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ARQUIVOLOGIA – (TRE SP) 3-11-2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


pelos membros da FID, reunidos em sua 25ª conferência geral, um plano
NOÇÕES DE de longo prazo que previa a criação, em todo o mundo, de uma rede de
informações técnicas e científicas a serviço de estudiosos e pesquisadores
ARQUIVOLOGIA: de todos os países. Os trabalhos desenvolvidos pela Organização das
Conceitos fundamentais de arquivologia. O gerencia- Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) têm os
mento da informação e a gestão de documentos: diag- mesmos objetivos da FID e são realizados em cooperação mútua com
nósticos; arquivos correntes e intermediários; protoco- entidades internacionais de biblioteconomia e bibliografia.
los; avaliação de documentos; arquivos permanentes. Em grande número de países foram organizados centros ou serviços
Tipologias documentais e suportes físicos: microfilma- de documentação e realizados congressos para discussão e estudo de
gem; automação; preservação, conservação e restau- problemas referentes aos trabalhos de documentação, inclusive as rela-
ração de documentos. ções entre documentação e bibliografia, biblioteconomia, museologia e
arquivologia. A documentação passou a ter assim um sentido mais amplo e
ARQUIVO a incluir todas as técnicas de análise da produção bibliográfica, produção e
O imenso volume de informações gerado a partir do século XIX e am- controle de traduções, técnicas de controle da informação, mecanização
pliado extraordinariamente no século XX seria de pouca utilidade se não de informações e reprodução fotográfica de documentos, trabalhos de
pudesse ser localizado para consulta por meio das técnicas da documen- referência em suas mais diversas formas e publicação e divulgação de
tação. informações. Estabeleceu-se assim uma íntima relação entre essas áreas
e acentuou-se a tendência da documentação para englobar atividades que
Conjunto de técnicas que têm por objetivo a elaboração, produção, sis- antes eram da competência de bibliotecas e bibliotecários.
tematização, coleção, classificação, distribuição e utilização de documen-
tos de qualquer natureza, a documentação permite que se organize o Paralelamente, e por força das iniciativas citadas, criou-se em diferen-
conhecimento ao longo do tempo e o põe à disposição dos consulentes de tes países a profissão de documentarista (também denominada documen-
forma conveniente e prática. O campo da documentação se amplia ou talista), que se ocupa de reunir, classificar, catalogar, informar, editar e
restringe de acordo com o conceito de documento. Para o belga Paul Otlet, divulgar informações que, de certa maneira, complementam o trabalho dos
autor do primeiro tratado de documentação, documento é o manuscrito, bibliotecários, arquivistas, museólogos e restauradores. Como em diversos
livro, revista, jornal, estampa, partitura musical, selo, medalha, moeda, pontos a biblioteconomia e a documentação se confundem, há polêmica
filme, disco, objeto histórico ou artístico (quando devidamente tombado) e entre as duas categorias profissionais, mas a diferença fundamental entre
as espécies animais e vegetais classificadas e catalogadas em parques elas está no grau em que uma ou outra se debruça sobre os documentos
zoobotânicos. em busca de informações e no interesse que demonstram na dissemina-
ção dessas informações.
Com tal amplitude para o conceito de documento, a documentação se-
ria um conhecimento de caráter puramente especulativo, uma vez que é Enquanto no Reino Unido os documentaristas são chamados de técni-
impossível, na prática, organizar domínio tão vasto. Assim, uma teoria cos de informação (information officers), nos Estados Unidos os bibliotecá-
geral da documentação se confundiria com a teoria geral da cultura. rios resistem à ideia da criação de uma profissão e de organismos que
chamem a si a execução de tarefas que julgam caber-lhes de direito e de
O crescente volume da produção escrita, que se compõe de muitos fato, como parte fundamental das atribuições das bibliotecas, mormente
milhões de obras impressas desde a invenção da imprensa de caracteres das especializadas. Durante algum tempo, os especialistas americanos
móveis, obrigou ao estabelecimento de técnicas especiais para organiza- tentaram adotar a palavra comunicação (communication) em lugar de
ção e obtenção de informações e dados necessários a estudos, trabalhos documentação, mas a criação de vários institutos de documentação e a
de múltiplas ordens e pesquisas. Nas bibliotecas, museus, arquivos e circulação da palavra pelo mundo contribuíram para que fosse finalmente
centros de pesquisas e informações bibliográficas, foram instituídos pro- aceita em seu significado mais moderno.
cessos e normas especiais para registro da documentação existente,
controle e manuseio da produção bibliográfica e dos conhecimentos em O Brasil pode ser considerado pioneiro nesse setor, fato comprovado
geral. pela data de criação de seus organismos de documentação e do reconhe-
cimento profissional do documentarista, termo preferido na lei que classifi-
Os setores de atividades tecnológicas e de ciências exatas, as gran- ca as carreiras e cargos do serviço público brasileiro. Manuel Cícero Pere-
des empresas industriais e as entidades de pesquisa científica foram os grino da Silva, que dirigiu a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro entre
primeiros a manifestar a necessidade de estabelecer serviços especializa- 1900 e 1924, ao planejar a reforma do regulamento da instituição, em
dos, com o objetivo de facilitar aos especialistas a obtenção de informa- 1902, procurou habilitá-la a promover a organização da produção bibliográ-
ções e dados mais atualizados referentes aos trabalhos e pesquisas em fica brasileira e para isso sugeriu a criação de um órgão a ela subordinado,
andamento. Desde meados do século XIX, os serviços de referência para desenvolver o serviço de bibliografia e documentação. Tais medidas
bibliográfica das bibliotecas especializadas, sobretudo as americanas, já constam nos regulamentos aprovados pelos decretos de nº 8.835 de 11 de
haviam compreendido a necessidade de um trabalho específico para julho de 1911 e nº 15.670, de 6 de setembro de 1922. A esse serviço de
facilitar a localização de livros, artigos e documentos e também para pres- bibliografia e documentação competiam funções comparáveis às que são
tar auxílio direto à busca de dados e informações específicas de seus desempenhadas pelos modernos centros de documentação.
consulentes.
Em 1954, por proposta conjunta da Fundação Getúlio Vargas e do
Conselho Nacional de Pesquisas, o governo brasileiro criou, com assistên-
História cia técnica da UNESCO, o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documenta-
A organização racional da informação e da documentação levou Paul ção (IBBD), subordinado ao Conselho Nacional de Pesquisas e membro da
Otlet, em colaboração com Henri La Fontaine, a fundar, em Bruxelas, em FID, destinado a coordenar e desenvolver a informação científica e técnica
1895, o Instituto Internacional de Bibliografia. Como primeira tarefa, a no Brasil. O IBBD organizou o guia Bibliotecas especializadas brasileiras, o
instituição organizou um catálogo em fichas da produção bibliográfica Repertório dos cientistas brasileiros, o guia das Pesquisas em processo no
mundial. Na ordenação temática das fichas, adotou-se o sistema de classi- Brasil, o Catálogo coletivo de publicações periódicas de ciência e tecnolo-
ficação decimal que, devidamente atualizado e aperfeiçoado, se transfor- gia e o guia dos Periódicos brasileiros de cultura, além de bibliografias
mou no sistema de classificação decimal universal (CDU). Em 1931 o periódicas, com a indexação de artigos de autores brasileiros e estrangei-
instituto passou a denominar-se Instituto Internacional de Documentação e, ros publicados no Brasil nos campos das ciências puras e aplicadas, da
em 1937, Federação Internacional de Documentação (FID). O primeiro tecnologia e das ciências sociais.
projeto de trabalho, de organização sistemática da bibliografia mundial, foi Sistemática da documentação
abandonado, mas a federação ampliou-se e passou a congregar grande
número de entidades de diferentes países, num programa que tem por Os principais instrumentos da documentação são a classificação e a
finalidade facilitar a comunicação dos conhecimentos e a consulta de todos normalização. Com a classificação, procura-se organizar a informação em
os dados e informações disponíveis. Em Varsóvia, em 1959, foi aprovado ordem temática e não apenas alfabética ou alfanumérica. A normalização

Arquivologia 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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racionaliza os processos de produção, organização e difusão da informa- são os arquivos (públicos, privados e pessoais), tais como: bancários,
ção contida nos documentos. Essa fase é ainda mais importante que a audiovisuais, cartográficos, cartorais, computacionais, contábeis, eclesiás-
classificação, uma vez que esta também deve ser normalizada. ticos, empresariais, escolares, fotográficos, históricos, médicos, micrográfi-
cos, policiais e de imigração, atuando também, em centros culturais e
Os processos de normalização tiveram origem na indústria e consisti- laboratórios de conservação e restauração de documentos.
am em fixar condições para execução de cálculos, projetos, obras, serviços
ou instalações, bem como a elaboração das próprias normas e regulamen-
tos. A uniformidade dos processos proporcionou economia na utilização As três correntes
internacional dos produtos industriais. O sucesso da normalização no
De acordo com Rousseau e Couture (1998, p. 70), a Arquivística pode
campo da indústria fez com que a documentação a adotasse, com o objeti-
ser abordada de três maneiras: uma maneira unicamente administrativa
vo de tornar internacionalmente acessíveis os resultados do trabalho
(records management), cuja principal preocupação é ter em conta o valor
intelectual de cada autor, uma vez que para obter a máxima disseminação
primário do documento; uma maneira tradicional, que põe a tônica
da informação científica o pesquisador deve apresentar os dados de forma
exclusivamente no valor secundário do documento; ou, por último, uma
que a interpretação deles se faça sem dificuldade. Para que a informação
maneira nova, integrada e englobante, que tem como objetivo ocupar-se
se torne imediatamente acessível, a documentação estabelece normas
simultaneamente do valor primário e do valor secundário do documento.
para organização e difusão dos documentos. Todos os documentos devem
ser normalizados, isto é, produzidos e divulgados de acordo com as nor-
mas internacionalmente aceitas. O progresso da ciência exige o mais Os referenciais teóricos arquivísticos
amplo intercâmbio de informações e a normalização internacional tem o Segundo Faria (2006, p. 29), dentre os referenciais arquivísticos,
objetivo de facilitar esse intercâmbio. destacam-se os princípios fundamentais, os conceitos de fundo e
Se a documentação pouco ajudou à biblioteconomia, à arquivologia e documento de arquivo, o ciclo de vida dos documentos, os conceitos de
à museologia na organização de documentos em bibliotecas, arquivos e valor primário e valor secundário, o princípio do respect des fonds, as
museus, muito contribuiu no campo da produção de documentos e na funções de classificação documental e avaliação documental e a definição
difusão das informações neles contidas. A bibliografia tradicional limita-se a de instrumento de gestão arquivística.
referenciar livros, que por seu atraso em relação a documentos de outra Ciclo de vida dos documentos ou a Teoria das três idade
natureza não são considerados pela documentação. Tampouco satisfazem
os documentalistas descrições puramente externas dos documentos. À arquivos correntes, intermediários e permanentes
documentação interessa, principalmente, a difusão das informações conti-
Arquivo de primeira idade, corrente, ativo ou de momento: constituído
das em artigos de publicações periódicas, em comunicações a congressos,
de documentos em curso ou consultados frequentemente, conservados
em relatórios de pesquisas -- concluídas ou em andamento -- teses univer-
nos escritórios ou nas repartições que os receberam e os produziram ou
sitárias, registros de patentes etc.
em dependências próximas de fácil acesso . Por documentos em curso
Na conceituação moderna, portanto, documentação é, em sentido am- entenda-se que, nesta fase, os documentos tramitam bastante de um setor
plo, a produção, organização e difusão de documentos de qualquer natu- para outro, ou seja, podem ser emprestados a outros setores para
reza. Em sentido estrito, é a difusão das informações neles contidas. A atingirem a finalidade para a qual foram criados .
organização de documentos cabe, conforme a natureza dos mesmos, às
bibliotecas, arquivos, museus etc. A difusão de documentos é o objetivo Arquivo de segunda idade, intermediário ou limbo: constituído de
específico dos serviços ou centro de documentação. documentos que deixaram de ser frequentemente consultados, mas cujos
órgãos que os receberam e os produziram podem ainda solicitá-los , para
Documentação, portanto, não se confunde com biblioteconomia, arqui- tratar de assuntos idênticos ou retomar um problema novamente
vologia ou museologia, nem centro de documentação com biblioteca, focalizado. Não há necessidade de serem conservados próximos aos
arquivo ou museu. Como os documentos bibliográficos estão nas bibliote- escritórios. A permanência dos documentos nesses arquivos é transitória.
cas, alguns dos maiores serviços de documentação do mundo funcionam São por isso também chamados de limbo ou purgatório, sendo estes
dentro da estrutura de algumas dessas instituições. Outros, porém, são termos adotados na Grã-Bretanha para designar esta fase .
independentes.
Arquivo de terceira idade, permanente, histórico ou de custódia:
Mecanização e automação constituído de documentos que perderam todo valor de natureza
administrativa e que se conservam em razão de seu valor histórico ou
Livros, artigos, relatórios e comunicados, por exemplo, são chamados documental e que constituem os meios de conhecer o passado e sua
documentos primários. Documentos secundários são aqueles que se evolução . Estes são os arquivos propriamente ditos, pois ali os
produzem para difusão da informação contida nos primeiros: bibliografias documentos são arquivados de forma definitva.
comentadas ou críticas, resumos, traduções, reproduções etc. Os estudos
recapitulativos são os documentos terciários. Estas fases são complementares, pois os documentos podem passar
de uma fase para outra, e para cada uma corresponde uma maneira
Com o advento do processamento eletrônico de dados, após a diferente de conservar e tratar os documentos e, consequentemente, uma
segunda guerra mundial, métodos mais eficientes começaram a ser organização adequada, ou seja, as unidades de acondicionamento
experimentados pelos centros e serviços de documentação. Distinguem-se (pastas, catálogos etc.), adotadas na fase corrente serão substituídas por
três tipos de sistemas que, embora tenham atingido diferentes graus de unidades mais adequadas ao funcionamento da fase intermediária, que,
aperfeiçoamento, possuem características comuns: (1) fichas perfuradas e por sua vez, adotara acondicionamento diferente da fase permanente .
selecionadas por processos eletrônicos ou eletromecânicos; (2) sistemas
baseados em métodos fotográficos (geralmente microcópias), com seleção Classificação segundo a valoração dos documentos
fotoelétrica por meio de código; (3) sistemas baseados no registro
Valor administrativo: ou primário, refere-se ao valor que o documento
magnético (em fios, tambores ou núcleos). Com o avanço das técnicas de
apresenta para o funcionamento da instituição. É o valor pelo qual o
informática, foram criados programas mais sofisticados para
documento foi criado (todo documento nasce com um objetivo
armazenamento e recuperação de informações, que podem ser
administrativo) e por isso está presente em todo documento quando de sua
específicas para cada assunto, principalmente no tocante às informações
criação. É um valor temporário, perdendo seu valor administrativo quando
técnicas. A informática tornou ilimitado o campo da documentação.
atingir todas as finalidades que se possam esperar do mesmo para o
A Arquivologia resgata a memória do país, das instituições e da comu- funcionamento da instituição.
nidade e dissemina a cultura, perpetuando a História. O arquivista planeja,
projeta e administra a organização de arquivos, analisando, classificando, Valor histórico: ou secundário, refere-se à possibilidade de uso dos
selecionando, restaurando e conservando documentos. Empregando documentos para fins diferentes daqueles para os quais foram
modernas técnicas de microfilmagem, informática, preservação e restaura- originariamente criados, quando passa a ser considerado fonte de
ção de documentos, o trabalho do arquivista é indispensável nas pesqui- pesquisa e informação para terceiros e para a própria administração. O
sas históricas, sendo, ele próprio, um pesquisador. Seu campo de trabalho documento, após perder seu valor administrativo, pode ou não adquirir

