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TECNOLOGIAS PARA A
INDÚSTRIA 4.0
Para termos um bom norte do ponto em que a tecnologia está e como ela
se transformou, é de fundamental importância entendermos como se procedeu
cada uma das revoluções industriais. Observa-se aqui que a tecnologia não segue
uma função linear. Logo, os saltos tecnológicos são diferenciados para cada uma
das revoluções industriais, sendo elas, geralmente, ocasionadas por uma
necessidade.
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Figura 2 – Primeira máquina a vapor
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começaram na Grã-Bretanha, seguiram para a Europa e América do Norte e, em
seguida, rapidamente para o restante do mundo. O período da referida revolução
foi marcado por inúmeras invenções e significativas contribuições em aspecto
mundial.
Resgatando o aspecto da utilização de diferentes fontes de energia da
Primeira Revolução Industrial, uma das principais causas da segunda revolução
foi devido a recursos naturais e novas fontes de energia. Ressalta-se, ainda, a
oferta abundante de mão de obra, forte política governamental e as ferrovias que
revolucionaram o setor de transporte. Tais fatos proporcionaram um padrão de
vida melhor. Entretanto, originou um aumento de desemprego devido às máquinas
que assumiam o emprego do ser humano. Apesar desse revés, os custos e preços
de produção caíram drasticamente e houve um rápido aumento da produtividade,
o que promovia maior utilização dos recursos naturais, sendo os mais corriqueiros
carvão, petróleo, ferro e minério.
Por fim, outro ponto de destaque do referido período foi em relação às
invenções, tanto proporcionada por americanos como também pelos imigrantes.
Dá-se destaque à eletricidade, ao telefone e à linha de produção do Ford T.
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Figura 4 – Utilização de eletricidade
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2. Transformação do material de construção em usinas verdes de
microenergia para coletar energias renováveis no local;
3. Implantação de hidrogênio e outras tecnologias de armazenamento em
todos os edifícios e em toda a infraestrutura para armazenar energias
intermitentes;
4. Uso da tecnologia da internet para transformar a rede elétrica de todos os
continentes em uma internet energética, que age exatamente como a
internet;
5. Transição da frota de transporte para veículos elétricos plug-in e células de
combustível.
Fonte: Jenson/Shutterstock.
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processo evolutivo, podemos contemplar um cenário na era digital com uma
imensa quantidade de informações, tendo como alicerce uma capacidade
bastante considerável dos computadores modernos.
Se trouxermos esse contexto para o âmbito industrial, observaremos que o
CLP monitora e, consequentemente, fornece informações vitais para o correto
funcionamento do equipamento de interesse. Ao agregarmos um dos pilares da
indústria 4.0, que vem a ser a Internet das Coisas ou, do inglês, Internet of Things
(IoT), notaremos a possibilidade de realizar a comunicação entre máquinas. Logo,
podemos concluir que a estruturação de uma rede inteligente é plenamente viável.
Após tal reflexão, podemos definir o fundamento básico da indústria 4.0
como sendo o de conectar máquinas para criar redes inteligentes em toda a
cadeia de valor, o que se denomina por fábrica inteligente.
A Figura 6 mostra os nove pilares que servem como base para a indústria
4.0, tendo como base alguns princípios: capacidade de operação em tempo real,
virtualização, descentralização, orientação a serviços e modularidade.
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A aplicação de tais pilares deve ser analisada para todos os portes de
empresa. Inclusive, existem startups destinadas ao fomento dessas tecnologias.
Um exemplo prático que pode ser citado é a startup de realidade aumentada
Magic Leap que, em 2018, recebeu um aporte total de US$ 1 bilhão, sendo um
dos investidores a própria Google.
2.1 Considerações
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Ainda, o empilhamento das tecnologias já existentes promove a abertura
de um leque de oportunidades de negócio, o que significa dizer que você,
colaborador de dada empresa ou ainda empreendedor, deve fazer da tecnologia
a sua aliada — e, por que não, o seu próprio negócio?
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Mesmo depois da chegada dos motores a combustão, no final do século XIX, a
máquina a vapor não perdeu a utilidade, já que é utilizada ainda nos dias de hoje
nos reatores nucleares que servem para produzir energia elétrica. Por sua vez, a
primeira locomotiva foi criada pelo engenheiro inglês Richard Trevithick, no ano
de 1804. Tal invenção foi essencial para o referido período e representou um salto
tecnológico no setor de transportes.
Quanto à lâmpada incandescente, foi inventada em escala comercial por
Thomas Edison em 1879, utilizando uma haste de carvão (carbono) muito fina
que, aquecida acima de aproximadamente 900 K, passa a emitir luz.
