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Rio de Janeiro
Editora Ecthos
2020
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Ficha Catalográfica
Possi, Marcus
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Em 2018, foram registrados 1.424 acidentes com origem elétrica em todo o país, sendo 836 choques,
537 incêndios por sobrecarga ou curto-circuito, e 51 descargas atmosféricas (raios). Isso representou
um aumento de 2,7% em comparação ao ano anterior, e de 37,2% em relação a 2013, início da série
histórica. Estes números somam os casos fatais e não fatais. O dado consta no Anuário Estatístico de
Acidentes de Origem Elétrica, e foi revelado pela Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos
de Eletricidade (Abracopel). Desse total de acidentes, foram registradas 622 mortes por choques elé-
tricos, 61 mortes por incêndios e 38 mortes por descargas elétricas de origem atmosférica. Quantas
mortes ainda terão que ocorrer, até que as pessoas tomem consciência quanto a seriedade sobre
cuidados com as instalações elétricas e seus usuários? Percebendo que não se trata apenas de um
“choquinho”, mas sim, que se corre perigo de morte real.
Grande parte desses acidentes se deve, não só ao fato da péssima qualidade das instalações elétricas,
mas, principalmente, da não observância das normas de segurança exigidas de quem trabalha no
setor. Uma dica para evitar esses acidentes, é a contratação de profissionais, não só qualificados
como, também, habilitados, para a realização de uma instalação elétrica, o que daria mais qualidade
e segurança aos trabalhos a serem desenvolvidos. Com um bom profissional, você garante a quali-
dade de suas instalações, e terá a certeza de que todas as Normas de Segurança serão seguidas,
evitando assim acidentes que, infelizmente, registram cerca de 02 (duas) mortes diárias no cenário
nacional.
As Normas Regulamentadoras relativas à saúde e segurança do trabalho são obrigatórias para todas
as empresas privadas e públicas, para os órgãos públicos da administração direta e indireta, bem
como para os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuem empregados regidos pela Con-
solidação das Leis do Trabalho (CLT). O não cumprimento de tais normas legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho, acarreta ao empregador a aplicação das penalidades pre-
vistas na legislação brasileira. Para minimizar o risco associado ao uso da energia elétrica em ambi-
entes industriais, existem normas a serem seguidas, e uma das mais importantes é a NR-10, que dis-
põe sobre a “Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade”. A NR-10 estabelece os requisitos
e condições mínimas aos profissionais que, direta ou indiretamente, interagem com instalações elé-
Fiz questão de eu mesmo escrever essa introdução, porque acredito que eu não deveria deixar outros
se exporem a tanto. Desde 2004 admiro as mudanças das NRs, que iniciou com um destaque especial,
os serviços elétricos, a NR10, trazendo treinamentos e conceitos oportunos. É sabido que quem tra-
balha na construção de um prédio, mesmo sendo como vigia, sendo esperto, acaba por se tornar o
porteiro chefe desse prédio, se assim desejar, quando esse fica pronto e habitável. Não é o caso de
informação privilegiada, que o leva a ser porteiro, mas esse parece ser o caso de diversos gurus que
pudemos encontrar desde 2004 – momento da revisão dessa NR. Esse material não é o manual do
guru, mas se propõe a simplesmente apresentar o que está em vigor, em relação ao que era praticado
na NR10. Pela sua forma inédita, não de livro, mas de e-PoK, permitir escalar o tema, de uma simples
leitura ou reflexão , ao debate e a uma maturidade maior.
Seria uma hipocrisia, não uma ingenuidade, achar que a mudança proposta é puramente técnica com
foco na segurança do trabalho. Todos os leitores, ainda que estudantes, não são tão incautos a esse
ponto. Há um interesse sim nessa mudança, por isso o título da obra, é sucedido de “quem ganha e
quem perde”. Se nessa reedição, estiveram presentes os representantes dos trabalhadores, dos em-
pregadores e do governo, não falamos de anjos – muito menos de demônios, mas de interesses en-
rustidos, por vezes no extremo da emoção, ocultando o melhor da razão.
Por que falar de uma norma que ainda não está ativa, em vigor? Porque cabe a nós debater o que
existe, o que pode existir, estar atento àquilo que com certeza deverá trazer melhorias nos serviços
em eletricidade.
Alguns pontos foram anotados aqui nesse trabalho, a partir da sua redação exata e transcrita não
haveria comentários ou interpretações, pois dizem alguns que não há o que se interpretar e o que se
comentar. Na técnica e na segurança, não se interpreta ou se comenta, mas sim se , e se ratifica.
Há um ícone no alto da página, ele mostra a possibilidade de uma atualização desse material. A era
dos livros de papel não acabou, os romances as disciplinas permanentes precisam deles, por outro
lado, uma vida com dinâmica e a intensidade como se vive hoje, precisa de materiais que sejam tão
A percepção através de diversas visões e experiências daqueles que foram envolvidos neste
trabalho, é essencial para dar uma visão plural aquilo que pode estar por, e aumentar a con-
dição de segurança do trabalho nas instalações elétricas.
