ser solicitada por qualquer pessoa.
Art. 344 – A revisão processar-se-á em apenso ao processo originário.
Art. 345 – Não constitui fundamento para a revisão a simples alegação
de injustiça da penalidade.
Art. 346 – O requerimento devidamente instruído será encaminhado ao
Governador que decidirá sobre o pedido.
Art. 347 – Autorizada a revisão, o processo será encaminhado à Comis-
são Revisora, que concluirá o encargo no prazo de 90 (noventa) dias, pror-
rogável pelo período de 30 (trinta) dias, a juízo do Secretário de Estado de
Administração.
Parágrafo único. No desenvolvimento de seus trabalhos a Comissão Re-
visora observará as disposições do Capítulo anterior, no que couber, e não
colidir com as deste.
Art. 348 – O julgamento caberá ao Governador, no prazo de 30 (trinta)
dias, podendo, antes, o Secretário de Estado de Administração determinar
diligências, concluídas as quais se renovará o prazo.
Art. 349 – Julgada procedente a revisão, será tornada sem efeito a pena
imposta, restabelecendo-se todos os direitos por ela atingidos.

703
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

TÍTULO X
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 350 – O Secretário de Estado de Administração expedirá os atos


complementares de natureza procedimental necessários à plena execução
das disposições do presente Regulamento.
Art. 351 – O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor Público do
Estado.
Art. 352 – Quando, para efeitos específicos, não estiver definido de forma
diversa, consideram-se pertencentes à família do funcionário, além do cônju-
ge e filhos, quaisquer pessoas que, necessária e comprovadamente, vivam a
suas expensas e constem do seu assentamento individual.
Art. 353 – Os prazos previstos neste Regulamento serão contados por
dias corridos.
Parágrafo único. Na contagem dos prazos observar-se-á ainda:
1) Os prazos dependentes de publicação serão dilatados de tantos dias
quantos forem os relativos ao atraso na circulação do órgão oficial;
2) Excluir-se-á o dia do começo e incluir-se-á o do vencimento, prorro-
gando-se este para o primeiro dia útil seguinte, quando incidir em Sábado,
Domingo, feriado ou ponto facultativo, ou por qualquer motivo não houver ou
for suspenso o expediente nas repartições públicas.
Art. 354 – É vedado ao funcionário e ao contratado servir sob a direção
imediata do cônjuge ou parente até o segundo grau, salvo em funções de
confiança ou livre escolha, não podendo, neste caso, exceder de 2 (dois) o
seu número.
Art. 355 – A função de jornalista profissional é compatível com a de ser-
vidor público, desde que este não exerça aquela atividade no órgão onde tra-
balha e não incida em acumulação ilegal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 356 – Aos servidores do Estado regidos por legislação especial não se
reconhecerão direitos nem se deferirão vantagens pecuniárias previstos neste
regulamento, quando, por força do regime especial a que se achem sujeitos,
fizerem jus a direitos e vantagens com a mesma finalidade, ressalvado o caso
de acumulação legal.
Art. 357 – Por motivo de convicção filosófica, religiosa ou política, ne-
nhum servidor poderá ser privado de qualquer de seus direitos, nem sofrer
alteração em sua atividade funcional.
Art. 358 – Com a finalidade de elevar a produtividade dos servidores e
ajustá-los às suas tarefas e ao seu meio de trabalho, o Estado promoverá o
treinamento necessário, na forma de regulamentação própria.
Art. 359 – Mediante seleção e concurso adequados, poderão ser admiti-
dos servidores de capacidade física reduzida, inclusive os portadores de ce-
gueira parcial ou total, para cargos ou empregos especificados em lei.
Parágrafo único. Aos servidores admitidos na forma deste artigo, não se
concederão quaisquer benefícios, direitos ou vantagens em razão da deficiên-
cia física já existente ao tempo de sua admissão.
Art. 360 – O funcionário que, sem justa causa, deixar de atender a qual-
quer exigência para cujo cumprimento seja assinado prazo certo, terá sus-
penso o pagamento do vencimento e vantagens, até que satisfaça essa exi-
gência, sem prejuízo das sanções disciplinares cabíveis.
Art. 361 – Ao funcionário será fornecida, gratuita e obrigatoriamente,
carteira de identificação funcional.
Parágrafo único. A carteira a que se refere este artigo será padronizada
para todos os funcionários do Estado, segundo modelo a ser aprovado pelo
Secretário de Estado de Administração, salvo quando, pela natureza da ativi-
dade exercida, deva obedecer o modelo próprio.
Art. 362 – É vedada a prestação de serviços gratuitos, salvo os excepcio-
nalmente prestados, que surtirão apenas efeito honorífico.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 363 – Este Regulamento é extensivo, no que lhes for aplicável, aos
funcionários das autarquias estaduais.
Art. 364 – As disposições regulamentares de natureza estatutária que
decorrerem do Plano de Cargos, lavrado para cumprimento ao artigo 18 da
Lei Complementar n. 20, de 1º de julho de 1974, bem como do Plano de Ven-
cimentos que lhe corresponde, integrar-se-ão, para todos os efeitos, neste
Regulamento.

706
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Inspetor de Polícia

DECRETO-LEI N. 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940


Vigência
(Vide Lei n. 1.521, de 1951)
(Vide Lei n. 5.741, de 1971)
(Vide Lei n. 5.988, de 1973)
(Vide Lei n. 6.015, de 1973)
(Vide Lei n. 6.404, de 1976)
(Vide Lei n. 6.515, de 1977)
(Vide Lei n. 6.538, de 1978)
(Vide Lei n. 6.710, de 1979)
(Vide Lei n. 7.492, de 1986)
(Vide Lei n. 8.176, de 1991)
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Código Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

PARTE GERAL

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Anterioridade da Lei

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem pré-
via cominação legal. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Lei penal no tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de con-
siderar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,


aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua


duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Tempo do crime

Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omis-


são, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 1984)

Territorialidade

Art. 5º. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e


regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as ae-
ronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em al-
to-mar. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo corres-
pondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 1984)

708
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Lugar do crime (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou


omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria pro-
duzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangei-


ro: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
I – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Es-
tado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Bra-
sil; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
II – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julga-
dos. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ain-
da que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do con-


curso das seguintes condições: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza
a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido
a pena; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo,
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no pará-
grafo anterior: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

Pena – cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil


pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira pro-


duz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil
para: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros
efeitos civis; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único. A homologação depende: (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessa-
da; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país
de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Contagem de prazo (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os


dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restriti-


vas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzei-
ro. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Legislação especial (Incluída pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados
por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO II
DO CRIME

Relação de causalidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é


imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem
a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a impu-


tação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Relevância da omissão (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia


agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resul-


tado. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 14. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime consumado (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua defini-


ção legal; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstân-


cias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Pena – de tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com


a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela

Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu-


ção ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já pratica-
dos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Arrependimento posterior  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da

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queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois ter-
ços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime impossível (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 18. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime doloso (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produ-


zi-lo;(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime culposo (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,


negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser pu-
nido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o


agente que o houver causado ao menos culposamente.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre elementos do tipo  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Descriminantes putativas (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circuns-


tâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta


de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da víti-
ma, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a ilicitude do fato  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude


do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um
sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circuns-

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tâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei

n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obe-


diência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – em estado de necessidade; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – em legítima defesa; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Excesso punível (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, res-


ponderá pelo excesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Estado de necessidade

Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de ou-
tro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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§ 1º Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de


enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Legítima defesa

Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente


dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste arti-
go, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública
que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a
prática de crimes. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminu-
ída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias incomunicáveis

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Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de cará-


ter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Casos de impunibilidade

Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo dispo-


sição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo
menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO V
DAS PENAS

CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA

Art. 32. As penas são: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)


I – privativas de liberdade;
II – restritivas de direitos;
III – de multa.

Seção I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Reclusão e detenção

Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, se-
miaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado.  (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Considera-se: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança


máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial
ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabele-
cimento adequado.
§ 2º As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes crité-
rios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-
-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos
e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime se-
miaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (qua-
tro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á
com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a pro-
gressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do
dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais. (Incluído pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)

Regras do regime fechado

Art. 34. O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a


exame criminológico de classificação para individualização da execução. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento


durante o repouso noturno. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformi-
dade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatí-
veis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou
obras públicas. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime semiaberto

Art. 35. Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado


que inicie o cumprimento da pena em regime semiaberto. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período
diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos
supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime aberto

Art. 36. O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsa-


bilidade do condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, tra-
balhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecen-
do recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato defi-
nido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não

720
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei n. 7.209,


de 11.7.1984)

Regime especial

Art. 37. As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, obser-


vando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como,
no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Direitos do preso

Art. 38. O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da
liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade
física e moral. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Trabalho do preso

Art. 39. O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garan-


tidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Legislação especial

Art. 40. A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39


deste Código, bem como especificará os deveres e direitos do preso, os crité-
rios para revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as infrações
disciplinares e correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Superveniência de doença mental

721
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 41. O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhi-
do a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro esta-
belecimento adequado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Detração

Art. 42. Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de


segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de
prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Seção II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Penas restritivas de direitos

Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei n.


9.714, de 1998)
I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
III – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído
pela Lei n. 9.714, de 25.11.1998)
V – interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei n. 9.714, de
25.11.1998)
VI – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 25.11.1998)
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer

722
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei n.
9.714, de 1998)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei n.
9.714, de 1998)
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade
do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 1º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser
feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano,
a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de
direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei n. 9.714,
de 1998)
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição,
desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente re-
comendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do
mesmo crime. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade
quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cál-
culo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cum-
prido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias
de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro cri-
me, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar
de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva ante-
rior. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

Conversão das penas restritivas de direitos

723
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proce-


der-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei n.
9.714, de 1998)
§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima,
a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social,
de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem
superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será
deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a
prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluí-
do pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á,
ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e
seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado
ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prá-
tica do crime. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas


é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberda-
de. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas con-
siste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei n.
9.714, de 1998)
§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assis-
tenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres,
em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

724
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as apti-


dões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa
por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade
da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 47. As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação


dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como
de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – proibição de frequentar determinados lugares. (Incluído pela Lei n.
9.714, de 1998)
V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
(Incluído pela Lei n. 12.550, de 2011)
Limitação de fim de semana
Art. 48. A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permane-
cer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de alber-
gado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

725
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser ministrados ao con-


denado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Seção III
DA PENA DE MULTA

Multa

Art. 49. A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário


da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo,
de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a
um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem
superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices
de correção monetária. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Pagamento da multa

Art. 50. A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de tran-
sitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as
circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas
mensais. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no ven-
cimento ou salário do condenado quando: (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; (Incluído


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
§ 2º O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sus-
tento do condenado e de sua família. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será


executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de va-
lor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive
no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

Suspensão da execução da multa

Art. 52. É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao conde-


nado doença mental. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS

Penas privativas de liberdade

Art. 53. As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos


na sanção correspondente a cada tipo legal de crime. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

727
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Penas restritivas de direitos

Art. 54. As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independente-


mente de cominação na parte especial, em substituição à pena privativa de
liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culpo-
sos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI
do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída,
ressalvado o disposto no § 4º do art. 46. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de
1998)
Art. 56. As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 des-
te Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão,
atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres
que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 57. A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Có-
digo, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Pena – de multa

Art. 58. A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites
fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código.(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º
do art. 60 deste Código aplica-se independentemente de cominação na parte
especial. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DA PENA

Fixação da pena

728
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta


social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conse-
quências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do cri-
me: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
II – a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra es-
pécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Critérios especiais da pena de multa

Art. 60. Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente,


à situação econômica do réu. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em
virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máxi-
mo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Multa substitutiva

§ 2º A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses,


pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III
do art. 44 deste Código.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias agravantes

Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não cons-
tituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

729
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I – a reincidência; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)


II – ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidio-
so ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma
da lei específica; (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, mi-
nistério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávi-
da; (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.

Agravantes no caso de concurso de pessoas

Art. 62. A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação


dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

730
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autori-


dade ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Reincidência

Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,


depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro,
o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 64. Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
I – não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento
ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo
superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
II – não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias atenuantes

Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de
70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
II – o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

III – ter o agente:(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)


a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamen-
to, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento
de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou.
Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância re-
levante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente
em lei. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes

Art. 67. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproxi-


mar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entenden-
do-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Cálculo da pena

Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste


Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agra-
vantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição
previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma

732
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.


(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso material

Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pra-
tica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as
penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aque-
la. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será
incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessiva-
mente as demais. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso formal

Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabí-
veis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso,
de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente,
se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime continuado

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, prati-
ca dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havi-
dos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes,
se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de
um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a cul-
pabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Multas no concurso de crimes

Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta


e integralmente. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro na execução

Art. 73. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o
agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa
diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atenden-
do-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também
atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70
deste Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Resultado diverso do pretendido

Art. 74. Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na
execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente res-

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ponde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também
o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Limite das penas

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não


pode ser superior a 40 (quarenta) anos. (Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja
soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para
atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de
2019)
§ 2º Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento
da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período
de pena já cumprido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de infrações

Art. 76. No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena


mais grave. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO IV
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Requisitos da suspensão da pena

Art. 77. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2


(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do


agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro
anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado
seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a sus-
pensão. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
Art. 78. Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à ob-
servação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art.
48). (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente
favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas
seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei n.
9.268, de 1º.4.1996)
a) proibição de frequentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do
juiz; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

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Art. 79. A sentença poderá especificar outras condições a que fica subor-
dinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 80. A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem
à multa. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação obrigatória

Art. 81. A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:


(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I  – é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;  (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efe-
tua, sem motivo justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
III – descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação facultativa

§ 1º A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qual-


quer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime
culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prorrogação do período de prova

§ 2º Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contra-


venção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento de-
finitivo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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§ 3º Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,


prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Cumprimento das condições

Art. 82. Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos do livramento condicional

Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a


pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente
em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime
doloso; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – comprovado: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)

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d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;


(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano cau-
sado pela infração; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
V – cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente es-
pecífico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com vio-
lência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará tam-
bém subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir
que o liberado não voltará a delinquir. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Soma de penas

Art. 84. As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-


-se para efeito do livramento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Especificações das condições

Art. 85. A sentença especificará as condições a que fica subordinado o


livramento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação do livramento

Art. 86. Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a


pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:(Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
I  – por crime cometido durante a vigência do benefício;  (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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II – por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Re-


dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação facultativa

Art. 87. O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado dei-


xar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irre-
corrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Efeitos da revogação

Art. 88. Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido,


e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior
àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Extinção

Art. 89. O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não pas-
sar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por cri-
me cometido na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 90. Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Efeitos genéricos e específicos

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Art. 91. São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de ter-
ceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabri-
co, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua provei-
to auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao pro-
duto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se
localizarem no exterior. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legisla-
ção processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado
ou acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei n. 12.694,
de 2012)
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine
pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a
perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à dife-
rença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível
com o seu rendimento lícito. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por
patrimônio do condenado todos os bens: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o
benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posterior-
mente; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação
irrisória, a partir do início da atividade criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)

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§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade


ou a procedência lícita do patrimônio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente
pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indica-
ção da diferença apurada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença
apurada e especificar os bens cuja perda for decretada. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações
criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou
do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não
ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública,
nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos cri-
mes. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 92. São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior
a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever
para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a
4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela
nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igual-
mente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou
contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei n. 13.715, de 2018)
III – a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO VII
DA REABILITAÇÃO

Reabilitação

Art. 93. A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença


definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu pro-
cesso e condenação. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da con-
denação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação
anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 94. A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do
dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicio-
nal, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante
de bom comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
III – tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a abso-
luta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

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Parágrafo único. Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer


tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos compro-
batórios dos requisitos necessários. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 95. A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Mi-
nistério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão
definitiva, a pena que não seja de multa. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL

Ação pública e de iniciativa privada

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a


declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo,
quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Minis-
tro da Justiça. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofen-
dido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação
pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

A ação penal no crime complexo

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Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do


tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública
em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proce-
der por iniciativa do Ministério Público. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Irretratabilidade da representação

Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denún-


cia. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Decadência do direito de queixa ou de representação

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do


direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6
(seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime,
ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o
prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado


expressa ou tacitamente. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de
ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato
de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Perdão do ofendido

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Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede


mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos ou-
tros; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a
vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Extinção da punibilidade

Art. 107. Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)
I – pela morte do agente;
II – pela anistia, graça ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como crimi-
noso;
IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada;
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

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VII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)


VIII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Art. 108. A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemen-
to constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,


salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo
da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação
dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
I – em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II – em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não
excede a doze;
III – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não
excede a oito;
IV – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não ex-
cede a quatro;
V – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo
superior, não excede a dois;
VI – em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).

Prescrição das penas restritivas de direito

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Parágrafo único. Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos


prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória

Art. 110. A prescrição depois de transitar em julgado a sentença conde-


natória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo
anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julga-
do para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data an-
terior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.234, de 2010).

Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sen-

tença final

Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,


começa a correr: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

748
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V – nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes,


previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima
completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta
a ação penal. (Redação dada pela Lei n. 12.650, de 2012)

Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível

Art. 112. No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a cor-
rer: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento
condicional; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da
interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do

livramento condicional

Art. 113. No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramen-


to condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição da multa

Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei


n. 9.268, de 1º.4.1996)
I  – em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplica-
da; (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

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Redução dos prazos de prescrição

Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o cri-


minoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data
da sentença, maior de 70 (setenta) anos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Causas impeditivas da prescrição

Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não


corre: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa
o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais
Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecu-
ção penal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória,
a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por
outro motivo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Causas interruptivas da prescrição

Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei n.


7.209, de 11.7.1984)
I – pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
II – pela pronúncia; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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III – pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei n.


7.209, de 11.7.1984)
IV – pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorrí-
veis; (Redação dada pela Lei n. 11.596, de 2007).
V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
VI – pela reincidência. (Redação dada pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
§ 1º Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da
prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos cri-
mes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais
a interrupção relativa a qualquer deles. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo,
todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 118. As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade in-
cidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Perdão judicial

Art. 120. A sentença que conceder perdão judicial não será considerada
para efeitos de reincidência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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PARTE ESPECIAL
(VIDE LEI N. 7.209, DE 1984)

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguem:


Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social


ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provo-
cação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo futil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

752
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Feminicídio (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)

VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído


pela Lei n. 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Consti-
tuição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segu-
rança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição: (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando
o crime envolve: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei
n. 13.104, de 2015)

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o


crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício,
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura di-
minuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)

753
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§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a


pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma
tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei n.
6.416, de 24.5.1977)
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de se-
gurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei n. 12.720, de 2012)
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade
se o crime for praticado: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela
Lei n. 13.771, de 2018)
III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da
vítima; (Redação dada pela Lei n. 13.771, de 2018)
IV  – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de
2006. (Incluído pela Lei n. 13.771, de 2018)

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação

(Redação dada pela Lei n. 13.968, de 2019)

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automuti-


lação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei
n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela
Lei n. 13.968, de 2019)

754
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§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal


de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste
Código: (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei n. 13.968,
de 2019)
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (In-
cluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei n. 13.968,
de 2019)
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; (Incluído
pela Lei n. 13.968, de 2019)
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capaci-
dade de resistência. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da
rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. (Incluído
pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de
grupo ou de rede virtual. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal
de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do
art. 129 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor
de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
121 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)

755
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Infanticídio

Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, du-
rante o parto ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho pro-
voque: (Vide ADPF 54)
Pena – detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:


Pena – reclusão, de três a dez anos.
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é
maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento
é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

Forma qualificada

Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumenta-
das de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário

I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

756
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Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consenti-


mento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta:
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incuravel;
III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte

757
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§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não


quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor so-


cial ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Substituição da pena

§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de


detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

§ 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hi-


póteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.720, de 2012)
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação
dada pela Lei n. 8.069, de 1990)

Violência Doméstica (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)

758
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§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, côn-


juge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hos-
pitalidade: (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela
Lei n. 11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias
são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um ter-
ço). (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um ter-
ço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído
pela Lei n. 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrên-
cia dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois
terços. (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do
sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela
Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído pela Lei nº 14.188,
de 2021)

CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

759
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Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que
está contaminado:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º Somente se procede mediante representação.

Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que
está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:


Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposi-
ção da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em
desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

Abandono de incapaz

Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância
ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos re-
sultantes do abandono:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.

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§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena

§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:


I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
curador da vítima.
III  – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos  (Incluído pela Lei n.
10.741, de 2003)

Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

Omissão de socorro

Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergen-

761
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cial (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garan-


tia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como
condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de aten-
dimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a
morte. (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Maus-tratos

Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia,
quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-
-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção
ou disciplina:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei n. 8.069, de 1990)

762
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CAPÍTULO IV
DA RIXA

Rixa

Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:


Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave,
aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis me-
ses a dois anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala
ou divulga.
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade

§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:


I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não
foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art. 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.

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Difamação

Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é


funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria

Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natu-
reza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-
pondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência: (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei n. 9.459, de
1997)

Disposições comuns

Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço,


se qualquer dos crimes é cometido:

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I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estran-


geiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)
§ 1º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa,
aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Exclusão do crime

Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível:


I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por
seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em aprecia-
ção ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela
difamação quem lhe dá publicidade.
Retratação
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da
calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia
ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-
-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a
ofensa. (Incluído pela Lei n. 13.188, de 2015)
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difa-
mação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.

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Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias,


responde pela ofensa.
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede me-
diante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta
lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça,
no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante represen-
tação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso
do § 3º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.033. de 2009)

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

Seção I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal

Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou


depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de re-
sistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Aumento de pena

§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a


execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de ar-
mas.
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:

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I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente


ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

Ameaça

Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer


outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Perseguição

Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ame-


açando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade
de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de
liberdade ou privacidade. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.132, de 2021)
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido: (Incluído pela
Lei nº 14.132, de 2021)
I – contra criança, adolescente ou idoso; (Incluído pela Lei nº 14.132, de
2021)
II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos
do § 2º-A do art. 121 deste Código; (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego
de arma. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à violência. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
§ 3º Somente se procede mediante representação. (Incluído pela Lei nº
14.132, de 2021)

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Violência psicológica contra a mulher

Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe


seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde
psicológica e autodeterminação: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta
não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)

Sequestro e cárcere privado

Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere


privado: (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do
agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n. 11.106,
de 2005)
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saú-
de ou hospital;
III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído
pela Lei n. 11.106, de 2005)
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei n. 11.106,
de 2005)
§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da de-
tenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

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Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer sub-


metendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o
a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,
sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
(Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena corresponden-
te à violência. (Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II  – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 2º  A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído
pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (In-
cluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)

Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alo-


jar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou
abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)

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II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído


pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei n. 13.344,
de 2016) (Vigência)
IV – adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
V – exploração sexual. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas fun-
ções ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vi-
gência)
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou
com deficiência; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de co-
abitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de
superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função;
ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (In-
cluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º  A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e
não integrar organização criminosa. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
Seção II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio

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Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou con-


tra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o
emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em
suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar
prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo
ali praticado ou na iminência de o ser.
§ 4º A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
§ 5º Não se compreendem na expressão “casa”:
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

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Seção III
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fecha-


da, dirigida a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º Na mesma pena incorre:


I  – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora
não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica

II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusiva-


mente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conver-
sação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número
anterior;
IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem obser-
vância de disposição legal.
§ 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 4º Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do §
1º, IV, e do § 3º.

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Correspondência comercial

Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento


comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair
ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Seção IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento par-
ticular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor,
e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a
dois contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renu-
merado pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas,
assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou ban-
co de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal
será incondicionada. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Violação do segredo profissional

773
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Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto a dez
contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei n. 12.737, de

2012) Vigência

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à


rede de computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou infor-
mações sem autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Redação dada pela Lei nº 14.155, de
2021)
Pena  – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difun-
de dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da
conduta definida no caput. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da inva-
são resulta prejuízo econômico. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações ele-
trônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas,
assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo
invadido: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver di-
vulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados
ou informações obtidos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

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§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado


contra: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
I – Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei
n. 12.737, de 2012) Vigência
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei n. 12.737,
de 2012) Vigência
III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assem-
bleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de
Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadu-
al, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012)
Vigência
Ação penal (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede me-
diante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração
pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públi-
cos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO

Furto

Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.

775
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz


pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.

Furto qualificado

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é co-


metido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se hou-
ver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
§ 4º-B A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o
furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou infor-
mático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de
mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qual-
quer outro meio fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º-C A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do
resultado gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é pra-
ticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional;
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra
idoso ou vulnerável. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

776
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo


automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
(Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for
de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em
partes no local da subtração. (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a
subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído
pela Lei n. 13.654, de 2018)

Furto de coisa comum

Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para ou-


trem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação.
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não
excede a quota a que tem direito o agente.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, median-
te grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

777
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, em-


prega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impuni-
dade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada
pela Lei n. 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente co-
nhece tal circunstância.
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberda-
de. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou empre-
go. (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
VII – se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei n.
13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei
n. 13.654, de 2018)
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de
arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)

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Inspetor de Polícia

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)


anos, e multa; (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)

Extorsão

Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e


com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica,
a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego
de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º
do artigo anterior. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e
essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena
é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e
3º, respectivamente. (Incluído pela Lei n. 11.923, de 2009)

Extorsão mediante sequestro

Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90 (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seques-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime

779
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90 (Redação


dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela
Lei n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º Se resulta a morte: Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei
n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar
à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida
de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 9.269, de 1996)

Extorsão indireta

Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situa-


ção de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal con-
tra a vítima ou contra terceiro:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal


indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.

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§ 1º Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório

II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concur-


so de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho
possessório.
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta comi-
nada.
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somen-
te se procede mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio,


marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

CAPÍTULO IV
DO DANO

Dano

Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único. Se o crime é cometido:

781
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I – com violência à pessoa ou grave ameaça;


II  – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
constitui crime mais grave
III  – contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; (Redação
dada pela Lei n. 13.531, de 2017)
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem con-


sentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade


competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de


local especialmente protegido por lei:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Ação penal

Art. 167. Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art.
164, somente se procede mediante queixa.

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CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a


detenção:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:


I – em depósito necessário;
II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,
testamenteiro ou depositário judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições re-


colhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada
à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)

783
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II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham inte-


grado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à pres-
tação de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (In-
cluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, con-
fessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta
as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regu-
lamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a
denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive aces-
sórios; ou (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja supe-
rior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei n. 13.606, de 2018)

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:

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Apropriação de tesouro

I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em par-


te, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcial-
mente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la
à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
Art. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art.
155, § 2º.

CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo


alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez
contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz
pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa


alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

785
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II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria


inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por ou-
tro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve en-


tregar a alguém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o pró-


prio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com
o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do saca-


do, ou lhe frustra o pagamento.

Fraude eletrônica

§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a


fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou
por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou
envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudu-
lento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

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§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância


do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território
nacional. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 3º-A. pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detri-
mento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular,
assistência social ou beneficência.
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimen-
to de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assis-
tência social ou beneficência.

Estelionato contra idoso ou vulnerável (Redação dada pela Lei nº

14.155, de 2021)

§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometi-


do contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso.
(Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
II – criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de
2019)
IV – maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

Duplicata simulada

787
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Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda
à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço presta-
do. (Redação dada pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou
adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei
n. 5.474. de 1968)

Abuso de incapazes

Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão


ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem,
induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídi-
co, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Induzimento à especulação

Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da


simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo
ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo
saber que a operação é ruinosa:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude no comércio

Art. 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou


consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou de-
teriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra:

788
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Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.


§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de
metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra
de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso,
metal de ou outra qualidade:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes

Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se


de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz
pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em pros-


pecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a
constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui
crime contra a economia popular.
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a eco-
nomia popular: (Vide Lei n. 1.521, de 1951)
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em pros-
pecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembleia,
faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício,
falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;

789
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III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em


proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia au-
torização da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade,
ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V – o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em
penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com
este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou con-
luiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a fun-
cionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
informação ao Governo.
§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa,
o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
voto nas deliberações de assembleia geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant”

Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com


disposição legal:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Fraude à execução

Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danifi-


cando bens, ou simulando dívidas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa.

790
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CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito


próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)

Receptação qualificada (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, des-


montar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma uti-
lizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção
entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-
-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
(Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor
do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

791
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§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo


em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)
§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos,
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.531, de 2017)

Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depó-


sito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semo-
vente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes,
que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.330, de 2016)

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
neste título, em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegíti-
mo, seja civil ou natural.
Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o crime pre-
visto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;

792
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III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.


Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja em-
prego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)

TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Violação de direito autoral

Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação


dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação
dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de
lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual,
interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de
quem os represente: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto
ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire,
oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete

793
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Inspetor de Polícia

ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga ori-


ginal ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização
dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo,
fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário
realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar
previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lu-
cro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem
os represente: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exce-
ção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformi-
dade com o previsto na Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia
de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do
copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. (Incluído pela Lei n. 10.695,
de 1º.7.2003)

Usurpação de nome ou pseudônimo alheio

Art. 185. (Revogado pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)


Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de
1º.7.2003)
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e
2º do art. 184; (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfa-
vor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previs-
tos no § 3º do art. 184. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO

Violação de privilégio de invenção

Art. 187. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)


Falsa atribuição de privilégio
Art. 188. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado

Art. 189. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)


Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho
Art. 190. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Art. 191. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA AS
MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Violação do direito de marca

Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos

Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

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Marca com falsa indicação de procedência

Art. 194. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)


Art. 195. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL

Concorrência desleal

Art. 196. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Atentado contra a liberdade de trabalho

Art. 197. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:


I – a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a tra-
balhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência;
II – a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de
parede ou paralisação de atividade econômica:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-
pondente à violência.

Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem

violenta

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Art. 198. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a


celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de
outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Atentado contra a liberdade de associação

Art. 199. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a


participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação
profissional:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da

ordem

Art. 200. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, pra-


ticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.
Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é
indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.

Paralisação de trabalho de interesse coletivo

Art. 201. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, pro-


vocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sa-

botagem

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 202. Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrí-


cola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou
com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou
delas dispor:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Frustração de direito assegurado por lei trabalhista

Art. 203. Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela


legislação do trabalho:
Pena – detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspon-
dente à violência. (Redação dada pela Lei n. 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
I – obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabele-
cimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;
(Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
II – impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, me-
diante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou con-
tratuais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou
mental. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho

Art. 204. Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa


à nacionalização do trabalho:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Exercício de atividade com infração de decisão administrativa

798
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 205. Exercer atividade, de que estáimpedido por decisão administra-


tiva:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Aliciamento para o fim de emigração

Art. 206. Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los


para território estrangeiro. (Redação dada pela Lei n. 8.683, de 1993)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.683, de 1993)

Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território

nacional

Art. 207. Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra
localidade do território nacional:
Pena – detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localida-
de de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou
cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condi-
ções do seu retorno ao local de origem. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou
mental. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

799
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou


função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso;
vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária

Art. 209. Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:


Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

Violação de sepultura

Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:


Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

800
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Destruição, subtração ou ocultação de cadáver

Art. 211. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:


Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Vilipêndio a cadáver

Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:


Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter


conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Pena  – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei n.


12.015, de 2009)
Art. 214. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com al-
guém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre mani-
festação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem eco-
nômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Importunação sexual (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso


com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
Art. 216. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Assédio sexual (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou fa-


vorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou fun-
ção. (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.224,
de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)

802
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (de-


zoito) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I-A
(Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, con-


teúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado
sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em
fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir
pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
(Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Sedução

Art. 217. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com me-
nor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)

803
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com


alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído
pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo apli-
cam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela
ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascí-


via de outrem: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescen-

te (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos,


ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de

804
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei n. 12.015, de


2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração

sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. (Redação dada pela

Lei n. 12.978, de 2014)

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de


exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermida-
de ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, apli-
ca-se também multa. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I  – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se ve-
rifiquem as práticas referidas no  caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da con-
denação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabe-
lecimento. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerá-

vel, de cena de sexo ou de pornografia (Incluído pela Lei n. 13.718, de

805
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

2018)

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à


venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio
de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotogra-
fia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de
estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime


é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas


no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cul-
tural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação
da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

CAPÍTULO III
DO RAPTO

Rapto violento ou mediante fraude

806
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 219. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Rapto consensual

Art. 220. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Diminuição de pena

Art. 221. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Concurso de rapto e outro crime

Art. 222. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 223. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)


Art. 224. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Ação penal

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-


-se mediante ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.718, de 2018)

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de


2005)
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou
mais pessoas; (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)

807
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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II  – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio,


irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada
pela Lei n. 13.718, de 2018)
III – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Estupro coletivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei n.


13.718, de 2018)

Estupro corretivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído


pela Lei n. 13.718, de 2018)

CAPÍTULO V
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:


Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou
se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão,
tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de
tratamento ou de guarda: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)

808
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Pena – reclusão, de dois a cinco anos.


§ 2º Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à vio-
lência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexu-

al (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de ex-


ploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, côn-
juge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou
se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigi-
lância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à
violência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de prostituição

809
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em


que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação di-
reta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Rufianismo

Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de


seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou
se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima,
ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena corres-
pondente à violência. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual

(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 231. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)


Art. 231-A. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 232. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Promoção de migração ilegal

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem


econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasi-
leiro em país estrangeiro: Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Incluído pela Lei n.
13.445, de 2017 Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o
fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território na-
cional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro. Incluído pela Lei n.
13.445, de 2017 Vigência
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se: Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
I – o crime é cometido com violência; ou Incluído pela Lei n. 13.445, de
2017 Vigência
II – a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das corres-
pondentes às infrações conexas. Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno

Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao


público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Escrito ou objeto obsceno

811
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Inspetor de Polícia

Art. 234. Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para
fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho,
pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos
referidos neste artigo;
II – realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação tea-
tral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espe-
táculo, que tenha o mesmo caráter;
III – realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audi-
ção ou recitação de caráter obsceno.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (In-


cluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
III – de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.718, de 2018)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador,
ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título
correrão em segredo de justiça. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

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Inspetor de Polícia

Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO

Bigamia

Art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:


Pena – reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casa-
da, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de
um a três anos.
§ 2º Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por
motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro con-


traente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado
e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença
que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

Conhecimento prévio de impedimento

Art. 237. Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento


que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

813
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Simulação de autoridade para celebração de casamento

Art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:


Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Simulação de casamento

Art. 239. Simular casamento mediante engano de outra pessoa:


Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.

Adultério

Art. 240. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

Registro de nascimento inexistente

Art. 241. Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:


Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao esta-

do civil de recém-nascido

Art. 242. Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de ou-
trem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito
inerente ao estado civil: (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Pena – reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Parágrafo único. Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobre-
za: (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)

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Pena – detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a


pena. (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Sonegação de estado de filiação
Art. 243. Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência
filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o
fim de prejudicar direito inerente ao estado civil:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR

Abandono material

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,


ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei n.
10.741, de 2003)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o
maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada pela Lei n. 5.478, de 1968)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra
ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego
ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada
ou majorada. (Incluído pela Lei n. 5.478, de 1968)

Entrega de filho menor a pessoa inidônea

815
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Art. 245. Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja


companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em
perigo: (Redação dada pela Lei n. 7.251, de 1984)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei n.
7.251, de 1984)
§ 1º A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica
delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. (Incluído pela
Lei n. 7.251, de 1984)
§ 2º Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora ex-
cluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao
envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro. (Incluído pela Lei
n. 7.251, de 1984)

Abandono intelectual

Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho
em idade escolar:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 247. Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder
ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I – frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa vicio-
sa ou de má vida;
II – frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor,
ou participe de representação de igual natureza;
III – resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

816
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CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA

Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes

Art. 248. Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em


que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em vir-
tude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor
ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa
causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração de incapazes

Art. 249. Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem


o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui ele-
mento de outro crime.
§ 1º O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito
não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio
poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu
maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

817
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TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio

Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física


ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º As penas aumentam-se de um terço:


I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em
proveito próprio ou alheio;
II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência
social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Incêndio culposo

§ 2º Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.

818
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Explosão

Art. 251. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de


outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de
dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos aná-
logos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 2º As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóte-


ses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer
das coisas enumeradas no n. II do mesmo parágrafo.

Modalidade culposa

§ 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efei-


tos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais
casos, é de detenção, de três meses a um ano.

Uso de gás tóxico ou asfixiante

Art. 252. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de


outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade Culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

819
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Inspetor de Polícia

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosi-

vos ou gás tóxico, ou asfixiante

Art. 253. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença


da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou
material destinado à sua fabricação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Inundação

Art. 254. Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física


ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou deten-
ção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.

Perigo de inundação

Art. 255. Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio,


expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obs-
táculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Desabamento ou desmoronamento

Art. 256. Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a


vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de seis meses a um ano.

820
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Inspetor de Polícia

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento

Art. 257. Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inun-


dação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou
qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou sal-
vamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Formas qualificadas de crime de perigo comum

Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de


natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se
resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão
corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

Difusão de doença ou praga

Art. 259. Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta,
plantação ou animais de utilidade econômica:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis


meses, ou multa.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Perigo de desastre ferroviário

821
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Art. 260. Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:


I – destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha
férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;
II – colocando obstáculo na linha;
III – transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou inter-
rompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radio-
telegrafia;
IV – praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Desastre ferroviário

§ 1º Se do fato resulta desastre:


Pena – reclusão, de quatro a doze anos e multa.
§ 2º No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer
via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos
ou por meio de cabo aéreo.

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo

Art. 261. Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou


praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima,
fluvial ou aérea:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo

§ 1º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação


ou a queda ou destruição de aeronave:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

822
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Prática do crime com o fim de lucro

§ 2º Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com


intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem.

Modalidade culposa

§ 3º No caso de culpa, se ocorre o sinistro:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte

Art. 262. Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou


dificultar-lhe o funcionamento:
Pena – detenção, de um a dois anos.
§ 1º Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Forma qualificada

Art. 263. Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no
caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o dis-
posto no art. 258.

Arremesso de projétil

Art. 264. Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao


transporte público por terra, por água ou pelo ar:
Pena – detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção,
de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º,
aumentada de um terço.

823
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Inspetor de Polícia

Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública

Art. 265. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de


água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade,
se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funciona-
mento dos serviços. (Incluído pela Lei n. 5.346, de 3.11.1967)

Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, in-

formático, telemático ou de informação de utilidade pública (Redação

dada pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Art. 266. Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico


ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de
informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimen-
to. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de
calamidade pública. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Epidemia

Art. 267. Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogêni-


cos:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)

824
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 1º Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.


§ 2º No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se
resulta morte, de dois a quatro anos.

Infração de medida sanitária preventiva

Art. 268. Infringir determinação do poder público, destinada a impedir


introdução ou propagação de doença contagiosa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcioná-
rio da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista
ou enfermeiro.

Omissão de notificação de doença

Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja


notificação é compulsória:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou

medicinal

Art. 270. Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou subs-


tância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em
depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.

Modalidade culposa

§ 2º Se o crime é culposo:

825
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Corrupção ou poluição de água potável

Art. 271. Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular,


tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou

produtos alimentícios (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Art. 272. Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto


alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-
-lhe o valor nutritivo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à ven-
da, importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrom-
pido ou adulterado. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste
artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa

§ 2º Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

826
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redação dada pela


Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-


tinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada pela Lei n. 9.677,
de 2.7.1998)

Art. 273. Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a


fins terapêuticos ou medicinais: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda,
tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (Redação
dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os me-
dicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos,
os saneantes e os de uso em diagnóstico. (Incluído pela Lei n. 9.677, de
2.7.1998)
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previs-
tas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (In-
cluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária compe-
tente; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
II – em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
III – sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua
comercialização; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; ((Incluído
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

827
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Inspetor de Polícia

V – de procedência ignorada; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)


VI – adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária
competente. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa

2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Emprego de processo proibido ou de substância não permitida

Art. 274. Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, reves-


timento, gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, anti-
-séptica, conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela
legislação sanitária:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Invólucro ou recipiente com falsa indicação

Art. 275. Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios,


terapêuticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra
em seu conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a menciona-
da: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores

Art. 276. Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qual-
quer forma, entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.

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Inspetor de Polícia

Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação dada pela


Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Substância destinada à falsificação

Art. 277. Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância


destinada à falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medici-
nais:(Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Outras substâncias nocivas à saúde pública

Art. 278. Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender
ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saú-
de, ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Substância avariada

Art. 279. (Revogado pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

Medicamento em desacordo com receita médica

Art. 280. Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:


Pena – detenção, de um a três anos, ou multa.

Modalidade culposa

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Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Comércio, Posse ou Uso de Entorpecente ou Substância que Deter-

mine Dependência Física ou Psíquica. (Redação dada pela Lei n. 5.726,

de 1971) (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)

Art. 281. (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)

Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica

Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, den-
tista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se tam-
bém multa.

Charlatanismo

Art. 283. Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Curandeirismo

Art. 284. Exercer o curandeirismo:


I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer
substância;
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III – fazendo diagnósticos:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente
fica também sujeito à multa.

830
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Inspetor de Polícia

Forma qualificada

Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Ca-
pítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.

TÍTULO IX
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Incitação ao crime

Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime:


Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Apologia de crime ou criminoso

Art. 287. Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:


Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico


de cometer crimes: (Redação dada pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)
Pena  – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei n.
12.850, de 2013) (Vigência)
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é ar-
mada ou se houver a participação de criança ou adolescente. (Redação dada
pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)

Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei n. 12.720, de 2012)

Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização


paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de pra-

831
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Inspetor de Polícia

ticar qualquer dos crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei n.
12.720, de 2012)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada pela Lei n.
12.720, de 2012)

TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA

Moeda Falsa

Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou pa-


pel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, impor-
ta ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
circulação moeda falsa.
§ 2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou
alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com
detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário
público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite
ou autoriza a fabricação ou emissão:
I – de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II – de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja
circulação não estava ainda autorizada.

Crimes assimilados ao de moeda falsa

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Art. 290. Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com


fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cé-
dula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indica-
tivo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais
condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Parágrafo único. O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se
o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro
se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Petrechos para falsificação de moeda


Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir
ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especial-
mente destinado à falsificação de moeda:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Emissão de título ao portador sem permissão legal

Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título
que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos do-
cumentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias
a três meses, ou multa.

CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Falsificação de papéis públicos

833
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Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de
emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei n.
11.035, de 2004)
II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III – vale postal;
IV – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de
outro estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a
arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder pú-
blico seja responsável;
VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte adminis-
trada pela União, por Estado ou por Município:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 11.035, de 2004)
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se
refere este artigo; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda,
fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributá-
rio; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em de-
pósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário,
falsificado; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a
obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de
torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:

834
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Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.


§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos
papéis a que se refere o parágrafo anterior.
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer
dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu §
2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção,
de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. (Incluído pela
Lei n. 11.035, de 2004)

Petrechos de falsificação

Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente


destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 295. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecen-
do-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL

Falsificação do selo ou sinal público

Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou
de Município;
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a auto-
ridade, ou sinal público de tabelião:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

835
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§ 1º Incorre nas mesmas penas:


I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de
outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas
ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou enti-
dades da Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Falsificação de documento público

Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua
a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II  – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração
falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)

836
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado


com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa
ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencio-
nados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a
vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)

Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei n.

12.737, de 2012) Vigência

Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar


documento particular verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Falsificação de cartão (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento par-


ticular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Falsidade ideológica

Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele


devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alte-
rar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público,
e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos
de réis, se o documento é particular. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e comete o crime pre-
valecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento
de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

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Falso reconhecimento de firma ou letra

Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública,


firma ou letra que o não seja:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público;
e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Certidão ou atestado ideologicamente falso

Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública,


fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de
ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Falsidade material de atestado ou certidão

§ 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor


de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância
que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de
caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena
privativa de liberdade, a de multa.

Falsidade de atestado médico

Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:


Pena – detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se tam-
bém multa.

838
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica

Art. 303. Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para
coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada
na face ou no verso do selo ou peça:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz
uso do selo ou peça filatélica.

Uso de documento falso

Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a


que se referem os arts. 297 a 302:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

Supressão de documento

Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de ou-


trem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de
que não podia dispor:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES

Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou

na fiscalização alfandegária, ou para outros fins

Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empre-


gado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização
alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.


Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade
pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar
determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Pena – reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.

Falsa identidade

Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter van-
tagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não consti-
tui elemento de crime mais grave.
Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de
reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não
constitui elemento de crime mais grave.

