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FUNÇÃO POLINOMIAL DO 1º GRAU OU FUNÇÃO AFIM

1- Definição
Denomina-se função do 1º grau (ou afim) a toda função do tipo f(x) = ax+b
com a  * e b  .

Exemplos
a) f(x) = 2x – 6 (a = 2 e b = -6) b) y = -x + 4 (a = -1 e b = 4)
2x 1
c) f(x) = 5x – 2 (a = 5 e b = -2) d) y   (a = 2/5 e b = -1/2)
5 2

Notas:

1ª) Domínio da função afim é o conjunto dos reais.


2ª) Conjunto imagem é o conjunto dos reais.
3ª) O gráfico é uma reta.
4ª) O gráfico intercepta o eixo das abscissas em (x, 0) e o eixo das ordenadas em
(0, y).
5ª) Quando b = 0, a função do 1º grau é denominada particularmente de função
linear [f(x) = ax] cujo gráfico passa pela origem dos eixos cartesiano.

Exemplos:

a) f(x) = 3x (a = 3 e b = 0) b) y = -5x (a = -5 e b = 0)
c) f(x) = 2x/3 (a = 2/3 e b = 0)

2- GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO AFIM OU DO 1º GRAU

O gráfico de uma função do 1º grau é representado por uma reta.

3- CONSTRUÇÃO DO GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO AFIM

Como o gráfico da função afim é uma reta, precisamos de apenas dois


pontos distintos para construir a mesma, pois, ao estudarmos geometria,
verificamos que, dois pontos distintos determinam uma única reta, logo, atribuímos
dois valores arbitrários para a variável independente x, em seguida, obtemos os
valores da variável dependente y. Observe o exemplo abaixo:
1- Construir o gráfico da função f(x) = 3x – 1.
y f(x) = 3x-1
x y (x, y)
0 -1 (0, -1) 2
0 1 x
1 2 (1, 2) -1

f(0) = 3.0 – 1 = -1
f(1) = 3.1 – 1 = 2

EXERCÍCIO

01- Em cada função abaixo, determine:


a) O domínio.
b) O conjunto imagem.
c) O gráfico.
d) Os pontos em que o gráfico intercepta os eixos dos x e dos y.

a) f(x) = 2x – 4 b) y = -x + 3 c) f(x) = x d) y = -2x

Solução:

a) f(x) = 2x - 4

a.1) D = 

a.2) Im = 

a.3)
x y (x, y)
0 -4 (0, -4)
1 -2 (1, -2)

f(x) = 2x – 4
f(0) = 2.0 – 4 = 0 – 4 = - 4 (valor numérico da função)
f(1) = 2.1 – 4 = 2 – 4 = -2
y

p1
2

0 1
x
-2 

-4 p2


 y  0  2 x  4  0  x  2 ( rais da função)  p1 ( 2, 0)
a.4) 

 x  0  f (0)  2.0  4  4  p 2 (0, 4)
b) y = -x + 3

b.1) D = 

b2) Im = 

b.3)
x y (x, y)
0 3 (0, 3)
1 2 (1, 2)

f(x) = -x + 3
f(0) = 0 + 3 = 0 + 3 = 3
f(1) = -1 + 3 = 2
y

3  p1
2
P2
0 1 3 x


 y  0   x  3  0  x  3 ( raiz da função)  p1 (3, 0)
b.4) 

 x  0  f (0)  0  3  3  p 2 (0, 3)

c) f(x) = x (função identidade)

c.1) D = 

c2) Im = 

c.3)
x y (x, y)
0 0 (0, 0)
1 1 (1, 1)

f(x) = x
f(0) = 0
f(1) = 1
y

1 

0  1 x
3.4) P(0, 0) (origem dos eixos)

d) f(x) = -2x

d.1) D = 

d.2) Im = 

d.3)
x y (x, y)
0 0 (0, 0)
1 -2 (1, -2)
f(x) = -2x
f(0) = -2.0 = 0
f(1) = -2.1 = -2
y

p

0 1
x
-2 

d.4) P(0, 0) (origem dos eixos)

Observações:

1ª) Na reta f(x) = ax + b, o valor do coeficiente da variável independente x,


no caso a, é denominado Coeficiente Angular, sendo determinado pela tangente
do ângulo que a reta forma com o eixo positivo dos x (a = tg ) no sentido anti-
horário. Este coeficiente representa uma variação na variável dependente y (y)
ocasionado por uma modificação ocorrida na variável independente x (x). O valor
de b é denominado Coeficiente Linear, que equivale à distância da origem ao
ponto onde o gráfico intercepta o eixo-y.