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valor histórico, e uma vez tendo-o adquirido, este se torna definitivo não II - orientar a implementação, coordenação e controle das atividades e
podendo jamais serem eliminados. rotinas de trabalho relacionadas à gestão de documentos nos órgãos
setoriais;
III - promover a disseminação de normas técnicas e informações de in-
teresse para o aperfeiçoamento do sistema junto aos órgãos setoriais do
SIGA;
ARQUIVOLOGIA – LEGISLAÇÃO PERTINENTE
IV - promover e manter intercâmbio de cooperação técnica com institu-
DECRETO Nº 4.915 DE 12 DE DEZEMBRO DE 2003. ições e sistemas afins, nacionais e internacionais;
Dispõe sobre o Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo - SIGA, V - estimular e promover a capacitação, o aperfeiçoamento, o treina-
da administração pública federal, e dá outras providências. mento e a reciclagem dos servidores que atuam na área de gestão de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe documentos de arquivo.
confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em Art. 5o Compete aos órgãos setoriais:
vista o disposto no art. 30 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de
1967, no art. 18 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, e no Decreto no I - implantar, coordenar e controlar as atividades de gestão de docu-
4.073, de 3 de janeiro de 2002, mentos de arquivo, em seu âmbito de atuação e de seus seccionais, em
conformidade com as normas aprovadas pelo Chefe da Casa Civil da
DECRETA: Presidência da República;
Art. 1o Ficam organizadas sob a forma de sistema, com a denomina- II - implementar e acompanhar rotinas de trabalho desenvolvidas, no
ção de Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo - SIGA, as ativida- seu âmbito de atuação e de seus seccionais, visando à padronização dos
des de gestão de documentos no âmbito dos órgãos e entidades da admi- procedimentos técnicos relativos às atividades de produção, classificação,
nistração pública federal. registro, tramitação, arquivamento, preservação, empréstimo, consulta,
§ 1o Para os fins deste Decreto, consideram-se documentos de arqui- expedição, avaliação, transferência e recolhimento ou eliminação de do-
vo aqueles produzidos e recebidos por órgãos e entidades da administra- cumentos de arquivo e ao acesso e às informações neles contidas;
ção pública federal, em decorrência do exercício de funções e atividades III - coordenar a elaboração de código de classificação de documentos
específicas, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos de arquivo, com base nas funções e atividades desempenhadas pelo
documentos. órgão ou entidade, e acompanhar a sua aplicação no seu âmbito de atua-
§ 2o Considera-se gestão de documentos, com base no art. 3o da Lei ção e de seus seccionais;
no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, o conjunto de procedimentos e opera- IV - coordenar a aplicação do código de classificação e da tabela de
ções técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arqui- temporalidade e destinação de documentos de arquivo relativos as ativida-
vamento dos documentos, em fase corrente e intermediária, independente des-meio, instituída para a administração pública federal, no seu âmbito de
do suporte, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda perma- atuação e de seus seccionais;
nente.
V - elaborar, por intermédio da Comissão Permanente de Avaliação de
Art. 2o O SIGA tem por finalidade: Documentos e de que trata o art. 18 do Decreto no 4.073, de 3 de janeiro
I - garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades da administração pú- de 2002, e aplicar, após aprovação do Arquivo Nacional, a tabela de tem-
blica federal, de forma ágil e segura, o acesso aos documentos de arquivo poralidade e destinação de documentos de arquivo relativos às atividades-
e às informações neles contidas, resguardados os aspectos de sigilo e as fim;
restrições administrativas ou legais; VI - promover e manter intercâmbio de cooperação técnica com institu-
II - integrar e coordenar as atividades de gestão de documentos de ar- ições e sistemas afins, nacionais e internacionais;
quivo desenvolvidas pelos órgãos setoriais e seccionais que o integram; VII - proporcionar aos servidores que atuam na área de gestão de do-
III - disseminar normas relativas à gestão de documentos de arquivo; cumentos de arquivo a capacitação, o aperfeiçoamento, o treinamento e a
reciclagem garantindo constante atualização.
IV - racionalizar a produção da documentação arquivística pública;
Art. 6o Fica instituída, junto ao órgão central, a Comissão de Coorde-
V - racionalizar e reduzir os custos operacionais e de armazenagem da nação do SIGA, cabendo-lhe:
documentação arquivística pública;
I - assessorar o órgão central no cumprimento de suas atribuições;
VI - preservar o patrimônio documental arquivístico da administração
pública federal; II - propor políticas, diretrizes e normas relativas à gestão de documen-
tos de arquivo, a serem implantadas nos órgãos e entidades da adminis-
VII - articular-se com os demais sistemas que atuam direta ou indire- tração pública federal, após aprovação do Chefe da Casa Civil da Presi-
tamente na gestão da informação pública federal. dência da República;
Art. 3o Integram o SIGA: III - propor aos órgãos integrantes do SIGA as alterações ou adapta-
ções necessárias ao aperfeiçoamento dos mecanismos de gestão de
I - como órgão central, o Arquivo Nacional;
documentos de arquivo;
II - como órgãos setoriais, as unidades responsáveis pela coordenação
IV - avaliar os resultados da aplicação das normas e propor os ajusta-
das atividades de gestão de documentos de arquivo nos Ministérios e
mentos que se fizerem necessários, visando à modernização e ao aprimo-
órgãos equivalentes;
ramento do SIGA.
III - como órgãos seccionais, as unidades vinculadas aos Ministérios e
Art. 7o Compõem a Comissão de Coordenação do SIGA:
órgãos equivalentes.
I - o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que a presidirá;
Art. 4o Compete ao órgão central:
II - um representante do órgão central, responsável pela coordenação
I - acompanhar e orientar, junto aos órgãos setoriais do SIGA, a apli-
do SIGA, designado pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional;
cação das normas relacionadas à gestão de documentos de arquivos
aprovadas pelo Chefe da Casa Civil da Presidência da República; III - um representante do Sistema de Administração dos Recursos de
Informação e Informática - SISP, indicado pelo Ministro de Estado do
Planejamento, Orçamento e Gestão;

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IV - um representante do Sistema de Serviços Gerais - SISG, indicado Art. 3º A produção, manuseio, consulta, transmissão, manutenção e
pelo Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; guarda de dados ou informações sigilosos observarão medidas especiais
de segurança.
V - os coordenadores das subcomissões dos Ministérios e órgãos e-
quivalentes. Parágrafo único. Toda autoridade responsável pelo trato de dados ou
informações sigilosos providenciará para que o pessoal sob suas ordens
§ Poderão participar das reuniões como membros ad-hoc, por soli-
1o conheça integralmente as medidas de segurança estabelecidas, zelando
citação de seu Presidente, especialistas e consultores com direito a voz e pelo seu fiel cumprimento.
não a voto, quando julgado necessário pela maioria absoluta de seus
membros. Art. 4º Para os efeitos deste Decreto, são estabelecidos os seguintes
conceitos e definições:
§ O Arquivo Nacional promoverá, quarenta e cinco dias após a pu-
2o
blicação deste Decreto, a instalação da Comissão de Coordenação do I - autenticidade: asseveração de que o dado ou informação são ver-
SIGA, em Brasília, para discussão e deliberação, por maioria absoluta de dadeiros e fidedignos tanto na origem quanto no destino;
seus membros, de seu regimento interno a ser encaminhado pelo órgão
central do SIGA para a aprovação do Chefe da Casa Civil da Presidência II - classificação: atribuição, pela autoridade competente, de grau de
da República. sigilo a dado, informação, documento, material, área ou instalação;

Art. 8o Deverão ser constituídas nos Ministérios e nos órgãos equiva- III - comprometimento: perda de segurança resultante do acesso não-
lentes, no prazo máximo de trinta dias após a publicação deste Decreto, autorizado;
subcomissões de coordenação que reúnam representantes dos órgãos IV - credencial de segurança: certificado, concedido por autoridade
seccionais de seu âmbito de atuação com vistas a identificar necessidades competente, que habilita determinada pessoa a ter acesso a dados ou
e harmonizar as proposições a serem apresentadas à Comissão de Coor- informações em diferentes graus de sigilo;
denação do SIGA.
V - desclassificação: cancelamento, pela autoridade competente ou
Parágrafo único. As subcomissões serão presididas por representante pelo transcurso de prazo, da classificação, tornando ostensivos dados ou
designado pelo respectivo Ministro. informações;
Art. 9o Os órgãos setoriais do SIGA vinculam-se ao órgão central para VI - disponibilidade: facilidade de recuperação ou acessibilidade de
os estritos efeitos do disposto neste Decreto, sem prejuízo da subordina- dados e informações;
ção ou vinculação administrativa decorrente de sua posição na estrutura
organizacional dos órgãos e entidades da administração pública federal. VII - grau de sigilo: gradação atribuída a dados, informações, área ou
instalação considerados sigilosos em decorrência de sua natureza ou
Art. 10. Fica instituído sistema de informações destinado à operacio- conteúdo;
nalização do SIGA, com a finalidade de integrar os serviços arquivísticos
dos órgãos e entidades da administração pública federal. VIII - integridade: incolumidade de dados ou informações na origem,
no trânsito ou no destino;
Parágrafo único. Os órgãos setoriais e seccionais são responsáveis
pela alimentação e processamento dos dados necessários ao desenvolvi- IX - investigação para credenciamento: averiguação sobre a existência
mento e manutenção do sistema de que trata o caput deste artigo. dos requisitos indispensáveis para concessão de credencial de segurança;

Art. 11. Compete ao Arquivo Nacional, como órgão central do SIGA, o X - legitimidade: asseveração de que o emissor e o receptor de dados
encaminhamento, para aprovação do Ministro Chefe da Casa Civil da ou informações são legítimos e fidedignos tanto na origem quanto no
Presidência da República, das normas complementares a este Decreto, destino;
deliberadas pela Comissão de Coordenação do SIGA. XI - marcação: aposição de marca assinalando o grau de sigilo;
Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. XII - medidas especiais de segurança: medidas destinadas a garantir
Brasília, 12 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da sigilo, inviolabilidade, integridade, autenticidade, legitimidade e disponibili-
República. dade de dados e informações sigilosos. Também objetivam prevenir,
detectar, anular e registrar ameaças reais ou potenciais a esses dados e
DECRETO Nº 4.553, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2002. informações;
Dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e XIII - necessidade de conhecer: condição pessoal, inerente ao efetivo
materiais sigilosos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, exercício de cargo, função, emprego ou atividade, indispensável para que
no âmbito da Administração Pública Federal, e dá outras providências. uma pessoa possuidora de credencial de segurança, tenha acesso a
dados ou informações sigilosos;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confe-
re o art. 84, incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o XIV - ostensivo: sem classificação, cujo acesso pode ser franqueado;
disposto no art. 23 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991,
XV - reclassificação: alteração, pela autoridade competente, da classi-
DECRETA: ficação de dado, informação, área ou instalação sigilosos;
CAPÍTULO I XVI - sigilo: segredo; de conhecimento restrito a pessoas credencia-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES das; proteção contra revelação não-autorizada; e
Art. 1º Este Decreto disciplina a salvaguarda de dados, informações, XVII - visita: pessoa cuja entrada foi admitida, em caráter excepcional,
documentos e materiais sigilosos, bem como das áreas e instalações onde em área sigilosa.
tramitam.
CAPÍTULO II
Art. 2º São considerados originariamente sigilosos, e serão como tal DO SIGILO E DA SEGURANÇA
classificados, dados ou informações cujo conhecimento irrestrito ou divul- Seção I
gação possa acarretar qualquer risco à segurança da sociedade e do Da Classificação Segundo o Grau de Sigilo
Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da
Art. 5º Os dados ou informações sigilosos serão classificados em ultra-
intimidade da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.
secretos, secretos, confidenciais e reservados, em razão do seu teor ou
Parágrafo único. O acesso a dados ou informações sigilosos é restrito dos seus elementos intrínsecos.
e condicionado à necessidade de conhecer.
§ 1º São passíveis de classificação como ultra-secretos, dentre outros,
dados ou informações referentes à soberania e à integridade territorial

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nacionais, a planos e operações militares, às relações internacionais do Art. 8º Dados ou informações classificados no grau de sigilo ultra-
País, a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico de secreto somente poderão ser reclassificados ou desclassificados, mediante
interesse da defesa nacional e a programas econômicos, cujo conhecimen- decisão da autoridade responsável pela sua classificação.
to não-autorizado possa acarretar dano excepcionalmente grave à segu-
rança da sociedade e do Estado. Art. 9º Para os graus secreto, confidencial e reservado, poderá a auto-
ridade responsável pela classificação ou autoridade hierarquicamente
§ 2º São passíveis de classificação como secretos, dentre outros, da- superior competente para dispor sobre o assunto, respeitados os interes-
dos ou informações referentes a sistemas, instalações, programas, proje- ses da segurança da sociedade e do Estado, alterá-la ou cancelá-la, por
tos, planos ou operações de interesse da defesa nacional, a assuntos meio de expediente hábil de reclassificação ou desclassificação dirigido ao
diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, programas ou insta- detentor da custódia do dado ou informação sigilosos.
lações estratégicos, cujo conhecimento não-autorizado possa acarretar
dano grave à segurança da sociedade e do Estado. Parágrafo único. Na reclassificação, o novo prazo de duração conta-
se a partir da data de produção do dado ou informação. (Redação dada
§ 3º São passíveis de classificação como confidenciais dados ou in- pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
formações que, no interesse do Poder Executivo e das partes, devam ser
de conhecimento restrito e cuja revelação não-autorizada possa frustrar Art. 10. A desclassificação de dados ou informações nos graus ultra-
seus objetivos ou acarretar dano à segurança da sociedade e do Estado. secreto, confidencial e reservado será automática após transcorridos os
prazos previstos nos incisos I, II, III e IV do art. 7o, salvo no caso de sua
§ 4º São passíveis de classificação como reservados dados ou infor- prorrogação, quando então a desclassificação ocorrerá ao final de seu
mações cuja revelação não-autorizada possa comprometer planos, opera- termo. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
ções ou objetivos neles previstos ou referidos.
Art. 11. Dados ou informações sigilosos de guarda permanente que fo-
Art. 6º A classificação no grau ultra-secreto é de competência das se- rem objeto de desclassificação serão encaminhados à instituição arquivís-
guintes autoridades: tica pública competente, ou ao arquivo permanente do órgão público,
entidade pública ou instituição de caráter público, para fins de organização,
I - Presidente da República; (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, preservação e acesso.
de 2004)
Parágrafo único. Consideram-se de guarda permanente os dados ou
II - Vice-Presidente da República; (Redação dada pelo Decreto nº informações de valor histórico, probatório e informativo que devam ser
5.301, de 2004) definitivamente preservados.
III - Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; Art. 12. A indicação da reclassificação ou da desclassificação de da-
(Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004) dos ou informações sigilosos deverá constar das capas, se houver, e da
IV - Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e (Reda- primeira página.
ção dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004) CAPÍTULO III
V - Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no ex- DA GESTÃO DE DADOS OU INFORMAÇÕES SIGILOSOS
terior. (Incluído pelo Decreto nº 5.301, de 2004) Seção I
Dos Procedimentos para Classificação de Documentos
§ 1o Excepcionalmente, a competência prevista no caput pode ser de-
legada pela autoridade responsável a agente público em missão no exteri- Art. 13. As páginas, os parágrafos, as seções, as partes componentes
or. (Incluído pelo Decreto nº 5.301, de 2004) ou os anexos de um documento sigiloso podem merecer diferentes classi-
ficações, mas ao documento, no seu todo, será atribuído o grau de sigilo
§ 2o Além das autoridades estabelecidas no caput, podem atribuir mais elevado, conferido a quaisquer de suas partes.
grau de sigilo: (Renumerado do parágrafo único pelo Decreto nº 5.301, de
2004) Art. 14. A classificação de um grupo de documentos que formem um
conjunto deve ser a mesma atribuída ao documento classificado com o
I - secreto: as autoridades que exerçam funções de direção, comando, mais alto grau de sigilo.
chefia ou assessoramento, de acordo com regulamentação específica de
cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal; e (Redação Art. 15. A publicação dos atos sigilosos, se for o caso, limitar-se-á aos
dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004) seus respectivos números, datas de expedição e ementas, redigidas de
modo a não comprometer o sigilo.
II - confidencial e reservado: os servidores civis e militares, de acordo
com regulamentação específica de cada órgão ou entidade da Administra- Art. 16. Os mapas, planos-relevo, cartas e fotocartas baseados em fo-
ção Pública Federal. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004) tografias aéreas ou em seus negativos serão classificados em razão dos
detalhes que revelem e não da classificação atribuída às fotografias ou
Art. 7o Os prazos de duração da classificação a que se refere este negativos que lhes deram origem ou das diretrizes baixadas para obtê-las.
Decreto vigoram a partir da data de produção do dado ou informação e são
os seguintes: (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004) Art. 17. Poderão ser elaborados extratos de documentos sigilosos, pa-
ra sua divulgação ou execução, mediante consentimento expresso:
I - ultra-secreto: máximo de trinta anos; (Redação dada pelo Decreto
nº 5.301, de 2004) I - da autoridade classificadora, para documentos ultra-secretos;

II - secreto: máximo de vinte anos;(Redação dada pelo Decreto nº II - da autoridade classificadora ou autoridade hierarquicamente supe-
5.301, de 2004) rior competente para dispor sobre o assunto, para documentos secretos; e

III - confidencial: máximo de dez anos; e (Redação dada pelo Decreto III - da autoridade classificadora, destinatária ou autoridade hierarqui-
nº 5.301, de 2004) camente superior competente para dispor sobre o assunto, para documen-
tos confidenciais e reservados, exceto quando expressamente vedado no
IV - reservado: máximo de cinco anos. (Redação dada pelo Decreto nº próprio documento.
5.301, de 2004)
Parágrafo único. Aos extratos de que trata este artigo serão atribuídos
Parágrafo único. Os prazos de classificação poderão ser prorrogados graus de sigilo iguais ou inferiores àqueles atribuídos aos documentos que
uma vez, por igual período, pela autoridade responsável pela classificação lhes deram origem, salvo quando elaborados para fins de divulgação.
ou autoridade hierarquicamente superior competente para dispor sobre a
matéria. (Incluído pelo Decreto nº 5.301, de 2004) Seção II
Do Documento Sigiloso Controlado
Seção II
Da Reclassificação e da Desclassificação Art. 18. Documento Sigiloso Controlado (DSC) é aquele que, por sua
importância, requer medidas adicionais de controle, incluindo:

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I - identificação dos destinatários em protocolo e recibo próprios, Art. 26. A expedição de documento secreto, confidencial ou reservado
quando da difusão; poderá ser feita mediante serviço postal, com opção de registro, mensagei-
ro oficialmente designado, sistema de encomendas ou, se for o caso, mala
II - lavratura de termo de custódia e registro em protocolo específico; diplomática.
III - lavratura anual de termo de inventário, pelo órgão ou entidade ex- Parágrafo único. A comunicação dos assuntos de que trata este artigo
pedidores e pelo órgão ou entidade receptores; e poderá ser feita por outros meios, desde que sejam usados recursos de
IV - lavratura de termo de transferência, sempre que se proceder à criptografia compatíveis com o grau de sigilo do documento, conforme
transferência de sua custódia ou guarda. previsto no art. 42.