Fraude de lei sobre estrangeiro

Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território na-


cional, nome que não é o seu:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe
a entrada em território nacional: (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)
Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação,
título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é veda-
da por lei a propriedade ou a posse de tais bens: (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.426, de 1996)

Adulteração de sinal identificador de veículo automotor (Redação

dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal iden-


tificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento:(Redação
dada pela Lei n. 9.426, de 1996))
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
§ 1º Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão
dela, a pena é aumentada de um terço. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o
licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevi-
damente material ou informação oficial. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)

CAPÍTULO V
(INCLUÍDO PELA LEI 12.550. DE 2011)

DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO


(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Fraudes em certames de interesse público

(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar


a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
I – concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II – avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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III – processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou


(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
IV – exame ou processo seletivo previstos em lei:
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena  – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer
meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas
no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por fun-
cionário público. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qual-


quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

842
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não ten-


do a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo

§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício


do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela

Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de


dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Inclu-
ído pela Lei n. 9.983, de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informa-

ções (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

843
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou


programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade com-
petente: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou
para o administrado.(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a


guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabe-


lecida em lei:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
devida:
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Excesso de exação

§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou


deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexa-
tório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei n. 8.137, de
27.12.1990)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indireta-


mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem
ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício
ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contra-


bando ou descaminho (art. 334):
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

845
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Prevaricação

Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,


ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo: (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar su-


bordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a


administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exer-


cê-la:

846
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Inspetor de Polícia

Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente


à violência.

Abandono de função

Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as


exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não cons-
titui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)

847
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei n.


9.983, de 2000)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou pro-


porcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Funcionário público

Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,


embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de fun-
ção de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, socie-
dade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público. (Incluído pela Lei n. 6.799, de 1980)

848
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública

Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:


Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência

Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à violência.

Desobediência

Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público:


Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Desacato

Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em ra-


zão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei n. 9.127, de 1995)

849
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, van-
tagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei n. 9.127,
de 1995)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.127, de 1995)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada
pela Lei n. 9.127, de 1995)

Corrupção ativa

Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,


para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.  (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da van-
tagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto


devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação
dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei n.
13.008, de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
(Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)

850
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada


pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestina-
mente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de in-
trodução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem; (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos
que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estran-
geiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei


n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela
Lei n. 13.008, de 26.6.2014)

851
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de re-


gistro, análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei
n. 13.008, de 26.6.2014)
III – reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à ex-
portação; (Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
(Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)§ 2º Equipara-se às atividades co-
merciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residên-
cias. (Incluído pela Lei n. 4.729, de 14.7.1965)
§ 3º  A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado
em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.  (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda


em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou muni-
cipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente
ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou
licitar, em razão da vantagem oferecida.

852
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Inutilização de edital ou de sinal


Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital
afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal
empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para
identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, proces-


so ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou
de particular em serviço público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983,

de 2000)

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qual-


quer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de infor-
mações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empre-
sário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que
lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade
da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo em-
pregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remune-
rações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

853
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei


n. 9.983, de 2000)
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes
do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º  Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento
mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz
poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de mul-
ta. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mes-
mas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência
social. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei n. 10.467, de 11.6.2002)

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMI-


NISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comercial internacional

854
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem


indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para deter-
miná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação
comercial internacional: (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite
o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)

Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluí-

do pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, di-


reta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de
suas funções, relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela
Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (In-
cluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei n. 10467, de

11.6.2002)

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos


penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce car-

855
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

go, emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações


diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exer-
ce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indi-
retamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públi-
cas internacionais. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

CAPÍTULO II-B
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Contratação direta ilegal (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das
hipóteses previstas em lei: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Incluído pela Lei
nº 14.133, de 2021)

Frustração do caráter competitivo de licitação (Incluído pela Lei nº

14.133, de 2021)

Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para


outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, o caráter
competitivo do processo licitatório: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Patrocínio de contratação indevida (Incluído pela Lei nº 14.133, de

2021)

856
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante


a Administração Pública, dando causa à instauração de licitação ou à celebra-
ção de contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo

(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou


vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do contratado, durante
a execução dos contratos celebrados com a Administração Pública, sem au-
torização em lei, no edital da licitação ou nos respectivos instrumentos con-
tratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Perturbação de processo licitatório (Incluído pela Lei nº 14.133, de

2021)

Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de


processo licitatório: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Violação de sigilo em licitação (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licita-


tório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)

857
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela


Lei nº 14.133, de 2021)

Afastamento de licitante (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, gra-
ve ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: (Incluído
pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de li-
citar em razão de vantagem oferecida. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Fraude em licitação ou contrato (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou


contrato dela decorrente, mediante: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em
quantidade diversas das previstas no edital ou nos instrumentos contratuais;
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsifica-
da, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de validade vencido;
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
III - entrega de uma mercadoria por outra; (Incluído pela Lei nº 14.133,
de 2021)
IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou
do serviço fornecido; (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para
a Administração Pública a proposta ou a execução do contrato: (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

858
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela


Lei nº 14.133, de 2021)

Contratação inidônea (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidô-


neo: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)
§ 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado


inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste ar-
tigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a contratar com a Administração
Pública. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Impedimento indevido (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscrição de qual-


quer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alte-
ração, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito: (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Omissão grave de dado ou de informação por projetista (Incluído

pela Lei nº 14.133, de 2021)

859
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pública levan-


tamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonância com
a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detri-
mento da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública,
em contratação para a elaboração de projeto básico, projeto executivo ou
anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimento de manifestação de
interesse: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os levanta-
mentos suficientes e necessários para a definição da solução de projeto e dos
respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de
demanda, condições ambientais e demais elementos ambientais impactan-
tes, considerados requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que
orientam a elaboração de projetos. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto ou indire-
to, próprio ou de outrem, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capí-
tulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser
inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com
contratação direta. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338. Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi ex-
pulso:

860
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão


após o cumprimento da pena.

Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação
de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anoni-
mato ou de nome suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de con-
travenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340. Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência


de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Auto-acusação falsa

Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou prati-


cado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como tes-


temunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)

861
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada


pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é prati-
cado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada
a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela
Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem
a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei n.
10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri-
me é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em pro-
cesso penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)

Coação no curso do processo

Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer in-
teresse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa
que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
nistrativo, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Exercício arbitrário das próprias razões

862
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.
Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha
em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Fraude processual

Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou ad-


ministrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir
a erro o juiz ou o perito:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo
penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

Favorecimento pessoal

Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de cri-


me a que é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou ir-
mão do criminoso, fica isento de pena.

Favorecimento real

863
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de recepta-


ção, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a en-
trada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem
autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei n. 12.012,
de 2009).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei n.
12.012, de 2009).

Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350. (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou sub-


metida a medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa,
ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena
correspondente à violência.
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por
pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda,
aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido


a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:

864
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente


à violência.

Arrebatamento de preso

Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o te-


nha sob custódia ou guarda:
Pena  – reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à
violência.

Motim de presos

Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da


prisão:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.

Patrocínio infiel

Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profis-


sional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador


judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
contrárias.

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

865
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos,


documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advo-
gado ou procurador:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Exploração de prestígio

Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pre-


texto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega
ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pes-
soas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou


procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave amea-
ça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que


foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

866
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
(Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou ex-


terno, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza
operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei
ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pa-

gar (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de des-


pesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite esta-
belecido em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena  – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatu-

ra (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois úl-


timos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a

867
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de dis-
ponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena  – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
(Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art.359-D. Ordenar despesa não autorizada por


lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena  – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido


constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena  – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar oude promover o cancela-


mento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido
em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena  – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato

ou legislatura (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

868
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento


de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000))
Pena  – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Oferta pública ou colocação de títulos no merca-

do (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a coloca-


ção no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido
criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de
liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena  – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360. Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a exis-


tência, a segurança e a integridade do Estado e contra a guarda e o emprego
da economia popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de respon-
sabilidade do Presidente da República e dos Governadores ou Interventores,
e os crimes militares, revogam-se as disposições em contrário.
Art. 361. Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da
República.

GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.1940

869
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003

Regulamento
Regulamento Dispõe sobre registro, posse e comer-
Regulamento cialização de armas de fogo e muni-
Regulamento ção, sobre o Sistema Nacional de
Regulamento Armas – Sinarm, define crimes e dá
Regulamento outras providências.
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Jus-


tiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
Art. 2º Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, me-
diante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo
e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as
decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de trans-
porte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcio-
namento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;

870
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder


licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, ex-
portadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das im-
pressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Dis-
trito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos res-
pectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de
fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.


Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá,
além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negati-
vas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Mi-
litar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada
pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de
residência certa;

871
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o ma-


nuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após
atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente
e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre corres-
pondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é
obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a
manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos do-
cumentos previstos neste artigo.
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições
responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua
propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre
pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou
recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
contar da data do requerimento do interessado.
§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento
dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput des-
te artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de
uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo
o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência

872
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei
n. 10.884, de 2004)
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia
Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º deverão
ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na
conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do
Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de pro-
priedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da pu-
blicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia
31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a
III do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o pro-
prietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores
- internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir:
(Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – emissão de certificado de registro provisório pela internet, com valida-
de inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do cer-
tificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para
a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela
Lei n. 11.706, de 2008)

873
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput des-


te artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo
imóvel rural. (Incluído pela Lei n. 13.870, de 2019)

CAPÍTULO III
DO PORTE

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional,


salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput
do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pú-
blica (FNSP); (Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de
50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
quando em serviço; (Redação dada pela Lei n. 10.867, de 2004) (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institu-
cional da Presidência da República; (Vide Decreto n. 9.685, de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art.
52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais,
os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores cons-
tituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas,
cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

X – integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e


de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
(Redação dada pela Lei n. 11.501, de 2007)
XI – os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição
Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo
de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exer-
cício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo
terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas cons-
tantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-A (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais
poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela res-
pectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei n.
12.993, de 2014)
II – sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído
pela Lei n. 12.993, de 2014)
III – subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das insti-
tuições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicio-
nada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
4º desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação
dada pela Lei n. 11.706, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais


está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabeleci-
mentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fis-
calização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada
pela Lei n. 10.884, de 2004)
§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do
Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exer-
cerem o direito descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumprimento do disposto
nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos
que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua
subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove
a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os se-
guintes documentos: (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
III – atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o
caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram
regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em
serviço. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de


segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei,
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competen-
te, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela
Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança pri-
vada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo
único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e
civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios
e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
horas depois de ocorrido o fato.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresen-
tar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constan-
tes do art. 4º desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo de-
verá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições
descritas no inciso XI do art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando
em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a au-
torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo
independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará
os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança

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Inspetor de Polícia

que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cin-
quenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de segurança.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este
artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como à
formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este arti-
go deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocor-
rência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
ocorrido o fato. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente
constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem esta-
belecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a
portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma
para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento
desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em
competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em
todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será
concedida após autorização do Sinarm.

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§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia


temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e de-
penderá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profis-
sional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem
como o seu devido registro no órgão competente.
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo,
perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou
abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas
ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do
Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das
atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito
de suas respectivas responsabilidades.
§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pesso-
as e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6º
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do
credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da ap-
tidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.
(Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

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§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólo-


go não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para reali-
zação de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor
de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido
do custo da munição. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2º deste
artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (In-
cluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabe-
lecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que me-
nor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apode-
re de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem

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de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,


roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, trans-
portar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quan-
do a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado


ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)

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I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identifica-


ção de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equi-
valente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimi-
do ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem
arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Comércio Ilegal de Arma de Fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste arti-
go, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em residência. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)

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§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, aces-


sório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação le-
gal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elemen-
tos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)

Tráfico Internacional de Arma de Fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território


nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem au-
torização da autoridade competente:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de
fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da
autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes ele-
mentos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da me-
tade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é au-
mentada da metade se: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos
arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de
liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)

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CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados


e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das
armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do
chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exérci-
to. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicio-
nadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa,
visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão expedidas auto-
rizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no
culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publi-
cação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identifica-
ção, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusi-
ve para os órgãos previstos no art. 6º.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas
nos incisos III e IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão ad-
quirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei,
compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exporta-
ção, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo
e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

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Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pe-


ricial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no
prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos ór-
gãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que rece-
berem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada
Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de priori-
dade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército,
serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído
pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do trá-
fico de drogas de abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas
de produção ou comercialização de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham
sido adquiridas com recursos provenientes do tráfico de drogas de abuso,
perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do Exército,
devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas
com prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema penitenci-
ário da unidade da federação responsável pela apreensão. (Incluído pela Lei
n. 13.886, de 2019)
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem
doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da
instituição beneficiada. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da
instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Sigma. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

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§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao


Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso
restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencio-
nando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a impor-
tação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas
se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos
Comandos Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de
fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II,
III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-
-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei n. 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior
a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condi-
ções dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido
ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro
de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em
direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma

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Inspetor de Polícia

e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de


taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III
do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste ar-
tigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia
Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art.
5º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regu-
larmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante
recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão inde-
nizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual
posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$
300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, flu-
vial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, fa-
cilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização
ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize pu-
blicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração
superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as
providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressal-
vados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de


transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providên-
cias necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão
armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar
armas de fogo e armazenar características de classe e individualizadoras de
projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros
de elementos de munição deflagrados por armas de fogo relacionados a cri-
mes, para subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais, esta-
duais e distritais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial
de perícia criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão
caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal
e administrativamente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do
Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísti-
cos serão regulamentados em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

888
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo


o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação me-
diante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo
entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Supe-
rior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre os crimes hediondos,


Mensagem de veto nos termos do art. 5º, inciso XLIII,
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) da Constituição Federal, e determina
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipifi-
cados no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei n. 8.930, de 1994) (Vide
Lei n. 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
(art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019)
I – A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e
lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, compa-
nheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
(Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – roubo: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º,
inciso V); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso
I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, §
2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrên-
cia de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput,
e §§ lo, 2º e 3º); (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n.
12.015, de 2009)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Re-
dação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela
Lei n. 8.930, de 1994)
VII – A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VII – B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-
tinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e §
1º-B, com a redação dada pela Lei n. 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso
incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração se-
xual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e
2º). (Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que
cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consu-
mados: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de
1º de outubro de 1956; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido,
previsto no art. 16 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei


n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou muni-
ção, previsto no art. 18 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de
crime hediondo ou equiparado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de en-
torpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
Vinculante)
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em
regime fechado. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente
se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n. 7.960, de 21 de de-
zembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta)
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada neces-
sidade. (Incluído pela Lei n. 11.464, de 2007)
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,
destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta pericu-
losidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem
ou incolumidade pública.
Art. 4º (Vetado).
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
“Art. 83...............................................................
........................................................................

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por


crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes
dessa natureza.”
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214;
223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código
Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 157..............................................................
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de
cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a
trinta anos, sem prejuízo da multa.
........................................................................
Art. 159. ...............................................................
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º.................................................................
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º.................................................................
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º.................................................................
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
........................................................................
Art. 213................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
Art. 214................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
........................................................................
Art. 223................................................................
Pena – reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
........................................................................

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Art. 267................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
........................................................................
Art. 270................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
.......................................................................”
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:
“Art. 159...............................................................
........................................................................
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o coautor que de-
nunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena
reduzida de um a dois terços.”
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288
do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade
o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena redu-
zida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts.
157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua com-
binação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com
o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a víti-
ma em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vi-
gorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação:
“Art. 35.................................................................
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados
em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14.”

894
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Inspetor de Polícia

Art. 11. (Vetado).


Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990*

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LEI N. 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989

Mensagem de veto
Vide Lei n. 12.735, de 2012
(Vide ADO N. 26)
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de dis-


criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio-
nal. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 2º (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a
qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das conces-
sionárias de serviços públicos.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina-
ção de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção
funcional. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça
ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica: (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
I – deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em
igualdade de condições com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei n.
12.288, de 2010)
II – impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de
benefício profissional; (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)

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Inspetor de Polícia

III – proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de


trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à co-
munidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em
anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir
aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas ativida-
des não justifiquem essas exigências.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-
-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em
estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a
pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, esta-
lagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares,
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos
esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabelei-
reiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as
mesmas finalidades.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou re-
sidenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:

897
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Pena – reclusão de um a três anos.


Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões,
navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de trans-
porte concedido.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer
ramo das Forças Armadas.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou
convivência familiar e social.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função públi-
ca, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabeleci-
mento particular por prazo não superior a três meses.
Art. 17. (Vetado).
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são auto-
máticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Art. 19. (Vetado).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
Pena  – reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.459, de 15/05/97)
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gama-
da, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de
15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)

898
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio


dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Reda-
ção dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Mi-
nistério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência: (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
I – o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do
material respectivo;(Incluído pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
II  – a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas,
eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei n.
12.735, de 2012)
III – a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na
rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito
em julgado da decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela
Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado
pela Lei n. 8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei
n. 8.081, de 21.9.1990)

Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.1.1989 e retificada em


9.1.1989

899
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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LEI N. 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade;


altera a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
Mensagem de veto a Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei n.
Vigência 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei n. 8.906, de
Promulgação partes vetadas 4 de julho de 1994; e revoga a Lei n. 4.898, de 9 de
dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por


agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pre-
texto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autori-
dade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar
outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho
ou satisfação pessoal.
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e pro-
vas não configura abuso de autoridade.

CAPÍTULO II
DOS SUJEITOS DO CRIME

Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente


público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municí-
pios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a:

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I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;


II – membros do Poder Legislativo;
III – membros do Poder Executivo;
IV – membros do Poder Judiciário;
V – membros do Ministério Público;
VI – membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por elei-
ção, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investi-
dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade
abrangidos pelo caput deste artigo.

CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no
prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e ofere-
cer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses,
contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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CAPÍTULO IV
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS
RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I
Dos Efeitos da Condenação

Art. 4º São efeitos da condenação:


I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, de-
vendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo
para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
por ele sofridos;
II – a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública,
pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
III – a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste
artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de
autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente
na sentença.

Seção II
Das Penas Restritivas de Direitos

Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de li-


berdade previstas nesta Lei são:
I – prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II – suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo
de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
III – (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas au-
tônoma ou cumulativamente.

902
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

CAPÍTULO V
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente


das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreve-
rem falta funcional serão informadas à autoridade competente com vistas
à apuração.
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da
criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do
fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administra-
tivo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta descon-


formidade com as hipóteses legais:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, den-
tro de prazo razoável, deixar de:
I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de con-
ceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamen-
te cabível.’
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado ma-
nifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

903
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 11. (VETADO).


Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à
autoridade judiciária no prazo legal:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária
ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
II – deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o
local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
III – deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a
nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes
do condutor e das testemunhas;
IV – prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão tem-
porária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação,
deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de sol-
tura imediatamente após recebido ou de promover a soltura do preso quando
esgotado o prazo judicial ou legal.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
I – exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II – submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autoriza-
do em lei;
III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da
pena cominada à violência.
Art. 14. (VETADO).
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em ra-
zão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou res-
guardar sigilo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

904
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interro-


gatório:
I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defen-
sor público, sem a presença de seu patrono.
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por
ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por
interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal,
deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo
ou função.
Art. 17. (VETADO).
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de
repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devida-
mente assistido, consentir em prestar declarações:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de pre-
so à autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua
prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do im-
pedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-
-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o
pedido à autoridade judiciária que o seja.
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do
preso com seu advogado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto
ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advoga-
do ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se
ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de
interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de
confinamento:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela,
criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente
inadequado, observado o disposto na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia
da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele per-
manecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das con-
dições estabelecidas em lei:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I – coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o
acesso a imóvel ou suas dependências;
II – (VETADO);
III – cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte
e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando
houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão
de situação de flagrante delito ou de desastre.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação
ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de exi-
mir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou
agravar-lhe a responsabilidade:

906
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o
intuito de:
I – eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso pra-
ticado no curso de diligência;
II – omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incom-
pletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou em-
pregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento
pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento
de crime, prejudicando sua apuração:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação
ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em des-
favor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.
Art. 26. (VETADO).
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de
infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer
indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investi-
gação preliminar sumária, devidamente justificada.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a
prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou
ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

907
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fis-
cal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa
sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em
prejuízo do investigado ou fiscalizado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para
execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, pro-
crastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos au-
tos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a
qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou admi-
nistrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de dili-
gências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o de-
ver de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou fun-
ção pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obriga-
ção legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido.
Art. 34. (VETADO).
Art. 35. (VETADO).

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Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos fi-


nanceiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para
a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da exces-
sividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo
de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrasti-
nar seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de co-
municação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

CAPÍTULO VII
DO PROCEDIMENTO

Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos


nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei n. 9.099, de 26 de se-
tembro de 1995.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40. O art. 2º da Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a


vigorar com a seguinte redação:
“Art.2º............................................................................................
.....................................................................................................
...................

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de dura-


ção da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia
em que o preso deverá ser libertado.
.....................................................................................................
....................
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade res-
ponsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da au-
toridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver
sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da
prisão preventiva.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do
prazo de prisão temporária.” (NR)
Art. 41. O art. 10 da Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefô-
nicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar
segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autoriza-
dos em lei:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que deter-
mina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não
autorizado em lei.” (NR)
Art. 42. A Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.
92 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para
os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso
de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso,
independerá da pena aplicada na reincidência.”

910
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 43. A Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida


do seguinte art. 7º-B:
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado pre-
vistos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Art. 44. Revogam-se a Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º
do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal).
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias
de sua publicação oficial.

Brasília, 5 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.


JAIR MESSIAS BOLSONARO
Sérgio Moro
Wagner de Campos Rosário
Jorge Antonio de Oliveira Francisco
André Luiz de Almeida Mendonça

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019 - Edição extra-A


e retificado em 18.9.2019*

911
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; alte-


ra a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei
n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei n. 8.069, de
13 de julho de 1990, e a Lei n. 8.906, de 4 de julho
de 1994; e revoga a Lei n. 4.898, de 9 de dezembro
de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de-


creta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5º do art. 66 da Constituição Fe-
deral, as seguintes partes vetadas da Lei no 13.869, de 5 de setembro de 2019:

“CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intenta-
da no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la
e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses,
contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.”

“CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS

‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta descon-


formidade com as hipóteses legais:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

912
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, den-


tro de prazo razoável, deixar de:
I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de con-
ceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamen-
te cabível.’
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
.....................................................................................................
....................
III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
.....................................................................................................
...................’
‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em ra-
zão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou res-
guardar sigilo:
.....................................................................................................
....................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interro-
gatório:
I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defen-
sor público, sem a presença de seu patrono.’
‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por
ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por inter-
rogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de
identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.’

913
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do


preso com seu advogado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto
ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advo-
gado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-
-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso
de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.’
‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa
sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos au-
tos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a
qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou admi-
nistrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de dili-
gências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de co-
municação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”

“CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

.....................................................................................................
..................
Art. 43. A Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida
do seguinte art. 7º-B:

914
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado pre-


vistos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

Brasília, 27 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.


JAIR MESSIAS BOLSONARO
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.2019 - Edição extra - A*

915
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997


Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, cau-
sando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com empre-
go de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática
de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena
é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n.
10.741, de 2003)
III – se o crime é cometido mediante seqüestro.

916
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego pú-


blico e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontran-
do-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 -
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997

917
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

Vigência
(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras pro-
vidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO VII
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

CAPÍTULO I
DOS CRIMES

Seção I
Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o


adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte
Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de
Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.
92 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para
os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso
de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência. (Incluído pela
Lei n. 13.869. de 2019)

918
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso,


independerá da pena aplicada na reincidência. (Incluído pela Lei n. 13.869.
de 2019)

Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabele-


cimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo
à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo or-
dem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão
sem observância das formalidades legais.

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Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de


criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 233. (Revogado pela Lei n. 9.455, de 7.4.1997 :
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar
a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento
da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em be-
nefício de adolescente privado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro
do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de
função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob
sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em
lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, me-
diante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga
ou recompensa.

920
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Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de


criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades
legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (In-
cluído pela Lei n. 10.764, de 12.11.2003)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente
à violência.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por
qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou
de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contrace-
na. (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 2º  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o cri-
me: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
I  – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-
-la; (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospi-
talidade; ou (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até
o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da
vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou
com seu consentimento. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado-
lescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)

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Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada


pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela
Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 11.829, de
2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas ou imagens de que trata o  caput deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são
puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmen-
te notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra-
fia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n. 11.829,
de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 11.829, de 2008)
§ 1º  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 11.829, de 2008)

922
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§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de


comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas
nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita
por: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas
finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminha-
mento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de aces-
so ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento
do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público
ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 3º As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo
o material ilícito referido. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena
de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou
modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação
visual: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui
ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio
de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Inclu-
ído pela Lei n. 11.829, de 2008)

923
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Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.


11.829, de 2008)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo
explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.829, de 2008)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de in-
duzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (In-
cluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena
de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva
criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,
ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins pri-
mordialmente sexuais. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena  – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.  (Redação dada pela Lei n.
10.764, de 12.11.2003)
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratui-
tamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar depen-
dência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Pena  – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não
constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, ex-
ceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.

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Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos


no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluí-
do pela Lei n. 9.975, de 23.6.2000)
Pena  – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens
e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da
Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Fe-
deral) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-
-fé. (Redação dada pela Lei n. 13.440, de 2017)
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o respon-
sável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente
às práticas referidas no caput  deste artigo. (Incluído pela Lei n. 9.975, de
23.6.2000)
§ 2º  Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença
de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei n.
9.975, de 23.6.2000)
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito)
anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído
pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as
condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive
salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º  As penas previstas no caput  deste artigo são aumentadas de um
terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art.
1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)

925
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CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento


de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comu-
nicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envol-
vendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendi-
mento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do
art. 124 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por
qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento
policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
atribua ato infracional:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotogra-
fia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilus-
tração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou
televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá
determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação da
emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois
números. (Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869).
Art. 248. (Revogado pela Lei n. 13.431, de 2017) (Vigência)

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Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes


ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim
determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão subs-
tituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou
responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
Pena – multa. (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autorida-
de judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15
(quinze) dias. (Incluído pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada. (In-
cluído pela Lei n. 12.038, de 2009).
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, infor-
mação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou
espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:

927
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Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de


reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
divulgação ou publicidade.
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário
diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: (Expressão declara-
da inconstitucional pela ADI 2.404).
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de
reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da pro-
gramação da emissora por até dois dias.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado
pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes admi-
tidos ao espetáculo:
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a au-
toridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação
em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena
em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de
observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos
locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.

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Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação


e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101
desta Lei: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de
efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de se-
rem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e ado-
lescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à au-
toridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante
interessada em entregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial
ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que dei-
xa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art.
81: (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Pena – multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil re-
ais); (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o
recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)

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LEI N. 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003

Mensagem de veto
Vigência
(Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos


assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asseguran-
do-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei n.
13.466, de 2017)
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
específicas;

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III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas


com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e con-
vívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detri-
mento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de
condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geria-
tria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de en-
velhecimento;
VIII  – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência
social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (In-
cluído pela Lei n. 11.765, de 2008).
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de
oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em
relação aos demais idosos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017)
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discri-
minação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos,
por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em respon-
sabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que
tenha conhecimento.

931
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Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais


do Idoso, previstos na Lei no  8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo
cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção


um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida
e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a


liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspec-
tos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuni-
tários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;

932
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VI – participação na vida política, na forma da lei;


VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a sal-
vo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.

CAPÍTULO III
DOS ALIMENTOS

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.


Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os
prestadores.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas pe-
rante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e pas-
sarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual
civil. (Redação dada pela Lei n. 11.737, de 2008)
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômi-
cas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no
âmbito da assistência social.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À SAÚDE

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermé-


dio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

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§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por


meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III  – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que
dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos
abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lu-
crativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano
e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das
seqüelas decorrentes do agravo da saúde.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, me-
dicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, ór-
teses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança
de valores diferenciados em razão da idade.
§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante
terão atendimento especializado, nos termos da lei.
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os ór-
gãos públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento: (In-
cluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
I – quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato
necessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei n. 12.896,
de 2013)
II – quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por
procurador legalmente constituído. (Incluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia
médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público

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de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que


integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde
necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão
preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.
(Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequa-
das para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo trata-
mento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é
assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado
mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção,
esta será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder
ser contactado em tempo hábil;
III  – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver
tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conheci-
do, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos
para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a
capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares
e grupos de auto-ajuda.

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Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada con-


tra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela
Lei n. 12.461, de 2011)
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qual-
quer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause
morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei n. 12.461,
de 2011)
§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista
no  caput deste artigo, o disposto na Lei no  6.259, de 30 de outubro de
1975. (Incluído pela Lei n. 12.461, de 2011)

CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,


espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à edu-
cação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas
educacionais a ele destinados.
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técni-
cas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua
integração à vida moderna.

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§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultu-


ral, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no
sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal se-
rão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito
e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir co-
nhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento)
nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem
como o acesso preferencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários espe-
ciais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e
cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas,
na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de exten-
são, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não for-
mais. (Redação dada pela lei n. 13.535, de 2017)
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta
para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de
conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, con-
siderada a natural redução da capacidade visual. (Incluído pela lei n. 13.535,
de 2017)

CAPÍTULO VI
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respei-


tadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

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Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é ve-


dada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para
concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público
será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus po-
tenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedên-
cia mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais,
conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de
cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

CAPÍTULO VII
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da


Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que pre-
servem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos
termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajusta-
dos na mesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com
suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento, com base
em percentual definido em regulamento, observados os critérios estabeleci-
dos pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a
concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no
mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de requerimento do benefício.

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Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput obser-


vará o disposto no caput e § 2º do art. 3º da Lei no 9.876, de 26 de novem-
bro de 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir da
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com
atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mes-
mo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que
deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º de Maio, é a data-base dos aposen-
tados e pensionistas.

CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articula-


da, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistên-
cia Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não pos-
suam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua famí-
lia, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família
nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda
familiar per capita a que se refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obri-
gadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. 
§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobran-
ça de participação do idoso no custeio da entidade.

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§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistên-


cia Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1º, que não po-
derá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário
ou de assistência social percebido pelo idoso.
§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal fir-
mar o contrato a que se refere o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto
ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos le-
gais. (Vigência)

CAPÍTULO IX
DA HABITAÇÃO

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou


substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar,
ou, ainda, em instituição pública ou privada.
§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanên-
cia será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar,
abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2º  Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a
manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender
toda a legislação pertinente.
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões
de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los
com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com
estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recur-
sos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria, observado o seguinte:

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I – reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais
residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei n. 12.418,
de 2011)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia
de acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de apo-
sentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a
idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído
pela Lei n. 12.419, de 2011)

CAPÍTULO X
DO TRANSPORTE

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a


gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, ex-
ceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos
serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (ses-
senta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor
sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte pre-
vistos no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á,
nos termos da legislação específica: (Regulamento) (Vide Decreto n. 5.934,
de 2006)

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I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com ren-
da igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das pas-
sagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou
inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e
os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados,
as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade
ao idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos proce-
dimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema de transporte
coletivo. (Redação dada pela Lei n. 12.899, de 2013)

TÍTULO III
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os


direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de aten-
dimento;
III – em razão de sua condição pessoal.

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CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser


aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a
que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministé-


rio Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabi-
lidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial,
hospitalar ou domiciliar;
IV  – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação
e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio
idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.

TÍTULO IV
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto


articulado de ações governamentais e não-governamentais da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:

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I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de


1994;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para
aqueles que necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negli-
gência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por
idosos abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos ido-
sos;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diver-
sos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.

CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção


das próprias unidades, observadas as normas de planejamento e execução
emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei
no 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de
assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao
órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Ido-
sa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa,
especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade,
higiene, salubridade e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com
os princípios desta Lei;
III – estar regularmente constituída;

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IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.


Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização
de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força
maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno
e externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de
respeito e dignidade.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao
idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento
do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especi-
ficando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e prestações decor-
rentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
V – oferecer atendimento personalizado;
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

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XII  – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de


idoso portador de doenças infecto-contagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os docu-
mentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na
forma da lei;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem
dos idosos;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, rela-
ção de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas alterações,
se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a individuali-
zação do atendimento;
XVI  – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a
situação de abandono moral ou material por parte dos familiares;
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de
serviço ao idoso terão direito à assistência judiciária gratuita.

CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendi-


mento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Públi-
co, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
Art. 53. O art. 7º da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 7º Compete aos Conselhos de que trata o art. 6º desta Lei a supervi-
são, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do
idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas.” (NR)

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Inspetor de Polícia

Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos pú-


blicos e privados recebidos pelas entidades de atendimento.

Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determina-


ções desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e cri-
minal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado
o devido processo legal:

I – as entidades governamentais:


a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – as entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) multa;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em
relação ao programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a
interdição da unidade e a suspensão do programa.
§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá
quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.
§ 3º  Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que colo-
que em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao
Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para promover a
suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de aten-
dimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das providências
a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a


gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o idoso,
as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.

CAPÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações


do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-
ais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a interdição
do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa per-
manência, os idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, a
expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabeleci-
mento de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar à autori-
dade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-
ais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade
no atendimento ao idoso:
Pena  – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil
reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo
idoso.
CAPÍTULO V
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS
NORMAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO

Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados


anualmente, na forma da lei.

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Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa


por infração às normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Mi-
nistério Público ou auto de infração elaborado por servidor efetivo e assinado,
se possível, por duas testemunhas.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infra-
ção.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura
do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo
justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da
defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na
presença do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade
competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares,
sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da
pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de aten-
dimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das provi-
dências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
instituições legitimadas para a fiscalização.

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Inspetor de Polícia

CAPÍTULO VI
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE
DE ATENDIMENTO

Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo


de que trata este Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto
de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade go-
vernamental e não-governamental de atendimento ao idoso terá início me-
diante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do Ministério
Público.
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o
Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do diri-
gente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão
aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez)
dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as pro-
vas a produzir.
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art.
69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e julgamento, delibe-
rando sobre a necessidade de produção de outras provas.
§ 1º  Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público
terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade
judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigen-
te de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade
administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24
(vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária pode-
rá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
exigências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito.

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Inspetor de Polícia

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou


ao responsável pelo programa de atendimento.

TÍTULO V
DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o pro-


cedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não
contrarie os prazos previstos nesta Lei.
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do
idoso.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e proce-
dimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como
parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos, em qualquer instância.
§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fa-
zendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária com-
petente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpri-
das, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se
em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união
estável, maior de 60 (sessenta) anos.
§ 3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Admi-
nistração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições
financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica da União,
dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Ju-
diciária.

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Inspetor de Polícia

§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso


aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível
e caracteres legíveis.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maio-
res de oitenta anos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).

CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 72. (VETADO)
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exer-
cidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos di-
reitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais
homogêneos do idoso;
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou
parcial, de designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem
a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos
em condições de risco;
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, con-
forme o disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas
hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse
público justificar;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso
de não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condu-
ção coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autorida-


des municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem
como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;
VI  – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a ins-
tauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às nor-
mas de proteção ao idoso;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados
ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi-
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de
saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho de
suas atribuições;
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos pre-
vistos nesta Lei.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas nes-
te artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser
a lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de
que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras pro-
vas, usando os recursos cabíveis.

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Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita


pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade
do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.

CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS
E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS

Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Pú-


blico deverão ser fundamentadas.
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilida-
de por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao
oferecimento insatisfatório de:
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II  – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com
limitação incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-con-
tagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pro-
teção judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou
homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do do-
micílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,
ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência originária
dos Tribunais Superiores.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos,
individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados, concor-
rentemente:

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I – o Ministério Público;


II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e
que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da
pessoa idosa, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia au-
torização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade
ativa.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são
admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que
lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental,
que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao
adimplemento.
§ 1º  Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela li-
minarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de
Processo Civil.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatí-
vel com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

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§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da senten-


ça favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver confi-
gurado.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo
do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência
Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trân-
sito em julgado da decisão serão exigidas por meio de execução promovida
pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos de-
mais legitimados em caso de inércia daquele.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar
dano irreparável à parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competen-
te, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a execução,
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos demais le-
gitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso de inércia
desse órgão.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciati-
va do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que cons-
tituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício
de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos que possam configu-
rar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de ação para

956
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sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério Público,


para as providências cabíveis.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inqué-
rito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular,
certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou
de peças informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o funda-
mentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados se-
rão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três)
dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coordenação
e Revisão do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conse-
lho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão
do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apresentar razões
escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de infor-
mação.
§ 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revi-
são do Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento, será
designado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

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TÍTULO VI
DOS CRIMES

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei


no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto
na  Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide
ADI 3.096-5 - STF)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a
operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar
sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
§ 3º Não constitui crime a negativa de crédito motivada por superendivi-
damento do idoso. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou di-

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ficultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos,
o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de
longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas,
quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o
de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujei-
tando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um)
ano e multa:
I  – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de
idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar as-
sistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução
de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura
da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.

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Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a exe-


cução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente
o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer
outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abriga-
do, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefí-
cios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento
com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informa-
ções ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou
outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento
de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Públi-


co ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Pe-
nal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 61................................................................................
II – h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida;
..................................................................................” (NR)
“Art. 121..............................................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é prati-
cado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
.................................................................................” (NR)
“Art. 133.............................................................................
§ 3º ...................................................................................
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 140.............................................................................
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência:
.................................................................................. (NR)
“Art. 141.............................................................................

961
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-


cia, exceto no caso de injúria.
.................................................................................” (NR)
“Art. 148.............................................................................
§ 1º....................................................................................
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior
de 60 (sessenta) anos.
................................................................................” (NR)
“Art. 159............................................................................
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqües-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime
é cometido por bando ou quadrilha.
................................................................................” (NR)
“Art. 183............................................................................
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,
ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
...............................................................................” (NR)
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941,
Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágra-
fo único:
“Art. 21..............................................................................

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a


vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)

962
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1º da Lei no 9.455, de 7 de abril de


1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º .............................................................................
§ 4º ..................................................................................
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
................................................................................” (NR)
Art. 113. O  inciso III do art. 18 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de
1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 18................................................................................

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21


(vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capaci-
dade de discernimento ou de autodeterminação:
..................................................................................” (NR)
Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas
acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos
desta Lei.” (NR)

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional


de Assistência Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os re-
cursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em progra-
mas e ações relativos ao idoso.

Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à po-


pulação idosa do País.

Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto


de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de Prestação Continua-

963
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

da previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o


acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento sócio-e-
conômico alcançado pelo País.

Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua pu-
blicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir de
1o de janeiro de 2004.

Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palocci Filho
Rubem Fonseca Filho
Humberto Sérgio Costa LIma
Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Benedita Souza da Silva Sampaio
Álvaro Augusto Ribeiro Costa

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.2003

964
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013

Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal,


os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o proce-
dimento criminal; altera o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal); revoga a Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995; e
dá outras providências.

• Vigência

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investiga-


ção criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal a ser aplicado.
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou
mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de ta-
refas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indireta-
mente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações
penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional.
§ 2º Esta Lei se aplica também:
I – às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorri-
do no estrangeiro, ou reciprocamente;
II – às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as
normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos
atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de exe-
cução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional.

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II – às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a


prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela lei
n. 13.260, de 2016)
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por
interposta pessoa, organização criminosa:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das
penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, em-
baraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização
criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou
coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente
atos de execução.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I – se há participação de criança ou adolescente;
II – se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização cri-
minosa dessa condição para a prática de infração penal;
III – se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou
em parte, ao exterior;
IV – se a organização criminosa mantém conexão com outras organiza-
ções criminosas independentes;
V – se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da
organização.
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra
organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário pú-
blico a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição
para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos sub-
sequentes ao cumprimento da pena.

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Inspetor de Polícia

§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata


esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará
ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a
sua conclusão.
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham
armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em estabeleci-
mentos penais de segurança máxima. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização cri-
minosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá
progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional
ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem
a manutenção do vínculo associativo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO II
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA

Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem pre-


juízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I – colaboração premiada;
II – captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III – ação controlada;
IV – acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados ca-
dastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações
eleitorais ou comerciais;
V – interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos
da legislação específica;
VI – afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da
legislação específica;
VII – infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do
art. 11;

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VIII – cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais


e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação
ou da instrução criminal.
§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade
investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços
técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à
polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos in-
cisos II e V. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 2º No caso do § 1º, fica dispensada a publicação de que trata o parágra-
fo único do art. 61 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser co-
municado o órgão de controle interno da realização da contratação. (Incluído
pela Lei n. 13.097, de 2015)

Seção I

Da Colaboração Premiada

Seção I
Da Colaboração Premiada
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processu-


al e meio de obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de
colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de
confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e da
boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as for-
malize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

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§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumaria-


mente indeferida, com a devida justificativa, cientificando-se o interessado.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Ter-
mo de Confidencialidade para prosseguimento das tratativas, o que vinculará
os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior sem
justa causa. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de
Confidencialidade não implica, por si só, a suspensão da investigação, ressal-
vado acordo em contrário quanto à propositura de medidas processuais penais
cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis admitidas
pela legislação processual civil em vigor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução,
quando houver necessidade de identificação ou complementação de seu obje-
to, dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e interesse
público. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confiden-
cialidade serão elaborados pelo celebrante e assinados por ele, pelo colabo-
rador e pelo advogado ou defensor público com poderes específicos. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebran-
te, esse não poderá se valer de nenhuma das informações ou provas apresen-
tadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com
procuração do interessado com poderes específicos para iniciar o procedi-
mento de colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente pela parte
que pretende a colaboração e seu advogado ou defensor público. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada


sem a presença de advogado constituído ou defensor público. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de colaborador hipos-
suficiente, o celebrante deverá solicitar a presença de outro advogado ou a
participação de defensor público. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos
os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com os
fatos investigados. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos
com os fatos adequadamente descritos, com todas as suas circunstâncias,
indicando as provas e os elementos de corroboração. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão
judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou
substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que
dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I – a identificação dos demais coautores e partícipes da organização crimi-
nosa e das infrações penais por eles praticadas;
II – a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da orga-
nização criminosa;
III – a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da orga-
nização criminosa;
IV – a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações
penais praticadas pela organização criminosa;
V – a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a
personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a
repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.

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§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Pú-


blico, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito poli-
cial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou represen-
tar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse
benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que
couber, o art. 28 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código
de Processo Penal).
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao
colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por
igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspen-
dendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput , o Ministério Público poderá deixar
de oferecer denúncia se o colaborador:
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Ministério Público
poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração
referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o
colaborador: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – não for o líder da organização criminosa;
II – for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando
o Ministério Público ou a autoridade policial competente tenha instaurado in-
quérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos apresentados
pelo colaborador. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida
até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os
requisitos objetivos.
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para
a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de
polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público,
ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e
seu defensor.

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§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo termo, acompa-


nhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será re-
metido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o
colaborador, na presença de seu defensor.
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao
juiz, para análise, o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia
da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompa-
nhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos
na homologação: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – regularidade e legalidade; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos
§§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas as cláusulas que violem o critério de de-
finição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um dos
regimes previstos no Código Penal e na Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984
(Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não abrangi-
dos pelo § 5º deste artigo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos
exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput deste artigo; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
IV – voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos
em que o colaborador está ou esteve sob efeito de medidas cautelares. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mé-
rito da denúncia, do perdão judicial e das primeiras etapas de aplicação da
pena, nos termos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal) e do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Proces-
so Penal), antes de conceder os benefícios pactuados, exceto quando o acordo
prever o não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A deste artigo
ou já tiver sido proferida sentença. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de


impugnar a decisão homologatória. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender
aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessá-
rias. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acom-
panhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas
autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas
exclusivamente em seu desfavor.
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a
oportunidade de manifestar-se após o decurso do prazo concedido ao réu que
o delatou. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o co-
laborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por ini-
ciativa da autoridade judicial.
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será fei-
to pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade
das informações.
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração deverá ser feito
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técni-
ca similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das infor-
mações, garantindo-se a disponibilização de cópia do material ao colaborador.
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença


de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal
de dizer a verdade.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colabo-
ração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento
apenas nas declarações de agente colaborador.
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com
fundamento apenas nas declarações do colaborador: (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019)
I – medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
III – sentença condenatória. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolo-
sa sobre os fatos objeto da colaboração. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador ces-
se o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração,
sob pena de rescisão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 5º São direitos do colaborador:
I – usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
II – ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais
preservados;
III – ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e
partícipes;
IV – participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
V – não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
VI – cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus
ou condenados.