2ª) Em relação à reta f(x) = 2x – 4 temos a = 2 e b = -4.


y


2

0 1
x
-2 

-4 
* Como a = tg , temos: tg  = 2   = arctg 2  63º

3ª) Em relação à reta f(x) = -x + 3 temos a = -1 e b = 3.


y

3 
2 

0 1 x

* Como a = tg , temos: tg  = -1   = arctg (-1)  135º

4ª) A função f(x) = 2x – 4 apresenta o coeficiente angular positivo (a = 2),


logo, é uma função crescente [x 2 > x1  f(x2) > f(x1) ou x2 < x1  f(x2) < f(x1)]. Já, a
função f(x) = -x + 3, apresenta o coeficiente angular negativo (a = -1), logo, é uma
função decrescente [x2 > x1  f(x2) < f(x1) ou x2 < x1  f(x2) > f(x1)].

3- ESTUDO DO SINAL DA FUNÇÃO DO 1º GRAU

Já vimos que estudar o sinal de uma função significa encontrar os valores


de x que a torna positiva, negativa ou nula. Então, vamos resolver o seguinte
problema:
- Estude o sinal de cada função abaixo:
a) f(x) = 2x – 4 b) f(x) = -x + 3
Solução:
a) f(x) = 2x – 4
1- Verifica-se se o valor de a é positivo ou negativo. Neste caso, a é positivo
(a = 2).

2- Calcula-se a raiz da função.


f(x) = 2x - 4
2x – 4 = 0 x = 2

3- Esboça-se o gráfico.

f(x) = 2x - 4

c/a 2 (+) m/a


 x
(-)


m / a  mesmo sin al de a.


c / a  sin al contrário de a.
x  2, tem os f ( x)  0 (ima gem po sitiva )


x  2, temo s f ( x)  0 (im agem negtiva )
x  2, temos f ( x)  0 (imagem n ula)

Esquematizando, temos:

c/a (-) 2 m/a (+)


x

Em outras palavras, dizemos que, se x assumir qualquer valor maior que


dois, a função f(x) será sempre positiva; se assumir qualquer valor menor que
dois, a função será sempre negativa e, se assumir o valor 2, a função será nula.

b) f(x) = -x + 3
Mesmo procedimento do anterior.
1) a < 0
2) x = 3
3)
f(x) = -x + 3

c/a (+) -1 m/a (-) x


x  1 , temos f ( x)  0 (i ma gem n egati va)




x  1 , temos f ( x)  0 (i ma gem po sitiva )
x  1 , temo s f ( x)  0 (i ma gem nula )

Esquematizando, temos:

c/a (+) -1 m/a (-)


x

4- INEQUAÇÕES DO 1º GRAU

4.1- Definição

É toda sentença matemática aberta do tipo ax + b > 0, ax + b < 0, ax + b  0


e ax + b  0 com a e b   e a  0.

Exemplos:

a) 2x – 6 > 0 b) -4x + 2 < 0 c) 4x  0 d) 5 – x  0


 3 x  12 
e) (4x + 4).(-2x + 4)  0 f)  0
  4x  8 

4.2- Resolução

Já resolvemos algumas inequações do 1º grau quando do estudo do


domínio de uma função, então, encontremos o conjunto solução das inequações
acima.
a) 2x – 6 > 0
2x > 6  x > 3
S = {x   / x > 3} ou ]3, +)

3
O x

Outra maneira de resolver


2x – 6 > 0
- Transforma-se numa função do 1º grau e, em seguida, estuda-se o sinal
da mesma.
f(x) = 2x - 6
- Determina-se o sinal de a.
a=2a>0
- Calcula-se a raiz:
2x – 6 = 0  x = 3
- Esquematiza-se o resultado:

c/a (-) 3 m/a (+) x


O

Observa-se que a função apresenta resultado positivo (f(x) > 0), quando x
assumir qualquer valor maior ou igual a 3. Então, o conjunto solução é S = {x 
 / x > 3} ou ]3, +).

