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RECURSOS EM ESPECIE1

9 AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL

9.1 LEGISLAÇÃO – CPC, Lei 13.105 de 16.03.2020

Seção III
Do Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário

Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do


tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo
quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão
geral ou em julgamento de recursos repetitivos. (Redação dada pela Lei nº
13.256, de 2016)
I – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
III – ( Revogado ). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 1º ( Revogado ): (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
I – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II – ( Revogado ): (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
a) ( Revogada ); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
b) ( Revogada ). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do
tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais,
aplicando-se a ela o regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive
quanto à possibilidade de sobrestamento e do juízo de retratação. (Redação
dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 3º O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de
15 (quinze) dias.
§ 4º Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido
ao tribunal superior competente.
§ 5º O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o
recurso especial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral,
observando-se, ainda, o disposto no regimento interno do tribunal respectivo.
§ 6º Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial,
o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.
§ 7º Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal
competente, e, havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior
Tribunal de Justiça.
§ 8º Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se
for o caso, do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão
remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido,
salvo se estiver prejudicado.

9.1 DOUTRINA

1
Material elaborado a partir da bibliografia principal indicada no Plano de Ensino: THEODORO JUNIOR,
Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 53ª edição. RIO DE JANEIRO: Forense, 2020. Vol. III;
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil esquematizado, 9a edição. São Paulo: Saraiva,
2020; MONTENEGRO FILHO, Misael. Direito Processual Civil, 13ª edição, Editora Gen Atlas, 2018, item
21.17. e https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u100/recursos_no_processo_civil_ii_2015-
1_2.pdf
Agravo em recurso especial e em recurso extraordinário
É um tipo de agravo que cabe contra a decisão do presidente ou vice-presidente
do tribunal de origem que, em juízo prévio de admissibilidade, indeferir o
processamento do recurso extraordinário ou especial.
Como visto, compete ao presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido
realizar um prévio juízo de admissibilidade do RE e do REsp, indeferindo-os em caso de
não preenchimento. Mas o agravo, de que trata o art. 1.042 do CPC, chamado “agravo
em recurso especial e em recurso extraordinário”, só cabe quando o presidente ou vice-
presidente inadmitir o recurso por falta dos requisitos de admissibilidade.
Quando ele negar seguimento ao recurso em razão de aplicação de
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recurso
repetitivo, o recurso adequado será o agravo interno, previsto no art. 1.021 do CPC, que
será examinado na conformidade do regime interno dos tribunais.
Se a decisão denegatória do presidente ou vice-presidente estiver, portanto,
fundada no fato de que o RE ou REsp pretende contrariar acórdão com repercussão geral
reconhecida ou proferida no julgamento de recurso repetitivo, o recurso adequado é o
agravo interno.
O agravo do art. 1.042 é adequado quando o recurso não for admitido pelo não
preenchimento dos requisitos de admissibilidade. O prazo de interposição é de quinze
dias, devendo o agravante comprovar expressamente a existência das hipóteses de
cabimento.
O agravo será dirigido ao presidente ou vice-presidente do tribunal, que
intimará o agravado para contrarrazões em quinze dias. Após, não havendo retratação,
o agravo será remetido ao tribunal superior respectivo. Não cabe ao órgão a quo
examinar a admissibilidade do agravo, mas tão somente remetê-lo.
Na hipótese de interposição conjunta de RE ou REsp, deverá ser interposto um
agravo para cada recurso inadmitido.
O relator, no Superior Tribunal de Justiça ou no Supremo Tribunal Federal,
poderá, de plano, não conhecer, conhecer e dar provimento ou conhecer e negar
provimento ao recurso, cabendo agravo interno de sua decisão, no prazo de quinze
dias.
Nos termos do Enunciado 77 da I Jornada de Direito Processual Civil da Justiça
Federal: “Para impugnar decisão que obsta trânsito a recurso excepcional e que
contenha simultaneamente fundamento relacionado à sistemática dos recursos
repetitivos ou da repercussão geral (art. 1.030, I, do CPC) e fundamento relacionado à
análise dos pressupostos de admissibilidade recursais (art. 1.030, V, do CPC), a parte
sucumbente deve interpor, simultaneamente, agravo interno (art. 1.021 do CPC) caso
queira impugnar a parte relativa aos recursos repetitivos ou repercussão geral e
agravo em recurso especial/extraordinário (art. 1.042 do CPC) caso queira impugnar a
parte relativa aos fundamentos de inadmissão por ausência dos pressupostos
recursais”.

MATERIAL DE ACORDO COM:


Humberto Theodoro Junior, Curso de Direito Processual Civil. Vol.III, 51ª.
ed., Forense, 2018;

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO


Sumário: 851. O agravo em recurso especial e em recurso extraordinário. 852.
Cabimento do agravo para o tribunal superior e para o tribunal de origem. 853.
Interposição e contraditório. 854. Remessa à Corte Superior. 855. Julgamento. 856.
Interposição conjunta de recursos extraordinário e especial.