Parágrafo único. O termo de inventário e o termo de transferência se- Seção V


rão elaborados de acordo com os modelos constantes dos Anexos I e II Do Registro, da Tramitação e da Guarda
deste Decreto e ficarão sob a guarda de um órgão de controle. Art. 27. Cabe aos responsáveis pelo recebimento de documentos sigi-
Art. 19. O documento ultra-secreto é, por sua natureza, considerado losos:
DSC, desde sua classificação ou reclassificação. I - verificar a integridade e registrar, se for o caso, indícios de violação
Parágrafo único. A critério da autoridade classificadora ou autoridade ou de qualquer irregularidade na correspondência recebida, dando ciência
hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto, o do fato ao seu superior hierárquico e ao destinatário, o qual informará
disposto no caput pode-se aplicar aos demais graus de sigilo. imediatamente ao remetente; e

Seção III II - proceder ao registro do documento e ao controle de sua tramitação.


Da Marcação Art. 28. O envelope interno só será aberto pelo destinatário, seu repre-
Art. 20. A marcação, ou indicação do grau de sigilo, deverá ser feita sentante autorizado ou autoridade competente hierarquicamente superior.
em todas as páginas do documento e nas capas, se houver. Parágrafo único. Envelopes contendo a marca pessoal só poderão ser
§ 1º As páginas serão numeradas seguidamente, devendo cada uma abertos pelo próprio destinatário.
conter, também, indicação do total de páginas que compõem o documento. Art. 29. O destinatário de documento sigiloso comunicará imediata-
§ 2º O DSC também expressará, nas capas, se houver, e em todas as mente ao remetente qualquer indício de violação ou adulteração do docu-
suas páginas, a expressão "Documento Sigiloso Controlado (DSC)" e o mento.
respectivo número de controle. Art. 30. Os documentos sigilosos serão mantidos ou guardados em
Art. 21. A marcação em extratos de documentos, rascunhos, esboços condições especiais de segurança, conforme regulamento.
e desenhos sigilosos obedecerá ao prescrito no art. 20. § 1º Para a guarda de documentos ultra-secretos e secretos é obriga-
Art. 22. A indicação do grau de sigilo em mapas, fotocartas, cartas, fo- tório o uso de cofre forte ou estrutura que ofereça segurança equivalente
tografias, ou em quaisquer outras imagens sigilosas obedecerá às normas ou superior.
complementares adotadas pelos órgãos e entidades da Administração § 2º Na impossibilidade de se adotar o disposto no § 1º, os documen-
Pública. tos ultra-secretos deverão ser mantidos sob guarda armada.
Art. 23. Os meios de armazenamento de dados ou informações sigilo- Art. 31. Os agentes responsáveis pela guarda ou custódia de docu-
sos serão marcados com a classificação devida em local adequado. mentos sigilosos os transmitirão a seus substitutos, devidamente conferi-
Parágrafo único. Consideram-se meios de armazenamento documen- dos, quando da passagem ou transferência de responsabilidade.
tos tradicionais, discos e fitas sonoros, magnéticos ou ópticos e qualquer Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo aos responsáveis
outro meio capaz de armazenar dados e informações. pela guarda ou custódia de material sigiloso.
Seção IV Seção VI
Da Expedição e da Comunicação de Documentos Sigilosos Da Reprodução
Art. 24. Os documentos sigilosos em suas expedição e tramitação o- Art. 32. A reprodução do todo ou de parte de documento sigiloso terá o
bedecerão às seguintes prescrições: mesmo grau de sigilo do documento original.
I - serão acondicionados em envelopes duplos; § 1º A reprodução total ou parcial de documentos sigilosos controlados
II - no envelope externo não constará qualquer indicação do grau de condiciona-se à autorização expressa da autoridade classificadora ou
sigilo ou do teor do documento; autoridade hierarquicamente superior competente para dispor sobre o
assunto.
III - no envelope interno serão apostos o destinatário e o grau de sigilo
do documento, de modo a serem identificados logo que removido o enve- § 2º Eventuais cópias decorrentes de documentos sigilosos serão au-
lope externo; tenticadas pelo chefe da Comissão a que se refere o art. 35 deste Decreto,
no âmbito dos órgãos e entidades públicas ou instituições de caráter
IV - o envelope interno será fechado, lacrado e expedido mediante re- público.
cibo, que indicará, necessariamente, remetente, destinatário e número ou
outro indicativo que identifique o documento; e § 3º Serão fornecidas certidões de documentos sigilosos que não pu-
derem ser reproduzidos devido a seu estado de conservação, desde que
V - sempre que o assunto for considerado de interesse exclusivo do necessário como prova em juízo.
destinatário, será inscrita a palavra pessoal no envelope contendo o docu-
mento sigiloso. Art. 33. O responsável pela produção ou reprodução de documentos
sigilosos deverá providenciar a eliminação de notas manuscritas, tipos,
Art. 25. A expedição, condução e entrega de documento ultra-secreto, clichês, carbonos, provas ou qualquer outro recurso, que possam dar
em princípio, será efetuada pessoalmente, por agente público autorizado, origem a cópia não-autorizada do todo ou parte.
sendo vedada a sua postagem.
Art. 34. Sempre que a preparação, impressão ou, se for o caso, repro-
Parágrafo único. A comunicação de assunto ultra-secreto de outra dução de documento sigiloso for efetuada em tipografias, impressoras,
forma que não a prescrita no caput só será permitida excepcionalmente e oficinas gráficas ou similar, essa operação deverá ser acompanhada por
em casos extremos, que requeiram tramitação e solução imediatas, em pessoa oficialmente designada, que será responsável pela garantia do
atendimento ao princípio da oportunidade e considerados os interesses da sigilo durante a confecção do documento, observado o disposto no art. 33.
segurança da sociedade e do Estado.

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Seção VII Art. 42. Ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 44, os pro-
Da Avaliação, da Preservação e da Eliminação gramas, aplicativos, sistemas e equipamentos de criptografia para uso
oficial no âmbito da União são considerados sigilosos e deverão, antecipa-
Art. 35. As entidades e órgãos públicos constituirão Comissão Perma- damente, ser submetidos à certificação de conformidade da Secretaria
nente de Avaliação de Documentos Sigilosos (CPADS), com as seguintes Executiva do Conselho de Defesa Nacional.
atribuições:
Art. 43. Entende-se como oficial o uso de código, cifra ou sistema de
I - analisar e avaliar periodicamente a documentação sigilosa produzi- criptografia no âmbito de órgãos e entidades públicos e instituições de
da e acumulada no âmbito de sua atuação; caráter público.
II - propor, à autoridade responsável pela classificação ou autoridade Parágrafo único. É vedada a utilização para outro fim que não seja em
hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto, reno- razão do serviço.
vação dos prazos a que se refere o art. 7º;
Art. 44. Aplicam-se aos programas, aplicativos, sistemas e equipamen-
III - propor, à autoridade responsável pela classificação ou autoridade tos de criptografia todas as medidas de segurança previstas neste Decreto
hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto, altera- para os documentos sigilosos controlados e os seguintes procedimentos:
ção ou cancelamento da classificação sigilosa, em conformidade com o
disposto no art. 9º deste Decreto; I - realização de vistorias periódicas, com a finalidade de assegurar
uma perfeita execução das operações criptográficas;
IV - determinar o destino final da documentação tornada ostensiva, se-
lecionando os documentos para guarda permanente; e II - manutenção de inventários completos e atualizados do material de
criptografia existente;
V - autorizar o acesso a documentos sigilosos, em atendimento ao
disposto no art. 39. III - designação de sistemas criptográficos adequados a cada destina-
tário;
Parágrafo único. Para o perfeito cumprimento de suas atribuições e
responsabilidades, a CPADS poderá ser subdividida em subcomissões. IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à autoridade competente,
de qualquer anormalidade relativa ao sigilo, à inviolabilidade, à integridade,
Art. 36. Os documentos permanentes de valor histórico, probatório e à autenticidade, à legitimidade e à disponibilidade de dados ou informa-
informativo não podem ser desfigurados ou destruídos, sob pena de res- ções criptografados; e
ponsabilidade penal, civil e administrativa, nos termos da legislação em
vigor. V - identificação de indícios de violação ou interceptação ou de irregu-
laridades na transmissão ou recebimento de dados e informações cripto-
CAPÍTULO IV grafados.
DO ACESSO
Parágrafo único. Os dados e informações sigilosos, constantes de do-
Art. 37. O acesso a dados ou informações sigilosos em órgãos e enti- cumento produzido em meio eletrônico, serão assinados e criptografados
dades públicos e instituições de caráter público é admitido: mediante o uso de certificados digitais emitidos pela Infra-Estrutura de
I - ao agente público, no exercício de cargo, função, emprego ou ativi- Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
dade pública, que tenham necessidade de conhecê-los; e Art. 45. Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção de
II - ao cidadão, naquilo que diga respeito à sua pessoa, ao seu inte- documentos com grau de sigilo ultra-secreto só poderão estar ligados a
resse particular ou do interesse coletivo ou geral, mediante requerimento redes de computadores seguras, e que sejam física e logicamente isoladas
ao órgão ou entidade competente. de qualquer outra.

§ 1º Todo aquele que tiver conhecimento, nos termos deste Decreto, Art. 46. A destruição de dados sigilosos deve ser feita por método que
de assuntos sigilosos fica sujeito às sanções administrativas, civis e penais sobrescreva as informações armazenadas. Se não estiver ao alcance do
decorrentes da eventual divulgação dos mesmos. órgão a destruição lógica, deverá ser providenciada a destruição física por
incineração dos dispositivos de armazenamento.
§ 2º Os dados ou informações sigilosos exigem que os procedimentos
ou processos que vierem a instruir também passem a ter grau de sigilo Art. 47. Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção de
idêntico. documentos com grau de sigilo secreto, confidencial e reservado só pode-
rão integrar redes de computadores que possuam sistemas de criptografia
§ 3º Serão liberados à consulta pública os documentos que contenham e segurança adequados a proteção dos documentos.
informações pessoais, desde que previamente autorizada pelo titular ou
por seus herdeiros. Art. 48. O armazenamento de documentos sigilosos, sempre que pos-
sível, deve ser feito em mídias removíveis que podem ser guardadas com
Art. 38. O acesso a dados ou informações sigilosos, ressalvado o pre- maior facilidade.
visto no inciso II do artigo anterior, é condicionado à emissão de credencial
de segurança no correspondente grau de sigilo, que pode ser limitada no CAPÍTULO VI
tempo. DAS ÁREAS E INSTALAÇÕES SIGILOSAS

Parágrafo único. A credencial de segurança de que trata o caput deste Art. 49. A classificação de áreas e instalações será feita em razão dos
artigo classifica-se nas categorias de ultra-secreto, secreto, confidencial e dados ou informações sigilosos que contenham ou que no seu interior
reservado. sejam produzidos ou tratados, em conformidade com o art. 5º.

Art. 39. O acesso a qualquer documento sigiloso resultante de acordos Art. 50. Aos titulares dos órgãos e entidades públicos e das instituições
ou contratos com outros países atenderá às normas e recomendações de de caráter público caberá a adoção de medidas que visem à definição,
sigilo constantes destes instrumentos. demarcação, sinalização, segurança e autorização de acesso às áreas
sigilosas sob sua responsabilidade.
Art. 40. A negativa de autorização de acesso deverá ser justificada.
Art. 51. O acesso de visitas a áreas e instalações sigilosas será disci-
CAPÍTULO V plinado por meio de instruções especiais dos órgãos, entidades ou institui-
DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ções interessados.
Art. 41. A comunicação de dados e informações sigilosos por meio de Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não é considerado visita o
sistemas de informação será feita em conformidade com o disposto nos agente público ou o particular que oficialmente execute atividade pública
arts. 25 e 26. diretamente vinculada à elaboração de estudo ou trabalho considerado
sigiloso no interesse da segurança da sociedade e do Estado.

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CAPÍTULO VII d) identificação, para fins de concessão de credencial de segurança,
DO MATERIAL SIGILOSO das pessoas que, em nome do contratado, terão acesso a material, dados
Seção I e informações sigilosos; e
Das Generalidades
e) responsabilidade do contratado pela segurança do objeto subcon-
Art. 52. O titular de órgão ou entidade pública, responsável por projeto tratado, no todo ou em parte.
ou programa de pesquisa, que julgar conveniente manter sigilo sobre
determinado material ou suas partes, em decorrência de aperfeiçoamento, Art. 60. Aos órgãos e entidades públicos, bem como às instituições de
prova, produção ou aquisição, deverá providenciar para que lhe seja caráter público, a que os contratantes estejam vinculados, cabe providen-
atribuído o grau de sigilo adequado. ciar para que seus fiscais ou representantes adotem as medidas necessá-
rias para a segurança dos documentos ou materiais sigilosos em poder dos
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo ao titular de órgão contratados ou subcontratados, ou em curso de fabricação em suas insta-
ou entidade públicos ou de instituições de caráter público encarregada da lações.
fiscalização e do controle de atividades de entidade privada, para fins de
produção ou exportação de material de interesse da Defesa Nacional. CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 53. Os titulares de órgãos ou entidades públicos encarregados da
preparação de planos, pesquisas e trabalhos de aperfeiçoamento ou de Art. 61. O disposto neste Decreto aplica-se a material, área, instalação
novo projeto, prova, produção, aquisição, armazenagem ou emprego de e sistema de informação cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
material sigiloso são responsáveis pela expedição das instruções adicio- sociedade e do Estado.
nais que se tornarem necessárias à salvaguarda dos assuntos com eles Art. 62. Os órgãos e entidades públicos e instituições de caráter públi-
relacionados. co exigirão termo de compromisso de manutenção de sigilo dos seus
Art. 54. Todos os modelos, protótipos, moldes, máquinas e outros ma- servidores, funcionários e empregados que direta ou indiretamente tenham
teriais similares considerados sigilosos e que sejam objeto de contrato de acesso a dados ou informações sigilosos.
qualquer natureza, como empréstimo, cessão, arrendamento ou locação, Parágrafo único. Os agentes de que trata o caput deste artigo com-
serão adequadamente marcados para indicar o seu grau de sigilo. prometem-se a, após o desligamento, não revelar ou divulgar dados ou
Art. 55. Dados ou informações sigilosos concernentes a programas informações sigilosos dos quais tiverem conhecimento no exercício de
técnicos ou aperfeiçoamento de material somente serão fornecidos aos cargo, função ou emprego público.
que, por suas funções oficiais ou contratuais, a eles devam ter acesso. Art. 63. Os agentes responsáveis pela custódia de documentos e ma-
Parágrafo único. Os órgãos e entidades públicos controlarão e coor- teriais e pela segurança de áreas, instalações ou sistemas de informação
denarão o fornecimento às pessoas físicas e jurídicas interessadas os de natureza sigilosa sujeitam-se às normas referentes ao sigilo profissio-
dados e informações necessários ao desenvolvimento de programas. nal, em razão do ofício, e ao seu código de ética específico, sem prejuízo
de sanções penais.
Seção II
Do Transporte Art. 64. Os órgãos e entidades públicos e instituições de caráter públi-
co promoverão o treinamento, a capacitação, a reciclagem e o aperfeiçoa-
Art. 56. A definição do meio de transporte a ser utilizado para deslo- mento de pessoal que desempenhe atividades inerentes à salvaguarda de
camento de material sigiloso é responsabilidade do detentor da custódia e documentos, materiais, áreas, instalações e sistemas de informação de
deverá considerar o respectivo grau de sigilo. natureza sigilosa.
§ 1º O material sigiloso poderá ser transportado por empresas para tal Art. 65. Toda e qualquer pessoa que tome conhecimento de documen-
fim contratadas. to sigiloso, nos termos deste Decreto fica, automaticamente, responsável
pela preservação do seu sigilo.
§ 2º As medidas necessárias para a segurança do material transporta-
do serão estabelecidas em entendimentos prévios, por meio de cláusulas Art. 66. Na classificação dos documentos será utilizado, sempre que
contratuais específicas, e serão de responsabilidade da empresa contrata- possível, o critério menos restritivo possível.
da.
Art. 67. A critério dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal
Art. 57. Sempre que possível, os materiais sigilosos serão tratados se- serão expedidas instruções complementares, que detalharão os procedi-
gundo os critérios indicados para a expedição de documentos sigilosos. mentos necessários à plena execução deste Decreto.
Art. 58. A critério da autoridade competente, poderão ser empregados Art. 68. Este Decreto entra em vigor após quarenta e cinco dias da da-
guardas armados, civis ou militares, para o transporte de material sigiloso. ta de sua publicação.
CAPÍTULO VIII Art. 69. Ficam revogados os Decretos nºs 2.134, de 24 de janeiro
DOS CONTRATOS de 1997, 2.910, de 29 de dezembro de 1998, e 4.497, de 4 de dezembro
de 2002.
Art. 59. A celebração de contrato cujo objeto seja sigiloso, ou que sua
execução implique a divulgação de desenhos, plantas, materiais, dados ou Brasília, 27 de dezembro de 2002; 181º da Independência e 114º da
informações de natureza sigilosa, obedecerá aos seguintes requisitos: República.
I - o conhecimento da minuta de contrato estará condicionado à assi- LEI No 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991.
natura de termo de compromisso de manutenção de sigilo pelos interessa-
dos na contratação; e Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá
outras providências.
II - o estabelecimento de cláusulas prevendo a:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
a) possibilidade de alteração do contrato para inclusão de cláusula de cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
segurança não estipulada por ocasião da sua assinatura;
CAPÍTULO I
b) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo ao objeto contra- Disposições Gerais
tado, bem como à sua execução;
Art. 1º É dever do Poder Público a gestão documental e a de proteção
c) obrigação de o contratado adotar as medidas de segurança ade- especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à adminis-
quadas, no âmbito das atividades sob seu controle, para a manutenção do tração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova
sigilo relativo ao objeto contratado; e informação.