b) -4x + 2 < 0
Sendo a negativo (-4), deve-se multiplicar toda a inequação por -1,
conseqüentemente, troca-se todos os sinais, inclusive da inequação.
-4x + 2 < 0 x (-1)
4x – 2 > 0
4x > 2
x > 2/4
x > 1/2
S = {x / x > 1/2} ou ]1/2, +)

1/2
0 x
c) 4x  0
x  0/4
x0

S = {x / x  0} ou (-, 0]

- 0 x

d) 5 – x  0
-x -5 x (-1)
X5
S = {x / x  5} ou (-, 5]

- 5 x

e) (4x + 4).(-2x + 4)  0 (Inequação produto)

- Separa-se em duas funções, em seguida estuda-se o sinal de cada uma.

f(x) = 4x + 4 g(x) = -2x + 4


1) a = 4  a > 0 1) a = -2  a < 0
2) 4x + 4 = 0 2) -2x + 4 = 0
x = -1 x=2

c/a -1 m/a x
3) f(x) - ----------
 +++++++++++++++++++++++ +
2
g(x) - +++++++++++++++++++ +
 --------------
+

f.g) - -----------
 +++++++++++  --------------- +
-1 2

- Como os valores da inequação deverão ser positivos ou nulos ( 0), temos:

V = {x   / -1  x  2} ou [-1, 2]
 3 x  12 
f)    0 (Inequação quociente)
  4x  8 
- Utiliza-se o mesmo processo da inequação produto, isto é, separa-se em duas
funções, em seguida estuda-se o sinal de cada uma.

f(x) = 3x + 12 g(x) = -4x + 8


1) a = 3  a > 0 1) a = -4  a < 0
2) 3x + 12 = 0 2) -4x + 8  0
x = -4 x=2
* Sendo 2 raiz do denominador devemos excluí-la da resposta (x  2).

3) -4
f(x) - ++++++
 ----------------------------------------- +

2
g(x) - ------------------------------- -- +++++++++++++ +
f/g) -------------  ++++++++++  ------------------- +
-4 2

- Como os valores da inequação deverão ser negativos ou nulos ( 0), temos:

V = {x   / x  -4 ou x  2} ou (-, -4] U ]2, +)

ESTUDO DA RETA

Introdução

Observamos no estudo sobre função do 1º grau que, através de dois


pontos distintos, construímos o gráfico da mesma, no caso, uma reta. Agora,
utilizando esses pontos, vamos encontrar a equação que representa essa reta.
Contudo, antes de determinarmos a equação da reta, vamos verificar como se
calcula a distância entre dois pontos P 1(x1, y1) e P2(x2, y2) e, em seguida, o ponto
médio de um segmento.

Observe o gráfico abaixo:

P2
y2
y = y - y
d 2 1
P1
y1 A
x = x - x
2 1
0 x1 x2 x

x  x 2  x1  var iação em x


y  y 2  y1  var iação em y

Nele, surge um triângulo retângulo P1ÂP2. Logo, utilizando o Teorema de


Pitágoras (o quadrado da hipotenusa é igual a soma dos quadrados dos catetos),
encontramos a fórmula que possibilita o cálculo do valor da distância(d) entre os
pontos P1 e P2:

d 2  y 2  x 2  d  y 2  x 2  d  y 2  y1  2   x2  x1  2

Exemplos:

01- Encontrar a distância entre os seguintes pontos:

a) (2, 4) e B(0, 6) b) C(-3, 5) e D(2, -1) c) E(6, 43) e F(-2, 3)

Solução:

a) x
 1  2 e y1  4
A( 2, 4) e B ( 0, 6)  
x2  0 e y2  6

d AB   y2  y1  2
  x2  x1  2

d AB   6  4
2
 0  2
2

d AB  22  ( 2) 2

d AB  8  2 2

b) x
 1  3 e y1  5
C ( 3, 5) e D ( 2,  1)  
x2  2 e y2  1

d CD   y2  y1  2
  x2  x1  2

d CD    1  5
2
  2  ( 3) 
2

d CD  ( 6) 2
 ( 2  3) 2

d CD  36  25  61

c) x
 1  6 e y1  4 3
E ( 6, 4 3) e F ( 2, 3)  
 x2  2 e y2  3

d EF   y2  y1  2
  x2  x1  2

d EF  ( 3  4 3) 2
   2  6
2

d EF  ( 3 3) 2
 ( 8) 2

d EF  27  64  91

02- Dados os pontos P(2, 3), Q(1, 4) e S(0, 2):

a) Verifique se dPQ + dQS > dPS + dQS.

b) Traçar as retas que passam pelos pontos P e Q, pelos pontos P e S, no mesmo


plano cadtesiano.
Solução:

a)
d  y 2  y1  2   x2  x1  2
d PQ   4  3 2  1  2 2  2

d PS   2  3 2   0  2 2  5
d QS   2  4 2   0  1 2  5
dPQ + dQS = 2 5
dPS + dQS = 5 52 5

Logo, dPQ + dQS é menor que dPS + dQS..