Agradecimento em especial poderia ser anotado aqui aos nossos amigos, que passaram a ser
coautores deste livro, pela sua análise e comentários em função das suas experiências e co-
nhecimento específico, mas em particular ao amigo Railton – muito apreço à segurança. Seus
nomes estão evidenciados na capa deste material, e o seu conteúdo apresentado na forma
escrita, mas também em outras mídias, e com acesso direto através da proposta dinâmica e
interativa deste material.
Neste tópico convidamos o leitor para uma breve viagem no tempo que com
um olhar gracioso e também crítico vejamos os avanços e modificações das
Normas Regulamentadoras que tiveram como pilar principal Lei 6514 de
22/12/77 que altera o Capítulo V do Título II da CLT , estabelecendo uma
série de disposições quanto a segurança e medicina do trabalho. Portaria n.º
3214 / 78, aprova as Normas Regulamentadoras - NR do mesmo Capítulo.
Iniciaram com 28 Normas, neste ano de 2020 totalizam 37.
1978
As NRs 6, 11, 12, 13 e 14 inicialmente tiveram como base legislações inter-
nacionais.
NRs 21 e 22 - disposições do Ministério de Minas e Energia.
NR 23 - se inspirou nas normas americanas da National Fire Protection As-
sociation (NFPA) e nas normas inglesas da Fire Protection Association (FPA),
além das legislações estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro.
Anos 1980
Na década de 1980, foram publicadas 18 portarias alterando normas regu-
lamentadoras:
A Portaria nº 6, de 9 de março de 1983, que trouxe modificações para as NRs
1 (Disposições Gerais), 2 (Inspeção Prévia), 3 (Embargo ou Interdição) e 6
(Equipamento de Proteção Individual – EPI);
A Portaria nº 12, de 6 de junho de 1983, que alterou de uma só vez as NRs 7
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO), 8 (Edifica-
ções), 10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade), 12 (Segu-
1
https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portu-
gues?view=default;
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-ocupacional;
https://www.abho.org.br/;
Anos 1990
Na década de 90, foram publicadas 54 portarias de alterações relacionadas
às: NR 1, NR 4, NR 5, NR 6, NR 7, NR 9 (Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais), NR 12, NR 13, NR 15, NR 16, NR 17, NR 18 (Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), NR 21 (Trabalho a Céu
Aberto), NR 22 (Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração), NR 23 (Pro-
teção contra Incêndios), NR 24 (Condições Sanitárias e Conforto nos Locais
de Trabalho), NR 27 e NR 28. E em 1997 surge a NR 29 - Norma Regulamen-
tadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.
Anos 2000
No período de 2000 a 2009, 56 portarias foram publicadas. Tratando das NR
1, NR 4, NR 5, NR 6, NR 8, NR 10, NR 11 (Transporte, Movimentação, Arma-
zenagem e Manuseio de Materiais), NR 13, NR 15, NR 16, NR 17, NR 18, NR
19, NR 22, NR 23 e NR 28. A Portaria nº 262, de 29 de maio de 2008, revogou
a NR 27, que tratava do registro profissional dos técnicos de segurança do
trabalho.
De 2002 á 2006 houve o surgimento das NR 30 (2002) 07 alterações, NR 31
(2005) 02alterações, NR 32 (2005) 03 alterações, NR 33 (2006) 02 alterações.
Totalizando 14 alterações nestes períodos.
Anos 2010
De janeiro de 2010 a junho de 2016, publicaram-se 60 portarias, que trouxe-
ram modificações para: NR 3, NR 4, NR 5, NR 6, NR 7, NR 8, NR 9, NR 10, NR
"Todo o Homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se neces-
sário, outros meios de proteção social".
No lado esquerdo a nova proposta- -aqui em consideração com principal, e no lado direito
aquela em vigor que será considerada como em segundo plano.
NR10-2020 NR10-2004
10.1 OBJETIVO 10.1 - OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO
10.2 CAMPO DE APLICAÇÃO 10.1 - OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO
baixa, média e/ou alta tensão
10.3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO 10.2 - MEDIDAS DE CONTROLE
10.2.1 e 10.2.3
10.4 ELIMINAÇÃO DO FATOR DE RISCO A analisar com cautela
10.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA 10.2.8 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA
10.6 MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E DE ORGANIZAÇÃO 10.2.7(prontuário) + 10.2.9 + 10.7.4 e 10.11 e 10.10 e 10.6
10.7 HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO DOS TRA- 10.8 - HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZA-
BALHADORES ÇÃO DOS TRABALHADORES
10.8..1 a 10.8.8.1
10.8 TREINAMENTO DE SEGURANÇA 10.8.8.2 a 10.8.3
10.9 AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES 10.8.4 a 10.8.8.1
10.10 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 10.2.9 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
10.11 SEGURANÇA NAS ETAPAS DE PROJETO, CONSTRUÇÃO, 10.3 - SEGURANÇA EM PROJETOS
MONTAGEM, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO 10.4 - SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO
10.12 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGI- 10.5 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZA-
ZADAS DAS
10.13 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS 10.6 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS
E TRABALHO EM PROXIMIDADE 10.1.2+10.2.5.1+10.2.9.3+10.6.3+10.7.2
28. Trabalho em Proximidade: trabalho durante o qual o trabalha-
dor pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma
parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas
2
Essa NR apresentada – do ano de 2020 ainda não está em vigor na data da emissão desse material, assim todas as consi-
derações aqui, deverão ser corroboradas, complementas ou ainda corrigidas no momento adequado.