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Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o Poder Público exer-
documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de cerá preferência na aquisição.
caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de
atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos privados identificados
suporte da informação ou a natureza dos documentos. como de interesse público e social poderá ser franqueado mediante autori-
zação de seu proprietário ou possuidor.
Art. 3º Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimen-
tos e operações técnicas à sua produção, tramitação, uso, avaliação e Art. 15. Os arquivos privados identificados como de interesse público e
arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação social poderão ser depositados a título revogável, ou doados a instituições
ou recolhimento para guarda permanente. arquivísticas públicas.

Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de Art. 16. Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzi-
seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em dos anteriormente à vigência do Código Civil ficam identificados como de
documentos de arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de interesse público e social.
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos sigilo seja imprescindível à CAPÍTULO IV
segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da Da Organização e Administração de Instituições Arquivísticas Públi-
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. cas
Art. 5º A Administração Pública franqueará a consulta aos documentos Art. 17. A administração da documentação pública ou de caráter públi-
públicos na forma desta lei. co compete às instituições arquivísticas federais, estaduais, do Distrito
Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização pelo dano material ou Federal e municipais.
moral decorrente da violação do sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil § 1º São Arquivos Federais o Arquivo Nacional do Poder Executivo, e
e administrativa. os arquivos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. São considerados,
CAPÍTULO II também, do Poder Executivo os arquivos do Ministério da Marinha, do
Dos Arquivos Públicos Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do Exército e do Ministé-
rio da Aeronáutica.
Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzi-
dos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de § 2º São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder Executivo, o arquivo
âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário.
suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. § 3º São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Poder Executivo, o
§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e Arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário.
recebidos por instituições de caráter público, por entidades privadas encar- § 4º São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Executivo e o arquivo
regadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades. do Poder Legislativo.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter pú- § 5º Os arquivos públicos dos Territórios são organizados de acordo
blico implica o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística com sua estrutura político-jurídica.
pública ou a sua transferência à instituição sucessora.
Art. 18. Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos
Art. 8º Os documentos públicos são identificados como correntes, in- documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem
termediários e permanentes. como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e
§ 1º Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, acompanhar e implementar a política nacional de arquivos.
mesmo sem movimentação, constituam de consultas frequentes. Parágrafo único. Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo
§ 2º Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sen- Nacional poderá criar unidades regionais.
do de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse admi- Art. 19. Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão
nistrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda per- e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder
manente. Legislativo Federal no exercício das suas funções, bem como preservar e
§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de va- facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.
lor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente pre- Art. 20. Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão
servados. e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder
Art. 9º A eliminação de documentos produzidos por instituições públi- Judiciário Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo e
cas e de caráter público será realizada mediante autorização da instituição oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar e facultar o aces-
arquivística pública, na sua específica esfera de competência. so aos documentos sob sua guarda.

Art. 10º Os documentos de valor permanente são inalienáveis e im- Art. 21. Legislação estadual, do Distrito Federal e municipal definirá os
prescritíveis. critérios de organização e vinculação dos arquivos estaduais e municipais,
bem como a gestão e o acesso aos documentos, observado o disposto na
CAPÍTULO III Constituição Federal e nesta lei.
Dos Arquivos Privados
CAPÍTULO V
Art. 11. Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos Do Acesso e do Sigilo dos Documentos Públicos
produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência
de suas atividades. Art. 22. É assegurado o direito de acesso pleno aos documentos públi-
cos.
Art. 12. Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Pú-
blico como de interesse público e social, desde que sejam considerados Art. 23. Decreto fixará as categorias de sigilo que deverão ser obede-
como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento cidas pelos órgãos públicos na classificação dos documentos por eles
científico nacional. produzidos.

Art. 13. Os arquivos privados identificados como de interesse público e § 1º Os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da
social não poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da
documental, nem transferidos para o exterior. inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das
pessoas são originariamente sigilosos.

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§ 2º O acesso aos documentos sigilosos referentes à segurança da duzidos ou recebidos em decorrência das funções executiva, legislativa e
sociedade e do Estado será restrito por um prazo máximo de 30 (trinta) judiciária;
anos, a contar da data de sua produção, podendo esse prazo ser prorro-
gado, por uma única vez, por igual período. VI - subsidiar a elaboração de planos nacionais de desenvolvimento,
sugerindo metas e prioridades da política nacional de arquivos públicos e
§ 3º O acesso aos documentos sigilosos referente à honra e à imagem privados;
das pessoas será restrito por um prazo máximo de 100 (cem) anos, a
contar da sua data de produção. VII - estimular a implantação de sistemas de arquivos nos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário da União, dos Estados, do Distrito Fede-
Art. 24. Poderá o Poder Judiciário, em qualquer instância, determinar a ral e nos Poderes Executivo e Legislativo dos Municípios;
exibição reservada de qualquer documento sigiloso, sempre que indispen-
sável à defesa de direito próprio ou esclarecimento de situação pessoal da VIII - estimular a integração e modernização dos arquivos públicos e
parte. privados;

Parágrafo único. Nenhuma norma de organização administrativa será IX - identificar os arquivos privados de interesse público e social, nos
interpretada de modo a, por qualquer forma, restringir o disposto neste termos do art. 12 da Lei no 8.159, de 1991;
artigo. X - propor ao Presidente da República, por intermédio do Chefe da
Disposições Finais Casa Civil da Presidência da República, a declaração de interesse público
e social de arquivos privados;
Art. 25. Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa,
na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir docu- XI - estimular a capacitação técnica dos recursos humanos que de-
mentos de valor permanente ou considerado como de interesse público e senvolvam atividades de arquivo nas instituições integrantes do SINAR;
social. XII - recomendar providências para a apuração e a reparação de atos
Art. 26. Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), órgão lesivos à política nacional de arquivos públicos e privados;
vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, XIII - promover a elaboração do cadastro nacional de arquivos públicos
como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos (Sinar). e privados, bem como desenvolver atividades censitárias referentes a
§ 1º O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor- arquivos;
Geral do Arquivo Nacional e integrado por representantes de instituições XIV - manter intercâmbio com outros conselhos e instituições, cujas fi-
arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas. nalidades sejam relacionadas ou complementares às suas, para prover e
§ 2º A estrutura e funcionamento do conselho criado neste artigo serão receber elementos de informação e juízo, conjugar esforços e encadear
estabelecidos em regulamento. ações;

Art. 27. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. XV - articular-se com outros órgãos do Poder Público formuladores de
políticas nacionais nas áreas de educação, cultura, ciência, tecnologia,
Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário. informação e informática.
Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da Independência e 103º da Repú- Art. 3o São membros conselheiros do CONARQ:
blica.
I - o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o presidirá;
DECRETO Nº 4.073, DE 3 DE JANEIRO DE 2002. II - dois representantes do Poder Executivo Federal;
Regulamenta a Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe so-
no III - dois representantes do Poder Judiciário Federal;
bre a política nacional de arquivos públicos e privados.
IV - dois representantes do Poder Legislativo Federal;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confe-
re o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei V - um representante do Arquivo Nacional;
no 8.159, de 8 de janeiro de 1991,
VI - dois representantes dos Arquivos Públicos Estaduais e do Distrito
DECRETA: Federal;
Capítulo I VII - dois representantes dos Arquivos Públicos Municipais;
DO CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS
VIII - um representante das instituições mantenedoras de curso supe-
Art. 1o O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, órgão colegiado, rior de arquivologia;
vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei no 8.159, de 8 de
IX - um representante de associações de arquivistas;
janeiro de 1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos
públicos e privados, bem como exercer orientação normativa visando à X - três representantes de instituições que congreguem profissionais
gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo. que atuem nas áreas de ensino, pesquisa, preservação ou acesso a fontes
documentais.
Art. 2o Compete ao CONARQ:
§ 1o Cada Conselheiro terá um suplente.
I - estabelecer diretrizes para o funcionamento do Sistema Nacional de
Arquivos - SINAR, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos § 2o Os membros referidos nos incisos III e IV e respectivos suplentes
documentos de arquivos; serão designados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e pelos
Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectiva-
II - promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados
mente.
com vistas ao intercâmbio e à integração sistêmica das atividades arquivís-
ticas; § 3o Os conselheiros e suplentes referidos nos inciso II e V a X serão
designados pelo Presidente da República, a partir de listas apresentadas
III - propor ao Chefe da Casa Civil da Presidência da República nor-
pelo Chefe da Casa Civil da Presidência da República, mediante indica-
mas legais necessárias ao aperfeiçoamento e à implementação da política
ções dos dirigentes dos órgãos e entidades representados.
nacional de arquivos públicos e privados;
§ 4o O mandato dos Conselheiros será de dois anos, permitida uma
IV - zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e legais
recondução.
que norteiam o funcionamento e o acesso aos arquivos públicos;
§ 5o O Presidente do CONARQ, em suas faltas e impedimentos, será
V - estimular programas de gestão e de preservação de documentos
substituído por seu substituto legal no Arquivo Nacional.
públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, pro-
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Art. Caberá ao Arquivo Nacional dar o apoio técnico e administrati-
4o IV - garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanen-
vo ao CONARQ. te;
Art. 5o O Plenário, órgão superior de deliberação do CONARQ, reunir- V - apresentar sugestões ao CONARQ para o aprimoramento do SI-
se-á, em caráter ordinário, no mínimo, uma vez a cada quatro meses e, NAR;
extraordinariamente, mediante convocação de seu Presidente ou a reque-
rimento de dois terços de seus membros. VI - prestar informações sobre suas atividades ao CONARQ;

§ 1o O CONARQ funcionará na sede do Arquivo Nacional. VII - apresentar subsídios ao CONARQ para a elaboração de dispositi-
vos legais necessários ao aperfeiçoamento e à implementação da política
§ 2o As reuniões do CONARQ poderão ser convocadas para local fora nacional de arquivos públicos e privados;
da sede do Arquivo Nacional, por deliberação do Plenário ou ad referen-
dum deste, sempre que razão superior indicar a conveniência de adoção VIII - promover a integração e a modernização dos arquivos em sua
dessa medida. esfera de atuação;

Art. 6o O CONARQ somente se reunirá para deliberação com o quo- IX - propor ao CONARQ os arquivos privados que possam ser consi-
rum mínimo de dez conselheiros. derados de interesse público e social;

Art. 7o O CONARQ poderá constituir câmaras técnicas e comissões X - comunicar ao CONARQ, para as devidas providências, atos lesivos
especiais, com a finalidade de elaborar estudos, normas e outros instru- ao patrimônio arquivístico nacional;
mentos necessários à implementação da política nacional de arquivos XI - colaborar na elaboração de cadastro nacional de arquivos públicos
públicos e privados e ao funcionamento do SINAR, bem como câmaras e privados, bem como no desenvolvimento de atividades censitárias refe-
setoriais, visando a identificar, discutir e propor soluções para questões rentes a arquivos;
temáticas que repercutirem na estrutura e organização de segmentos
específicos de arquivos, interagindo com as câmaras técnicas. XII - possibilitar a participação de especialistas nas câmaras técnicas,
câmaras setoriais e comissões especiais constituídas pelo CONARQ;
Parágrafo único. Os integrantes das câmaras e comissões serão de-
signados pelo Presidente do CONARQ, ad referendum do Plenário. XIII - proporcionar aperfeiçoamento e reciclagem aos técnicos da área
de arquivo, garantindo constante atualização.
Art. 8o É considerado de natureza relevante, não ensejando qualquer
remuneração, o exercício das atividades de Conselheiro do CONARQ e de Art. 14. Os integrantes do SINAR seguirão as diretrizes e normas e-
integrante das câmaras e comissões. manadas do CONARQ, sem prejuízo de sua subordinação e vinculação
administrativa.
Art. 9o A aprovação do regimento interno do CONARQ, mediante pro-
posta deste, é da competência do Chefe da Casa Civil da Presidência da Capítulo III
República. DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS

Capítulo II Art. 15. São arquivos públicos os conjuntos de documentos:


DO SISTEMA NACIONAL DE ARQUIVOS I - produzidos e recebidos por órgãos e entidades públicas federais,
Art. 10. O SINAR tem por finalidade implementar a política nacional de estaduais, do Distrito Federal e municipais, em decorrência de suas fun-
arquivos públicos e privados, visando à gestão, à preservação e ao acesso ções administrativas, legislativas e judiciárias;
aos documentos de arquivo. II - produzidos e recebidos por agentes do Poder Público, no exercício
Art. 11. O SINAR tem como órgão central o CONARQ. de seu cargo ou função ou deles decorrente;

Art. 12. Integram o SINAR: III - produzidos e recebidos pelas empresas públicas e pelas socieda-
des de economia mista;
I - o Arquivo Nacional;
IV - produzidos e recebidos pelas Organizações Sociais, definidas co-
II - os arquivos do Poder Executivo Federal; mo tal pela Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, e pelo Serviço Social
III - os arquivos do Poder Legislativo Federal; Autônomo Associação das Pioneiras Sociais, instituído pela Lei no 8.246,
de 22 de outubro de 1991.
IV - os arquivos do Poder Judiciário Federal;
Parágrafo único. A sujeição dos entes referidos no inciso IV às nor-
V - os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá- mas arquivísticas do CONARQ constará dos Contratos de Gestão com o
rio; Poder Público.
VI - os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, Legislativo Art. 16. Às pessoas físicas e jurídicas mencionadas no art. 15 compe-
e Judiciário; te a responsabilidade pela preservação adequada dos documentos produ-
zidos e recebidos no exercício de atividades públicas.
VII - os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo.
Art. 17. Os documentos públicos de valor permanente, que integram o
§ 1o Os arquivos referidos nos incisos II a VII, quando organizados acervo arquivístico das empresas em processo de desestatização, parcial
sistemicamente, passam a integrar o SINAR por intermédio de seus órgãos ou total, serão recolhidos a instituições arquivísticas públicas, na sua
centrais. esfera de competência.
§ 2o As pessoas físicas e jurídicas de direito privado, detentoras de § 1o O recolhimento de que trata este artigo constituirá cláusula espe-
arquivos, podem integrar o SINAR mediante acordo ou ajuste com o órgão cífica de edital nos processos de desestatização.
central.
§ 2o Para efeito do disposto neste artigo, as empresas, antes de con-
Art. 13. Compete aos integrantes do SINAR: cluído o processo de desestatização, providenciarão, em conformidade
I - promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos com as normas arquivísticas emanadas do CONARQ, a identificação,
documentos na sua esfera de competência, em conformidade com as classificação e avaliação do acervo arquivístico.
diretrizes e normas emanadas do órgão central; § 3o Os documentos de valor permanente poderão ficar sob a guarda
II - disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e normas esta- das empresas mencionadas no § 2o, enquanto necessários ao desempe-
belecidas pelo órgão central, zelando pelo seu cumprimento; nho de suas atividades, conforme disposto em instrução expedida pelo
CONARQ.
III - implementar a racionalização das atividades arquivísticas, de for-
ma a garantir a integridade do ciclo documental;
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§ Os documentos de que trata o caput são inalienáveis e não são
4o § 2o São automaticamente considerados documentos privados de in-
sujeitos a usucapião, nos termos do art. 10 da Lei no 8.159, de 1991. teresse público e social:
§ 5o A utilização e o recolhimento dos documentos públicos de valor I - os arquivos e documentos privados tombados pelo Poder Público;
permanente que integram o acervo arquivístico das empresas públicas e
das sociedades de economia mista já desestatizadas obedecerão às II - os arquivos presidenciais, de acordo com o art. 3o da Lei no 8.394,
instruções do CONARQ sobre a matéria. de 30 de dezembro de 1991;