4 Q
b) PS
3
P
2
S
PQ
0 1 2 x

02- Um indivíduo programou uma viagem de férias com a família saindo da


cidade A para a cidade C com parada obrigatória na cidade B. Verificou no
mapa a localização de cada cidade (figura abaixo). Sabendo que com o tanque
de combustível de seu carro cheio (70 litros) consegue rodar em torno de 80
km. Pergunta-se: o indivíduo pode fazer a viagem sem abastecer na cidade B?

y (km)

50
40 C(70,40)
30
20 B(30,20)
10
x (km)
A (0, 0) 10 20 30 40 50 60 70

Solução:

2.1) Cálculo da distância do ponto A até o B. x


 1  0 e y1  0
A( 0,0) e B (30, 20)  
 x2  30 e y2  20

d CD   y2  y1  2
  x2  x1  2

d CD   20  0 
2
  30  0 
2

d CD  ( 20 ) 2
 (30) 2

d CD  400  900  1300  10 13  36 km

2.2) Cálculo da distância do ponto B até o C.


x  30 e y1  20
 1
B (30, 20 ) e B ( 70 , 40)  
 x2  70 e y2  40

d CD   y2  y1  2
  x2  x1  2

d CD   40  20  2
  70  30  2

d CD  ( 20 ) 2
 ( 40) 2

d CD  400  1600  2.000  20 5  45 km

2.3) Somando as distâncias, temos, aproximadamente, 81 km.

2.4) Pelo resultado total (81 km), verifica-se que o indivíduo tem que
abastecer na cidade B.

03- Suponha que na figura acima, AB e BC representam cabos elétricos instalados


do ponto A ao ponto C passando por B. Se o preço cobrado por metro linear de A
até B for de R$ 4,50 e de B até C de R$ 6,40.

a) Qual o custo total da instalação do cabo?

b) Se a dívida for paga à vista, há um desconto de 15%. Então, qual será o custo
total da instalação se a dívida for quitada antes do inicio da obra?

c) Segundo o contrato, se acontecer atraso no pagamento será cobrado uma


multa de 12,5% em cima do total. Então, caso aconteça o atraso, qual será o valor
da dívida?
Solução:
a)
a.1) Como a distância de A até B é, aproximadamente, 36 km, temos:
36 km = 36.000 metros x 4,50 = 162.000,00

a.2) A distância de B até C é, aproximadamente, 45 km, temos:


45 km = 45.000 metros x 6.40 = 288.000,00

a.3) O custo total (Ct) será, Ct = CAB + CBC = 450.000,00

b) 450.000 x 0,15 = 67.500,00 (desconto).


450.000,00 – 67.500,00 = 382.500,00 (custo total após o desconto)

c) 450.000 x 0,125 = 56.250,00 (multa)


450.000,00 + 56.250,00 = 506.250,00 (custo total com atraso)
04- Calcule o perímetro da figura abaixo.

y= Km

c
5

4
B

3 A

0 2 4 6 x = km

Solução:
Para encontrar o perímetro de uma figura, devemos somar os valores de
seus lados, logo, nesse caso, vamos encontrar a soma das medidas dos lados
do triângulo que aparece na figura. Para isso, necessitamos calcular as
distâncias entre os vértices do triângulo dAB, dBC e dCA.
Sendo A(2, 3), B(6, 4) e C(4, 5) os vértices, temos:
d  y 2  y1  2   x 2  x1  2
d AB   4  3 2   6  2  2  1  16  17 km
d AC   4  2  2   5  3 2  4  4  8  2 2 km
d BC  ( 4  6) 2  (5  4) 2  4  1  5 km