A nova estrutura mostra uma classificação diferente, como era de se esperar, dos blocos da
versão anterior de 2004, e com um destaque aqui, objetivo e campos de aplicação, separa-
dos do modo original, na versão anterior de 2004. A seguir encontramos, os blocos de medi-
das de prevenção, eliminação dos fatores de riscos, medidas de proteção coletiva, e de
medidas administrativas. A sequência de blocos citadas, induz ao entendimento de que a
prevenção vem em primeiro lugar, seguida de cautelas para eliminar os fatores causadores
dos riscos, e fechando a proposta cuidando do coletivo, deixando para o final a política do
individual, se as anteriores não forem suficientes. Entre as medidas do cuidado com o cole-
tivo e com o individual, existem os blocos de classificação, treinamento, e licenciamento
dos trabalhadores. Isso mostra que esse primeiro componente para existência de um aci-
dente, o trabalhador, segue antes do segundo componente, as instalações. É de nossa opi-
nião que essa ordem e blocagem é oportuna, não só para treinamentos, mas também para
lembrar que só há acidente se um ou os dois componentes citados falhar: o trabalhador e a
instalação. Os blocos das instalações – segundo componente dos acidentes, que por natu-
reza das coisas, não possuem autonomia ou inteligência, para por si só ajudar na análise e
na execução dos trabalhos, é composto por segurança em todos as etapas da existência da
instalação, se em caráter energizadas ou desenergizadas, incluindo o registro e disponibili-
dade da sua documentação.
Essa figura a seguir, estruturada a partir do índice da proposta de revisão da NR10 desse ano
de 2020, tem a pretensão de montar uma apresentação. O objetivo é lançar um olhar sobre
sua proposta.
10.1.2 Para fins de observância desta NR, utilizam-se os termos e definições constantes do
Anexo I – Glossário.
10.2.1 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo das diver-
sas fontes de energia elétrica, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, ope-
ração e manutenção de instalações elétricas de baixa, média e/ou alta tensão, em corrente
alternada e/ou contínua, de caráter permanente ou temporário.
3
PGR Programa de gerenciamento de riscos – anotações pertinentes aqui
4
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR16.pdf
10.2.3 Para aplicação desta NR devem ser contempladas as normas técnicas oficiais estabe-
lecidas pelos órgãos competentes e, somente no caso de ausência ou omissão destas, as
normas internacionais cabíveis.
10.2.4 Esta NR não é aplicável a instalações elétricas alimentadas por extrabaixa tensão, ex-
ceto para o atendimento do item 10.5.3 e seus subitens.
10.3.1 A organização deverá adotar medidas de prevenção contra choque elétrico, arco elé-
trico e outros fatores de riscos de origem elétrica, além dos fatores de riscos adicionais, em
conformidade com o PGR, e obedecendo à ordem de prioridade estabelecida pela NR 1.
De modo simplista aqui é possível verificar a diferença que esse texto traz
ao entendimento dessa prioridade quando falamos de choque elétrico, e
agora em 2020 com arco elétrico. A preocupação dos gestores de turmas, e
dos líderes dos serviços, sempre se mantem ativa e amparada pelas normas
e regulamentos, sem esquecer de forma alguma as melhores práticas da
experiência e dos problemas vividos. Assim, ainda que na NR10 ora em vigor,
não tenha contemplado os riscos do efeitos do arco elétrico em instalações
de maior potência, junto aos trabalhadores, é de esperar que a nova NR10
traga destaques mais fortes a esse tema. A preocupação com o choque elé-
trico, é importante para qualquer que seja a potência de uma instalação
elétrica é conhecida até dos leigos ou profissionais amadores. Já os efeitos
dos arcos elétricos em baixas potenciais ficam na memória e na vida dos
eletricistas como algo suportável e passível de piadas. Esses efeitos, quando
10.3.2.1 O projeto elétrico deve atender às normas técnicas oficiais estabelecidas pelos ór-
gãos competentes e, somente no caso de ausência ou omissão destas, às normas internaci-
onais cabíveis, e ser elaborado e assinado por profissional legalmente habilitado.
10.3.2.2 Toda a documentação que compõe o projeto elétrico deve ser revisada e mantida
atualizada de forma a corresponder fielmente ao que foi executado.
