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SUMÁRIO
CRIMINOLOGIA .................................................................................................................................................. 2
ESCOLA DE CHICAGO ..................................................................................................................................... 2
TEORIA DA DESORGANIZAÇÃO SOCIAL ..................................................................................................... 2
ÁREAS DE DELINQUÊNCIA ......................................................................................................................... 2
ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL ............................................................................................................................ 5
CRIMINOLOGIA
ESCOLA DE CHICAGO
A escola de Chicago ( conhecida como Escola Ecológica ou Ecologia Criminal) nasceu no
início do século XX, em meio a revolução industrial, crescimento desordenado acentuado
daquela cidade norte-americana, em especial do centro para a periferia.
Cuida-se de uma escola sociológica que busca explicar o fenômeno criminal a partir do
meio em que o indivíduo está inserido, estando classificada dentro das escolas de consenso.
A Escola de Chicago fomentou a utilização de métodos de pesquisa que propiciou o
conhecimento da realidade da cidade antes de se estabelecer a política criminal adequada para
intervenção estatal, para tanto, utilizou-se dos chamados "inquéritos sociais" (social surveys)
na investigação da criminalidade. Esses inquéritos eram realizados a partir de interrogatórios
direitos feitos por uma equipe de pesquisadores através de uma amostragem de pessoas,
juntamente com análises biográficas individuais que permitiam traçar um perfil delitivo.
A Escola de Chicago produziu duas ideias centrais: a teoria da desorganização social e as
áreas de delinquência.
ÁREAS DE DELINQUÊNCIA
Robert Park, um dos principais expoentes da Escola de Chicago, defendia que a cidade é
um verdadeiro estado de espírito, um organismo vivo, com sua própria identidade. Nas grandes
cidades há um enfraquecimento do controle social informal, formando as áreas de delinquência.
Com base nessas premissas Ernest Bugess desenvolveu a teoria das zonas concêntricas,
no qual explica que a cidade se desenvolve de dentro para fora (região central para os bairros),
em círculos concêntricos, descrito como zonas.
Para Shecaira (2008, p. 167), “Uma cidade desenvolve-se, de acordo com a ideia central
dos principais autores da teoria ecológica segundo círculos concêntricos, por meio de um
conjunto de zonas ou anéis a partir de uma área central. No mais central desses anéis estava o
Loop, zona comercial com os seus grandes bancos, armazéns, lojas de departamento, a
administração da cidade, fábricas, estações ferroviárias, etc. A segunda zona chamada de zona
de transição, situa-se exatamente entre zonas residenciais (3ª zona) e a anterior (1ª zona) que
concentra o comércio e a indústria. Com a zona intersticial, está sujeita à invasão do
crescimento da zona anterior e por isso é objeto de degradação constante’’.
ESQUEMATIZANDO
ESCOLA DE CHICAGO
ESCOLA ECOLÓGICA OU
SINÔNIMOS
ECOLÓGIA CRIMINAL
SURGIMENTO INÍCIO DO SÉCULO XX
ROBERT PARK, ERNEST
REPRESENTANTES
BURGESS, CLIFFORD SHAW
APLICAÇÃO DE MÉTODO DE
PESQUISA E OBSERVAÇÃO
(EMPIRISMO), BEM COMO NA
COMPREENSÃO DA
IMPORTÂNCIA
CRIMINALIDADE INFLUÊNCIADA
PELO MEIO URBANO
(DESORGANIZAÇÃO E ZONAS
CONCÊNTRICAS)
a) teoria da anomia.
b) escola de Chicago.
c) teoria da associação diferencial.
d) criminologia crítica.
e) labelling approach.
Gabarito: Letra B
ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
A teoria da Associação Diferencial foi idealizada por Edwin Surtherland e apregoa que
o comportamento criminoso se dá a partir da imitação, pela interação social. Foi a primeira
teoria criminal a romper com o paradigma pobreza x crime.