Capítulo IV III - os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos


DA GESTÃO DE DOCUMENTOS anteriormente à vigência da Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916, de
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL acordo com o art. 16 da Lei no 8.159, de 1991.
Seção I Art. 23. O CONARQ, por iniciativa própria ou mediante provocação,
Das Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos encaminhará solicitação, acompanhada de parecer, ao Chefe da Casa Civil
Art. 18. Em cada órgão e entidade da Administração Pública Federal da Presidência da República, com vistas à declaração de interesse público
será constituída comissão permanente de avaliação de documentos, que e social de arquivos privados pelo Presidente da República.
terá a responsabilidade de orientar e realizar o processo de análise, avali- § 1o O parecer será instruído com avaliação técnica procedida por
ação e seleção da documentação produzida e acumulada no seu âmbito comissão especialmente constituída pelo CONARQ.
de atuação, tendo em vista a identificação dos documentos para guarda
permanente e a eliminação dos destituídos de valor. § 2o A avaliação referida no § 1o será homologada pelo Presidente do
CONARQ.
§ 1o Os documentos relativos às atividades-meio serão analisados,
avaliados e selecionados pelas Comissões Permanentes de Avaliação de § 3o Da decisão homologatória caberá recurso das partes afetadas ao
Documentos dos órgãos e das entidades geradores dos arquivos, obede- Chefe da Casa Civil da Presidência da República, na forma prevista na Lei
cendo aos prazos estabelecidos em tabela de temporalidade e destinação no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
expedida pelo CONARQ. Art. 24. O proprietário ou detentor de arquivo privado declarado de in-
§ 2o Os documentos relativos às atividades-meio não constantes da teresse público e social deverá comunicar previamente ao CONARQ a
tabela referida no § 1o serão submetidos às Comissões Permanentes de transferência do local de guarda do arquivo ou de quaisquer de seus
Avaliação de Documentos dos órgãos e das entidades geradores dos documentos, dentro do território nacional.
arquivos, que estabelecerão os prazos de guarda e destinação daí decor- Art. 25. A alienação de arquivos privados declarados de interesse pú-
rentes, a serem aprovados pelo Arquivo Nacional. blico e social deve ser precedida de notificação à União, titular do direito de
§ 3o Os documentos relativos às atividades-fim serão avaliados e se- preferência, para que manifeste, no prazo máximo de sessenta dias,
lecionados pelos órgãos ou entidades geradores dos arquivos, em confor- interesse na aquisição, na forma do parágrafo único do art. 13 da Lei n o
midade com as tabelas de temporalidade e destinação, elaboradas pelas 8.159, de 1991.
Comissões mencionadas no caput, aprovadas pelo Arquivo Nacional. Art. 26. Os proprietários ou detentores de arquivos privados declara-
Seção II dos de interesse público e social devem manter preservados os acervos
Da Entrada de Documentos Arquivísticos Públicos no Arquivo Nacio- sob sua custódia, ficando sujeito à responsabilidade penal, civil e adminis-
nal trativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir
documentos de valor permanente.
Art. 19. Os documentos arquivísticos públicos de âmbito federal, ao
serem transferidos ou recolhidos ao Arquivo Nacional, deverão estar Art. 27. Os proprietários ou detentores de arquivos privados declara-
avaliados, organizados, higienizados e acondicionados, bem como acom- dos de interesse público e social poderão firmar acordos ou ajustes com o
panhados de instrumento descritivo que permita sua identificação e contro- CONARQ ou com outras instituições, objetivando o apoio para o desenvol-
le. vimento de atividades relacionadas à organização, preservação e divulga-
ção do acervo.
Parágrafo único. As atividades técnicas referidas no caput, que pre-
cedem à transferência ou ao recolhimento de documentos, serão imple- Art. 28. A perda acidental, total ou parcial, de arquivos privados decla-
mentadas e custeadas pelos órgãos e entidades geradores dos arquivos. rados de interesse público e social ou de quaisquer de seus documentos
deverá ser comunicada ao CONARQ, por seus proprietários ou detentores.
Art. 20. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão deverá,
tão logo sejam nomeados os inventariantes, liquidantes ou administradores Capítulo VI
de acervos para os órgãos e entidades extintos, solicitar à Casa Civil da DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Presidência da República a assistência técnica do Arquivo Nacional para a Art. 29. Este Decreto aplica-se também aos documentos eletrônicos,
orientação necessária à preservação e à destinação do patrimônio docu- nos termos da lei.
mental acumulado, nos termos do § 2o do art. 7o da Lei no 8.159, de 1991.
Art. 30. O Chefe da Casa Civil da Presidência da República baixará
Art. 21. A Casa Civil da Presidência da República, mediante proposta instruções complementares à execução deste Decreto.
do Arquivo Nacional, baixará instrução detalhando os procedimentos a
serem observados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Art. 31. Fica delegada competência ao Chefe da Casa Civil da Presi-
Federal, para a plena consecução das medidas constantes desta Seção. dência da República, permitida a subdelegação, para designar os mem-
bros do CONARQ de que trata o § 3o do art. 3o.
Capítulo V
DA DECLARAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO E SOCIAL DE ARQUIVOS Art. 32. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
PRIVADOS
Art. 33. Ficam revogados os Decretos nos 1.173, de 29 de junho de
Art. 22. Os arquivos privados de pessoas físicas ou jurídicas que con- 1994, 1.461, de 25 de abril de 1995, 2.182, de 20 de março de 1997, e
tenham documentos relevantes para a história, a cultura e o desenvolvi- 2.942, de 18 de janeiro de 1999.
mento nacional podem ser declarados de interesse público e social por
Brasília, 3 de janeiro de 2002; 181o da Independência e 114o da Re-
decreto do Presidente da República.
pública.
§ 1o A declaração de interesse público e social de que trata este artigo
não implica a transferência do respectivo acervo para guarda em instituição
ARQUIVOLOGIA
arquivística pública, nem exclui a responsabilidade por parte de seus Considerada disciplina, técnica e arte, a arquivologia é uma ciência
detentores pela guarda e a preservação do acervo. auxiliar da história. Fonte de consulta para todos os fins, um arquivo orga-

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nizado constitui valioso patrimônio e pode documentar o passado de uma Os arquivos, portanto, podem ser públicos ou privados.
nação.
1. Arquivos públicos: são conjuntos de documentos produzidos ou
Arquivologia é o conjunto de conhecimentos sobre a organização de recebidos por órgãos governamentais, em nível federal, estadual ou muni-
arquivos, tanto no que se refere ao recolhimento e conservação de docu- cipal, em decorrência de suas atividades administrativas, judiciárias ou
mentos, títulos e textos de valor permanente e elaboração dos respectivos legislativas. Existem três espécies de arquivos públicos: correntes, tempo-
instrumentos de pesquisa, como no que toca à eliminação de peças de rários e permanentes:
valor transitório e controle dos arquivos em formação. Inclui também as
tarefas dos arquivistas. O termo arquivística pode, de modo geral, ser • Correntes: conjuntos de documentos atuais, em curso, que são objeto
empregado como sinônimo de arquivologia. de consultas e pesquisas frequentes.

Os arquivos de determinada origem constituem um todo orgânico de- • Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes
nominado fundo, grupo, núcleo ou corpo de arquivos, no qual se incluem que aguardam remoção para depósitos temporários.
documentos escritos e iconográficos, como os audiovisuais, discos, fitas • Permanentes: são conjuntos de documentos de valor histórico, cientí-
magnéticas e filmes. Começam também a ser objeto da arquivologia os fico ou cultural que devem ser preservados indefinidamente.
arquivos eletrônicos. Os arquivos econômicos, de empresas comerciais,
bancárias, industriais, desde que se revistam de importância histórica, 2. Arquivos privados: são conjuntos de documentos produzidos ou
como ocorre, em alguns casos, com papéis de famílias e pessoas ilustres, recebidos por instituições não públicas, ou por pessoas físicas, devido a
interessam à arquivística. suas atividades específicas.

A preocupação dos governos e autoridades em conservar determina- Assim, o arquivo de uma empresa, por exemplo, reflete sua atividade,
dos documentos em lugares seguros por motivos de ordem administrativa, seu porte e seus objetivos. Documentos de natureza diversa, colecionados
jurídica ou militar, remonta à antiguidade, sobretudo no que diz respeito a com outros objetivos, não devem misturar-se com o arquivo principal, já
títulos de propriedade. Os eruditos do Renascimento foram os primeiros a que o tratamento que a eles se deve dar é diferente. Uma empresa. imobi-
ocupar-se dos arquivos como fonte da história, dando início aos estudos liária de porte médio forçosamente terá um arquivo composto de documen-
de diplomática, que levariam à moderna crítica histórica. A partir da revolu- tos relativos à atividade que desenvolve. Haverá contratos de locação, de
ção francesa, os arquivos tornaram-se bem público, proclamando-se o imóveis residenciais e comerciais; opções de venda de casas, apartamen-
direito do povo de acesso aos documentos, cuja preservação foi oficial- tos, terrenos; cartas pedindo informações; contratos de compra e venda;
mente reconhecida como de responsabilidade do Estado. certidões; traslados; anúncios em jornais; relatórios e vistorias e outros
documentos ligados ao setor. Um catálogo de livros de uma editora, por
Uma arquivística essencialmente voltada para os diplomas medievais exemplo, foge ao objetivo dessa empresa e, naturalmente, não deve fazer
surgiu no século XIX, principalmente após a criação da École des Chartes parte do arquivo principal. Tratando-se, porém, de uma empresa ligada à
(Escola das Cartas), que passaria a formar arquivistas paleógrafos alta- área educacional, a abordagem seria outra, pois catálogo de livros é fun-
mente qualificados. Em meados do mesmo século lançaram-se as bases damental a sua própria sobrevivência, enquanto certidões, traslados,
da arquivística moderna, com os princípios do respect des fonds (todos os opções de compra de terrenos e outros documentos próprios do ramo
documentos originais de uma autoridade administrativa, corporação ou imobiliário seriam afastados do arquivo principal.
família devem ser mantidos em grupos, separados segundo a natureza das
instituições que os criaram); da proveniência (os documentos públicos
IMPORTÂNCIA
devem ser agrupados de acordo com as unidades administrativas que os
originaram); do respeito à ordem original (o arranjo dado aos documentos
pelos órgãos criadores deve ser mantido nos arquivos gerais ou de custó- A importância dos arquivos é tão evidente que a própria Constituição
dia permanente); e da centralização (unidade e indivisibilidade dos arqui- Federal, em seus artigos 215 e 216, determina:
vos públicos nacionais).
―Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cul-
Uma série de fatos novos, diretamente relacionados com os progres- turais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a
sos da civilização, marcam a arquivologia na segunda metade do século valorização e a difusão das manifestações culturais.
XX. São eles, entre outros: adoção de arquitetura moderna e funcional nos
prédios de arquivos; uso de microfilmagem de substituição; programas de § 1° O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, in-
história oral; restauração de documentos pelo emprego de máquinas e dígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do proces-
material sintético; intervenção dos arquivistas na gestão de papéis admi- so civilizatório nacional.
nistrativos e nos arquivos econômicos, pessoais e familiares; aparecimento
§ 2° A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta sig-
de depósitos intermediários de arquivos ou centros de pré-arquivamento;
nificação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
tentativas de aplicar as conquistas da eletrônica ao trabalho arquivístico.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
O grande problema da arquivologia contemporânea é o volume de pa-
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores
péis criados e acumulados pelas administrações e a necessária eliminação
de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos for-
de documentos depois de avaliados. O arquivista desenvolve padrões de
madores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
avaliação, elabora planos de descarte, prepara tabelas e listas de material
repetitivo de descarte automático. As listas e tabelas de descarte especifi- I — as formas de expressão;
cam o período de retenção de documentos comuns à maioria dos serviços
existentes, e tabelas especiais cogitam de cada administração em particu- II — os modos de criar, fazer e viver;
lar. O arquivista pode recorrer a especialistas para decidir quanto à desti- III — as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
nação dos documentos.
IV — as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
O primeiro tratado moderno de arquivística, de autoria dos holandeses destinados às manifestações artístico-culturais;
Samuel Muller, Johan Adriaan Feith e Robert Fruin, data de 1898 e intitula-
se, em edição brasileira, Manual de arranjo e descrição de arquivos V — os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, ar-
(1960).©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. tístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

CONCEITO § 1° O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá


e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, regis-
Arquivos são conjuntos organizados de documentos, produzidos ou tros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de
recebidos e preservados por instituições públicas ou privadas, ou mesmo acautelamento e preservação.
pessoas físicas, na constância e em decorrência de seus negócios, de
suas atividades específicas e no cumprimento de seus objetivos, qualquer
que seja a informação ou a natureza do documento.

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§ 2° Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da do- mente arquivados e fatalmente esquecidos. O arquivo de prosseguimento
cumentação governamental e as providências para franquear sua consulta possibilita à secretária constante follow up.
a quantos dela necessitem.
Também conhecido como arquivo de andamento, ou de follow up, pre-
§ 3° A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento cisa ser organizado convenientemente e, para isso, existem métodos
de bens e valores culturais. tradicionais, como o cronológico e o alfabético, e modernos, como o de
jogos de fichas prontas, o de equipamentos compactos, próprios para
§ 4° Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na vários tipos de controle, ou os desenvolvidos pela informática.
forma da lei.
1. Método cronológico: em primeiro lugar, prepara-se um jogo de do-
§ 5° Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de ze guias com os nomes dos meses e depois um jogo de guias numeradas
reminiscências históricas dos antigos quilombos.‖ de•1 a 31, representando os dias dos meses. Esse ultimo jogo deve ser
No Brasil, o Arquivo Nacional, previsto na Constituição de 1824, foi disposto apos a guia do mês em curso. À medida que os dias vão passan-
criado em 1836. do, deve-se colocá-los nos mês seguinte. No caso de empresas com muito
movimento de contas a receber e/ou a pagar, inclusive com prazos de 30,
No passado, a preservação do patrimônio documental era encarada 60 ou 90 dias, recomenda-se a utilização de três jogos de guias numera-
principalmente por seu valor histórico. Após a Segunda Guerra Mundial, das, de modo que o acompanhamento seja trimestral e não mensal, ou,
começaram a aparecer as primeiras preocupações com uma nova concep- então, que se guardem os documentos em pastas separadas até o mo-
ção arquivística, em que o documento perdia seu exclusivo enfoque histó- mento oportuno.
rico. Surgiam outros aspectos relevantes, como a racionalização da infor-
mação, a eficiência administrativa e a finalidade prática na tomada de O método cronológico permite a utilização de pastas ou cartões. Ha-
decisões. vendo opção pelo uso de pastas, será necessária uma cópia adicional de
todos os documentos que exigem prosseguimento e que serão colocados
A difusão da informação de conteúdo técnico e científico, a nova men- nas pastas por ordem alfabética dos nomes e, em seguida, arquivados
talidade que se introduz na administração pública, a necessidade de pes- após as guias que correspondem às datas de acompanhamento.
quisa constante e sistemática, objetivando particularmente a correta toma-
da de decisão pela empresa privada, favoreceram o surgimento de um O emprego de cartões ou fichas elimina a necessidade de cópias adi-
novo enfoque do arquivo, distante daquele critério eminentemente históri- cionais dos documentos, porém exige anotações pormenorizadas para que
co. Como consequência, o conceito de arquivo ampliou-se de tal forma que se possa fazer o acompanhamento. Como nas empresas de grande porte
sua importância ultrapassou os limites que até há bem pouco tempo existi- o número de cartões ou fichas é imenso, tal fato dificulta sobremaneira o
am. Atualmente, já não se conseguem restringir e delimitar o campo de manuseio e, além disso, aumenta a possibilidade de falhas no acompa-
atuação e a utilidade do arquivo. Sua importância e seu potencial de cres- nhamento.
cimento são ilimitados. 2. Método alfabético: esse método também possibilita o uso de pas-
ORGANIZAÇÃO tas ou cartões. As pastas são colocadas em ordem alfabética. Nas mar-
gens superiores das pastas, deverão constar: letra correspondente; núme-
O arquivo precisa ser organizado de forma que proporcione condições ros de 1 a 31, representando os dias do mês; e um indicador móvel que se
de segurança, precisão, simplicidade, flexibilidade e acesso: desloca na pasta, servindo para indicar o dia específico.
•Segurança: o arquivo deve apresentar condições mínimas de segu- Os documentos são postos nas pastas em ordem alfabética. Em cada
rança, incluindo-se medidas de prevenção contra incêndio, extravio, roubo pasta, os documentos são colocados em ordem cronológica e, à medida
e deterioração. Dependendo da natureza do arquivo, é importante cuidar que os dias vão passando, os documentos são retirados e o indicador
do sigilo, impedindo ou dificultando o livre acesso a documentos confiden- móvel vai-se deslocando até o fim, dia 31, retornando ao dia 1° no início de
ciais. um novo mês.
•Precisão: o arquivo deve oferecer garantia de precisão na consulta a A possibilidade de uso de cartões ou fichas também existe, embora
documentos e assegurar a localização de qualquer documento arquivado, seja mais trabalhosa, pois exige a anotação de todos os pormenores do
ou de qualquer documento que tenha sido dele retirado. documento. Os cartões são colocados nas pastas alfabéticas respectivas,
•Simplicidade: o arquivo precisa ser simples e de fácil compreensão. conforme o modelo descrito, e seu funcionamento também será o mesmo.
As possibilidades de erros são reduzidas em arquivos simples e funcionais. 3. Métodos modernos: surgiram com o próprio desenvolvimento das
O número e a variedade de documentos não exigem necessariamente um empresas e da tecnologia, notadamente da informática. Existem, entretan-
arquivo complexo e de difícil entendimento. to, métodos que oferecem fichas já preparadas para os diversos controles,
•Flexibilidade: o arquivo deve acompanhar o desenvolvimento ou como, por exemplo, de pessoal, de estoque, de contabilidade e outros.
crescimento da empresa, ou órgão público, ajustando-se ao aumento do Alguns trazem equipamentos compactos em que as fichas ficam visíveis e
volume e à complexidade dos documentos a serem arquivados. As normas os dados principais são lançados também na margem superior das fichas,
de classificação não devem ser muito rígidas, pois apenas dificultam a à vista do manipulador, facilitando, assim, o manuseio e a consulta.
atividade de arquivamento. O computador trouxe consigo possibilidades ilimitadas que podem ser
•Acesso: o arquivo deve oferecer condições de consulta imediata, adaptadas a qualquer empresa. As informações necessárias para o correto
proporcionando pronta localização dos documentos. acompanhamento são fornecidas diariamente pelas impressoras, ou por
uma tela de terminal de microcomputador. A grande vantagem da utiliza-
A procura de documentos de todos os tipos aumentou muito nos últi- ção da informática, além da rapidez, é a redução da margem de erro.
mos anos, graças principalmente à necessidade cada vez maior de infor-
mações. O arquivo não se reduz apenas a guardar documentos; significa
REFERÊNCIAS CRUZADAS
também uma fonte inesgotável de informações, que pretende atender a
todos e a todas as questões.
A expressão referências cruzadas é largamente usada pelas pessoas
ARQUIVOS DE PROSSEGUIMENTO que lidam com arquivos, enquanto entre os bibliotecários a palavra mais
empregada é remissão.
Esses arquivos são muito importantes para a empresa, já que por
meio deles se podem acompanhar assuntos pendentes ou que aguardam A principal finalidade das referências cruzadas é a de informar a quem
providências: cartas que esperam respostas; duplicatas a cobrar; faturas a for consultar o arquivo que determinado assunto ou nome está arquivado
pagar; apólices de seguro que devem ser renovadas; lembretes ou contro- em tal pasta. As referências cruzadas podem vir em pequenas fichas,
les para renovação de assinaturas de jornais ou revistas; contratos a principalmente quando colocadas em índices. Quando, porém, guardadas
serem assinados; enfim, inúmeros assuntos que não devem ser simples- nos próprios arquivos, devem estar escritas em folhas de papel e inseridas