Após o aprendizado do cálculo da distância entre dois pontos, vamos


verificar, através do gráfico abaixo, como se determina o ponto médio de um
segmento.
y
y2 P2

y2 – ym

ym M ym- y1
y1 P1
xm- x1 x2- xm
0 x1 xm x2 x
Pelo teorema de Tales, temos:

x m  x1 P1 M y m  y1 P1 M P1M
 e  , como = 1, temos:
x 2  x m MP2 y 2  y m MP2 MP2

 x m  x1 x 2  x1
x  x  1  x m  x1  x 2  x m  x m 
 2 m 2

 y m  y1  1  y y 2  y1
m  y1  y 2  y m  y m 
 y2  ym
 2

 x  x y  y1 
Logo, o ponto médio é M  2 1 , 2 .
 2 2 
* Nota-se que os valores da abscissa e da ordenada do ponto médio do
segmento AB, são calculados pela média aritmética das abscissas e das
ordenadas desses pontos.
Exemplos:
01- Encontre o ponto médio do segmento A(6, 5) e B(-4, 3), representando-o
graficamente.

Solução:
x1  6, x 2  4, y1  5 e y 2  3
 x  x1  4  6
x  2  1
 m 2 2
  M (1, 4)
 y  y 2  y1  3  5  4
 m 2 2
02- Calcule os valores de p e q, sendo M(3, -2) o ponto médio do segmento A(p,
4) e B(-6, q).
Solução:
x1  p, x 2  6, y1  4 e y 2  q
 x 2  x1 6 p
 xm 
 2

2

 y  y 2  y1  q  4


m
2 2
Como, x m  3 e y m  2, temos :

 6  p
  3  p  12
 2

 q  4
  2  q  8
 2

EQUAÇÕES DE RETA

A partir desse momento, vamos utilizar alguns processos para encontrar a


equação de uma reta.

Primeiramente, partimos para as definições de Inclinação e Declividade


(Coeficiente Angular) de uma reta não paralela aos eixos x e y. Observe o gráfico
abaixo.

y
B r
y2
y2- y1
A  C
y1 x2- x1

x1 x2 x

Denominamos Inclinação de uma reta ao ângulo () formado pela intersecção


dela, com o eixo-x, no sentido anti-horário.

Chama-se Declividade ou Coeficiente Angular (a) o valor da tangente desse


ângulo (a = tg ). Se o ângulo pertencer ao 1º quadrante (0 o    90o), o valor da
declividade será positiva, entretanto, se estiver no 2º quadrante (90 o    180o),
será negativa.

Observe no gráfico o surgimento de um triângulo retângulo ACB. Em geometria,


ao estudarmos as razões trigonométricas, constatamos que a tangente de um
ângulo agudo de um triângulo retângulo é a razão entre o cateto oposto e o cateto
adjacente a esse ângulo, logo, o Coeficiente Angular é dado pela fórmula:
BC y 2  y1
a  Tg  
AC x 2  x1
Exemplos:

01- Uma determinada reta forma um ângulo de 60º com o eixo-x, no sentido anti-
horário. Determine:
a) O valor da inclinação.
b) O valor do coeficiente angular.

Solução:

a) A inclinação é o ângulo que a reta forma com o eixo-x, ou seja, 60º.


b) O coeficiente angular é a tangente da inclinação, nesse caso, a = tg 60º = 3 .

02- Calcule o coeficiente angular (declividade) da reta abaixo:

145º
x

Solução:

Como a inclinação é 145º, a declividade da reta r é a = tg 145º = -tg 45º  a = - 1.

03- Determine o coeficiente angular e a inclinação de cada reta determinada pelos


pontos abaixo:
a) A(2, 6) e B(-2, 4)
b) C(-1, 4) e D(-3, 8)

Solução:

a) A(2, 6) e B(-2, 4)
x  2
 1 e x 2  2

y  6 e y2  4
 1
y 2  y1 46 2
a    
1
 coeficiente angular ou declividade 
x 2  x1 22 4 2
 a  tg     arctga ( função trigonométrica inversa)

1 1
  tg     arctg      26, 6º (inclinação)
2 2

b) C(-1, 4) e D(-3, 8)
 x  2
 1 e x 2  3

 y1  4 e y2  8

y 2  y1 84 4
a     4  declividade 
x 2  x1  3  ( 2) 1
a  tg    arctga( função trigonométrica inversa)

 4  tg    arctg   4     76º  104 º (inclinação)

A partir desse momento, vamos encontrar as equações de reta.


Equação da reta que passa por um ponto e tem a, como declividade
(coeficiente angular).