Trata-se de uma das principais teorias das chamadas teorias da aprendizagem. Tais
teorias se fundamentam na ideia de que a conduta delitiva não está em aspectos inconscientes
de personalidade, fatores biológicos ou algo intrínseco, mas sim aprendidos, modelados nas
experiências de vida, sendo um comportamento que se subordina a um processo de
aprendizagem. Essa teoria rompe com a relação crime/pobreza e serve para fundamentar os
crimes de colarinho branco, por exemplo.
Dentre todas essas a teoria da associação diferencial é a mais importante e muitas
vezes, em provas de concursos, ela acaba englobando todas as demais. Temos que ficar atentos
ao comando da questão para saber se o examinador quer que diferenciemos todas as teorias ou
apenas o conhecimento genérico da teoria da associação diferencial, levada como sinônimo das
demais teorias da aprendizagem.
A importância relevante da teoria foi explicar os casos de “crimes de colarinho branco”,
nos quais, na maior parte das vezes, os criminosos fogem da regra de serem pobres, sem
formação escolar, etc. Nesses casos, o agente acaba “aprendendo” a ser criminoso com
familiares, amigos, dentre outros.
APROFUNDANDO:
A aprendizagem social engloba as teorias da associação diferencial,
identificação criminal, reforço diferencial e neutralização.
• Associação diferencial: idealizada por Surtherland, tal teoria apregoa que o
comportamento criminoso se dá a partir da imitação, pela interação social. Foi a
primeira teoria criminal a romper com o paradigma pobreza x crime.
• Identificação criminal: idealizada por Daniel Glaser, afirma que de fato o
comportamento criminal é aprendido, mas que não há necessidade de contato direto
do delinquente com outro criminoso para que ele o aprenda. O indivíduo acaba
elegendo um modelo e comportamento e o segue.
• Reforço diferencial: para esta teoria o comportamento criminoso é fruto de
experiências passadas. A conduta criminosa é aprendida, portanto, por eventos que
ocorrem na vida da pessoa e podem ser potencializados a partir de princípios
psicológicos.
• Neutralização: Essa teoria os criminosos compartilham do mesmo sistema
de valores da sociedade, contudo eles aprendem a neutralizar, racionalizar e justificar
seu comportamento. O criminoso realiza os delitos por meio de cinco técnicas: a)
negação da responsabilidade - veem sua conduta criminosa como um acidente, que
se origina em outros fatores como drogas, lares violentos etc. b) negação da lesão -
o criminoso acredita que sua conduta não causa mal à vítima. É o caso por exemplo
de crimes bagatelares (insignificantes) c) negação da vítima - o criminoso acredita
que sua atitude seja crime, mas julga que a vítima merecia tal tratamento. É o que
acontece, por exemplo no caso de maridos traídos, homofobia, etc. d) condenação
dos condenadores - o criminoso passa a atacar aqueles que reprendem a ação
criminosa, apontando-os como corruptos, hipócritas, parciais etc. É o que acontece
por exemplo; no caso de políticos, que ao serem processos e condenados
criminalmente, alegam perseguição política. e) apelo à lealdade - ocorre quando o
delinquente invoca motivos éticos para justificar sua atuação, como patriotismo nos
casos de terrorismo, a religião para castigos físicos etc.
“Os irmãos Batista, controladores da JBS, tiveram vantagem indevida de quase R$73
milhões com a venda de ações da companhia antes da divulgação do acordo de delação
premiada que veio a público em 17/05/2017, conforme as conclusões do inquérito da Comissão
de Valores Mobiliários (CVM). O caso analisa eventual uso de informação privilegiada e
manipulação de mercado por Joesley e Wesley Batista, e quebra do dever de lealdade, abuso de
poder e manipulação de preços pela FB Participações”. (Jornal Valor Econômico, 13/08/2018):
Gabarito: Letra D
a) labelling approach.
b) associação diferencial.
c) crítica e autocrítica.
d) escola de Chicago.
e) subcultura delinquente.
Gabarito: Letra B
A associação diferencial faz parte das teorias da aprendizagem social e foi
idealizada por Surtherland. Essa teoria apregoa que o comportamento criminoso se
dá a partir da imitação, pela interação social. Foi a primeira teoria criminal a romper
com o paradigma pobreza x crime.