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nas respectivas pastas. Por exemplo, um fornecedor do Mappin provavel- Arquivo ativo: mantém arquivados os documentos e papéis de uso,
mente terá uma pasta com esse nome no arquivo, apesar de a razão social consulta e referência constantes e atuais, ou que se encontram em fase de
dessa loja de departamento ser ―Casa Anglo Brasileira S:A.‖. Recomenda- conclusão.
se, nesse caso, que se escreva numa ficha ou folha de papel:
Arquivo inativo: guarda documentos e papéis que oferecem menor
É muito comum encontrar anotações como ―Veja também‖, indicando frequência de uso, consulta ou referência.
que o assunto ou nome possui outras ligações importantes. Suponha-se
uma empresa que se dedica principalmente ao comércio exterior. E prová- Arquivo morto: armazena documentos de frequência de uso, consulta
vel que ela arquive os conhecimentos aéreos relativos à carga transporta- ou referência quase nulas. No entanto, não se deve considerar este arqui-
da numa pasta de ‗Carga Aérea‖. Entretanto, essas exportações são vo como um ―depósito de lixo‖, mesmo porque os documentos definidos
efetuadas por uma companhia aérea, por exemplo, a VARIG. Nesse caso, como inúteis ou imprestáveis devem ser destruídos. O arquivo morto
recomenda-se que se abra uma pasta em nome de VARIG, em que pode- precisa, inclusive, ser organizado dentro das mesmas técnicas e regras
rão ser colocados, por exemplo, os horários dos vôos, inclusive dos vôos que prevalecem para o arquivo ativo, pois muitas vezes serão necessárias
cargueiros, as cidades que ela serve, as conexões possíveis, as tarifas de a imediata localização e a consulta a papéis em desuso.
carga aérea e outras informações pertinentes, e ainda uma observação: Uma empresa que tenha, por exemplo, 50 anos de existência deverá
Veja também Carga Aérea. manter em seu arquivo morto o registro de todos seus antigos emprega-
Igualmente no caso de siglas, deve-se fazer uma referência cruzada. dos, mesmo que entre eles existam alguns já aposentados ou falecidos. A
Assim, pode-se abrir uma pasta para Cacex e fazer uma referência para destruição desses registros só será possível ou permitida no caso de se
Carteira de Comércio Exterior, ou vice-versa. O importante é que a pasta proceder a uma completa microfilmagem.
fique com a forma mais conhecida e mais fácil. Por exemplo, talvez seja Destaque-se que se deve fazer anotação dos documentos transferidos
preferível abrir uma pasta para ―Instituto Nacional do Livro‖ e uma referên- e, no caso de destruição, registro da data em que ocorreu a destruição e
cia cruzada para ―INL‖, para não se fazer confusão com IML (Instituto referência ao conteúdo deles.
Médico Legal).
Atualização de arquivo
De um lado, a referência cruzada é muito importante, pois ajuda e agi-
liza o funcionamento do arquivo, porém, de outro, deve-se tomar cuidado e Existem três tipos de transferências de documentos ou papéis de um
evitar o excesso de referências que acarretam volume muito grande de arquivo para outro: transferências periódicas, transferências permanentes
papéis, congestionando, consequentemente, o arquivo. e transferências diárias:

TRANSFERÊNCIA • Transferências periódicas: as transferências são efetuadas em


intervalos predeterminados, para os arquivos inativos ou mortos, de-
Há documentos que estão sujeitos ao fator tempo, isto é, há aqueles pendendo da frequência de uso.
que têm valor de um ano; outros de dois, três, cinco ou mais anos; outros,
ainda, possuem valor permanente e nunca poderão ser destruídos. • Transferências permanentes: são transferências realizadas em
intervalos irregulares, sem qualquer planejamento. Normalmente, a-
Os documentos também podem ser analisados pela frequência de sua contecem quando o acúmulo de papéis no arquivo ativo é tão grande
utilização: alguns são muito procurados, outros são consultados poucas que chega a atrapalhar o bom andamento do serviço. A transferência,
vezes, ou quase nunca, e ainda existem aqueles que, após a conclusão do então, irá acarretar grande perda de tempo, já que o arquivo inteiro te-
fato que os criou, não servirão para mais nada. rá de ser analisado.
Com o passar do tempo, observa-se que os arquivos ficam sobrecar- • Transferências diárias: são as mais recomendáveis, porque mantêm
regados de papéis, dificultando o trabalho e, na maioria dos casos, a em ordem os arquivos ativos. O trabalho poderá ser grandemente faci-
tendência é adquirir móveis novos, na tentativa de se resolver o problema litado se do documento já arquivado constar sua validade ou venci-
de espaço. Solução muito mais lógica, econômica e eficaz é a de eliminar mento, ou marcação indicando a data da transferência. Dessa forma,
ou destruir o que não tem mais valor e transferir o que se encontra em as transferências podem ser feitas no mesmo instante em que se ar-
desuso ou desatualizado para local apropriado. Assim, transferência é a quiva ou se consulta um documento qualquer.
operação que visa separar os documentos que ainda estão em uso, ou são
bastante consultados, daqueles que perderam sua utilidade prática, mas
Conservação e proteção de documentos
não seu valor.
A transferência pretende:
Determina-se o valor do documento levando em consideração todas
• liberar o arquivo de papéis sem utilidade prática atual; as finalidades que possui e seu tempo de vigência, que muitas vezes se
subordina a imperativos da lei. Nesse sentido, pode-se organizar um
• manter espaço disponível e de fácil manuseio nos arquivos em uso ou
quadro ou tabela de prazos de vigência para os diversos documentos,
ativos;
facilitando sobremaneira o trabalho do arquivista. Os documentos são
• facilitar o trabalho de arquivar, localizar e consultar documentos nos classificados por seu valor em: permanentes - vitais, permanentes e tem-
arquivos; porários.
• manter o arquivo em bom estado de conservação, aumentando sua • Permanentes - vitais: são documentos que devem ser conservados
vida útil; e indefinidamente, pois possuem importância vital para a empresa, isto
é, sem eles a empresa não tem condições de funcionar. Citam-se, en-
• reduzir ou eliminar despesas desnecessárias com novos equipamen- tre outros: contratos; escrituras; estatutos; livros de atas; livros de re-
tos. gistros de ações; cartas - patentes; fórmulas (químicas); procurações.
Portanto, as transferências de documentos devem ser cuidadosas e • Permanentes: são documentos que devem ser guardados indefinida-
criteriosamente estudadas e planejadas, considerando as diferenças não mente, porém não têm importância vital. Como exemplo, podem-se re-
apenas quanto à frequência do uso ou da consulta, mas também quanto a lacionar: rela tórios anuais; registros de empregados; livros e registros
seu valor. contábeis; recibos de impostos e taxas; avaliações; e outros.
Tipos de arquivo • Temporários: são documentos que têm valor temporário de um, dois,
No que se refere à frequência do uso ou consulta, existem três tipos cinco ou mais anos. Recomenda-se a confecção de um quadro ou ta-
de arquivos: arquivo ativo, arquivo inativo e arquivo morto. bela, com anotação da vigência do documento que, naturalmente, se-
guirá critérios determinados pela própria empresa. Assim, são tempo-
rários: recibos; faturas; notas fiscais; contas a receber e a pagar; extra-

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tos bancários; apólices de seguro; folhetos; correspondência; memo- As soluções variam de empresa para empresa; o mais comum, entre-
randos e outros. tanto, é a opção pelo sistema misto, ou seja, centralização parcial. Em
princípio, os documentos vão para o arquivo central; entretanto; documen-
Os documentos considerados vitais para a empresa, além de serem tos específicos que só interessam a certos departamentos ficam nos
conservados indefinidamente, devem merecer cuidados especiais, nota- arquivos desses departamentos. Assim, por exemplo, devem ser arquiva-
damente de proteção contra incêndios, inundações, furtos, desabamentos dos no próprio departamento de vendas a relação de representantes ou
e outros eventos. A perda ou destruição de tais documentos pode, em clientes, seus pedidos, reclamações, correspondência de modo geral.
casos extremos, significar até o fracasso total de uma empresa. Existem
algumas formas de proteger esses documentos: Outro caminho a seguir é o que procura basicamente centralizar o con-
trole e não o arquivo. Um especialista organiza um arquivo central, onde
• Utilização de cofres a prova de fogo. deverão ser guardados os documentos de interesse geral, inclusive aque-
• Preparação de cópias adicionais dos documentos e envio delas a les que são vitais e/ou sigilosos, naturalmente tomando-se todas as pre-
outros lugares para guarda, como cofres de bancos, cofres de filiais da cauções. Em seguida, ele deverá planejar os diversos arquivos localizados
empresa, ou escritórios de advogados. nos vários departamentos. O conhecimento da empresa e de seu organo-
grama é fundamental nessa etapa. Seu trabalho, além da administração do
• Microfilmagem de todos os documentos vitais e conservação dos arquivo central, pressupõe a classificação e a distribuição diária de docu-
microfilmes em local seguro. mentos aos diversos departamentos.
A conservação e a proteção desses documentos devem ser acompa- Realmente, trata-se de um assunto de solução não muito fácil, já que
nhadas de um registro que especifique o modo, a data e o local para onde existem vantagens e desvantagens em todos os métodos. O importante é
foram encaminhados, de forma que possam ser localizados imediatamen- que a empresa decida pelo que for mais adequado a suas condições,
te. necessidades e objetivos a curto, médio e longo prazos.
CENTRALIZAÇÃO OU DESCENTRALIZAÇÃO? MICROFILMAGEM
Trata-se de uma questão muito comum, principalmente nas grandes Observa-se na época atual excessivo aumento do número de docu-
empresas. A centralização dos arquivos proporciona vantagens, mas mentos. De um lado, devido à expansão da administração pública em
existem desvantagens que naturalmente devem ser conhecidas antes de todos os setores e em todos os níveis: federal, estadual e municipal; de
se tomar uma decisão sobre o assunto. As principais vantagens da outro, graças ao desenvolvimento das atividades empresariais e ao rápido
centralização são as seguintes: avanço da tecnologia, em todos os setores da economia.
• Eficiência: devido à centralização, tende-se a manter um especialista É crescente a indagação de como e quando se deve proceder para re-
em arquivística, o que sem dúvida melhora a eficiência e a rapidez do duzir e racionalizar a produção de documentos e, por consequência, seu
trabalho em todas suas etapas. arquivamento e conservação. O microfilme surgiu como uma das principais
• Responsabilidade: o cuidado e a proteção de documentos melhora respostas a essa questão.
muito, pois a responsabilidade se encontra nas mãos de um especia- O microfilme é um processo de reprodução fotográfica reduzida, che-
lista. gando a quase 95% do documento original. São várias as vantagens
• Economia: é grande a economia de equipamento; de pessoal; de obtidas na microfilmagem de documentos que devem ser transferidos do
tempo gasto no arquivamento; na localização e na preparação de có- arquivo ativo para o inativo, já que dificilmente o microfilme será utilizado
pias adicionais ou referências. para arquivos ativos. As vantagens são:

• Uniformidade: proporciona certa padronização ao sistema e métodos • Economia: os ganhos em espaço, peso e tamanho dos arquivos
de arquivamento, o que não acontecerá se houver inúmeros arquivos chegam a mais de 80% em muitos casos.
departamentais. • Redução do volume: é muito grande a redução do volume de papéis
• Concentração: os documentos são concentrados por assuntos, e documentos, o que proporciona economia de tempo e mão-de-obra.
oferecendo ao consulente visão global. Na descentralização, os mes- • Segurança: os microfilmes protegem e conservam os documentos
mos assuntos tendem a ficar espalhados pelos diversos arquivos. vitais da empresa ou órgão público, dos riscos de eventos, como in-
• Utilização: amplia o uso do equipamento e, consequentemente, cêndio, inundação ou furto, pois, além de representarem cópias adi-
alonga sua vida útil. cionais desses documentos, são facilmente guardados em cofres es-
peciais. -
Há algumas desvantagens na centralização, que precisam ser aponta-
das: • Durabilidade: o microfilme reveste-se de grande durabilidade, atingin-
do até 150 anos.
• Consulta dificultada: necessidade de locomoção até o centro de
arquivos; tal fato não ocorre com a descentralização, em que o arquivo do • Reprodução: a microfilmagem oferece condições de reprodução
departamento se encontra à mão. ilimitada, além de fidelidade, exatidão perfeita dos documentos repro-
duzidos.
• Acúmulo de pessoas: poderá acontecer o acúmulo de pessoas
no local onde estão colocados os arquivos, o que dificulta a consulta e • Custo: embora e microfilme possa assustar pelo custo elevado, é
tumultua o trabalho do arquivista. preciso levar em consideração a economia que proporciona com a re-
dução do espaço, de equipamento e de pessoal necessário para a
• Perda de tempo: muito tempo perdido na locomoção até o ar- manutenção de arquivos convencionais, especialmente nas grandes
quivo central e espera para poder iniciar a consulta, principalmente se empresas.
houver muitas pessoas no local.
• Consulta: a consulta a documentos é imediata e mais fácil, agilizando
• Espaço: necessidade de mais espaço para incluir todos os ar- em muito o serviço. Verifique-se, por exemplo, a microfilmagem de
quivos, além de mesas e cadeiras para as diversas consultas. cheques compensados.
• Dificuldade no sigilo: os arquivos ficam muito abertos à con- As técnicas modernas de microfilmagem evoluíram muito nos últimos
sulta generalizada, dificultando a manutenção do sigilo, tão necessário à anos; entretanto, a escolha do produtor dos microfilmes deve ser feita de
vida da empresa. modo que garanta a qualidade e a durabilidade deles.
• Dispersão: a pasta em que está classificado um documento, no A decisão de utilizar a microfilmagem na empresa também pode ser
momento de uma consulta, pode estar com outro consulente, em outro auxiliada pela ocorrência de um ou mais dos seguintes fatos:
departamento.

