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FACULDADES INTEGRADAS DE BAURU

CURSO DE PSICOLOGIA

HEGEL: UM MARCO NA FILOSOFIA

Alunos: Alessandra Torres Gomes Pato


Laila Mucheroni Gonçalves
Mirella da Silva Leite

Professora: Marta Alice Nelli Bahia

BAURU- SP
2021
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................3
2. INFLUÊNCIAS NO PENSAMENTO JURÍDICO................................................3
3. INFLUÊNCIAS NO PENSAMENTO FILOSÓFICO.......................................... 4
4. O PROCESSO COGNITIVO DE ASSIMILAÇÃO DO CONHECIMENTO
ABSOLUTO..........................................................................................................5
REFERÊNCIAS.....................................................................................................6
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1. INTRODUÇÃO

George Wilhelm Friedrich Hegel nasceu em 27 de agosto de 1770 na cidade de


Stuttgart, Sacro Império Romano-germânico (hoje estado de Baden-Württemberg, Alemanha).
Hegel é incluído na escola filosófica chamada de Idealismo Alemão, que tinha por base os
pensamentos clássicos de Platão, nos quais a doutrina das ideias estabelece uma realidade
metafísica onde o conhecimento puro e verdadeiro das coisas está contido. Essa linha de
pensamento germânico também apresenta três características distintivas: Ontológica, afirma a
existência de entidades enquanto conceitos ideais (as ideias, ou essências) que não podem ser
matéria; Epistemológica, tal que o mundo metafísico está atrelado às representações do
homem; e Ética, para propor justificativas racionais para a ação humana.
Em seus escritos, Hegel abordou vários temas, buscando intencionalmente referências
platônicas para então adequá-las à sua época. Seus pensamentos políticos e filosóficos foram
revolucionários para as Ciências Sociais, influenciando até hoje em ideais da Filosofia do
Direito, por exemplo.

II - INFLUÊNCIAS NO PENSAMENTO JURÍDICO

Em um contexto histórico, a escola do Idealismo Alemão é caracterizada, também, por


intensas discussões que tiveram seu estopim a partir da publicação da obra de Immanuel Kant,
Crítica da razão pura (1781). A obra de Kant trata sobre uma das teorias do conhecimento
filosófico que, para o autor, não é possível ao homem somente pela sua razão. Em Kant, o
homem possuía uma estrutura de pensamento inata que poderia ser preenchida pela
experiência empírica, e assim agregar ao pensamento racional para chegar à uma conclusão de
conhecimento verdadeiro. O movimento Idealista não só propunha que a verdade das coisas
era contida em um plano metafísico, mas também que o empirismo não era capaz de
corroborar para o alcance do conhecimento pleno. Assim a oposição se instaurava calcada no
pensamento idealista rígido.
Em seu primeiro artigo escrito, O mais antigo Programa de Sistema do Idealismo
Alemão (1796/97), Hegel e seu colega da academia F. W. Joseph von Schelling trazem
proposições mais aprofundadas da filosofia idealista alemã. A notável ideia contida no texto
sugere a concepção mecanicista do Estado, em que Hegel idealiza um funcionamento estatal
capaz de gerar um sistema jurídico perfeito. O filósofo sugere várias instituições públicas que
devem garantir os interesses universais para que as questões sociais fossem resolvidas através
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da política. O Estado, para Hegel, era a representação total do político-social, mantendo a


ordem pelo funcionamento da coisa pública. Era tanto poder como função. Função política
que usa do poder para satisfazer o popular. Assim, para Hegel o órgão jurídico funcionaria em
sua plenitude, somente se o estado mantivesse as funções apresentadas por ele.