10.3.3 A abrangência das medidas de prevenção depende das características das exposições
e das necessidades de controle das instalações elétricas.
10.4.1 Prioritariamente deverá ser adotada a eliminação do fator de risco decorrente do em-
prego da energia elétrica por meio da desenergização das instalações elétricas, devendo a
organização atender ao que estabelece o disposto no item 10.12 - SEGURANÇA EM INSTA-
LAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZADAS.
10.4.1.1 A organização deve atender ao que estabelece o disposto no item 10.13 - SEGU-
RANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS E TRABALHO EM PROXIMIDADE quando
os serviços forem realizados em instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade de
energização, por qualquer meio ou razão.
Avaliação: De fato , esse item mostra que deve haver uma preocupação da
equipe de segurança em analisar outras razões – como que pensamento
“fora da caixa”, uma vez que o fato de entender que se desligada a instala-
ções - sem energia, o perigo está eliminado. A condição apresentada força
a responsabilidade da equipe de segurança e de trabalho a procurar condi-
ções não pensadas no processo automático ou viciado, que sejam potenci-
almente perigosas.
10.4.3 Na impossibilidade de implementação dos itens 10.4.1 e 10.4.2 devem ser adotadas
medidas de proteção coletiva, conforme item 10.5, ou quando estas não forem suficientes
ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter
complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à se-
guinte hierarquia:
10.5.1 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva contra choques elétricos
atendendo as seguintes condições:
b) massas ou partes condutivas acessíveis não devem oferecer perigo elétrico, seja em con-
10.5.1.1 As medidas de proteção coletiva contra choques elétricos devem ser asseguradas
pelo provimento conjunto de proteção básica e de proteção supletiva, mediante combinação
de meios independentes ou mediante aplicação de medida capaz de prover ambas as prote-
ções, simultaneamente.
10.5.1.2 As medidas de proteção básica ou contra contato direto das partes vivas perigosas
em condições normais devem ser aplicadas por meio do uso de:
Avaliação: Fala-se que existe uma proteção “básica” e uma “proteção” su-
pletiva, deixando mais claro que existe um nível essencial – cuidados espe-
ciais em nível de projeto, e o segundo nível um complemento por inclusão
de outros artifícios ou artefatos. Onde era mencionada de forma conjunta
a isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de
seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento auto-
mático, e sistema de aterramento, é possível identificar agora um grupo de
“cinco opções” como medidas básicas e mais “cinco opções” como medidas
supletivas. Esses itens eram citados no anexo, como elementos para o trei-
namento básico, agora fazem parte do texto principal.
Antes- VOLTA
a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;
b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos
no processo de reenergização;
c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das
proteções adicionais;
d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;
e) destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de secciona-
mento.
10.5.2 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva contra arcos elétricos aten-
dendo as condições prescritas no item 10.5.1 e a utilização de um ou mais dos seguintes
meios:
g) seleção de tempos de interrupção muito curtos, o que pode ser obtido através de relés
instantâneos ou através de dispositivos sensíveis a pressão, luz ou calor, atuando em dispo-
sitivos de interrupção rápidos;
h) operação da instalação a uma distância segura, de acordo com o Limite de Aproximação
Segura (LAS) definido por meio de cálculo da energia incidente adequada para cada cenário
de atividade, conforme as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes
e, somente no caso de ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.
10.5.3 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva contra explosão conforme
as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, somente no caso de
ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.
Avaliação: A definição da norma NBR IEC 60079-14: 3.2.1 para "área clas-
sificada" é: a região na qual uma atmosfera explosiva está presente, ou pode
estar presente, em quantidades tais que necessitem precauções especiais
para a construção, instalação e utilização de equipamentos
Cabe esclarecer que "atmosfera explosiva" é aquela onde a substância infla-
mável forma com o ar uma mistura com concentração na faixa compreen-
dida entre o limite inferior de explosividade, até o limite superior de explosi-
vidade. E segundo a definição da NBR IEC 60069-14, quando a atmosfera
explosiva está sempre presente, é chamada de zona 0, sendo uma situação
particular. Quando a possibilidade de ocorrência se dá em condições nor-
mais de operação da planta, chama-se zona 1, e quando se dá em condições
anormais de operação, é chamada de zona 2. A expressão "atmosfera po-
tencialmente explosiva" também é utilizada para se referir às áreas classifi-
cadas, porque conforme definição da NBR IEC 60079-14, denota quando a
atmosfera tem potencial (possibilidade) de se tornar explosiva. Na versão
em vigor é encontrado em 10.9.4 - Nas instalações elétricas de áreas classi-
ficadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser
adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automá-
tico para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento,
aquecimentos ou outras condições anormais de operação.
O texto proposto generalizou para “as possíveis fontes de ignição” e “con-
forme as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes”,
mas não detalhou como estava em 10.9.4. Percebe-se que houve uma mu-
dança na posição do item, de “PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO”,
para “MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA“.