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• necessidade de entregar ou devolver às pessoas os originais dos • fácil manuseio;
documentos;
• fácil conservação;
• necessidade de conservar os documentos por mais de cinco anos;
• fácil atualização do material arquivado;
• necessidade de conservar os documentos por tempo indeterminado ou
permanentemente; • possibilidade de arquivar muitos documentos em pequeno es-
paço;
• necessidade de proteger . os documentos dos riscos de incêndio,
inundação ou furto. • consulta rápida e sem necessidade de deslocar outros docu-
mentos.
Em princípio, a organização de um arquivo de microfilmes deve seguir
o sistema e o método empregados nos arquivos de documentos; o arquivo São desvantagens do sistema:
deve vir acompanhado de índices que facilitem a pronta localização, bem • necessidade de retirar o documento para fazer anotações;
como deve existir na empresa aparelho próprio para a leitura dos microfil-
mes. • iluminação deficiente;

É muito importante, também, considerar o aspecto legal da microfilma- • pouca visibilidade dos documentos no interior do arquivo.
gem. A legislação brasileira determina a guarda de originais por tempo 3.Rotativo: os documentos são colocados de modo que possam girar
determinado ou mesmo indefinidamente. A reprodução de um microfilme em torno de um eixo vertical ou horizontal. O sistema é muito empregado
no formato do documento exige, para sua validade, que seja autenticado em atividades que requerem grande quantidade de consultas e necessida-
em cartório e à vista do documento original. de de informações rápidas.
Portanto, a microfilmagem não deve ser entendida apenas como subs- Fichários
tituidora de documentos originais. Antes de mais nada, é preciso encarar o
microfilme como cópia adicional de documento cuja utilidade para a em- São caixas de diversos tamanhos que guardam fichas ou cartões, po-
presa tenha sido estudada e comprovada. dendo ser de madeira, de aço, de material plástico ou de acríLico. São
largamente utilizados e servem a muitas finalidades: índices, informações,
EQUIPAMENTOS endereços, relação de clientes, representantes, fornecedores e outras.
Entende-se por equipamento o móvel utilizado para arquivamento. O O equipamento deve satisfazer às necessidades da empresa e dos
conhecimento dos sistemas de equipamento, de suas vantagens e desvan- serviços a que se destina. Alguns requisitos são:
tagens, irá facilitar em muito o serviço do arquivista. Denomina-se sistema
de equipamento a maneira como os documentos são colocados no móvel • adequação às necessidades do serviço;
arquivador. São três os sistemas de equipamento:
• obtenção de maior economia de espaço;
1. Horizontal: os documentos ficam uns sobre os outros, em posição
• facilidade de acesso;
horizontal dentro do móvel arquivador. E um sistema antigo, mas que
ainda é utilizado em algumas repartições públicas, que amarram ou colo- • possibilidade de expansão;
cam os documentos em pacotes. Também pertencem ao sistema horizon-
tal as mapotecas, muito utilizadas, e os fichários tipo kardex, Securit, muito • resistência e durabilidade;
conhecidos e empregados com bastante sucesso em inúmeras empresas. • garantia de segurança e conservação de documentos;
Móvel ―Securit‖ para arquivo horizontal de mapas, plantas, heliografias • aparência e funcionalidade.
e mapotecas
Há inúmeros tipos e modelos de equipamentos que podem ser utiliza-
As vantagens do sistema são as seguintes: dos pelos três sistemas: horizontal, vertical e rotativo. A escolha de um dos
• a iluminação é direta; sistemas, assim como do equipamento propriamente dito, deve seguir os
critérios apontados e outros que são considerados essenciais pela empre-
• as anotações podem ser efetuadas no mesmo local; sa ou órgão público e que prevalecem numa boa administração.
• as possibilidades de perda de documentos são bastante reduzi- 1. Cadeado.
das.
2. Suporte regulável.
As desvantagens são:
3. Índice alfabético.
• ocupa muito espaço;
4. Estrutura.
• há necessidade de retirar todos os documentos para arquivar ou
retirar um documento; 5. Dispositivo antiimpacto.

• a consulta é demorada; 6. Pés antiderrapantes.

• a consulta exige o deslocamento de outros documentos. ACESSÓRIOS


2.Vertical: os documentos permanecem no interior do móvel arquiva-
dor em posição vertical. São dois os tipos nesse sistema:
Acessórios são materiais que visam auxiliar o equipamento. A correta
• Frontal. Os documentos são colocados uns atrás dos outros, e eficiente utilização dos mesmos criará condições favoráveis para o
com a frente voltada para o arquivista. andamento do serviço.
• Lateral. Os documentos são colocados uns ao lado dos outros, A escolha acertada dos acessórios está diretamente ligada ao sistema
com a lateral voltada para o arquivista. e método de classificação e arquivamento empregados, assim como ao
conhecimento dos tipos e modelos existentes no mercado.
Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia e as exigências do
mercado, as pastas ficam suspensas nos arquivos verticais, por meio de Os principais acessórios são: pastas; guias; projeções; tiras de inser-
braços metálicos apoiados em suportes especiais. ção e notações.
São vantagens do sistema: 1. Pastas: são pedaços de cartolina dobrada, que formam uma aresta
comum chamada vinco. As pastas servem para agrupar e proteger os
• custo mais baixo;
documentos comuns a um assunto e, normalmente, têm dimensões padro-

Arquivologia 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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nizadas. Com relação ao vinco, as pastas podem ser normais ou sanfona- A administração de documentos oficiais pressupõe a existência de um
das, para permitir o maior acúmulo de documentos; algumas possuem sistema de arquivamento. O conceito de sistema também é válido para os
divisões internas. No que se refere à projeção, ela poderá ou não constar órgãos da administração pública, e as três espécies, direto, indireto e semi-
da pasta. As pastas suspensas, largamente usadas nos equipamentos indireto, serão empregadas conforme os critérios estabelecidos previamen-
modernos, são semelhantes às convencionais, apenas com a particulari- te.
dade de possuírem dois braços metálicos ou outro material que se apóia
nos suportes laterais do arquivo. Nas instituições públicas, predomina um modelo de sistema de organi-
zação de arquivos em que o documento público é controlado desde sua
2. Guias: são pedaços de cartolinas do tamanho das pastas ou mes- produção. É conhecido como a ―teoria das três idades‖, concepção moder-
mo menores, com uma saliência na parte superior, chamada projeção. As na de arquivística, em que se distinguem três etapas quanto aos documen-
guias servem para dividir as pastas ou documentos em grupos. As guias, tos:
quanto à projeção, podem ter, ou não, encaixes para as tiras de inserção.
Nas guias, as projeções podem vir em posição central, em diferentes • Corrente: os documentos circulam pelos canais decisórios, bus-
posições ou, então, formando um jogo de, por exemplo, duas, três, quatro, cando solução ou resposta. São os arquivos correntes.
cinco ou mais posições. A diferença das posições possibilita ao arquivista • Temporária: os documentos apresentam interesse e são objeto de
ampla visibilidade, o que facilita o arquivamento ou a localização de docu- consultas, embora os assuntos neles contidos já tenham sido solucionados
mentos. ou as respostas, obtidas. São os arquivos temporários.
3.Projeções: são saliências colocadas na parte superior das pastas • Permanente: os documentos passam a ter valor cultural e científi-
ou das guias que recebem as anotações ou dizeres pertinentes. Servem co. São os arquivos permanentes ou históricos.
para ajudar o arquivista a localizar os assuntos no arquivo. As projeções
podem ser de papelão, de material plástico ou de aço. Além disso, podem A criação do arquivo temporário, por exemplo, segunda etapa do sis-
ser fixas ou adaptáveis. Essas últimas não fazem parte das pastas ou das tema, foi um grande avanço e tomou-se peça fundamental dentro do
guias e podem ser colocadas posteriormente. sistema de arquivamento da administração pública. São inúmeras as
vantagens conseguidas: obtenção de mais espaços físicos pela retirada de
4. Tiras de inserção: papeletas ou rótulos que, após receberem os di- documentos dos arquivos correntes; redução ao essencial da quantidade
zeres ou inscrições correspondentes, deverão ser inseridas nas projeções de documentos nos arquivos correntes; redução de pessoal e consequente
das pastas ou das guias. Servem para indicar a finalidade da pasta ou da economia de custos; controle de quantidade e da qualidade dos documen-
guia. tos; melhor manutenção, uso e supervisão dos arquivos; e melhor critério
5. Notações: são os dizeres, as inscrições registradas nas tiras de in- de preservação, controle e eliminação de documentos.
serção e em seguida inseridas nas pastas ou guias. Um sistema de arquivos moderno e bem organizado terá todas as
É fato conhecido que um dos fatores para a excelência dos arquivos condições para oferecer subsídios a planos e decisões da administração
reside na combinação harmoniosa e funcional dos sistemas e métodos de pública, seja mostrando as relações e planejamento do passado, seja
classificação e arquivamento, e dos equipamentos e acessórios. evitando duplicidade antieconômica de velhas iniciativas.

SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO Verifica-se, atualmente, enorme empenho dos órgãos do governo em
desenvolver sistemas de informações altamente sofisticados, em que a
A opinião de que os arquivos são simples depósitos de papéis ou do- informática assumiu posição de grande relevância.
cumentos velhos e inúteis, arquivados por mera tradição, apóia-se no fato
de que a maioria dos arquivos é mal organizada, mal administrada e, MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO
portanto, dificulta a localização imediata das informações desejadas. Mera Modernamente, o arquivo de informações tornou-se uma atividade que
opinião, pois, em verdade, um arquivo moderno, bem estruturado, é um pode ser realizada eletronicamente através de computadores. A tarefa da
centro atuante de informações, um instrumento de controle para a ativida- secretária, neste caso, consiste em registrar as informações em programas
de administrativa, que auxilia na correta tomada de decisão. previa-mente estabelecidos. A empresa contrata um especialista em pro-
Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que se decida sobre gramação (ou já dispõe dele em seu quadro de empregados), que deverá
o sistema de arquivamento que melhor se ajuste a determinada empresa. preparar um programa segundo as necessidades da secretária. Enganam-
se os que acreditam que o uso do computador dispensa o estudo dos
Sistema é um conjunto de princípios interligados, que orienta o que se métodos tradicionais de classificação de informações. O programador
deve fazer para atingir um fim específico. São três os sistemas de arqui- apenas executará um programa depois de ouvir a secretária sobre as reais
vamento: direto, indireto e semi-indireto. necessidades do departamento. Assim sendo, ela deve conhecer os varia-
dos métodos de classificação para propor soluções apropriadas. Acrescen-
• Direto: o arquivo pode ser consultado diretamente, sem necessi- te-se que o estudo dos métodos aqui expostos permite a aquisição de
dade de recorrer a um índice. Neste sistema, inclui-se, principalmente, o técnicas de classificação e simplificação de tarefas. Deixar de aprendê-los
método alfabético de arquivamento e suas variações. é prejudicial até mesmo para o domínio de um pensamento claro e bem
• Indireto: o arquivo, neste caso, depende de um índice para ser estruturado. Além disso, a secretária manipula informações escritas (do-
consultado. O sistema inclui, em especial, o método numérico de arquiva- cumentos), internas e externas, que ela precisa arquivar.
mento e suas variações. Havendo um sistema de arquivamento já definido, a empresa ou órgão
• Semi-indireto: o arquivo pode ser consultado sem o auxílio de ín- público deverá decidir qual método de arquivamento irá empregar. O
dices, mas com a utilização de tabelas em forma de cartão. Neste sistema, método estabelece o que é preciso fazer para alcançar o fim desejado pelo
encontra-se, por exemplo, o método automático, variedade do método sistema de arquivamento.
alfanumérico. Um plano previamente estabelecido para a colocação e guarda de do-
A opção por um dos sistemas está intimamente ligada à empresa, a cumentos facilita a pesquisa, a coleta de dados, a busca de informações e
seu campo de atividade, porte e objetivos de curto, médio ou longo prazos. proporciona uma correta tomada de decisão.
O principal, antes de tudo, é compreender o verdadeiro potencial que o Os diversos métodos de arquivamento, que através dos anos foram
arquivo representa, considerando-se que é a memória viva da empresa. desenvolvidos em todas as partes do mundo, podem ser utilizados tanto
Para ser eficaz, o sistema necessita de métodos que indiquem a ma- nas empresas como nos órgãos governamentais. Todos são bons e apre-
neira de proceder, isto é, o que se deve fazer para alcançar o fim deseja- sentam vantagens e desvantagens. O importante é que a decisão quanto
do. Os métodos de arquivamento serão analisados mais adiante. ao método leve em consideração o tamanho, a estrutura organizacional e
os objetivos da empresa ou do órgão público; as pessoas normalmente
SISTEMA DE ARQUIVAMENTO EM ÓRGÃOS PÚBLICOS envolvidas; os serviços prestados; as informações comumente solicitadas;
e os tipos de documento que devem ser arquivados.

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São três os principais métodos de arquivamento: alfabético, numérico Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental, afim de
e alfanumérico. que não se perca o controle, bem como surjam problemas que facilmente
poderiam ser evitados (como o preenchimento do campo Assunto, de
Esses métodos, por sua vez, formam a base a partir da qual se cria- muita importância, mas que na maioria das vezes é feito de forma errô-
ram vários outros. nea). Dentre as recomendações de recebimento e registro (SENAC. D.
Métodos de arquivamento: N. Técnicas de arquivo e protocolo.

• Método alfabético: Receber as correspondências, separando as de caráter oficial da de


caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus destinatários.
—específico ou por assunto;
Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso, a fim de
—geográfico; cumprirem suas funções. Para que isto ocorra, devem ser distribuídos e
—mnemônico; classificados da forma correta, ou seja, chegar ao seu destinatário Para
isto, recomenda-se (SENAC. D. N. Técnicas de arquivo e protocolo.
—variadex.
Separar as correspondências de caráter ostensivo das de caráter sigi-
• Método numérico: loso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respectivos destinatá-
rios;
—simples;
Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensivos por
—dúplex.
meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes, se existirem;
• Método alfanumérico:
Classificar o documento de acordo com o método da instituição;, ca-
—decimal; rimbando-o em seguida;
—automático; Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao protocolo.
automático moderno. Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a segunda via
da ficha ao documento;
Protocolo
Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os dados
É o registro das deliberações ou das atas de um congresso ou confe- das fichas de protocolo;
rência diplomática. Por protocolo também se entende o livro em que os
escrivães do juízo registram o que se passa na audiência e que no fim Arquivar as fichas de protocolo.
desta é assinado pelo juiz.
A tramitação de um documento dentro de uma instituição depende di-
De modo geral, significa o livro onde se registram, em ordem, os do- retamente se as etapas anteriores foram feitas da forma correta. Se feitas,
cumentos apresentados numa repartição ou, então, os fatos e as decisões fica mais fácil, com o auxílio do protocolo, saber sua exata localização,
ocorridos numa assembléia ou audiência. A principal função do protocolo é seus dados principais, como data de entrada, setores por que já passou,
autenticar a entrega de um documento, ou evidenciar a decisão ou o fato enfim, acompanhar o desenrolar de suas funções dentro da instituição.
que deve ser registrado. Em linguagem diplomática, significa a própria Isso agiliza as ações dentro da instituição, acelerando assim, processos
deliberação ou resolução que foi registrada na ata da reunião respectiva e que anteriormente encontravam dificuldades, como a não localização de
que acarretou uma espécie de convenção entre os participantes da as- documentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probató-
sembléia ou congresso. rio, por exemplo.
Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores encarrega- Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter
dos do recebimento, registro, distribuição e movimentação dos documentos seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou recolhimento. É nesta
em curso; denominação atribuída ao próprio número de registro dado ao etapa que a expedição de documentos torna-se importante, pois por meio
documento; Livro de registro de documentos recebidos e/ou expedidos. dela, fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, podendo-se assim
decidir de uma forma mais confiável, o destino do documento. Dentre as
É de conhecimento comum o grande avanço que a humanidade teve recomendações com relação a expedição de documentos, destacam-se:
nos últimos anos. Dentre tais avanços, incluem-se as áreas que vão desde
a política até a tecnológica. Tais avanços contribuíram para o aumento da Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e comple-
produção de documentos. Cabe ressaltar que tal aumento teve sua impor- tando dados;
tância para a área da arquivística, no sentido de ter despertado nas pesso-
Separar as cópias, expedindo o original;
as a importância dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por
falta de conhecimento, a acumulação de massas documentais desneces- Encaminhar as cópias ao Arquivo.
sárias foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por inviabi-
lizar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. Para tentar É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem como re-
sanar esse e outros problemas, que é recomendável o uso de um sistema gras, visto que cada instituição possui suas tipologias documentais, seus
de protocolo. métodos de classificação, enfim, surgem situações diversas. Servem
apenas como exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição.
Dentre os cinco setores distintos das atividades dos arquivos correntes
(Protocolo, Expedição, Arquivamento, Empréstimo e Consulta, Destinação) Após a discussão das vantagens de implantação de um sistema de
vamos dar atenção especial ao Protocolo. É sabido que durante a sua protocolo, cabe avaliar as desvantagens do uso deste sistema, se feito de
tramitação, os arquivos correntes podem exercer funções de protocolo forma errônea. Num primeiro momento, deve-se pensar num sistema
(recebimento, registro, distribuição, movimentação e expedição de docu- simples de inserção de dados, que venha a atender as necessidades da
mentos), daí a denominação comum de alguns órgãos como Protocolo e empresa. Contudo, é essencial que as pessoas que trabalham diretamente
Arquivo. E é neste ponto que os problemas têm seu início. Geralmente, as com o recebimento e registro de documentos, recebam um treinamento
pessoas que lidam com o recebimento de documentos não sabem, ou adequado, para que possam executar essa tarefa da forma correta, visto
mesmo não foram orientadas sobre como proceder para o documento que, se feita da forma errada, todo o trâmite do documento pode ser com-
cumpra a sua função na instituição. Para que este problema inicial seja prometido. Deve-se esquecer a idéia de que basta inserir dados e números
resolvido, a implantação de um sistema de base de dados, de preferência num sistema, que todos os problemas serão resolvidos. A própria consci-
simples e descentralizado, permitindo que, tão logo cheguem às institui- entização dos funcionários, no sentido de que, se organizados e devida-
ções, os documentos fossem registrados, pelas devidas pessoas, no seu mente registrados, as tarefas que necessitam do uso de documentos se
próprio setor de trabalho seria uma ótima alternativa. Tal ação diminuiria o tornarão mais fáceis para todos que venham a executá-las., proporcionado
montante de documentos que chegam as instituições, cumprem suas assim um melhor rendimento de todo o pessoal. Portanto, fica claro que o
funções, mas sequer tiveram sua tramitação ou destinação registrada. protocolo pode ser uma saída para os problemas mais comuns de tramita-