Por sua vez, em relação ao computador, existiram alguns modelos prévios,
mas a história dessa tecnologia somente começou a ganhar forma com o primeiro
computador digital eletrônico de grande escala: o ENIAC (Electrical Numerical
Integrator and Calculator). O computador foi criado em fevereiro de 1946 pelos
cientistas norte-americanos John Presper Eckert e John W. Mauchly, da Electronic
Control Company.
Por fim, a internet teve sua primeira versão, a Arpanet, que funcionava
através de um sistema conhecido como chaveamento de pacotes, que é um
sistema de transmissão de dados em rede de computadores no qual as
informações são divididas em pequenos pacotes. Essa invenção foi tão
significativa que hoje temos o que se denomina por computadores quânticos,
diferente do computador clássico baseado na arquitetura de Von Neumann.
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Ter potencial para invenções ou mesmo para inovações parte de algumas
habilidades esperadas no mercado de trabalho, como ser criativo e resolver
problemas complexos. Todas as habilidades podem e devem ser desenvolvidas
para o próprio crescimento profissional numa empresa ou para o desenvolvimento
de seu próprio negócio.
Por fim, ao abordarmos sobre tecnologia, outro ponto importante é a
expressão tecnologia disruptiva. Toda invenção ou inovação pode ser
considerada disruptiva? Segundo TOTVS (2019), “tecnologia disruptiva é aquela
que revoluciona, de maneira significativa, a solução que era anteriormente
utilizada ou simplesmente cria um novo mercado, produto ou serviço”.
Baseado na definição supracitada, podemos afirmar que nem toda invenção ou
inovação necessariamente será disruptiva. Logo, devemos ter cuidado ao utilizar
tal termo.
Saiba mais
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Tal transformação causa de forma indireta alguns problemas de saúde
específicos, como estresse, depressão e burnout. Leia o artigo da Associação
Nacional da Medicina do Trabalho sobre as diferenças entre esses problemas de
saúde. Disponível em: <https://www.anamt.org.br/portal/2019/06/07/entenda-
diferencas-entre-burnout-estresse-e-depressao/>. Acesso em: 18 jan. 2020.
Segundo Liao et al. (2017), em âmbito mundial, o termo indústria 4.0 foi
utilizado pela primeira vez na Alemanha, na Feira de Hannover, em 2011. Neste
mesmo ano, o governo dos Estados Unidos iniciou o AMP (Advanced
Manufacturing Partnership). Por sua vez, em 2012, Siegfried Dais (Robert Bosch
GmbH) e Kagermann (acatech) apresentaram um relatório de recomendações
para o governo federal alemão que, na sequência, instaurou o High-tech Strategy
Level 2020.
Seguindo a cronologia, em 2013, a França e o Reino Unido também
passaram a se atentar ao novo panorama industrial, ao passo que, nos países
asiáticos, o mesmo ocorreu em 2015. Como movimento continental, a comissão
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europeia compreendeu, em 2014, o crescimento exponencial da indústria 4.0 e
estabeleceu um investimento de US$ 80 bilhões até 2020.
Pela contextualização do presente tema, nota-se que, ao menos, grande
parte das iniciativas internacionais partiu de políticas governamentais, bem como
ocorre no setor de energia por meio do incentivo da utilização de fontes
renováveis, como a energia solar fotovoltaica e a energia eólica. Essa
conscientização e visão permitem aportes financeiros mais interessantes e
abertura para iniciativas privadas que auxiliam na fomentação da tecnologia e a
tornam, por vezes, mais acessíveis.
Ao retomarmos os nove pilares da indústria 4.0 mostrados na Figura 6,
construímos uma definição, ou ao menos um norte, de como enquadrar
determinada indústria perante a caracterização de cada uma das revoluções
industriais. Levando em conta alguns conceitos básicos ligados à engenharia de
produção, pode-se fazer a seguinte análise:
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TEMA 5 – INDÚSTRIA 4.0 NO BRASIL
No Brasil, como ocorre nos Estados Unidos, o nome mais utilizado para a
indústria 4.0 é manufatura avançada. O começo dessa tecnologia no Brasil,
diferente do que ocorreu na Alemanha e em outros países, não tem um início
exato, visto que ela foi implantada por multinacionais. Uma das pioneiras foi a
Bosch, que constatou a falta de maturidade da indústria no país, gerando uma
desmistificação do conceito.
Saiba mais
Entenda melhor sobre o posicionamento da Bosch. Disponível em:
<https://www.baguete.com.br/noticias/20/08/2018/bosch-adapta-industria-4-0-no-
brasil>. Acesso em: 18 jan. 2020.
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5.2 Estatísticas nacionais focadas em indústria 4.0
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Figura 11 – Índice global de competitividade da manufatura
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REFERÊNCIAS
LIAO, Y. et al. Past, present and future of Industry 4.0: systematic literature review
and research agenda proposal. International Journal of Production Research,
2017.
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