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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

Lançamento em 30-03-2021 – CREA-RJ

Editora Ecthos CD ©2020 [1]


A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Estellito Rangel Junior
Gláucio Motta
Igor Cavalheiro
Leandro S. Nogueira
Marcus Possi
Rogério Maurer

A Nova NR10 – 2004 a 2020


Quem ganha e quem perde

Lançamento em 30-03-2021 – CREA-RJ


1ª Edição

Rio de Janeiro
Editora Ecthos
2020

Editora Ecthos CD ©2020 [3]


A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
A Nova NR10 – 2004 a 2020 – Quem ganha e quem perde
Copyright ( C ) 2020 Editora Ecthos.
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Editor: Marcus Possi


Diagramação: Marcus Possi

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Ficha Catalográfica

Possi, Marcus

A Nova NR10 – 2004 a 2020 – Quem ganha e quem perde

Lançamento em 30-03-2021 – CREA-RJ


Rio de Janeiro: Editora Ecthos CD
Rio de Janeiro: Editora Ecthos, 2020-04-20
A Nova NR10 – 2004 a 2020 – Quem ganha e quem perde
I – Título
ISBN:  978-65-00-02047-2  ebook CDD: 620

Editora Ecthos.
Rua Myrthes Wenzel 59 C2, Freguesia JPA
Rio de Janeiro – Brasil – CEP: 22763-250
Tel: (21) 98181-1400
http://www.ecthos.com.br
editora@ecthos.com.br

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Prefácio

Em 2018, foram registrados 1.424 acidentes com origem elétrica em todo o país, sendo 836 choques,
537 incêndios por sobrecarga ou curto-circuito, e 51 descargas atmosféricas (raios). Isso representou
um aumento de 2,7% em comparação ao ano anterior, e de 37,2% em relação a 2013, início da série
histórica. Estes números somam os casos fatais e não fatais. O dado consta no Anuário Estatístico de
Acidentes de Origem Elétrica, e foi revelado pela Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos
de Eletricidade (Abracopel). Desse total de acidentes, foram registradas 622 mortes por choques elé-
tricos, 61 mortes por incêndios e 38 mortes por descargas elétricas de origem atmosférica. Quantas
mortes ainda terão que ocorrer, até que as pessoas tomem consciência quanto a seriedade sobre
cuidados com as instalações elétricas e seus usuários? Percebendo que não se trata apenas de um
“choquinho”, mas sim, que se corre perigo de morte real.
Grande parte desses acidentes se deve, não só ao fato da péssima qualidade das instalações elétricas,
mas, principalmente, da não observância das normas de segurança exigidas de quem trabalha no
setor. Uma dica para evitar esses acidentes, é a contratação de profissionais, não só qualificados
como, também, habilitados, para a realização de uma instalação elétrica, o que daria mais qualidade
e segurança aos trabalhos a serem desenvolvidos. Com um bom profissional, você garante a quali-
dade de suas instalações, e terá a certeza de que todas as Normas de Segurança serão seguidas,
evitando assim acidentes que, infelizmente, registram cerca de 02 (duas) mortes diárias no cenário
nacional.
As Normas Regulamentadoras relativas à saúde e segurança do trabalho são obrigatórias para todas
as empresas privadas e públicas, para os órgãos públicos da administração direta e indireta, bem
como para os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuem empregados regidos pela Con-
solidação das Leis do Trabalho (CLT). O não cumprimento de tais normas legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho, acarreta ao empregador a aplicação das penalidades pre-
vistas na legislação brasileira. Para minimizar o risco associado ao uso da energia elétrica em ambi-
entes industriais, existem normas a serem seguidas, e uma das mais importantes é a NR-10, que dis-
põe sobre a “Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade”. A NR-10 estabelece os requisitos
e condições mínimas aos profissionais que, direta ou indiretamente, interagem com instalações elé-

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tricas e serviços com eletricidade. Essa norma objetiva a implementação de medidas de controle e
sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
Esta publicação, escrita por um dos profissionais mais conceituados no ensino da Engenharia Elétrica,
é de extrema importância para que todos os profissionais que trabalham nesse segmento, tenham a
oportunidade de se antecipar às atualizações que virão com a revisão da Norma Regulamentadora -
NR-10, e com isso diminuir esse vergonhoso número de acidentes com Instalações Elétricas, que ocor-
rem no país.

Luiz Antonio Cosenza – Eng. Eletricista e Seg. Trabalho, Presidente do CREA-RJ


2018/2020, Conselheiro do Clube de Engenharia, ex-presidente do Sindicato dos En-
genheiros.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Introdução

Fiz questão de eu mesmo escrever essa introdução, porque acredito que eu não deveria deixar outros
se exporem a tanto. Desde 2004 admiro as mudanças das NRs, que iniciou com um destaque especial,
os serviços elétricos, a NR10, trazendo treinamentos e conceitos oportunos. É sabido que quem tra-
balha na construção de um prédio, mesmo sendo como vigia, sendo esperto, acaba por se tornar o
porteiro chefe desse prédio, se assim desejar, quando esse fica pronto e habitável. Não é o caso de
informação privilegiada, que o leva a ser porteiro, mas esse parece ser o caso de diversos gurus que
pudemos encontrar desde 2004 – momento da revisão dessa NR. Esse material não é o manual do
guru, mas se propõe a simplesmente apresentar o que está em vigor, em relação ao que era praticado
na NR10. Pela sua forma inédita, não de livro, mas de e-PoK, permitir escalar o tema, de uma simples
leitura ou reflexão , ao debate e a uma maturidade maior.
Seria uma hipocrisia, não uma ingenuidade, achar que a mudança proposta é puramente técnica com
foco na segurança do trabalho. Todos os leitores, ainda que estudantes, não são tão incautos a esse
ponto. Há um interesse sim nessa mudança, por isso o título da obra, é sucedido de “quem ganha e
quem perde”. Se nessa reedição, estiveram presentes os representantes dos trabalhadores, dos em-
pregadores e do governo, não falamos de anjos – muito menos de demônios, mas de interesses en-
rustidos, por vezes no extremo da emoção, ocultando o melhor da razão.
Por que falar de uma norma que ainda não está ativa, em vigor? Porque cabe a nós debater o que
existe, o que pode existir, estar atento àquilo que com certeza deverá trazer melhorias nos serviços
em eletricidade.
Alguns pontos foram anotados aqui nesse trabalho, a partir da sua redação exata e transcrita não
haveria comentários ou interpretações, pois dizem alguns que não há o que se interpretar e o que se
comentar. Na técnica e na segurança, não se interpreta ou se comenta, mas sim se , e se ratifica.
Há um ícone no alto da página, ele mostra a possibilidade de uma atualização desse material. A era
dos livros de papel não acabou, os romances as disciplinas permanentes precisam deles, por outro
lado, uma vida com dinâmica e a intensidade como se vive hoje, precisa de materiais que sejam tão

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dinâmicos quanto.
Há outro ícone ao lado de temas escolhidos, coisa que um livro eletrônico não permitiria, que nos
leva a um debate, isso bem longe da anarquia da internet. Ele leva a um local sério para o debate
técnico, de uso exclusivo ao tema em destaque. Então esse material também não é um e-book.
Utilize todos os recursos disponíveis, que seu conhecimento aumentará, e assim aumentará também
os demais envolvidos. Todos constroem de forma ordenada e real como se numa comissão técnica.

Marcus Possi – Eng. Eletricista e Seg. Trabalho, Especialista em Gestão de Projetos,


Especialista em Energia Fotovoltaica e Eficiência Energética, Especialista em educa-
ção EaD, e Perito Judicial desde 1998.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Agradecimentos e Dedicatórias

Importante agradecer a participação de todos aqueles que se envolveram diretamente na


produção desse material, Principalmente quando há uma comparação entre textos em vigor
e textos Possivelmente a vigorar.

A percepção através de diversas visões e experiências daqueles que foram envolvidos neste
trabalho, é essencial para dar uma visão plural aquilo que pode estar por, e aumentar a con-
dição de segurança do trabalho nas instalações elétricas.

Agradecimento em especial poderia ser anotado aqui aos nossos amigos, que passaram a ser
coautores deste livro, pela sua análise e comentários em função das suas experiências e co-
nhecimento específico, mas em particular ao amigo Railton – muito apreço à segurança. Seus
nomes estão evidenciados na capa deste material, e o seu conteúdo apresentado na forma
escrita, mas também em outras mídias, e com acesso direto através da proposta dinâmica e
interativa deste material.

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Dedico esse livro quase que de forma repetitiva e constante aos meus filhos, agora acrescido
de mais um, desde o ano passado.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Breve história das NR’s 1 (por Railton Galdino – Tec Segurança)

Neste tópico convidamos o leitor para uma breve viagem no tempo que com
um olhar gracioso e também crítico vejamos os avanços e modificações das
Normas Regulamentadoras que tiveram como pilar principal Lei 6514 de
22/12/77 que altera o Capítulo V do Título II da CLT , estabelecendo uma
série de disposições quanto a segurança e medicina do trabalho. Portaria n.º
3214 / 78, aprova as Normas Regulamentadoras - NR do mesmo Capítulo.
Iniciaram com 28 Normas, neste ano de 2020 totalizam 37.

1978
As NRs 6, 11, 12, 13 e 14 inicialmente tiveram como base legislações inter-
nacionais.
NRs 21 e 22 - disposições do Ministério de Minas e Energia.
NR 23 - se inspirou nas normas americanas da National Fire Protection As-
sociation (NFPA) e nas normas inglesas da Fire Protection Association (FPA),
além das legislações estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro.

Anos 1980
Na década de 1980, foram publicadas 18 portarias alterando normas regu-
lamentadoras:
A Portaria nº 6, de 9 de março de 1983, que trouxe modificações para as NRs
1 (Disposições Gerais), 2 (Inspeção Prévia), 3 (Embargo ou Interdição) e 6
(Equipamento de Proteção Individual – EPI);
A Portaria nº 12, de 6 de junho de 1983, que alterou de uma só vez as NRs 7
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO), 8 (Edifica-
ções), 10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade), 12 (Segu-

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rança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos), 13 (Caldeiras, Vasos de
Pressão e Tubulações), 14 (Fornos), novamente a NR 15 e a 28 (Fiscalização
e Penalidades);
A Portaria nº 33, de 27 de outubro de 1983, que modificou a NR 4 (Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) e a
NR 5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
As NRs 1, 2, 4, 6, 13, 15 e 28 tiveram mais de uma alteração cada.
Outras portarias do final dessa década alteraram a NR 27 (Registro Profissi-
onal do Técnico de Segurança do Trabalho) e mais uma vez a NR 16.

1
https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portu-
gues?view=default;
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-ocupacional;
https://www.abho.org.br/;

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Ainda nos anos 80, a NR 7 ocorreu alterações técnicas como a introdução do
ASO (Atestado de Saúde Ocupacional), raio X de tórax, audiometria.

Anos 1990
Na década de 90, foram publicadas 54 portarias de alterações relacionadas
às: NR 1, NR 4, NR 5, NR 6, NR 7, NR 9 (Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais), NR 12, NR 13, NR 15, NR 16, NR 17, NR 18 (Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), NR 21 (Trabalho a Céu
Aberto), NR 22 (Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração), NR 23 (Pro-
teção contra Incêndios), NR 24 (Condições Sanitárias e Conforto nos Locais
de Trabalho), NR 27 e NR 28. E em 1997 surge a NR 29 - Norma Regulamen-
tadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.

Anos 2000
No período de 2000 a 2009, 56 portarias foram publicadas. Tratando das NR
1, NR 4, NR 5, NR 6, NR 8, NR 10, NR 11 (Transporte, Movimentação, Arma-
zenagem e Manuseio de Materiais), NR 13, NR 15, NR 16, NR 17, NR 18, NR
19, NR 22, NR 23 e NR 28. A Portaria nº 262, de 29 de maio de 2008, revogou
a NR 27, que tratava do registro profissional dos técnicos de segurança do
trabalho.
De 2002 á 2006 houve o surgimento das NR 30 (2002) 07 alterações, NR 31
(2005) 02alterações, NR 32 (2005) 03 alterações, NR 33 (2006) 02 alterações.
Totalizando 14 alterações nestes períodos.

Anos 2010
De janeiro de 2010 a junho de 2016, publicaram-se 60 portarias, que trouxe-
ram modificações para: NR 3, NR 4, NR 5, NR 6, NR 7, NR 8, NR 9, NR 10, NR

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11, NR 12, NR 13, NR 15, NR 16, NR 18, NR 19, NR 20 (Segurança e Saúde no
Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis), NR 22, NR 23, NR 25 (Resíduos
Industriais), NR 26 (Sinalização de Segurança) e NR 28.
De 2011 á 2018 temos o surgimento das NR 34(2011) que no período de 2012
a 2019 teve 08 alterações, a NR 35 (2012) que entre 2014 a 2019 teve 04
alterações, NR 36 (2013) que entre 2016 a 2018 teve 04 alterações; três des-
sas só em 2018.
Em 2018 nasce a NR-37 que trata da SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFOR-
MAS DE PETRÓLEO.
Temos ainda em longo caminho pela frente no que diz respeito a saúde e
segurança dos trabalhadores e profissionais a fins contudo olhando para
nosso passado vemos que muita coisa foi feita um pouco lenta talvez, mas

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com avanços significativos com foco na proteção na proteção e saúde dos
trabalhadores no meio laboral.

"Todo o Homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se neces-
sário, outros meios de proteção social".

Declaração Universal dos Direitos do Homem.

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Breve história da NR10

RESGATE HISTÓRICO A Norma Regulamentadora nº 10 foi publicada em 1978


e a sua última atualização foi publicada em dezembro de 2004 pelo Ministério
do Trabalho, Essa alteração demandou anos de estudos e negociações. Outro
ponto que deve ser considerado é que além da melhoria contínua, Setor Elé-
trico Brasileiro passou por diversas reestruturações e diversos serviços foram
terceirizados, em resumo os trabalhadores novos nem sempre estavam devi-
damente qualificados e treinados. O resultado desse esforço mostrou uma sig-
nificativa redução dos índices de acidentes, a obrigação declarada que os em-
pregadores e empregados ficaram, sendo que a maior ferramenta de segu-
rança implantada foi o “Direito de Recusa”. Hoje nos deparamos com mais um
momento de revisão da NR 10 e de outras normas reguladoras através de uma
forte iniciativa do governo federal e do segmento dos empregadores; a classe
trabalhadora brasileira e os seus Sindicatos. Esses entenderam que o mundo
do trabalho é dinâmico e as suas atividades profissionais mudam rapidamente
em função de novas tecnologias, revisão de processos de trabalho etc. Dizem
que o arcabouço legal também deve ser revisto, isso deve ocorrer sem ter que
renunciar aos princípios norteadores, na elaboração da NR 10, que é a preven-
ção de acidentes e a preservação da saúde e segurança dos trabalhadores li-
gados à área elétrica. A iniciativa governamental na esteira de ações e inicia-
tivas de “modernização” do sistema normativo das relações do mundo do tra-
balho, justificadas pela necessidade de melhorar o ambiente de negócios, ge-
rar emprego e renda, o governo federal que promoveu uma retirada de direi-
tos via Reforma Trabalhista e da Previdência, inicia um desmonte das normas
regulamentadoras, desconsiderando todo histórico que norteou sua existên-

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cia. Os resultados das referidas reformas efetivamente reduziram os gastos
patronais com a mão de obra, mas não foram capazes, até agora, de gerar
empregos de qualidade e em nível suficiente para acabar com o desemprego
e a informalidade. Na apresentação da Secretaria Especial da Previdência e do
Trabalho sobre a Modernização das NRS, datada de 30/07/2019 fica clara a
priorização e sobreposição dos interesses econômicos em relação à prevenção
de acidentes e a garantia da saúde e segurança dos trabalhadores. É preocu-
pante que nas Metas estabelecidas para a referida modernização não se fale
da saúde e segurança dos trabalhadores; não pactuamos com a abordagem
prioritariamente economicista, que ao se preocupar com a redução de custos,
desburocratização, enxugamento de decretos, leis e normas, não considera

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que a flexibilização das normas regulamentadoras provocará um crescimento
do número de acidentes e a consequente elevação destes custos ao emprega-
dor e erário público. Finalizando, a referida apresentação informada que foi
estabelecido um Acordo de Cooperação Técnica para desenvolver a estratégia
nacional para redução de acidentes firmado com 03 Federações de Indústrias
(dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina); seria democrática,
consequente e positiva a participação de representantes legais dos trabalha-
dores na elaboração destas estratégias.