10.5.3.3 Os serviços em eletricidade nas áreas classificadas somente poderão ser realizados
mediante ordem de serviço e procedimento específico e por trabalhador autorizado con-
forme item 10.9.
10.5.4 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva contra sobretensões, con-
forme as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, somente no
caso de ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.
10.5.5 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva por meio de proteção contra
descargas atmosféricas, conforme as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos
competentes e, somente no caso de ausência ou omissão destas, as normas internacionais
cabíveis.
Avaliação: Uma leitura rápida da nova versão poderia dar a entender uma
duplicidade dos itens já abordado para compor o prontuário das instalações
elétricas dentro dessa própria versão, mas deve-se entender que aqui apa-
rece por conta das especificidades do tipo de instalação - Áreas classificadas.
Avaliação: Nessa nova versão proposta, o item 10.6 está muito afinado com
o item 10.9 – os temas de administração de documentos e autorização de
trabalhadores, estão claramente vinculadas ao empregador. Essas orienta-
ções estavam de forma difusa na versão anterior. A condição de profissional
capacitado, qualificado, habilitado, e autorizado, agora deve ser reestu-
dada. Passou-se a classificar o profissional de duas maneiras: sua própria
condição e uma condição concedida. O profissional que se capacita, quali-
fica e se habilita, guarda para si este estado e o lava consigo onde for, já a
autorização é concedida em caráter particular e temporário, não passível de
inclusão às competências pessoais. Isso não traz uma perda de uma classifi-
cação de antiga 10.8 e nova 10.7, mas sim, um entendimento mais maduro.
b) realizar análise prévia das ações a serem desenvolvidas no local, de forma a atender os
princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança aplicáveis ao serviço.
10.6.8 A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das tarefas e a autori-
zação dos trabalhadores envolvidos, em atendimento ao item 10.9 desta NR, de forma a
garantir a segurança e a saúde no trabalho.
10.6.9 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de
segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR-26 -
Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir:
10.6.10 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com serviços energizados em ele-
tricidade.
Avaliação: parece que agora o uso de adornos, quando não sob serviços
energizados, será permitido, não consistindo em uma infração junto ao
MTE. Mas como ficaria os adornos quando próximos a máquinas em movi-
mento? A norma em vigor aponta: 10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pes-
soais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades.
Avaliação: Esse item, ainda que genérico a todas as NRs está no final da
versão em vigor de forma assustadora, sob o número 10.14.1, agora nessa
proposta ... está dentro de MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E DE ORGANIZA-
ÇÃO.
10.6.12 Sempre que inovações tecnológicas, novos métodos e processos de trabalho forem
implementados ou para a entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elé-
tricos devem ser previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos de-
senergizados, e respectivos procedimentos de trabalho.
10.7.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso es-
pecífico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino, mesmo que não dispo-
nha de regulamentação profissional e conselho de classe.
10.7.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições, si-
multaneamente:
10.7.4 A capacitação só terá validade para a organização que o capacitou e nas condições
estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela capacitação.
10.8.1.1 O treinamento inicial de segurança é composto pelo curso básico e/ou complemen-
tar, com carga horária mínima de 40 horas para cada curso, e deverá ser realizado quando
determinado por esta NR.
5
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Notas_Tecnicas/NT_2018/NT-N-54-2018-CGNOR-DSST-
SIT.pdf
a) na troca de função;
c) após retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a 180 (cento
e oitenta) dias;
f) após ocorrência de acidente grave ou fatal, que indique a necessidade de novo treina-
mento.
10.8.4 A organização deve definir o conteúdo programático teórico e prático dos treinamen-
tos periódico e eventual de maneira a atender às necessidades da situação que o motivou,
bem como a carga horária mínima de treinamento de 75% daquela obedecida no treina-
mento inicial de segurança.
Avaliação: esse item retira uma lacuna questionada a tempos pelas empre-
sas, deixada pela antiga norma no seu item 10.8.8.3, a duração da recicla-
gem, e aqui deixa claro que eventual ou periódico, tem a mesma importân-
cia.
10.8.5 Os treinamentos previstos nesta NR deverão ser ministrados por equipe multidiscipli-
nar com habilitação nas áreas elétrica, de segurança do trabalho e de saúde.
10.8.6 Os trabalhadores com serviços não relacionados às instalações elétricas e que não
compartilham de suas estruturas, desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona con-
trolada, conforme define esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos
que permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis.
10.9.3 A autorização prevista no item 10.9.1 deve ser consignada no sistema de registro de
empregado da organização.
10.10.1 Nos serviços em eletricidade devem ser adotados equipamentos de proteção indivi-
dual específicos e adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na
NR 06 - Equipamento de Proteção Individual – EPI, obedecendo o item 10.4.3.
10.11.2 O projeto elétrico é a etapa inicial das fases de geração, transmissão, distribuição e
consumo das diversas fontes de energia elétrica.