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VI – cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos


demais corréus ou condenados. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por
escrito e conter:
I – o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
II – as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;
III – a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;
IV – as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado
de polícia, do colaborador e de seu defensor;
V – a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua famí-
lia, quando necessário.
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribu-
ído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador
e o seu objeto.
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas di-
retamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48
(quarenta e oito) horas.
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, as-
segurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos
elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às
diligências em andamento.
§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que
recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º.
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador
serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime,
sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipóte-
se. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Seção II
Da Ação Controlada

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou


administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que
a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será pre-
viamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os
seus limites e comunicará ao Ministério Público.
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter
informações que possam indicar a operação a ser efetuada.
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao
juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o
êxito das investigações.
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca
da ação controlada.
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retar-
damento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer
com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e
extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.

Seção III
Da Infiltração de Agentes

Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação,


representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público,
após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso
de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
autorização judicial, que estabelecerá seus limites.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz compe-


tente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal
de que trata o art. 1º e se a prova não puder ser produzida por outros
meios disponíveis.
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório circunstanciado será apresen-
tado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público.
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-
minar aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer
tempo, relatório da atividade de infiltração.
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtu-
ais, obedecidos os requisitos do caput do art. 10, na internet, com o fim de
investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por or-
ganizações criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados
o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas inves-
tigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam
a identificação dessas pessoas. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-se: (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, térmi-
no, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
origem da conexão; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assi-
nante ou de usuário registrado ou autenticado para a conexão a quem ende-
reço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz com-


petente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que
trata o art. 1º desta Lei e se as provas não puderem ser produzidas por outros
meios disponíveis. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, mediante ordem judicial fundamentada e
desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja compro-
vada sua necessidade. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o relatório circunstancia-
do, juntamente com todos os atos eletrônicos praticados durante a operação,
deverão ser registrados, gravados, armazenados e apresentados ao juiz com-
petente, que imediatamente cientificará o Ministério Público. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-
minar aos seus agentes, e o Ministério Público e o juiz competente poderão
requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do disposto neste artigo.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas
diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por
seu sigilo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável
pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para,

por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes

previstos no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estri-

ta finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados. (Incluído

pela Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados

durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e enca-

minhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns-

tanciado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste

artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal

juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-

dade do agente policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos. (Incluído pela

Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do dele-

gado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da ne-

cessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível,

os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.

Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir

nos bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição

da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade

fictícia criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. (Incluído pela

Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma

a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou

identificar o agente que será infiltrado.

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Inspetor de Polícia

§ 1º As informações quanto à necessidade da operação de infiltração se-

rão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24


(vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese
de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas ne-
cessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado.
§ 2º Os autos contendo as informações da operação de infiltração acom-
panharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados à
defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco imi-
nente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à
autoridade judicial.
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporciona-
lidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados.
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime
pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.
Art. 14. São direitos do agente:
I – recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
II – ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto
no art. 9º da Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das
medidas de proteção a testemunhas;
III – ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais infor-
mações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal,
salvo se houver decisão judicial em contrário;
IV – não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pe-
los meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.

980
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Seção IV
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, inde-


pendentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do in-
vestigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco)
anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delega-
do de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo pra-
zo de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15,
registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino
das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

Seção V
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova

Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua


prévia autorização por escrito:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça,
a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar infor-
mações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envol-
vam a ação controlada e a infiltração de agentes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e in-


formações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no
curso de investigação ou do processo:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apos-
sa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.

CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão
apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei n. 3.689,
de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto
no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo ra-
zoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu
estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada,
devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastina-
tório atribuível ao réu.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade
judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado,
amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do di-
reito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados
os referentes às diligências em andamento.
Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor
terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigi-
losos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser
ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“ Associação Criminosa

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Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico


de cometer crimes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é arma-
da ou se houver a participação de criança ou adolescente.” (NR)
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 342....................................................................................
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
..................................................................................................” (NR)
Art. 26. Revoga-se a Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco)
dias de sua publicação oficial.

Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 - Edição extra*

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LEI N. 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996

(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência) Regulamenta o inciso XII, parte final,
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) do art. 5º da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natu-
reza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal,
observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da
ação principal, sob segredo de justiça.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e telemática.
Art. 2º Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I – não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II – a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III – o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com
pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Art. 3º A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determi-
nada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
I – da autoridade policial, na investigação criminal;
II – do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na
instrução processual penal.
Art. 4º O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a
demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração
penal, com indicação dos meios a serem empregados.

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§ 1º Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado


verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a in-
terceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
§ 2º O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.
Art. 5º A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando
também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo
de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispen-
sabilidade do meio de prova.
Art. 6º Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimen-
tos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acom-
panhar a sua realização.
§ 1º No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação inter-
ceptada, será determinada a sua transcrição.
§ 2º Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado
da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá
conter o resumo das operações realizadas.
§ 3º Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8º,
ciente o Ministério Público.
Art. 7º Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei,
a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às
concessionárias de serviço público.
Art. 8º A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza,
ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do
processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e trans-
crições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamen-
te antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial
(Código de Processo Penal, art.10, § 1º) ou na conclusão do processo ao juiz
para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código
de Processo Penal.

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Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada


pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a
captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente
eficazes; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em
infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos
ou em infrações penais conexas. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a
forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze)
dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a
indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previs-
tas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 9º A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão
judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude
de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério
Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefôni-
cas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem auto-
rização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

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Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefôni-


cas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar se-
gredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei: (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.869. de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que deter-
mina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não
autorizado em lei. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, óp-
ticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização
judicial, quando esta for exigida: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir
determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental
ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 25.7.1996*

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LEI N. 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965

Vigência Institui o Código Eleitoral.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que sanciono a seguinte


Lei, aprovada pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 4º, caput, do Ato
Institucional, de 9 de abril de 1964.

TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES PENAIS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários


da Justiça Eleitoral:
I – os magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam
presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra função
por designação de Tribunal Eleitoral;
II – Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral;
III – Os cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas receptoras ou
Juntas Apuradoras;
IV – Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos
indicados no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem remu-
neração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal ou em sociedade de economia mista.

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Art. 284. Sempre que êste Código não indicar o grau mínimo, entende-se
que será ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de
reclusão.
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem
mencionar o “quantum”, deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guar-
dados os limites da pena cominada ao crime.
Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional,
de uma soma de dinheiro, que é fixada em dias-multa. Seu montante é, no
mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-multa.
§ 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o prudente arbítrio do
juiz, devendo êste ter em conta as condições pessoais e econômicas do con-
denado, mas não pode ser inferior ao salário-mínimo diário da região, nem
superior ao valor de um salário-mínimo mensal.
§ 2º A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exceder
o máximo genérico caput, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no máximo, ao
crime de que se trate.
Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras gerais do
Código Penal.
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio
ou da televisão, aplicam-se exclusivamente as normas dêste Código e as re-
missões a outra lei nele contempladas.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES ELEITORAIS

Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:


Pena – Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer
dispositivo dêste Código.

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Pena – Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.


Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando.
Pena – Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento le-
gal, a inscrição requerida:
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
Pena – Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 294. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 14.4.1994)
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena – Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais;
Pena – Detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena – Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, de-
legado de partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:
Pena – Reclusão até quatro anos.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para ou-
trem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto
e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém
a votar ou não votar em determinado candidato ou partido:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e
comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar,
ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados
não sejam conseguidos:

990
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Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.


Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar
ou fraudar o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer for-
ma, inclusive o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo: (Re-
dação dada pelo Decreto-Lei n. 1.064, de 24.10.1969)
Pena – reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300
dias-multa. ((Redação dada pelo Decreto-Lei n. 1.064, de 24.10.1969)
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realiza-
ção de eleições, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão,
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia da eleição o
fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de
transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou
candidato:
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz elei-
toral, no seu funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados
a votar:
Pena – pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer
forma marcada:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que
não a de entrega da mesma ao eleitor.
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena – reclusão até três anos.

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Inspetor de Polícia

Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa receptora que seja prati-
cada, qualquer irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no
caso do Art. 311:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos
casos expressamente previstos, e permitir, o presidente da mesa receptora,
que o voto seja admitido:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o
eleitor e de 20 a 30 dias-multa para o presidente da mesa.
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena – detenção até dois anos.
Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de
apuração imediatamente após a apuração de cada urna e antes de passar à
subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição pe-
los fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Pena – pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem fôr procedida
pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários
que não expedirem imediatamente o respectivo boletim.
Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas
apuradas na respectiva urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apu-
ração de cada seção e antes de passar à subsequente, sob qualquer pretexto
e ainda que dispensada a providencia pelos fiscais, delegados ou candidatos
presentes:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem dos votos fôr
procedida pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os
mesários que não fecharem e lacrarem a urna após a contagem.
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida
por qualquer candidato ou lançar nesses documentos votação que não corres-
ponda às cédulas apuradas:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.


Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apura-
ção os protestos devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância
superior:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando
qualquer eleitor houver votado sob impugnação (art. 190):
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou
mais partidos:
Pena – detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa.
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais par-
tidos:
Pena – pagamento de 10 a 20 dias-multa.
Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro
de partido:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 dias-multa.
Art. 322. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campa-
nha eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos
e capazes de exercer influência perante o eleitorado: (Redação dada pela Lei
n. 14.192, de 2021)
Pena – detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150
dias-multa.
Parágrafo único. Revogado. (Redação dada pela Lei n. 14.192, de 2021)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo
com conteúdo inverídico acerca de partidos ou candidatos. (Incluído pela Lei
n. 14.192, de 2021)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime: (Inclu-


ído pela Lei n. 14.192, de 2021)
I – é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da
internet ou de rede social, ou é transmitido em tempo real; (Incluído pela Lei
n. 14.192, de 2021)
II – envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua
cor, raça ou etnia. (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de
propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-
-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a pro-
pala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é ad-
mitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido,
não foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo
estrangeiro;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de
propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-
-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é
funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de
propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.

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§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:


I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natu-
reza ou meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-
-multa, além das penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.
Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo
judicial, de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbi-
dade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional
de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral: (Incluído pela Lei n. 13.834,
de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
13.834, de 2019)
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anoni-
mato ou de nome suposto. (Incluído pela Lei n. 13.834, de 2019)
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de con-
travenção. (Incluído pela Lei n. 13.834, de 2019)
§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente
ciente da inocência do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou pro-
pala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi falsamente atri-
buído. (Incluído pela Lei n. 13.834, de 2019)
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por
qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo,
utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua
cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campa-
nha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo. (Incluído pela Lei n.
14.192, de 2021)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 14.192, de 2021)

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Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é co-


metido contra mulher: (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
I – gestante; (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
II – maior de 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
III – com deficiência. (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se
de 1/3 (um terço) até metade, se qualquer dos crimes é cometido: (Redação
dada pela Lei n. 14.192, de 2021)
I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da ofensa.
IV – com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor,
raça ou etnia; (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
V – por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo
real. (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
Art. 328. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 329. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente repara o dano
antes da sentença final, o juiz pode reduzir a pena.
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamen-
te empregado:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 333. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mer-
cadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o res-
ponsável fôr candidato.

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Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua
estrangeira:
Pena – detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo
importa na apreensão e perda do material utilizado na propaganda.
Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer dos
artigos. 322, 323, 324, 325, 326,328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o
juiz verificar, de acôrdo com o seu livre convencionamento, se diretório local
do partido, por qualquer dos seus membros, concorreu para a prática de de-
lito, ou dela se beneficiou conscientemente.
Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório responsável pena
de suspensão de sua atividade eleitoral por prazo de 6 a 12 meses, agravada
até o dôbro nas reincidências.
Ar. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gôzo dos
seus direitos políticos, de atividades partidárias inclusive comícios e atos de
propaganda em recintos fechados ou abertos:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emisso-
ras de rádio ou televisão que autorizar transmissões de que participem os
mencionados neste artigo, bem como o diretor de jornal que lhes divulgar os
pronunciamentos.
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no Art. 239:
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documen-
tos relativos à eleição:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.

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Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuita-
mente, subtrair ou guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso
exclusivo da Justiça Eleitoral:
Pena – reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer ou-
tro funcionário de órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões,
citações ou intimações da Justiça Eleitoral:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal,
denúncia ou deixar de promover a execução de sentença condenatória:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art. 357:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário
dos órgãos da Justiça Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos por
êste Código, se a infração não estiver sujeita a outra penalidade: (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Pena – pagamento de trinta a noventa dias-multa. (Redação dada pela Lei
n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os
servidores que prestarem serviços e os candidatos, membros ou diretores de
partido que derem causa à infração.
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, or-
dens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:

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Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa.


Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, a pena é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal inclusive Fundação do Estado.
Ar. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar
documento particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle
devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o
documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
-multa se o documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário públi-
co e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou altera-
ção é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 e 350) para os efeitos pe-
nais, a fotografia, o filme cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de di-
tafone a que se incorpore declaração ou imagem destinada à prova de fato
juridicamente relevante.
Ar. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, fir-
ma ou letra que o não seja, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa se o
documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
-multa se o documento é particular.

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Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados,


a que se referem os artigos. 348 a 352:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou
particular, material ou ideologicamente falso para fins eleitorais:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da cam-
panha, ou quem de fato exerça essa função, de bens, recursos ou valores
destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio: (Incluí-
do pela Lei n. 13.488, de 2017)
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 13.488,
de 2017)

CAPÍTULO III
DO PROCESSO DAS INFRAÇÕES

Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal dêste Có-
digo deverá comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.
§ 1º Quando a comunicação fôr verbal, mandará a autoridade judicial
reduzi-la a têrmo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a
remeterá ao órgão do Ministério Público local, que procederá na forma dêste
Código.
§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e
documentos complementares ou outros elementos de convicção, deverá re-
quisitá-los diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários que possam
fornecê-los.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a de-
núncia dentro do prazo de 10 (dez) dias.

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§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denún-


cia, requerer o arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procu-
rador Regional, e êste oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o
juiz obrigado a atender.
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo le-
gal representará contra êle a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração
da responsabilidade penal.
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará
ao Procurador Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo pra-
zo, oferecerá a denúncia.
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do
Ministério Público se o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício.
Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando:
I – o fato narrado evidentemente não constituir crime;
II – já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;
III – fôr manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela
lei para o exercício da ação penal.
Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição da denúncia não
obstará ao exercício da ação penal, desde que promovida por parte legítima
ou satisfeita a condição.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoi-
mento pessoal do acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Mi-
nistério Público. (Redação dada pela Lei n. 10.732, de 5.9.2003)

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Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias


para oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas. (Incluído pela Lei n.
10.732, de 5.9.2003)
Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas
as diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo
juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e
defesa - para alegações finais.
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de
quarenta e oito horas, terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso
para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional fôr condenatória, baixarão
imediatamente os autos à instância inferior para a execução da sentença, que
será feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados da data da vista ao Ministério
Público.
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de promover a
execução da sentença serão aplicadas as normas constantes dos parágrafos
3º, 4º e 5º do Art. 357.
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns
que lhes forem conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes
digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de
Processo Penal.

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CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO


LEI N. 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997

Mensagem de veto
(Vide Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO XIX
DOS CRIMES DE TRÂNSITO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, pre-


vistos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Có-
digo de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem
como a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto
nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se
o agente estiver:
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência;
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição auto-
mobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente;
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via
em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado
inquérito policial para a investigação da infração penal.

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§ 3º (VETADO).
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando
especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequên-
cias do crime.
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habili-
tação para dirigir veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativa-
mente com outras penalidades.
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois
meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a
entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para
Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sen-
tenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento
prisional.
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo
necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida
cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante
representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a sus-
pensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a
proibição de sua obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida caute-
lar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso
em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se
obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade

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judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito


do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Có-
digo, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação
para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabí-
veis.
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, me-
diante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia
calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre
que houver prejuízo material resultante do crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo de-
monstrado no processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código
Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será des-
contado.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos cri-
mes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de
grave dano patrimonial a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria
diferente da do veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o
transporte de passageiros ou de carga;
VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou
características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acor-
do com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;

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VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada


a pedestres.
Art. 299. (VETADO)
Art. 300. (VETADO)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fian-
ça, se prestar pronto e integral socorro àquela.

Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a
pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:
I – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à vítima do acidente;
IV – no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo
de transporte de passageiros.
V – (Revogado)
§ 2º (Revogado)
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou
de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

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Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de


se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer
das hipóteses do § 1º do art. 302.
§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem
prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo
com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resul-
tar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar
imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa
causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não cons-
tituir elemento de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do
veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de
vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir
à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alte-
rada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine dependência:
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proi-
bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por:
I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de
sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar;
ou

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II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da


capacidade psicomotora.
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante
teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova tes-
temunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito
à contraprova.
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de
alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado
neste artigo.
§ 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO - para se determi-
nar o previsto no caput.
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste
Código:
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição
adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de
entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir
ou a Carteira de Habilitação.
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de
corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou de-
monstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela
autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou
privada:
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo au-
tomotor.
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de
natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o

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resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é


de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas pre-
vistas neste artigo.
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circuns-
tâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco
de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10
(dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Per-
missão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir,
gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a
pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir
suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou
por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310-A. (VETADO)
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas pro-
ximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico
com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório,
inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados,
quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo
aos quais se refere.

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Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código,
nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liber-
dade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço
à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades:
I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de
bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a ví-
timas de trânsito;
II – trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública
que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;
III – trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de
acidentados de trânsito;
IV – outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recupera-
ção de vítimas de acidentes de trânsito.
Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º do art. 302 e no § 2º do
art. 303 deste Código não se aplica o disposto no inciso I do caput do
art. 44 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal).

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LEI N. 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995

Mensagem de veto Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis


Vigência e Criminais e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO III
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

Disposições Gerais
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes togados ou toga-
dos e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo. (Vide Lei n. 10.259, de
2001)
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou toga-
dos e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tri-
bunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência,
observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos
civis. (Incluído pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei co-
mine pena máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que a lei
preveja procedimento especial. (Vide Lei n. 10.259, de 2001)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei co-

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mine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
(Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos crité-
rios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objeti-
vando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a
aplicação de pena não privativa de liberdade.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos crité-
rios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeri-
dade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação dada pela
Lei n. 13.603, de 2018)

Seção I
Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi


praticada a infração penal.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em ho-
rário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas
de organização judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as
finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no
art. 62 desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solici-
tada por qualquer meio hábil de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por
essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento pode-
rão ser gravados em fita magnética ou equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
possível, ou por mandado.

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Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz enca-
minhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento
previsto em lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebi-
mento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado,
ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado
ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde
logo cientes as partes, os interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação
do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado
de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado
defensor público.

Seção II
Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência la-


vrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com
o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames pe-
riciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for ime-
diatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele com-
parecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu

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afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação


dada pela Lei n. 10.455, de 13.5.2002))
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a
realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da
qual ambos sairão cientes.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secre-
taria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na
forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério
Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acom-
panhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de
pena não privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua
orientação.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na
forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os
que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homo-
logada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser
executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de
ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acar-
reta a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediata-
mente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação ver-
bal, que será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência pre-
liminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo
previsto em lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal


pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá
reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena
privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos,
pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente
a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será subme-
tida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infra-
ção, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará
em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo
benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referi-
da no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará
de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.

Seção III
Do Procedimento Sumariíssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação


de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese

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prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imedia-


to, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no
termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito
policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade
do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formu-
lação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminha-
mento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa
oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso
determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art.
66 desta Lei.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entre-
gando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cien-
tificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julga-
mento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o
responsável civil e seus advogados.
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66
e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e julgamento,
devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para in-
timação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão inti-
mados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de
instrução e julgamento.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art.
67 desta Lei.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julga-
mento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de
conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-
-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.

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Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando impres-


cindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para respon-
der à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa;
havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação
e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se ime-
diatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julga-
mento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, imper-
tinentes ou protelatórias.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo
Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
audiência e a sentença.
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de con-
vicção do Juiz.
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença ca-
berá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em
exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência
da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição es-
crita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de
dez dias.
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magné-
tica a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula
do julgamento servirá de acórdão.
Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acór-
dão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. 

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acór-


dão, houver obscuridade, contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente,
no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspen-
derão o prazo para o recurso. 
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Seção IV
Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-


-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a puni-
bilidade, determinando que a condenação não fique constando dos registros
criminais, exceto para fins de requisição judicial.
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em
pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em
lei.
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de
direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão
competente, nos termos da lei.

Seção V

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Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena


restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais
serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.

Seção VI
Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, de-


penderá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corpo-
rais leves e lesões culposas.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior
a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer
a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido con-
denado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz,
este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o
acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II – proibição de frequentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização
do Juiz;
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a
suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

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§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier


a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser proces-
sado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
prosseguirá em seus ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais
cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN n. 1.719-9)
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça
Militar. (Artigo incluído pela Lei n. 9.839, de 27.9.1999)
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a
propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será
intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e
de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis


e Criminais, sua organização, composição e competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências re-
alizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes,
ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências previa-
mente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os
Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação


desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes,
que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas
rurais ou nos locais de menor concentração populacional. (Redação dada
pela Lei n. 12.726, de 2012)
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua
publicação.
Art. 97. Ficam revogadas a Lei n. 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei n.
7.244, de 7 de novembro de 1984.

Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e 107º da


República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.1995

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990

Mensagem de veto
(Vide Lei n. 9.249, de 1995)
(Vide Decreto n. 3.000, de 1999)
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as rela-
ções de consumo, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

Seção I
Dos crimes praticados por particulares

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tri-


buto, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes con-
dutas: (Vide Lei n. 9.964, de 10.4.2000)
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendá-
rias;
II  – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou
omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela
lei fiscal;
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou
qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba
ou deva saber falso ou inexato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou docu-
mento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço,
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.


Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no
prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da
maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao aten-
dimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
Art. 2º Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei n. 9.964, de
10.4.2000)
I – fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou
fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de
pagamento de tributo;
II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição
social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação
e que deveria recolher aos cofres públicos;
III – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário,
qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou
de contribuição como incentivo fiscal;
IV – deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo
fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvi-
mento;
V – utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita
ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa
daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Seção II
Dos crimes praticados por funcionários públicos

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos pre-
vistos no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que
tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou par-

1023
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

cialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contri-


buição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indire-
tamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em
razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para
deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a ad-
ministração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena
- reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A ECONOMIA E AS RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º Constitui crime contra a ordem econômica:


I – abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, to-
tal ou parcialmente, a concorrência mediante:
a) ajuste ou acordo de empresas;
b) aquisição de acervos de empresas ou cotas, ações, títulos ou direitos;
c) coalizão, incorporação, fusão ou integração de empresas;
d) concentração de ações, títulos, cotas, ou direitos em poder de empresa,
empresas coligadas ou controladas, ou pessoas físicas;
e) cessação parcial ou total das atividades da empresa;
f) impedimento à constituição, funcionamento ou desenvolvimento de em-
presa concorrente.
II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empre-
sas;
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou
de fornecedores.

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III – discriminar preços de bens ou de prestação de serviços por ajustes


ou acordo de grupo econômico, com o fim de estabelecer monopólio, ou de
eliminar, total ou parcialmente, a concorrência;
IV – açambarcar, sonegar, destruir ou inutilizar bens de produção ou de
consumo, com o fim de estabelecer monopólio ou de eliminar, total ou par-
cialmente, a concorrência;
V – provocar oscilação de preços em detrimento de empresa concorrente
ou vendedor de matéria-prima, mediante ajuste ou acordo, ou por outro meio
fraudulento;
VI – vender mercadorias abaixo do preço de custo, com o fim de impedir
a concorrência;
VII – elevar, sem justa causa, os preços de bens ou serviços, valendo-se
de monopólio natural ou de fato.
VII – elevar sem justa causa o preço de bem ou serviço, valendo-se de po-
sição dominante no mercado. (Redação dada pela Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
I  – abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando,
total ou parcialmente, a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou
acordo de empresas; (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
c) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
d) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
e) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
f) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
(Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
(Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empre-


sas; (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou
de fornecedores. (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.529, de 2011).
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
V – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
VII – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
Art. 5º Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
I – exigir exclusividade de propaganda, transmissão ou difusão de publi-
cidade, em detrimento de concorrência; (Revogado pela Lei n. 12.529, de
2011).
II – subordinar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de
outro bem, ou ao uso de determinado serviço; (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
III – sujeitar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de
quantidade arbitrariamente determinada; (Revogado pela Lei n. 12.529, de
2011).
IV – recusar-se, sem justa causa, o diretor, administrador, ou gerente de
empresa a prestar à autoridade competente ou prestá-la de modo inexato,
informando sobre o custo de produção ou preço de venda. (Revogado pela Lei
n. 12.529, de 2011).
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. (Revogado pela
Lei n. 12.529, de 2011).
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no
prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da
maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao aten-

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dimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso IV. (Revogado


pela Lei n. 12.529, de 2011).
Art. 6º Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
I – vender ou oferecer à venda mercadoria, ou contratar ou oferecer servi-
ço, por preço superior ao oficialmente tabelado, ao regime legal de controle;
(Revogado pela Lei n. 12.529, de 2011).
II – aplicar fórmula de reajustamento de preços ou indexação de contrato
proibida, ou diversa daquela que for legalmente estabelecida, ou fixada por
autoridade competente; (Revogado pela Lei n. 12.529, de 2011).
III – exigir, cobrar ou receber qualquer vantagem ou importância adicional
de preço tabelado, congelado, administrado, fixado ou controlado pelo Poder
Público, inclusive por meio da adoção ou de aumento de taxa ou outro per-
centual, incidente sobre qualquer contratação. (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, ou multa. (Revogado pela
Lei n. 12.529, de 2011).
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
I – favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressal-
vados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores
ou revendedores;
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especifi-
cação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais,
ou que não corresponda à respectiva classificação oficial;
III  – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para ven-
dê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de
qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabele-
cido para os demais mais alto custo;
IV – fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos
tais como denominação, sinal externo, marca, embalagem, especificação téc-
nica, descrição, volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço;

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b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda


em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na
prestação dos serviços;
V – elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, me-
diante a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais;
VI – sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem preten-
da comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim
de especulação;
VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afir-
mação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, uti-
lizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária;
VIII – destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o
fim de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros;
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qual-
quer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias
ao consumo;
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modali-
dade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de
multa à quinta parte.

CAPÍTULO III
DAS MULTAS

Art. 8º Nos crimes definidos nos arts. 1º a 3º desta lei, a pena de multa
será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme
seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a
14 (quatorze) nem superior a 200 (duzentos) Bônus do Tesouro Nacional BTN.

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Art. 9º A pena de detenção ou reclusão poderá ser convertida em multa


de valor equivalente a:
I  – 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões) de BTN, nos
crimes definidos no art. 4º;
II – 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos crimes defini-
dos nos arts. 5º e 6º;
III – 50.000 (cinquenta mil) até 1.000.000 (um milhão de BTN), nos cri-
mes definidos no art. 7º.
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica
do réu, verifique a insuficiência ou excessiva onerosidade das penas pecuni-
árias previstas nesta lei, poderá diminuí-las até a décima parte ou elevá-las
ao décuplo.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica,


concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes comina-
das, na medida de sua culpabilidade.
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema
de entrega ao consumo ou por intermédio de outro em que o preço ao con-
sumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato por
este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a
metade as penas previstas nos arts. 1º, 2º e 4º a 7º:
I – ocasionar grave dano à coletividade;
II – ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções;
III – ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao co-
mércio de bens essenciais à vida ou à saúde.
Art. 13. (Vetado).

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Art. 14. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos nos arts. 1º a 3º


quando o agente promover o pagamento de tributo ou contribuição social,
inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia. (Revogado pela Lei
n. 8.383, de 30.12.1991)
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplican-
do-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có-
digo Penal.
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Pú-
blico nos crimes descritos nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações
sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os elementos
de convicção.
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha
ou coautoria, o coautor ou partícipe que através de confissão espontânea
revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua
pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.080, de
19.7.1995)
Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de Abastecimento e Preços,
quando e se necessário, providenciar a desapropriação de estoques, a fim de
evitar crise no mercado ou colapso no abastecimento.
Art. 18. Fica acrescentado ao Capítulo III do Título II do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, um artigo com parágrafo
único, após o art. 162, renumerando-se os subsequentes, com a seguinte
redação: (Revogado pela Lei n. 8.176, de 8.2.1991)
“Art. 163. Produzir ou explorar bens definidos como pertencentes à União,
sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo tí-
tulo autorizativo.
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena aquele que adquirir, transportar,
industrializar, tiver consigo, consumir ou comercializar produtos ou matéria-
-prima, obtidos na forma prevista no caput.

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Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có-


digo Penal, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda
à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa”.
Art. 20. O § 1º do art. 316 do Decreto-Lei n. 2 848, de 7 de dezembro de 1940 Código
Penal, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 316.............................................................
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou de-
veria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexató-
rio ou gravoso, que a lei não autoriza;
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa”.
Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal,
quanto à fixação da pena, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 318.............................................................
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa”.
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário e, em especial, o art. 279
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
Brasília, 27 de dezembro de 1990; 169º da Independência e 102º da Re-
pública.
FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
Zélia M. Cardoso de Mello
Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.12.1990
*

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LEI N. 11.340 DE 7 DE AGOSTO DE 2006

Cria mecanismos para coibir a violência domés-


tica e familiar contra a mulher, nos termos do §
8º do art. 226 da Constituição Federal, da Con-
venção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra as Mulheres e da Con-
Vigência
venção Interamericana para Prevenir, Punir e Er-
(Vide ADI n. 4424)
radicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre
a criação dos Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher; altera o Código de Pro-
cesso Penal, o Código Penal e a Lei de Execução
Penal; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência domés-
tica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violên-
cia Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência
e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orien-
tação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas
as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo


dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,
à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos
humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no
sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, explo-
ração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições ne-
cessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a
que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres
em situação de violência doméstica e familiar.

TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar


contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patri-
monial: (Vide Lei complementar n. 150, de 2015)
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo indepen-


dem de orientação sexual.
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das
formas de violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher,


entre outras:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cau-
se dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição con-
tumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito
de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cau-
se dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição con-
tumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, explo-
ração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause
prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei
n. 13.772, de 2018)
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constran-
ja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, me-
diante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercia-

1034
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lizar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar


qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipula-
ção; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que confi-
gure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instru-
mentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recur-
sos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria.

TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar


contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não go-
vernamentais, tendo por diretrizes:
I – a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e
da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social,
saúde, educação, trabalho e habitação;
II – a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações
relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes
às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar
contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacio-
nalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;
III – o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e
sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que
legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o
estabelecido no inciso III do art. 1º, no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do
art. 221 da Constituição Federal;

1035
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

IV – a implementação de atendimento policial especializado para as mu-


lheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;
V – a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da
violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à
sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos
direitos humanos das mulheres;
VI – a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instru-
mentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e
entidades não governamentais, tendo por objetivo a implementação de progra-
mas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;
VII – a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Muni-
cipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às
áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII – a promoção de programas educacionais que disseminem valores
éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva
de gênero e de raça ou etnia;
IX – o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino,
para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de
raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e fami-


liar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde,
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas pú-
blicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

1036
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação


de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do
governo federal, estadual e municipal.
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e fa-
miliar, para preservar sua integridade física e psicológica:
I – acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da
administração direta ou indireta;
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses.
III – encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclu-
sive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio,
de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo
competente. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento cien-
tífico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessá-
rios e cabíveis nos casos de violência sexual.
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, se-
xual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a
ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de
Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de
saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de violência
doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de
Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem
os serviços. (Vide Lei n. 13.871, de 2019) (Vigência)
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo
iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência
doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos
ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei n. 13.871, de 2019) (Vigência)

1037
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não pode-


rá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de substitui-
ção da pena aplicada. (Vide Lei n. 13.871, de 2019) (Vigência)
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem priorida-
de para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais
próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a
apresentação dos documentos comprobatórios do registro da ocorrência poli-
cial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso. (Incluído pela
Lei n. 13.882, de 2019)
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matricu-
lados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às
informações será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos com-
petentes do poder público. (Incluído pela Lei n. 13.882, de 2019)

CAPÍTULO III
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica


e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumpri-
mento de medida protetiva de urgência deferida.
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e fami-
liar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados.
(Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou
de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mu-
lher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)

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I – salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente,


considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência do-
méstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
II – garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de
violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto
com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela
Lei n. 13.505, de 2017)
III – não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre
o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como ques-
tionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar
ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencial-
mente, o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
I – a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse
fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher
em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
II – quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional
especializado em violência doméstica e familiar designado pela autoridade
judiciária ou policial; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
III – o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético,
devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei n.
13.505, de 2017)
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:
I – garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imedia-
to ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal;

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Inspetor de Polícia

III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo


ou local seguro, quando houver risco de vida;
IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de
seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis.
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamen-
to perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de
anulação de casamento ou de dissolução de união estável. (Redação dada
pela Lei n. 13.894, de 2019)
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no
Código de Processo Penal:
I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representa-
ção a termo, se apresentada;
II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
de suas circunstâncias;
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apar-
tado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas pro-
tetivas de urgência;
IV – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida
e requisitar outros exames periciais necessários;
V – ouvir o agressor e as testemunhas;
VI – ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha
de antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou
registro de outras ocorrências policiais contra ele;

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Inspetor de Polícia

VI – A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma


de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem
como notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do regis-
tro ou da emissão do porte, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro
de 2003 (Estatuto do Desarmamento); (Incluído pela Lei n. 13.880, de 2019)
VII – remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao
Ministério Público.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e
deverá conter:
I – qualificação da ofendida e do agressor;
II – nome e idade dos dependentes;
III – descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas
pela ofendida.
IV – informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência
e se da violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência
preexistente. (Incluído pela Lei n. 13.836, de 2019)
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o
boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse
da ofendida.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários mé-
dicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políti-
cas e planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos
de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investiga-
ção das violências graves contra a mulher.
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)

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§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessá-


rios à defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de
seus dependentes. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à
integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica
e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do
lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Redação dada pela Lei
nº 14.188, de 2021)
I – pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;
ou (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei n.
13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comu-
nicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo,
sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao
Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade
da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao
preso. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)

TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e cri-


minais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mu-
lher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e

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da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não


conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,
órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser
criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para
o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário no-
turno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dis-
solução de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Fa-
miliar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído
pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuiza-
mento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá
preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis
regidos por esta Lei, o Juizado:
I – do seu domicílio ou de sua residência;
II – do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III – do domicílio do agressor.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, an-
tes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar


contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária,
bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz,


no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I – conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas prote-
tivas de urgência;
II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência
judiciária, quando for o caso;
II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência ju-
diciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união es-
tável perante o juízo competente; (Redação dada pela Lei n. 13.894, de 2019)
III – comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV – determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do
agressor. (Incluído pela Lei n. 13.880, de 2019)
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo
juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de ime-
diato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Mi-
nistério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

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§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativa-


mente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia,
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já
concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familia-
res e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal,
caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a reque-
rimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso
do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos
ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão,
sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação
ao agressor .

Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,


nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto
ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao
órgão competente, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III – proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixan-
do o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;

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b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer


meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida;
IV – restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida
a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V – prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeduca-
ção; e (Incluído pela Lei n. 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento
individual e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei n. 13.984, de 2020)
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de ou-
tras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida
ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao
Ministério Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas
condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei n. 10.826, de 22
de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a res-
trição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável
pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes
de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, pode-
rá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o dis-
posto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

1046
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Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I – encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou co-
munitário de proteção ou de atendimento;
II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao
respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direi-
tos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV – determinar a separação de corpos.
V – determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de
educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para
essa instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei
n. 13.882, de 2019)
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, limi-
narmente, as seguintes medidas, entre outras:
I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV – prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por per-
das e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e fami-
liar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins
previstos nos incisos II e III deste artigo.

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de


urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)

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Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n.


13.641, de 2018)
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal
do juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial po-
derá conceder fiança. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções ca-
bíveis. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)

CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas
cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições,
nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I – requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de
assistência social e de segurança, entre outros;
II – fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento
à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato,
as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irre-
gularidades constatadas;
III – cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em


situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de ad-
vogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e
familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judici-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

ária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendi-
mento específico e humanizado.

TÍTULO V
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher


que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento
multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios
por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante
laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação,
encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o
agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofun-
dada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissional especializado,
mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária,
poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de atendi-
mento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e


Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível
e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violên-
cia doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV
desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas crimi-


nais, para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar con-


tra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias neces-
sárias e do serviço de assistência judiciária.
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão
criar e promover, no limite das respectivas competências:
I – centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e res-
pectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar;
II – casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em
situação de violência doméstica e familiar;
III – delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e cen-
tros de perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher em situ-
ação de violência doméstica e familiar;
IV – programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;
V – centros de educação e de reabilitação para os agressores.
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promo-
verão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos
princípios desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nes-
ta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por
associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um
ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
pelo juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade
adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a


mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de
Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e infor-
mações relativo às mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do
Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base de
dados do Ministério da Justiça.
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida proteti-
va de urgência. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em
banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça,
garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos
de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efe-
tividade das medidas protetivas. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de
suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentá-
rias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada exercí-
cio financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorren-
tes dos princípios por ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra
a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099,
de 26 de setembro de 1995.
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313..................................................
................................................................
IV – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos da lei específica, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência.” (NR)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de


dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61...................................................
.................................................................
II – f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésti-
cas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica;
...........................................................” (NR)
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129...................................................
..................................................................
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ain-
da, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
..................................................................
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)
Art. 45. O art. 152 da Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Exe-
cução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 152....................................................
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua
publicação.

Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

1052
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Dilma Rousseff

Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.8.2006

1053
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas


Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
medidas para prevenção do uso inde-
Mensagem de veto vido, atenção e reinserção social de usuá-
Regulamento rios e dependentes de drogas; estabelece
normas para repressão à produção não
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre


Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, aten-
ção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece
normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as subs-
tâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados
em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Exe-
cutivo da União.
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem
como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos
dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese
de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Conven-
ção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971,
a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

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Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita


dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medi-
cinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,
respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coor-


denar as atividades relacionadas com:
I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuá-
rios e dependentes de drogas;
II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras,
critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as políticas, planos,
programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os
Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e
Municípios. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS,
e com o Sistema Único de Assistência Social - SUAS. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMA NACIONAL DE
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:


I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmen-
te quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II – o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

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III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo bra-


sileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de
drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social,
para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
V – a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Socieda-
de, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad;
VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados
com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu
tráfico ilícito;
VII – a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Le-
gislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interde-
pendência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
X – a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI – a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacio-
nal Antidrogas - Conad.
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I – contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos
vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas,
seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;
II – promover a construção e a socialização do conhecimento sobre
drogas no país;

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III – promover a integração entre as políticas de prevenção do uso in-


devido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal,
Estados e Municípios;
IV – assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articu-
lação das atividades de que trata o art. 3º desta Lei.

CAPÍTULO I I

DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL

DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGA S

CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

Art. 6º (VETADO)
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a exe-
cução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas
federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no re-
gulamento desta Lei.
Art. 7º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º (VETADO)

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Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Das Competências

Art. 8º-A. Compete à União: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)


I – formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria
com Estados, Distrito Federal, Municípios e a sociedade; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
III – coordenar o Sisnad; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad
e suas normas de referência; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, indicadores
e definir formas de financiamento e gestão das políticas sobre drogas; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VIII – promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das
políticas sobre drogas, observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e
Municípios para a execução das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
XI – garantir publicidade de dados e informações sobre repasses de re-
cursos para financiamento das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

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XII – sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de prevenção,


tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfi-
co ilícito de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XIII – adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XIV – estabelecer uma política nacional de controle de fronteiras, visando
a coibir o ingresso de drogas no País. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º-B. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas


Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, den-
tre outros: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações,
atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de
saúde, educação, trabalho, assistência social, previdência social, habitação,
cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, atenção e
reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
II – viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação
e avaliação das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os
estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a preven-
ção do uso de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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IV – ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário


ou dependente de drogas, promovendo programas que priorizem a melho-
ria de sua escolarização e a qualificação profissional; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
V – promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os
serviços públicos; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações
e projetos das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orien-
tações e informações para apoio aos usuários ou dependentes de drogas;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VIII – articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, ren-
da e capacitação para o trabalho, com objetivo de promover a inserção pro-
fissional da pessoa que haja cumprido o plano individual de atendimento nas
fases de tratamento ou acolhimento; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de
economia solidária e o cooperativismo, como forma de promover autonomia ao
usuário ou dependente de drogas egresso de tratamento ou acolhimento, ob-
servando-se as especificidades regionais; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetiva-
ção das diretrizes e princípios previstos no art. 22; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
XI – articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no
enfrentamento ao abuso de drogas; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XII – promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre dro-
gas. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar
de sua aprovação.
§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do
Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.

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Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Esta-


dos, Distrito Federal e Municípios, terão os seguintes objetivos: (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)
I – auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
II – colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na exe-
cução das políticas sobre drogas, visando à efetividade das políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elabo-
ração de programas, ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tra-
tamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico
ilícito de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o pla-
nejamento das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – propor políticas públicas que permitam a integração e a participação
do usuário ou dependente de drogas no processo social, econômico, político e
cultural no respectivo ente federado; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas
em consonância com o Sisnad e com os respectivos planos. (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
Seção III
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-F. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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CAPÍTULO III

(VETADO)
Art. 9º (VETADO)
Art. 10. (VETADO)
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. (VETADO)
Art. 13. (VETADO)
Art. 14. (VETADO)

CAPÍTULO IV

DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS

CAPÍTULO IV
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)


Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da
assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem
comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os
casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas,
conforme orientações emanadas da União.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de
drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

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TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Das Diretrizes

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de dro-


gas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores
de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores
de proteção.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem
observar os seguintes princípios e diretrizes:
I – o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferên-
cia na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à
qual pertence;
II – a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica
como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e pri-
vados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços
que as atendam;
III – o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em
relação ao uso indevido de drogas;
IV – o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com
as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluin-
do usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do
estabelecimento de parcerias;

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V – a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às


especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das dife-
rentes drogas utilizadas;
VI – o reconhecimento do “não uso”, do “retardamento do uso” e da redu-
ção de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preven-
tiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
VII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da popu-
lação, levando em consideração as suas necessidades específicas;
VIII – a articulação entre os serviços e organizações que atuam em ativi-
dades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários
e dependentes de drogas e respectivos familiares;
IX – o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, pro-
fissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qua-
lidade de vida;
X – o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da
prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3
(três) níveis de ensino;
XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido
de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretri-
zes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
XII – a observância das orientações e normas emanadas do Conad;
XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas
setoriais específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas
dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-
lescente - Conanda.

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Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas

Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas,


comemorada anualmente, na quarta semana de junho. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º No período de que trata o caput, serão intensificadas as ações de:
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de dro-
gas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e
reinserção social e econômica de usuários de drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
IV – divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso
indevido de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – mobilização da comunidade para a participação nas ações de preven-
ção e enfrentamento às drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na
realização de atividades de prevenção ao uso de drogas. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

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CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE
USUÁRIOS O U DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E
DE REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPEN-
DENTES DE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Disposições Gerais

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de


drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à
melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados
ao uso de drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do de-
pendente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas
direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do
dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes
princípios e diretrizes:
I – respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de
quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa huma-
na, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional
de Assistência Social;
II – a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social
do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que conside-
rem as suas peculiaridades socioculturais;

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III – definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a in-


clusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;
IV – atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos fa-
miliares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes mul-
tiprofissionais;
V – observância das orientações e normas emanadas do Conad;
VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas
setoriais específicas.
VII – estímulo à capacitação técnica e profissional; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
VIII – efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação con-
tinuada e ao trabalho; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – observância do plano individual de atendimento na forma do art. 23-B
desta Lei; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas quanto às
consequências lesivas do uso de drogas, ainda que ocasional. (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Da Educação na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão


atendimento nos programas de educação profissional e tecnológica, educação
de jovens e adultos e alfabetização. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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Seção III
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-B. (VETADO).