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Breve história do PGR ou GRO

A proposta é a criação de uma norma autônoma sobre gerenciamento de ris-


cos operacionais. Essa ideia nasce de um trabalho realizado pelo Grupo de Es-
tudos Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho, publicado em 2014, já
aderente a ISO 45001 - voltada para sistemas de gestão em Segurança e Saúde
no Trabalho - SST. Ela é transversal a todas as NR’s uma vez que todas as ati-
vidades da organização e todos os tipos de riscos devem ser abrangidos, assim
como as ações de prevenção correlatas, a serem consideradas nos planos, pro-
gramas ou sistemas de gestão, observados os requisitos legais. Isso veio como
que o desenvolvimento do item da NR10 que abordava a obrigação de um
plano de ação de medidas de proteção ao trabalhador – elemento dos pron-
tuários.
Por que o microempreendedor individual – MEI, está dispensado de elaborar
o PGR? Como isso é acertado? As respostas foram retiradas também da filo-
sofia que foi apresentada na NR10, não pela própria NR10 de 2004, mas pelo
princípio de responsabilidades e porte da empresa, sem perda da segurança.
Em dezembro de 2019 a comissão Tripartite Paritária Permanente do Ministé-
rio do Trabalho aprovou uma alteração do nome do Programa de Gerencia-
mento de Riscos (PGR), para GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais),
essa deve afetar as novas Normas Regulamentadoras nº 7 (PCMSO), nº 9
(Agentes Ambientais), nº 17 (Ergonomia), nº 18 (Condições e Meio Ambiente
de Trabalho na Indústria da Construção), dos anexos I e II (Ruído) da NR 15
(Atividades e Operações Insalubres). Será que o GRO trará o fim do PPRA –
criada em 1994.

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As estruturas

A estrutura da NR10-2020 proposta2 difere da NR10-2004. A seguir é apresentada a compa-


ração entre essas duas estruturas, a “nova” e a “velha”. A sua classificação não reflete uma
perda de conteúdo ou de intenções à segurança, mas sim, as apesenta de uma maneira di-
ferente.

No lado esquerdo a nova proposta- -aqui em consideração com principal, e no lado direito
aquela em vigor que será considerada como em segundo plano.

NR10-2020 NR10-2004
10.1 OBJETIVO 10.1 - OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO
10.2 CAMPO DE APLICAÇÃO 10.1 - OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO
baixa, média e/ou alta tensão
10.3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO 10.2 - MEDIDAS DE CONTROLE
10.2.1 e 10.2.3
10.4 ELIMINAÇÃO DO FATOR DE RISCO A analisar com cautela
10.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA 10.2.8 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA
10.6 MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E DE ORGANIZAÇÃO 10.2.7(prontuário) + 10.2.9 + 10.7.4 e 10.11 e 10.10 e 10.6
10.7 HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO DOS TRA- 10.8 - HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZA-
BALHADORES ÇÃO DOS TRABALHADORES
10.8..1 a 10.8.8.1
10.8 TREINAMENTO DE SEGURANÇA 10.8.8.2 a 10.8.3
10.9 AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES 10.8.4 a 10.8.8.1
10.10 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 10.2.9 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
10.11 SEGURANÇA NAS ETAPAS DE PROJETO, CONSTRUÇÃO, 10.3 - SEGURANÇA EM PROJETOS
MONTAGEM, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO 10.4 - SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO
10.12 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGI- 10.5 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZA-
ZADAS DAS
10.13 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS 10.6 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS
E TRABALHO EM PROXIMIDADE 10.1.2+10.2.5.1+10.2.9.3+10.6.3+10.7.2
28. Trabalho em Proximidade: trabalho durante o qual o trabalha-
dor pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma
parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas

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por materiais, ferramentas ou equipamentos que manipule.
10.14 DOCUMENTAÇÃO analisar o 10.14.7 10.2.4 e 10.2.5
10.15 CONDIÇÕES OU SITUAÇÕES DE GRAVE E IMINENTE
RISCO (GIR)

2
Essa NR apresentada – do ano de 2020 ainda não está em vigor na data da emissão desse material, assim todas as consi-
derações aqui, deverão ser corroboradas, complementas ou ainda corrigidas no momento adequado.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Introdução

A nova estrutura mostra uma classificação diferente, como era de se esperar, dos blocos da
versão anterior de 2004, e com um destaque aqui, objetivo e campos de aplicação, separa-
dos do modo original, na versão anterior de 2004. A seguir encontramos, os blocos de medi-
das de prevenção, eliminação dos fatores de riscos, medidas de proteção coletiva, e de
medidas administrativas. A sequência de blocos citadas, induz ao entendimento de que a
prevenção vem em primeiro lugar, seguida de cautelas para eliminar os fatores causadores
dos riscos, e fechando a proposta cuidando do coletivo, deixando para o final a política do
individual, se as anteriores não forem suficientes. Entre as medidas do cuidado com o cole-
tivo e com o individual, existem os blocos de classificação, treinamento, e licenciamento
dos trabalhadores. Isso mostra que esse primeiro componente para existência de um aci-
dente, o trabalhador, segue antes do segundo componente, as instalações. É de nossa opi-
nião que essa ordem e blocagem é oportuna, não só para treinamentos, mas também para
lembrar que só há acidente se um ou os dois componentes citados falhar: o trabalhador e a
instalação. Os blocos das instalações – segundo componente dos acidentes, que por natu-
reza das coisas, não possuem autonomia ou inteligência, para por si só ajudar na análise e
na execução dos trabalhos, é composto por segurança em todos as etapas da existência da
instalação, se em caráter energizadas ou desenergizadas, incluindo o registro e disponibili-
dade da sua documentação.
Essa figura a seguir, estruturada a partir do índice da proposta de revisão da NR10 desse ano
de 2020, tem a pretensão de montar uma apresentação. O objetivo é lançar um olhar sobre
sua proposta.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Definido o objetivo, especificar o campo de aplicação. É notória que há consciência do perigo
nos serviços com eletricidades e os estudos já realizados. Por isso entender que os itens se-
guintes mostram de forma genérica e orientadora – as medidas de contenção para que esses
riscos sejam administrados. Nota-se que em primeiro lugar: medidas para eliminar as causas
do perigo; a seguir entender que as medidas de proteção coletivas devem preceder qualquer
outra, maximizando os esforços da ação do profissional responsável pelos serviços; e so-
mente a seguir, tomar as medidas para proteção individual. Com o entendimento do que é
necessário a fazer, a nova estrutura destaca que há um atributo específico e inerente ao
profissional (criatura) - seu conhecimento adquirido, e outro atributo, que é concedido de
forma temporária pelo empregador ao profissional. Esse primeiro atributo é o conhecimento
e a capacitação técnica e4 exclusiva do profissional, formando seu arcabouço de conheci-
mento e as competências adquiridas ao longo do exercício da sua profissão, e o segundo
atributo, a autorização ou liberação à sua prática. A separação, nesses dois itens distintos,
reforça esse entendimento. Se por um lado o conhecimento técnico é de formação e pro-
priedade do profissional, o treinamento em segurança é outro item do novo índice, da revi-
são dessa norma regulamentadora. O treinamento de segurança é específico do local de tra-
balho, das atividades exercidas e os outros riscos existentes. Entendendo que os acidentes
só contem com a presença do binômio: criatura x ambiente, e deve-se entender que um
trabalho de prevenção é feito tanto junto aos trabalhadores, como junto às instalações elé-
tricas. Se um dos dois, ou os dois elementos falharem nessa melhoria de condições de segu-
rança, com certeza maiores chances de acidente devem existir. Nesses dois elementos cita-
dos: criatura x ambiente, o único capaz de alterar as condições para melhor no sistema, é o
primeiro – a criatura, o segundo – as instalações, por inercia ou degradação só tende a piorar.
O maior investimento e a maior responsabilidade cabem a ser feita nos trabalhadores.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
10.1 OBJETIVO

10.1.1 Esta Norma estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementa-


ção de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a sa-
úde dos trabalhadores expostos aos fatores de riscos decorrentes do emprego da energia
elétrica, observando as prescrições do Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.1.1 Esta Norma Regula-


mentadora - NR estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indireta-
mente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. O
texto proposto explicitamente refere-se a um “PGR”, que não se limita aos
riscos elétricos, mas a todos os riscos que os trabalhadores possam ficar ex-
postos naquele local. E portanto, os riscos de formação de atmosfera explo-
siva deverão estar incluídos no PGR. Neste ponto, podemos dizer que a revi-
são traz um conceito de análise e responsabilidade mais abrangente ao ins-
tituir o PGR, o qual formaliza e registra as ações das empresas na busca da
segurança nos serviços.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.1.2 Para fins de observância desta NR, utilizam-se os termos e definições constantes do
Anexo I – Glossário.

Avaliação: nessa versão desaparecem as palavras “direta ou indireta-


mente”, sendo substituídas por “expostos”, observando o PGR Programa de
gerenciamento de riscos. A condição de risco ou aplicação está diretamente
ligado ao resultado desse plano de gestão, ele deve ser mantido atualizado
.

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Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.2 CAMPO DE APLICAÇÃO

10.2.1 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo das diver-
sas fontes de energia elétrica, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, ope-
ração e manutenção de instalações elétricas de baixa, média e/ou alta tensão, em corrente
alternada e/ou contínua, de caráter permanente ou temporário.

Avaliação: nessa versão pode ser observado o cuidado com a citação da


possiblidade da existência das “diversas fontes de energia elétrica”, por
conta de provável entendimento dos perigos gerados pelo uso ou envolvi-
mento na produção da energia fotovoltaica e geradores convencionais. Há

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
aqui também a citação pela primeira vez do termo “média tensão”. Onde
inicialmente tinha-se “alta” e “baixa” tensão, como padrões de classifica-
ção. Embora os comitês de norma que estavam trabalhando com as normas
que envolviam esse título classificatório, cogitassem mudar e adaptar os
seus títulos à algumas normas já publicadas, e outras em desenvolvimento,
aparentemente o inverso acontece aqui. Como ficou o glossário ?

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10.2.1.1 As atividades ou operações elementares realizadas com tensão igual ou inferior a


1000 Vca e 1500 Vcc, tais como, o uso de equipamentos elétricos energizados e os procedi-
mentos de ligar e desligar circuitos elétricos, adequados para operação, podem ser realiza-
das por pessoa não advertida.
Avaliação: As tensões mencionadas especificamente, de 1000 Vca e 1500
Vcc parecem ter sido propositadamente apontadas como aquelas que define
o limite de baixa tensão e as outras. As outras seria Média tensão e Alta
tensão. A sua condição de perigo, se apresenta agora com mais cuidado no
entendimento de sob condições de segurança por projeto , as instalações
nesse nível de tensão sejam passiveis de manuseio – ou operação. Esse tema
era abordado pelo item 10.6.1.2 da antiga norma. Isso seria um ajuste para
as instalações fotovoltaicas ? Como ficou o glossário ?

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10.2.2 Esta NR se aplica aos serviços em eletricidade.

10.2.2.1 Equipara-se a serviço em eletricidade todo e qualquer trabalho em proximidade de


instalações elétricas com exposição aos fatores de riscos decorrentes do emprego da energia
elétrica, em que o trabalhador possa adentrar à zona controlada, conforme Anexo II - Zona
de Risco, Zona Controlada e Zona Livre, seja com parte do corpo ou por meio de extensões
condutoras.

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Avaliação: O termo proximidade aqui , pode ser entendido de forma rígida,
que adentra da zona controlada. É interessante notar que a presença do
trabalhador na proximidade fica clara no sentido técnico, mas depende das
tabelas do anexo II - onde se apresenta de modo formal essas distancias. O
anexo II se torna então fundamental para essa análise. O conceito de parte
do corpo ou extensões condutoras se mostra oportuno na análise do termo
proximidade. Isso traz um complemento de entendimento ao item 10.1.1 da
nova versão dessa norma – trabalhadores que atuam na ou nas proximida-
des. O caso de proximidade para os perigos do arco elétrico deve ser desta-
que no PGR3. Analisar o anexo 4 da NR164.

Como ficou o glossário ?

3
PGR Programa de gerenciamento de riscos – anotações pertinentes aqui
4
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR16.pdf

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.2.3 Para aplicação desta NR devem ser contempladas as normas técnicas oficiais estabe-
lecidas pelos órgãos competentes e, somente no caso de ausência ou omissão destas, as
normas internacionais cabíveis.

Avaliação: A palavra “somente” parece ter o condão de evitar conflitos de


entendimentos. A experiencia jurídica mostra que se houver divergência en-
tre uma norma nacional e uma estrangeira., a nacional é a que define. Como
ficou o glossário ?

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10.2.4 Esta NR não é aplicável a instalações elétricas alimentadas por extrabaixa tensão, ex-
ceto para o atendimento do item 10.5.3 e seus subitens.

Avaliação: Essa notação especifica dispensa a falha de entendimento que


o item 10.14.6 da versão anterior poderia dar se aplicada a estudos viciados
ou mal intencionados, quando sob áreas classificadas. Como ficou o glossá-
rio ?

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.2.5 Quando as instalações elétricas forem alimentadas em extrabaixa tensão, mas em


condição de trabalho em proximidade previsto no item 10.2.2.1 aplica-se esta NR.

Avaliação: A anotação especifica aqui dispensa a falha de entendimento


que o item 10.14.6 poderia dar se mal conduzida. O fato de estar sujeito a
instalações com a dita “extra baixa tensão” ,ainda que próximas aos perigos

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gerados pelas instalações elétricas vizinhas, não dispensa os cuidados, Maus
estudos ou estudos intencionalmente viciados, não tem mais espaço aqui.
Como ficou o glossário ?

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10.3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO

10.3.1 A organização deverá adotar medidas de prevenção contra choque elétrico, arco elé-
trico e outros fatores de riscos de origem elétrica, além dos fatores de riscos adicionais, em
conformidade com o PGR, e obedecendo à ordem de prioridade estabelecida pela NR 1.

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Avaliação: aqui a revisão se preocupa em destacar o arco elétrico como um
elemento importante, mesmo no dia a dia o trabalho em baixa tensão. As
equipes e os treinamentos não davam ênfase nesse aspecto , porque por
vezes se limitavam a cumprir itens dispostos na NR sem agregar conteúdo e
oportunidade – visto que essa versão anterior da N10 era omissa nessa con-
dição de riscos por arco elétrico. O anexo II original falava em distancias
seguras, mas essas distancias se referiam apenas ao risco pelo exposto ao
choque elétrico sabido que os arcos elétricos são uma condição presente e
por que dizer constante nos trabalhos rotineiros. A segurança é aplicada
nos isolamentos das ferramentas e é sabido que somente isso não é sufici-
ente. O relato de “tirar fotografias” e “curtos” durante os serviços com cha-
ves de fenda, chaves de boca e até mesmo furadeiras elétricas, tem sido
constante mas – nunca reportados.

A NR1 – 1.4.1, no seu sub item “g” define que a prioridade


para implementar medidas de prevenção, segue uma or-
dem prioritária. Eliminar a causa , ou os fatores; criar me-
didas de proteção de não naturais de projeto ou de equi-
pamento; criar procedimentos de trabalho que invoquem
até mesmo desligamentos; e ainda ao final, estimar a pos-
sibilidade de proteção individual.