10.11.4 As etapas constantes no item 10.11.3 devem ser executadas e supervisionadas por
trabalhador autorizado, conforme dispõe esta NR.
10.11.5 Em todo serviço em que não seja possível a comunicação direta e visual entre os
10.11.6 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e ferra-
mentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as caracte-
rísticas de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e influências externas, tais
como presença de água, poeiras, temperaturas elevadas e vibrações.
10.11.8 As instalações elétricas e seus sistemas de proteção devem ser mantidos em condi-
ções seguras de funcionamento, inspecionados, testados e controlados periodicamente, de
acordo com as regulamentações existentes e definições de projetos.
10.11.11 Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, quer sejam em corrente alternada
ou corrente contínua, devem ser identificados e instalados separadamente, salvo quando o
desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento, respeitadas as definições de pro-
jetos.
Avaliação: Esse item substituiu o antigo ... 10.3.3.1 Os circuitos elétricos com
finalidades diferentes, tais como: comunicação, sinalização, controle e tra-
ção elétrica devem ser identificados e instalados separadamente, salvo
quando o desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento,
b) seccionamento ou desligamento;
d) impedimento de reenergização;
10.12.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para ree-
nergização, devendo ser reenergizada respeitando a sequência de procedimentos abaixo:
10.12.4 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.12.1 e 10.12.2 podem
ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das peculiaridades de cada
situação e/ou do desenvolvimento tecnológico, por profissional legalmente habilitado, au-
torizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido
o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.
Avaliação: com esse item fica bem claro que o curso SEP, prevê que os tra-
balhadores que atuarão com média e alta tensão, devem ser treinados de
forma complementar.
10.13.5 Os serviços em eletricidade com exposição à tensão superior a 1000 Vca e 1500 Vcc,
inclusive os definidos no item 10.2.2.1, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico
de Potência – SEP, não podem ser realizados individualmente.
Avaliação: Esse texto foi produzido para manter a referência ao cep, é igual
ao item 10.7.3 da norma anterior.
10.13.7 Os serviços em eletricidade com exposição à tensão superior a 1000 Vca e 1500 Vcc,
dentro dos limites estabelecidos como zona de risco, conforme Anexo II desta NR, somente
podem ser realizados mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos con-
juntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento.
Avaliação: O termo maior que 1000 ou ainda maior que 1500 está sempre
sendo mencionado para evitar falar sobre média e alta tensão uma vez que
esses termos ainda devem estar sob análise dos comitês de normas. Esse
tema tem as ideias do 10.7.7, incluído em 2016, provavelmente para as con-
dições típicas de sistemas de linhas de distribuição radiais, onde o religa-
mento automático traz o risco adicional. Esse risco já foi citado anterior-
mente, e medidas de precaução foram dadas nos passos de trabalho reco-
mendados para garantia de segurança em áreas energizadas.
10.13.10 Nos serviços em eletricidade nos quais o trabalhador entra em contato com o con-
dutor energizado devem ser tomadas as medidas de proteção previstas nesta NR de acordo
com as tensões envolvidas.
Avaliação: em contato com o condutor energizado, deixa explicita a questão
de zona de risco, trabalho com o elemento energizado, trabalho com o equi-
pamento energizado. Na versão em vigor não está claro essa condição .
Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE
10.13.11 A organização que possuir fonte própria de energia elétrica deve implementar me-
didas que impeçam a energização de instalações elétricas de outras organizações, salvo pre-
visto em legislação competente.
10.14.1 A organização deve manter atualizado o projeto elétrico contendo toda a documen-
tação do item 10.3.2.
10.14.7 A documentação prevista nesta NR deve ser organizada e mantida atualizada pela
organização, sob responsabilidade do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho - SESMT, quando houver, devendo permanecer à disposição dos tra-
balhadores que atuam em instalações elétricas e serviços em eletricidade, bem como aque-
10.15.1 Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta NR, a Auditoria
Fiscal do Trabalho adotará as medidas estabelecidas na NR 03.
Comentários:
A nova redação da NR 03 traz uma metodologia para caracterização de si-
tuações de risco grave e iminente levando-se em conta a consequência es-
perada, ou seja, o resultado potencial esperado do evento e a probabilidade
que é a chance de o resultado ocorrer, assim o risco se caracteriza pela com-
binação das consequências e da probabilidade através do uso das tabelas
na nova NR 03.