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do


Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao
usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério
da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a
previsão orçamentária adequada.
Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser
ordenado em uma rede de atenção à saúde, com prioridade para as moda-
lidades de tratamento ambulatorial, incluindo excepcionalmente formas de
internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de normas
dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social e em
etapas que permitam: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a popula-
ção; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidên-
cias científicas, oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou depen-
dente de drogas com abordagem preventiva e, sempre que indicado, ambu-
latorial; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habili-
dades e projetos individuais por meio de programas que articulem educação,
capacitação para o trabalho, esporte, cultura e acompanhamento individuali-
zado; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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IV – acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articu-


lada. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento,
em âmbito nacional. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º A internação de dependentes de drogas somente será realizada em
unidades de saúde ou hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares
e deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico devidamente registrado
no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabe-
lecimento no qual se dará a internação. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do de-
pendente de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do
dependente, a pedido de familiar ou do responsável legal ou, na absoluta fal-
ta deste, de servidor público da área de saúde, da assistência social ou dos
órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da área de
segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem a
medida. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º A internação voluntária: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que
optou por este regime de tratamento; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por
solicitação escrita da pessoa que deseja interromper o tratamento. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º A internação involuntária: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – deve ser realizada após a formalização da decisão por médico respon-
sável; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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II – será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o


padrão de uso e na hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de
outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo
máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu término determinado pelo médico
responsável; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – a família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, requerer
ao médico a interrupção do tratamento. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada
quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser infor-
madas, em, no máximo, de 72 (setenta e duas) horas, ao Ministério Público,
à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio de sistema
informatizado único, na forma do regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema referido
no § 7º e o acesso será permitido apenas às pessoas autorizadas a conhe-
cê-las, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas co-
munidades terapêuticas acolhedoras. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual
deverão observar, no que couber, o previsto na Lei n. 10.216, de 6 de abril
de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portado-
ras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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Seção V
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Plano Individual de Atendimento

Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de


atenção à saúde dependerá de: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial; e
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e exe-
cução do projeto terapêutico individual a ser adotado, levantando no mínimo:
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – o tipo de droga e o padrão de seu uso; e (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
II – o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas
ou das pessoas com as quais convive. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsá-
veis, os quais têm o dever de contribuir com o processo, sendo esses, no caso
de crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização civil, administrati-
va e criminal, nos termos da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto
da Criança e do Adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe
técnica do primeiro projeto terapêutico que atender o usuário ou dependen-
te de drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do atendimento.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – os resultados da avaliação multidisciplinar; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)

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II – os objetivos declarados pelo atendido; (Incluído pela Lei n. 13.840,


de 2019)
III – a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação
profissional; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – atividades de integração e apoio à família; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
V – formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano
individual; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimen-
to do previsto no plano; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – as medidas específicas de atenção à saúde do atendido. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do in-
gresso no atendimento. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano
individual de atendimento são consideradas sigilosas. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas
de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas
encaminhados por órgão oficial.
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atua-
ção nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuá-
rios ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicio-
nados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de
infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou subme-
tidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

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Seção VI
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora

Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na


comunidade terapêutica acolhedora caracteriza-se por: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas
que visam à abstinência; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida
como uma etapa transitória para a reinserção social e econômica do usuário
ou dependente de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convivên-
cia entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a promoção do de-
senvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento ao usuário ou dependen-
te de drogas em vulnerabilidade social; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – avaliação médica prévia; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – elaboração de plano individual de atendimento na forma do art. 23-B
desta Lei; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometi-
mentos biológicos e psicológicos de natureza grave que mereçam atenção
médico-hospitalar contínua ou de emergência, caso em que deverão ser en-
caminhadas à rede de saúde. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada
ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o
Ministério Público e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal,
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quanti-
dade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz
atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às
condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pesso-
ais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas
comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabeleci-
mentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários
e dependentes de drogas.
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refe-
re o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente,
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

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I – admoestação verbal;
II – multa.
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do in-
frator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambula-
torial, para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II
do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o
número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade
econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do
maior salário mínimo.
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se
refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das pe-
nas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107
e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO
ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para


produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-pri-
ma destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.

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Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas au-


toridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente para
exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições en-
contradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias
para a preservação da prova.
§ 1º A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de
30 (trinta) dias, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova.
§ 2º A incineração prevista no § 1º deste artigo será precedida de auto-
rização judicial, ouvido o Ministério Público, e executada pela autoridade de
polícia judiciária competente, na presença de representante do Ministério Pú-
blico e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e
após a perícia realizada no local da incineração.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo dele-
gado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente
para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias
para a preservação da prova. (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-
-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no
Decreto n. 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autoriza-
ção prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, con-
forme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legis-
lação em vigor.

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CAPÍTULO II
DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,


vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação le-
gal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (qui-
nhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guar-
da, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com deter-
minação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas;
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade,
posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se
utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com de-
terminação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide
ADI n. 4.274)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300
(trezentos) dias-multa.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de
seu relacionamento, para juntos a consumirem:

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Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700


(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas pode-
rão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas
restritivas de direitos , desde que o agente seja primário, de bons anteceden-
tes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização crimi-
nosa. (Vide Resolução n. 5, de 2012)
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,
entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuita-
mente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fa-
bricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil
e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, rei-
teradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (sete-
centos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se
associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos
nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil
e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associa-
ção destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput
e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezen-
tos) a 700 (setecentos) dias-multa.

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Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas


necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50
(cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da
categoria profissional a que pertença o agente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas,
expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão
do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo
mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente
com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos)
a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for
de transporte coletivo de passageiros.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas
de um sexto a dois terços, se:
I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II – o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no
desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entida-
des estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes,
de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou
diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes
de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;

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IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de


arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o
Distrito Federal;
VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a
quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de
entendimento e determinação;
VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a
investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coau-
tores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do
crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância
sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da
substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei,
o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número
de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos
acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes
o maior salário-mínimo.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão im-
postas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se,
em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes,
ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei
são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o
livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada
sua concessão ao reincidente específico.

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Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob


o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo
da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força peri-
cial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições
referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
encaminhamento para tratamento médico adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por
força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía,
ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que
ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, reali-
zada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei,
determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste
Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente,
as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei,
salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei,
será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei n. 9.099,
de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

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§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá


prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminha-
do ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requi-
sições dos exames e perícias necessários.
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º
deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em
que se encontrar, vedada a detenção do agente.
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o
agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a
autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n. 9.099, de 1995, que
dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá
propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser es-
pecificada na proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º, e
34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, em-
pregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previs-
tos na Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I
Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária


fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia
do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em
24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabele-
cimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da
natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste,
por pessoa idônea.

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§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo


não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10
(dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e deter-
minará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra neces-
sária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia
competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e
da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das
drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado
de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei n.
12.961, de 2014)
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão
em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
contado da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização
do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3º a
5º do art. 50. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de pri-
são em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta)
dias contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à re-
alização do laudo definitivo. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se
o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser dupli-
cados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da
autoridade de polícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade
de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

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I – relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões


que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza
da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qua-
lificação e os antecedentes do agente; ou
II – requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências
complementares:
I – necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá
ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento;
II – necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que
seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá
ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes
previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante
autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedi-
mentos investigatórios:
I – a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, cons-
tituída pelos órgãos especializados pertinentes;
II – a não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores
químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem
no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior
número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo
da ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será
concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação
dos agentes do delito ou de colaboradores.

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Seção II
Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Par-


lamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Pú-
blico para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
I – requerer o arquivamento;
II – requisitar as diligências que entender necessárias;
III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as
demais provas que entender pertinentes.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado
para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado
poderá arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer do-
cumentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até
o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a
113 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defen-
sor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no
ato de nomeação.
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez)
dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências,
exames e perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do
Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos
arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, po-
derá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se
for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

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Inspetor de Polícia

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro

dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determi-

nada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando

se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório

do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessiva-

mente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para

sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável

por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das par-

tes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas cor-

respondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o

fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1º Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso

do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto,

ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na

forma do art. 32, § 1º, desta Lei, preservando-se, para eventual contraprova,

a fração que fixar. (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)

§ 2º Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ou-

vido o Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do

produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do

laudo toxicológico. (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta

Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e

de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

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CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou me-


diante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério
Público, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito
ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas
aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes
previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática,
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de
outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 1º Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz fa-
cultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a
produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto
da decisão.
§ 2º Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela
sua liberação.
§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento
pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários
à conservação de bens, direitos ou valores.
§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores po-
derá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execu-
ção imediata possa comprometer as investigações.
Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do assistente de
acusação, ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, po-
derá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras
medidas assecuratórias nos casos em que haja suspeita de que os bens, di-
reitos ou valores sejam produto do crime ou constituam proveito dos crimes
previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do
Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)

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§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)


§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal, o juiz poderá determinar a prática de atos
necessários à conservação dos bens, direitos ou valores. (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores po-
derá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execu-
ção imediata puder comprometer as investigações. (Redação dada pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 60-A. Quando as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 re-
caírem sobre moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emi-
tidos como ordem de pagamento, será determinada, imediatamente, a con-
versão em moeda nacional. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie será encaminhada a ins-
tituição financeira ou equiparada para alienação na forma prevista pelo Con-
selho Monetário Nacional. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º Em caso de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º, a mo-
eda estrangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o
seu destino. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira, caso seja
verificada a inexistência de valor de mercado, a moeda poderá ser doada à
representação diplomática do seu país de origem ou destruída. (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada
em vigor da Medida Provisória n. 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam
custodiados nas dependências do Banco Central do Brasil serão transferidos,
no prazo de trezentos e sessenta dias, à Caixa Econômica Federal para que se
proceda à alienação ou custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. (Incluí-
do pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

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Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e com-
provado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta
Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público e
cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos
ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à pro-
dução não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no inte-
resse dessas atividades.
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão
de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licen-
ciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta
livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito
em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer
outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e
objetos de qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes definidos
nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judici-
ária responsável pela investigação ao juízo competente. (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que
trata o caput, determinará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as
armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica. (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará
a exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens
apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as informações sobre
quem os tiver sob custódia e o local em que se encontrem. (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)

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§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será rea-


lizada por oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação,
ou, caso sejam necessários conhecimentos especializados, por avaliador no-
meado pelo juiz, em prazo não superior a 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministé-
rio Público e o interessado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias
e, dirimidas eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos bens.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Os valores arrecadados, descontadas as despesas do leilão, serão de-
positados em conta judicial remunerada e, após sentença condenatória tran-
sitada em julgado, serão revertidos ao Funad. (Incluído pela Lei n. 13.840, de
2019) (Revogado pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 7º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz
ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de cer-
tificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este
livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo
da cobrança de débitos fiscais, os quais permanecem sob responsabilidade
do antigo proprietário. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019) (Revogado pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 8º Nos casos em que a apreensão tiver recaído sobre dinheiro, inclusive
moeda estrangeira, ou cheques emitidos como ordem de pagamento para fins
ilícitos, o juiz determinará sua conversão em moeda nacional corrente, que
será depositada em conta judicial remunerada, e, após sentença condena-
tória com trânsito em julgado, será revertida ao Funad. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019) (Revogado pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios
de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer
natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua
regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária,
excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.

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Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos


bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodovi-
ária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de
sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e
garantida a prévia avaliação dos respectivos bens. (Redação dada pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens
mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fa-
zer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, me-
diante autorização judicial, ouvido o Ministério Público. (Revogado pela Medi-
da Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo recaído
sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade
de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao
juízo competente a intimação do Ministério Público.
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do
bem e a respectiva avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter
cautelar, a conversão do numerário apreendido em moeda nacional, se for
o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito,
com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das corresponden-
tes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz pe-
riodicamente, ou a qualquer momento quando por este solicitado, informações
sobre seu estado de conservação. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público,
mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter
cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que
a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e

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custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou mi-


litares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e ope-
rações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
exclusivamente no interesse dessas atividades.
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a
expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do
órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do paga-
mento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de utilização do
bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em
favor da União. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º Excluídos os bens que se houver indicado para os fins previstos no § 4º
deste artigo, o requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os
demais bens apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um deles,
e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram.
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens uti-
lizados na forma deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada
em razão do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado requerer
nova avaliação judicial. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada
em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação aos da ação
penal principal.
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a
entidade que utilizou o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao
juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e
os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda de valor econômico
pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados, cien-
tificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado, este,
se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias.

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§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)


§ 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respec-
tivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e de-
terminará sejam alienados em leilão.
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quan-
tia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao
Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3º deste artigo.
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as de-
cisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4º deste artigo, recaindo a
autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à au-
toridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição
de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da autoridade de
polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres
do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em jul-
gado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
§ 11. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 12. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de
trânsito ou o órgão de registro equivalente procederá à regularização dos bens
no prazo de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do pagamento
de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em
relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 13. Na hipótese de que trata o § 12, a autoridade de trânsito ou o órgão
de registro equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluí-
do pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

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Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao produto


da alienação ou relacionados a numerários apreendidos ou que tenham sido
convertidos, serão efetuados na Caixa Econômica Federal, por meio de do-
cumento de arrecadação destinado a essa finalidade. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º Os depósitos a que se refere o caput serão repassados pela Caixa Eco-
nômica Federal para a Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de
qualquer formalidade, no prazo de vinte e quatro horas, contado do momento
da realização do depósito. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do
depósito será devolvido ao acusado pela Caixa Econômica Federal no prazo
de até três dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º do
art. 39 da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da União, o
valor do depósito será transformado em pagamento definitivo, respeitados os
direitos de eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por decisão judi-
cial, serão efetuados como anulação de receita do Fundo Nacional Antidrogas
no exercício em que ocorrer a devolução. (Incluído pela Medida Provisória n.
885, de 2019)
§ 5º A Caixa Econômica Federal manterá o controle dos valores deposita-
dos ou devolvidos. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento
do produto, bem ou valor apreendido, sequestrado ou declarado indisponível.
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre: (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
I – o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou objeto
de medidas assecuratórias; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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II – o levantamento dos valores depositados em conta remunerada e a


liberação dos bens utilizados nos termos do art. 62. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta
Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdi-
mento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência dos crimes
tipificados nesta Lei ou objeto de medidas assecuratórias, após decretado seu
perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados em
caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da União.
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, direitos
e valores declarados perdidos, indicando o local em que se encontram e a
entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação
nos termos da legislação vigente. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imedia-
to cumprimento ao estabelecido no § 2º deste artigo. (Revogado pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo,
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação
dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando,
quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo
poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Na hipótese do inciso II do caput, decorridos 360 (trezentos e sessenta)
dias do trânsito em julgado e do conhecimento da sentença pelo interessado,
os bens apreendidos, os que tenham sido objeto de medidas assecuratórias
ou os valores depositados que não forem reclamados serão revertidos ao Fu-
nad. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o compa-


recimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos
necessários à conservação de bens, direitos ou valores. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e
objeto de medidas assecuratórias quando comprovada a licitude de sua origem,
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes
à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e
custas decorrentes da infração penal. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 63-C. Compete à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do
Ministério da Justiça e Segurança Pública proceder à destinação dos bens
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja decre-
tado em favor da União, por meio das seguintes modalidades: (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
I – alienação, mediante: (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
a) licitação; (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos que contribuam
para o alcance das finalidades do Fundo Nacional Antidrogas; ou (Incluído
pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do art. 24 da
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993; (Incluído pela Medida Provisória n. 885,
de 2019)
II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração pública, ob-
servadas as finalidades do Fundo Nacional Antidrogas; (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
III – destruição; ou (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
IV – inutilização. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º A alienação por meio de licitação será na modalidade leilão, para bens
móveis e imóveis, independentemente do valor de avaliação, isolado ou glo-
bal, de bem ou de lotes, assegurada a venda pelo maior lance, por preço que
não seja inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação. (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)

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§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º será amplamente divulgado


em jornais de grande circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmen-
te no Município em que será realizado, dispensada a publicação em diário
oficial. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da adminis-
tração pública, a publicidade dada pelo sistema substituirá a publicação em
diário oficial e em jornais de grande circulação. (Incluído pela Medida Provi-
sória n. 885, de 2019)
§ 4º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade
de trânsito ou o órgão de registro equivalente procederá à regularização dos
bens no prazo de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do pa-
gamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execu-
ção fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Medida Provisória
n. 885, de 2019)
§ 5º Na hipótese do § 4º, a autoridade de trânsito ou o órgão de registro
equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluído pela Me-
dida Provisória n. 885, de 2019)
§ 6º A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justi-
ça e Segurança Pública poderá celebrar convênios ou instrumentos congêne-
res com órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, a fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo.
(Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 7º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei, fica auto-
rizada a contratação da iniciativa privada para a execução das ações de ava-
liação, administração e alienação dos bens a que se refere esta Lei. (Incluído
pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública regula-
mentar os procedimentos relativos à administração, à preservação e à des-
tinação dos recursos provenientes de delitos e atos ilícitos e estabelecer os
valores abaixo dos quais se deve proceder à sua destruição ou inutilização.
(Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

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Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os
Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a preven-
ção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou
dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico
ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por
ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados
à questão das drogas.

TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não intervenção em as-


suntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial
dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o
governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colabora-
ção, nas áreas de:
I – intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e
programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de aten-
ção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
II – intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas
e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o
desvio de precursores químicos;
III – intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e
traficantes de drogas e seus precursores químicos.

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TÍTULO V-A
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 65-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até
que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denomi-
nam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras
sob controle especial, da Portaria SVS/MS n. 344, de 12 de maio de 1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei n. 7.560, de 19 de de-
zembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua
adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do
fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art.
17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públicos para
execução das políticas sobre drogas deverão garantir o acesso às suas insta-
lações, à documentação e a todos os elementos necessários à efetiva fiscali-
zação pelos órgãos competentes. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que
colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção so-
cial de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e
do tráfico ilícito de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou
estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim
como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumi-
rem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam
essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:

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I – determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam


lacradas suas instalações;
II – ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas
necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
III – dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.
§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscri-
tos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas
jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica
que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto não
arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitá-
ria, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farma-
cêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob
a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a
37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da
Justiça Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam
sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da cir-
cunscrição respectiva.
Art. 71. (VETADO)
Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de ofício, median-
te representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do
Ministério Público, determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição
e na forma prevista no § 1º do art. 32 desta Lei, à destruição de drogas em
processos já encerrados.
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o inquérito policial, o
juiz, de ofício, mediante representação do delegado de polícia ou a requeri-
mento do Ministério Público, determinará a destruição das amostras guarda-
das para contraprova, certificando isso nos autos. (Redação dada pela Lei n.
12.961, de 2014)

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Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquérito policial, o


juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou
a requerimento do Ministério Público, determinará a destruição das amostras
guardadas para contraprova, certificando nos autos. (Redação dada pela Lei
n. 13.840, de 2019)
Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os Estados visando à pre-
venção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas.
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com
o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso
indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei n. 12.219, de 2010)
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua
publicação.
Art. 75. Revogam-se a Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei n.
10.409, de 11 de janeiro de 2002.

Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Guido Mantega
Jorge Armando Felix

Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006*

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LEI N. 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990

Vigência
Mensagem de veto
Regulamento
Dispõe sobre a proteção do con-
Regulamento
sumidor e dá outras providências.
Regulamento
(Vide Decreto n. 2.181, de 1997)
(Vide pela Lei n. 13.425, de 2017) (Vigência)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO II
DAS INFRAÇÕES PENAIS

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas nes-


te código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as con-
dutas tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 62. (Vetado).
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosi-
dade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante re-
comendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser
prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumido-
res a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja pos-
terior à sua colocação no mercado:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.

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Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do


mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente,
os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando de-
terminação de autoridade competente:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei n. 13.425, de 2017)
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também ca-
racteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.425,
de 2017)
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação rele-
vante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, de-
sempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser
enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser ca-
paz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa
a sua saúde ou segurança:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão
base à publicidade:

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Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.


Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de
reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constran-
gimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de
qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente,
a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que
sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena – Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor
constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou de-
veria saber ser inexata:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequa-
damente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos
neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabi-
lidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que
promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta,
exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e
prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião
de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;

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IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior
de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas
ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamen-
tos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-
-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena
privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o
juiz observará o disposto no art. 60, §1º do Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser
impostas, cumulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a
47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audi-
ência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será
fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e du-
zentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equi-
valente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado
ou réu, a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código,
bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consu-
mo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados

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indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.

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DECRETO-LEI N. 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

Vigência
(Vide Lei n. 1.390, de 3.7.1951)
(Vide Lei n. 7.437, de 20.12.1985)
Lei das Contravenções Penais

O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o


artigo 180 da Constituição,

DECRETA:

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS


PARTE GERAL

Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal,


sempre que a presente lei não disponha de modo diverso.
Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território
nacional.
Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão volun-
tária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender,
de um ou de outra, qualquer efeito jurídico.
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
Art. 5º As penas principais são:
I – prisão simples.
II – multa.
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenci-
ário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em re-
gime semiaberto ou aberto. (Redação dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)

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§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos con-


denados a pena de reclusão ou de detenção.
§ 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias.
Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contra-
venção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no
Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de
contravenção.
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando
escusaveis, a pena pode deixar de ser aplicada.
Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dis-
põe o Código Penal sobre a conversão de multa em detenção.
Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em
prisão simples se faz entre os limites de quinze dias e três meses.
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum,
ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquen-
ta contos.
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender
por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de
prisão simples, bem como conceder livramento condicional. (Redação dada
pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes
interdições de direitos:
I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício
dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder público;
II – a suspensão dos direitos políticos.
Parágrafo único. Incorrem:
a) na interdição sob n. I, por um mês a dois anos, o condenado por mo-
tivo de contravenção cometida com abuso de profissão ou atividade ou com
infração de dever a ela inerente;

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b) na interdição sob n. II, o condenado a pena privativa de liberdade,


enquanto dure a execução do pena ou a aplicação da medida de segurança
detentiva.
Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os medidas de seguran-
ça estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local.
Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a que se referem
os ns. I e II do art. 78 do Código Penal:
I – o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de
embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos, quando habitual a
embriaguez;
II – o condenado por vadiagem ou mendicância;
Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho,
de reeducação ou de ensino profissional, pelo prazo mínimo de um ano: (Re-
gulamento)
I – o condenado por vadiagem (art. 59);
II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo);
Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judici-
ário ou em casa de custódia e tratamento é de seis meses.
Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a interna-
ção, submeter o indivíduo a liberdade vigiada.
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.

PARTE ESPECIAL

CAPÍTULO I
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA

Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem per-


missão da autoridade, arma ou munição:

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Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco


contos de réis, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitue crime
contra a ordem política ou social.
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem
licença da autoridade:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos
mil réis a três contos de réis, ou ambas cumulativamente.
§ 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi con-
denado, em sentença irrecorrivel, por violência contra pessoa.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa, de duzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou
munição:
a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o
determina;
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no ma-
nejo de arma a tenha consigo;
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facil-
mente alienado, menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar
aborto: (Redação dada pela Lei n. 6.734, de 1979)
Pena – multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. (Redação dada pela
Lei n. 6.734, de 1979)
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil
réis a um conto de réis, se o fato não constitue crime.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a
vítima é maior de 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as
formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.

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§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade


competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de
urgência, sem as formalidades legais.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar
as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiqui-
átrico pessoa nele, internada.
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto
no artigo anterior, sem autorização de quem de direito:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhen-
tos mil réis a cinco contos de réis.

CAPÍLULO II
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO

Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usu-


almente na prática de crime de furto:
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos
mil réis a três contos de réis.
Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, por crime de
furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido
como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos
empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove
destinação legítima:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil
réis a dois contos de réis.
Art. 26. Abrir alguem, no exercício de profissão de serralheiro ou oficio
análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se
tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destina-
do à defesa de lugar nu objeto:

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Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos


mil réis a um conto de réis.

CAPÍTULO III
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA

Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacên-


cias, em via pública ou em direção a ela:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis
a três contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois
meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem
licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou
solta balão aceso.
Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto
ou na execução, dar-lhe causa:
Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitue crime
contra a incolumidade pública.
Art. 30. Omitir alguem a providência reclamada pelo Estado ruinoso de
construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe:
Pena – multa, de um a cinco contos de réis.
Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou
não guardar com a devida cautela animal perigoso:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis
a um conto de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à
pessoa inexperiente;
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.

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Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou em-


barcação a motor em aguas públicas:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públi-
cas, pondo em perigo a segurança alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de trezentos
mil réis a dois contos de réis.
Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a voos baixos,
fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lu-
gares destinados a esse fim:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhen-
tos mil réis a cinco contos de réis.
Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado
em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou
obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes;
b) remove qualquer outro sinal de serviço público.
Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso co-
mum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguem:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cau-
telas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar
de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguem.

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Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que


possa ofender ou molestar alguem:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

CAPÍTULO IV
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA

Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reu-


nam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência,
objetivo, organização ou administração da associação:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis
a três contos de réis.
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o
cede, no todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de ca-
rater secreto.
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a
pena, quando lícito o objeto da associação.
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desres-
peitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo público,
se o fato não constitue infração penal mais grave;
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou
praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as pres-
crições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;

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IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal


de que tem a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.

CAPÍTULO V
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA

Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no


país:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inex-
periente ou rústica possa confundir com moeda:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 45. Fingir-se funcionário público:
Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil
réis a três contos de réis.
Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública
que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação
cujo emprêgo seja regulado por lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei n. 6.916,
de 2.10.1944)
Pena – multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não consti-
tui infração penal mais grave. (Redação dada pelo Decreto-Lei n. 6.916, de
2.10.1944)

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CAPÍTULO VI
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO

Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a


exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu
exercício:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhen-
tos mil réis a cinco contos de réis.
Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de
antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros:
Pena – prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos
de réis.
Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração
de indústria, de comércio, ou de outra atividade:
Pena – multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis.

CAPÍTULO VII
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES

Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessi-


vel ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele: (Vide Decreto-
-Lei n. 4.866, de 23.10.1942) (Vide Decreto-Lei 9.215, de 30.4.1946)
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze
contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis
e objetos de decoração do local.
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou
participa do jogo pessoa menor de dezoito anos.
§ 2º Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$
200.000,00 (duzentos mil reais), quem é encontrado a participar do jogo,

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ainda que pela internet ou por qualquer outro meio de comunicação, como
ponteiro ou apostador. (Redação dada pela Lei n. 13.155, de 2015)
§ 3º Consideram-se, jogos de azar:
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmen-
te da sorte;
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde
sejam autorizadas;
c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.
§ 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessivel ao público:
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles ha-
bitualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se
proporciona jogo de azar;
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza
jogo de azar;
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se
dissimule esse destino.
Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização legal:
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez
contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis
existentes no local.
§ 1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expõe à venda, tem
sob sua guarda para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação
bilhete de loteria não autorizada.
§ 2º Considera-se loteria toda operação que, mediante a distribuição de
bilhete, listas, cupões, vales, sinais, símbolos ou meios análogos, faz depen-
der de sorteio a obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra natureza.
§ 3º Não se compreendem na definição do parágrafo anterior os sorteios
autorizados na legislação especial.

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Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio, bilhete de loteria, rifa


ou tômbola estrangeiras:
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de um a cinco
contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem
sob sua guarda. para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circula-
ção, bilhete de loteria estrangeira.
Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de loteria estadual em
território onde não possa legalmente circular:
Pena – prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de um a três contos
de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda,
tem sob sua guarda, para o fim de venda, introduz ou tonta introduzir na cir-
culação, bilhete de loteria estadual, em território onde não possa legalmente
circular.
Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria estrangeira:
Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de duzentos mil réis
a um conto de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou tem sob sua
guarda lista de sorteio de loteria estadual, em território onde esta não possa
legalmente circular.
Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura de bilhetes, lista
de sorteio, avisos ou cartazes relativos a loteria, em lugar onde ela não possa
legalmente circular:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis
a dois contos de réis.
Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou avisos de
loteria, onde ela não possa legalmente circular:
Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de cem a quinhentos
mil réis.

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Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rádio, cinema,


ou qualquer outra forma, ainda que disfarçadamente, anúncio, aviso ou resul-
tado de extração de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes não seria legal:
Pena – multa, de um a dez contos de réis.
Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou pra-
ticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração:
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte
contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis, aquele que participa da loteria, visando a obtenção de prêmio,
para si ou para terceiro.
Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido
para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsis-
tência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses.
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao
condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena.
Art. 60. Mendigar, por ociosidade ou cupidez: (Revogado pela Lei
n. 11.983, de 2009)
Art. 61. Importunar alguem, em lugar público ou acessivel ao público, de
modo ofensivo ao pudor: (Revogado pela Lei n. 13.718, de 2018)
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo
que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em
casa de custódia e tratamento.
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
I – a menor de dezoito anos; (Revogado pela Lei n. 13.106, de 2015)
II – a quem se acha em estado de embriaguez;

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III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;


IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequen-
tar lugares onde se consome bebida de tal natureza:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos
mil réis a cinco contos de réis.
Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo:
Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhen-
tos mil réis.
§ 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou
científicos, realiza em lugar público ou exposto ao publico, experiência dolo-
rosa ou cruel em animal vivo.
§ 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido
a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo
público.
Art. 65. (Revogado pela Lei nº 14.132, de 2021)

CAPÍTULO VIII
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:


I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de fun-
ção pública, desde que a ação penal não dependa de representação;
II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da me-
dicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa
de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento
criminal:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Art. 67. Inumar ou exumar cadaver, com infração das disposições legais:
Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil
réis a dois contos de réis.

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Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solici-


tados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade,
estado, profissão, domicílio e residência:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue in-
fração penal mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, f’az declarações
inverídicas a respeito de sua identidade pessoal, estado, profissão, domicílio
e residência.
Art. 69. Exercer, no território nacional, atividade remunerada o estran-
geiro que nele se encontre como turista, visitante ou viajante em trânsito:
(Revogado pela Lei n. 6.815, de 19.8.1980)
Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do monopólio postal
da União:
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de três a dez
contos de réis, ou ambas cumulativamente.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, caça e pesca,


revogam-se as disposições em contrário.
Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1941; 120º da Independência e 58º da


República.

GETULIO VARGAS.
Francisco Campos.

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.1941

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LEI N. 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998


Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º (VETADO)

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes

previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua

culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e

de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa

jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a

sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e

penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja

cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu

órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das

pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua

personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à

qualidade do meio ambiente.

Art. 5º (VETADO)

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CAPÍTULO II

DA APLICAÇÃO DA PENA

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente

observará:

I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas

consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;

II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de

interesse ambiental;

III – a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as

privativas de liberdade quando:

I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade

inferior a quatro anos;

II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade

do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem

que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção

do crime.

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo

terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.

Art. 8º As penas restritivas de direito são:

I – prestação de serviços à comunidade;

II – interdição temporária de direitos;

III – suspensão parcial ou total de atividades;

IV – prestação pecuniária;

V – recolhimento domiciliar.

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Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao

condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades

de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada,

na restauração desta, se possível.

Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de

o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais

ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo

prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de

crimes culposos.

Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não

estiverem obedecendo às prescrições legais.

Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à

vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância,

fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos

e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de

eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso

de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,

frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido

nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a

sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I – baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

II – arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação

do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;

III – comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação

ambiental;

1124
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IV – colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle

ambiental.

Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem

ou qualificam o crime:

I – reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II – ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o

meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato

do Poder Público, a regime especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização

ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por

verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das

autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

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Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena

pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não

superior a três anos.

Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do

Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as

condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção

ao meio ambiente.

Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se

revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada

até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.

Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,

fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e

cálculo de multa.

Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível

poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.

Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o

valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando

os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução

poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do  caput, sem prejuízo da

liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.

Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às

pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:

I – multa;

II – restritivas de direitos;

III – prestação de serviços à comunidade.

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Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:

I – suspensão parcial ou total de atividades;

II – interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;

III – proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter

subsídios, subvenções ou doações.

§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem

obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do

meio ambiente.

§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou

atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo

com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.

§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios,

subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.

Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica

consistirá em:

I – custeio de programas e de projetos ambientais;

II – execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

III – manutenção de espaços públicos;

IV – contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente,

com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta

Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado

instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário

Nacional.

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CAPÍTULO III

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO


ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e

instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

§ 1º Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo

tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues

a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e

cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. (Redação dada pela

Lei n. 13.052, de 2014)

§ 2º Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no

§ 1º deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em

condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu

bem-estar físico. (Redação dada pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados

e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins

beneficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 4º Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos

ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. (Renumerando

do §3º para §4º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,

garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem. (Renumerando do

§4º para §5º pela Lei n. 13.052, de 2014)

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CAPÍTULO IV

DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública

incondicionada.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de

aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76

da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada

desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata

o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de

1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei,

com as seguintes modificações:

I – a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5º do

artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação

do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1º

do mesmo artigo;

II – na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa

a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período

máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com

suspensão do prazo da prescrição;

III – no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos

II, III e IV do § 1º do artigo mencionado no caput;

IV – findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo

de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu

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resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo

previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;

V – esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de

punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado

tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.

CAPÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE


Seção I
Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna

silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou

autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I – quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em

desacordo com a obtida;

II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em

cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da

fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos

dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida

permissão, licença ou autorização da autoridade competente.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada

ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de

aplicar a pena.

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§ 3º São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às

espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que

tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do

território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:

I – contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que

somente no local da infração;

II – em período proibido à caça;

III – durante a noite;

IV – com abuso de licença;

V – em unidade de conservação;

VI  – com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar

destruição em massa.

§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de

caça profissional.

§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em

bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial

favorável e licença expedida por autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais

silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

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§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou

cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando

existirem recursos alternativos.

§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas

no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e

proibição da guarda. (Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020)

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do

animal.

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais,

o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos,

açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:

Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

I – quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aquicultura

de domínio público;

II – quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas,

sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente;

III – quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza

sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta

náutica.

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares

interditados por órgão competente:

Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas


cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I – pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos

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inferiores aos permitidos;


II – pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização
de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
III  – transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes
provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I – explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam
efeito semelhante;
II – substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena – reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos
dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção,
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I – em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua
família;
II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente;
III – (VETADO)
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão
competente.

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Seção II

Dos Crimes contra a Flora

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação

permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das

normas de proteção:

Pena  – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em

estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou

utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei n.

11.428, de 2006).

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente. (Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

(Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação

permanente, sem permissão da autoridade competente:

Pena  – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às

áreas de que trata o art. 27 do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990,

independentemente de sua localização:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as

Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os

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Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei

n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei n.

9.985, de 2000)

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as

Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico,

as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna,

as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do

Patrimônio Natural. (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei n. 9.985,

de 2000)

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela

Lei n. 9.985, de 2000)

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:

Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses

a um ano, e multa.

Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar

incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou

qualquer tipo de assentamento humano:

Pena  – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas

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cumulativamente.

Art. 43. (VETADO)

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de

preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou

qualquer espécie de minerais:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim

classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou

para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as

determinações legais:

Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa.

Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira,

lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de

licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se

da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,

tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros

produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem

ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

Art. 47. (VETADO)

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais

formas de vegetação:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou

meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade

privada alheia:

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Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação

fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta,

plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização

do órgão competente: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei

n. 11.284, de 2006)

§ 1º  Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência

imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena

será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais

formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias

ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou

subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um

sexto a um terço se:

I – do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a

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modificação do regime climático;

II – o crime é cometido:

a) no período de queda das sementes;

b) no período de formação de vegetações;

c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça

ocorra somente no local da infração;

d) em época de seca ou inundação;

e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Seção III

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que

resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem

a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o crime:

I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II  – causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que

momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos

à saúde da população;

III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do

abastecimento público de água de uma comunidade;

IV – dificultar ou impedir o uso público das praias;

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V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou

detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências

estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem

deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de

precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a

competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo

com a obtida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a

área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença,

concessão ou determinação do órgão competente.

Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar,

fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto

ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio

ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus

regulamentos:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 12.305,

de 2010)

I – abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza

em desacordo com as normas ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei

n. 12.305, de 2010)

II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla

ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida

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em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei n. 12.305, de 2010)

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é

aumentada de um sexto a um terço.

§ 3º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 57. (VETADO)

Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão

aumentadas:

I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio

ambiente em geral;

II – de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave

em outrem;

III – até o dobro, se resultar a morte de outrem.

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão

aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.

Art. 59. (VETADO)

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em

qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços

potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais

competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar

dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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Seção IV

Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

I – bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão

judicial;

II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica

ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente

protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu

valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,

arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade

competente ou em desacordo com a concedida:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu

entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico,

artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou

monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo

com a concedida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento

urbano: (Redação dada pela Lei n. 12.408, de 2011)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação dada

pela Lei n. 12.408, de 2011)

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§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude

do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses

a 1 (um) ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela Lei

n. 12.408, de 2011)

§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de

valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde

que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário

do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão

competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas

pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do

patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei n. 12.408, de 2011)

Seção V

Dos Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a

verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos

de autorização ou de licenciamento ambiental:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão

em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou

serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de

cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:

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Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano,

sem prejuízo da multa.

Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato

de questões ambientais:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão

florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou

relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por

omissão: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

§ 1º Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano

significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa,

incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

CAPÍTULO VI

DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou

omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e

recuperação do meio ambiente.

§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental

e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais

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integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados

para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos

Portos, do Ministério da Marinha.

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir

representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito

do exercício do seu poder de polícia.

§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental

é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo

administrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade.

§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo

próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas

as disposições desta Lei.

Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental

deve observar os seguintes prazos máximos:

I – vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto

de infração, contados da data da ciência da autuação;

II – trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração,

contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;

III – vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância

superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de

Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;

IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento

da notificação.

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes

sanções, observado o disposto no art. 6º:

I – advertência;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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II – multa simples;

III – multa diária;

IV  – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,

instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza

utilizados na infração;

V – destruição ou inutilização do produto;

VI – suspensão de venda e fabricação do produto;

VII – embargo de obra ou atividade;

VIII – demolição de obra;

IX – suspensão parcial ou total de atividades;

X – (VETADO)

XI – restritiva de direitos.

§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-

lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta

Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo

das demais sanções previstas neste artigo.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência

ou dolo:

I – advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de

saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela

Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;

II – opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania

dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 4º A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação,

melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração

se prolongar no tempo.

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão

ao disposto no art. 25 desta Lei.

§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas

quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem

obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.

§ 8º As sanções restritivas de direito são:

I – suspensão de registro, licença ou autorização;

II – cancelamento de registro, licença ou autorização;

III – perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;

IV – perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em

estabelecimentos oficiais de crédito;

V – proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de

até três anos.

Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração

ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado

pela Lei n. 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto

n. 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio

ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma

ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.

Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no

regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices

estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinquenta

reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).

Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios,

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Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de

incidência.

CAPÍTULO VII

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons

costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a

necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para:

I – produção de prova;

II – exame de objetos e lugares;

III – informações sobre pessoas e coisas;

IV – presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham

relevância para a decisão de uma causa;

V – outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou

pelos tratados de que o Brasil seja parte.

§ 1º A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da

Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente

para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la.

§ 2º A solicitação deverá conter:

I – o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

II – o objeto e o motivo de sua formulação;

III – a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;

IV – a especificação da assistência solicitada;

V – a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o

caso.

Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente

para a reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema

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de comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações

com órgãos de outros países.

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código

Penal e do Código de Processo Penal.

Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais

integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e projetos

e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis

de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com

força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas

físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e

funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos

ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores. (Redação

dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 1º O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á,

exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas

no  caput possam promover as necessárias correções de suas atividades,

para o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais

competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha sobre:

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

I – o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos

respectivos representantes legais; (Redação dada pela Medida Provisória n.

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2.163-41, de 2001)

II – o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade

das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e

o máximo de três anos, com possibilidade de prorrogação por igual período;

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto

e o cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços

exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas; (Redação dada pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

IV – as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica

compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento

das obrigações nele pactuadas; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

V – o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior

ao valor do investimento previsto; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

VI – o foro competente para dirimir litígios entre as partes. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de março

de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e funcionamento

de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais,

considerados efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo

de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas

interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento

escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo

ser firmado pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada pela

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Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 3º Da data da protocolização do requerimento previsto no § 2º e

enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de compromisso,

ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram causa à celebração do

instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra a pessoa física

ou jurídica que o houver firmado. (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

§ 4º A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não

impede a execução de eventuais multas aplicadas antes da protocolização do

requerimento. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso,

quando descumprida qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito

ou de força maior. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 6º O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias,

contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 7º O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá

conter as informações necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e

jurídica, sob pena de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 8º Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser

publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa

dias a contar de sua publicação.