O agravo em recurso especial e em recurso extraordinário


No sistema antigo a impugnação à decisão que inadmitisse o recurso
extraordinário e o recurso especial na origem fazia-se por meio de agravo nos próprios
autos. Não havia, assim, autuação separada para o recurso, já que tanto o agravo como
as contrarrazões, eram juntados aos autos do processo onde se achava o acórdão
recorrido. Seu procedimento, portanto, independia de cópias ou traslados e se
desenvolvia de maneira similar ao da apelação. No Supremo Tribunal Federal o
julgamento do agravo obedecia ao disposto no seu Regimento Interno (art. 544, § 4º).
No caso do recurso especial, o Regimento era o do Superior Tribunal de Justiça.
O NCPC pretendeu, originariamente, abolir a duplicidade no exame de
admissibilidade dos recursos especial e extraordinário, afetando-o apenas ao tribunal
superior (redação primitiva do art. 1.030, parágrafo único), regime que, praticamente,
faria desaparecer, o antigo agravo nos próprios autos (CPC, 1973, art. 544). Acontece,
porém, que a Lei nº 13.256/2016, reformando toda a redação do referido art. 1.030,
reimplantou o sistema dual, tornando, por isso, agravável a decisão do presidente ou do
vice-presidente do tribunal de origem que nega seguimento aos referidos recursos
extremos.
Nota-se, entretanto, uma diversidade de competência em relação ao tribunal
que haverá de conhecer do agravo e dar-lhe solução:
a) O caso é de agravo interno (art. 1.030, § 2º) a ser julgado pelo colegiado do tribunal
de origem:
(i) se a decisão local negar seguimento ao extraordinário, por estar o recurso atritando
com precedente do STF que tenha recusado repercussão geral ao tema em discussão;
ou
(ii) quando o acórdão recorrido estiver em conformidade com entendimento do STF
exarado no regime de repercussão geral (art. 1.030, I, “a”); ou, ainda,
(iii) quando o extraordinário ou o especial se opuser a acórdão fundado em
entendimento do STF ou do STJ exarado no regime de recursos repetitivos (art. 1.030, I,
“b”).
b) Cabível será o agravo endereçado ao tribunal superior ad quem (art. 1.030, § 1º),
quando a negativa de seguimento ao recurso extraordinário não se enquadrar nas
hipóteses do inc. V , “a” e “b”, do art. 1.030 (ou seja: não envolver entendimentos
sedimentados pelo STF ou pelo STJ em regime de repercussão geral ou de recursos
repetitivos) (art. 1.030, V).
O novo Código prevê, ainda, o cabimento de agravo interno contra a decisão
local que decide pedido de exclusão de sobrestamento acarretado pelo regime de
repercussão geral (art. 1.035, § 7º, com redação da Lei nº 13.256/2016), ou de recursos
repetitivos (art. 1.036, § 3º, também, com redação da Lei nº 13.256/2016)221 (sobre o
tema, ver, retro, os nos 845-V e 845-VI).

Cabimento do agravo para o tribunal superior e para o tribunal de origem


Prevê o art. 1.042 (redação da Lei nº 13.256/2016) que, em regra, a decisão do
presidente ou do vice-presidente do tribunal de origem que inadmite o recurso
extraordinário ou especial desafia agravo endereçado ao tribunal superior (hipótese que
a jurisprudência denomina de agravo em recurso extraordinário ou agravo em recurso
especial).
Ressalva o mesmo dispositivo que o recurso não será o agravo para o STF ou para
o STJ, mas o agravo interno para o próprio tribunal local, quando a inadmissão do
extraordinário ou do especial se der com fundamento em entendimento dos tribunais
superiores firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos
repetitivos. Incide, na espécie, o disposto no art. 1.030, § 2º com a redação da Lei nº
13.256/2016.

Interposição e contraditório
O agravo deverá ser interposto no prazo de quinze dias e a petição será dirigida
ao presidente ou vice-presidente do tribunal de origem. O recurso independe do
pagamento de custas e despesas postais (art. 1.042, § 2º).2
A fim de se cumprir o contraditório, o agravado será intimado para apresentar
contrarrazões, também no prazo de quinze dias (art. 1.042, § 3º).3
Aplica-se ao procedimento do agravo em questão o regime de repercussão geral
e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de sobrestamento e do juízo
de retratação, conforme prevê o novo texto do § 2º, do art. 1.042, estabelecido pela Lei
nº 13.256/2016.

Remessa à Corte Superior


Após o prazo para contrarrazões, sendo elas oferecidas ou não, o presidente ou
vice-presidente do tribunal de origem poderá se retratar. Não havendo retratação, o
agravo será remetido ao tribunal superior competente (art. 1.042, § 4º).4 Releva notar
que o presidente ou vice-presidente do tribunal a quo não poderá obstar o agravo, ainda
que tenha sido interposto extemporaneamente, pois o juízo de admissibilidade é de
competência exclusiva da Corte Superior. Se o recurso for obstado na origem, caberá
Reclamação para o STF ou STJ, por usurpação de competência (art. 988, I, do NCPC).

2
CPC/1973, art. 544, § 2º.
3
CPC/1973, art. 544, § 3º.
4
CPC/1973, sem correspondência.
Julgamento
O agravo poderá, conforme o caso, ser julgado conjuntamente com o recurso
especial ou extraordinário interposto. Nessa hipótese, será assegurada a realização de
sustentação oral pelo recorrente, observando-se o disposto no regimento interno do
tribunal competente (art. 1.042, § 5º).5

Interposição conjunta de recursos extraordinário e especial


Havendo sido interpostos, simultaneamente, recurso extraordinário e recurso
especial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido pelo
presidente ou vice-presidente do tribunal (art. 1.042, § 6º).6 Nessa situação, os autos
serão encaminhados, primeiramente ao Superior Tribunal de Justiça (art. 1.042, §
7º).7Finalizado o julgamento naquela Corte, tanto do agravo como do recurso especial,
se for o caso, os autos serão remetidos ao STF, independentemente de pedido nesse
sentido, para apreciação dos recursos a ele endereçados (art. 1.042, § 8º). 8 Os autos
somente não serão encaminhados ao STF se o agravo em recurso extraordinário ficar
prejudicado pela decisão prolatada no agravo em recurso especial.

5
CPC/1973, sem correspondência.
6
CPC/1973, art. 544, § 1º.
7
CPC/1973, sem correspondência.
8
CPC/1973, sem correspondência.

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