De modo simplista aqui é possível verificar a diferença que esse texto traz
ao entendimento dessa prioridade quando falamos de choque elétrico, e
agora em 2020 com arco elétrico. A preocupação dos gestores de turmas, e
dos líderes dos serviços, sempre se mantem ativa e amparada pelas normas
e regulamentos, sem esquecer de forma alguma as melhores práticas da
experiência e dos problemas vividos. Assim, ainda que na NR10 ora em vigor,
não tenha contemplado os riscos do efeitos do arco elétrico em instalações
de maior potência, junto aos trabalhadores, é de esperar que a nova NR10
traga destaques mais fortes a esse tema. A preocupação com o choque elé-
trico, é importante para qualquer que seja a potência de uma instalação
elétrica é conhecida até dos leigos ou profissionais amadores. Já os efeitos
dos arcos elétricos em baixas potenciais ficam na memória e na vida dos
eletricistas como algo suportável e passível de piadas. Esses efeitos, quando

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as potencias estão acima dos 75kW, produzem efeitos térmicos que trazem
queimaduras e danos significativos.

Como ficou o glossário ? como ficou o anexo II?

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
10.3.2 As instalações elétricas devem ser executadas a partir de projeto elétrico específico
que assegure condições de segurança e saúde dos trabalhadores e usuários, e contenha no
mínimo: a) plantas; b) esquemas ou diagramas unifilares, laudos de aterramentos e equipo-
tencialização e outros documentos, quando aplicáveis; e c) memorial descritivo da instala-
ção.

Avaliação: esse item se refere aos pré-projetos, e aos projetos executivos,


destacando os elementos que representam a qualidade ou completude da
documentação. Nesse item da nova versão da regulamentação, nota-se um
aumento significativo da lista dos documentos, que identificam e qualificam
uma instalação elétrica. Antes basicamente um unifilar, agora temos “plan-
tas”, “esquemas ou diagramas unifilares”, “laudos de aterramentos e equi-
potencialização”, “memorial descritivo da instalação”, e uma brecha jurídica
negativa, para o termo “outros documentos”. A trave do mínimo foi aumen-
tada aqui. Os termos utilizados na versão apresentada a consulta pública,
devem ser analisados com cautela, e serem verificados com o glossário a
ser ainda apresentado, pois a abrangência dessas palavras deve trazer con-
veniências às vendas de serviços, ou demandas estranhas, de possíveis fis-
calizações mal intencionadas. O uso do termo “laudo” aqui – entendendo
laudo como uma peça técnica com fins jurídicos. Isso não é referenciado em
local algum da norma em vigor; talvez à exceção do laudo de SPDA – admi-
tido pela NBR5419. A condição original na norma de 2004, onde se estabe-
lecia a “especificação dos sistemas de aterramento”, a palavra laudo com
certeza há de gerar uma grande subjetividade e responsabilidade na sua
emissão. No item de documentação da instalação em 10.6, é possível iden-
tificar que parte dessa documentação deve ficar à disposição dos trabalha-
dores de manutenção ou de fiscalização.

Como ficou o glossário ? como ficou o anexo II?

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado: em 10.2.3 As empresas estão


obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétri-
cas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterra-
mento e demais equipamentos e dispositivos de proteção; em 10.2.4 Os es-

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tabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e
manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no
subitem 10.2.3, no mínimo: b) documentação das inspeções e medições do
sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétri-
cos; e em 10.3.8 O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as Normas
Regulamentadoras de Saúde e Segurança no Trabalho, as regulamentações
técnicas oficiais estabelecidas, e ser assinado por profissional legalmente
habilitado. O texto proposto refere-se explicitamente à obrigatoriedade de
um projeto. Ou seja, inclusão de novas cargas, mudanças nos circuitos de
intertravamento de um processo, não podem ser feitas “da cabeça do ele-
tricista chefe”. Tudo deve estar formalmente registrado no projeto. A cita-
ção a “outros documentos” passa a incluir os desenhos de classificação de
áreas, já que os equipamentos elétricos e eletrônicos a serem instalados pre-
cisam estar adequados às respectivas zonas. A exigência de “profissional

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habilitado” para assinar o projeto (como estava em 10.3.8), está mantida
no texto proposto em 10.3.2.1.
Percebe-se que houve uma mudança na posição dos itens, de “MEDIDAS DE
CONTROLE“ e “SEGURANÇA EM PROJETOS”, para “MEDIDAS DE PROTE-
ÇÃO”, e foi acrescentada a exigência do respectivo projeto, devidamente
formalizado, para a execução das instalações.

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10.3.2.1 O projeto elétrico deve atender às normas técnicas oficiais estabelecidas pelos ór-
gãos competentes e, somente no caso de ausência ou omissão destas, às normas internaci-
onais cabíveis, e ser elaborado e assinado por profissional legalmente habilitado.

Avaliação: Se antes os documentos básicos – não integrantes de um pron-


tuário poderiam ser encarados com feitos por qualquer um, agora fica clara
a responsabilidade técnica, e a importância da ART dos profissionais habili-
tados, em todo o processo. Essa diretriz só aparecia no item 10.2.4 da norma
anterior, e para atendimento às instalações maiores que 75kW.

Como ficou o glossário ? como ficou o anexo II?

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10.3.2.2 Toda a documentação que compõe o projeto elétrico deve ser revisada e mantida
atualizada de forma a corresponder fielmente ao que foi executado.

10.3.3 A abrangência das medidas de prevenção depende das características das exposições
e das necessidades de controle das instalações elétricas.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.2.1 Em todas as inter-


venções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas

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de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas
de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho.
O texto proposto está redigido de outra forma, mas entende-se que abrange
os mesmos cuidados. Nas áreas classificadas, os procedimentos devem elen-
car as medidas de controle aplicáveis. Percebe-se que houve uma mudança
na posição do item, de “MEDIDAS DE CONTROLE“, para “MEDIDAS DE PRO-
TEÇÃO”.

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10.4 ELIMINAÇÃO DO FATOR DE RISCO

10.4.1 Prioritariamente deverá ser adotada a eliminação do fator de risco decorrente do em-
prego da energia elétrica por meio da desenergização das instalações elétricas, devendo a
organização atender ao que estabelece o disposto no item 10.12 - SEGURANÇA EM INSTA-
LAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZADAS.

10.4.1.1 A organização deve atender ao que estabelece o disposto no item 10.13 - SEGU-
RANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS E TRABALHO EM PROXIMIDADE quando
os serviços forem realizados em instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade de
energização, por qualquer meio ou razão.

Avaliação: De fato , esse item mostra que deve haver uma preocupação da
equipe de segurança em analisar outras razões – como que pensamento
“fora da caixa”, uma vez que o fato de entender que se desligada a instala-
ções - sem energia, o perigo está eliminado. A condição apresentada força
a responsabilidade da equipe de segurança e de trabalho a procurar condi-
ções não pensadas no processo automático ou viciado, que sejam potenci-
almente perigosas.

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10.4.1.2 As atividades ou operações elementares realizadas com tensão igual ou inferior a


1000 Vca e 1500 Vcc, tais como, o uso de equipamentos elétricos energizados e os procedi-
mentos de ligar e desligar circuitos elétricos, adequados para operação, não precisam ser
desenergizados.

10.4.2 Na impossibilidade de implantação da desenergização elétrica, conforme estabelece


esta NR, deve ser usado o emprego da extrabaixa tensão.

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Avaliação: Isso não faria o menor sentido, senão se buscasse uma razão –
mesmo que apelativa a termos e definições existentes em normas mas não
em prática. Quando se fala em desenergização do local ou da instalação se
fala em parada de produção ou inativação de produção que depende da-
quele circuito ou instalação elétrica, assim propor colocar nessa condição o
uso de extra baixa tensão seria submeter aos equipamentos e circuitos a
jusante condições de tensão não previstas em projetos e por consequência
desastre operacional. Nossa equipe acredita que esse item vem como uma
diretriz a ser utilizada pelos que planejam o serviço - seja da equipe de se-
gurança, seja da equipe executante, para justificar de modo legal esse “des-
ligamento” ou “parada de produção”. No glossário da norma atual é possí-
vel identificar: 27. Tensão de Segurança – extrabaixa tensão originada em
uma fonte de segurança, embora não defina que é fonte de segurança. Na
norma sob revisão encontra-se como medida de proteção coletiva

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“separação elétrica por meio de extrabaixa tensão”. – o que seria uma con-
dição específica de equipamentos que não ofereçam perigos de choque por
meio de um rebaixamento de sua tensão de operação.

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10.4.3 Na impossibilidade de implementação dos itens 10.4.1 e 10.4.2 devem ser adotadas
medidas de proteção coletiva, conforme item 10.5, ou quando estas não forem suficientes
ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter
complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à se-
guinte hierarquia:

a) medidas administrativas e de organização, conforme item 10.6;

b) medidas de proteção individual, conforme item 10.10.

10.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

Avaliação: A classificação ou separação em itens aqui mostra que a nova


norma prevê o entendimento de 5 causa elétricas principais que remota ao
projeto das instalações elétricas. Encontra-se choques elétricos – arco elé-
trico – explosão – sobretensões – descargas atmosféricas.

10.5.1 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva contra choques elétricos
atendendo as seguintes condições:

a) partes vivas perigosas não devem ser acessíveis; e

b) massas ou partes condutivas acessíveis não devem oferecer perigo elétrico, seja em con-

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dições normais, seja, em particular, em caso de alguma falha que as tornem acidentalmente
vivas.

10.5.1.1 As medidas de proteção coletiva contra choques elétricos devem ser asseguradas
pelo provimento conjunto de proteção básica e de proteção supletiva, mediante combinação
de meios independentes ou mediante aplicação de medida capaz de prover ambas as prote-
ções, simultaneamente.

Avaliação: Esse item mantém os entendimentos e cuidados da norma em


vigor nos seus itens 10.2.8, mas como entendimento de proteção contra os
efeitos dos arcos elétricos. É curioso como agora é possível entender a clas-
sificação de “partes vivas”, pela natureza de seu funcionamento operação,
e “partes possíveis “de se tornarem vivas”, pela proximidade, pela constru-
ção dos equipamentos e arranjos elétricos.

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10.5.1.2 As medidas de proteção básica ou contra contato direto das partes vivas perigosas
em condições normais devem ser aplicadas por meio do uso de:

a) isolação das partes vivas;


b) barreiras ou invólucros ou obstáculos
c) colocação fora do alcance; e
d) limitação da tensão.

10.5.1.3 As medidas de proteção supletiva ou contra contato indireto de massas ou partes


condutivas acessíveis, acidentalmente vivas, devem ser aplicadas por meio do uso de:

a) seccionamento automático da alimentação;


b) infraestrutura de aterramento;
c) equipotencialização;
d) isolação suplementar; e
e) separação elétrica.

Avaliação: Fala-se que existe uma proteção “básica” e uma “proteção” su-
pletiva, deixando mais claro que existe um nível essencial – cuidados espe-
ciais em nível de projeto, e o segundo nível um complemento por inclusão
de outros artifícios ou artefatos. Onde era mencionada de forma conjunta
a isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de
seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento auto-
mático, e sistema de aterramento, é possível identificar agora um grupo de
“cinco opções” como medidas básicas e mais “cinco opções” como medidas
supletivas. Esses itens eram citados no anexo, como elementos para o trei-
namento básico, agora fazem parte do texto principal.

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Antes - IDA
a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização;
c) constatação da ausência de tensão;
d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos
condutores dos circuitos;
e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada
(Anexo II); (Alterada pela Portaria MTPS n.º 509, de 29 de abril de 2016)
f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

Antes- VOLTA
a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;
b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos
no processo de reenergização;
c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das
proteções adicionais;
d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;
e) destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de secciona-
mento.

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10.5.2 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva contra arcos elétricos aten-
dendo as condições prescritas no item 10.5.1 e a utilização de um ou mais dos seguintes
meios:

Avaliação: A mesma ideia apresentada no caso anterior para riscos ao cho-


que elétrico, foi descrita aqui para a proteção contra efeitos do arco elé-
trico. Em cinco seções, sendo essa a 10.5.2 a segunda, os cuidados e reco-
mendações ficam explicitas dessa vez nessa versão. As classificações como
“condições físicas de isolamento ao perigo”, e as “condições suplementares”
tem o mesmo objetivo. Criar o entendimento de natureza de projeto e cons-
trução e de natureza complementar.

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a) uso de componente da instalação, fixo ou estacionário, totalmente envolvido por material


resistente a arcos, ou separado, por materiais resistentes a arcos, de elementos construtivos
da edificação sobre os quais os arcos possam ter efeitos térmicos prejudiciais; ou montado
a uma distância suficiente dos elementos construtivos sobre os quais os arcos possam
ter efeitos térmicos prejudiciais, de modo a permitir a segura extinção do arco;
b) dispositivos de abertura sob carga;
c) chave de aterramento resistente ao curto-circuito presumido;
d) sistemas de intertravamento;
e) fechaduras com chave não intercambiáveis;
f) emprego de dispositivos limitadores de corrente;

Avaliação: Na análise da equipe entende-se que dos itens anteriores de “a”

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a “f” temos os elementos básicos de segurança - aqueles que são oriundos
a disposição física por projeto ou montagem.

Nesse ponto, a revisão coloca a devida importância à necessidade de segu-


rança contra possíveis acidentes gerados por arco elétrico assim como já o
fazia para os casos de choque elétrico (10.5.1). A alínea g) chama bastante
atenção para ajustes de proteção para tempos de interrupção mais curtos,
sugerindo que os danos causados pelo arco elétrico possam ser ainda mais
prejudiciais do que os causados por corrente elétrica. A alínea h) merece um
grande destaque por definir a distância segura de acordo com o Limite de
Aproximação Segura (LAS). Essa distância calculada e devidamente tratada
para traçar cenários, preservando sempre a maior segurança foi definida
neste trabalho e detalhada no anexo IV.

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g) seleção de tempos de interrupção muito curtos, o que pode ser obtido através de relés
instantâneos ou através de dispositivos sensíveis a pressão, luz ou calor, atuando em dispo-
sitivos de interrupção rápidos;
h) operação da instalação a uma distância segura, de acordo com o Limite de Aproximação
Segura (LAS) definido por meio de cálculo da energia incidente adequada para cada cenário
de atividade, conforme as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes
e, somente no caso de ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

Avaliação: De mesma forma – ao comparar com o raciocínio anterior, pode-


se dizer que são medidas de proteção supletivas. Tudo impingia fazer uma
tabela em função da distância de segurança de trabalho. Por conta de ele-
mentos elétricos, potência instalada, distância de trabalho, e classe de ten-
são, o cálculo para estudo da energia incidente, serão suficientes para o en-
tendimento do Limite de Aproximação Segura (LAS). Elementos importantes
para o entendimento da tabela nova do anexo II.

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10.5.3 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva contra explosão conforme
as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, somente no caso de
ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.2.8.1 - Em todos os ser-


viços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas,
prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante proce-
dimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segu-
rança e a saúde dos trabalhadores; e em 10.9.5 Os serviços em instalações
elétricas nas áreas classificadas somente poderão ser realizados mediante
permissão para o trabalho com liberação formalizada, conforme estabelece

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o item 10.5 ou supressão do agente de risco que determina a classificação
da área.
O texto proposto retirou a condição de 10.9.5, a qual exigia ou desenergiza-
ção dos circuitos ou garantia de não haver liberação de produtos inflamáveis
no ambiente.
Como estão sendo referenciados de forma ampla (normas técnicas oficiais
estabelecidas pelos órgãos competentes), ou seja, elas não estão identifica-
das, apenas profissionais devidamente capacitados contemplarão as medi-
das adequadas para áreas classificadas em seus procedimentos, e entende-
mos que a indústria tem tradicional carência neste ponto. Requisitos para
intervenção em equipamentos especiais em áreas classificadas estão previs-
tos na NBR IEC 60079-17. Percebe-se que houve uma mudança na posição
dos itens, de “MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA“ e “PROTEÇÃO CONTRA
INCÊNDIO E EXPLOSÃO”, para “MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA“.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
10.5.3.1 Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de in-
cêndio ou explosões, devem ser adotadas medidas de proteção coletiva de forma a prevenir
as possíveis fontes de ignição, conforme as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos ór-
gãos competentes e, somente no caso de ausência ou omissão destas, as normas internaci-
onais cabíveis.