Imagine uma reta r, pertencente a um sistema de coordenadas cartesianas


ortogonais, que passa por um ponto A(x1, y1) e apresenta o coeficiente angular
tg = a, conforme o gráfico abaixo.
Y
r
B
y
y=y-y
 1
A C
y1 x=x-x1

0 x1 x x

Ao estudarmos Geometria, verificamos que uma reta é determinada por dois


pontos, portanto, utilizemos um ponto B, diferente de A, pertencente à reta, para
encontrarmos a equação da mesma. Pela relação trigonométrica no triangulo
retângulo, temos:

y
Tg 
x
y  y1
Tg  , como tg  a (coeficient e angular ), temos :
x  x1
y  y1
a .( x 2  x1 )
x  x1
a ( x  x1 )  y  y1
y  y1  a( x  x1 )

A equação acima representa a equação da reta que passa por um ponto A(x1, y1)
e tem, tg = a, como declividade (coeficiente angular) da mesma.

Exemplo:

- Encontre a equação da reta que passa pelo ponto P(2,4) e apresenta coeficiente
angular igual a 3.

Solução:

Utilizando a fórmula y – y1 = a.(x - x1), temos:


y – 4 = 3.(x - 2)
y = 3x – 6 + 4
y = 3x – 2 (1)

Igualando a zero a equação acima, temos:


y = 3x – 2
-3x + y + 2 = 0 ou 3x - y - 2 = 0 (2)

A equação (1) é denominada equação reduzida da reta (y = Ax + B) e a (2),


equação geral da reta (Ax + By + C = 0).

Equação da reta que passa por dois pontos

Observe o gráfico abaixo.


Para encontrar a equação da reta que passa pelos pontos A(x 1, y1) e B(x2, y2),
devemos calcular, inicialmente, o valor do coeficiente angular através da fórmula
y  y1
a 2 , em seguida, substituir na fórmula y  y1  a.( x  x1 ) ou aplicar a
x 2  x1
 y 2  y1 
fórmula y  y1   ( x  x1 ) .
 x 2  x1 

y
y
2 B

y
1 A

x x
0 1 2 x

Exemplo:

1- Determinar a equação da reta representada pelo gráfico.


y

6 B

4 A

0 1 3 x

Observe que a reta passa pelos pontos A(1, 4) e B(3, 6), logo:
 y  y1 
y  y1   2 ( x  x1 )
 x 2  x1 
64
y4 .( x  1)
 3 1 
2
y  4  .( x  1)
2
y  1.( x  1)  4
y  x  3 (equação reduzida ) ou x  y  3  0 (equação geral )

Equação segmentária de uma reta

Agora que verificamos como se determina a equação da reta nas formas reduzida
e geral, vamos verificar os procedimentos para determinar a equação da reta na
forma segmentária.

Seja r, uma reta não paralela aos eixos x e y e que passa pelos pontos A(m, 0) e
B (0, n), onde m ≠ 0 e n ≠ 0. Vamos determinar a equação geral da mesma
utilizando a fórmula y - y1 = a.(x – x1).
- Calculando o coeficiente angular.
y  y1 n  0 n
a 2  
x 2  x1 0  m m
- Encontrando a equação geral da reta.
y  0  a.( x  x1 )
n
y .( x  m)
m
my   nx  nm
nx  my  mn  0 (equação geral da reta )

- A partir da equação geral encontrada, vamos determinar equação segmentária


da mesma.
nx  my  mn  0
my  nx  mn (mn)
x y
 1 (equação segmentária da reta ))
m n

Exemplo:

Encontre a equação segmentária da reta r: -3x + y + 2 = 0.

Inicialmente, devemos determinar a intersecção da mesma com os eixos x e y,


como segue:

1) Quando a reta intercepta o eixo-y, o valor da abscissa vale zero (x = 0), logo:
x = 0  -3.0 + y + 2 = 0  y = -2  (0, -2) ponto em que a reta intercepta o eixo-y.
2) Quando a reta intercepta o eixo-x, o valor da ordenada vale zero (y = 0), logo:
y = 0  -3x + 0 + 2 = 0  x = 2/3  (2/3, 0) ponto em que a reta intercepta o
eixo-x.
x y x y
 1   1.
A equação segmentária é m n 2 2
3

Observe que n é a ordenada do ponto onde a reta intercepta o eixo-y e m, é a


abscissa do ponto onde a reta intercepta o eixo-x. Graficamente temos:
y

0 2/3 x
(0, -2)

Equações paramétricas de uma reta

Quando encontramos uma equação da reta na forma de sistema  x  at  b





 y  ct  d  com a  0 ou c  0 
  ,
denominamos de equações paramétricas de uma reta.