6
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/consulta-publica/Norma-de-Gesto---consulta-pblica.pdf
7
http://www.fundacentro.gov.br/Arquivos/sis/EventoPortal/AnexoPalestraEvento/Apres%20NR%2010%20-
%2003_02_20%20.pdf
c) realização de serviço em eletricidade por trabalhador que não atenda aos requisitos esta-
belecidos no item 10.9 desta NR;
Comentários:
Rc - Raio de
delimitação
Rr - Raio de delimitação entre
Faixa de tensão Nominal da instala- entre zona
zona de risco e controlada em
ção elétrica em kV controlada e
metros
livre em me-
tros
<1 0,20 0,70
>=1 e <3 0,22 1,22
>=3 e <6 0,25 1,25
>=6 e <10 0,35 1,35
>=10 e <15 0,38 1,38
>=15 e <20 0,40 1,40
>=20 e <30 0,56 1,56
>=30 e <36 0,58 1,58
>=36 e <45 0,63 1,63
>=45 e <60 0,83 1,83
>=60 e <70 0,90 1,90
>=70 e <110 1,00 2,00
>=110 e <132 1,10 3,10
>=132 e <150 1,20 3,20
>=150 e <220 1,60 3,60
>=220 e <275 1,80 3,80
>=275 e <380 2,50 4,50
>=380 e <480 3,20 5,20
ZL = Zona livre
CURSO BÁSICO
TEORIA
1. Introdução à segurança em instalações elé-
trica e serviços em eletricidade:
a) fontes de energia elétrica;
b) corrente alternada e corrente contínua;
c) baixa, média e alta tensão;
d) instalação elétricas permanentes ou temporárias;
e) trabalho em proximidade;
f) Zona de Risco, Zona Controlada e Zona Livre.
11. Normas Técnicas Brasileiras - NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039, NBR 5419,
NBR 16690 e outras;
Comentários:
O texto proposto visou esclarecer que o tópico de áreas classificadas exigido
está restrito às informações sobre as medidas de proteção coletiva aplicá-
veis. Soubemos de casos onde empresas de fornecimento de mão-de-obra
alegavam que o item 11 c) era suficiente para demonstrar a capacitação
técnica do trabalhador para áreas classificadas, o que não era verdade.
BUROCRACIA
6. Medidas Administrativas e de Organização:
a) técnicas de análise de risco;
b) esquemas ou diagramas unifilares;
c) ordens de serviço;
d) procedimentos de trabalho;
e) saúde ocupacional;
f) sinalização;
g) direito de recusa, uso de adornos e outras medidas;
h) práticas.
LEGISLAÇÃO
7. Habilitação, Qualificação e Capacitação dos Trabalhadores
17. Responsabilidades.
18. Condições ou Situações de Risco Grave e Iminente.
BOMBEIRO
CASOS
15. Acidentes de origem elétrica:
a) situações geradoras dos eventos, levando em conta as atividades efetivamente
desenvolvidas, ambiente de trabalho, materiais e organização da produção e do tra-
balho;
b) fatores imediatos, subjacentes e latentes relacionados com o evento;
c) medidas preventivas e corretivas a serem adotadas pelos envolvidos;
d) discussão de casos;
MEDICINA DO TRABALHO
16. Primeiros socorros:
a) noções sobre lesões (choque elétrico, arco elétrico e fogo);
b) priorização do atendimento;
c) aplicação de respiração artificial;
d) massagem cardíaca;
e) técnicas para tratamento, remoção e transporte de acidentados;
f) práticas.
(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para as con-
dições de trabalho características de cada ramo, padrão de operação, de nível de
tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de ativi-
dade, sendo obedecida a hierarquia no aperfeiçoamento técnico do trabalhador.
TEORIA
BUROCRACIA
5. Organização do trabalho:
a) programação e planejamento dos serviços;
b) trabalho em equipe;
c) prontuário e cadastro das instalações;
6. Aspectos comportamentais.
PREVENÇÃO
PROCEDIMENTOS
MEDICINA DO TRABALHO
As tabela a seguir, não contidas na norma revisada para consulta pública, o Eng. Gláucio
Motta, apresenta dentro de um estudo cauteloso o conservador, uma proposta de definição
de “raios de delimitação de zonas de risco (<=50cm), controlada e livre” para se proteger
contra os efeitos térmicos do Arco Elétrico8.
8
https://nupet.daelt.ct.utfpr.edu.br/tcc/engenharia/doc-equipe/2016_2_27/2016_2_27_final.pdf
9
link a planilha 2020.
13 ABRIL 2020
15 ABRIL 2020
17 ABRIL 2020
As áreas classificadas são definidas após cuidadoso estudo, que considera as condições de ven-
tilação, os produtos processados e os valores das grandezas (temperaturas, vazões e pressões)
da planta industrial. Apesar de algumas normas tratarem do tema, como a IEC 60079-10-1, elas
não fornecem “receitas de bolo” para determinação das áreas classificadas. Cada caso exige um
Diretrizes
As refinarias de petróleo da Inglaterra adotam faixas coloridas, pintadas no piso, ao redor de
cada unidade. As cores indicam os requisitos para entrar na região, como: necessidade do uso
de protetor auricular, de óculos de segurança e de equipamentos elétricos adequados para at-
mosferas explosivas.
No Brasil
A placa adotada como padrão na Petrobras, e que depois veio a ser empregada em diversas
outras empresas, teve como base a norma N-2657: 2002, segundo a figura 1.