Avaliação: A definição da norma NBR IEC 60079-14: 3.2.1 para "área clas-
sificada" é: a região na qual uma atmosfera explosiva está presente, ou pode
estar presente, em quantidades tais que necessitem precauções especiais
para a construção, instalação e utilização de equipamentos
Cabe esclarecer que "atmosfera explosiva" é aquela onde a substância infla-
mável forma com o ar uma mistura com concentração na faixa compreen-
dida entre o limite inferior de explosividade, até o limite superior de explosi-
vidade. E segundo a definição da NBR IEC 60069-14, quando a atmosfera
explosiva está sempre presente, é chamada de zona 0, sendo uma situação
particular. Quando a possibilidade de ocorrência se dá em condições nor-
mais de operação da planta, chama-se zona 1, e quando se dá em condições
anormais de operação, é chamada de zona 2. A expressão "atmosfera po-
tencialmente explosiva" também é utilizada para se referir às áreas classifi-
cadas, porque conforme definição da NBR IEC 60079-14, denota quando a
atmosfera tem potencial (possibilidade) de se tornar explosiva. Na versão
em vigor é encontrado em 10.9.4 - Nas instalações elétricas de áreas classi-
ficadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser
adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automá-
tico para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento,
aquecimentos ou outras condições anormais de operação.
O texto proposto generalizou para “as possíveis fontes de ignição” e “con-
forme as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes”,
mas não detalhou como estava em 10.9.4. Percebe-se que houve uma mu-
dança na posição do item, de “PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO”,
para “MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA“.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

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10.5.3.2 Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação
em instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou
explosões devem ser selecionados de acordo com o estudo de classificação de áreas e avali-
ados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.2.4 - f) certificações dos


equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas; e em 10.9.2 Os
materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplica-
ção em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente
explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do
Sistema Brasileiro de Certificação.
O texto proposto explicitou o estudo de classificação de áreas e manteve a
exigência de equipamentos elétricos e eletrônicos certificados. É importante

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ressaltar que a seleção correta dos equipamentos elétricos e eletrônicos se-
guros, apenas poderá ser feita conhecendo-se o estudo de classificação de
áreas. Ver o Anexo sobre Estudos de Classificação de Áreas. Percebe-se que
houve uma mudança na posição do item, de “MEDIDAS DE CONTROLE” e
“PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO”, para “MEDIDAS DE PROTE-
ÇÃO COLETIVA“.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.5.3.3 Os serviços em eletricidade nas áreas classificadas somente poderão ser realizados
mediante ordem de serviço e procedimento específico e por trabalhador autorizado con-
forme item 10.9.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.9.5 - Os serviços em ins-


talações elétricas nas áreas classificadas somente poderão ser realizados
mediante permissão para o trabalho com liberação formalizada, conforme
estabelece o item 10.5 ou supressão do agente de risco que determina a
classificação da área. A permissão de trabalho em área classificada precisa
conter o detalhamento necessário para impedir que fontes de ignição sejam
levados ao local pela equipe que fará a intervenção na instalação elétrica.
Percebe-se que houve uma mudança na posição do item, de “PROTEÇÃO
CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO”, para “MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLE-
TIVA“.

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10.5.3.4 Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade es-


tática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.9.3 - Os processos ou

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equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática de-
vem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica. A ele-
tricidade estática é um fator de risco importante, pois pode inflamar uma
atmosfera explosiva eventualmente presente na região. Percebe-se que
houve uma mudança na posição do item, de “PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
E EXPLOSÃO”, para “MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA“.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.5.4 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva contra sobretensões, con-
forme as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, somente no
caso de ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

Avaliação: Nesse item da nova versão é possível ententes o destaque das


áreas classificadas que na versão anterior estava dentro do 10.9.4,. Chama
a atenção aqui a necessidade da criação de procedimentos específicos, não
apenas um elemento generalizado dentro do texto da versão anterior. Não
se fala em choque elétrico ou arcos elétricos apenas, mas o risco de uma
ignição e explosão, em trabalhos em áreas classificadas. O DPS – dispositivo
de proteção contra surtos na NBR5410 é um elemento a ser considerado
aqui – dentro de um estudo de coordenação para proteção do trabalhador?
Na norma anterior existia o item específico, como comentado anteriormente
- 10.9.4, mas a versão proposta se preocupou com esse item aqui nos itens
10.5.3 e 10.5.4?

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10.5.5 A organização deve adotar medidas de proteção coletiva por meio de proteção contra
descargas atmosféricas, conforme as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos
competentes e, somente no caso de ausência ou omissão destas, as normas internacionais
cabíveis.

Avaliação: Uma leitura rápida da nova versão poderia dar a entender uma
duplicidade dos itens já abordado para compor o prontuário das instalações
elétricas dentro dessa própria versão, mas deve-se entender que aqui apa-
rece por conta das especificidades do tipo de instalação - Áreas classificadas.

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10.6 MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E DE ORGANIZAÇÃO

10.6.1 Antes de iniciar os serviços em eletricidade, a organização e os trabalhadores devem

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realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades para tomar as medidas admi-
nistrativas e de organização de forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores
técnicas de segurança em eletricidade aplicáveis aos serviços de construção, montagem ou
operação.

10.6.2 As organizações estão obrigadas a manter esquemas ou diagramas unifilares atuali-


zados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos ou locais de trabalho com as es-
pecificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção,
conforme documentação constante do projeto elétrico.

Avaliação: Esse item estava no conjunto de documentos que definiam as


medidas de controle os riscos na versão anterior, e isso não mudou, nem
ficou nulo. Apenas ficou mais claro que sua manutenção de ser feita em

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caráter administrativo, não apenas de caráter técnico. Era o item 10.2.3 da
norma anterior.

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10.6.3 Os serviços em eletricidade devem ser precedidos de ordens de serviço específicas,


assinados por trabalhador autorizado, em atendimento ao item 10.9, contendo, no mínimo,
o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho a serem adotados.

Avaliação: Ordem de Serviços se mantem como um documento de definição


de reponsabilidades, que define a autorização empregador-empregado, a in-
gressar nos trabalhos. É distinto ainda dos Procedimentos de Trabalho, que é
um documento técnico por natureza.

10.6.4 Os serviços em eletricidade devem ser planejados e realizados em conformidade com


procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com descrição detalhada de cada ta-
refa, passo a passo, assinados por trabalhador autorizado, em atendimento ao item 10.9.

Avaliação: Nessa nova versão proposta, o item 10.6 está muito afinado com
o item 10.9 – os temas de administração de documentos e autorização de
trabalhadores, estão claramente vinculadas ao empregador. Essas orienta-
ções estavam de forma difusa na versão anterior. A condição de profissional
capacitado, qualificado, habilitado, e autorizado, agora deve ser reestu-
dada. Passou-se a classificar o profissional de duas maneiras: sua própria
condição e uma condição concedida. O profissional que se capacita, quali-
fica e se habilita, guarda para si este estado e o lava consigo onde for, já a
autorização é concedida em caráter particular e temporário, não passível de
inclusão às competências pessoais. Isso não traz uma perda de uma classifi-
cação de antiga 10.8 e nova 10.7, mas sim, um entendimento mais maduro.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

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10.6.5 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, campo de aplica-
ção, base técnica, competências e responsabilidades, disposições gerais, medidas de con-
trole e orientações finais.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.11.3 Os procedimentos


de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, campo de aplicação, base
técnica, competências e responsabilidades, disposições gerais, medidas de
controle e orientações finais. Os procedimentos para serviços em áreas clas-
sificadas deverão incluir não só os EPI adequados, como também de que
forma o ferramental, e os instrumentos estarão considerados seguros para
o serviço. Percebe-se que houve uma mudança na posição do item, de “PRO-
CEDIMENTOS DE TRABALHO”, para “MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E DE OR-
GANIZAÇÃO“.

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Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.6.6 Os serviços em eletricidade deverão ser executados por trabalhador previamente


apto em exame médico ocupacional para função específica, em conformidade com a NR 07
- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, e autorizado pela organização con-
forme o item 10.9.

Avaliação: Porque foi retirado o SESMT? No item DA norma em vigor,


10.11.4, existe o texto: “ Os procedimentos de trabalho, o treinamento de
segurança e saúde e a autorização de que trata o item 10.8 devem ter a
participação em todo processo de desenvolvimento do Serviço Especializado
de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT, quando hou-
ver.”

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10.6.7 Quando o serviço em eletricidade for realizado em equipe a organização deverá:

a) indicar trabalhador em condições para exercer a supervisão e condução dos trabalhos;

b) realizar análise prévia das ações a serem desenvolvidas no local, de forma a atender os
princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança aplicáveis ao serviço.

Avaliação: Esse item congrega as ideias da norma em vigor – os itens


10.11.6 a 8, mas no item “b”, nessa versão proposta , parece que a figura do
responsável é eliminada como obrigatória na análise previa das condições

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de segurança.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.6.8 A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das tarefas e a autori-
zação dos trabalhadores envolvidos, em atendimento ao item 10.9 desta NR, de forma a
garantir a segurança e a saúde no trabalho.

10.6.9 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de
segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR-26 -
Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir:

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a) identificação de circuitos elétricos;
b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
c) restrições e impedimentos de acesso;
d) delimitações de áreas;
e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de
cargas;
f) sinalização de impedimento de energização;
g) identificação de equipamento ou circuito impedido.
Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.10.1 Nas instalações e
serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segu-
rança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na
NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as
situações a seguir: c) restrições e impedimentos de acesso; A sinalização de
áreas classificadas deve ser específica, informando a zona, o grupo de gás e
a classe de temperatura. Ver Anexo de Sinalização de Áreas Classificadas.
Percebe-se que houve uma mudança na posição do item, de “SINALIZAÇÃO
DE SEGURANÇA”, para “MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E DE ORGANIZAÇÃO“.

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10.6.10 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com serviços energizados em ele-
tricidade.

Avaliação: parece que agora o uso de adornos, quando não sob serviços
energizados, será permitido, não consistindo em uma infração junto ao
MTE. Mas como ficaria os adornos quando próximos a máquinas em movi-
mento? A norma em vigor aponta: 10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pes-
soais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

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10.6.11 O trabalhador deverá interromper atividades quando verificar situação ou condição
de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível, infor-
mando imediatamente ao seu superior hierárquico.

Avaliação: Esse item, ainda que genérico a todas as NRs está no final da
versão em vigor de forma assustadora, sob o número 10.14.1, agora nessa
proposta ... está dentro de MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E DE ORGANIZA-
ÇÃO.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.14.1 Os trabalhadores


devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que
constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e

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saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu su-
perior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis.
O texto proposto retirou a expressão “direito de recusa”, e mudou de “riscos
graves e iminentes” para “condição de risco não prevista”. Uma condição de
risco não prevista em área classificada seria um vazamento de gás inflamá-
vel. Percebe-se que houve uma mudança na posição do item, de “DISPOSI-
ÇÕES FINAIS”, para “MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E DE ORGANIZAÇÃO“.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) TEM

10.6.12 Sempre que inovações tecnológicas, novos métodos e processos de trabalho forem
implementados ou para a entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elé-
tricos devem ser previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos de-
senergizados, e respectivos procedimentos de trabalho.

Avaliação: Essa condição era afeta apenas para as instalações elétricas


energizadas, agora nessa versão atualizada, vale para qualquer tipo de tra-
balho.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.6.13 A organização deve adotar medidas administrativas e de organização de forma a


atender aos critérios de habilitação, qualificação, capacitação, treinamento e autorização
dos trabalhadores como previstos nesta NR.

10.7 HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO DOS TRABALHADORES

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Avaliação: como citado aqui diversas vezes, a figura do “autorizado” foi re-
tirado desse item. Agora, na proposta de revisão, que estão relacionadas ao
conhecimento próprio do profissional. A autorização, um estado temporário
e dado por terceiros.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.7.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso es-
pecífico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino, mesmo que não dispo-
nha de regulamentação profissional e conselho de classe.

Avaliação: nesse item a qualificação do profissional se dá por cursos e trei-


namentos, e a dispensa de submissão ao conselhos existentes.

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Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.7.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualifi-


cado pelo Sistema Oficial de Ensino em curso específico na área elétrica e com registro no
competente conselho de classe.
Avaliação: nesse item a qualificação do profissional se dá por cursos e trei-
namentos específico na área elétrica e não dispensa, conforme a norma an-
terior o registro ao conselhos existentes.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.8.2 É considerado pro-


fissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e
com registro no competente conselho de classe. Esta mudança enfatiza que
o responsável técnico, incluindo as instalações em áreas classificadas, de-
verá ser um engenheiro eletricista, e não alguém sem curso na área elétrica.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.7.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições, si-
multaneamente:

a) receba capacitação sob docência e responsabilidade de profissional habilitado e autori-


zado;

b) comprove estágio prático, prática profissional supervisionada e exercícios simulados; e

c) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

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Avaliação: a inclusão de um requisito de comprovação de um estágio prá-
tico, prática profissional supervisionada e exercícios simulados, agrega de
forma simultânea a prática real supervisionado e de forma livre, tanto em
simulações como nos casos reais.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.7.4 A capacitação só terá validade para a organização que o capacitou e nas condições
estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela capacitação.

Avaliação: o termo Capacitação e treinamento aparentemente recebem um


significado mais específico. Capacitação: conjunto de conhecimentos que
são extremamente afetos ao local e atividades, sob uma responsabilidade

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
em destaque aqui. Treinamento: conjunto de conhecimentos que são bási-
cos e genéricos, de formação para atuação em quaisquer locais e atividades.

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10.8 TREINAMENTO DE SEGURANÇA

10.8.1 Os trabalhadores que realizam serviços em eletricidade, inclusive o definido no item


10.2.2.1, antes de iniciarem suas funções, devem atender aos requisitos do item 10.7 e ser
submetidos a treinamento inicial de segurança específico sobre os riscos decorrentes do em-
prego da energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes e doenças do
trabalho em instalações elétricas, de acordo com o estabelecido no Anexo III – Treinamento
de Segurança desta NR.

Avaliação: A nova redação proposta mostra que é possível aproveitar os co-


nhecimentos anteriormente adquiridos , quer seja na mesma organização
quer sejam e outras, mas certas condições devem ser atendidas para que o
treinamento seja considerado válido, não eliminando a responsabilidade da
organização de emitir a certificação da capacitação do trabalhador. São
essas condições: (1) comprovação do treinamento se oriundo de rastrea-
bilidade , com clareza no conteúdo programático aplicado , sua carga horá-
ria e data de realização; (2) um sistema de gestão de treinamentos ; e 3)
assinatura de um profissional habilitado e autorizado com emissão de ART.
Quanto aos requisitos mínimos para utilização da modalidade de ensino a
distância deve-se notar que na nota técnica N-54-20185 encontra-se como
características obrigatórias para a sua pratica: (1) existência de um peda-
gógico; - deixando claros os objetivos da capacitação a infraestrutura neces-
sária , estratégias “pedagógicas”, os recursos tecnológicos e o material di-
dático, as atividades aplicadas e principalmente os mecanismos de avalia-
ção; (2) a duração - deve ser igual à duração do demandada na NR; (3) o

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local web e o horário se síncrono; (4) as tecnologias – celulares/tabletes/mi-
crocomputadores. Há um destaque interessante no texto que diz que os pro-
fissionais da educação, atuantes no EaD e semipresencial, tem que possuir
formação condizente e específica conforme NRs, e devem ter preparação
específica para atuar no ensino nesse tipo de modalidade. O contudo deve
prever a parte pratica – presencial e de acordo com as necessidades e pro-
jeto pedagógico.