Art. 81. (VETADO)
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI N. 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998


Vide Decreto n. 2.799, de 1998
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores;
a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta
Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS
E VALORES

Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, mo-


vimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VII – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VIII – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização
de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – os converte em ativos lícitos;

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II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda,


tem em depósito, movimenta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos ver-
dadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de
que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes pre-
vistos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do  art. 14 do
Código Penal.
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos
nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organiza-
ção criminosa. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em
regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, co-
autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identifica-
ção dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou
valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a uti-
lização da ação controlada e da infiltração de agentes. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes
punidos com reclusão, da competência do juiz singular;

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II – independem do processo e julgamento das infrações penais antece-


dentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para
os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julga-
mento; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-fi-
nanceira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Fe-
deral. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ain-
da que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da
infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto
no  art. 366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir ad-
vogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 3º (Revogado pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou median-
te representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24
(vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal, poderá
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam ins-
trumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos
bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou de-
preciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e va-


lores quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição
dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos
e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento
pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se refere o caput deste
artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação
de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1º. (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos
ou valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente
ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa e
custas. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob
constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma,
que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado
em relação ao processo principal. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os
demais bens, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informa-
ções sobre quem os detém e local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e inti-
mará o Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respec-
tivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e de-
terminará sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico,
por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 4º Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta ju-


dicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina: (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Dis-
trito Federal: (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em insti-
tuição financeira pública, mediante documento adequado para essa finalida-
de; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por
outra instituição financeira pública para a Conta Única do Tesouro Nacional,
independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas; e (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição
financeira pública serão debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em
subconta de restituição; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – nos processos de competência da Justiça dos Estados: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em
lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na sua ausência, em insti-
tuição financeira pública da União; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na
forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5º Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o
trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal, será: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Jus-
tiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patri-
mônio da União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual, incorporado
ao patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado
à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido da remuneração da
conta judicial. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 6º A instituição financeira depositária manterá controle dos valores de-


positados ou devolvidos. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 7º Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos e
multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no
âmbito da competência de cada ente da Federação, venham a desonerar bens
sob constrição judicial daqueles ônus. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 8º Feito o depósito a que se refere o § 4º deste artigo, os autos da
alienação serão apensados aos do processo principal. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 9º Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as de-
cisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o
juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou do Estado: (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I  – a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos
quais não foi dada destinação prévia; e (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após
o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvado o direito de lesa-
do ou terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo
serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o saldo na conta única
do respectivo ente. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita docu-
mento de habilitação à circulação e utilização dos bens colocados sob o uso
e custódia das entidades a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e
valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto

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de dissimulação e ocultação nos termos desta Lei permanecem submetidos


à disciplina definida em lei específica. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de
bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investiga-
ções. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 5º Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Minis-
tério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para a administra-
ção dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante
termo de compromisso. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 6º A pessoa responsável pela administração dos bens: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com
o produto dos bens objeto da administração;
II – prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situa-
ção dos bens sob sua administração, bem como explicações e detalhamentos
sobre investimentos e reinvestimentos realizados.
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a me-
didas assecuratórias serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que
requererá o que entender cabível. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO III
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:


I – a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência
da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta
ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles
utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer na-
tureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência

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das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena pri-
vativa de liberdade aplicada.
§ 1º A União e os Estados, no âmbito de suas competências, regulamen-
tarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver
sido declarada, assegurada, quanto aos processos de competência da Justiça
Federal, a sua utilização pelos órgãos federais encarregados da prevenção,
do combate, da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei,
e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a preferência
dos órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor
da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou doados a museu
criminal ou a entidade pública, se houver interesse na sua conservação. (In-
cluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO IV
DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES PRATI-
CADOS NO ESTRANGEIRO

Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou con-


venção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente,
medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes
descritos no art. 1º praticados no estrangeiro. (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou
convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante
prometer reciprocidade ao Brasil.
§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores priva-
dos sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira
competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão repartidos en-
tre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito
do lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

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CAPÍTULO V
(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE


(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas


físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como ati-
vidade principal ou acessória, cumulativamente ou não: (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de ter-
ceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro
ou instrumento cambial;
III – a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermedia-
ção ou administração de títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas
de negociação do mercado de balcão organizado; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
II – as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdên-
cia complementar ou de capitalização;
III – as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito,
bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;
IV – as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qual-
quer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a trans-
ferência de fundos;
V – as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as empresas de
fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de Crédito (ESC); (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 167, de 2019)

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VI – as sociedades que, mediante sorteio, método assemelhado, explora-


ção de loterias, inclusive de apostas de quota fixa, ou outras sistemáticas de
captação de apostas com pagamento de prêmios, realizem distribuição de di-
nheiro, de bens móveis, de bens imóveis e de outras mercadorias ou serviços,
bem como concedam descontos na sua aquisição ou contratação; (Redação
dada pela Lei nº 14.183, de 2021)
VII – as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Bra-
sil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
VIII – as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de
órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
IX – as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem
no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qual-
quer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer
das atividades referidas neste artigo;
X – as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobi-
liária ou compra e venda de imóveis; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
XI – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e me-
tais preciosos, objetos de arte e antiguidades.
XII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou
de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que
envolvam grande volume de recursos em espécie; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIII – as juntas comerciais e os registros públicos; (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIV – as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventual-
mente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselha-
mento ou assistência, de qualquer natureza, em operações: (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)

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a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou indus-


triais ou participações societárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; (Incluída
pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento
ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza,
fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a ati-
vidades desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
XV – pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação,
comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de
atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVI – as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor
de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
XVIII  – as dependências no exterior das entidades mencionadas neste
artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

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CAPÍTULO VI
DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES E MANUTENÇÃO DE REGISTROS

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:


I – identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos
de instruções emanadas das autoridades competentes;
II – manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangei-
ra, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo
passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela au-
toridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas;
III – deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compa-
tíveis com seu porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao
disposto neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos compe-
tentes; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão re-
gulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de Controle de Ativida-
des Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles estabelecidas; (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade,
forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da
lei, o sigilo das informações prestadas. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identi-
ficação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as pessoas físicas
autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo de-
verão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do
encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também
quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em
um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa, conglome-

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rado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autori-
dade competente.
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o ca-
dastro geral de correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como
de seus procuradores. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)

CAPÍTULO VII
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:


I – dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instru-
ções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios
indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
II – deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a
qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização: (Redação dada pela Lei
n. 12.683, de 2012)
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acompanhadas
da identificação de que trata o inciso I do mencionado artigo; e (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) das operações referidas no inciso I; (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
III – deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua ativi-
dade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles
estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações ou operações pas-
síveis de serem comunicadas nos termos do inciso II. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I
deste artigo, elaborarão relação de operações que, por suas características,
no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de realização, instru-

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mentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam


configurar a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não
acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3º O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso
II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fiscaliza-
ção das pessoas a que se refere o art. 9º. (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em espécie deve-
rão ser previamente comunicados à instituição financeira, nos termos, limi-
tes, prazos e condições fixados pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO VIII
DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores


das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos
arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades
competentes, as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela
realização da operação; ou (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Incluída pela
Lei n. 12.683, de 2012)
III – inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício
do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;

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IV – cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade,


operação ou funcionamento. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumpri-
mento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10.
§ 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9º, por
culpa ou dolo: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo
assinalado pela autoridade competente;
II – não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada
nos termos do inciso V do art. 10; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que
se refere o art. 11.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas in-
frações graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei
ou quando ocorrer reincidência específica, devidamente caracterizada em
transgressões anteriormente punidas com multa.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência
específica de infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso
III do caput deste artigo.
Art. 13. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)

CAPÍTULO IX
DO CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS

Art. 14. Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia, o Conselho


de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a finalidade de disciplinar,
aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências
suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo das compe-

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tências de outros órgãos e entidades. (Redação dada pela Medida Provisória


n. 886, de 2019)
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas
no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador,
serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição
das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de coopera-
ção e de troca de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no
combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
§ 3º O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as in-
formações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em ativi-
dades suspeitas. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração
dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos
nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
Art. 16. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)
Art. 17. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)

CAPÍTULO X
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do Decreto-Lei


n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), no que não
forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, ex-
clusivamente, aos dados cadastrais do investigado que informam qualifica-
ção pessoal, filiação e endereço, independentemente de autorização judicial,
mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições

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financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão


de crédito. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias
em resposta às ordens judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão
ser, sempre que determinado, em meio informático, e apresentados em ar-
quivos que possibilitem a migração de informações para os autos do processo
sem redigitação. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afasta-
do, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que
o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará os dados
fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir
do início do exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou ao do
pagamento do tributo. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e 110º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Iris Rezende
Luiz Felipe Lampreia
Pedro Malan
Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.3.1998

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LEI N. 13.146 DE 6 DE JULHO DE 2015

Mensagem de veto Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com


Vigência Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LIVRO I
PARTE GERAL

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência


(Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover,
em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades funda-
mentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso
Nacional por meio do Decreto Legislativo n. 186, de 9 de julho de 2008, em
conformidade com o procedimento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição
da República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico ex-
terno, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto n. 6.949, de
25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno.
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

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§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, re-


alizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: (Vigência)
I – os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III – a limitação no desempenho de atividades; e
IV – a restrição de participação.
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.
(Vide Lei n. 13.846, de 2019) (Vide Lei nº 14.126, de 2021)
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edi-
ficações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural,
por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
II – desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e
serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-
ção ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;
III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dis-
positivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que obje-
tivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autono-
mia, independência, qualidade de vida e inclusão social;
IV – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento
que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a
fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movi-
mento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreen-
são, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e
privados abertos ao público ou de uso coletivo;

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b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;


c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstá-
culo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de
comunicação e de tecnologia da informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou
prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de
condições e oportunidades com as demais pessoas;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pes-
soa com deficiência às tecnologias;
V – comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre ou-
tras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visu-
alização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil,
os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem
simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados
e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação,
incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
VI – adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessá-
rios e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando
requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência
possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as
demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais;
VII – elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urba-
nização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública,
serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo
e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico;
VIII – mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos
espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização
ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provo-

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que alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes


de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às teleco-
municações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e
quaisquer outros de natureza análoga;
IX – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer moti-
vo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução
efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percep-
ção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
X – residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento
do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas em áreas residen-
ciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com
apoio psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida,
destinadas a jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência,
que não dispõem de condições de autossustentabilidade e com vínculos fami-
liares fragilizados ou rompidos;
XI – moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: mo-
radia com estruturas adequadas capazes de proporcionar serviços de apoio
coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de
jovens e adultos com deficiência;
XII – atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou
sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa
com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas
ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIII – profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimen-
tação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as
atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e moda-
lidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou
os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIV – acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência,
podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal.

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CAPÍTULO II
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO

Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunida-


des com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
§ 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de dis-
tinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou
o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a
recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios
decorrentes de ação afirmativa.
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negli-
gência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e
tratamento desumano ou degradante.
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput deste
artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente,
a mulher e o idoso, com deficiência.
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa,
inclusive para:
I – casar-se e constituir união estável;
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso
a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V – exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como ado-
tante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer
forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com deficiência.

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Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais


tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as violações previstas nesta
Lei, devem remeter peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa
com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida,
à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à ha-
bitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social,
à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao
desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços
científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência
familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Fa-
cultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal,
social e econômico.

SEÇÃO ÚNICA
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prio-


ritário, sobretudo com a finalidade de:
I – proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II – atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
III – disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que
garantam atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas;
IV – disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis
de transporte coletivo de passageiros e garantia de segurança no embarque
e no desembarque;
V – acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação
acessíveis;
VI – recebimento de restituição de imposto de renda;
VII – tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos
em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências.

1173
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§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante


da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao
disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferi-
da por esta Lei é condicionada aos protocolos de atendimento médico.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA

Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pessoa com


deficiência ao longo de toda a vida.
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado de calami-
dade pública, a pessoa com deficiência será considerada vulnerável, devendo
o poder público adotar medidas para sua proteção e segurança.
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a
intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada.
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência em situação
de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com defi-
ciência é indispensável para a realização de tratamento, procedimento, hos-
pitalização e pesquisa científica.
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve
ser assegurada sua participação, no maior grau possível, para a obtenção de
consentimento.
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência em situação
de tutela ou de curatela deve ser realizada, em caráter excepcional, apenas
quando houver indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de
outras pessoas com deficiência e desde que não haja outra opção de pesquisa
de eficácia comparável com participantes não tutelados ou curatelados.

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Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem seu con-
sentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de morte e de emer-
gência em saúde, resguardado seu superior interesse e adotadas as salva-
guardas legais cabíveis.

CAPÍTULO II
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO

Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da pessoa


com deficiência.
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por ob-
jetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísti-
cas que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com deficiência
e de sua participação social em igualdade de condições e oportunidades com
as demais pessoas.
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se em avalia-
ção multidisciplinar das necessidades, habilidades e potencialidades de cada
pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
I – diagnóstico e intervenção precoces;
II – adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional, bus-
cando o desenvolvimento de aptidões;
III – atuação permanente, integrada e articulada de políticas públicas que
possibilitem a plena participação social da pessoa com deficiência;
IV – oferta de rede de serviços articulados, com atuação intersetorial, nos
diferentes níveis de complexidade, para atender às necessidades específicas
da pessoa com deficiência;
V – prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com deficiência,
inclusive na zona rural, respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saú-
de (RAS) nos territórios locais e as normas do Sistema Único de Saúde (SUS).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilitação para a


pessoa com deficiência, são garantidos:
I – organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para atender às
características de cada pessoa com deficiência;
II – acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
III – tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e equipa-
mentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo com as especifici-
dades de cada pessoa com deficiência;
IV – capacitação continuada de todos os profissionais que participem dos
programas e serviços.
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações articula-
das para garantir à pessoa com deficiência e sua família a aquisição de infor-
mações, orientações e formas de acesso às políticas públicas disponíveis, com
a finalidade de propiciar sua plena participação social.
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo podem for-
necer informações e orientações nas áreas de saúde, de educação, de cultura,
de esporte, de lazer, de transporte, de previdência social, de assistência so-
cial, de habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito,
de promoção, proteção e defesa de direitos e nas demais áreas que possibili-
tem à pessoa com deficiência exercer sua cidadania.

CAPÍTULO III
DO DIREITO À SAÚDE

Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência


em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido aces-
so universal e igualitário.
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na elaboração
das políticas de saúde a ela destinadas.

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§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e técnicas, que


regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e contemplarão aspec-
tos relacionados aos direitos e às especificidades da pessoa com deficiência,
incluindo temas como sua dignidade e autonomia.
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com deficiência,
especialmente em serviços de habilitação e de reabilitação, deve ser garanti-
da capacitação inicial e continuada.
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa com
deficiência devem assegurar:
I – diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe multidisciplinar;
II – serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para
qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manutenção da melhor condição
de saúde e qualidade de vida;
III – atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial
e internação;
IV – campanhas de vacinação;
V – atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e atenden-
tes pessoais;
VI – respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação se-
xual da pessoa com deficiência;
VII – atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida;
VIII – informação adequada e acessível à pessoa com deficiência e a seus
familiares sobre sua condição de saúde;
IX – serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desenvolvimento
de deficiências e agravos adicionais;
X – promoção de estratégias de capacitação permanente das equipes que
atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no atendimento à pessoa com
deficiência, bem como orientação a seus atendentes pessoais;
XI – oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, medica-
mentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as normas vigentes do
Ministério da Saúde.

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§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às instituições privadas


que participem de forma complementar do SUS ou que recebam recursos pú-
blicos para sua manutenção.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à prevenção de
deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de:
I – acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com garantia
de parto humanizado e seguro;
II – promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, vigilância
alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral dos agravos relaciona-
dos à alimentação e nutrição da mulher e da criança;
III – aprimoramento e expansão dos programas de imunização e de tria-
gem neonatal;
IV – identificação e controle da gestante de alto risco.
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde são obri-
gadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos os serviços e
produtos ofertados aos demais clientes.
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da pessoa com
deficiência no local de residência, será prestado atendimento fora de domi-
cílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, garantidos o transporte e a
acomodação da pessoa com deficiência e de seu acompanhante.
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação é assegu-
rado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a
instituição de saúde proporcionar condições adequadas para sua permanência
em tempo integral.
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante ou do aten-
dente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao profissional de saúde
responsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste artigo, o ór-
gão ou a instituição de saúde deve adotar as providências cabíveis para suprir
a ausência do acompanhante ou do atendente pessoal.

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Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a pessoa


com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores diferenciados por
planos e seguros privados de saúde, em razão de sua condição.
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos serviços de
saúde, tanto públicos como privados, e às informações prestadas e recebidas,
por meio de recursos de tecnologia assistiva e de todas as formas de comu-
nicação previstas no inciso V do art. 3º desta Lei.
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quanto priva-
dos, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência, em conformidade
com a legislação em vigor, mediante a remoção de barreiras, por meio de
projetos arquitetônico, de ambientação de interior e de comunicação que
atendam às especificidades das pessoas com deficiência física, sensorial,
intelectual e mental.
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada
contra a pessoa com deficiência serão objeto de notificação compulsória pe-
los serviços de saúde públicos e privados à autoridade policial e ao Ministério
Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a
pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, praticada em local público
ou privado, que lhe cause morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO

Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegura-


dos sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo
de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de
seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo
suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.

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Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar


e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência,
colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, imple-
mentar, incentivar, acompanhar e avaliar:
I – sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem
como o aprendizado ao longo de toda a vida;
II – aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir con-
dições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da
oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras
e promovam a inclusão plena;
III – projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional
especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para
atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu
pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquis-
ta e o exercício de sua autonomia;
IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na
modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e
classes bilíngues e em escolas inclusivas;
V – adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com defici-
ência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem
em instituições de ensino;
VI – pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e téc-
nicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de
tecnologia assistiva;
VII – planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de aten-
dimento educacional especializado, de organização de recursos e serviços de
acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de
tecnologia assistiva;

1180
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VIII – participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas


diversas instâncias de atuação da comunidade escolar;
IX – adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos
aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em
conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante
com deficiência;
X – adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de forma-
ção inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para
o atendimento educacional especializado;
XI – formação e disponibilização de professores para o atendimento edu-
cacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér-
pretes e de profissionais de apoio;
XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos
de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estu-
dantes, promovendo sua autonomia e participação;
XIII – acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica
em igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas;
XIV – inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de
educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa
com deficiência nos respectivos campos de conhecimento;
XV – acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jo-
gos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;
XVI – acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação
e demais integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e
às atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino;
XVII – oferta de profissionais de apoio escolar;
XVIII – articulação intersetorial na implementação de políticas públicas.
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino,
aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X,
XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a
cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades,
anuidades e matrículas no cumprimento dessas determinações.

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§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se re-


fere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:
I – os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica de-
vem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certificado de proficiência
na Libras; (Vigência)
II – os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa
de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação,
devem possuir nível superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução
e Interpretação em Libras. (Vigência)
Art. 29. (VETADO).
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos
oferecidos pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e
tecnológica, públicas e privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas:
I – atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependências
das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
II – disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos
específicos para que o candidato com deficiência informe os recursos de aces-
sibilidade e de tecnologia assistiva necessários para sua participação;
III – disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento
às necessidades específicas do candidato com deficiência;
IV – disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia as-
sistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo candidato
com deficiência;
V – dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com
deficiência, tanto na realização de exame para seleção quanto nas atividades
acadêmicas, mediante prévia solicitação e comprovação da necessidade;
VI – adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivas ou
de redação que considerem a singularidade linguística da pessoa com defici-
ência, no domínio da modalidade escrita da língua portuguesa;
VII – tradução completa do edital e de suas retificações em Libras.

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CAPÍTULO V
DO DIREITO À MORADIA

Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio da
família natural ou substituta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacom-
panhada, ou em moradia para a vida independente da pessoa com deficiên-
cia, ou, ainda, em residência inclusiva.
§ 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas para apoiar
a criação e a manutenção de moradia para a vida independente da pessoa
com deficiência.
§ 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusiva será pres-
tada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em situação de dependência
que não disponha de condições de autossustentabilidade, com vínculos fami-
liares fragilizados ou rompidos.
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recur-
sos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsável goza de priorida-
de na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:
I – reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habitacionais
para pessoa com deficiência;
II – (VETADO);
III – em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibilidade nas
áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso térreo e de acessi-
bilidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;
IV – disponibilização de equipamentos urbanos comunitários acessíveis;
V – elaboração de especificações técnicas no projeto que permitam a ins-
talação de elevadores.
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será reconhe-
cido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de financiamen-
to devem ser compatíveis com os rendimentos da pessoa com deficiência
ou de sua família.

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§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas unidades ha-
bitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do caput deste artigo,
as unidades não utilizadas serão disponibilizadas às demais pessoas.
Art. 33. Ao poder público compete:
I – adotar as providências necessárias para o cumprimento do disposto
nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
II – divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a política habi-
tacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital e municipais, com
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade.

CAPÍTULO VI
DO DIREITO AO TRABALHO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre es-
colha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de opor-
tunidades com as demais pessoas.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natu-
reza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo
igual remuneração por trabalho de igual valor.
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer
discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamen-
to, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, perma-
nência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem
como exigência de aptidão plena.

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§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a


cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções,
bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igual-
dade de oportunidades com os demais empregados.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cur-
sos de formação e de capacitação.
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e em-
prego promover e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa
com deficiência no campo de trabalho.
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedorismo e ao
trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o associativismo, devem
prever a participação da pessoa com deficiência e a disponibilização de linhas
de crédito, quando necessárias.

Seção II
Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional

Art. 36. O poder público deve implementar serviços e programas comple-


tos de habilitação profissional e de reabilitação profissional para que a pessoa
com deficiência possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do trabalho,
respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu interesse.
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios previstos no §
1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de reabilitação que possi-
bilite à pessoa com deficiência restaurar sua capacidade e habilidade profis-
sional ou adquirir novas capacidades e habilidades de trabalho.
§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo destinado a propi-
ciar à pessoa com deficiência aquisição de conhecimentos, habilidades e ap-
tidões para exercício de profissão ou de ocupação, permitindo nível suficiente
de desenvolvimento profissional para ingresso no campo de trabalho.

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§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional e de


educação profissional devem ser dotados de recursos necessários para atender
a toda pessoa com deficiência, independentemente de sua característica espe-
cífica, a fim de que ela possa ser capacitada para trabalho que lhe seja adequa-
do e ter perspectivas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional
e de educação profissional deverão ser oferecidos em ambientes acessíveis
e inclusivos.
§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional devem ocorrer
articuladas com as redes públicas e privadas, especialmente de saúde, de en-
sino e de assistência social, em todos os níveis e modalidades, em entidades
de formação profissional ou diretamente com o empregador.
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por meio de pré-
via formalização do contrato de emprego da pessoa com deficiência, que será
considerada para o cumprimento da reserva de vagas prevista em lei, desde
que por tempo determinado e concomitante com a inclusão profissional na
empresa, observado o disposto em regulamento.
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional atenderão à
pessoa com deficiência.

Seção III
Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho

Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no traba-


lho a colocação competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem
ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tec-
nologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode
ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes:
I – prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificul-
dade de inserção no campo de trabalho;

1186
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II – provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades es-


pecíficas da pessoa com deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de
tecnologia assistiva, de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho;
III – respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com defici-
ência apoiada;
IV – oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com
vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de barreiras,
inclusive atitudinais;
V – realização de avaliações periódicas;
VI – articulação intersetorial das políticas públicas;
VII – possibilidade de participação de organizações da sociedade civil.
Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo seletivo pú-
blico ou privado para cargo, função ou emprego está obrigada à observância
do disposto nesta Lei e em outras normas de acessibilidade vigentes.

CAPÍTULO VII
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios no âm-


bito da política pública de assistência social à pessoa com deficiência e sua
família têm como objetivo a garantia da segurança de renda, da acolhida,
da habilitação e da reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da con-
vivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso a direitos e da
plena participação social.
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos do caput
deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços do âmbito da
Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, ofertados pelo Suas,
para a garantia de seguranças fundamentais no enfrentamento de situações
de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vínculos e ameaça ou vio-
lação de direitos.

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§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com deficiência em


situação de dependência deverão contar com cuidadores sociais para prestar-lhe
cuidados básicos e instrumentais.
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua meios
para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua família o benefício
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei n. 8.742, de 7 de de-
zembro de 1993 .

CAPÍTULO VIII
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de Previdên-


cia Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos da Lei Complemen-
tar n. 142, de 8 de maio de 2013 .

CAPÍTULO IX
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO LAZER

Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao


turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas,
sendo-lhe garantido o acesso:
I – a bens culturais em formato acessível;
II – a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais
e desportivas em formato acessível; e
III – a monumentos e locais de importância cultural e a espaços que ofe-
reçam serviços ou eventos culturais e esportivos.
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível
à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação
de proteção dos direitos de propriedade intelectual.

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§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à eliminação, à


redução ou à superação de barreiras para a promoção do acesso a todo pa-
trimônio cultural, observadas as normas de acessibilidade, ambientais e de
proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.
Art. 43. O poder público deve promover a participação da pessoa com
deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recre-
ativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
I – incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de recursos ade-
quados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas;
II – assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços presta-
dos por pessoa ou entidade envolvida na organização das atividades de que
trata este artigo; e
III – assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e ati-
vidades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no
sistema escolar, em igualdade de condições com as demais pessoas.
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte,
locais de espetáculos e de conferências e similares, serão reservados espaços
livres e assentos para a pessoa com deficiência, de acordo com a capacidade
de lotação da edificação, observado o disposto em regulamento.
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem ser distri-
buídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, em todos os se-
tores, próximos aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas
segregadas de público e obstrução das saídas, em conformidade com as
normas de acessibilidade.
§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assentos reser-
vados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por pessoas sem
deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida, observado o disposto
em regulamento.

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§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem situar-se em


locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, resguardado o direito de
se acomodar proximamente a grupo familiar e comunitário.
§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver, obrigatoria-
mente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões
das normas de acessibilidade, a fim de permitir a saída segura da pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida, em caso de emergência.
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste artigo de-
vem atender às normas de acessibilidade em vigor.
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, recursos de
acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vigência)
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá ser supe-
rior ao valor cobrado das demais pessoas.
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos observan-
do-se os princípios do desenho universal, além de adotar todos os meios de
acessibilidade, conforme legislação em vigor. (Vigência) (Reglamento)
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, pelo menos,
10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1
(uma) unidade acessível.
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão ser locali-
zados em rotas acessíveis.

CAPÍTULO X
DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE

Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência


ou com mobilidade reduzida será assegurado em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas, por meio de identificação e de eliminação de todos
os obstáculos e barreiras ao seu acesso.

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§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte coletivo terres-


tre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, consideram-se como inte-
grantes desses serviços os veículos, os terminais, as estações, os pontos de
parada, o sistema viário e a prestação do serviço.
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei, sempre que
houver interação com a matéria nela regulada, a outorga, a concessão, a per-
missão, a autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e de serviços de
transporte coletivo.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos veículos, as em-
presas de transporte coletivo de passageiros dependem da certificação de aces-
sibilidade emitida pelo gestor público responsável pela prestação do serviço.
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso
público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas
vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres, devidamente sina-
lizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com compro-
metimento de mobilidade, desde que devidamente identificados.
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a 2%
(dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente
sinalizada e com as especificações de desenho e traçado de acordo com as
normas técnicas vigentes de acessibilidade.
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exibir, em
local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a ser confeccionada
e fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão suas características e
condições de uso.
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os
infratores às sanções previstas no inciso XVII do art. 181 da Lei n. 9.503, de
23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) .
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os in-
fratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da Lei n. 9.503, de 23
de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) . (Redação dada pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)

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§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada à pessoa


com deficiência que possui comprometimento de mobilidade e é válida em
todo o território nacional.
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
as instalações, as estações, os portos e os terminais em operação no País de-
vem ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste artigo devem
dispor de sistema de comunicação acessível que disponibilize informações
sobre todos os pontos do itinerário.
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e segurança nos
procedimentos de embarque e de desembarque nos veículos de transporte
coletivo, de acordo com as normas técnicas.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos veículos, as em-
presas de transporte coletivo de passageiros dependem da certificação de aces-
sibilidade emitida pelo gestor público responsável pela prestação do serviço.
Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo, na reno-
vação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46
e 48 desta Lei. (Vigência)
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos acessíveis e
a sua utilização como táxis e vans, de forma a garantir o seu uso por todas
as pessoas.
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez por
cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência. (Vide Decreto n.
9.762, de 2019) (Vigência)
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adicionais
pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais com vistas a
possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere o caput deste artigo.

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Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 (um) veículo


adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte)
veículos de sua frota. (Vide Decreto n. 9.762, de 2019) (Vigência)
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, câmbio au-
tomático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio
e de embreagem.

TÍTULO III
DA ACESSIBILIDADE

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou


com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos
de cidadania e de participação social.
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei e de ou-
tras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver interação com a
matéria nela regulada:
I – a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de comunicação
e informação, a fabricação de veículos de transporte coletivo, a prestação do
respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de obra, quando tenham
destinação pública ou coletiva;
II – a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autorização ou
habilitação de qualquer natureza;
III – a aprovação de financiamento de projeto com utilização de recursos
públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou
instrumento congênere; e
IV – a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo e de fi-
nanciamento internacionais por entes públicos ou privados.

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Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem do meio físi-


co, de transporte, de informação e comunicação, inclusive de sistemas e tec-
nologias da informação e comunicação, e de outros serviços, equipamentos
e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo,
tanto na zona urbana como na rural, devem atender aos princípios do dese-
nho universal, tendo como referência as normas de acessibilidade.
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral.
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não
possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação razoável.
§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteúdos temáticos
referentes ao desenho universal nas diretrizes curriculares da educação profis-
sional e tecnológica e do ensino superior e na formação das carreiras de Estado.
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem desenvol-
vidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências
de fomento deverão incluir temas voltados para o desenho universal.
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão considerar
a adoção do desenho universal.
Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de uso de
edificações abertas ao público, de uso público ou privadas de uso coletivo de-
verão ser executadas de modo a serem acessíveis.
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de Engenha-
ria, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabilidade técnica de
projetos, devem exigir a responsabilidade profissional declarada de atendi-
mento às regras de acessibilidade previstas em legislação e em normas téc-
nicas pertinentes.
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certificado de
projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instalações e equipamentos
temporários ou permanentes e para o licenciamento ou a emissão de certifi-
cado de conclusão de obra ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às
regras de acessibilidade.

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§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edificação ou de


serviço, determinará a colocação, em espaços ou em locais de ampla visibili-
dade, do símbolo internacional de acesso, na forma prevista em legislação e
em normas técnicas correlatas.
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já existentes de-
vem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência em todas as suas depen-
dências e serviços, tendo como referência as normas de acessibilidade vigentes.
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado multifami-
liar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na forma regulamentar.
(Regulamento)
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo projeto e pela
construção das edificações a que se refere o caput deste artigo devem as-
segurar percentual mínimo de suas unidades internamente acessíveis, na
forma regulamentar.
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição de unida-
des internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste artigo.
Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públicos, o po-
der público e as empresas concessionárias responsáveis pela execução das
obras e dos serviços devem garantir, de forma segura, a fluidez do trânsito e
a livre circulação e acessibilidade das pessoas, durante e após sua execução.
Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibilidade pre-
vistas em legislação e em normas técnicas, observado o disposto na Lei n.
10.098, de 19 de dezembro de 2000, n. 10.257, de 10 de julho de 2001, e n.
12.587, de 3 de janeiro de 2012 :
I – os planos diretores municipais, os planos diretores de transporte e
trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de preservação de sítios
históricos elaborados ou atualizados a partir da publicação desta Lei;
II – os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e ocupação
do solo e as leis do sistema viário;
III – os estudos prévios de impacto de vizinhança;

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IV – as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e


V – a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico.
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento para qual-
quer atividade são condicionadas à observação e à certificação das regras
de acessibilidade.
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equivalente e
sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormente às exigências
de acessibilidade, é condicionada à observação e à certificação das regras
de acessibilidade.
Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das ações de
acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
I – eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva de recur-
sos para implementação das ações; e
II – planejamento contínuo e articulado entre os setores envolvidos.
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação, o
recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos em
formato acessível.

CAPÍTULO II
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO

Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por


empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de go-
verno, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informa-
ções disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade
adotadas internacionalmente.
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em destaque.
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públicos federais
para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem possuir equipamentos
e instalações acessíveis.

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§ 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º deste artigo devem


garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus computadores com recursos
de acessibilidade para pessoa com deficiência visual, sendo assegurado pelo me-
nos 1 (um) equipamento, quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o art. 63 desta
Lei deve ser observada para obtenção do financiamento de que trata o inciso
III do art. 54 desta Lei.
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunicações deve-
rão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, conforme regulamenta-
ção específica.
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de aparelhos de telefo-
nia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre outras tecnologias as-
sistivas, possuam possibilidade de indicação e de ampliação sonoras de todas
as operações e funções disponíveis.
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem permitir o
uso dos seguintes recursos, entre outros:
I – subtitulação por meio de legenda oculta;
II – janela com intérprete da Libras;
III – audiodescrição.
Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo à produ-
ção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização de livros em for-
matos acessíveis, inclusive em publicações da administração pública ou finan-
ciadas com recursos públicos, com vistas a garantir à pessoa com deficiência
o direito de acesso à leitura, à informação e à comunicação.
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abastecimento ou
a atualização de acervos de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de
educação e de bibliotecas públicas, o poder público deverá adotar cláusulas
de impedimento à participação de editoras que não ofertem sua produção
também em formatos acessíveis.

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§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais que possam


ser reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecno-
logias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo leitura com voz sinte-
tizada, ampliação de caracteres, diferentes contrastes e impressão em Braille.
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a produção de
artigos científicos em formato acessível, inclusive em Libras.
Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de informações
corretas e claras sobre os diferentes produtos e serviços ofertados, por quais-
quer meios de comunicação empregados, inclusive em ambiente virtual, con-
tendo a especificação correta de quantidade, qualidade, características, com-
posição e preço, bem como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança
do consumidor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no
que couber, os arts. 30 a 41 da Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 .
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publicitários vei-
culados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na televisão e nos demais
veículos de comunicação abertos ou por assinatura devem disponibilizar, con-
forme a compatibilidade do meio, os recursos de acessibilidade de que trata
o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem
prejuízo da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei n. 8.078, de 11
de setembro de 1990 .
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicitação, exempla-
res de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo de material de divul-
gação em formato acessível.
Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários, oficinas
e demais eventos de natureza científico-cultural devem oferecer à pessoa
com deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia assistiva previstos
no art. 67 desta Lei.
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais eventos de
natureza científico-cultural promovidos ou financiados pelo poder público devem
garantir as condições de acessibilidade e os recursos de tecnologia assistiva.

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Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a serem de-


senvolvidos com o apoio de agências de financiamento e de órgãos e enti-
dades integrantes da administração pública que atuem no auxílio à pesquisa
devem contemplar temas voltados à tecnologia assistiva.
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria com orga-
nizações da sociedade civil, promover a capacitação de tradutores e intérpre-
tes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais habilitados em Braille,
audiodescrição, estenotipia e legendagem.

CAPÍTULO III
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA

Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recur-


sos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assis-
tiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de medidas, a ser
renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a finalidade de:
I – facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta de linhas
de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tecnologia assistiva;
II – agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação de tecno-
logia assistiva, especialmente as questões atinentes a procedimentos alfan-
degários e sanitários;
III – criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção nacional de
tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de linhas de crédito sub-
sidiado e de parcerias com institutos de pesquisa oficiais;
IV – eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de importação
de tecnologia assistiva;
V – facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos de tecno-
logia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do SUS e por outros
órgãos governamentais.

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Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os procedi-


mentos constantes do plano específico de medidas deverão ser avaliados,
pelo menos, a cada 2 (dois) anos.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA

Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência todos os
direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igualdade de condições
com as demais pessoas.
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de votar e de ser
votada, inclusive por meio das seguintes ações:
I – garantia de que os procedimentos, as instalações, os materiais e os
equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis a todas as pessoas
e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a instalação de seções eleitorais
exclusivas para a pessoa com deficiência;
II – incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a desempenhar
quaisquer funções públicas em todos os níveis de governo, inclusive por meio
do uso de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
III – garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda eleitoral
obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de televisão possuam,
pelo menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;
IV – garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tanto, sempre
que necessário e a seu pedido, permissão para que a pessoa com deficiência
seja auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.
§ 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com deficiência,
inclusive quando institucionalizada, na condução das questões públicas, sem
discriminação e em igualdade de oportunidades, observado o seguinte:
I – participação em organizações não governamentais relacionadas à vida
pública e à política do País e em atividades e administração de partidos políticos;

1200
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II – formação de organizações para representar a pessoa com deficiência


em todos os níveis;
III – participação da pessoa com deficiência em organizações que a representem.

TÍTULO IV
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento científico, a


pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, voltados à melhoria da
qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com deficiência e sua inclusão social.
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de conheci-
mentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento de deficiências e
ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e social.
§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem ser fomen-
tadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a formação de recur-
sos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes de áreas do conhecimento.
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de instituições públi-
cas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias assistiva e social que
sejam voltadas para melhoria da funcionalidade e da participação social da
pessoa com deficiência.
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas periodica-
mente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoamento.
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação
e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o acesso da pessoa com de-
ficiência às tecnologias da informação e comunicação e às tecnologias sociais.
Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
I – o emprego de tecnologias da informação e comunicação como instru-
mento de superação de limitações funcionais e de barreiras à comunicação, à
informação, à educação e ao entretenimento da pessoa com deficiência;

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II – a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a ampliar a


acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos sítios da inter-
net, em especial aos serviços de governo eletrônico.

LIVRO II
PARTE ESPECIAL

TÍTULO I
DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa com deficiên-
cia à justiça, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, garan-
tindo, sempre que requeridos, adaptações e recursos de tecnologia assistiva.
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em todo o pro-
cesso judicial, o poder público deve capacitar os membros e os servidores que
atuam no Poder Judiciário, no Ministério Público, na Defensoria Pública, nos
órgãos de segurança pública e no sistema penitenciário quanto aos direitos
da pessoa com deficiência.
§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência submetida a me-
dida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a que fazem jus os
apenados sem deficiência, garantida a acessibilidade.
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as medidas ne-
cessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei.
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia assistiva
disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garantido o acesso à jus-
tiça, sempre que figure em um dos polos da ação ou atue como testemunha,
partícipe da lide posta em juízo, advogado, defensor público, magistrado ou
membro do Ministério Público.

1202
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Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o acesso ao conteúdo


de todos os atos processuais de seu interesse, inclusive no exercício da advocacia.
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos por
ocasião da aplicação de sanções penais.
Art. 82. (VETADO).
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou criar
óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus serviços em razão de
deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua capacidade legal plena,
garantida a acessibilidade.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput deste artigo
constitui discriminação em razão de deficiência.

CAPÍTULO II
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI

Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício


de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à cura-
tela, conforme a lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada
de decisão apoiada.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida
protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de
cada caso, e durará o menor tempo possível.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua
administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos
de natureza patrimonial e negocial.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à
sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao traba-
lho e ao voto.

1203
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da


sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interes-
ses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear
curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza
familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a situação
de curatela da pessoa com deficiência.
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger os inte-
resses da pessoa com deficiência em situação de curatela, será lícito ao juiz,
ouvido o Ministério Público, de oficio ou a requerimento do interessado, no-
mear, desde logo, curador provisório, o qual estará sujeito, no que couber, às
disposições do Código de Processo Civil .

TÍTULO II
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de


sua deficiência:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encontrar-se sob
cuidado e responsabilidade do agente.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cometido
por intermédio de meios de comunicação social ou de publicação de qual-
quer natureza:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, ouvido
o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob
pena de desobediência:
I – recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do material
discriminatório;

1204
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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II – interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação


na internet.
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da condenação, após
o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido.
Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, benefícios,
remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com deficiência:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido:
I – por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial; ou
II – por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de profissão.
Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde,
entidades de abrigamento ou congêneres:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as necessida-
des básicas de pessoa com deficiência quando obrigado por lei ou mandado.
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio eletrônico ou
documento de pessoa com deficiência destinados ao recebimento de benefí-
cios, proventos, pensões ou remuneração ou à realização de operações finan-
ceiras, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é co-
metido por tutor ou curador.

TÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiên-


cia (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a finalidade de coletar,
processar, sistematizar e disseminar informações georreferenciadas que per-
mitam a identificação e a caracterização socioeconômica da pessoa com defi-
ciência, bem como das barreiras que impedem a realização de seus direitos.

1205
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executivo fede-


ral e constituído por base de dados, instrumentos, procedimentos e siste-
mas eletrônicos.
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obtidos pela inte-
gração dos sistemas de informação e da base de dados de todas as políticas
públicas relacionadas aos direitos da pessoa com deficiência, bem como por
informações coletadas, inclusive em censos nacionais e nas demais pesquisas
realizadas no País, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Conven-
ção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é facultada a ce-
lebração de convênios, acordos, termos de parceria ou contratos com institui-
ções públicas e privadas, observados os requisitos e procedimentos previstos
em legislação específica.
§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as liberdades
fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios éticos que regem a
utilização de informações, devem ser observadas as salvaguardas estabele-
cidas em lei.
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utilizados para
as seguintes finalidades:
I – formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas públicas
para a pessoa com deficiência e para identificar as barreiras que impedem a
realização de seus direitos;
II – realização de estudos e pesquisas.
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser disseminadas
em formatos acessíveis.
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos de con-
trole interno e externo, deve ser observado o cumprimento da legislação re-
lativa à pessoa com deficiência e das normas de acessibilidade vigentes.
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pessoa com
deficiência moderada ou grave que:

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I – receba o benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei


n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que passe a exercer atividade remu-
nerada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS;
II – tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de prestação conti-
nuada previsto no art. 20 da Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que exer-
ça atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS.
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com deficiência pe-
rante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em razão de sua limitação
funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional
e indevido, hipótese na qual serão observados os seguintes procedimentos:
I – quando for de interesse do poder público, o agente promoverá o con-
tato necessário com a pessoa com deficiência em sua residência;
II – quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apresentará
solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar-se por procurador
constituído para essa finalidade.
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência atendimento do-
miciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, con-
tratado ou conveniado, que integre o SUS e pelas entidades da rede socioa-
ssistencial integrantes do Suas, quando seu deslocamento, em razão de sua
limitação funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus des-
proporcional e indevido.
Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965
(Código Eleitoral), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 135..................................................................
........................................................................................
§ 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada eleição, expedir
instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na escolha dos locais de vo-
tação, de maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou
com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas de trans-
porte que lhe dão acesso.
....................................................................................” (NR)

1207
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo De-
creto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguin-
tes alterações:
“Art. 428...................................................................
...........................................................................................
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escola-
ridade de aprendiz com deficiência deve considerar, sobretudo, as habilidades
e competências relacionadas com a profissionalização.
...........................................................................................
§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou mais, a va-
lidade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS e matrícula
e frequência em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de
entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.” (NR)
“Art. 433...................................................................
...........................................................................................
I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o apren-
diz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tec-
nologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades;
..................................................................................” (NR)
Art. 98. A Lei n. 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa a vigorar com
as seguintes alterações:
“Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interesses coleti-
vos, difusos, individuais homogêneos e individuais indisponíveis da pessoa
com deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela Defenso-
ria Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito Federal,
por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por
autarquia, por empresa pública e por fundação ou sociedade de economia
mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos interes-
ses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
.................................................................................” (NR)

1208
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“Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
I – recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou
fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência;
II – obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer
cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
III – negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão
de sua deficiência;
IV – recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assis-
tência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com deficiência;
V – deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial ex-
pedida na ação civil a que alude esta Lei;
VI – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositu-
ra da ação civil pública objeto desta Lei, quando requisitados.
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18
(dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para indeferi-
mento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de estágio probatório
em concursos públicos não exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do
administrador público pelos danos causados.
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o ingresso de
pessoa com deficiência em planos privados de assistência à saúde, inclusive
com cobrança de valores diferenciados.
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e emergência,
a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
Art. 99. O art. 20 da Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar
acrescido do seguinte inciso XVIII:
“Art. 20.......................................................................
..............................................................................................
XVIII – quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite ad-
quirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
..................................................................................” (NR)

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Art. 100. A Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa


do Consumidor), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 6º.......................................................................
............................................................................................
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste
artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em
regulamento.” (NR)
“Art. 43.......................................................................
............................................................................................
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser
disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com defici-
ência, mediante solicitação do consumidor.” (NR)
Art. 101. A Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 16.......................................................................
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
............................................................................................
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte
e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave;
.................................................................................” (NR)
“Art. 77......................................................................
............................................................................................
§ 2º..............................................................................
............................................................................................
II – para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos,
pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for
inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
...................................................................................

1210
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§ 4º (VETADO).
...................................................................................” (NR)
“Art. 93. (VETADO):
I – (VETADO);
II – (VETADO);
III – (VETADO);
IV – (VETADO);
V – (VETADO).
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado da
Previdência Social ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90
(noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado
somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com defi-
ciência ou beneficiário reabilitado da Previdência Social.
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a siste-
mática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas sobre o total
de empregados e as vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por
beneficiários reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando soli-
citados, aos sindicatos, às entidades representativas dos empregados ou aos
cidadãos interessados.
§ 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação
direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que
trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n.
5.452, de 1º de maio de 1943.
§ 4º (VETADO).” (NR)
“Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacionalizados pelo
INSS, não será exigida apresentação de termo de curatela de titular ou de
beneficiário com deficiência, observados os procedimentos a serem estabele-
cidos em regulamento.”
Art. 102. O art. 2º da Lei n. 8.313, de 23 de dezembro de 1991, passa a
vigorar acrescido do seguinte § 3º:

1211
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“Art. 2º.........................................................................
.............................................................................................
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão concedidos a proje-
tos culturais que forem disponibilizados, sempre que tecnicamente possível,
também em formato acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto
em regulamento.” (NR)
Art. 103. O art. 11 da Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigo-
rar acrescido do seguinte inciso IX:
“Art. 11......................................................................
............................................................................................
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previs-
tos na legislação.” (NR)
Art. 104. A Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 3º.....................................................................
..........................................................................................
§ 2º...........................................................................
..........................................................................................
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimen-
to de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação.
...........................................................................................
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de pre-
ferência para:
I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a nor-
mas técnicas brasileiras; e
II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que compro-
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com de-
ficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.
...................................................................................” (NR)

1212
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“Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do


§ 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução
do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência
ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibili-
dade previstas na legislação.
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos requi-
sitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho.”
Art. 105. O art. 20 da Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 20.......................................................................
.............................................................................................
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada, con-
sidera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na so-
ciedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
............................................................................................
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e de apren-
dizagem não serão computados para os fins de cálculo da renda familiar per
capita a que se refere o § 3º deste artigo.
.............................................................................................
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão
ser utilizados outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do
grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento.” (NR)
Art. 106. (VETADO).
Art. 107. A Lei n. 9.029, de 13 de abril de 1995, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limita-
tiva para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por
motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência,

1213
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reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hi-


póteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do
art. 7º da Constituição Federal. ” (NR)
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dispositivos
legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia, raça, cor
ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei são passíveis das seguin-
tes cominações:
..................................................................................” (NR)
“Art. 4º........................................................................
I – a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afas-
tamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas mone-
tariamente e acrescidas de juros legais;
....................................................................................” (NR)
Art. 108. O art. 35 da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995, passa a
vigorar acrescido do seguinte § 5º:
“Art. 35.......................................................................
.............................................................................................
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único do art. 3º da
Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003, a pessoa com deficiência, ou o con-
tribuinte que tenha dependente nessa condição, tem preferência na restituição
referida no inciso III do art. 4º e na alínea “c” do inciso II do art. 8º.” (NR)
Art. 109. A Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito
Brasileiro), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 2º...........................................................
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias ter-
restres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes
aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de
estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo.” (NR)

1214
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“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que trata o


inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com as respectivas
placas indicativas de destinação e com placas informando os dados sobre a
infração por estacionamento indevido.”
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada acessi-
bilidade de comunicação, mediante emprego de tecnologias assistivas ou de
ajudas técnicas em todas as etapas do processo de habilitação.
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas dos cur-
sos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser aces-
sível, por meio de subtitulação com legenda oculta associada à tradução
simultânea em Libras.
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência auditiva reque-
rer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da Libras, para acompa-
nhamento em aulas práticas e teóricas.”
“Art. 154. (VETADO).”
“Art. 181....................................................................
..........................................................................................
XVII – Infração - grave;
.................................................................................” (NR)
Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei n. 9.615, de 24 de março
de 1998, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 56.....................................................................
...........................................................................................
VI – 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecadação bruta
dos concursos de prognósticos e loterias federais e similares cuja realização
estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se esse valor do montante
destinado aos prêmios;
.............................................................................................