Ela permite pronta informação até para profissionais estrangeiros que venham a executar ser-
viços na planta, pois segue as diretrizes da ISO, e incluiu importantes informações adicionais: o
número do desenho de classificação de áreas, a indicação da zona, grupo de gás e classe de
temperatura dos equipamentos elétricos permitidos para uso seguro na região.
A sinalização das áreas classificadas está incluída no item 10.13.2 da NR-10: 2004, e um padrão
em todo o País contribui para maior segurança de vidas e do patrimônio.
Conforme previsto na futura edição da NR-10: 2020 no item 10.5.3.2, para a correta especifica-
ção dos equipamentos elétricos e eletrônicos adequados às indústrias que processam substân-
cias inflamáveis, é imprescindível consultar o plano de classificação de áreas da unidade.
Estes resultados são então plotados em escala nos desenhos de classificação de áreas, ado-
tando-se uma simbologia onde cada tipo de hachura corresponde a uma zona (0, 1 e 2), e cujo
aspecto é mostrado na figura 2:
INTRODUÇÃO
A eletricidade se constitui em agente de elevado potencial de risco. Mesmo em tensões
consideradas “baixas”, ela representa perigo à integridade física e à saúde do homem, pois há
possibilidade de acidentes diretos (queimaduras, parada cardíaca, respiratória) e indiretos
(quedas) capazes de acarretar graves consequências (óbitos). Também pode apresentar risco
ao patrimônio, pela possibilidade de acidentes ampliados como incêndios e explosões.
Neste artigo abordaremos o arco elétrico, um dos mais sérios perigos presentes nas ati-
vidades desenvolvidas em instalações elétricas (originado pela ruptura dielétrica de um gás,
produzindo uma descarga de plasma devido ao fluxo de corrente elétrica em um meio “normal-
mente” isolante, como o ar), e algumas das mudanças implementadas nas novas edições das
normas NFPA 70E e IEEE 1584, as mais referenciadas neste tema.
DADOS ESTATÍSTICOS
Segundo a publicação "Common electrical hazards in the workplace including arc flash"
emitida pela OSHA (U.S. Occupational Safety and Health Administration) em 2014, nos Estados
Unidos ocorrem de 5 a 10 incidentes diários de arco elétrico, resultando em cerca de 7.000
pessoas queimadas por ano. Ainda que a grande maioria dos casos não leve a óbito, as vítimas
dificilmente voltam à sua condição de qualidade de vida anterior ao evento, pois ficam sujeitas
QUANDO OCORRE ?
Dentre as atividades sujeitas à ocorrência de arcos elétricos, registram-se como mais
frequentes as seguintes, efetuadas com o barramento do painel energizado:
a) inserção e remoção componentes extraíveis;
b) operação em teste com as portas abertas;
A grande energia liberada causa graves ferimentos aos trabalhadores, como ilustrado na
Foto 2, onde estão mostrados o óculos de segurança e a camisa de algodão comuns utilizados
pelo eletricista, que ficou com 40% do corpo queimado ao realizar medições com o CCM ener-
gizado. Pelo exposto, uma análise cuidadosa do sistema elétrico é necessária para oferecer ao
Foto 2: Em sistemas industriais, geralmente a camisa de algodão e óculos comuns não ofere-
cem segurança adequada nos serviços de eletricidade.
1 4a8
2 8 a 25
3 25 a 40
4 > 40
A NFPA 70E: 2018 em 130.5 (G) ressalta que "a análise de energia incidente deve ser
atualizada quando ocorrerem mudanças no sistema de distribuição elétrica que possam afetar
os resultados da análise. A análise de energia incidente deve igualmente ser revista em interva-
los que não excedam cinco anos". Mas existe o risco de que a energia incidente real e o limite
do arco elétrico resultante em alguns equipamentos possam ser mais elevados do que o calcu-
2) A IEEE 1584
A norma IEEE 1584: 2018 apresentou importantes diferenças em relação aos requisitos
da modelagem para os ensaios presentes na edição anterior, de 2002, algumas das quais mos-
tradas na Tabela 2:
Frequência 50 a 60 Hz 50 ou 60 Hz
O impacto das mudanças reflete-se nos resultados, pois os novos limites de energia e
arco de incidentes calculados na nova versão serão diferentes, podendo ser mais baixos, iguais
ou mais altos. Desta forma, o impacto total não tem como ser avaliado até que a análise de arco
elétrico seja atualizada.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES:
- Lee, Ralph H.. “The other electrical hazard: electric arc blast burns”. IEEE, Vol.
1A-18, No 3, p. 246 mai/jun 1982.
- Rangel Jr., Estellito - “Segurança para eletricistas”. In: VI ENCONTRO DE ENGE-
NHARIA ELÉTRICA PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 2001.
A atualização de normas são marcos importantes na carreira dos profissionais da área técnica,
quando se trata de uma norma regulamentadora toda a atenção deve ser focada neste mo-