10.8.1.1 O treinamento inicial de segurança é composto pelo curso básico e/ou complemen-
tar, com carga horária mínima de 40 horas para cada curso, e deverá ser realizado quando
determinado por esta NR.

5
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Notas_Tecnicas/NT_2018/NT-N-54-2018-CGNOR-DSST-
SIT.pdf

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

Avaliação: os anexos agora recebem um apoio de regulamentação. ANEXO


III

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.8.2 A organização deve realizar treinamento periódico bienal de segurança.

10.8.3 A organização deve realizar treinamento eventual, independentemente de já ter rea-


lizado o treinamento periódico bienal de segurança, nas seguintes situações:

a) na troca de função;

b) quando ocorrer mudança de organização, salvo aproveitamento de treinamentos segundo


a NR 1;

c) após retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a 180 (cento
e oitenta) dias;

d) quando houver modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos,


processos e organização do trabalho;

e) quando houver mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho, que


impliquem em alteração dos riscos ocupacionais;

f) após ocorrência de acidente grave ou fatal, que indique a necessidade de novo treina-
mento.

Avaliação: aparentemente houve um aumento e condições para promover


um reforço do conhecimento oficialmente já ministramos, mas os pontos ex-

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tras realmente significante foram, o afastamento permitido sai de 3 meses
para 6 meses – como se fora verificado que a memória do trabalhador ti-
vesse sido comprovada eficaz para estender o período para 6 meses; quando
houver mudanças em rotinas que se mostrarem permanentes na operação
dos participantes, mesmo que indiretos, não apenas naqueles que as execu-
tam – riscos ocupacionais; e por fim, os acidentes graves ou fatais, com cer-
teza trazem justiça a revisão de conhecimentos e posturas.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.8.4 A organização deve definir o conteúdo programático teórico e prático dos treinamen-
tos periódico e eventual de maneira a atender às necessidades da situação que o motivou,
bem como a carga horária mínima de treinamento de 75% daquela obedecida no treina-
mento inicial de segurança.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

Avaliação: esse item retira uma lacuna questionada a tempos pelas empre-
sas, deixada pela antiga norma no seu item 10.8.8.3, a duração da recicla-
gem, e aqui deixa claro que eventual ou periódico, tem a mesma importân-
cia.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.8.5 Os treinamentos previstos nesta NR deverão ser ministrados por equipe multidiscipli-
nar com habilitação nas áreas elétrica, de segurança do trabalho e de saúde.

Avaliação: esse item retira uma lacuna da composição da equipe d treina-


mento. Não é ministrado apenas pelo habilitado eletricista, mas também
pela segurança do trabalho e pelo médico ou enfermeiro.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.8.6 Os trabalhadores com serviços não relacionados às instalações elétricas e que não
compartilham de suas estruturas, desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona con-
trolada, conforme define esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos
que permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis.

10.9 AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES

10.9.1 A organização deve conceder a autorização na forma desta NR.

10.9.2 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados e os pro-


fissionais habilitados, inclusive aqueles que executam trabalhos em proximidade, com

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anuência formal da organização, e submetidos a treinamento de segurança, com avaliação
e aproveitamento satisfatórios, conforme item 10.8,

Avaliação: aqui houve a inclusão do termo aqueles que executam trabalhos


em proximidade, visto que esses agora, estão com um destaque maior na
redação da nova versão. Todos os não habilitados devem, pela referência,
estar com treinamento de segurança complementar as suas competências
técnicas, dentro dos registros formais necessários e contemplados nessa
nova redação. Por isso devem ter sido aprovados no treinamento de segu-
rança, aumentando ainda mais a responsabilidade dos treinamentos. A au-
torização é dada pela organização e temporária por característica de ativi-
dade ou vínculo empregatício, ou contratual.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

10.9.3 A autorização prevista no item 10.9.1 deve ser consignada no sistema de registro de
empregado da organização.

Avaliação: Aqui a nova redação poderia ser interpretada como um esqueci-


mento dos terceirizados em serviço no local, mas a pesquisa ao conjunto de
itens dessa nova versão com certeza dará o entendimento correto da auto-
rização.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.9.4 A organização deve estabelecer sistema de identificação que permita a qualquer


tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador.

10.10 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

10.10.1 Nos serviços em eletricidade devem ser adotados equipamentos de proteção indivi-
dual específicos e adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na
NR 06 - Equipamento de Proteção Individual – EPI, obedecendo o item 10.4.3.

10.10.1.1 O Equipamento de Proteção Individual é estritamente pessoal, sendo proibido o


uso compartilhado entre trabalhadores, mesmo que utilizados em momentos diferentes das
atividades.

10.10.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contem-


plar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas.

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10.10.2.1 Para a especificação das vestimentas de trabalho com proteção contra os efeitos
térmicos do arco elétrico e do fogo repentino deve ser seguido o Anexo IV - Especificação
das Vestimentas de Proteção desta NR.

Avaliação: esse item retira uma lacuna e apoia o processo de especificação


de EPI, ainda órfã na revisão anterior.

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10.11 SEGURANÇA NAS ETAPAS DE PROJETO, CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO
Avaliação: a primeira observação nessa nova versão é que todas as etapas
da vida do projeto são condensadas em um único item. PROJETO, CONSTRU-
ÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO antes encontrados nos
itens 10.3 e 10.4, agora se unem aqui nessa nova versão.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.11.1 A organização deve atender às prescrições constantes deste item independente-


mente do estado de energização das instalações elétricas.

10.11.2 O projeto elétrico é a etapa inicial das fases de geração, transmissão, distribuição e
consumo das diversas fontes de energia elétrica.

10.11.3 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, mantidas, reformadas,


ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança e a saúde dos traba-
lhadores e dos usuários, conforme dispõem esta NR e o Programa de Gerenciamento de Ris-
cos – PGR.

10.11.3.1 As atividades ou operações elementares realizadas com tensão igual ou inferior a


1000 Vca e 1500 Vcc, devem seguir o disposto no item 10.11.3.

10.11.4 As etapas constantes no item 10.11.3 devem ser executadas e supervisionadas por
trabalhador autorizado, conforme dispõe esta NR.

10.11.5 Em todo serviço em que não seja possível a comunicação direta e visual entre os

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trabalhadores, devem ser fornecidos equipamentos de comunicação em perfeito estado de
funcionamento, independentemente das condições locais e interferências ou ausência de
sinais.

Avaliação: Este item intensifica o processo das comunicações. O uso do te-


lefone celular é vedado aqui pelo item ausência de sinais.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.11.6 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e ferra-
mentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as caracte-
rísticas de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e influências externas, tais
como presença de água, poeiras, temperaturas elevadas e vibrações.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

10.11.7 Os equipamentos, ferramentas, dispositivos, equipamentos de proteção individual


e coletivo que possuam isolação elétrica devem estar adequados às tensões envolvidas e
serem inspecionados e testados de acordo com regulamentações existentes ou recomenda-
ções dos fabricantes, e na ausência, segundo os critérios da organização.

10.11.8 As instalações elétricas e seus sistemas de proteção devem ser mantidos em condi-
ções seguras de funcionamento, inspecionados, testados e controlados periodicamente, de
acordo com as regulamentações existentes e definições de projetos.

Avaliação: Nesse texto o sistema de proteção é demandado a registros e


testes periódicos. Significa que as proteções ou equipamentos devem ser
ensaiados inclusive na sua coordenação seletiva.

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.11.9 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de equipamentos e ins-


talações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo expressamente proibido utilizá-
los para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos.

10.11.10 Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou comissionamento de ins-


talações elétricas devem atender à regulamentação estabelecida no item 10.13 - SEGU-
RANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS E TRABALHO EM PROXIMIDADE, e so-
mente podem ser realizados por trabalhadores que atendam às condições de qualificação,
habilitação, capacitação, treinamento de segurança e autorização estabelecidas nesta NR.

Avaliação: Os ensaios elétricos por vezes utilizam equipamentos que em


Vcc ou VCA apresentam tensões elevadas , deixando explicito no texto que
os “ajudantes” também devem ser considerados como – em proximidade.

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Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.11.11 Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, quer sejam em corrente alternada
ou corrente contínua, devem ser identificados e instalados separadamente, salvo quando o
desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento, respeitadas as definições de pro-
jetos.

Avaliação: Esse item substituiu o antigo ... 10.3.3.1 Os circuitos elétricos com
finalidades diferentes, tais como: comunicação, sinalização, controle e tra-
ção elétrica devem ser identificados e instalados separadamente, salvo
quando o desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento,

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
respeitadas as definições de projetos. Mas se preocupa apenas com corrente
alternada ou corrente contínua. Por quê?

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.12 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZADAS

10.12.1 Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para


trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a sequência abaixo:

a) delimitação e sinalização da área de trabalho;

b) seccionamento ou desligamento;

c) constatação da ausência de tensão;

d) impedimento de reenergização;

e) constatação de ausência de tensão para a instalação de aterramento temporário com


equipotencialização dos condutores dos circuitos;

f) proteção dos elementos energizados existentes nas imediações; e

g) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

Avaliação: incialmente definiu-se em 2004, os procedimentos de cinco pas-


sos, quando se falava em trabalhos em instalações elétricas desenergiza-
das, porém em 2016 verificou se a necessidade de incluir uma etapa extra,
para a verificação de energia nas proximidades, aprimorando o conceito de

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percepção de riscos. Isso garantiu que durante os treinamentos esse novo
elemento se tornou não apenas uma observação mas uma cobrança aos
profissionais que atuariam diretamente e sob as ordens de um supervisor.
Essa nova versão em 2020, traz também a preocupação de registrar a deli-
mitação e sinalização das áreas a serem trabalhadas. Todos os mnemônicos
desenvolvidos, métodos de memorização das etapas devem ser repensados
agora, e a busca por comparações às normas estrangeiras, não deve ser
uma crítica, mas sim uma aposta brasileira na segurança do trabalhador.
Não há mais de se falar mas cinco regras de ouro. Por que colocaram iden-
tificação de ausência de tensão antes da instalação dos dispositivos de ater-
ramento temporário? Por que colocaram constatação de ausência de tensão
antes de verificar condições de bloqueio de reenergização?

Como ficou o glossário ? como ficou o anexo II?

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

10.12.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para ree-
nergização, devendo ser reenergizada respeitando a sequência de procedimentos abaixo:

a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;

b) retirada das imediações de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reen-


ergização;

c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais;

d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;

e) desbloqueio, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento; e

f) retirada dos obstáculos de delimitação e sinalização do espaço seguro de trabalho.

Avaliação: Eis aqui a ordem inversa da sequência anterior como se espe-


rava, mas deve-se notar que a palavra “imediações” substituiu a “zona con-
trolada”. O objetivo dessa substituição com certeza deve trazer aos partici-
pantes s e treinadores, o entendimento de que a retirada não se restringiria
as distancias previstas por vezes em centímetros, mas agora dentro de uma
avaliação de espaço maior, e de responsabilidade maior.

Como ficou o glossário ? como ficou o anexo II?

Quem ganha ( ) trabalhador. ( ) empregador. ( ) MTE

Lançamento em 30-03-2021 – CREA-RJ


10.12.3 A organização deve garantir o estado de desenergização durante toda a execução do
serviço por meio de medidas que impeçam outras organizações de energizar suas instalações
elétricas.

10.12.4 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.12.1 e 10.12.2 podem
ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das peculiaridades de cada
situação e/ou do desenvolvimento tecnológico, por profissional legalmente habilitado, au-
torizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido
o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
10.12.5 Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas com possi-
bilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao disposto no item
10.13.

10.13 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS E TRABALHO EM PROXIMI-


DADE

10.13.1 Os serviços em eletricidade, inclusive o definido no item 10.2.2.1, com exposição à


tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada (Vca) ou superior a 120 Volts em
corrente contínua (Vcc) somente podem ser realizados por trabalhadores em conformidade
com o item 10.7 desta Norma.

10.13.2 Os trabalhadores referidos no item 10.13.1 devem receber treinamento de segu-


rança - curso básico, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabele-
cidas no Anexo III desta NR.

10.13.3 Os serviços em eletricidade, inclusive o definido no item 10.2.2.1, com exposição à


tensão superior a 1000 Vca e 1500 Vcc, devem ser executados por trabalhadores que além
de terem sido submetidos ao treinamento previsto no item 10.13.2, sejam treinados em se-
gurança - curso complementar com currículo mínimo, carga horária e demais determinações
estabelecidas no Anexo III desta NR.

Avaliação: com esse item fica bem claro que o curso SEP, prevê que os tra-
balhadores que atuarão com média e alta tensão, devem ser treinados de
forma complementar.

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10.13.4 A organização deve conceder autorização aos trabalhadores referidos nos itens
10.13.1, 10.13.2 e 10.13.3 na forma desta NR.

Avaliação: Isso se reporta ao item 10.8.8.1 da antiga norma, porém não se


restringe a esse texto. Ela invoca também os níveis de tensão 1000 e 1500
volts.

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10.13.5 Os serviços em eletricidade com exposição à tensão superior a 1000 Vca e 1500 Vcc,
inclusive os definidos no item 10.2.2.1, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico
de Potência – SEP, não podem ser realizados individualmente.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

Avaliação: Esse texto foi produzido para manter a referência ao cep, é igual
ao item 10.7.3 da norma anterior.

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10.13.6 Os serviços em eletricidade, inclusive o definido no item 10.2.2.1, com exposição à


tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada (Vca) ou superior a 120 Volts em
corrente contínua (Vcc), devem ser suspensos de imediato na iminência de ocorrência que
possa colocar os trabalhadores em perigo.

10.13.7 Os serviços em eletricidade com exposição à tensão superior a 1000 Vca e 1500 Vcc,
dentro dos limites estabelecidos como zona de risco, conforme Anexo II desta NR, somente
podem ser realizados mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos con-
juntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento.

Avaliação: O termo maior que 1000 ou ainda maior que 1500 está sempre
sendo mencionado para evitar falar sobre média e alta tensão uma vez que
esses termos ainda devem estar sob análise dos comitês de normas. Esse
tema tem as ideias do 10.7.7, incluído em 2016, provavelmente para as con-
dições típicas de sistemas de linhas de distribuição radiais, onde o religa-
mento automático traz o risco adicional. Esse risco já foi citado anterior-
mente, e medidas de precaução foram dadas nos passos de trabalho reco-
mendados para garantia de segurança em áreas energizadas.

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10.13.7.1 Os conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou
equipamento desativados devem ser sinalizados com identificação da condição de desativa-
ção, conforme procedimento de trabalho específico padronizado.

10.13.8 Os equipamentos, ferramentas, dispositivos, equipamentos de proteção individual


e coletivo que possuam isolação elétrica destinados ao trabalho com tensão superior a 1000
Vca e 1500 Vcc devem ser submetidos a inspeção e testes elétricos ou ensaios de laboratório
periódicos, obedecendo-se as especificações do fabricante, os procedimentos da organiza-
ção e na ausência desses, anualmente.

10.13.9 Os serviços em eletricidade, inclusive o definido no item 10.2.2.1, com exposição à


tensão superior a 1000 Vca e 1500 Vcc devem dispor de equipamento que permita a

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
comunicação permanente com os demais membros da equipe e com o centro de operação
da organização durante a realização do serviço, independentemente das condições locais e
interferências ou ausência de sinais.

Avaliação: A inclusão desse texto “... e independentemente das condições


locais e interferências ou ausência de sinais. ...” deixa claro que o uso de
telefones celulares não é recomendado. A transferência de responsabilidade
para as operadoras agora, não será mais plausível. serviços de baixa tensão
permitem uso do telefone celular. Esse item torna redundante o item
10.11.5, ou apenas mostra um cuidado especial para com os trabalhos em
proximidades.

