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Primeiro: por que tantos porquês? No inglês, por exemplo,
temos why para perguntas e because para explicações.
Simples, fácil:
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Na fala, dizemos a mesma coisa. Às vezes com mais
ênfase aqui e ali, mas substancialmente a mesma coisa.
Na escrita, porém, os quatro porquês são DIFERENTES e
servem para coisas DIFERENTES.
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Vamos começar pelo porque.
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“Estou lendo o PDF massa do Raul, porque é o melhor jeitão
de ensinar português.”
Repare que nós temos duas ideias que são LIGADAS pelo
porque:
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Se você conseguir trocar porque pelo pois, saiba com
absoluta certeza que é realmente porque.
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Agora temos o porquê. Um substantivo.
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“Porquês falsos não me comovem.”
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Ufa, já estamos na metade. Chegamos ao por que.
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Só tem um problema: há outros tipos de frases em que
você é OBRIGADO a usar por que. Pior, rola usá-lo até em
respostas.
“Você sabe muito bem por que o Brasil não vai pra frente."
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“Por que razão o Brasil não vai pra frente?”
“Você sabe por que razão o Brasil não vai pra frente?”
“Você sabe muito bem por que razão o Brasil não vai pra
frente.”
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Por quê é o irmão gêmeo vadio do por que.
O primo escorado.
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O por quê é igualzinho ao por que, só que escorado.
Precisa ter um ponto no qual possa se encostar, o vadio.
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“Sem a explicação do Raul, nunca teria entendido por quê.”
Ou ponto de exclamação:
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Só que são… diferentes. Dizem coisas diferentes. São tipos
de palavras diferentes.
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Se pelo(a) qual ou pelos(as) quais funcionar na frase,
o certo também vai ser por que.
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Você agora faz parte da elite portuguesística. Em poucos
minutos, aprendeu de maneira infalível a usar o que não
te ensinaram em trocentos anos de escola.
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Antes de qualquer coisa: o que é a crase?
A crase é um FENÔMENO.
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Leia esta frase: “Seja bem-vindo ao primeiro dia do
Português sem Cagaço!”
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“A aula de hoje foi ótima!”
a+a
=
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“Seja bem-vindo à aula de hoje.”
Fundiu os dois a.
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É isso que vamos aprender a verificar, agora.
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Será que essa crase está certa? Vamos olhar para os dois
lados. Primeiro, o teste da palavra à esquerda. O teste da
pergunta. A gente faz uma pergunta para o verbo:
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Se não houver a em qualquer um dos dois, NÃO TEM
CRASE.
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Epa! Aqui temos dois a. Logo, temos crase. A frase está
certíssima.
Temos o primeiro a.
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O dinheiro das doações será revertido à entidades
assistenciais.
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