Exemplo
 x  3t  2
1- Verificar se o sistema 
 y  2t  1 representa a reta r: 2x – 3y - 7 = 0.

Isolando t na equação y = 2t – 1.
y 1
y  2t  1  2t  y  1  t 
2
Substituindo o valor de t na equação x = 3t + 2.
x  3t  2
 y  1
x  3. 2
 2 
3y  3
x 2
2
2x  3y  3  4
2x  3y  7  0
Como, o sistema representa a reta r, damos o nome, ao mesmo, de equações
paramétricas da reta.

02- Dê a equação da reta que passa pelo ponto A(-1, 4) e forma com o eixo-x, no
sentido anti-horário, um ângulo de 30º.
Solução:

Utilizando a fórmula y  y1  a( x  x1 ) , temos:


y  4  tg 30º.( x  (1))
3
y4 .( x  1)
3
3 3
y x  4 ( forma reduzida )
3 3
ou
3y  3. x  3  12
 3 x  3 y  ( 3 12)  0 ( forma geral )

03- Os pontos A(0, 5) e B(-2, 1) pertencem a reta r. Determine sua equação.

Solução:
x  0 e x2  2
 1

 y1  5 e y  1
 2

y  y1  a( x  x1 )
 y2  y1 
y  y1 
 
( x  x1 )
 x2  x1 
 1  5 
y  5    ( x  0)
  2  0 
y  5  2 x
y  2 x  5
ou
 2x  y  5  0

04- Os pontos A(-2, 3) e B(0, 5) pertencem a reta r. Encontre sua inclinação.

Solução:
 x  2 e x2  0
 1

 y1  3 e y2  5

y  y1 53 2
a  2   1 coeficiente angular
x 2  x1 0  ( 2) 2

Cálculo da inclinação: 3

 = arctg(a)
 = arctg(1)   = 45º -2
Agora, se uma reta estiver paralela a um dos eixos cartesianos, como ficará sua
equação?

Para responder esse questionamento, vamos verificar os dois casos:

1º- Quando a reta r estiver paralela ao eixo-x (ou perpendicular ao eixo-y):


nesse caso, o coeficiente angular é bem definido e seu valor é igual a 0 (tg 0 = 0).
Logo, podemos aplicar a equação y  y1  a ( x  x1 ) .
y  y1  a ( x  x1 )
y  y1  0.( x  x1 )
y  y1  0
y  y1  equação da reta procurada
y
(0, y1)
r

0 x

2º- Quando a reta r estiver paralela ao eixo-y (ou perpendicular ao eixo-x):


nesse caso, o coeficiente angular não está definido (tg 90º). Logo, não podemos
aplicar a equação y  y1  a ( x  x1 ) . Porém, uma reta vertical ao eixo-x,
caracteriza-se por apresentar em todos os seus pontos a mesma abscissa, logo,
sua equação é dada por x = x1.

y r

0 (x1, 0) x

Exemplo:

1- Em relação às retas abaixo, encontre suas equações:

a) b) c) d)
3
3
-1
-1 2

Respostas: a) y = 3 b) y = -1 c) x = 2 d) x = -1

Notas:
1ª) para verificar se um ponto pertence a uma reta, devemos substituir suas
coordenadas na equação e constatar se a igualdade prevalece.

Exemplo:

1- Verifique se os pontos A(2, -4) e B(-3, 5), pertencem à reta x – 2y + 13= 0.

Solução:

Substituindo A(2, -4) na equação x – 2y + 13= 0, temos:


2 – 2(-4) + 13 = 0
2+8 + 13 = 0
23 = 0 (F)
Observe que a proposição é falsa, logo, A(2, -4) não pertence à reta.
Substituindo B(-3, 5) na equação x – 2y + 13= 0, temos:
-3 – 2.5 + 13 = 0
-3 - 10 + 13 = 0
-13 + 13 = 0
0 = 0 (V)
Nesse caso, a proposição é verdadeira, logo, B(-3, 5) pertence à reta.

2ª) Para encontrar o ponto de intersecção entre duas retas, devemos resolver o
sistema formado pelas equações das mesmas.