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10.13.10 Nos serviços em eletricidade nos quais o trabalhador entra em contato com o con-
dutor energizado devem ser tomadas as medidas de proteção previstas nesta NR de acordo
com as tensões envolvidas.
Avaliação: em contato com o condutor energizado, deixa explicita a questão
de zona de risco, trabalho com o elemento energizado, trabalho com o equi-
pamento energizado. Na versão em vigor não está claro essa condição .
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10.13.11 A organização que possuir fonte própria de energia elétrica deve implementar me-
didas que impeçam a energização de instalações elétricas de outras organizações, salvo pre-
visto em legislação competente.

Avaliação: As medidas que previam bloqueios a religações dos circuitos que


possuíam religação automática, merecem atenção na norma em vigor.
Nessa revisão aparece preocupações com as instalações que possuem fon-
tes próprias e que podem energizar outras, sem falar-se propriamente dos

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serviços de uma concessionárias.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
10.14 DOCUMENTAÇÃO

10.14.1 A organização deve manter atualizado o projeto elétrico contendo toda a documen-
tação do item 10.3.2.

10.14.2 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e man-


ter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.14.1, no
mínimo:

a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde,


implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle existentes;
b) documentação das inspeções e medições da proteção contra descargas atmosféricas e
aterramentos elétricos;

c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental, aplicá-


veis conforme determina esta NR;

d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos


trabalhadores e dos treinamentos realizados;

e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos, ferramentas, dis-


positivos, equipamentos de proteção individual e coletivo;

f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.2.4 Os estabelecimentos


com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontu-
ário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3,
no mínimo:
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classifica-

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das; O Prontuário de Instalações Elétricas deve conter todos os certificados
de conformidade dos equipamentos elétricos e eletrônicos em áreas classi-
ficadas. Percebe-se que houve uma mudança na posição do item, de “MEDI-
DAS DE CONTROLE”, para “DOCUMENTAÇÃO”.

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10.14.3 As organizações que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sis-


tema elétrico de potência devem constituir prontuário com o conteúdo do item 10.14.2 e
acrescentar ao prontuário os documentos a seguir listados:

a) descrição dos procedimentos para emergências;

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

10.14.4 As organizações que realizam trabalhos em proximidade do Sistema Elétrico de Po-


tência devem constituir prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e “e”, do item
10.14.2 e alíneas “a” e “b” do item 10.14.3.

10.14.5 Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser


elaborados por profissional legalmente habilitado.

10.14.6 A organização deve inspecionar as instalações elétricas, elaborando e mantendo re-


latório atualizado com recomendações e cronogramas de adequações, discriminando,
quando aplicável, a documentação constante do Prontuário de Instalações Elétricas.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado em 10.2.4 Os estabelecimentos


com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontu-
ário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3,
no mínimo: g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomenda-
ções, cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”. Os
relatórios de inspeção em áreas classificadas, conforme a NBR IEC 60079-
17, continuarão sendo exigidos. Percebe-se que houve uma mudança na po-
sição do item, de “MEDIDAS DE CONTROLE”, para “DOCUMENTAÇÃO”.

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10.14.7 A documentação prevista nesta NR deve ser organizada e mantida atualizada pela
organização, sob responsabilidade do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho - SESMT, quando houver, devendo permanecer à disposição dos tra-
balhadores que atuam em instalações elétricas e serviços em eletricidade, bem como aque-

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les que executam trabalho em proximidade, respeitadas as abrangências, limitações e inter-
ferências nas tarefas.

10.14.8 A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente, à disposição das


autoridades competentes.

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10.15 CONDIÇÕES OU SITUAÇÕES DE GRAVE E IMINENTE RISCO (GIR)6

PGR Programa de gerenciamento de riscos – NR7, 9 e 17


Estabelecer diretrizes e requisitos -se não medir não sabe o que acontece e
onde vai chegar.
http://www.participa.br/secretaria-de-trabalho/secretaria-de-trabalho-
programa-de-gerenciamento-de-riscos
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/con-
sulta-publica/Norma-de-Gesto---consulta-pblica.pdf

10.15.1 Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta NR, a Auditoria
Fiscal do Trabalho adotará as medidas estabelecidas na NR 03.

Comentários:
A nova redação da NR 03 traz uma metodologia para caracterização de si-
tuações de risco grave e iminente levando-se em conta a consequência es-
perada, ou seja, o resultado potencial esperado do evento e a probabilidade
que é a chance de o resultado ocorrer, assim o risco se caracteriza pela com-
binação das consequências e da probabilidade através do uso das tabelas
na nova NR 03.

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Essa metodologia estabelecida expressamente na NR 03 parece visar ate-
nuar os efeitos subjetivos de uma auditoria fiscal do trabalho procurando
tornar a análise mais objetiva e não ao gosto interpretativo do fiscal, em-
bora as tabelas possam dar margem a estabelecer “probabilidades” que
possam divergir dependendo de quem está analisando já que os quadros de
probabilidade têm uma conotação qualitativa.

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6
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/consulta-publica/Norma-de-Gesto---consulta-pblica.pdf
7
http://www.fundacentro.gov.br/Arquivos/sis/EventoPortal/AnexoPalestraEvento/Apres%20NR%2010%20-
%2003_02_20%20.pdf

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
10.15.2 Fica dispensado o uso da metodologia prevista na NR 03 para a imposição de medida
de embargo ou interdição quando constatadas as seguintes condições ou situações de Grave
e Iminente Risco (GIR):

a) ausência de medidas de proteção coletiva em instalações elétricas de áreas classificadas


ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões como previsto nesta NR;

b) não adoção de procedimentos apropriados para a desenergização, conforme o item


10.12.1, e reenergização, segundo o item 10.12.2, das instalações elétricas, desobedecendo
à sequência prevista nesta NR;

c) realização de serviço em eletricidade por trabalhador que não atenda aos requisitos esta-
belecidos no item 10.9 desta NR;

d) realização de serviços em eletricidade, executados individualmente, em desacordo com o


item 10.13.5 desta NR;

e) não realização de ensaios e testes de isolação elétrica em equipamentos, ferramentas,


dispositivos isolantes, equipamentos de proteção individual e coletivo, em desacordo com
esta NR.

Comentários:

O item 10.15.2 dispensa o uso da citada metodologia na NR 03 no comentá-


rio anterior pois NR10 -2020 traz um rol exaustivo para situações considera-
das de risco grave e iminente, vejo aqui uma preocupação em se afastar da
situação de análise qualitativa e, portanto, podendo causar divergências en-
tre os auditores fiscais e profissionais que farão a análise, o que talvez pos-
samos inferir que a metodologia estabelecida na nova NR03 necessite de
revisão ou complemento. Senão porque estabelecer um rol de situações na
NR 10 divergindo um pouco o movimento de integração e harmonia entre

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as NR´s ?
Talvez possa ser explicado por tais normas serem redigidas por diferentes
pessoas que foram os tais comitês tripartites, sendo cada qual podendo
mostrar-se uma linha de pensamento mais técnico e objetivo e outro uma
linha mais “gerencial” ou administrativo.

Avaliação: Na versão em vigor é encontrado 10.14.3 Na ocorrência do não


cumprimento das normas constantes nesta NR, o MTE adotará as providên-
cias estabelecidas na NR-03. Entende-se que a interdição poderá ocorrer de
forma mais rápida. Percebe-se que houve uma mudança na posição do item,
de “DISPOSIÇÕES FINAIS”, para “CONDIÇÕES OU SITUAÇÕES DE GRAVE E
IMINENTE RISCO (GIR)”.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
ANEXO I - Glossário

Em elaboração na norma revisada.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
ANEXO II - Zona de Risco, Zona Controlada e Zona Livre

Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.

Rc - Raio de
delimitação
Rr - Raio de delimitação entre
Faixa de tensão Nominal da instala- entre zona
zona de risco e controlada em
ção elétrica em kV controlada e
metros
livre em me-
tros
<1 0,20 0,70
>=1 e <3 0,22 1,22
>=3 e <6 0,25 1,25
>=6 e <10 0,35 1,35
>=10 e <15 0,38 1,38
>=15 e <20 0,40 1,40
>=20 e <30 0,56 1,56
>=30 e <36 0,58 1,58
>=36 e <45 0,63 1,63
>=45 e <60 0,83 1,83
>=60 e <70 0,90 1,90
>=70 e <110 1,00 2,00
>=110 e <132 1,10 3,10
>=132 e <150 1,20 3,20
>=150 e <220 1,60 3,60
>=220 e <275 1,80 3,80
>=275 e <380 2,50 4,50
>=380 e <480 3,20 5,20

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>=480 e <700 5,20 7,20

Figura 1 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Figura 1 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre

Figura 2 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre,


com interposição de superfície de separação física adequada.

ZL = Zona livre

ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.

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ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas,
instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho.

PE = Ponto da instalação energizado.

SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos


de segurança.

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ANEXO III - TREINAMENTO DE SEGURANÇA

CURSO BÁSICO

Carga horária mínima - 40h

TEORIA
1. Introdução à segurança em instalações elé-
trica e serviços em eletricidade:
a) fontes de energia elétrica;
b) corrente alternada e corrente contínua;
c) baixa, média e alta tensão;
d) instalação elétricas permanentes ou temporárias;
e) trabalho em proximidade;
f) Zona de Risco, Zona Controlada e Zona Livre.

2. Riscos em instalações e serviços com eletricidade:


a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos;
b) arcos elétricos; queimaduras e quedas;
c) incêndio de origem elétrica;
d) campos eletromagnéticos e outros efeitos.

11. Normas Técnicas Brasileiras - NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039, NBR 5419,
NBR 16690 e outras;

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PREVENÇÃO
3. Medidas de Prevenção:
a) projeto elétrico;

4. Medidas de Eliminação do Fator de Risco:


a) desenergização;
b) emprego da extrabaixa tensão;
c) práticas.

5. Medidas de Proteção Coletiva:

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
a) proteção básica, suplementar e adicional;
b) isolamento das partes vivas;
c) barreiras e invólucros;
d) obstáculos e anteparos;
e) colocação fora de alcance;
f) limitação da tensão ou separação elétrica individual;
g) seccionamento automático da alimentação;
h) aterramento funcional (TN / TT / IT); de proteção; temporário;
i) equipotencialização;
j) isolação dupla ou reforçada;
k) separação elétrica por meio de extrabaixa tensão;
l) dispositivo diferencial-residual;
m) bloqueios e impedimentos;
n) contra arcos elétricos;
o) contra efeitos térmicos;
p) em áreas classificadas;
q) contra sobretensões e perturbações eletromagnéticas;
r) proteção contra descargas atmosféricas;
s) outras tecnologias;
t) práticas.

Comentários:
O texto proposto visou esclarecer que o tópico de áreas classificadas exigido
está restrito às informações sobre as medidas de proteção coletiva aplicá-
veis. Soubemos de casos onde empresas de fornecimento de mão-de-obra
alegavam que o item 11 c) era suficiente para demonstrar a capacitação
técnica do trabalhador para áreas classificadas, o que não era verdade.

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Agora ficou explícito que a capacitação técnica é independente do treina-
mento em segurança em eletricidade “de 40 horas”, e ela é indispensável
para formalizar a autorização do trabalhador segundo o item 10.7.3.
Percebe-se que houve uma mudança na posição do item no treinamento, de
“RISCOS ADICIONAIS”, para “MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA”.

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10. Medidas de Prevenção Contra Fatores de Riscos Adicionais


a) práticas.

18. Condições ou Situações de Risco Grave e Iminente.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

BUROCRACIA
6. Medidas Administrativas e de Organização:
a) técnicas de análise de risco;
b) esquemas ou diagramas unifilares;
c) ordens de serviço;
d) procedimentos de trabalho;
e) saúde ocupacional;
f) sinalização;
g) direito de recusa, uso de adornos e outras medidas;
h) práticas.

7. Habilitação, Qualificação e Capacitação dos Trabalhadores

8. Autorização dos Trabalhadores

9. Medidas de Proteção Individual


a) prática de uso do EPI

13. Documentação de instalações elétricas.

LEGISLAÇÃO
7. Habilitação, Qualificação e Capacitação dos Trabalhadores

Lançamento em 30-03-2021 – CREA-RJ


12. Regulamentações do Ministério da Economia:
a) NRs;
b) NR-10 (Segurança em Instalações Elétricas e Serviços em Eletricidade);

17. Responsabilidades.
18. Condições ou Situações de Risco Grave e Iminente.

BOMBEIRO

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
14. Proteção e combate a incêndios:
a) noções básicas;
b) medidas preventivas;
c) métodos de extinção;
d) práticas.

CASOS
15. Acidentes de origem elétrica:
a) situações geradoras dos eventos, levando em conta as atividades efetivamente
desenvolvidas, ambiente de trabalho, materiais e organização da produção e do tra-
balho;
b) fatores imediatos, subjacentes e latentes relacionados com o evento;
c) medidas preventivas e corretivas a serem adotadas pelos envolvidos;
d) discussão de casos;

MEDICINA DO TRABALHO
16. Primeiros socorros:
a) noções sobre lesões (choque elétrico, arco elétrico e fogo);
b) priorização do atendimento;
c) aplicação de respiração artificial;
d) massagem cardíaca;
e) técnicas para tratamento, remoção e transporte de acidentados;
f) práticas.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
CURSO COMPLEMENTAR

Carga horária mínima - 40h


FUNDAMENTOS

(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para as con-
dições de trabalho características de cada ramo, padrão de operação, de nível de
tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de ativi-
dade, sendo obedecida a hierarquia no aperfeiçoamento técnico do trabalhador.

TEORIA

1. Organização do Trabalho em Proximidade.


2. Organização do Sistema Elétrico de Outras Fontes de Energia.
3. Organização do Trabalho em serviços em eletricidade em instalações elétricas
energizadas com tensão superior a 1000 Vca e 1500 Vcc.
4. Organização do Sistema Elétrico de Potência - SEP.

BUROCRACIA

5. Organização do trabalho:
a) programação e planejamento dos serviços;
b) trabalho em equipe;
c) prontuário e cadastro das instalações;

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d) métodos de trabalho; e
e) comunicação.

6. Aspectos comportamentais.

PREVENÇÃO

7. Condições impeditivas para serviços.

8. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*):


a) proximidade e contatos com partes energizadas;
b) indução;

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
c) descargas atmosféricas;
d) estática;
e) campos elétricos e magnéticos;
f) comunicação e identificação; e
g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais.

9. Técnicas de análise de Risco no SEP (*)

10. Procedimentos de trabalho - análise e discussão. (*)


11. Técnicas de trabalho sob tensão: (*)
a) em linha viva;
b) ao potencial;
c) em áreas internas;
d) trabalho a distância;
e) trabalhos noturnos; e
f) ambientes subterrâneos.

12. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação, verifica-


ção, ensaios) (*).
13. Sistemas de proteção coletiva (*).
14. Equipamentos de proteção individual (*).

PROCEDIMENTOS

15. Posturas e vestuários de trabalho (*).


16. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos(*).

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17. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho(*).
18. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*).

MEDICINA DO TRABALHO

19. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados


(*).
CASOS

20. Acidentes típicos (*) - Análise, discussão, medidas de proteção.


21. Responsabilidades (*).

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Anexo IV - Especificação das Vestimentas de Proteção

As tabela a seguir, não contidas na norma revisada para consulta pública, o Eng. Gláucio
Motta, apresenta dentro de um estudo cauteloso o conservador, uma proposta de definição
de “raios de delimitação de zonas de risco (<=50cm), controlada e livre” para se proteger
contra os efeitos térmicos do Arco Elétrico8.

Explicação detalhada de uso dessas tabelas9.