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§ 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual de que


trata o inciso VI do caput, 62,96% (sessenta e dois inteiros e noventa e seis
centésimos por cento) serão destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB)
e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro centésimos por cento) ao Comitê
Paralímpico Brasileiro (CPB), devendo ser observado, em ambos os casos, o
conjunto de normas aplicáveis à celebração de convênios pela União.
..................................................................................” (NR)
Art. 111. O art. 1º da Lei n. 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de
colo e os obesos terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei.” (NR)
Art. 112. A Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
“Art. 2º.......................................................................
I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edi-
ficações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural,
por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
II – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que
limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição
e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de
expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circu-
lação com segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e
privados abertos ao público ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;

1216
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d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstá-


culo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de
comunicação e de tecnologia da informação;
III – pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na so-
ciedade em igualdade de condições com as demais pessoas;
IV – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer moti-
vo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução
efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percep-
ção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
V – acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, po-
dendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal;
VI – elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urba-
nização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública,
serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo
e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico;
VII – mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos
espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização
ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provo-
que alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes
de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às teleco-
municações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e
quaisquer outros de natureza análoga;
VIII – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dis-
positivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que obje-
tivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autono-
mia, independência, qualidade de vida e inclusão social;

1217
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IX – comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre


outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a
visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunica-
ção tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a
linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz
digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de
comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
X – desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e
serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação
ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e
dos demais espaços de uso público deverão ser concebidos e executados de
forma a torná-los acessíveis para todas as pessoas, inclusive para aquelas
com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de urbanização e
parte da via pública, normalmente segregado e em nível diferente, destina-se
somente à circulação de pedestres e, quando possível, à implantação de
mobiliário urbano e de vegetação.” (NR)
“Art. 9º........................................................................
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em vias públi-
cas de grande circulação, ou que deem acesso aos serviços de reabilitação,
devem obrigatoriamente estar equipados com mecanismo que emita sinal
sonoro suave para orientação do pedestre.” (NR)
“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área de circu-
lação comum para pedestre que ofereça risco de acidente à pessoa com de-
ficiência deverá ser indicada mediante sinalização tátil de alerta no piso, de
acordo com as normas técnicas pertinentes.”
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congêneres de-
vem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o atendi-
mento da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.”

1218
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Art. 113. A Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade),


passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3º......................................................................
............................................................................................
III – promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e me-
lhoria das condições habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos
passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais espaços de uso público;
IV – instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de
acessibilidade aos locais de uso público;
.................................................................................” (NR)
“Art. 41.....................................................................
...........................................................................................
§ 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem elaborar plano
de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no qual está inserido, que
disponha sobre os passeios públicos a serem implantados ou reformados pelo
poder público, com vistas a garantir acessibilidade da pessoa com deficiência
ou com mobilidade reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as
que concentrem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e privados de
saúde, educação, assistência social, esporte, cultura, correios e telégrafos,
bancos, entre outros, sempre que possível de maneira integrada com os sis-
temas de transporte coletivo de passageiros.” (NR)
Art. 114. A Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa
a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da
vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
I – (Revogado);
II – (Revogado);
III – (Revogado).” (NR)

1219
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“Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:


.....................................................................................
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade;
.............................................................................................
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação
especial.” (NR)
“Art. 228......................................................................
.............................................................................................
II – (Revogado);
III – (Revogado);
.............................................................................................
§ 1º ..............................................................................
§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de con-
dições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de
tecnologia assistiva.” (NR)
“Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores re-
vogar a autorização.” (NR)
“Art. 1.548....................................................................
I – (Revogado);
....................................................................................” (NR)
“Art. 1.550...................................................................
.............................................................................................
§ 1º ..............................................................................
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia pode-
rá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de
seu responsável ou curador.” (NR)
“Art. 1.557.................................................................
............................................................................................

1220
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável


que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por con-
tágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de
sua descendência;
IV – (Revogado).” (NR)
“Art. 1.767...................................................................
I – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem expri-
mir sua vontade;
II – (Revogado);
III – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
IV – (Revogado);
....................................................................................” (NR)
“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve ser promovido:
.............................................................................................
IV – pela própria pessoa.” (NR)
“Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o processo que de-
fine os termos da curatela:
I – nos casos de deficiência mental ou intelectual;
............................................................................................
III – se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas mencionadas
no inciso II.” (NR)
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da curatela, o juiz,
que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, entrevistará pessoalmen-
te o interditando.” (NR)
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da pessoa,
os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes do art. 1.782, e
indicará curador.
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em conta a von-
tade e as preferências do interditando, a ausência de conflito de interesses e
de influência indevida, a proporcionalidade e a adequação às circunstâncias
da pessoa.” (NR)

1221
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o


juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa.”
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão todo o
apoio necessário para ter preservado o direito à convivência familiar e comu-
nitária, sendo evitado o seu recolhimento em estabelecimento que os afaste
desse convívio.” (NR)
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei n. 10.406, de 10
de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com a seguinte redação:

“TÍTULO IV
DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA”

Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei n. 10.406, de


10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte
Capítulo III:

“CAPÍTULO III
DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pes-


soa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e
informações necessários para que possa exercer sua capacidade.
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com
deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os li-
mites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive
o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos inte-
resses da pessoa que devem apoiar.
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a
ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio
previsto no caput deste artigo.

1222
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§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada,


o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público,
ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre ter-
ceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado.
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode
solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especifican-
do, por escrito, sua função em relação ao apoiado.
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo re-
levante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos
apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.
§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não
adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pes-
soa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará,
ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para presta-
ção de apoio.
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de
acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada.
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do
processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condiciona-
do à manifestação do juiz sobre a matéria.
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposi-
ções referentes à prestação de contas na curatela.”
Art. 117. O art. 1º da Lei n. 11.126, de 27 de junho de 2005, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de
cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos
os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de uso
público e privados de uso coletivo, desde que observadas as condições im-
postas por esta Lei.
.............................................................................................

1223
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as modalidades


e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passageiros, inclusive em
esfera internacional com origem no território brasileiro.” (NR)
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei n. 11.904, de 14 de janeiro de
2009, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”:
“Art. 46.......................................................................
...........................................................................................
IV – k) de acessibilidade a todas as pessoas.
.................................................................................” (NR)
Art. 119. A Lei n. 12.587, de 3 de janeiro de 2012, passa a vigorar acres-
cida do seguinte art. 12-B:
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reservar-se-ão
10% (dez por cento) das vagas para condutores com deficiência.
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput deste artigo,
o condutor com deficiência deverá observar os seguintes requisitos quanto ao
veículo utilizado:
I – ser de sua propriedade e por ele conduzido; e
II – estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legislação vigente.
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma estabelecida no
caput deste artigo, as remanescentes devem ser disponibilizadas para os de-
mais concorrentes.”
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de governo, a ela-
boração de relatórios circunstanciados sobre o cumprimento dos prazos esta-
belecidos por força das Leis n. 10.048, de 8 de novembro de 2000, e n. 10.098,
de 19 de dezembro de 2000, bem como o seu encaminhamento ao Ministério
Público e aos órgãos de regulação para adoção das providências cabíveis.
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste artigo deverão ser
apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei.

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Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta Lei não


excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive em pactos, trata-
dos, convenções e declarações internacionais aprovados e promulgados pelo
Congresso Nacional, e devem ser aplicados em conformidade com as demais
normas internas e acordos internacionais vinculantes sobre a matéria.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa com deficiência.
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto nesta Lei
ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a ser dispensado às mi-
croempresas e às empresas de pequeno porte, previsto no § 3º do art. 1º da
Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006 .
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência)
I – o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei n. 9.008, de 21 de março de 1995 ;
II – os incisos I, II e III do art. 3º da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil);
III – os incisos II e III do art. 228 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil);
IV – o inciso I do art. 1.548 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil);
V – o inciso IV do art. 1.557 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil);
VI – os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil);
VII – os arts. 1.776 e 1.780 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil).
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em até 2
(dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei.
Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discriminados, a partir
da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos seguintes dispositivos:
I – incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (quarenta e oito) meses;

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II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses; (Redação dada pela Lei


nº 14.159, de 2021)
III – art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;
IV – art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.
Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência da Lei n.
8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta)
dias de sua publicação oficial .

Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da República.

DILMA ROUSSEF
Marivaldo de Castro Pereira
Joaquim Vieira Ferreira Levy
Renato Janine Ribeiro
Armando Monteiro
Nelson Barbosa
Gilberto Kassab
Luis Inácio Lucena Adams
Gilberto José Spier Vargas
Guilherme Afif Domingos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 7.7.2015*

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: DECRETO-LEI N. 3.689,


DE 3 DE OUTUBRO DE 1941
Vigência
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Código de Processo Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe confere


o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por


este Código, ressalvados:
I – os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos mi-
nistros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e
dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III – os processos da competência da Justiça Militar;
IV – os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art.
122, no 17);
V – os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF n. 130)
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos refe-
ridos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem
de modo diverso.
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

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Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação


analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciati-
va do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do
órgão de acusação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade
da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja fran-
quia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competin-
do-lhe especialmente: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inci-
so LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
II – receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade
da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que
este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
IV – ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida
cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
VI – prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como
substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do con-
traditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou
em legislação especial pertinente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas con-
sideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1228
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VIII – prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado


preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado
o disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IX  – determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver
fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
X – requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia
sobre o andamento da investigação; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XI – decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de in-
formática e telemática ou de outras formas de comunicação; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamen-
tais do investigado; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XII – julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denún-
cia; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XIII – determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XIV – decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do
art. 399 deste Código; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XV – assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outor-
gado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos in-
formativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no
que concerne, estritamente, às diligências em andamento; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)

1229
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XVI – deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar


a produção da perícia; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XVII – decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal
ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação;
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XVIII – outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar,
uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que,
se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações
penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da
denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decidi-
das pelo juiz da instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz
da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa,
deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo
máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das ga-
rantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministé-
rio Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo envia-
dos ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos
às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de
provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

1230
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§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na


secretaria do juízo das garantias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato in-
cluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de
funcionar no processo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tri-
bunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às
disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de or-
ganização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando
critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribu-
nal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das re-
gras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa sub-
metida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disci-
plinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre
a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e
respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmi-
tidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à
informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no ter-


ritório de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infra-
ções penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei n. 9.043, de 9.5.1995)

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Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de


autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público,
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões
de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos
de impossibilidade de o fazer;
c)  a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e
residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito
caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das infor-
mações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de represen-
tação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a au-
toridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada
pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)

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III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e


suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto
no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser as-
sinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista indivi-
dual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de âni-
mo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e
se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n.
13.257, de 2016)
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simu-
lada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capí-
tulo II do Título IX deste Livro.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, re-
duzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão,
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

1233
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e en-
viará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tive-
rem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores di-
ligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessa-
rem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre
que servir de base a uma ou outra.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à ins-
trução e julgamento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades
judiciárias;
IV – representar acerca da prisão preventiva.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do
art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Esta-
tuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o dele-
gado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou
de suspeitos. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei n. 13.344, de
2016) (Vigência)

1234
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II  – o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei n. 13.344, de


2016) (Vigência)
III – a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela in-
vestigação. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relaciona-
dos ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de
polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas pres-
tadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e
outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em
curso. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação
de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)
I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer nature-
za, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluí-
do pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por
período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por
igual período; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será neces-
sária a apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser ins-
taurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do regis-
tro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)

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§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a


autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de te-
lecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata co-
municação ao juiz. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão re-
querer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dis-
postas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em
inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos ex-
trajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da
força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tenta-
da, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá
ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento
da citação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de
nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela in-
vestigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado
à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores mi-


litares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Fede-
ral, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia
da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela auto-
ridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inqué-
rito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autorida-
de judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inqué-
rito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente,
se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à eluci-
dação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados,
a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes
a instauração de inquérito contra os requerentes. (Redação dada pela Lei n.
12.681, de 2012)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despa-
cho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou
a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese,

1237
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do


Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei n. 5.010,
de 30.5.1966)
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim provi-
denciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a
autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou re-
partição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver quali-
dade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por de-
cisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei n. 8.699, de
27.8.1993)
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio
ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluí-
do pela Lei n. 8.699, de 27.8.1993)
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de pri-
são em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária
ou policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Minis-
tério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por
escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e
os elementos de convicção.
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará
os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na
forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arqui-
vamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebi-
mento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competen-
te do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da
União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial
poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representa-
ção judicial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confes-
sado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência
ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessá-
rio e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguin-
tes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade
de fazê-lo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1239
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério


Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período
correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois
terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a enti-
dade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução,
que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou
semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministé-
rio Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal impu-
tada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere
o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição
aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóte-
ses: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais
Criminais, nos termos da lei; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probató-
rios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, ex-
ceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

1240
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao come-
timento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou
suspensão condicional do processo; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar,
ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em
favor do agressor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será
firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defen-
sor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realiza-
da audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da
oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condi-
ções dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Mi-
nistério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concor-
dância do investigado e seu defensor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz
devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante
o juízo de execução penal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o §
5º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Pú-
blico para a análise da necessidade de complementação das investigações ou
o oferecimento da denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução
penal e de seu descumprimento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de
não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para

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fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. (Incluído pela Lei


n. 13.964, de 2019)
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo inves-
tigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa
para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal
não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins pre-
vistos no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o ju-
ízo competente decretará a extinção de punibilidade. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o
acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa
dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a quei-
xa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo cabe-
rá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que
comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

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§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas


do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento
ou da família.
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em
cuja circunscrição residir o ofendido.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo,
ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interes-
ses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador
especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo
juiz competente para o processo penal.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de
queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
Art. 35. (Revogado pela Lei n. 9.520, de 27.11.1997)
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá
preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de
enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas pros-
seguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas
poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os res-
pectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus
diretores ou sócios-gerentes.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representan-
te legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer
dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para
o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou re-
presentação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo
único, e 31.

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Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou


por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral,
feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devi-
damente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador,
será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão
do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à
apuração do fato e da autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial
procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade
que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a
termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a re-
presentação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou
tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao
Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento
da denúncia.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessá-
rio, o rol das testemunhas.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 43. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais,
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a men-

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ção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de di-


ligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido,
poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos
os termos subsequentes do processo.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso,
será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber
os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art.
16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber
novamente os autos.
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo
para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido
as peças de informações ou a representação
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da
data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se
pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosse-
guindo-se nos demais termos do processo.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimen-
tos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá
requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que de-
vam ou possam fornecê-los.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao pro-
cesso de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos
autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofen-
dido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver


completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a
renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos,
sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito
de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o
perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental
e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do
querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à
aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto
no art. 50.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os
meios de prova.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos,
o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo,
ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração
assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com po-
deres especiais.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, consi-
derar-se-á perempta a ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento
do processo durante 30 dias seguidos;

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II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não


comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a
punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do quere-
lante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrá-
ria e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova,
proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a
matéria na sentença final.
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certi-
dão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a pu-
nibilidade.

TÍTULO V
DA COMPETÊNCIA

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:


I – o lugar da infração:
II – o domicílio ou residência do réu;
III – a natureza da infração;
IV – a distribuição;
V – a conexão ou continência;
VI – a prevenção;
VII – a prerrogativa de função.

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CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for pratica-
do o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido pra-
ticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território na-
cional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmen-
te, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições,
ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tenta-
da nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
prevenção.
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito,
mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do
sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores,
a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de
pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Incluído
pela Lei nº 14.155, de 2021)
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada
em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
prevenção.

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CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-


-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á
pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro,
será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir
o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar
da infração.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis


de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos
nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do
Código Penal, consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para
infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se
mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua com-
petência prorrogada.
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à
competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá
proferir a sentença (art. 492, § 2º).

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CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quan-


do, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente
competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de
fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência ante-
rior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.

CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em con-
curso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra
as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a
qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstân-
cias elementares influir na prova de outra infração.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51,
§ 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência,
serão observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)

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I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da juris-


dição comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei n.
263, de 23.2.1948)
II - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela
Lei n. 263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais
grave; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de
infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada
pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação
dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de
maior graduação; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
(Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e jul-
gamento, salvo:
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a
algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver
corréu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese
do art. 461.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações
tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes,
ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a
prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente
a separação.

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Inspetor de Polícia

Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência,


ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a
proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que
não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos
demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por cone-
xão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar
ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, reme-
terá o processo ao juízo competente.
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados
processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os
processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulterior-
mente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, con-


correndo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da
denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).

CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribu-


nal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais
e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às

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pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de respon-
sabilidade. (Redação dada pela Lei n. 10.628, de 24.12.2002)
§ 1º (Vide ADIN n. 2797)
§ 2º (Vide ADIN n. 2797)
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem quere-
lantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento,
quando oposta e admitida a exceção da verdade.
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, proces-
sar e julgar:
I – os seus ministros, nos crimes comuns;
II – os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presiden-
te da República;
III – o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais
de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e minis-
tros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julga-
mento dos governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e pre-
feito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juí-
zes de instância inferior e órgãos do Ministério Público.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro,


será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido
o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da
Capital da República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territo-
riais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de em-
barcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça

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do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou,


quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do
espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a
bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao
território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em
cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde
houver partido a aeronave.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas
estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção.
(Redação dada pela Lei n. 4.893, de 9.12.1965)

TÍTULO VII
DA PROVA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova


produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressal-
vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas
as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, ade-
quação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

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II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a


realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucio-
nais ou legais. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quan-
do as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primei-
ras. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução crimi-
nal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmis-
sível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompa-
nhar o incidente. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não
poderá proferir a sentença ou acórdão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL

(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)


Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exa-
me de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão
do acusado.

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Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de


delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei n.
13.721, de 2018)
I – violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei
n. 13.721, de 2018)
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiên-
cia. (Incluído dada pela Lei n. 13.721, de 2018)
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os pro-
cedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse
e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de
crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a
existência de vestígio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preser-
vação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, cons-
tatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio
nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial inte-
resse para a produção da prova pericial; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo
isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e
local de crime; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III  – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no
local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, po-

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dendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável


a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo aten-
dimento; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise
pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio cole-
tado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data,
hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, uti-
lizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre
outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais,
bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que
deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número
de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem,
nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do
exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o rece-
beu; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de
acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas
e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formali-
zado em laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições
adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de con-
traperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo
correspondente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando


a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente
por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de
custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complemen-
tares. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem
ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial
de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de
quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito
responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determi-
nado pela natureza do material. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração
individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestí-
gio durante o transporte. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas caracte-
rísticas, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequa-
do e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à
análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de
acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o

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local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utiliza-


do. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo reci-
piente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central
de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve
ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza cri-
minal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com
local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, pos-
sibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser
um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas
características do vestígio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser
protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito
que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado de-
verão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações
deverão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela
tramitação, a destinação, a data e horário da ação. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devol-
vido à central de custódia, devendo nela permanecer. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou con-
dições de armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou
judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local

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diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial


de natureza criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados
por perito oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natu-
reza do exame. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após
a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia: (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para res-
ponderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou
questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência míni-
ma de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complemen-
tar; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
II  – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em
prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu
de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que man-
terá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos

1260
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assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei n.


11.690, de 2008)
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um
perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão mi-
nuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requeri-
mento dos peritos. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e
a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, sal-
vo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quan-
do as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indica-
rá o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o
que tudo constará do auto.

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Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que fo-


rem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas
e vestígios deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de
28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos,
quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas
ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, pro-
ceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos
os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos
os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver
sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129,
§ 1º, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias,
contado da data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova
testemunhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada
a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se al-
tere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir

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seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei n.


5.970, de 1973)
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado
das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na
dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufi-
ciente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os lau-
dos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos
ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obs-
táculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em
que época presumem ter sido o fato praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destru-
ídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem
de diligências.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em
que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o
patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstân-
cias que interessarem à elucidação do fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação
de letra, observar-se-á o seguinte:
I – a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada
para o ato, se for encontrada;
II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita
pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de
seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;

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III – a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os do-


cumentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes
realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes
os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado.
Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência pode-
rá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a
prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato
da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no
juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das par-
tes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na
precatória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autorida-
de ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pe-
los peritos.
Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que
será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que po-
derá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos
os peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no
auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um re-
digirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se
este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame
por outros peritos.

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Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omis-


sões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei n.
8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a
novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejei-
tá-lo, no todo ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o
disposto no art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.

CAPÍTULO III
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária,


no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de
seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a
segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem
como a presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou
a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso
por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmis-
são de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária

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para atender a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei n.
11.900, de 2009)
I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de
que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa
fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
II  – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando
haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermi-
dade ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima,
desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência,
nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
IV – responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por video-
conferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompa-
nhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audi-
ência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531
deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o
direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por
videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reser-
vados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advoga-
do presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído
pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de
atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos cor-
regedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e
pela Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)

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§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses


em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º des-
te artigo. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste artigo, no que cou-
ber, à realização de outros atos processuais que dependam da participação
de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e
coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 9º Na hipótese do § 8º  deste artigo, fica garantido o acompanha-
mento do ato processual pelo acusado e seu defensor. (Incluído pela Lei n.
11.900, de 2009)
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o con-
tato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor
da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interro-
gatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas
que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não pode-
rá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa
do acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência,
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma
vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão con-
dicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados
familiares e sociais. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

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§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a
que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada
a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da
infração ou depois dela; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notí-
cia desta; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
IV – as provas já apuradas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e
desde quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qual-
quer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos
antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes
se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas corres-
pondentes se o entender pertinente e relevante. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte,
poderá prestar esclarecimentos e indicar provas. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)

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Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e cir-


cunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais
sejam. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separada-
mente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito
pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
I – ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele respon-
derá oralmente; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
II – ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por
escrito; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo
modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá
no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
(Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interroga-
tório será feito por meio de intérprete. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser
assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação dada pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de
ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. (Redação dada pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

CAPÍTULO IV
DA CONFISSÃO

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os


outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-

1269
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-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá
constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada
por termo nos autos, observado o disposto no art. 195.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre con-
vencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

CAPÍTULO V
DO OFENDIDO
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.690, DE 2008)

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado


sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor,
as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo,
o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingres-
so e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à
sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. (In-
cluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reserva-
do espaço separado para o ofendido. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assis-

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tência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. (Incluído pela


Lei n. 11.690, de 2008)
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimi-
dade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, deter-
minar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras in-
formações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos
meios de comunicação. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

CAPÍTULO VI
DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.


Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer
a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome,
sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas
relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à
testemunha trazê-lo por escrito.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve con-
sulta a apontamentos.
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz
procederá à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, to-
mar-lhe o depoimento desde logo.
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Po-
derão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim
em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou
o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo,
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

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Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, mi-


nistério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos do-
entes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às
pessoas a que se refere o art. 206.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemu-
nhas, além das indicadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber
que interesse à decisão da causa.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo
que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização,
serão reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade
das testemunhas. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma
testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do
depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de jul-
gamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º), o
tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,
poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à tes-
temunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respon-
dida. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)

1272
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Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá comple-


mentar a inquirição. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas aprecia-
ções pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar
a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e
a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quan-
to possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente
as suas frases.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado
por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não
puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presen-
ça de ambos.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilha-
ção, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo
que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconfe-
rência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do
réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. (Redação
dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput
deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determi-
naram. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de compare-
cer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá
solicitar o auxílio da força pública.

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Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista


no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e
condená-la ao pagamento das custas da diligência. (Redação dada pela Lei n.
6.416, de 24.5.1977)
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos
Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiri-
dos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação
dada pela Lei n. 3.653, de 4.11.1959)
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal
poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as per-
guntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas
por ofício. (Redação dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 2º Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior. (Redação
dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, deven-
do, porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe
da repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.
(Incluído pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inqui-
rida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta
precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.

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§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo


tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha
poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnoló-
gico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença
do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audi-
ência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada pre-
viamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os cus-
tos de envio. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1º e
2º do art. 222 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será no-
meado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-
-se-á na conformidade do art. 192.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qual-
quer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas
do não comparecimento.
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfer-
midade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal
já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das par-
tes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

CAPÍTULO VII
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de


pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descre-
ver a pessoa que deva ser reconhecida;

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Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possí-


vel, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidan-
do-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III – se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhe-
cimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em
face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para
que esta não veja aquela;
IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito
pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na
fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas
estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconheci-
mento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitan-
do-se qualquer comunicação entre elas.

CAPÍTULO VIII
DA ACAREAÇÃO

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e


testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa
ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas de-
clarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem
os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das
de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da di-
vergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a
discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a tes-

1276
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temunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha


presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto,
a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente,
pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligência
só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz a
entenda conveniente.

CAPÍTULO IX
DOS DOCUMENTOS

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar


documentos em qualquer fase do processo.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos
ou papéis, públicos ou particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se
dará o mesmo valor do original.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios cri-
minosos, não serão admitidas em juízo.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo
destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento
do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a
ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independente-
mente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos,
se possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a
exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua jun-
tada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na
falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.

1277
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Inspetor de Polícia

Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o ori-


ginal, em presença da autoridade.
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não
exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão,
mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte
que os produziu, ficando traslado nos autos.

CAPÍTULO X
DOS INDÍCIOS

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que,


tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de
outra ou outras circunstâncias.

CAPÍTULO XI
DA BUSCA E DA APREENSÃO

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.


§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autori-
zarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos fal-
sificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de cri-
me ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu
poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;

1278
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

h) colher qualquer elemento de convicção.


§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de
que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas le-
tras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a rea-
lizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição
de mandado.
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes.
Art. 243. O mandado de busca deverá:
I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada
a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso
de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
identifiquem;
II – mencionar o motivo e os fins da diligência;
III  – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fi-
zer expedir.
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do manda-
do de busca.
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor
do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou
quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando
a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o mo-
rador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represen-
te, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

1279
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§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qua-


lidade e o objeto da diligência.
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra
coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os mo-
radores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer
vizinho, se houver e estiver presente.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador
será intimado a mostrá-la.
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente
apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assi-
nando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se
tiver de proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocu-
pado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde
alguém exercer profissão ou atividade.
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos
da diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste
os moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território
de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apre-
ensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à
competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a ur-
gência desta.

1280
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Inspetor de Polícia

§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento


da pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem
sem interrupção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fide-
dignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transporta-
da em determinada direção, forem ao seu encalço.
§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da
legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus
distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir
as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.

TÍTULO VIII
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR,
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DO JUIZ

Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter


a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a
força pública.
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou ad-
vogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça
ou perito;
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido
como testemunha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de
fato ou de direito, sobre a questão;

1281
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IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em li-


nha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente
interessado no feito.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os
juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recu-
sado por qualquer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo
a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o tercei-
ro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de
ser julgado por qualquer das partes;
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada
no processo.
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afi-
nidade cessará pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo
sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem des-
cendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro
ou enteado de quem for parte no processo.
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando
a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.

CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei n.


11.719, de 2008).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida


neste Código; e (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos
em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguí-
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles
se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e
aos impedimentos dos juízes.

CAPÍTULO III
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR

Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verda-


deiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa
a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou
da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a reti-
ficação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realiza-
do, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. (Vide ADPF 395)
(Vide ADPF 444)
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os re-
quisitos mencionados no art. 352, no que Ihe for aplicável.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será proces-
sado ou julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público
ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (In-
cluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.

1283
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz,


ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou
a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os
honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão
obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu
patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo
imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a
100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor
não puder comparecer. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audi-
ência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do
processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente
ou só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de man-
dato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os
parentes do juiz.

CAPÍTULO IV
DOS ASSISTENTES

Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como as-


sistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na
falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a
sentença e receberá a causa no estado em que se achar.

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Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assis-


tente do Ministério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do de-
bate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das
provas propostas pelo assistente.
§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do
assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos
da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente
comprovado.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão
do assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá re-
curso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

CAPÍTULO V
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA

Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos ser-


ventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.

CAPÍTULO VI
DOS PERITOS E INTÉRPRETES

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina


judiciária.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o en-
cargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.

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Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa,
provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos
prazos estabelecidos.
Art. 278. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, a
autoridade poderá determinar a sua condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I – os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns.
I e IV do art. 69 do Código Penal;
II – os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anterior-
mente sobre o objeto da perícia;
III – os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto
sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.403, DE 2011)

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplica-


das observando-se a: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a ins-
trução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de
infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do


fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativa-
mente. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medi-
da, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da
parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada
de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos
em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fun-
damentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justi-
fiquem essa medida excepcional. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas,
o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em
último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do
art. 312 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida
cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabí-
vel a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste
Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá
ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso con-
creto, de forma individualizada. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

1287
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Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por


ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em de-
corrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada
em julgado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infra-
ção a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena
privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, res-
peitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável
no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respecti-
vo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou
sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará
ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia,
hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro
exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencio-
nado em declaração, assinada por duas testemunhas.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresenta-
do ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência de
custódia. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

1288
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o man-
dado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assi-
nada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade compe-
tente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de
dia e hora.
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do
mandado, se este for o documento exibido.
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição
do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da preca-
tória o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o va-
lor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções ne-
cessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do man-
dado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
para essa finalidade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que
fora da competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções neces-
sárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que

1289
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a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na


forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cum-
primento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII
do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de
seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pes-
soa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no §
2º do art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do man-
dado de prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro mu-
nicípio ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde
o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois
de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remo-
ção do preso.
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o
tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha pas-
sado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure,
for no seu encalço.
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar
da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que
apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.

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Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que


o executor, fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime
a acompanhá-lo.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão
em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as
pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defen-
der-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito
também por duas testemunhas.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas du-
rante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e
durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de
puerpério imediato. (Redação dada pela Lei n. 13.434, de 2017)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu
entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entre-
gá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o
executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intima-
ção ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando
a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetua-
rá a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua
casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele
como for de direito.
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no
artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição
da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação
definitiva:
I – os ministros de Estado;

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II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefei-


to do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais,
os vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei n. 3.181, de
11.6.1957)
III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Na-
cional e das Assembleias Legislativas dos Estados;
IV – os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
VI – os magistrados;
VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII – os ministros de confissão religiosa;
IX – os ministros do Tribunal de Contas;
X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado,
salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício
daquela função;
XI – os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios,
ativos e inativos. (Redação dada pela Lei n. 5.126, de 20.9.1966)
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste
exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído
pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este
será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei
n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de ae-
ração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana.
(Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso co-
mum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)

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§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do


preso comum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhi-
dos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos
regulamentos.
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judi-
ciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários
às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do manda-
do original.
Art. 298. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial,
por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer
a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos
procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agen-


tes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;

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III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qual-
quer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou pa-
péis que façam presumir ser ele autor da infração.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante
delito enquanto não cessar a permanência.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas as-
sinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei n.
11.113, de 2005)
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou
de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para
isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder
fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas,
que tenham ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei n.
11.113, de 2005)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a infor-
mação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa desig-
nada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.

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Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão


comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o au-
tuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou
contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste
fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas teste-
munhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimen-
to do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a
prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois
de lavrado o auto de prisão em flagrante.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Pú-
blico, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas

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ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela


Lei n. 12.403, de 2011).
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organiza-
ção criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito,
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização
da audiência de custódia no prazo estabelecido no  caput deste artigo res-
ponderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo es-
tabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia
sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser rela-
xada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO III
DA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,


caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério

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Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade


policial. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da or-
dem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liber-
dade do imputado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de des-
cumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medi-
das cautelares (art. 282, § 4º). (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fun-
damentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou con-
temporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decreta-
ção da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença tran-
sitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente

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em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a ma-


nutenção da medida. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade
de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de
investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão pre-
ventiva será sempre motivada e fundamentada. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer ou-
tra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos
ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela in-
terlocutória, sentença ou acórdão, que: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra deci-
são; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

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V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identifi-


car seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julga-
mento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI  – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou prece-
dente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no
caso em julgamento ou a superação do entendimento. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevie-
rem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor
da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa)
dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão
ilegal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização
judicial. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quan-
do o agente for: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)
anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – gestante; (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)

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V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)
VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até
12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requi-
sitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída
por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018).
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser
efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas
previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).

CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela


Lei n. 12.403, de 2011).
I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas
pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada
pela Lei n. 12.403, de 2011).

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III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por


circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela perma-
necer distante; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV  – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando
o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputá-
vel ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VIII  – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o compa-
recimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou
em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às
autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, inti-

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mando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24


(vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão


preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados
os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
I – (revogado) (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz,
que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
I – nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
V – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormen-
te concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a
que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
II – em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão
preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder
nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
c) (revogada). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (qua-
tro) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da
pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá
ser: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III  – aumentada em até 1.000 (mil) vezes.  (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).

1303
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§ 2º (Revogado): (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).


I – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consi-
deração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pre-
gressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem
como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer
perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito
e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a
fiança será havida como quebrada.
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fian-
ça, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante,
ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar
àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro es-
pecial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em
todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de
fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por
quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notifi-
cados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que cons-
tará dos autos.
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de
dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, fede-
ral, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será
feita imediatamente por perito nomeado pela autoridade.

1304
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§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o


valor será determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos,
exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição
arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntan-
do-se aos autos os respectivos conhecimentos.
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de
pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da
autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina
este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder
a fiança a autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão
por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou po-
licial a quem tiver sido requisitada a prisão.
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independente-
mente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de
requerer o que julgar conveniente.
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado
a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da
fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples peti-
ção, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento
das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o
réu for condenado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescri-
ção depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sen-


tença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o
valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o dis-
posto no parágrafo único do art. 336 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cas-
sada em qualquer fase do processo.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência
de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipote-
cados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
III – quando for inovada a classificação do delito.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão,
quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada.
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do proces-
so; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV  – resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
V – praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou que-
brada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos

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Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de


metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras
medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, con-
denado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena
definitivamente imposta. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas
e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo
penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas
no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenci-
ário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a
quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu
estiver obrigado.
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de
hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministé-
rio Público.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o
juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o
às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medi-
das cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer
das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art.
282 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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TÍTULO X
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES

CAPÍTULO I
DAS CITAÇÕES

Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no


território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.
Art. 352. O mandado de citação indicará:
I – o nome do juiz;
II – o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;
IV – a residência do réu, se for conhecida;
V – o fim para que é feita a citação;
VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz pro-
cessante, será citado mediante precatória.
Art. 354. A precatória indicará:
I – o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II – a sede da jurisdição de um e de outro;
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;
IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independente-
mente de traslado, depois de lançado o “cumpra-se” e de feita a citação por
mandado do juiz deprecado.
§ 1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de
outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da dili-
gência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.
§ 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser cita-
do, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362.

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Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os re-


quisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, de-
pois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
I – leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na
qual se mencionarão dia e hora da citação;
II – declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua acei-
tação ou recusa.
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respec-
tivo serviço.
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo,
como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo
de 15 (quinze) dias.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de
justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado
não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a
citação do acusado. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).


§ 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o
processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código. (Inclu-
ído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será fixado pelo juiz
entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no
caso de no II, o prazo será de trinta dias.
Art. 365. O edital de citação indicará:
I – o nome do juiz que a determinar;
II – o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característi-
cos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;
III – o fim para que é feita a citação;
IV – o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;
V – o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa,
se houver, ou da sua afixação.
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar
o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser
certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar
do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a
data da publicação.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem consti-
tuir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto
no art. 312. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou
intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo

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justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo en-


dereço ao juízo. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado
mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até
o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estran-
geiras serão efetuadas mediante carta rogatória. (Redação dada pela Lei n.
9.271, de 17.4.1996)

CAPÍTULO II
DAS INTIMAÇÕES

Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pes-


soas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no
que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. (Redação dada pela Lei n.
9.271, de 17.4.1996)
§ 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e
do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos
atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusa-
do. (Incluído Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca,
a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal
com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. (Re-
dação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que
alude o § 1º. (Incluído pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pesso-
al. (Incluído pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for
requerida, observado o disposto no art. 357.

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Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz mar-


cará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu
prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

LIVRO II
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE

TÍTULO II
DOS PROCESSOS ESPECIAIS

CAPÍTULO II
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo


processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a de-
núncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a
existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de
apresentação de qualquer dessas provas.
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devi-
da forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se
achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar.
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido
para a resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser exa-
minados pelo acusado ou por seu defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e jus-
tificações.

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Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamen-


tado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexis-
tência do crime ou da improcedência da ação.
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na for-
ma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, obser-
var-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.

LIVRO III
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL

TÍTULO I
DAS NULIDADES

Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar


prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
I – por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
II – por ilegitimidade de parte;
III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contra-
venções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalva-
do o disposto no Art. 167;
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausen-
te, e de curador ao menor de 21 anos;
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele
intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime
de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando
presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;

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f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com


o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri,
quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade,
nos termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua
incomunicabilidade;
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
m) a sentença;
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sen-
tenças e despachos de que caiba recurso;
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum le-
gal para o julgamento;
IV – por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
V – em decorrência de decisão carente de fundamentação. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos
ou das suas respostas, e contradição entre estas. (Incluído pela Lei n. 263,
de 23.2.1948)
Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado
causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja obser-
vância só à parte contrária interesse.
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver
influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

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Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios,


devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz
competente.
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá
ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou,
nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em
flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação
estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consu-
mar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz orde-
nará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a
irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas:
I  – as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos
prazos a que se refere o art. 406;
II – as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular
e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro
II, nos prazos a que se refere o art. 500;
III – as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se
verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoa-
das as partes;
IV – as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo
depois de aberta a audiência;
V – as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o
julgamento e apregoadas as partes (art. 447);
VI  – as de instrução criminal dos processos de competência do Supre-
mo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere
o art. 500;

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VII – se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de


recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas
as partes;
VIII – as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribu-
nal, logo depois de ocorrerem.
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda par-
te, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:
I – se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto
no artigo anterior;
II – se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III – se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos ar-
tigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que
dele diretamente dependam ou sejam consequência.
§ 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.

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LEI N. 13.505, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2017

Acrescenta dispositivos à Lei n. 11.340,


de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da
Penha), para dispor sobre o direito
da mulher em situação de violência
Mensagem de veto
doméstica e familiar de ter atendimento
policial e pericial especializado, ininter-
rupto e prestado, preferencialmente,
por servidores do sexo feminino.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o direito da mulher em situação de violên-
cia doméstica e familiar de ter atendimento policial e pericial especializado,
ininterrupto e prestado, preferencialmente, por servidores do sexo feminino.
Art. 2º A Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) ,
passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 10-A, 12-A e 12-B:
“ Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e fami-
liar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados.
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar
ou de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a
mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:
I – salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente,
considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência do-
méstica e familiar;
II – garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de
violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto
com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas;

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III – não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre


o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como ques-
tionamentos sobre a vida privada.
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar
ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencial-
mente, o seguinte procedimento:
I – a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse
fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher
em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
gravidade da violência sofrida;
II – quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional
especializado em violência doméstica e familiar designado pela autoridade
judiciária ou policial;
III – o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, de-
vendo a degravação e a mídia integrar o inquérito.”
“ Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políti-
cas e planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos
de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investiga-
ção das violências graves contra a mulher.”
“ Art. 12-B. (VETADO).
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO.
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessá-
rios à defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de
seus dependentes.”
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

1318
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Brasília, 8 de novembro de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

MICHEL TEMER
Torquato Jardim
Antonio Imbassahy

Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.11.2017


*

1319
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 13.894, DE 29 DE OUTUBRO DE 2019

Altera a Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006


(Lei Maria da Penha), para prever a compe-
tência dos Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher para a ação de divór-
cio, separação, anulação de casamento ou dis-
solução de união estável nos casos de violên-
cia e para tornar obrigatória a informação às
vítimas acerca da possibilidade de os serviços
de assistência judiciária ajuizarem as ações
mencionadas; e altera a Lei n. 13.105, de 16
Mensagem de veto de março de 2015 (Código de Processo Civil),
Promulgação partes vetadas para prever a competência do foro do domi-
cílio da vítima de violência doméstica e fami-
liar para a ação de divórcio, separação judicial,
anulação de casamento e reconhecimento da
união estável a ser dissolvida, para determinar
a intervenção obrigatória do Ministério Público
nas ações de família em que figure como parte
vítima de violência doméstica e familiar, e para
estabelecer a prioridade de tramitação dos
procedimentos judiciais em que figure como
parte vítima de violência doméstica e familiar.

O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRE-


SIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha),
passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 9º...........................................................................................
.............................
.....................................................................................................
.......................................
§ 2º................................................................................................
.............................

1320
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

.....................................................................................................
.......................................
III – encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclu-
sive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio,
de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo
competente.
.....................................................................................................
..............................” (NR)
“Art. 11...........................................................................................
............................
.....................................................................................................
......................................
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamen-
to perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de
anulação de casamento ou de dissolução de união estável.” (NR)
“Art. 14-A. (VETADO).
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).”
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dis-
solução de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher. Promulgação partes vetadas
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Fa-
miliar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens.
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuiza-
mento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá
preferência no juízo onde estiver.
“Art. 18...........................................................................................
..........................
.....................................................................................................

1321
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência


judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separa-
ção judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união
estável perante o juízo competente;
.....................................................................................................
.............................” (NR)
Art. 2º A Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Ci-
vil), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 53...........................................................................................
...........................
I – d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos
da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha);
.....................................................................................................
.............................” (NR)
“Art. 698.........................................................................................
............................
Parágrafo único. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas
ações de família em que figure como parte vítima de violência doméstica e
familiar, nos termos da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da
Penha).” (NR)
“Art. 1.048......................................................................................
............................
.....................................................................................................
......................................
III – em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar,
nos termos da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
.....................................................................................................
..............................” (NR)
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

1322
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Brasília, 29 de outubro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.

ANTÔNIO HAMILTON MARTINS MOURÃO


Sérgio Moro
Damares Regina Alves

Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.10.2019

1323
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 13.894, DE 29 DE 0UTUBRO DE 2019

Altera a Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha),


para prever a competência dos Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher para a ação de divórcio, separação, anulação
de casamento ou dissolução de união estável nos casos de violência
e para tornar obrigatória a informação às vítimas acerca da possibili-
dade de os serviços de assistência judiciária ajuizarem as ações men-
cionadas; e altera a Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
de Processo Civil), para prever a competência do foro do domicílio
da vítima de violência doméstica e familiar para a ação de divórcio,
separação judicial, anulação de casamento e reconhecimento da união
estável a ser dissolvida, para determinar a intervenção obrigatória
do Ministério Público nas ações de família em que figure como parte
vítima de violência doméstica e familiar, e para estabelecer a priori-
dade de tramitação dos procedimentos judiciais em que figure como
parte vítima de violência doméstica e familiar.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de-


creta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5º do art. 66 da Constituição Fe-
deral, as seguintes partes vetadas da Lei n. 13.894, de 29 de outubro de 2019:
“Art. 1º A Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha),
passa a vigorar com as seguintes alterações:
‘Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução
de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Fa-
miliar contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens.
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuiza-
mento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá
preferência no juízo onde estiver.’”