III - INFLUÊNCIAS NO PENSAMENTO FILOSÓFICO

A obra Fenomenologia do Espírito (1807) foi o maior marco filosófico de Hegel. Nela
ele propõe grande parte de sua teoria, como a assimilação de conhecimento pelo homem e a
concepção do pensamento racional-lógico.
Dividida em três partes, a Lógica, a Filosofia da Natureza e a Filosofia do Espírito,
Hegel convida ao pensamento filosófico pautado no Idealismo, concluindo que o homem pode
ter acesso ao conhecimento absoluto total do mundo chamado suprassensível, a verdade das
coisas.
Dentro do pensamento lógico, Hegel retoma a Dialética clássica, onde para formar
uma conclusão ou atingir um conhecimento plausível sobre determinado tema, deveriam
apresentar-se Tese e Antítese. Somente com a convergência de ambas, a Síntese final poderia
ser considerada para a obtenção total de um conhecimento.
Na Filosofia da Natureza, é proposto pelo idealista que o papel da Natureza é fazer o
desfoque do eu, para o meio externo, como alienação.
A Filosofia do Espírito traz a ideia de como o homem evolui sua consciência (o
espírito, o eu), para poder adquirir o conhecimento absoluto. Assim como a Dialética é
apresentada para a discussão lógica, também é colocada no papel do indivíduo para
desenvolver seu espírito. Enquanto a Tese se coloca como a visão do Eu sobre si mesmo, a
Antítese vem do meio externo a ele, a Natureza, causando uma alienação necessária, uma
negação do Eu. Como estudado no artigo Processo de Produção do Conhecimento Dialético
em Hegel (2017):
E é característica da natureza tornar tudo estranho a si e, este processo ocorre,
pois é de sua própria “natureza”, como já foi visto acima, externalizar tudo,
até ela mesma. Em relação a isso podem ser feitas muitas observações quanto
ao fato de ela mesma se “estranhar”; contudo deve se notar que a natureza, ou
seja, ela enquanto em si, faz parte das fazes do absoluto, tendo, assim, uma
ideia absoluta que a torna autoconsciente e que a faça ser uma etapa para a
elevação do espírito ao infinito. No entanto, para o filósofo, é de crucial
importância que ocorra essa contradição da natureza mesma, pois somente
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assim a ideia tem possibilidade de encontrar a si própria. (SANTOS, 2017, p.


41)1

IV - O PROCESSO COGNITIVO DE ASSIMILAÇÃO DO CONHECIMENTO


ABSOLUTO

Ainda na Filosofia do Espírito, Hegel traz um debate filosófico antigo entre as escolas
Racionalista e Empirista, sobre os sujeitos Cognoscente e Cognitivo. Ele tenta trazer uma
resolução sobre o assunto para poder prosseguir com seu pensamento sobre a obtenção do
conhecimento pleno, ou conhecimento histórico.
O sujeito Cognoscente é aquele que conhece, o indivíduo pensante, que é uma noção
subjetiva, é psicológico. O indivíduo é diferente em cada pessoa, então se tomamos por base o
conhecimento empírico, não poderá ser válido já que é processado pela experiência pessoal
que se faz divergente de um para outro. Já o sujeito cognitivo faz uma referência a habilidade
racional do homem; a razão, enquanto capacidade, é um conceito imutável e, portanto, não se
mostraria de forma diferente sob os indivíduos.
Deste ponto, Hegel passa por um processo semelhante ao de Kant, quando o mesmo
diz que conhecimento empírico e conhecimento racional devem unir-se. Hegel propõe que
seja abandonada a dicotomia entre os Sujeitos pois é de forma Cognoscente que o indivíduo
trará novas ideias à mente, e de forma Cognitiva avaliará tais fenômenos ou processos de
forma a ponderar sob uma forma lógica como deve ser tal conhecimento, em sua totalidade.
Portanto, Hegel mostra que através da união entre os tipos de sujeito se chega à verdade
absoluta. Quando o homem chega à tal verdade, ele evolui seu espírito ao estado que o
filósofo chama de Espírito Absoluto. Nesse estado, a consciência reconhece que ela é
pertencente ao momento e local aos quais ela se encontra, mas essa visão não a impede de
pensar amplamente para conhecer novas realidades, tornando-se conhecedora da verdade
absoluta.

1
SANTOS, Vitor Lucas Cordovil dos. O processo de produção do conhecimento dialético em Hegel. Ed Saberes,
Natal RN, v. 1, n. 17, Dezembro 2017, p. 33-45.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. A FENOMENOLIGIA DO ESPÍRITO. In: Coleção


Pensamento Humano. Trad. Paulo Menezes. – 2ª Ed. – Petrópolis (RJ): Editora Vozes, 1992.

BECKENKAMP, J. (2003). O MAIS ANTIGO PROGRAMA DE SISTEMA DO


IDEALISMO ALEMÃO. Veritas (Porto Alegre), 48(2), 211-237.

SANTOS, Vitor Lucas Cordovil dos. O PROCESSO DE PRODUÇÃO DO


CONHECIMENTO DIALÉTICO EM HEGEL. ISSN 1984-3879, SABERES, Natal RN,
v. 1, n. 17, Dezembro, 2017, p. 33-45.

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