Lançamento em 30-03-2021 – CREA-RJ

8
https://nupet.daelt.ct.utfpr.edu.br/tcc/engenharia/doc-equipe/2016_2_27/2016_2_27_final.pdf
9
link a planilha 2020.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Proposta simplificada

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Contribuição do Workshop CREA-RJ de ABRIL 2020

13 ABRIL 2020

15 ABRIL 2020

17 ABRIL 2020

Lançamento em 30-03-2021 – CREA-RJ

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Eng. Eletricista Estellito Rangel Junior
CV: Consultor em classificação de
áreas, instalações industriais e
segurança em eletricidade.
Mais informações:
https://br.linkedin.com/in/estellito-
consultor/pt

Avaliação dos impactos nos serviços em


áreas classificadas com as prováveis mu-
danças na atualização da NR-10: 2020

Pontos abordados da revisão proposta: 10.1.1, 10.3.2,


10.3.3, 10.5.3, 10.5.3.1, 10.5.3.2, 10.5.3.3, 10.5.3.4, 10.6.5,
10.6.11, 10.14.2, 10.14.6, 10.15.2, e Anexo III.

(1) SINALIZAÇÃO PARA ÁREAS CLASSIFICADAS

As áreas classificadas são definidas após cuidadoso estudo, que considera as condições de ven-
tilação, os produtos processados e os valores das grandezas (temperaturas, vazões e pressões)
da planta industrial. Apesar de algumas normas tratarem do tema, como a IEC 60079-10-1, elas
não fornecem “receitas de bolo” para determinação das áreas classificadas. Cada caso exige um

Lançamento em 30-03-2021 – CREA-RJ


tratamento único.
Cabe aos profissionais formalmente capacitados identificarem as características de cada planta
e, a partir daí, definir as extensões das áreas classificadas. Isto, na maioria das vezes, conduz a
distâncias diferentes das mencionadas nos exemplos genéricos das normas, que são apenas
ilustrativos.
Como definido na NR-26, a sinalização de segurança deverá fornecer informações relevantes
para os profissionais que executam serviços nas áreas classificadas.

Diretrizes
As refinarias de petróleo da Inglaterra adotam faixas coloridas, pintadas no piso, ao redor de
cada unidade. As cores indicam os requisitos para entrar na região, como: necessidade do uso
de protetor auricular, de óculos de segurança e de equipamentos elétricos adequados para at-
mosferas explosivas.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
A diretriz europeia ATEX 137 definiu as responsabilidades dos empregadores em relação à pre-
venção de explosões e obrigou o uso de placas com as letras “EX” nos acessos das áreas classi-
ficadas das unidades industriais. Com esta informação, os profissionais sabem que se trata de
uma área classificada, e que, para executar serviços nas mesmas, devem atender aos procedi-
mentos específicos. A segurança não é garantida apenas pela colocação de uma placa. É neces-
sário também treinar e conscientizar os profissionais que executam serviços em áreas classifi-
cadas — mesmo de natureza não-elétrica.
As placas servem para alertar os trabalhadores, e para obter informações mais detalhadas, eles
deverão recorrer aos documentos do estudo de classificação de áreas, que devem estar sempre
atualizados e acessíveis.

No Brasil
A placa adotada como padrão na Petrobras, e que depois veio a ser empregada em diversas
outras empresas, teve como base a norma N-2657: 2002, segundo a figura 1.
Ela permite pronta informação até para profissionais estrangeiros que venham a executar ser-
viços na planta, pois segue as diretrizes da ISO, e incluiu importantes informações adicionais: o
número do desenho de classificação de áreas, a indicação da zona, grupo de gás e classe de
temperatura dos equipamentos elétricos permitidos para uso seguro na região.
A sinalização das áreas classificadas está incluída no item 10.13.2 da NR-10: 2004, e um padrão
em todo o País contribui para maior segurança de vidas e do patrimônio.

Fig. 1 – Placa de sinalização de áreas classificadas

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
(2) ESTUDOS DE CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS

Conforme previsto na futura edição da NR-10: 2020 no item 10.5.3.2, para a correta especifica-
ção dos equipamentos elétricos e eletrônicos adequados às indústrias que processam substân-
cias inflamáveis, é imprescindível consultar o plano de classificação de áreas da unidade.

Mas, o que é classificação de áreas?


No caso dos gases e vapores inflamáveis, é conhecido que a partir de uma determinada con-
centração no ar, conhecida como Limite Inferior de Explosividade - LIE (ou Inflamabilidade - LII),
eles podem formar uma atmosfera explosiva, isto é, se neste momento houver a presença de
uma fonte de calor, ou uma centelha, haverá uma ignição e a combustão se propagará. O
mesmo conceito é aplicável a atmosferas com concentrações adequadas de pós combustíveis,
como farinhas, café, leite em pó, milho etc.
O estudo de classificação de áreas vai determinar, a partir da hipótese de uma liberação do
material inflamável em um determinado ponto no ambiente, até que distância a concentração
da atmosfera então formada se manterá acima do LIE, ou seja, explosiva.
Nesta extensão, todo e qualquer equipamento elétrico e eletrônico deverá ser especial, para
não atuar como uma fonte de ignição, o que poderia resultar na destruição da planta industrial,
com prejuízos não só materiais, como pessoais e com consequências graves para a economia
local.
Estas distâncias são estimadas a partir das características do processo, como pressões, vazões
e temperaturas, e lançadas nos desenhos de classificação de áreas, os quais servirão de orien-
tação para a seleção dos equipamentos elétricos e eletrônicos adequados.
A figura 1 mostra o conceito espacial do fenômeno, com a atmosfera explosiva sendo diluída
conforme se afasta do ponto de liberação.

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Figura 1: Formação de atmosfera explosiva em processo industrial

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

Estes resultados são então plotados em escala nos desenhos de classificação de áreas, ado-
tando-se uma simbologia onde cada tipo de hachura corresponde a uma zona (0, 1 e 2), e cujo
aspecto é mostrado na figura 2:

Figura 2: Desenho típico de classificação de áreas

E como reconhecer um desenho de classificação de áreas confiável?


Apenas profissionais com sólida bagagem teórica e prática podem ser responsáveis por um es-

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tudo de classificação de áreas. Em nossas auditorias temos encontrado vários “autodidatas”,
que por carência de formação técnica, se limitaram a copiar figuras genéricas encontradas em
documentos técnicos, sem relação com a planta industrial sob estudo.
Um estudo de classificação de áreas deficiente, confeccionado apenas por um “cópia-e-cola”
de figuras genéricas, está ilustrado na Figura 3, onde equipamentos com pressões diferentes
geraram extensões de áreas classificadas iguais.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

Figura 3: Um exemplo de estudo inadequado de classificação de áreas.

Concluímos que, um estudo de classificação de áreas que não tenha considerado as


características específicas da planta, levará a especificações inadequadas dos equi-
pamentos elétricos especiais, acarretando risco de explosão na unidade.

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(3) PROTEÇÃO CONTRA ARCOS ELÉTRICOS: UMA NECESSIDADE NOS SERVIÇOS
DE ELETRICIDADE

Estellito Rangel Jr.

INTRODUÇÃO
A eletricidade se constitui em agente de elevado potencial de risco. Mesmo em tensões
consideradas “baixas”, ela representa perigo à integridade física e à saúde do homem, pois há
possibilidade de acidentes diretos (queimaduras, parada cardíaca, respiratória) e indiretos
(quedas) capazes de acarretar graves consequências (óbitos). Também pode apresentar risco
ao patrimônio, pela possibilidade de acidentes ampliados como incêndios e explosões.
Neste artigo abordaremos o arco elétrico, um dos mais sérios perigos presentes nas ati-
vidades desenvolvidas em instalações elétricas (originado pela ruptura dielétrica de um gás,
produzindo uma descarga de plasma devido ao fluxo de corrente elétrica em um meio “normal-
mente” isolante, como o ar), e algumas das mudanças implementadas nas novas edições das
normas NFPA 70E e IEEE 1584, as mais referenciadas neste tema.

DADOS ESTATÍSTICOS
Segundo a publicação "Common electrical hazards in the workplace including arc flash"
emitida pela OSHA (U.S. Occupational Safety and Health Administration) em 2014, nos Estados
Unidos ocorrem de 5 a 10 incidentes diários de arco elétrico, resultando em cerca de 7.000
pessoas queimadas por ano. Ainda que a grande maioria dos casos não leve a óbito, as vítimas
dificilmente voltam à sua condição de qualidade de vida anterior ao evento, pois ficam sujeitas

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não só a queimaduras graves pela exposição a temperaturas de até 20.000 oC (quatro vezes
maior que a temperatura da superfície do sol), como também a sequelas decorrentes de fenô-
menos como pressão, som (nível de 140 dB a 60 cm de distância), lançamento de partículas
metálicas incandescentes (a cerca de 1.000 km/h e atingindo até 3 m de distância) e à intensa
luz produzida pelo arco.
Para melhor detalhar o fenômeno do arco elétrico e suas consequências, o IEEE (Insti-
tute of Electrical and Electronics Engineers) e a NFPA (National Fire Protection Association) ini-
ciaram um projeto de pesquisa (Arc Flash Phenomena Collaborative Research Project), com
custo estimado de US$ 6 mihões em 2008.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Com o apoio da UL (Underwriters Laboratories), foram realizados mais de 1.800 ensaios
onde foram coletados e analisados parâmetros como: tensões, correntes, posicionamento dos
eletrodos, e os efeitos térmicos e não térmicos destes eventos.
As conclusões serviram de base para a edição 2018 da norma IEEE 1584 (Guide for per-
forming arc-flash hazard calculations). As principais diferenças entre a edição 2002 e a de 2018
da IEEE 1584 serão vistas a seguir. O arco elétrico tem significativa participação na estatística
de acidentes com eletricidade e grande potencial de provocar mortes.

PERIGOS DO ARCO ELÉTRICO:


O arco elétrico possui energia suficiente para queimar roupas, provocar incêndios, emi-
tir materiais ionizados e raios ultravioleta, além de causar sobrepressões nos compartimentos
dos painéis elétricos.
A exposição ao calor produzido pelo arco elétrico pode exceder a tolerância da pele e
causar queimaduras de segundo e terceiro grau.
É interessante observar que excetuando-se a água, os materiais ocupam menos espaço
na forma sólida que na forma líquida. Também na passagem da forma líquida para vapor, ob-
serva-se que as substâncias aumentam de volume (a própria água aumenta 4 vezes).
Os condutores elétricos geralmente são feitos de cobre. Durante uma falta a arco, a alta
temperatura causa ao cobre sólido primeiro seu derretimento, e logo depois sua vaporização.
No primeiro estágio, o volume do cobre aumenta ligeiramente, porém ao vaporizar-se, há um
aumento de 67.000 (isto mesmo: sessenta e sete mil) vezes. Apesar de apenas uma pequena
quantidade de cobre estar envolvida, o fato de ocorrer tão rápida expansão resulta em grande
energia liberada.

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Adicionalmente às fortes pressões causadas pela mudança de estado do material, tem-
peraturas extremamente elevadas desenvolvidas neste instante aquecem o ar da mesma forma
que uma descarga atmosférica. Relatos de vítimas registram som de explosão, e entendemos
então que há uma ocorrência similar ao surgimento de um trovão – que é o som provocado
pela rápida expansão do ar quando aquecido pela corrente do raio.

QUANDO OCORRE ?
Dentre as atividades sujeitas à ocorrência de arcos elétricos, registram-se como mais
frequentes as seguintes, efetuadas com o barramento do painel energizado:
a) inserção e remoção componentes extraíveis;
b) operação em teste com as portas abertas;

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
c) erros na tarefa de medição de tensão.
A ocorrência destes acidentes não está restrita aos empregados das concessionárias de
energia elétrica, pois há registros de queimaduras com arco, resultantes de erro na atividade
de medição de tensão, nos CCM (Centros de Controle de Motores) de baixa tensão em instala-
ções industriais, como ilustrado na Foto 1.

Foto 1: Ocorrência de arco elétrico em gaveta de CCM.

A grande energia liberada causa graves ferimentos aos trabalhadores, como ilustrado na
Foto 2, onde estão mostrados o óculos de segurança e a camisa de algodão comuns utilizados
pelo eletricista, que ficou com 40% do corpo queimado ao realizar medições com o CCM ener-
gizado. Pelo exposto, uma análise cuidadosa do sistema elétrico é necessária para oferecer ao

Lançamento em 30-03-2021 – CREA-RJ


trabalhador condições seguras para a execução das tarefas, prevendo-se até possíveis erros na
condução dos serviços.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde

Foto 2: Em sistemas industriais, geralmente a camisa de algodão e óculos comuns não ofere-
cem segurança adequada nos serviços de eletricidade.

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CARACTERÍSTICAS DAS ROUPAS DE PROTEÇÃO CONTRA ARCOS ELÉTRICOS: Ao contrário do
que muitos acreditam, as roupas normais de trabalho não proporcionam a segurança adequada
para ocorrências de arco. Outra confusão cometida pelo usuário é a solicitação de vestimentas
que possuam tratamento químico antichama para uso como proteção ao arco. A norma ASTM
F1959: 2015 (Standard Test Method for Determining the Arc Rating of Materials for Clothing)
prevê que as características devem se manter ao longo da vida útil da vestimenta. Devemos
atentar que os tratamentos químicos aplicados às vestimentas antichama mais comuns perdem
as características durante o uso, e portanto, estas não podem ser consideradas como compatí-
veis com a norma ASTM F1959.
O parâmetro adotado pela ASTM F1959 é o ATPV (Arc Thermal Performance Value) que
classifica tecidos, protetores faciais, e vestimentas contra arcos elétricos, definido através de
ensaios em pelo menos 20 amostras. Representa o valor máximo de energia incidente sobre o

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
tecido que resulta numa energia no lado protegido que poderia com 50% de probabilidade cau-
sar queimaduras de segundo grau, ou que o calor transferido ao seu corpo seja até 1,2 cal/cm².
Para ser aprovado na classe de risco 2, por exemplo, o tecido deve atingir no mínimo 8,0 cal/cm²
Quanto maior o ATPV, maior a resistência da roupa, conforme mostrado na Tabela 1.
Os ensaios também permitem definir as características de Flamabilidade e o HAF (Heat
Attenuation Factor), que é o fator de atenuação do calor, ou seja, o percentual de calor que foi
absorvido e dissipado pelo material têxtil, e portanto, não foi transferido ao corpo do usuário.

Tabela 1: Categorias de risco das roupas de proteção segundo a F1959: 2015

Categoria de risco ATPV (cal/cm2)

1 4a8

2 8 a 25

3 25 a 40

4 > 40

AVALIAÇÃO DA ENERGIA INCIDENTE


Dentre as normas aplicáveis a este tema, destacaremos as mudanças ocorridas nas atuais edi-
ções de duas delas:

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1) A NFPA 70 E
Para deter o crescimento dos índices de acidentes em serviços com eletricidade nos
EUA, foi emitida a norma NFPA 70E (Standard for Electrical Safety in the Workplace), que esta-
belece diversos requisitos para a execução segura de serviços de eletricidade, assim como a
nossa Norma Regulamentadora 10 (NR-10)
A norma americana NFPA 70E não foi concebida para tecer requisitos para o projeto das
instalações (o que é função da NFPA 70, também conhecida como “NEC”); ela tem como obje-
tivo definir procedimentos e diretrizes para a execução dos serviços em eletricidade com segu-
rança, incluindo a especificação dos EPI, a qualificação requerida para os profissionais, as práti-
cas de controle de energias perigosas, a adequada especificação do ferramental a ser

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
empregado na tarefa, e como novidade, incluiu um método com uso de tabelas para avaliação
de risco e para a especificação da vestimenta de segurança contra arcos elétricos.
Em sua mais recente edição, de 2018, a NFPA 70E trouxe novidades no tópico referente
a arco elétrico, dentre elas:
a) Alteração nas tabelas que desde a edição 2000 auxiliavam na especificação da vesti-
menta de proteção contra arco elétrico. Na ausência de uma análise de energia inci-
dente, as tabelas eram muitas vezes o único método disponível para escolher a vesti-
menta, porém apresentavam algumas dificuldades para seu emprego no campo;
b) As exposições a energias incidentes de 1,2 cal/cm2 e menores foram removidas da ta-
bela 130.5(G), já que ela só se aplica a roupas, equipamentos e EPI com classificação
para arco;
c) Utilizando-se a tabela 130.5(G) era usual considerar a corrente de curto-circuito nos ter-
minais secundários do transformador que alimenta o circuito. A edição atual da NFPA
70E mudou o conceito para a “corrente de falta disponível", significando a corrente vista
no ponto do defeito. A corrente de curto-circuito nos terminais secundários do trans-
formador seria a máxima disponível considerando-se o circuito com impedância zero, o
que leva a resultados conservativos. Se a análise de energia incidente não tiver sido
feita, a corrente de falta não será conhecida, mas a corrente de curto-circuito nos ter-
minais do transformador poderá ser determinada;
d) A seleção da vestimenta resistente a arco e do EPI é feita através da tabela
130.7(C)(15)(c), conforme a tarefa e as características do circuito.

