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Tema: Devem existir limites para a arte?

Aluno: João Marques Oliveira

Isto não é um cachimbo.

Em uma famosa tela de Magritte observa-se um cachimbo acompanhado de uma


inscrição: “Isto não é um cachimbo”. De fato, não é, mas apenas a sua representação. O
homem ao enxergar a representação associa imediatamente ao objeto real, sem considerar
que ambos não são iguais. Entretanto, paradoxalmente uma depende da outra para existir.
Desse modo, não devem existir limites para a arte, já que esta é a representação do real.
Portanto, impor limites para a arte é romper com a ideia de liberdade.

A priori, arte sempre foi moldada através dos progressos científicos, paradoxalmente,
os progressos científicos foram moldados através da arte. Em primeira análise, no século XIX, o
movimento realista artístico ganhava forma, com seu caráter: descritivo e direto. Em
contrapartida, no século XX, com a invenção da máquina fotográfica, esvaziou a necessidade
de pintar o real, na qual contribuiu na construção movimento do simbolista. Em segunda
análise, no renascentismo, os desenhos e estudo de Leonardo Da Vinci, contribuíram na
compreensão do corpo humano e no desenvolvimento de aviões e helicóptero, fundamental
para avanço na medicina e da engenharia, do mesmo modo, que obras do surrealismo, de
Salvador Da Li contribuíram nos estudos para compreensão do inconsciente de Sigmund Freud.
Sendo assim, qualquer limitação a arte afeta diretamente a ideia de progresso científicos.

Em seguida, um objeto pode assumir diferentes significados dependendo do ponto de


vista com o qual analisa. Sob essa ordem, pela ótica capitalista, a arte assume o papel de
mercadoria. Esse processo de mercantilização, apresenta como efeito a padronização da arte e
a massificação do pensamento. A exemplo, a Indústria Musical investe maciçamente nas
músicas com refrão chiclete e de temas superficiais. Por outro lado, na ótica de Kant, a arte
tem que ter por objetivo, provocar e incomodar o homem a sair da sua zona de conforto, só
assim este poderá atingir a sua maioridade. Tendo isso em vista, o capital tem como objetivo
padronização da arte, em outras palavras, limitar arte a uma mercadoria, aprisionando a
população no hiperconsumismo vigente.

Mediante aos dados exposto, a arte pode assumir papel de progresso e liberdade ou
de retrocesso e detenção. Portanto, não devem existir limites para a arte. Assim, como
Magritt, a população precisa saber diferenciar entre representação e o real. Deste modo, só
assim poderá manter atingir o esclarecimento kantiano.

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