Brasília, 10 de dezembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

Este texto não substitui o publicado no DOU de 11.12.2019*

1324
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 14.188, DE 28 DE JULHO DE 2021

Define o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violên-


cia Doméstica como uma das medidas de enfrentamento da violência
doméstica e familiar contra a mulher previstas na Lei n. 11.340, de 7
de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), e no Decreto-Lei n. 2.848, de
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), em todo o território nacional;
e altera o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), para modificar a modalidade da pena da lesão corporal simples
cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e
para criar o tipo penal de violência psicológica contra a mulher.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei define o programa de cooperação Sinal Vermelho contra
a Violência Doméstica como uma das medidas de enfrentamento da violência
doméstica e familiar contra a mulher previstas na Lei n. 11.340, de 7 de agos-
to de 2006 (Lei Maria da Penha), e no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal), altera a modalidade da pena da lesão corporal sim-
ples cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e cria
o tipo penal de violência psicológica contra a mulher.
Art. 2º Fica autorizada a integração entre o Poder Executivo, o Poder Ju-
diciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, os órgãos de segurança
pública e as entidades privadas, para a promoção e a realização do programa
Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica como medida de ajuda à mulher
vítima de violência doméstica e familiar, conforme os incisos I, V e VII do
caput do art. 8º da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006.
Parágrafo único. Os órgãos mencionados no caput deste artigo deverão
estabelecer um canal de comunicação imediata com as entidades privadas de
todo o País participantes do programa, a fim de viabilizar assistência e segu-
rança à vítima, a partir do momento em que houver sido efetuada a denúncia
por meio do código “sinal em formato de X”, preferencialmente feito na mão
e na cor vermelha.

1325
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 3º A identificação do código referido no parágrafo único do art. 2º


desta Lei poderá ser feita pela vítima pessoalmente em repartições públicas e
entidades privadas de todo o País e, para isso, deverão ser realizadas campa-
nha informativa e capacitação permanente dos profissionais pertencentes ao
programa, conforme dispõe o inciso VII do caput do art. 8º da Lei n. 11.340,
de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para encaminhamento da víti-
ma ao atendimento especializado na localidade.
Art. 4º O Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129.........................................................................................
.....................................................................................................
§ 13 Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do
sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).” (NR)
“Violência psicológica contra a mulher
Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe
seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde
psicológica e autodeterminação:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta
não constitui crime mais grave.”
Art. 5º O caput do art. 12-C da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
Maria da Penha), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à in-
tegridade física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica
e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado
do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
...........................................................................................” (NR)
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

1326
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Brasília, 28 de julho de 2021; 200º da Independência e 133º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO


Damares Regina Alves

Este texto não substitui o publicado no DOU de 29.7.2021*

1327
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 12.037, DE 1 DE OUTUBRO DE 2009

Dispõe sobre a identificação criminal


Constituição Federal, art. 5º, inciso LVIII do civilmente identificado, regulamen-
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) tando o art. 5º, inciso LVIII, da Cons-
tituição Federal.

O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRE-


SIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação crimi-
nal, salvo nos casos previstos nesta Lei.
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes do-
cumentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho; (Revogado pela Medida Provisória n. 905, de 2019)
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos docu-
mentos de identificação civis os documentos de identificação militares.
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer
identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente
o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informa-
ções conflitantes entre si;

1328
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo


despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou me-
diante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes
qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da
expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação
dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser jun-
tadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que con-
sideradas insuficientes para identificar o indiciado.
Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autorida-
de encarregada tomará as providências necessárias para evitar o constrangi-
mento do identificado.
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o foto-
gráfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante,
ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3º, a identificação cri-
minal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil
genético. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser
armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade
oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis
genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pes-
soas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas consti-
tucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados
genéticos. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)

1329
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão


caráter sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele que
permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei
ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 3º As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos
deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devida-
mente habilitado. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em ates-
tados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal,
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou
absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo
do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da iden-
tificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de
sua identificação civil.
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá
no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito. (Incluído
pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá:
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – no caso de absolvição do acusado; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após
decorridos 20 (vinte) anos do cumprimento da pena. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco
de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executi-
vo. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 7º-C. Fica autorizada a criação, no Ministério da Justiça e Segurança
Pública, do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluí-
do pela Lei n. 13.964, de 2019)

1330
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico


e de Impressões Digitais serão regulamentados em ato do Poder Executivo
federal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais tem como
objetivo armazenar dados de registros biométricos, de impressões digitais
e, quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais
federais, estaduais ou distritais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será inte-
grado pelos registros biométricos, de impressões digitais, de íris, face e voz
colhidos em investigações criminais ou por ocasião da identificação criminal.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Poderão ser colhidos os registros biométricos, de impressões digi-
tais, de íris, face e voz dos presos provisórios ou definitivos quando não tive-
rem sido extraídos por ocasião da identificação criminal. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 5º Poderão integrar o Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões
Digitais, ou com ele interoperar, os dados de registros constantes em quais-
quer bancos de dados geridos por órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário das esferas federal, estadual e distrital, inclusive pelo Tribunal
Superior Eleitoral e pelos Institutos de Identificação Civil. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 6º No caso de bancos de dados de identificação de natureza civil, ad-
ministrativa ou eleitoral, a integração ou o compartilhamento dos registros
do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será limitado às
impressões digitais e às informações necessárias para identificação do seu
titular. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º A integração ou a interoperação dos dados de registros multibiométri-
cos constantes de outros bancos de dados com o Banco Nacional Multibiomé-
trico e de Impressões Digitais ocorrerá por meio de acordo ou convênio com
a unidade gestora. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1331
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 8º Os dados constantes do Banco Nacional Multibiométrico e de Impres-


sões Digitais terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua uti-
lização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial respon-
derá civil, penal e administrativamente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º As informações obtidas a partir da coincidência de registros biométri-
cos relacionados a crimes deverão ser consignadas em laudo pericial firmado
por perito oficial habilitado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 10. É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do
Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 11. A autoridade policial e o Ministério Público poderão requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito ou ação penal instaurados, o acesso ao
Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º Revoga-se a Lei n. 10.054, de 7 de dezembro de 2000.

Brasília, 1º de outubro de 2009; 188º da Independência e 121º da República.

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA


Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Este texto não substitui o publicado no DOU de 2.10.2009

1332
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 12.654, DE 28 DE MAIO DE 2012

Altera as Leis n.s 12.037, de 1º de outubro


de 2009, e 7.210, de 11 de julho de 1984 -
Vigência Lei de Execução Penal, para prever a coleta
de perfil genético como forma de identifica-
ção criminal, e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O art. 5º da Lei n. 12.037, de 1º de outubro de 2009, passa a vi-
gorar acrescido do seguinte parágrafo único:
“Art. 5º.......................................................................
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3º, a identificação cri-
minal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil
genético.” (NR)
Art. 2º A Lei n. 12.037, de 1º de outubro de 2009, passa a vigorar acres-
cida dos seguintes artigos:
“Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser
armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade
oficial de perícia criminal.
§ 1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis
genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pes-
soas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas consti-
tucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados
genéticos.
§ 2º Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão
caráter sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele que
permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei
ou em decisão judicial.

1333
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 3º As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos


deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devida-
mente habilitado.”
“Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá
no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito.”
“Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de
dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.”
Art. 3º A Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de Execução Penal,
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 9º-A:
“Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violên-
cia de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no
art. 1º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigato-
riamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido
desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de da-
dos sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de
identificação de perfil genético.”
Art. 4º Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias
da data de sua publicação.

Brasília, 28 de maio de 2012; 191º da Independência e 124º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Luiz Inácio Lucena Adams

Este texto não substitui o publicado no DOU de 29.5.2012

1334
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 13.245, DE 12 DE JANEIRO DE 2016

Altera o art. 7º da Lei n. 8.906, de 4 de


Mensagem de veto julho de 1994 (Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil).

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O art. 7º da Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da Or-
dem dos Advogados do Brasil) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 7º.........................................................................
.............................................................................................
XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir inves-
tigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autorida-
de, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;
.............................................................................................
XXI – assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações,
sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no
curso da respectiva apuração:
a) apresentar razões e quesitos;
b) (VETADO).
............................................................................................
§ 10 Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração
para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV.
§ 11 No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá deli-
mitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências
em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de
comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.

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Inspetor de Polícia

§ 12 A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o forneci-


mento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a reti-
rada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabiliza-
ção criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir
o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem
prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao
juiz competente.” (NR).
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 12 de janeiro de 2016; 195º da Independência e 128º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.1.2016*

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LEI N. 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019


Mensagem de veto
Vigência
Aperfeiçoa a legislação penal e processual penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei aperfeiçoa a legislação penal e processual penal.
Art. 2º O Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 25...........................................................................................
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste arti-
go, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública
que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a
prática de crimes.” (NR)
“Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será
executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de va-
lor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive
no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
.............................................................................................. (NR)
“Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não
pode ser superior a 40 (quarenta) anos.
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja
soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para
atender ao limite máximo deste artigo.
.............................................................................................. (NR)
“Art. 83...........................................................................................
.....................................................................................................
III – comprovado:
a) bom comportamento durante a execução da pena;
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;

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c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e


d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
.............................................................................................. (NR)
“Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine
pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a
perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à dife-
rença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível
com o seu rendimento lícito.
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por
patrimônio do condenado todos os bens:
I – de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o
benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posterior-
mente; e
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação
irrisória, a partir do início da atividade criminal.
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade
ou a procedência lícita do patrimônio.
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente
pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indica-
ção da diferença apurada.
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença
apurada e especificar os bens cuja perda for decretada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações
criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do
Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não po-
nham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem
ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes.”
“Art. 116.........................................................................................
.....................................................................................................
II – enquanto o agente cumpre pena no exterior;

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III – na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribu-


nais Superiores, quando inadmissíveis; e
IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecu-
ção penal.
............................................................................................” (NR)
“Art. 121.........................................................................................
.....................................................................................................
§ 2º................................................................................................
.....................................................................................................
VIII – (VETADO):
.............................................................................................” (NR)
“Art. 141.........................................................................................
§ 1º................................................................................................
§ 2º (VETADO).” (NR)
“Art. 157.........................................................................................
......................................................................................................
§ 2º................................................................................................
.....................................................................................................
VII – se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca;
.....................................................................................................
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de
arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo.
............................................................................................”(NR)
“Art. 171.......................................................................................
......................................................................................................
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
I – a Administração Pública, direta ou indireta;
II – criança ou adolescente;

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III – pessoa com deficiência mental; ou


IV – maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.” (NR)
“Art. 316.........................................................................................
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.” (NR)
Art. 3º O Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Pro-
cesso Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Juiz das Garantias
‘Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciati-
va do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do
órgão de acusação.’
‘Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade
da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja fran-
quia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competin-
do-lhe especialmente:
I – receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII
do caput do art. 5º da Constituição Federal;
II – receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da
prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código;
III – zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que
este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo;
IV – ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
V – decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida
cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo;
VI – prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como
substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do con-
traditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou
em legislação especial pertinente;
VII – decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas con-
sideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
defesa em audiência pública e oral;

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VIII – prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado


preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado
o disposto no § 2º deste artigo;
IX  – determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver
fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento;
X – requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia
sobre o andamento da investigação;
XI – decidir sobre os requerimentos de:
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de in-
formática e telemática ou de outras formas de comunicação;
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico;
c) busca e apreensão domiciliar;
d) acesso a informações sigilosas;
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamen-
tais do investigado;
XII – julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da de-
núncia;
XIII – determinar a instauração de incidente de insanidade mental;
XIV – decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do
art. 399 deste Código;
XV – assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outor-
gado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos infor-
mativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que
concerne, estritamente, às diligências em andamento;
XVI – deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar
a produção da perícia;
XVII – decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal
ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação;
XVIII – outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste
artigo.

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§ 1º (VETADO).
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante re-
presentação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma
única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda
assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.’
‘Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações
penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da
denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código.
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decidi-
das pelo juiz da instrução e julgamento.
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz
da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa,
deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo
máximo de 10 (dez) dias.
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das ga-
rantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministé-
rio Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo envia-
dos ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos
às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de
provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado.
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na
secretaria do juízo das garantias.’
‘Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato in-
cluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de
funcionar no processo.
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tri-
bunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às
disposições deste Capítulo.’

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‘Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de or-
ganização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando
critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.’
‘Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das re-
gras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa sub-
metida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal.
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disci-
plinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre
a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e
respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmi-
tidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à
informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão.’”
“Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dis-
postas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em
inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos ex-
trajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da
força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tenta-
da, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá
ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento
da citação.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de
nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela in-
vestigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado
à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, indique defensor para a representação do investigado.
§ 3º (VETADO).

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§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores mi-
litares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Fede-
ral, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia
da Lei e da Ordem.”
“Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará
os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na
forma da lei.
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arqui-
vamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebi-
mento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competen-
te do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da
União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial
poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representa-
ção judicial.” (NR)
“Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confes-
sado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência
ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário
e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes
condições ajustadas cumulativa e alternativamente:
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade
de fazê-lo;
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério
Público como instrumentos, produto ou proveito do crime;

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III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período


correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois
terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a enti-
dade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução,
que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou
semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério
Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere
o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição
aplicáveis ao caso concreto.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais
Criminais, nos termos da lei;
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios
que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se
insignificantes as infrações penais pretéritas;
III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao come-
timento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou
suspensão condicional do processo; e
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar,
ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em
favor do agressor.
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será
firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.

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§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será reali-


zada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio
da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade.
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as con-
dições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao
Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com con-
cordância do investigado e seu defensor.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz
devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante
o juízo de execução penal.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o
§ 5º deste artigo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Pú-
blico para a análise da necessidade de complementação das investigações ou
o oferecimento da denúncia.
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução
penal e de seu descumprimento.
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de
não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para
fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia.
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo inves-
tigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa
para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal
não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins pre-
vistos no inciso III do § 2º deste artigo.
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo
competente decretará a extinção de punibilidade.

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§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acor-


do de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos
autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.”
“Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas
serão alienadas nos termos do disposto no art. 133 deste Código.
Parágrafo único. (Revogado).” (NR)
“Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou
de outros bens de relevante valor cultural ou artístico, se o crime não tiver
vítima determinada, poderá haver destinação dos bens a museus públicos.”
“Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a
requerimento do interessado ou do Ministério Público, determinará a avaliação e a
venda dos bens em leilão público cujo perdimento tenha sido decretado.
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não
couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacio-
nal, exceto se houver previsão diversa em lei especial.” (NR)
“Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a
utilização de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida as-
securatória pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Cons-
tituição Federal, do sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força
Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o desem-
penho de suas atividades.
§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação
ou repressão da infração penal que ensejou a constrição do bem terá priori-
dade na sua utilização.
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz
poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos.
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação
ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro
e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento

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em favor do órgão público beneficiário, o qual estará isento do pagamento de


multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua
utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável.
§ 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decre-
tação de perdimento dos bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de
boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva da propriedade ao
órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o bem.”
“Art. 157.........................................................................................
.....................................................................................................
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não
poderá proferir a sentença ou acórdão.” (NR)

CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL

.....................................................................................................
‘Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os pro-
cedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse
e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de
crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a
existência de vestígio.
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial inte-
resse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação.
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constata-
do ou recolhido, que se relaciona à infração penal.’
‘Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio
nas seguintes etapas:

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I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial in-


teresse para a produção da prova pericial;
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo
isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios
e local de crime;
III – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local
de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser
ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descri-
ção no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise peri-
cial, respeitando suas características e natureza;
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio cole-
tado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data,
hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, uti-
lizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre
outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais,
bem como o controle de sua posse;
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que
deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de
procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome
de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame,
tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de
acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas
e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formaliza-
do em laudo produzido por perito;
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições
adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de con-

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traperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo


correspondente;
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando
a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial.’
‘Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente
por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de cus-
tódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complementares.
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem
ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial
de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento.
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de
quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito
responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização.’
‘Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determi-
nado pela natureza do material.
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração
individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestí-
gio durante o transporte.
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas caracte-
rísticas, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequa-
do e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo.
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à aná-
lise e, motivadamente, por pessoa autorizada.
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de
acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o
local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado.
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente.’
‘Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central
de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser
vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal.

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§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com


local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, pos-
sibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser
um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas
características do vestígio.
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser
protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito
que a eles se relacionam.
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deve-
rão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso.
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações
deverão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela
tramitação, a destinação, a data e horário da ação.’
‘Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à
central de custódia, devendo nela permanecer.
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou con-
dições de armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou
judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local
diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial
de natureza criminal.’
.....................................................................................................
“Art. 282.........................................................................................
.....................................................................................................
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medi-
da, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação
da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompa-
nhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os

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autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados


e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que
justifiquem essa medida excepcional.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas,
o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em
último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do
art. 312 deste Código.
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida
cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabí-
vel a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste
Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá
ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso con-
creto, de forma individualizada.” (NR)
“Art. 283.  Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em de-
corrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada
em julgado.
..............................................................................................”(NR)
“Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresenta-
do ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência de
custódia.” (NR)
“Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Públi-
co, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:

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.....................................................................................................
§ 1º  Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organiza-
ção criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito,
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização
da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo respon-
derá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo es-
tabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia
sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser rela-
xada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva.” (NR)
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério
Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
policial.” (NR)
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da or-
dem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de li-
berdade do imputado.
§ 1º ...............................................................................................

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§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fun-


damentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou con-
temporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.” (NR)
“Art. 313.........................................................................................
§ 1º ...............................................................................................
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade
de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de
investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.” (NR)
“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventi-
va será sempre motivada e fundamentada.
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer ou-
tra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos
ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identifi-
car seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julga-
mento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.” (NR)
“Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de

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motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevie-
rem razões que a justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor
da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa)
dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão
ilegal.” (NR)
“Art. 492.........................................................................................
I – e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que
se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de
condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão,
determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de
prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem
a ser interpostos;
.....................................................................................................
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução
provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo,
se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o
julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação.
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri
a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito
suspensivo.
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à ape-
lação de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente
que o recurso:
I – não tem propósito meramente protelatório; e
II – levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anula-
ção da sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior
a 15 (quinze) anos de reclusão.
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito inciden-
temente na apelação ou por meio de petição em separado dirigida direta-

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mente ao relator, instruída com cópias da sentença condenatória, das razões


da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais
peças necessárias à compreensão da controvérsia.” (NR)
“Art. 564.........................................................................................
.....................................................................................................
V – em decorrência de decisão carente de fundamentação.
.............................................................................................” (NR)
“Art. 581.........................................................................................
.....................................................................................................
XXV – que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução
penal, previsto no art. 28-A desta Lei.” (NR)
“Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial serão processados
e julgados no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça na
forma estabelecida por leis especiais, pela lei processual civil e pelos respec-
tivos regimentos internos.” (NR)
Art. 4º A Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal),
passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 9º-A. (VETADO).
.....................................................................................................
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de prote-
ção de dados genéticos, observando as melhores práticas da genética forense.
.....................................................................................................
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus
dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a todos os do-
cumentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa
ser contraditado pela defesa.
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não
tiver sido submetido à identificação do perfil genético por ocasião do ingresso
no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento durante
o cumprimento da pena.

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§ 5º (VETADO).
§ 6º (VETADO).
§ 7º (VETADO).
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao pro-
cedimento de identificação do perfil genético.” (NR)
“Art. 50...........................................................................................
......................................................................................................
VIII – recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético.
.............................................................................................” (NR)
“Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e,
quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso
provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção pe-
nal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
I – duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da
sanção por nova falta grave de mesma espécie;
II – recolhimento em cela individual;
III – visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas
em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de ob-
jetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente,
com duração de 2 (duas) horas;
IV – direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho
de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com
presos do mesmo grupo criminoso;
V – entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor,
em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de ob-
jetos, salvo expressa autorização judicial em contrário;
VI – fiscalização do conteúdo da correspondência;
VII  – participação em audiências judiciais preferencialmente por video-
conferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente
do preso.

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§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos


provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros:
I – que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabeleci-
mento penal ou da sociedade;
II – sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou partici-
pação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou
milícia privada, independentemente da prática de falta grave.
§ 2º (Revogado).
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação cri-
minosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar diferen-
ciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal.
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferen-
ciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano,
existindo indícios de que o preso:
I – continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do esta-
belecimento penal de origem ou da sociedade;
II  – mantém os vínculos com organização criminosa, associação crimi-
nosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função
desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo,
a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento
penitenciário.
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar dife-
renciado deverá contar com alta segurança interna e externa, principalmente
no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do preso com membros
de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de
grupos rivais.
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada
em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscali-
zada por agente penitenciário.

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§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o


preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo po-
derá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com
uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.” (NR)
“Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progres-
siva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo
juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
I – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o cri-
me tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime
cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o
crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;
IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em cri-
me cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;
V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela
prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário;
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resulta-
do morte, se for primário, vedado o livramento condicional;
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organiza-
ção criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na
prática de crime hediondo ou equiparado;
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em
crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento
condicional.

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§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime


se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabeleci-
mento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre
motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor,
procedimento que também será adotado na concessão de livramento con-
dicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes.
.............................................................................................
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo,
o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343, de
23 de agosto de 2006.
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa
de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime
de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
objetivo terá como base a pena remanescente.
§ 7º (VETADO).” (NR)
“Art. 122.........................................................................................
§ 1º ...................................................................................................
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste
artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resul-
tado morte.” (NR)
Art. 5º O art. 1º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
“Art. 1º...........................................................................................
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
(art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII);
.....................................................................................................
II – roubo:

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a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º,


inciso V);
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I)
ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência
de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º);
.....................................................................................................
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo
que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A).
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consu-
mados:
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de
1º de outubro de 1956;
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, pre-
visto no art. 16 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da
Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou muni-
ção, previsto no art. 18 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de
crime hediondo ou equiparado.” (NR)
Art. 6º A Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 17...........................................................................................
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de
não persecução cível, nos termos desta Lei.
......................................................................................................

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§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes


requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não
superior a 90 (noventa) dias.
...........................................................................................” (NR)
“Art. 17-A. (VETADO):
I – (VETADO);
II – (VETADO);
III – (VETADO).
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).”
Art. 7º A Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar acrescida
dos seguintes arts. 8º-A e 10-A:
“Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada
pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a
captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:
I – a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente
eficazes; e
II – houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em
infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos
ou em infrações penais conexas.
§ 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a
forma de instalação do dispositivo de captação ambiental.
§ 2º (VETADO).
§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze)
dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a
indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada.

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§ 4º (VETADO).
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previs-
tas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática.”
“Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, óp-
ticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização
judicial, quando esta for exigida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores.
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir
determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental
ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial.”
Art. 8º O art. 1º da Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998, passa a vigorar
acrescido do seguinte § 6º:
“Art. 1º...........................................................................................
.....................................................................................................
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utili-
zação da ação controlada e da infiltração de agentes.” (NR)
Art. 9º A Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003, passa a vigorar com
as seguintes alterações:
“Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, man-
ter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
.....................................................................................................
§ 1º ...............................................................................................
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem
arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
anos.” (NR)
“Art. 17...........................................................................................
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.

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§ 1º ...............................................................................................
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, aces-
sório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação le-
gal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elemen-
tos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.” (NR)
“Art. 18...........................................................................................
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de
fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da
autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes ele-
mentos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.” (NR)
“Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é au-
mentada da metade se:
I – forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos
arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou
II – o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.” (NR)
“Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão
armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos.
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar
armas de fogo e armazenar características de classe e individualizadoras de
projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo.
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros
de elementos de munição deflagrados por armas de fogo relacionados a cri-
mes, para subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais, esta-
duais e distritais.
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial
de perícia criminal.
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão
caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins

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diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal
e administrativamente.
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do
Banco Nacional de Perfis Balísticos.
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísti-
cos serão regulamentados em ato do Poder Executivo federal.”
Art. 10. O § 1º do art. 33 da Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006,
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 33...........................................................................................
§ 1º................................................................................................
.....................................................................................................
IV – vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto quími-
co destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com
a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.
.............................................................................................” (NR)
Art. 11. A Lei n. 11.671, de 8 de maio de 2008, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 2º...........................................................................................
Parágrafo único. O juízo federal de execução penal será competente para
as ações de natureza penal que tenham por objeto fatos ou incidentes relacio-
nados à execução da pena ou infrações penais ocorridas no estabelecimento
penal federal.” (NR)
“Art. 3º Serão incluídos em estabelecimentos penais federais de seguran-
ça máxima aqueles para quem a medida se justifique no interesse da segu-
rança pública ou do próprio preso, condenado ou provisório.
§ 1º A inclusão em estabelecimento penal federal de segurança máxima,
no atendimento do interesse da segurança pública, será em regime fechado
de segurança máxima, com as seguintes características:
I – recolhimento em cela individual;

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II – visita do cônjuge, do companheiro, de parentes e de amigos somente


em dias determinados, por meio virtual ou no parlatório, com o máximo de
2 (duas) pessoas por vez, além de eventuais crianças, separados por vidro e
comunicação por meio de interfone, com filmagem e gravações;
III – banho de sol de até 2 (duas) horas diárias; e
IV – monitoramento de todos os meios de comunicação, inclusive de cor-
respondência escrita.
§ 2º Os estabelecimentos penais federais de segurança máxima deverão
dispor de monitoramento de áudio e vídeo no parlatório e nas áreas comuns,
para fins de preservação da ordem interna e da segurança pública, vedado
seu uso nas celas e no atendimento advocatício, salvo expressa autorização
judicial em contrário.
§ 3º As gravações das visitas não poderão ser utilizadas como meio de
prova de infrações penais pretéritas ao ingresso do preso no estabelecimento.
§ 4º Os diretores dos estabelecimentos penais federais de segurança má-
xima ou o Diretor do Sistema Penitenciário Federal poderão suspender e res-
tringir o direito de visitas previsto no inciso II do § 1º deste artigo por meio
de ato fundamentado.
§ 5º Configura o crime do art. 325 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezem-
bro de 1940 (Código Penal), a violação ao disposto no § 2º deste artigo.” (NR)
“Art. 10...........................................................................................§
1º O período de permanência será de até 3 (três) anos, renovável por iguais
períodos, quando solicitado motivadamente pelo juízo de origem, observados
os requisitos da transferência, e se persistirem os motivos que a determinaram.
............................................................................................” (NR)
“Art. 11-A. As decisões relativas à transferência ou à prorrogação da per-
manência do preso em estabelecimento penal federal de segurança máxima,
à concessão ou à denegação de benefícios prisionais ou à imposição de san-
ções ao preso federal poderão ser tomadas por órgão colegiado de juízes, na
forma das normas de organização interna dos tribunais.”

1366
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“Art. 11-B. Os Estados e o Distrito Federal poderão construir estabeleci-


mentos penais de segurança máxima, ou adaptar os já existentes, aos quais
será aplicável, no que couber, o disposto nesta Lei.”
Art. 12. A Lei n. 12.037, de 1º de outubro de 2009, passa a vigorar com
as seguintes alterações:
“Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá:
I – no caso de absolvição do acusado; ou
II – no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após
decorridos 20 (vinte) anos do cumprimento da pena.” (NR)
“Art. 7º-C. Fica autorizada a criação, no Ministério da Justiça e Segurança
Pública, do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais.
§ 1º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico e de
Impressões Digitais serão regulamentados em ato do Poder Executivo federal.
§ 2º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais tem como
objetivo armazenar dados de registros biométricos, de impressões digitais
e, quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais
federais, estaduais ou distritais.
§ 3º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será inte-
grado pelos registros biométricos, de impressões digitais, de íris, face e voz
colhidos em investigações criminais ou por ocasião da identificação criminal.
§ 4º Poderão ser colhidos os registros biométricos, de impressões digitais,
de íris, face e voz dos presos provisórios ou definitivos quando não tiverem
sido extraídos por ocasião da identificação criminal.
§ 5º Poderão integrar o Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões
Digitais, ou com ele interoperar, os dados de registros constantes em quais-
quer bancos de dados geridos por órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário das esferas federal, estadual e distrital, inclusive pelo Tribunal
Superior Eleitoral e pelos Institutos de Identificação Civil.
§ 6º No caso de bancos de dados de identificação de natureza civil, adminis-
trativa ou eleitoral, a integração ou o compartilhamento dos registros do Banco

1367
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Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será limitado às impressões


digitais e às informações necessárias para identificação do seu titular.
§ 7º A integração ou a interoperação dos dados de registros multibiomé-
tricos constantes de outros bancos de dados com o Banco Nacional Multibio-
métrico e de Impressões Digitais ocorrerá por meio de acordo ou convênio
com a unidade gestora.
§ 8º Os dados constantes do Banco Nacional Multibiométrico e de Impres-
sões Digitais terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua
utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial
responderá civil, penal e administrativamente.
§ 9º As informações obtidas a partir da coincidência de registros biométri-
cos relacionados a crimes deverão ser consignadas em laudo pericial firmado
por perito oficial habilitado.
§ 10. É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do
Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais.
§ 11. A autoridade policial e o Ministério Público poderão requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito ou ação penal instaurados, o acesso ao
Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais.”
Art. 13. A Lei n. 12.694, de 24 de julho de 2012, passa a vigorar acresci-
da do seguinte art. 1º-A:
“Art. 1º-A. Os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais po-
derão instalar, nas comarcas sedes de Circunscrição ou Seção Judiciária, me-
diante resolução, Varas Criminais Colegiadas com competência para o proces-
so e julgamento:
I – de crimes de pertinência a organizações criminosas armadas ou que
tenham armas à disposição;
II – do crime do art. 288-A do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal); e
III – das infrações penais conexas aos crimes a que se referem os incisos
I e II do caput deste artigo.

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§ 1º As Varas Criminais Colegiadas terão competência para todos os atos


jurisdicionais no decorrer da investigação, da ação penal e da execução da
pena, inclusive a transferência do preso para estabelecimento prisional de
segurança máxima ou para regime disciplinar diferenciado.
§ 2º Ao receber, segundo as regras normais de distribuição, processos ou
procedimentos que tenham por objeto os crimes mencionados no caput des-
te artigo, o juiz deverá declinar da competência e remeter os autos, em qual-
quer fase em que se encontrem, à Vara Criminal Colegiada de sua Circunscri-
ção ou Seção Judiciária.
§ 3º Feita a remessa mencionada no § 2º deste artigo, a Vara Criminal
Colegiada terá competência para todos os atos processuais posteriores, in-
cluindo os da fase de execução.”
Art. 14. A Lei n. 12.850, de 2 de agosto de 2013, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 2º...........................................................................................
.....................................................................................................
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham
armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em estabeleci-
mentos penais de segurança máxima.
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização
criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não po-
derá progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento con-
dicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que
indiquem a manutenção do vínculo associativo.” (NR)

Seção I
Da Colaboração Premiada’

‘Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processu-


al e meio de obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.’

1369
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‘Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de


colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de
confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e da
boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as forma-
lize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial.
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumaria-
mente indeferida, com a devida justificativa, cientificando-se o interessado.
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Ter-
mo de Confidencialidade para prosseguimento das tratativas, o que vinculará
os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior sem
justa causa.
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo
de Confidencialidade não implica, por si só, a suspensão da investigação,
ressalvado acordo em contrário quanto à propositura de medidas processuais
penais cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis ad-
mitidas pela legislação processual civil em vigor.
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução,
quando houver necessidade de identificação ou complementação de seu objeto,
dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e interesse público.
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confiden-
cialidade serão elaborados pelo celebrante e assinados por ele, pelo colabora-
dor e pelo advogado ou defensor público com poderes específicos.
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebran-
te, esse não poderá se valer de nenhuma das informações ou provas apresen-
tadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade.’
‘Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com
procuração do interessado com poderes específicos para iniciar o procedi-
mento de colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente pela parte
que pretende a colaboração e seu advogado ou defensor público.

1370
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§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada


sem a presença de advogado constituído ou defensor público.
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de colaborador hipos-
suficiente, o celebrante deverá solicitar a presença de outro advogado ou a
participação de defensor público.
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos
os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com os
fatos investigados.
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos
com os fatos adequadamente descritos, com todas as suas circunstâncias,
indicando as provas e os elementos de corroboração.’
‘Art. 4º............................................................................................
.....................................................................................................
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput  deste artigo, o Ministério Público
poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração
referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o
colaborador:
.....................................................................................................
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando
o Ministério Público ou a autoridade policial competente tenha instaurado in-
quérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos apresentados
pelo colaborador.
......................................................................................................
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao
juiz, para análise, o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia
da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompa-
nhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos
na homologação:
I – regularidade e legalidade;

1371
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II – adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e


nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas as cláusulas que violem o critério de
definição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um
dos regimes previstos no Código Penal e na Lei n. 7.210, de 11 de julho de
1984 (Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não
abrangidos pelo § 5º deste artigo;
III – adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos
exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput deste artigo;
IV – voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos
em que o colaborador está ou esteve sob efeito de medidas cautelares.
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mé-
rito da denúncia, do perdão judicial e das primeiras etapas de aplicação da
pena, nos termos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Có-
digo Penal) e do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), antes de conceder os benefícios pactuados, exceto quando
o acordo prever o não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A
deste artigo ou já tiver sido proferida sentença.
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de
impugnar a decisão homologatória.
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender
aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessárias.
......................................................................................................
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado
a oportunidade de manifestar-se após o decurso do prazo concedido ao réu
que o delatou.
.....................................................................................................
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração deverá ser feito
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técni-

1372
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ca similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das infor-


mações, garantindo-se a disponibilização de cópia do material ao colaborador.
.....................................................................................................
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com
fundamento apenas nas declarações do colaborador:
I – medidas cautelares reais ou pessoais;
II – recebimento de denúncia ou queixa-crime;
III – sentença condenatória.
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão
dolosa sobre os fatos objeto da colaboração.
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador ces-
se o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração,
sob pena de rescisão.’ (NR)
‘Art. 5º............................................................................................
.....................................................................................................
VI – cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso
dos demais corréus ou condenados.’ (NR)
‘Art. 7º............................................................................................
.....................................................................................................
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador
serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime,
sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipóte-
se.’ (NR)”
“Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtuais,
obedecidos os requisitos do caput do art. 10, na internet, com o fim de in-
vestigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por orga-
nizações criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados o
alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investi-
gadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam
a identificação dessas pessoas.

1373
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§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-se:


I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, térmi-
no, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
origem da conexão;
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assi-
nante ou de usuário registrado ou autenticado para a conexão a quem ende-
reço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão.
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz compe-
tente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de
que trata o art. 1º desta Lei e se as provas não puderem ser produzidas por
outros meios disponíveis.
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, mediante ordem judicial fundamentada e
desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja compro-
vada sua necessidade.
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o relatório circunstancia-
do, juntamente com todos os atos eletrônicos praticados durante a operação,
deverão ser registrados, gravados, armazenados e apresentados ao juiz com-
petente, que imediatamente cientificará o Ministério Público.
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-
minar aos seus agentes, e o Ministério Público e o juiz competente poderão
requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração.
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do disposto neste artigo.”
“Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas
diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por
seu sigilo.

1374
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Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será


reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável
pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações.”
“Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para,
por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes
previstos no art. 1º desta Lei.
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estri-
ta finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados.”
“Art. 10-D.  Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados
durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e encami-
nhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circunstanciado.
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no  caput deste
artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal
juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-
dade do agente policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos.”
“Art. 11...........................................................................................
Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir
nos bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição
da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade
fictícia criada, nos casos de infiltração de agentes na internet.” (NR)
Art. 15. A Lei n. 13.608, de 10 de janeiro de 2018, passa a vigorar com
as seguintes alterações:
“Art. 4º-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e suas
autarquias e fundações, empresas públicas e sociedades de economia mis-
ta manterão unidade de ouvidoria ou correição, para assegurar a qualquer
pessoa o direito de relatar informações sobre crimes contra a administração
pública, ilícitos administrativos ou quaisquer ações ou omissões lesivas ao
interesse público.
Parágrafo único. Considerado razoável o relato pela unidade de ouvidoria
ou correição e procedido o encaminhamento para apuração, ao informante

1375
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serão asseguradas proteção integral contra retaliações e isenção de respon-


sabilização civil ou penal em relação ao relato, exceto se o informante tiver
apresentado, de modo consciente, informações ou provas falsas.”
“Art. 4º-B. O informante terá direito à preservação de sua identidade, a
qual apenas será revelada em caso de relevante interesse público ou interes-
se concreto para a apuração dos fatos.
Parágrafo único. A revelação da identidade somente será efetivada me-
diante comunicação prévia ao informante e com sua concordância formal.”
“Art. 4º-C. Além das medidas de proteção previstas na Lei n. 9.807, de
13 de julho de 1999, será assegurada ao informante proteção contra ações
ou omissões praticadas em retaliação ao exercício do direito de relatar, tais
como demissão arbitrária, alteração injustificada de funções ou atribuições,
imposição de sanções, de prejuízos remuneratórios ou materiais de qualquer
espécie, retirada de benefícios, diretos ou indiretos, ou negativa de forneci-
mento de referências profissionais positivas.
§ 1º A prática de ações ou omissões de retaliação ao informante configurará
falta disciplinar grave e sujeitará o agente à demissão a bem do serviço público.
§ 2º O informante será ressarcido em dobro por eventuais danos materiais
causados por ações ou omissões praticadas em retaliação, sem prejuízo de
danos morais.
§ 3º Quando as informações disponibilizadas resultarem em recupera-
ção de produto de crime contra a administração pública, poderá ser fixada
recompensa em favor do informante em até 5% (cinco por cento) do valor
recuperado.”
Art. 16. O art. 1º da Lei n. 8.038, de 28 de maio de 1990, passa a vigorar
acrescido do seguinte § 3º:
“Art. 1º...........................................................................................
..........................................................................................................
§ 3º Não sendo o caso de arquivamento e tendo o investigado confessa-
do formal e circunstanciadamente a prática de infração penal sem violência

1376
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ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério


Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessá-
rio e suficiente para a reprovação e prevenção do crime, nos termos do art.
28-A do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
Penal).” (NR)
Art. 17. O art. 3º da Lei n. 13.756, de 12 de dezembro de 2018, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3º...........................................................................................
.....................................................................................................
V – os recursos provenientes de convênios, contratos ou acordos firmados
com entidades públicas ou privadas, nacionais, internacionais ou estrangeiras;
VI – os recursos confiscados ou provenientes da alienação dos bens perdidos
em favor da União Federal, nos termos da legislação penal ou processual penal;
VII – as fianças quebradas ou perdidas, em conformidade com o disposto
na lei processual penal;
VIII – os rendimentos de qualquer natureza, auferidos como remunera-
ção, decorrentes de aplicação do patrimônio do FNSP.
.............................................................................................” (NR)
Art. 18. O  Decreto-Lei n. 1.002, de 21 de outubro de 1969 (Código de
Processo Penal Militar), passa a vigorar acrescido do seguinte art. 16-A:
“Art. 16-A. Nos casos em que servidores das polícias militares e dos corpos
de bombeiros militares figurarem como investigados em inquéritos policiais
militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investiga-
ção de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício pro-
fissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas
nos arts. 42 a 47 do Decreto-Lei n. 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código
Penal Militar), o indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá
ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir

1377
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defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento


da citação.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º com ausência de nomeação de
defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá
intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrên-
cia dos fatos, para que esta, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique
defensor para a representação do investigado.
§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).
§ 6º As disposições constantes deste artigo aplicam-se aos servidores mi-
litares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Fede-
ral, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia
da Lei e da Ordem.”
Art. 19. Fica revogado o § 2º do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho
de 1990.
Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias de sua
publicação oficial.

Brasília, 24 de dezembro de 2019; 198º da Independência e


131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Sérgio Moro
José Vicente Santini
André Luiz de Almeida Mendonça
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.12.2019 - Edi-
ção extra
*

1378
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

LEI N. 12.403, DE 4 DE MAIO DE 2011

Vigência
Altera dispositivos do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941
- Código de Processo Penal, relativos à prisão processual, fiança, liber-
dade provisória, demais medidas cautelares, e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Os arts. 282, 283, 289, 299, 300, 306, 310, 311, 312, 313, 314,
315, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 334, 335, 336, 337, 341,
343, 344, 345, 346, 350 e 439 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

“ TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA
LIBERDADE PROVISÓRIA”

“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser apli-
cadas observando-se a:
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a ins-
trução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática
de infrações penais;
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e
condições pessoais do indiciado ou acusado.
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativa-
mente.
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério
Público.

1379
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medi-


da, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação
da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças ne-
cessárias, permanecendo os autos em juízo.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o
juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assis-
tente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumu-
lação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo
único).
§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando ve-
rificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem.
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar (art. 319).” (NR)
“Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em de-
corrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da
investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão pre-
ventiva.
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infra-
ção a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena
privativa de liberdade.
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, res-
peitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.” (NR)
“Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da juris-
dição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da
precatória o inteiro teor do mandado.
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o va-
lor da fiança se arbitrada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções ne-


cessárias para averiguar a autenticidade da comunicação.
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida.” (NR)
“Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial,
por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer
a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade des-
ta.” (NR)
“Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos
procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
onde ficará preso à disposição das autoridades competentes.” (NR)
“Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o au-
tuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas.” (NR)
“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá funda-
mentadamente:
I – relaxar a prisão ilegal; ou
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas
ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

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Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o


agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do
art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, me-
diante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de
revogação.” (NR)
“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação
penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assisten-
te, ou por representação da autoridade policial.” (NR)
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da or-
dem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria.
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em
caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de
outras medidas cautelares (art. 282, § 4º ).” (NR)
“Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decreta-
ção da prisão preventiva:
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos;
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença tran-
sitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência;
IV – (revogado).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando hou-
ver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer

1382
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elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado ime-


diatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese reco-
mendar a manutenção da medida.” (NR)
“Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.” (NR)
“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventi-
va será sempre motivada.” (NR)

“CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR”

“Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização
judicial.” (NR)
“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quan-
do o agente for:
I – maior de 80 (oitenta) anos;
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)
anos de idade ou com deficiência;
IV – gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de
alto risco.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requi-
sitos estabelecidos neste artigo.” (NR)

“CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES”

“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

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I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas


pelo juiz, para informar e justificar atividades;
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela perma-
necer distante;
IV  – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando
o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais;
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável
ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o compareci-
mento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso
de resistência injustificada à ordem judicial;
IX – monitoração eletrônica.
§ 1º (Revogado).
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.” (NR)
“Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às
autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, inti-
mando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas.” (NR)

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“Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão


preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados
os critérios constantes do art. 282 deste Código.
I – (revogado)
II – (revogado).” (NR)
“Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos.
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR)
“Art. 323. Não será concedida fiança:
I – nos crimes de racismo;
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático;
IV – (revogado);
V – (revogado).” (NR)
“Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 deste Código;
II – em caso de prisão civil ou militar;
III – (revogado);
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão
preventiva (art. 312).” (NR)
“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos
seguintes limites:
a) (revogada);

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b) (revogada);
c) (revogada).
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (qua-
tro) anos;
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da
pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá
ser:
I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes.
§ 2º (Revogado):
I – (revogado);
II – (revogado);
III – (revogado).” (NR)
“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado
a sentença condenatória.” (NR)
“Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da
fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição,
perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR)
“Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento
das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se
o réu for condenado.
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescri-
ção depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).” (NR)
“Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sen-
tença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o
valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o dis-
posto no parágrafo único do art. 336 deste Código.” (NR)

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“Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:


I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo;
II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
IV – resistir injustificadamente a ordem judicial;
V – praticar nova infração penal dolosa.” (NR)
“Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de
metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras me-
didas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.” (NR)
“Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, con-
denado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena
definitivamente imposta.” (NR)
“Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e
mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo pe-
nitenciário, na forma da lei.” (NR)
“Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas
no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenci-
ário, na forma da lei.” (NR)
“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o
às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medi-
das cautelares, se for o caso.
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer
das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art.
282 deste Código.” (NR)
“Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço públi-
co relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.” (NR)
Art. 2º O Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Pro-
cesso Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 289-A:

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“Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do man-


dado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
para essa finalidade.
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora
da competência territorial do juiz que o expediu.
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções neces-
sárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que
a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na
forma do caput deste artigo.
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cum-
primento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou.
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII
do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de
seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública.
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pes-
soa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º
do art. 290 deste Código.
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado
de prisão a que se refere o caput deste artigo.”
Art. 3º Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua pu-
blicação oficial.
Art. 4º São revogados o art. 298, o inciso IV do art. 313, os §§ 1º a 3º do
art. 319, os incisos I e II do art. 321, os incisos IV e V do art. 323, o inciso III
do art. 324, o § 2º e seus incisos I, II e III do art. 325 e os arts. 393 e 595,
todos do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
Penal.