A NFPA 70E: 2018 em 130.5 (G) ressalta que "a análise de energia incidente deve ser
atualizada quando ocorrerem mudanças no sistema de distribuição elétrica que possam afetar
os resultados da análise. A análise de energia incidente deve igualmente ser revista em interva-
los que não excedam cinco anos". Mas existe o risco de que a energia incidente real e o limite
do arco elétrico resultante em alguns equipamentos possam ser mais elevados do que o calcu-

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lado anteriormente. Esta situação pode colocar os trabalhadores em maior risco do que o an-
teriormente identificado, de modo que uma atualização do estudo deve ser providenciada com
prioridade.

2) A IEEE 1584
A norma IEEE 1584: 2018 apresentou importantes diferenças em relação aos requisitos
da modelagem para os ensaios presentes na edição anterior, de 2002, algumas das quais mos-
tradas na Tabela 2:

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Tabela 2: Diferenças entre as edições 2002 e 2018 da IEEE 1584
Característica da modelagem 2002 2018

Frequência 50 a 60 Hz 50 ou 60 Hz

500 A a 106 kA (208 a 600 V)


Corrente 300 A a 106 kA
200 A a 65 kA (601 V a 15 kV)

6,35 a 76,2 mm (208 a 600 V)


Distância entre fases 13 a 152 mm
19,05 a 25,4 mm (601 V a 15 kV)

Distância de trabalho Sem limites ≥ 304,8 mm

Instalação abrigada VCB, VCBB, HCB


Configuração dos eletrodos
Ambiente aberto VOA, HOA

Uso do Fator de Distância, con-


Uso do Fator de Correção, conforme a
Tamanho do invólucro forme a tensão e tipo do equi-
altura, largura e profundidade
pamento

< 240 V < 240 V


Sustentabilidade do arco
Transformador < 125 kVA Corrente de curto franco < 2000 A

Valores de aplicação além da faixa Recomendava utilizar o mé-


Sem recomendações
definida na norma todo de Ralph Lee

O impacto das mudanças reflete-se nos resultados, pois os novos limites de energia e
arco de incidentes calculados na nova versão serão diferentes, podendo ser mais baixos, iguais
ou mais altos. Desta forma, o impacto total não tem como ser avaliado até que a análise de arco
elétrico seja atualizada.

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CONCLUSÕES:
A tecnologia tem evoluído rapidamente, não só oferecendo novos tecidos para as vesti-
mentas de proteção contra arco elétrico, bem como a modelagem do fenômeno já conta com
novas diretrizes.
Os impactos de uma reanálise segundo as novas diretrizes se refletirão em várias fren-
tes, como:
- Atualização de softwares;
- Atualização da documentação dos sistemas de baixa tensão;
- Implantação de novas etiquetas nos painéis;
- A especificação dos EPI poderá mudar.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Pela complexidade apresentada, temos que apenas profissionais habilitados e com a de-
vida especialização podem analisar estes perigos e definir as medidas de proteção adequadas
segundo as atuais diretrizes das IEEE 1584: 2018 e NFPA 70E: 2018.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES:
- Lee, Ralph H.. “The other electrical hazard: electric arc blast burns”. IEEE, Vol.
1A-18, No 3, p. 246 mai/jun 1982.
- Rangel Jr., Estellito - “Segurança para eletricistas”. In: VI ENCONTRO DE ENGE-
NHARIA ELÉTRICA PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 2001.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Eng. Eletricista Gláucio S. Motta
Atual Engenheiro Supervisor de Operação em Tempo Real na
State Grid Brasil Holding. Graduado em Engenharia Elétrica pela
Universidade Federal Fluminense, Pós-Graduado em Geração de
Energia Elétrica pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP-
IPETEC). Atuou na área de Proteção pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS). Atuou em Inspeção em instalações Elétri-
cas, segundo a NR-10 e também como professor e tutor em Ge-
renciamento de Projetos e em Msproject “presencial” e “à dis-
tância” pela Ecthos CD.

Delimitação de zonas controlada e livre de


acordo com a energia incidente do arco elé-
trico.

A Norma Regulamentadora 10 define os requisitos e condições mínimas em relação à saúde e


segurança dos trabalhadores que interajam em meios potencialmente perigosos, caso ne-
nhuma medida seja tomada para eliminar ou, por último, mitigar os riscos decorrentes do em-
prego de energia elétrica. Nesse sentido, pela primeira vez no texto da NR-10 é tocado no tema
“arco elétrico” como um fator relevante, sendo uma nova abordagem para essa revisão de
2020.

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Apesar disso, causa uma certa surpresa o fato de o anexo II mostrar distâncias seguras de forma
gráfica e tabelada, referenciadas apenas ao risco pela exposição ao campo elétrico. Nesse
ponto, a revisão não coloca em devido destaque, nos anexos, as distâncias seguras também de
forma gráfica e/ou tabelada contra possíveis acidentes gerados por arco elétrico assim como já
o fazia para os casos de choque elétrico.
Também chama bastante atenção o item que expressa a preocupação em relação aos ajustes
de proteção para tempos de interrupção mais curtos, sugerindo que os danos causados pelo
arco elétrico possam ser ainda mais prejudiciais do que os causados por corrente elétrica.
É imperativo dar o devido destaque para a definição de distância segura de acordo com o Limite
de Aproximação Segura (LAS). Essa distância é definida por meio de cálculo da energia incidente
do arco elétrico para cada classe de tensão, características e tipos de instalação. Esses resulta-
dos após serem devidamente tratados, permitem traçar cenários para condições similares,

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preservando sempre a maior distância segura (arco elétrico x choque elétrico). Esse item foi um
dos focos neste trabalho e está detalhado no anexo IV.
Por último e fundamental, a abordagem na própria NR-10 sobre a definição das vestimentas,
enfatizando que também deve-se levar em consideração os efeitos térmicos provenientes do
arco elétrico.

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Eng. Igor Cavalheiro
Engenheiro Eletricista e de Segurança do trabalho, com carreira
em gestão de manutenção e obras, ensaios termográficos, trei-
namento de equipes de manutenção em instalações de baixa ten-
são. Fiscalização, coordenação e planejamento de obras de Redes
de Distribuição aérea em Média Tensão, gestão de segurança em
trabalhos de construção de redes. Atuação em projetos e desen-
volvimento de impressoras 3D por extrusão, utilizando materiais
cerâmicos. Gestão de estratégica de construção de impressoras
3D. Perito Judicial em 7 Comarcas do Estado do Rio de Janeiro.
Atuação como palestrante e tutor em cursos voltados para a área
de inspeção, autovistoria e termografia no SENGE-RJ e CREA-RJ.
Autor e coautor de artigos para revistas do setor elétrico nacio-
nais. Menção honrosa no 11° prêmio ABRACOPEL de jornalismo
na categoria artigos técnicos.

Medidas Administrativas e de Organização


– Produção e Gerenciamento de uso de
documentos pré, durante e pós excução de
serviços.

Pontos abordados da revisão proposta: 10.6.

Resumo para o Tópico.

A atualização de normas são marcos importantes na carreira dos profissionais da área técnica,
quando se trata de uma norma regulamentadora toda a atenção deve ser focada neste mo-

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mento. A NR10 como regulamentadora da segurança em instalações elétricas, acaba por rece-
ber toda atenção do mercado deste setor, principalmente no atual crescimento de setores de
energias renováveis, que imputou uma nova gama de atividades dentro do setor elétrico.
Estes momentos são de extrema importância, para estudar as mudanças e novas atividades,
previstas dentro das já executadas pelos profissionais, gerando sempre impactos que determi-
narão futuro e continuidade de algumas técnicas e serviços. Estas mudanças sempre levantam
questões aos profissionais como: “Estou adequado a nova regulamentação?”, “Deixei algum
detalhe passar em minhas análises?”, “Estou defasado ou competitivo quanto a execução das
minhas atividades em comparação ao mercado?”.
Esta etapa do workshop visa revisar métodos de elaboração e organização de medidas admi-
nistrativas, em todas as etapas dos serviços, assim como uma breve comparação e avaliação
das mudanças propostas pela nova NR10, pela visão do profissional com experiência na área.
Apresentando aspectos que podem ser mais adequados a nova regulamentação.

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A nova NR10 – Quem Ganha e quem Perde
Busca entregar ao participante uma visão dos pontos do item 10.6, assim como discutir esta
visão apresentada, propondo melhorias, exposição de novas metodologias de abordagem, para
agregar conhecimento para todo e qualquer serviço a ser executado abrangido pela nova NR10,
desta forma aumentando a segurança do profissional ao elaborar suas medidas administrativas
quanto a segurança e execução das medidas.

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Eng. Eletricista Leandro S. Nogueira
Certificado Operador Sênior de Reator da Usina Nuclear de An-
gra 2, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. Gradu-
ado como Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro - UFRJ. Trabalhou como pesquisador dando su-
porte ao Laboratório de Ensaios Não Destrutivos, Corrosão e Sol-
dagem (LNDC) pela COPPE / COPPETEC. Bolsista de pesquisa e ini-
ciação científica pelo CNPq nos Laboratórios de Eletrônica de Po-
tência de Média Tensão (LEMT) e Eletrônica de Potência (ELE-
POT), da COPPE/UFRJ. Técnico em Eletrotécnica formado no
CEFET-RJ. Pertence ao corpo técnico do Centro de Treinamento
da Eletrobras Eletronuclear, atuando como coordenador e instru-
tor em treinamentos em áreas nuclear e convencional. Atual-
mente trabalha com treinamentos de operadores de campo e de
sala de controle da usina nuclear de Angra 2, treinamentos em
área de segurança em eletricidade (NR-10) e risco elétrico, para
diversos públicos.

Avaliação de impactos no Treinamento com


prováveis mudanças na Atualização da NR-
10 de 2020

Pontos abordados da revisão proposta: 10.8, 10.8.1,


10.8.1.1, , 10.8.2, 10.8.3, 10.8.4, 10.8.5, 10.8.6 e Anexo III.

Resumo para o Tópico.

Quando se fala de segurança em instalações e serviços em eletricidade, a Norma Regulamenta-


dora 10 é a principal referência para isso, porém ao longo dos anos muitos pontos de discussão

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e melhoria vêm sendo levantados, principalmente quando se trata de treinamentos iniciais e
reciclagem.
No contexto das mudanças propostas pelo texto que ficou disponibilizado para consulta pública
até 09/02/2020, fica evidente a possibilidade real de muitas mudanças quanto ao treinamento,
com inserção de necessidade de treinamento prático, com o aumento de carga horária para
treinamentos eventual e periódico, bem como a inserção de muitos temas e a retirada de ou-
tros.
Tendo estas questões em mente, uma análise de impactos no treinamento e na aplicação prá-
tica das mudanças propostas faz-se necessária e oportuna, de maneira a enriquecer as discus-
sões sobre o tema e antecipar pontos fortes e fracos das mudanças propostas. Por isso, a minha
contribuição com uma análise objetiva, ponto a ponto, das mudanças propostas que afetam o
treinamento.

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Eng. Eletricista e Seg. Trabalho Rogério Maurer
Engenheiro Eletricista e Eng. De Segurança, formado pela USU –
Universidade Santa Úrsula. Pós-graduado em Engenharia de Se-
gurança do Trabalho UFRJ – Universidade Federal do Rio de Ja-
neiro. Diretor da ENGEPROTON – Serviços de Engenharia. Traba-
lha com projetos de engenharia elétrica desde 2006. Realiza aná-
lise e consultoria de engenharia para área elétrica e segurança do
trabalho. Realiza palestras e treinamentos. Desde 2013 partici-
pou de diversas inspeções de Autovistoria. Formado perito Judi-
cial pela ESAJ Escola de Administração Judiciária. Tem curso de
Planejamento e controle de Obras, gestão de negócios, Autocad,
MS-Project 2013, inspeção em instalações elétricas pela ECTHOS
CD. Tutoria de treinamentos de inspeções e atuante em trabalhos
junto a ECTHOS CD na elaboração de treinamentos e vistorias

Aspecto de gestão de SST e sua integração


com a Atualização da NR-10 de 2020
Pontos abordados da revisão proposta: ISO 45001, 10.1,
10.3, 10.4, 10.5 10.6..

Resumo para o Tópico.

A segurança do trabalho objetiva promover um ambiente laboral, saudável e seguro para os


trabalhadores aplicando técnicas de engenharia e gestão para criar meios de viabilizar ambien-
tes mais seguros para os trabalhadores equilibrando ações dentro dos recursos que as organi-
zações disponibilizam no interesse de controlar melhor seus riscos, cumprir a legislação traba-

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lhista e ambiental através de programa de gestão integrada de riscos e qualidade através de
requisitos de normas internacionais de certificação de qualidade, meio ambiente, gestão de
risco , gestão de riscos de SST.
O Governo através das consultas públicas e participação das comissões, vem promovendo de-
bates e propostas de alterações nos textos normativos das Normas Regulamentadoras. Com
isso observa-se uma flexibilização destas normas no sentido de se aproximarem em alguns as-
pectos, com as técnicas de gestão de riscos e SST de conhecidas normas internacionais de mer-
cado, tanto que as novas redações já trazem em seus textos menções à programa de gestão de
riscos ocupacional (GRO), programa de gerenciamento de riscos (PGR).
Verifica-se também uma tentativa de harmonização entre as Normas Regulamentadoras que
estão sendo organizadas em norma geral NR 01 e normas de atividades específicas NR 10, NR
35, NR 33, etc. promovendo esta integração no sentido de abranger a cobertura de todo e qual-
quer risco de SST dentro da organização e atividade através da organização de itens mais

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abrangente como o direito de recusa por exemplo em norma mais abrangente como a NR01
cuja modificação desse item traz como consequência a aplicabilidade deste direito para todas
as outras Normas.
Não obstante a estas alterações no sentido de controlar melhor os riscos, vemos também flexi-
bilizações contidas na NR01 como o aproveitamento de treinamentos entre organizações o que
se mal interpretado pode levar ao aparecimento de vulnerabilidades de segurança, a questão
do treinamento em EAD que precisa ser melhor detalhado em termo de limites e aplicabilidade.
Acredito que cabe muita discussão ainda em sociedade para aparar certas arestas e garantir
uma evolução destas normas no sentido de melhorar o desempenho da gestão e controle de
riscos eliminado o trabalho cartorário da gestão de SST de apenas cumprir o básico da legislação
em sua proforma através da mera produção de documentos para apenas evitar as sanções da
fiscalização. Espera-se que a próxima geração das Normas Regulamentadoras através da parti-
cipação da sociedade traga uma conscientização da importância da Segurança do Trabalho apli-
cada de forma inteligente nas organizações e atividades.

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