Exemplo:

1- Encontre o ponto onde as retas x + 2y – 2 = 0 e y = 3x - 6 se interceptam.

Solução:

Resolvendo o sistema.

x  2 y  2  0 (1)

 y  3x  6 ( 2)

Substituin do 2 em 1, temos :
x  2(3 x  6)  2  0
x  6 x  12  2  0
7 x  14  0  x  2

Substituindo x = 2 em (1) ou em (2), encontramos y = 0, logo, (2, 0) é o ponto onde


as retas se interceptam. Graficamente, temos:

1 (2, 0)
x
2
-6

EXERCÍCIOS

01- Em relação aos pares de pontos abaixo, determine:


1.1) A distância entre eles;
1.2) A equação da reta que passa pelos mesmos;
1.3) Represente graficamente os itens a e b.
a) P(2, 3) e Q(1, 4)
b) P(-1, 5) e Q(3, -2)
c) P(-2, 0) e Q(-4, -5)
d) P(2/3, -1) e Q(3/2, 0)

02- Dados os pontos A(4, 2) e B(1, 5):


a) Calcule a distância entre os pontos A e B.
b) Trace a reta que passa por A e B.
c) Encontre o coeficiente angular.
d) Determine a equação da reta que passa por A e B.

02- Um fabricante obteve os seguintes dados relacionando o custo C (em unidade


de milhar) ao número de unidades produzidas Q de certo bem.

Q 0 10 20 30 40 50
C 2 2,5 3,0 3,8 4,0 4,5

a) Represente graficamente o Custo (C) em função da quantidade produzida


(Q).
b) Trace a reta que passa pelos pontos (0; 2) e (50; 4,5).
c) Determine a equação da reta quer passa pelos pontos do item b.
d) Considerando esta equação como uma aproximação da relação entre custo
total e o nível de produção, estime o custo de se produzirem 45 unidades
do bem em questão.

03- Dados os pontos P(2, 3), Q(1, 4) e S(0, 2):


a) Verifique se dPQ + dPS > dQS .

b) Trace as retas PQ e PS.


c) Encontre o coeficiente angular de cada reta.
d) Determine a equação na forma geral e reduzida de cada reta acima.

MODELO MATEMÁTICO

Agora, vamos verificar através de exemplos, a maneira de encontrar um modelo


matemático.

01- Constituir a equação y = Ax + B de uma reta que aproxima o seguinte conjunto


de pontos P={(1,3), (2, 4), (4, 8), (5, 15)}.

Solução

A equação da reta que aproxima um conjunto de pontos através do critério dos


mínimos quadrados é:

y = Ax + B

Onde,

A 
 xy  n x y
  x  n( x)2 2


e

B  y  Ax

xy = soma dos produtos xy


n = número de pontos observados
x2 = soma dos quadrados dos valores de x
x
x e y
y (médias aritmética s)
n n
Para facilitar os cálculos construímos uma tabela.

x y x.y x2 118  4 x3 x7,5 28


A   2,8
1 3 3 1 46  4 x3 2 10
2 4 8 4 B  7,5  2,8 x3  0,9
4 8 32 16
5 15 75 25 Logo, y  0,9  2,8 x
12 30 118 46
* y = -09 + 2,8x ou y = 2,8x – 0,9 representa o modelo procurado.

02- Uma pesquisa sobre a oferta de mercado de certo produto M, levou à seguinte
escala de oferta:

Escala de Oferta de Mercado do Produto M


P = Preço S = Quantidade Ofertada
(R$/unidade) (em unidades/mês)
30 22
35 28
42 34
48 42
80 75

Identificar o modelo linear que melhor se ajusta à escala de oferta do produto M.


Represente graficamente no plano cartesiano.

04- Um fabricante obteve os seguintes dados relacionando o custo C (em unidade


de milhar) ao número de unidades produzidas Q de certo bem.

Q 0 10 20 30 40 50
C 2 2,5 3,0 3,8 4,0 4,5

a) Represente graficamente o Custo (C) em função da quantidade produzida


(Q).
b) Trace a reta que passa pelos pontos (0; 2) e (50; 4,5).
c) Determine a equação da reta quer passa pelos pontos do item b.
d) Considerando esta equação como uma aproximação da relação entre
custo total e o nível de produção, estime o custo de se produzirem 45
unidades do bem em questão.

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