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Brasília, 4 de maio de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.5.2011

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LEI N. 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989


Conversão da Medida Provisória n. 111, de 1989
(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre prisão temporária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Caberá prisão temporária:
I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova ad-
mitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguin-
tes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com
o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e pa-
rágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956),
em qualquer de sua formas típicas;

1390
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976);


o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei n. 13.260, de 2016)
Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da repre-
sentação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e
terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de ex-
trema e comprovada necessidade.
§ 1º Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamen-
tado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a
partir do recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e
do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informa-
ções e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo
de delito.
§ 4º Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em
duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de
culpa.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de dura-
ção da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia
em que o preso deverá ser libertado. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
§ 5º A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de man-
dado judicial.
§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos
previstos no art. 5º da Constituição Federal.
§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser pos-
to imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão
preventiva.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade res-


ponsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autori-
dade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão
preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo
do prazo de prisão temporária. (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019)
Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente,
separados dos demais detentos.
Art. 4º O art. 4º da Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acres-
cido da alínea i, com a seguinte redação:
“Art. 4º...............................................................
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
mente ordem de liberdade;”
Art. 5º Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão per-
manente de vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público
para apreciação dos pedidos de prisão temporária.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
J. Saulo Ramos

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.12.1989

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LEI N. 13.434, DE 12 DE ABRIL DE 2017

Acrescenta parágrafo único ao art. 292 do Decreto-Lei n. 3.689, de


3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), para vedar o uso
de algemas em mulheres grávidas durante o parto e em mulheres
durante a fase de puerpério imediato.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O art. 292 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código
de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
“Art. 292....................................................................
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas du-
rante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e
durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de
puerpério imediato.” (NR)
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 12 de abril de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

MICHEL TEMER
Osmar Serraglio
Grace Maria Fernandes Mendonça

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.4.2017*

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LEI N. 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984


Texto compilado
(Vide Decreto n. 6.049, de 2007)
(Vide Decreto n. 7.627, de 2011)
Institui a Lei de Execução Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sen-


tença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integra-
ção social do condenado e do internado.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em
todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na confor-
midade desta Lei e do Código de Processo Penal.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao
condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimen-
to sujeito à jurisdição ordinária.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos
não atingidos pela sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social,
religiosa ou política.
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas ativi-
dades de execução da pena e da medida de segurança.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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TÍTULO II
DO CONDENADO E DO INTERNADO

CAPÍTULO I
DA CLASSIFICAÇÃO

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes


e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação
que elaborará o programa individualizador e acompanhará a execução das
penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, devendo propor, à au-
toridade competente, as progressões e regressões dos regimes, bem como
as conversões.
Art. 6º  A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação
que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberda-
de adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabe-
lecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois)
chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente
social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da
Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em
regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos
elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individu-
alização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submeti-
do o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime
semiaberto.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da


personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes pe-
ças ou informações do processo, poderá:
I – entrevistar pessoas;
II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e infor-
mações a respeito do condenado;
III – realizar outras diligências e exames necessários.
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violên-
cia de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos
no art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obri-
gatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA
- ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído pela Lei
n. 12.654, de 2012)
Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com violência grave
contra a pessoa, bem como por crime contra a vida, contra a liberdade sexual
ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido, obrigatoriamente, à
identificação do perfil genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirri-
bonucleico), por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso no esta-
belecimento prisional. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de da-
dos sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (In-
cluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de pro-
teção de dados genéticos, observando as melhores práticas da genética fo-
rense. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de
identificação de perfil genético. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus
dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a todos os docu-

1396
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

mentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa ser
contraditado pela defesa. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não
tiver sido submetido à identificação do perfil genético por ocasião do ingresso
no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento durante
o cumprimento da pena. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 5º (VETADO).
§ 6º (VETADO).
§ 7º (VETADO).
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o único e
exclusivo fim de permitir a identificação pelo perfil genético, não estando au-
torizadas as práticas de fenotipagem genética ou de busca familiar. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra biológica recolhida
nos termos do caput deste artigo deverá ser correta e imediatamente des-
cartada, de maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro fim. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo serão
realizadas por perito oficial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao pro-
cedimento de identificação do perfil genético. (Incluído pela Lei n. 13.964, de
2019) (Vigência)

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objeti-


vando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

1397
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Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.


Art. 11. A assistência será:
I – material;
II – à saúde;
III – jurídica;
IV – educacional;
V – social;
VI – religiosa.

Seção II
Da Assistência Material

Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no for-


necimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que aten-
dam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à
venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.

Seção III
Da Assistência à Saúde

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo


e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover
a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante
autorização da direção do estabelecimento.
§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente
no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei
n. 11.942, de 2009)

1398
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Seção IV
Da Assistência Jurídica

Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados


sem recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência
jurídica nos estabelecimentos penais.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência
jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos esta-
belecimentos penais. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal
e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora
dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado
ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Es-
pecializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica
integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus fa-
miliares, sem recursos financeiros para constituir advogado. (Incluído pela Lei
n. 12.313, de 2010).

Seção V
Da Assistência Educacional

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a


formação profissional do preso e do internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema
escolar da Unidade Federativa.
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou
educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obe-

1399
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

diência ao preceito constitucional de sua universalização. (Incluído pela Lei n.


13.163, de 2015)
§ 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema
estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeira-
mente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação,
mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. (Incluí-
do pela Lei n. 13.163, de 2015)
§ 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos suple-
tivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)
§ 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em
seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias
de ensino, o atendimento aos presos e às presas. 7.627 (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de
aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à
sua condição.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com
entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos
especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabeleci-
mento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provi-
da de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
I – o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
II – a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de
presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)

1400
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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III  – a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou


aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; (Incluído
pela Lei n. 13.163, de 2015)
IV – a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; (Incluído
pela Lei n. 13.163, de 2015)
V – outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos
e presas. (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)

Seção VI
Da Assistência Social

Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o inter-


nado e prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I – conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II – relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as
dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III – acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas
temporárias;
IV – promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V – promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da
pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI – providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdên-
cia Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII – orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do inter-
nado e da vítima.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Seção VII
Da Assistência Religiosa

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos


presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organiza-
dos no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de ati-
vidade religiosa.

Seção VIII
Da Assistência ao Egresso

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:


I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II – na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em esta-
belecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado
uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho
na obtenção de emprego.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I – o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do
estabelecimento;
II – o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a
obtenção de trabalho.

1402
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CAPÍTULO III
DO TRABALHO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de digni-


dade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções
relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das
Leis do Trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela,
não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1º O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados
judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção
do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação pre-
vista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restan-
te para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entre-
gue ao condenado quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade
não serão remuneradas.

1403
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Seção II
Do Trabalho Interno

Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao tra-


balho na medida de suas aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só
poderá ser executado no interior do estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habi-
litação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as
oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expres-
são econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação ade-
quada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apro-
priadas ao seu estado.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem
superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos pre-
sos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabele-
cimento penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pú-
blica, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação profis-
sional do condenado.
§ 1º. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e su-
pervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se
de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento
de remuneração adequada. (Renumerado pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio
com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes
a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

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Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados,


Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de con-
corrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não
for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas rever-
terão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior
ou, na sua falta, do estabelecimento penal.

Seção III
Do Trabalho Externo

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime


fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Ad-
ministração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as
cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento)
do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa emprei-
teira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimen-
to expresso do preso.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do
estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além
do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso
que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou
tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.

1405
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CAPÍTULO IV
DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA DISCIPLINA

Seção I
Dos Deveres

Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao


seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I – comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva
relacionar-se;
III – urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV – conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou
de subversão à ordem ou à disciplina;
V – execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI – submissão à sanção disciplinar imposta;
VII – indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII – indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas
com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração
do trabalho;
IX – higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X – conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto
neste artigo.

Seção II
Dos Direitos

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física


e moral dos condenados e dos presos provisórios.

1406
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 41 - Constituem direitos do preso:


I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – Previdência Social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descan-
so e a recreação;
VI  – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e des-
portivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individuali-
zação da pena;
XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita,
da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e
os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da
responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei n.
10.713, de 2003)
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser sus-
pensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segu-
rança, no que couber, o disposto nesta Seção.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal


do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares
ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão
resolvidas pelo Juiz da execução.

Seção III
Da Disciplina

SUBSeção I
Disposições Gerais

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obedi-


ência às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho
do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa
de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior
previsão legal ou regulamentar.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e mo-
ral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da
prisão, será cientificado das normas disciplinares.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será
exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será
exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.

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Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da


execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d,
e 2º desta Lei.

SUBSeção II
Das Faltas Disciplinares

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves.


A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respecti-
vas sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta
consumada.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a
disciplina;
II – fugir;
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade
física de outrem;
IV – provocar acidente de trabalho;
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39,
desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo. (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007)
VIII – recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil ge-
nético. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso
provisório.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I – descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;


III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39,
desta Lei.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta gra-
ve e sujeita o preso, ou condenado, à sanção disciplinar, sem prejuízo da
sanção penal.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave
e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime discipli-
nar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
I – duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repe-
tição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um
sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
II – recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
III – visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com du-
ração de duas horas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
IV – o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de
sol. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta gra-
ve e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará
o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da
sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes caracterís-
ticas: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da
sanção por nova falta grave de mesma espécie; (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
II – recolhimento em cela individual; (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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III – visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas


em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de ob-
jetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente,
com duração de 2 (duas) horas; (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho
de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com
presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor,
em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de ob-
jetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
VI  – fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
VII – participação em audiências judiciais preferencialmente por videocon-
ferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do
preso. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos pro-
visórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco
para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (In-
cluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos
provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros: (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019)
I – que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabeleci-
mento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou partici-
pação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou
milícia privada, independentemente da prática de falta grave. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso


provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envol-
vimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, qua-
drilha ou bando. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação
criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar
diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional
federal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferen-
ciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano,
existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do
estabelecimento penal de origem ou da sociedade; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
II  – mantém os vínculos com organização criminosa, associação crimi-
nosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função
desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo,
a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento
penitenciário. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar dife-
renciado deverá contar com alta segurança interna e externa, principalmente
no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do preso com membros
de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de
grupos rivais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada
em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscali-
zada por agente penitenciário. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o


preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo
poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado,
com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

SUBSeção III
Das Sanções e das Recompensas

Art. 53. Constituem sanções disciplinares:


I – advertência verbal;
II – repreensão;
III – suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);
IV – isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabeleci-
mentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88
desta Lei.
V – inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei n.
10.792, de 2003)
Art. 54. As sanções dos incisos I a III do artigo anterior serão aplicadas
pelo diretor do estabelecimento; a do inciso IV, por Conselho Disciplinar, con-
forme dispuser o regulamento.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato mo-
tivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamenta-
do despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar depende-
rá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimen-
to ou outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será
precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no
prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhe-


cido em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua
dedicação ao trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I – o elogio;
II – a concessão de regalias.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a na-
tureza e a forma de concessão de regalias.

SUBSeção IV
Da Aplicação das Sanções

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares levar-se-á em conta a pessoa do


faltoso, a natureza e as circunstâncias do fato, bem como as suas consequências.
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos inci-
sos III e IV, do artigo 53, desta Lei.
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta
a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem
como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos in-
cisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão
exceder a 30 (trinta) dias.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão
exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferencia-
do. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

SUBSeção V
Do Procedimento Disciplinar

Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimen-


to para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento pre-
ventivo do faltoso, pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, no interesse da dis-
ciplina e da averiguação do fato.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento pre-
ventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regi-
me disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do
fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Parágrafo único. O tempo de isolamento preventivo será computado no
período de cumprimento da sanção disciplinar.
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime
disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da san-
ção disciplinar. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)

TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 61. São órgãos da execução penal:


I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
II – o Juízo da Execução;
III – o Ministério Público;
IV – o Conselho Penitenciário;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

V – os Departamentos Penitenciários;


VI – o Patronato;
VII – o Conselho da Comunidade.
VIII – a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).

CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E
PENITENCIÁRIA

Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com


sede na Capital da República, é subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será in-
tegrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério da
Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processu-
al Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da
comunidade e dos Ministérios da área social.
Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2
(dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no
exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe:
I – propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, admi-
nistração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança;
II – contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, su-
gerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária;
III – promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua ade-
quação às necessidades do País;
IV – estimular e promover a pesquisa criminológica;
V – elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoa-
mento do servidor;
VI – estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabeleci-
mentos penais e casas de albergados;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

VII – estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;


VIII – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim in-
formar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas
ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados,
Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as me-
didas necessárias ao seu aprimoramento;
IX – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para
instauração de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de viola-
ção das normas referentes à execução penal;
X – representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em
parte, de estabelecimento penal.

CAPÍTULO III
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO

Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de orga-


nização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favore-
cer o condenado;
II – declarar extinta a punibilidade;
III – decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV – autorizar saídas temporárias;
V – determinar:

1417
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar


sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de
liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena
por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86,
desta Lei.
i) (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando
providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o
caso, a apuração de responsabilidade;
VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver
funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos
desta Lei;
IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei n.
10.713, de 2003)

CAPÍTULO IV
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida


de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:

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Inspetor de Polícia

I  – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de in-


ternamento;
II – requerer:
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena
por medida de segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revo-
gação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária,
durante a execução.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os
estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio.

CAPÍTULO V
DO CONSELHO PENITENCIÁRIO

Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da exe-


cução da pena.
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador
do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profis-
sionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal
e estadual regulará o seu funcionamento.
§ 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração
de 4 (quatro) anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

I – emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e comuta-


ção de pena;
I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipó-
tese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso; (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Na-
cional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados
no exercício anterior;
IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

CAPÍTULO VI
DOS DEPARTAMENTOS PENITENCIÁRIOS

Seção I
Do Departamento Penitenciário Nacional

Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério


da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio admi-
nistrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:
I – acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o
Território Nacional;
II – inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e servi-
ços penais;
III – assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos
princípios e regras estabelecidos nesta Lei;
IV – colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na im-
plantação de estabelecimentos e serviços penais;

1420
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

V – colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de


formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condena-
do e do internado.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o ca-
dastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas
ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de
outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime discipli-
nar. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
VII  – acompanhar a execução da pena das mulheres beneficiadas pela
progressão especial de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando
sua integração social e a ocorrência de reincidência, específica ou não, me-
diante a realização de avaliações periódicas e de estatísticas criminais. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.769, de 2018)
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação e
supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais.
§ 1º Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão
dos estabelecimentos penais e de internamento federais. (Redação dada pela
Lei n. 13.769, de 2018)
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das avaliações
periódicas previstas no inciso VII do caput deste artigo serão utilizados para,
em função da efetividade da progressão especial para a ressocialização das
mulheres de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual desne-
cessidade do regime fechado de cumprimento de pena para essas mulheres
nos casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça. (Incluído pela
Lei n. 13.769, de 2018)

Seção II
Do Departamento Penitenciário Local

Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou ór-


gão similar, com as atribuições que estabelecer.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por


finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade
da Federação a que pertencer.
Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste artigo realizarão o
acompanhamento de que trata o inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e
encaminharão ao Departamento Penitenciário Nacional os resultados obtidos.
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)

Seção III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais

Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satis-


fazer os seguintes requisitos:
I – ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou
Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;
II – possuir experiência administrativa na área;
III – ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho
da função.
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas pro-
ximidades, e dedicará tempo integral à sua função.
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes
categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação
de atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do
estabelecimento e às demais funções.
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução
técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antece-
dentes pessoais do candidato.
§ 1º O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a
ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação, proceden-
do-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de


pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado.

CAPÍTULO VII
DO PATRONATO

Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência


aos albergados e aos egressos (artigo 26).
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
I – orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
II – fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comu-
nidade e de limitação de fim de semana;
III – colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspen-
são e do livramento condicional.

CAPÍTULO VIII
DO CONSELHO DA COMUNIDADE

Art. 80. Haverá em cada comarca, um Conselho da Comunidade, compos-


to no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou indus-
trial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Bra-
sil e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
Nacional de Assistentes Sociais.
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade com-
posto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou in-
dustrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do
Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um)
assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de
Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a
critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho.

1423
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:


I – visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existen-
tes na comarca;
II – entrevistar presos;
III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho
Penitenciário;
IV – diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor as-
sistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.
CAPÍTULO IX
DA DEFENSORIA PÚBLICA

(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).


Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e
da medida de segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da
execução, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de
forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
I – requerer: (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo
favorecer o condenado; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Inclu-
ído pela Lei n. 12.313, de 2010).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como


a substituição da pena por medida de segurança; (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condi-
cional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indulto;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º do art. 86 desta
Lei; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
II – requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído
pela Lei n. 12.313, de 2010).
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou
administrativa durante a execução; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
IV – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa
para instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso
de violação das normas referentes à execução penal; (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
V – visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o ade-
quado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de respon-
sabilidade; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
VI – requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte,
de estabelecimento penal. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os
estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.313, de 2010).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

TÍTULO IV
DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao sub-


metido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
§ 1º - A mulher será recolhida a estabelecimento próprio e adequando à
sua condição pessoal.
§ 1º A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhi-
dos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal. (Redação
dada pela Lei n. 9.460, de 1997)
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos
de destinação diversa desde que devidamente isolados.
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá con-
tar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência,
educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários.
(Renumerado pela Lei n. 9.046, de 1995)
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de
berçário, onde as condenadas possam amamentar seus filhos. (Incluído pela
Lei n. 9.046, de 1995)
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de
berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive ama-
mentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei
n. 11.942, de 2009)
§ 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2º deste artigo deverão possuir,
exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependên-
cias internas. (Incluído pela Lei n. 12.121, de 2009).

1426
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 4º Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico


e profissionalizante. (Incluído pela Lei n. 12.245, de 2010)
§ 5º Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei
n. 12.313, de 2010).
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades mate-
riais acessórias, instrumentais ou complementares desenvolvidas em esta-
belecimentos penais, e notadamente: (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
I – serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria,
recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia e manutenção de pré-
dios, instalações e equipamentos internos e externos; (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015).
II – serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso. (Incluído
pela Lei n. 13.190, de 2015).
§ 1º A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do
poder público. (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
§ 2º Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o forne-
cimento de materiais, equipamentos, máquinas e profissionais. (Incluído pela
Lei n. 13.190, de 2015).
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordena-
ção no âmbito do sistema penal, bem como todas as atividades que exi-
jam o exercício do poder de polícia, e notadamente: (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015).
I – classificação de condenados; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
II – aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
III – controle de rebeliões; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
IV – transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e
outros locais externos aos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015).
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença
transitada em julgado.

1427
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

§ 1º O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada


para os reincidentes.
§ 1º Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes
critérios: (Redação dada pela Lei n. 13.167, de 2015)
I – acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluído
pela Lei n. 13.167, de 2015)
II  – acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave
ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
III – acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos
dos apontados nos incisos I e II. (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
§ 2º O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da
Justiça Criminal ficará em dependência separada.
§ 3º Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes
critérios: (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
I – condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluí-
do pela Lei n. 13.167, de 2015)
II – reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violên-
cia ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
III – primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência
ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
IV – demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções
em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III. (Incluído pela Lei n.
13.167, de 2015)
§ 4º O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica amea-
çada pela convivência com os demais presos ficará segregado em local pró-
prio. (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua
estrutura e finalidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária


determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a
sua natureza e peculiaridades.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma
Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabeleci-
mento local ou da União.
§ 1º A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local dis-
tante da condenação para recolher, mediante decisão judicial, os condenados
à pena superior a 15 (quinze) anos, quando a medida se justifique no interes-
se da segurança pública ou do próprio condenado.
§ 1º A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local dis-
tante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se jus-
tifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os
liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamen-
to de terras ociosas.
§ 3º Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade adminis-
trativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso pro-
visório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.
(Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

CAPÍTULO II
DA PENITENCIÁRIA

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em


regime fechado.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Terri-
tórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos pre-
sos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao

1429
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormi-
tório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, in-
solação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Art. 89. Além dos requisitos referidos no artigo anterior, a penitenciária
de mulheres poderá ser dotada de seção para gestante e parturiente e de
creche com a finalidade de assistir ao menor desamparado cuja responsável
esteja presa.
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mu-
lheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para
abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com
a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa.
(Redação dada pela Lei n. 11.942, de 2009)
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas
neste artigo: (Incluído pela Lei n. 11.942, de 2009)
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes ado-
tadas pela legislação educacional e em unidades autônomas; e (Incluído pela
Lei n. 11.942, de 2009)
II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança
e à sua responsável. (Incluído pela Lei n. 11.942, de 2009)
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do
centro urbano, à distância que não restrinja a visitação.

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Inspetor de Polícia

CAPÍTULO III
DA COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL OU SIMILAR

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumpri-


mento da pena em regime semiaberto.
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, ob-
servados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências
coletivas:
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individuali-
zação da pena.

CAPÍTULO IV
DA CASA DO ALBERGADO

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privati-


va de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos de-
mais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos
contra a fuga.
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a
qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local ade-
quado para cursos e palestras.
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de
fiscalização e orientação dos condenados.

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CAPÍTULO V
DO CENTRO DE OBSERVAÇÃO

Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o crimino-


lógico, cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou
em anexo a estabelecimento penal.
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de
Classificação, na falta do Centro de Observação.

CAPÍTULO VI
DO HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos


inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único
do Código Penal.
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no pará-
grafo único, do artigo 88, desta Lei.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao trata-
mento são obrigatórios para todos os internados.
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda par-
te, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psi-
quiátrico ou em outro local com dependência médica adequada.

CAPÍTULO VII
DA CADEIA PÚBLICA

Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.


Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de
resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência
do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.

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Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado


próximo de centro urbano, observando-se na construção as exigências míni-
mas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.

TÍTULO V
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE

CAPÍTULO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Seção I
Disposições Gerais

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de


liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de
guia de recolhimento para a execução.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará
em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade admi-
nistrativa incumbida da execução e conterá:
I – o nome do condenado;
II – a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial
de identificação;
III – o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como
certidão do trânsito em julgado;
IV – a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V – a data da terminação da pena;
VI – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tra-
tamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modifi-
cação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena.

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§ 3º Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração


da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins
do disposto no § 2º, do artigo 84, desta Lei.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de
liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
§ 1º A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da
guia de recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos
seus termos ao condenado.
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segun-
do a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do conde-
nado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras
retificações posteriores.
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado
em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liber-
dade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.

Seção II
Dos Regimes

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado


iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto
no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo
processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumpri-
mento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada,
quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-
-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação
do regime.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-


gressiva, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada
pelo Juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 (um sexto) da pena
no regime anterior e seu mérito indicar a progressão.
Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de parecer da Co-
missão Técnica de Classificação e do exame criminológico, quando necessário.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-
gressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determina-
da pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no
regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
(Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-
gressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada
pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019) (Vigência)
I  – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o
crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em cri-
me cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019) (Vigência)
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o
crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em cri-
me cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019) (Vigência)

1435
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela
prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019) (Vigência)
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resulta-
do morte, se for primário, vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019) (Vigência)
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organiza-
ção criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado;
ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na
prática de crime hediondo ou equiparado; (Incluído pela Lei n. 13.964, de
2019) (Vigência)
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em
crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento
condicional. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do
Ministério Público e do defensor. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento con-
dicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime
se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabeleci-
mento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre
motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor,

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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procedimento que também será adotado na concessão de livramento con-


dicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crian-
ças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são,
cumulativamente: (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (In-
cluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018)
III – ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo
diretor do estabelecimento; (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
V – não ter integrado organização criminosa. (Incluído pela Lei n.
13.769, de 2018)
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a
revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei n.
13.769, de 2018)
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo,
o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343, de
23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa
de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime
de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
objetivo terá como base a pena remanescente. (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019) (Vigência)
§ 7º (VETADO).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência


do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a
obtenção do direito. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação
de seu programa e das condições impostas pelo Juiz.
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I  – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo ime-
diatamente;
II – apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a
que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina
e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas
no artigo 117 desta Lei.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão
de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I – permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos
dias de folga;
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III – não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV  – comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades,
quando for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a
requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do con-
denado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime
aberto em residência particular quando se tratar de:
I – condenado maior de 70 (setenta) anos;
II – condenado acometido de doença grave;
III – condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV – condenada gestante.

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Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma


regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos,
quando o condenado:
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante
da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1º O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóte-
ses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido
previamente o condenado.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares
para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo
36, § 1º, do Código Penal).

Seção III
Das Autorizações de Saída

SUBSeção I
Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou se-


miaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do esta-
belecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
I  – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente,
descendente ou irmão;
II – necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do es-
tabelecimento onde se encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração
necessária à finalidade da saída.

1439
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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SUBSeção II
Da Saída Temporária

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto po-


derão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigi-
lância direta, nos seguintes casos:
I – visita à família;
II – frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instru-
ção do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
III – participação em atividades que concorram para o retorno ao conví-
vio social.
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização
de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim
determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipa-
mento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar
o juiz da execução. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste
artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resul-
tado morte. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da exe-
cução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e depen-
derá da satisfação dos seguintes requisitos:
I – comportamento adequado;
II – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for
primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
III – compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete)
dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

1440
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Parágrafo único. Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante,


de instrução de 2º grau ou superior, o tempo de saída será o necessário para
o cumprimento das atividades discentes.
§ 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as
seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as circuns-
tâncias do caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
I – fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde
poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela
Lei n. 12.258, de 2010)
III – proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos
congêneres. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instru-
ção de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o
cumprimento das atividades discentes. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei n. 12.258, de 2010)
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser
concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo en-
tre uma e outra. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o conde-
nado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave,
desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de
aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá
da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou
da demonstração do merecimento do condenado.

1441
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Seção IV
Da Remição

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semia-


berto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semia-
berto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução
da pena. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011).
§ 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1
(um) dia de pena por 3 (três) de trabalho.
§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Re-
dação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - ati-
vidade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou supe-
rior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três)
dias; (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei
n. 12.433, de 2011)
§ 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, con-
tinuará a beneficiar-se com a remição.
§ 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão
ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a dis-
tância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes
dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 3º A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido o Ministé-
rio Público.
§ 3º Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de tra-
balho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação
dada pela Lei n. 12.433, de 2011)

1442
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou


nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei n.
12.433, de 2011)
§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de
1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou supe-
rior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão com-
petente do sistema de educação. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o
que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de
ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da
pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1º deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar..
(Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a defesa. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito
ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração
disciplinar.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um
terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei n.
12.433, de 2011)
Art. 128. O tempo remido será computado para a concessão de livramen-
to condicional e indulto.
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para
todos os efeitos. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao Juízo
da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam traba-
lhando e dos dias de trabalho de cada um deles.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
Inspetor de Polícia

Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente, ao Ju-


ízo da execução, ao Ministério Público e à Defensoria Pública cópia do registro
de todos os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de
cada um deles. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo
da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam traba-
lhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de
frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. (Redação
dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal
deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva uni-
dade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela Lei n.
12.433, de 2011)
§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela
Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou ates-
tar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.

Seção V
Do Livramento Condicional

Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da


execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do
Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica
subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações
seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para
o trabalho;

1444
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b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;


c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia
autorização deste.
§ 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obri-
gações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade in-
cumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.
d) (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da
execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar
para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se ime-
diatamente às autoridades referidas no artigo anterior.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos bai-
xarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com
a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autorida-
de administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solene-
mente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabe-
lecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:
I – a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados,
pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou,
na falta, pelo Juiz;
II – a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as
condições impostas na sentença de livramento;
III – o liberando declarará se aceita as condições.

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§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem pre-
sidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou
não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue,
além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que
exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-condu-
to, em que constem as condições do livramento, podendo substituir-se a
ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam
identificá-lo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consig-
nar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social
penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:
I – fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença
concessiva do benefício;
II – proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações
e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa.
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da pro-
teção do liberado apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito
da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses
previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revo-
gação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.

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Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vi-


gência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena
o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a
soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na
pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em
relação à mesma pena, novo livramento.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Pú-
blico, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo
Juiz, ouvido o liberado.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou me-
diante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá
modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato
decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indica-
dos no inciso I, do artigo 137, desta Lei, observado o disposto nos incisos II
e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defen-
soria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido
o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo
o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou
funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado
o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo. (Redação dada
pela Lei n. 12.313, de 2010).
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá or-
denar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público,
suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto,
ficará dependendo da decisão final.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério
Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará ex-

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tinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem


revogação.
SEÇÃO VI
DA MONITORAÇÃO ELETRÔNICA

(Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)


Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração
eletrônica quando: (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
II – autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei
n. 12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
IV – determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
V – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá
adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela
Lei n. 12.258, de 2010)
I  – receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica,
responder aos seus contatos e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer
forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o
faça; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste arti-
go poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Públi-
co e a defesa: (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
I – a regressão do regime; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)

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II – a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei n.


12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
IV – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
V – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VI – a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VII – advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da exe-
cução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI
deste parágrafo. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: (Incluído pela
Lei n. 12.258, de 2010)
I – quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver su-
jeito durante a sua vigência ou cometer falta grave. (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)

CAPÍTULO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva


de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Pú-
blico, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando neces-
sário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente,
alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comu-
nidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais

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do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do


programa comunitário ou estatal.

Seção II
Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:


I – designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente
credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar
gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
II  – determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade,
dias e horário em que deverá cumprir a pena;
III – alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocor-
ridas na jornada de trabalho.
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado
aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudi-
car a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encami-
nhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das ati-
vidades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre
ausência ou falta disciplinar.

Seção III
Da Limitação de Fim de Semana

Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do conde-


nado, cientificando-o do local, dias e horário em que deverá cumprir a pena.
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro com-
parecimento.

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Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de


permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas.
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei n. 11.340, de 2006)
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao
Juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a au-
sência ou falta disciplinar do condenado.

Seção IV
Da Interdição Temporária de Direitos

Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente


a pena aplicada, determinada a intimação do condenado.
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código
Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do rece-
bimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início.
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juí-
zo da execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o
exercício do direito interditado.
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da exe-
cução o descumprimento da pena.
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por
qualquer prejudicado.

CAPÍTULO III
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL

Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro)


anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.

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Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liber-


dade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motiva-
damente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que
fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr da au-
diência prevista no artigo 160 desta Lei.
§ 1º As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do con-
denado, devendo ser incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comu-
nidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do
Código Penal.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Minis-
tério Público ou mediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar as
condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados,
Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço
social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição bene-
ficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciá-
rio, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por
ato, a falta das normas supletivas.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizado-
ra, para comprovar a observância das condições a que está sujeito, comuni-
cará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão
de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação
do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das condições.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao
Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primei-
ro deverá apresentar-se imediatamente.
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tri-
bunal, a este caberá estabelecer as condições do benefício.

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§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condi-


ções estabelecidas na sentença recorrida.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá,
todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condi-
ções do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao
condenado, em audiência, advertindo-o das consequências de nova infração
penal e do descumprimento das condições impostas.
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vin-
te) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a
suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação
do período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos
do Código Penal.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspen-
são em livro especial do Juízo a que couber a execução da pena.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à
margem do registro.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informa-
ções requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir
processo penal.

CAPÍTULO IV
DA PENA DE MULTA

Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em


julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público reque-
rerá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez)
dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.

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§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da res-


pectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem
para garantir a execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que
dispuser a lei processual civil.
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão
remetidos ao Juízo Cível para prosseguimento.
Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento
nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier
ao condenado doença mental (artigo 52 do Código Penal).
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue
mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses
do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
I – o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remu-
neração e o mínimo o de um décimo;
II – o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;
III – o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente,
até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei,
poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações
mensais, iguais e sucessivas.
§ 1º O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar
a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará
o número de prestações.
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica,
o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício
executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se
na execução já iniciada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena


privativa da liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela
ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado (artigo 168).
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver li-
vramento condicional, sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos
termos deste Capítulo.
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for
concedida a suspensão condicional da pena.

TÍTULO VI
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segu-


rança, será ordenada a expedição de guia para a execução.
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico, ou submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de
medida de segurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída
pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz,
será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I – a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial
de identificação;
II – o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida
de segurança, bem como a certidão do trânsito em julgado;
III – a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do trata-
mento ambulatorial;
IV – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tra-
tamento ou internamento.

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§ 1º Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de


sujeição a tratamento.
§ 2º A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao
prazo de execução.
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que
couber, o disposto nos artigos 8º e 9º desta Lei.

CAPÍTULO II
DA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE

Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo


mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições pes-
soais do agente, observando-se o seguinte:
I – a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo
de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o
habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida;
II – o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
III – juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ou-
vidos, sucessivamente, o Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo
de 3 (três) dias para cada um;
IV – o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver;
V – o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá
determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo de duração mínima
da medida de segurança;
VI – ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso
anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de du-
ração da medida de segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requeri-
mento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu procurador
ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosi-
dade, procedendo-se nos termos do artigo anterior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PC/RJ
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Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculo-


sidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, §
3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para
a desinternação ou a liberação.

TÍTULO VII
DOS INCIDENTES DE EXECUÇÃO

CAPÍTULO I
DAS CONVERSÕES

Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, po-


derá ser convertida em restritiva de direitos, desde que:
I – o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II – tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a con-
versão recomendável.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de li-
berdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quan-
do o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desa-
tender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que
deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja
execução não tenha sido suspensa.

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§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o con-


denado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento
da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer
qualquer das hipóteses das letras “a”, “d” e “e” do parágrafo anterior.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando
o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
qualquer das hipóteses das letras “a” e “e”, do § 1º, deste artigo.
Art. 182. A pena de multa será convertida em detenção, na forma pre-
vista pelo artigo 51 do Código Penal. (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1996)
§ 1º Na conversão, a cada dia-multa corresponderá 1 (um) dia de deten-
ção, cujo tempo de duração não poderá ser superior a 1 (um) ano. (Revogado
pela Lei n. 9.268, de 1996)
§ 2º A conversão tornar-se-á sem efeito se, a qualquer tempo, for paga a
multa. (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1996)
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade,
sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, poderá
determinar a substituição da pena por medida de segurança.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade,
sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício,
a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade
administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de se-
gurança. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação
se o agente revelar incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de
1 (um) ano.

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CAPÍTULO II
DO EXCESSO OU DESVIO

Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for pra-
ticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares.
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução:
I – o Ministério Público;
II – o Conselho Penitenciário;
III – o sentenciado;
IV – qualquer dos demais órgãos da execução penal.

CAPÍTULO III
DA ANISTIA E DO INDULTO

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interes-


sado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administrativa ou
do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do con-
denado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da
autoridade administrativa.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a ins-
truírem, será entregue ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de pare-
cer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do
prontuário, promoverá as diligências que entender necessárias e fará, em
relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença condena-
tória, a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste
depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e esclarecen-
do qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o re-
latório do Conselho Penitenciário, a petição será submetida a despacho do

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Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou a


certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o
Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto,
no caso de comutação.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de
ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa
do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de
acordo com o disposto no artigo anterior.

TÍTULO VIII
DO PROCEDIMENTO JUDICIAL

Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei


será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento
do Ministério Público, do interessado, de quem o represente, de seu cônjuge,
parente ou descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou,
ainda, da autoridade administrativa.
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias,
o condenado e o Ministério Público, quando não figurem como requerentes
da medida.
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano,
em igual prazo.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz
a ordenará, decidindo após a produção daquela ou na audiência designada.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem
efeito suspensivo.

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TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao ser-


vidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos
estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade,
durante o cumprimento da pena.
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.
(Regulamento)
Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da pri-
são civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da Ca-
deia Pública.
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida,
atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da
Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir pro-
cesso pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei.
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei,
serão editadas as normas complementares ou regulamentares, necessárias à
eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em con-
vênio com o Ministério da Justiça, projetar a adaptação, construção e equipa-
mento de estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou
desapropriação de prédios para instalação de casas de albergados.
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado,
por ato do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mediante
justificada solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de construção
de estabelecimentos.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as
Unidades Federativas implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira a

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elas destinada pela União, para atender às despesas de execução das penas
e medidas de segurança.
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de refor-
ma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as disposições em contrário,
especialmente a Lei n. 3.274, de 2 de outubro de 1957.

Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da


República.
JOÃO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.1984

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LEI N. 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001

Vigência
Regulamento Dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais no âmbito da Justiça Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça
Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto
na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar
os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor
potencial ofensivo.
Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar
os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor
potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação
dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não su-
perior a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o
tribunal do júri, decorrente da aplicação das regras de conexão e continência,
observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos
civis. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e
julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salá-
rios mínimos, bem como executar as suas sentenças.
§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:
I – referidas no art. 109, incisos II,  III e XI, da Constituição Federal, as ações de
mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, popula-

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res, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as demandas sobre


direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos;
II – sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas fede-
rais;
III – para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo
o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal;
IV – que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta
a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de
competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exce-
der o valor referido no art. 3º, caput.
§ 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua com-
petência é absoluta.
Art. 4º O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir me-
didas cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.
Art. 5º Exceto nos casos do art. 4º, somente será admitido recurso de
sentença definitiva.
Art. 6º Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:
I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de
pequeno porte, assim definidas na Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996;
II – como rés, a União, autarquias, fundações e empresas públicas federais.
Art. 7º As citações e intimações da União serão feitas na forma prevista
nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.
Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas
será feita na pessoa do representante máximo da entidade, no local onde pro-
posta a causa, quando ali instalado seu escritório ou representação; se não,
na sede da entidade.
Art. 8º As partes serão intimadas da sentença, quando não proferida esta
na audiência em que estiver presente seu representante, por ARMP (aviso de
recebimento em mão própria).

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§ 1º As demais intimações das partes serão feitas na pessoa dos advoga-
dos ou dos Procuradores que oficiem nos respectivos autos, pessoalmente ou
por via postal.
§ 2º Os tribunais poderão organizar serviço de intimação das partes e de
recepção de petições por meio eletrônico.
Art. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato pro-
cessual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de
recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com
antecedência mínima de trinta dias.
Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a
causa, advogado ou não.
Parágrafo único. Os representantes judiciais da União, autarquias, funda-
ções e empresas públicas federais, bem como os indicados na forma do caput,
ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos processos da compe-
tência dos Juizados Especiais Federais.
Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documenta-
ção de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a
instalação da audiência de conciliação.
Parágrafo único. Para a audiência de composição dos danos resultantes
de ilícito criminal (arts. 71, 72 e 74 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995), o repre-
sentante da entidade que comparecer terá poderes para acordar, desistir ou
transigir, na forma do art. 10.
Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao
julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o
laudo até cinco dias antes da audiência, independentemente de intimação das
partes.
§ 1º Os honorários do técnico serão antecipados à conta de verba orça-
mentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade pú-
blica, seu valor será incluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do
Tribunal.

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§ 2º  Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo


designação de exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresen-
tar quesitos e indicar assistentes.
Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.
Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal
quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material
proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei.
§ 1º  O pedido fundado em divergência entre Turmas da mesma Região
será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência
do Juiz Coordenador.
§ 2º O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas de diferentes
regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante
do STJ será julgado por Turma de Uniformização, integrada por juízes de Turmas
Recursais, sob a presidência do Coordenador da Justiça Federal.
§ 3º A reunião de juízes domiciliados em cidades diversas será feita pela
via eletrônica.
§ 4º Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em ques-
tões de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no
Superior Tribunal de Justiça -STJ, a parte interessada poderá provocar a ma-
nifestação deste, que dirimirá a divergência.
§ 5º No caso do § 4º, presente a plausibilidade do direito invocado e ha-
vendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder,
de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a
suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.
§ 6º Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos subsequen-
temente em quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos, aguar-
dando-se pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.
§ 7º Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma
Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério
Público, no prazo de cinco dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam
partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias.

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§ 8º Decorridos os prazos referidos no § 7º, o relator incluirá o pedido em


pauta na Seção, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os
processos com réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.
§ 9º Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no §
6º serão apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de
retratação ou declará-los prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo
Superior Tribunal de Justiça.
§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo
Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regu-
lamentando a composição dos órgãos e os procedimentos a serem adotados
para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e do recur-
so extraordinário.
Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será proces-
sado e julgado segundo o estabelecido nos §§ 4º a 9º  do art. 14, além da
observância das normas do Regimento.
Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em jul-
gado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa,
será efetuado mediante ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com
cópia da sentença ou do acordo.
Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsi-
to em julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta
dias, contados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade ci-
tada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou
do Banco do Brasil, independentemente de precatório.
§ 1º Para os efeitos do § 3º do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações
ali definidas como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de
precatório, terão como limite o mesmo valor estabelecido nesta Lei para a
competência do Juizado Especial Federal Cível (art. 3º, caput).
§ 2º Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o sequestro do
numerário suficiente ao cumprimento da decisão.

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§ 3º São vedados o fracionamento, repartição ou quebra do valor da exe-


cução, de modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida
no § 1º deste artigo, e, em parte, mediante expedição do precatório, e a ex-
pedição de precatório complementar ou suplementar do valor pago.
§ 4º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1º, o paga-
mento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exe-
quente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo
pagamento do saldo sem o precatório, da forma lá prevista.
Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por decisão do Tribunal
Regional Federal. O Juiz presidente do Juizado designará os conciliadores pelo
período de dois anos, admitida a recondução. O exercício dessas funções será
gratuito, assegurados os direitos e prerrogativas do jurado (art. 437 do Código de
Processo Penal).
Parágrafo único. Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas locali-
dades cujo movimento forense não justifique a existência de Juizado Especial,
cabendo ao Tribunal designar a Vara onde funcionará.
Art. 19. No prazo de seis meses, a contar da publicação desta Lei, deve-
rão ser instalados os Juizados Especiais nas capitais dos Estados e no Distrito
Federal.
Parágrafo único. Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em outras
cidades onde for necessário, neste último caso, por decisão do Tribunal Regio-
nal Federal, serão instalados Juizados com competência exclusiva para ações
previdenciárias.
Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no
Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4º da Lei no 9.099,
de 26 de setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.
Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por decisão do Tribunal Re-
gional Federal, que definirá sua composição e área de competência, podendo
abranger mais de uma seção.
§ 1º Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz
na sede da Turma Recursal ou na Região. (Revogado pela Lei n. 12.665, de
2012)

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§ 2º A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios
de antiguidade e merecimento. (Revogado pela Lei n. 12.665, de 2012)
Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordenados por Juiz do respectivo
Tribunal Regional, escolhido por seus pares, com mandato de dois anos.
Parágrafo único. O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias, po-
derá determinar o funcionamento do Juizado Especial em caráter itinerante,
mediante autorização prévia do Tribunal Regional Federal, com antecedência
de dez dias.
Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar, por até três anos,
contados a partir da publicação desta Lei, a competência dos Juizados Espe-
ciais Cíveis, atendendo à necessidade da organização dos serviços judiciários
ou administrativos.
Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal
e as Escolas de Magistratura dos Tribunais Regionais Federais criarão progra-
mas de informática necessários para subsidiar a instrução das causas subme-
tidas aos Juizados e promoverão cursos de aperfeiçoamento destinados aos
seus magistrados e servidores.
Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Especiais as demandas ajuiza-
das até a data de sua instalação.
Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Federais prestar o suporte ad-
ministrativo necessário ao funcionamento dos Juizados Especiais.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor seis meses após a data de sua publicação.
Brasília, 12 de julho de 2001; 180º da Independência e 113º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo de Tarso Tamos Ribeiro
Roberto Brant
Gilmar Ferreira Mendes
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.2001
*

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