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ção documental, desde que utilizado da forma correta. Do contrário, a A avaliação consiste fundamentalmente em identificar valores e definir
implantação deste sistema pode ocasionar outros problemas, talvez de prazos de guarda para os documentos de arquivo, independentemente de
cunho ainda maior. seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico
ou qualquer outro.
AVALIAÇÃO E GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES
A avaliação deverá ser realizada no momento da produção, paralela-
O termo ―gestão de documentos‖ ou ―administração de documentos‖ é mente ao trabalho de classificação, para evitar a acumulação desordena-
uma tradução do termo inglês ―records management‖. O primeiro é originá- da, segundo critérios temáticos, numéricos ou cronológicos. Esse é o
rio da expressão franco-canadense gestion de documents e o segundo é grande problema no momento de avaliar massas documentais acumuladas
uma versão iberoamericana do conceito inglês. Entre essas duas varian- nos arquivos centrais ou intermediários, especialmente nos do serviço
tes, o primeiro parece ser o mais difundido entre nós. público. O critério de arquivamento dos processos administrativos ainda é
O Dicionário de Terminologia Arquivística editado pelo Conselho o sequencial numérico/cronológico, de acordo com o número recebido no
Internacional de Arquivos em 1984 define gestão de documentos como um protocolo, no momento da autuação. Essa prática resulta na mescla de
aspecto da administração geral relacionado com a busca de economia e documentos gerados no exercício de funções diversas, o que dificulta a
eficácia na produção, manutenção, uso e destinação final dos documentos. recuperação do contexto original de produção. A avaliação de documentos
arquivados em sequência numérica implica basicamente a análise de
O Dicionário de Terminologia Arquivística, publicado em São Paulo documento por documento, o que é bastante trabalhoso em face da massa
em 1990 e reeditado em 1996, conceitua gestão de documentos como um documental acumulada com o decorrer do tempo. É frequente, por isso, a
―conjunto de medidas e rotinas visando a racionalização e eficiência na eliminação sem critério ou, o que é igualmente grave, a reprodução do
criação, tramitação, classificação, uso primário e avaliação de arquivos‖. acervo em outros suportes, sem a prévia identificação e avaliação dos
No âmbito da legislação federal, ―considera-se gestão de documentos conjuntos documentais. O que interessa, nessa visão imediatista, é a
o conjunto de procedimentos e operações referentes à sua produção, liberação de espaços.
tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediá- Esse procedimento pode representar um investimento inútil quando in-
ria, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente‖ . cidir sobre documentos rotineiros, repetitivos, desprovidos de valor infor-
RACIONALIZAÇÃO, EFICIÊNCIA, PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA mativo, probatório ou cultural, que poderiam ser eliminados, conservando-
se deles apenas pequenas amostragens.
GESTÃO DE DOCUMENTOS
Conjunto de medidas e rotinas que garante o efetivo controle de todos CONCEITO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO
os documentos de qualquer idade desde sua produção até sua destinação
Dentro de uma biblioteca, arquivo ou museu duas seções devem ser
final (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e
enfocadas: a de conservação e a de restauração.
eficiência administrativas, bem como à preservação do patrimônio docu-
mental de interesse histórico-cultural. 1 - Conservação - é um conceito amplo e pode ser pensado como
termo que abrange pelo menos três (3) ideias: preservação, proteção e
A gestão pressupõe, portanto, uma intervenção no ciclo de vida dos
manutenção.
documentos desde sua produção até serem eliminados ou recolhidos para
guarda definitiva. Nesse sentido, um programa geral de gestão compreen- Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é
de todas as atividades inerentes às idades corrente e intermediária de defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos e biológicos que os
arquivamento, o que garante um efetivo controle da produção documental atacam.
nos arquivos correntes (valor administrativo/vigência), das transferências
aos arquivos centrais/intermediários (local onde os documentos geralmente O principal objetivo portanto da conservação é o de estender a vida útil
aguardam longos prazos precaucionais), do processamento das elimina- dos materiais, dando aos mesmos o tratamento correto. Para isso é neces-
ções e recolhimentos ao arquivo permanente (valor histórico-cultural). sário permanente fiscalização das condições ambientais, manuseio e
armazenamento.
São de fácil reconhecimento, assim, os três momentos da gestão, não A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio cultural consistindo
necessariamente consecutivos: na conservação desses patrimônios em seus estados atuais. Por isso,
1. Produção dos documentos: inclui a elaboração de formulários, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição causadas pela umida-
de, por agentes químicos e por todos os tipos de pragas e de microorga-
implantação de sistemas de organização da informação, aplicação de
nismo. A manutenção, a limpeza periódica é a base da prevenção.
novas tecnologias aos procedimentos administrativos.
2 - Conservação Preventiva (Restauração) - tem por objetivo revita-
2. Manutenção e uso: implantação de sistemas de arquivo, sele-
lizar a concepção original, ou seja, a legibilidade do objeto. A restauração é
ção dos sistemas de reprodução, automatização do acesso, mobiliário,
uma atividade que exige dos profissionais grande habilidade, paciência,
materiais, local.
amor à arte, pois nesta seção se praticam verdadeiras intervenções cirúr-
3. Destinação final dos documentos: programa de avaliação que gicas com os bens culturais, "a restauração é quase uma neurose da
garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor permanente e a perfeição, em que o mais ou menos não existe" como disse certa vez a
eliminação de documentos rotineiros e desprovidos de valor probatório e restauradora Marilka Mendes.
informativo.
Em uma restauração nenhum fator pode ser negligenciado, é preciso
A avaliação de documentos de arquivo é uma etapa decisiva no pro- levantar a história, revelar a tecnologia empregada na fabricação ou a
cesso de implantação de políticas de gestão de documentos, tanto nas técnica de impressão utilizada e traçar um plano de acondicionamento do
instituições públicas quanto nas empresas privadas. Mas, o que significa objeto restaurado de modo que não volte a sofrer efeitos de deterioração
avaliar documentos? Para o administrador, que está com seus depósitos do futuro.
abarrotados de documentos, sem dúvida, a avaliação sugere uma elimina-
ção imediata de papel, com vistas à liberação de espaço físico. No entanto, Como sabemos são poucos os técnicos ligados a esta área e leva a-
se o processo de avaliação não for efetivamente implantado através das nos para formar um bom restaurador, por estes fatores podemos dizer que
é melhor: Conservar e preservar para não restaurar"
Tabelas de Temporalidade, não tardará muito para que a produção e
acumulação desordenadas preencham novamente todos os espaços AGENTES EXTERIORES QUE DANIFICAM OS DOCUMENTOS
disponíveis.
1. FÍSICOS
Trabalho interdisciplinar que consiste em identificar valores para os
documentos (imediato e mediato) e analisar seu ciclo de vida, com vistas a Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes no processo
estabelecer prazos para sua guarda ou eliminação, contribuindo para a de degradação dos materiais bibliográficos.
racionalização dos arquivos e eficiência administrativa, bem como para a
preservação do patrimônio documental.
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Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mesmo que as condi- documento ao longo da sua existência, como por exemplo, a publicação,
ções de conservação sejam boas. O papel fica com sua cor original altera- aprovação, distribuição, reencaminhamento e desactualizado (destruído).
da e se torna frágil e isto se chama envelhecimento natural. Por último, este processo disponibiliza ao utilizador um método de
localização eficaz semelhante a um browser, por exemplo, o Google.
Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o papel que a
deficiência de água
Vantagens na sua utilização
2. QUÍMICOS
As empresas que investem pela solução Gestão Documental
Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam um índice de aci- conseguem um retorno elevado pois reduzem a quantidade de
dez elevado (pH 5 em média) e portanto uma permanência duvidosa. documentos em papel, há um ganho na produtividade devido a uma
Somemos ao elevado índice de acidez, o efeito das altas temperaturas uniformização dos processos e facilitando a implementação de normas de
predominante nos países tropicais e subtropicais e uma variação da umi- qualidade. As vantagens na sua utilização são as seguintes:
dade relativa, teremos um quadro bastante desfavorável na conservação
de documentos em papel. Dentre as causas de degradação do papel, Redução do custo do número de cópias, aumento de produtividade na
podemos citar as de origem intrínseca e as de origem extrínsecas. procura, no re-encaminhamento de documentos e redução do espaço de
arquivo;
Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos ácidos, ainda que
nas condições de conservação mais favoráveis. A poluição atmosférica é Gestão de Informação Integrada é conseguida a partir da consolidação
uma das principais causas da degradação química. transparente dos documentos eletrônicos (originados pela aplicações
Office) e de documentos com origem em papel;
Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes na documenta-
ção. Foi e é usada para escrever em papéis, pergaminhos e materiais Uniformização de Processos de reencaminhamento, aprovação,
similares, desde que o homem sentiu necessidade de registrar seu avanço arquivo e eliminação dos documentos, mantendo o histórico de versões
técnico e cultural, e é ainda indispensável para a criação de registros e dos documentos;
para atividades relacionadas aos interesses de vida diária. Digitalização dos documentos;
3. BIOLÓGICOS Descentralização do espaço físico, isto é, os documentos e processos
Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves danos a arquivos estão sempre disponíveis, independente do local onde o utilizador aceda
e bibliotecas, destruindo coleções e documentos preciosos. Os principais aplicação;
insetos são: Com o auxilio de um browser a pesquisa da informação dos
Anobiídeos (brocas ou carunchos) documentos está facilitada e rápida;

Thysanura (traça) Formação de um Backup que permite a recuperação da informação


em caso de incêndio ou inundação do seu arquivo físico;
Blatta orientalis (barata)
As soluções de Gestão Documental têm mecanismos de controlo de
Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte deles produ- acessos e segurança protegendo os seus documentos de acessos não
zem pigmentos que mancham o papel. autorizados.
Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção contra os
insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do total do documen-
Casos de aplicação
to.
A Gestão Documental quer seja eletrônica ou em arquivo de papel
4. AMBIENTAIS
está presente em todas as organizações. As soluções de Gestão
Ventilação - é um outro fator a considerar como elemento que favore- Documental aplicam-se a um conjunto alargados de áreas funcionais:
ce o desenvolvimento dos agentes biológicos, quando há pouca aeração.
Administrativa e Financeira (documentos financeiros)
Poeira - um outro fator que pode favorecer o desenvolvimento dos a-
Qualidade (normas, procedimentos, auditorias e fichas de não
gentes biológicos sobre os materiais gráficos, é a presença de pó.
conformidade)
5. HUMANOS
Produção (desenho técnicos, normas e procedimentos operacionais e
O Homem, ao lado dos insetos e microrganismos é um outro inimigo controlo de produção)
dos livros e documentos, embora devêssemos imaginar que ele seria ser o
Jurídica (contratos, propostas, concursos públicos e cadernos de
mais cuidadoso guardião dos mesmos.
encargos)

Gestão documental Serviços a Cliente (informações, apóiam técnico e documentos de


Cliente)
A gestão documental ou gestão de documentos é um ramo da
arquivística responsável pela administração de documentos nas fases Marketing (estudos de mercado, brochuras e especificações de
corrente e intermediária (primeira e segunda idade). produtos)

Em termos informáticos, a Gestão Documental é uma solução de Desenvolvimento (memórias descritivas, pesquisa e desenvolvimento)
arquivo, organização e consulta de documentos em formato eletrônico Recursos Humanos (contratos de pessoal, fichas técnicas e
onde existe toda a informação de natureza documental trocada entre os regulamento)
utilizadores da aplicação. Esta solução permite a colaboração numa
organização através da partilha de documentos, beneficia e facilita os AUTOMAÇÃO
processos de negócio de uma empresa. A Gestão Documental integrada
com outras soluções, como por exemplo, a digitalização, fax e email O novo mundo dos arquivos – automação
permitem gerir toda a informação não estruturada (documentos) importante
da organização. Num processo de gestão documental o seu inicio é .James M. Turner – U. de Montreal
quando há a recepção do documento em que este passa pela fase de
Introdução
desmaterialização, ou seja, digitalização do documento geralmente em
formato papel para um formato eletrônico. Numa segunda fase os Para bem se entender a problemática atual dos arquivos, é preciso
documentos em formato eletrônico são submetidos a uma classificação, de compreender o século XX sob o ponto de vista da extraordinária rapidez da
seguida há uma definição dos vários estádios do ciclo de vida do evolução tecnológica. É suficiente lembrar que diversos atores, cada um

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tendo uma influência profunda sobre a sociedade humana, se instalaram Atualmente a capacidade dos computadores muda de modo radical e
no cenário tecnológico durante esse período: por exemplo, a eletricidade, o muito velozmente, abalando assim os fundamentos teóricos do arquivismo.
rádio, o telefone, o automóvel, o cinema, a máquina de escrever, para Nós transferimos para o ambiente informatizado as políticas desenvolvidas
nomear somente alguns. A partir da Segunda Guerra Mundial, assiste-se à para os documentos sobre papel, mas a complexificação das tecnologias e
chegada da fotocopiadora, a eletrônica, a televisão, os satélites, e sobretu- a influência dessas últimas sobre nossos métodos de trabalho foram de tal
do os computadores. A partir da década de 1970, a telemática, ou seja, o ordem que essas políticas não são mais suficientes. O documento eletrôni-
computador conectado a outros computadores via linhas telefônicas, co tornou-se um conjunto de relações ou de trechos de informação, po-
mudou profundamente as possibilidades de comunicação de documentos. dendo residir em diferentes arquivos (Bergeron 1992, 53). Por exemplo, o
Desde 1990, a Internet e a World Wide Web não cessam de nos espantar relatório anual de uma companhia pode consistir em arquivos de texto,
por causa do desenvolvimento quase cotidiano de novas possibilidades de cada um redigido por uma pessoa diferente, empregando um processador
interação no mundo da informação. textual diferente num ambiente informático diverso. Pode-se encontrar na
relação das fotos e outros gráficos criados com outros sistemas operacio-
Depois de muitos anos, a disciplina de arquivística conheceu desen- nais, assim como os quadros estatísticos criados com diferentes sistemas
volvimentos importantes no estabelecimento da teoria, nas técnicas de operacionais, e ainda gráficos gerados por outros sistemas, tudo reunido
organização e nos métodos de trabalho. Constata-se, entretanto, que em um documento eletrônico colocado em página para a impressão sobre
apesar de nossa disciplina ainda não estar estabilizada definitivamente, papel ainda por outro sistema operacional, e ainda com uma versão diver-
desde já é preciso rever seus fundamentos teóricos e estabelecer um novo sa para ser instalada no Web. O leitor recebe um simples documento em
paradigma para a disciplina em função das novas tecnologias da informa- papel, mas o arquivista responsável pelo documento eletrônico deve
ção. pensar a organização para a armazenagem, a marcação e a preservação
É útil observar nesse contexto que não há nada de novo. Pode-se de todos esses arquivos, bem como a relação entre eles.
constatar que são sempre as mudanças tecnológicas que determinam a Outro problema de capacidade: não se pode mais conservar a infor-
maneira de se realizar nosso trabalho de organização da informação. O mação apenas em formato linear. O hipertexto e as ligações hipertextuais
surgimento de novas e importantes tecnologias no campo da informação, e hipermidiáticas, assim como as estruturas relacionais das bases de
como nos casos do papel e da prensa de Gutenberg, causaram também dados, acrescentam uma outra dimensão e complexificam mais o proble-
mudanças fundamentais nos métodos de trabalho das pessoas que gera- ma. Por outro lado, a chegada dos arquivos multimídia torna mais comple-
vam a informação no momento desses desenvolvimentos e pelos séculos xos do que nunca os arquivos eletrônicos (Bergeron 1992,53).
seguintes. Essas tecnologias também mudaram profundamente a socieda-
de em seu conjunto. Nós que vivemos sobre a terra nesse momento somos Outros fatores importantes que contribuem para as mudanças funda-
testemunhas de desenvolvimentos que se desenrolam a uma velocidade mentais nas teorias e nas práticas, quando se trabalha com os documen-
impressionante. tos eletrônicos, são a dependência diante da mídia e dos aparelhos, a
impossibilidade de entrevistar os aparelhos, a volatilidade da informação,
Histórico recente sua segurança e sua integridade, e a proliferação de formatos proprietá-
Durante os anos de 1960 assiste-se à implantação de computadores rios, de sistemas de exploração, de sistemas operacionais, de versões
nos governos e corporações mais importantes. Muito caros, esses apare- desses sistemas operacionais, bem como o preço do desenvolvimento de
lhos são sensíveis à temperatura e precisam ser instalados nos locais tudo isso.
talhados sob medida e com acesso controlado. Os computadores não são Breve, no espaço de trinta anos, a natureza da matéria de que tratam
muito ―inteligentes‖, mas o que interessa é que podem calcular com muita os arquivistas terá mudado radicalmente. Deve-se já distinguir o conceito
rapidez. Somente hoje os computadores começam a ser capazes de tratar de suporte daquele de informação. Antes, como a informação estava
de atividades mais ―inteligentes‖. sempre integrada ao suporte, tratavam-se os dois ao mesmo tempo e
Ao mesmo tempo, as organizações de menor tamanho buscam a má- pensavam-se nos dois como sendo uma coisa só: um documento. Para
quina de escrever elétrica, que se espalha durante os anos de 1960 e adaptar a expressão de Negroponte (1995), antes tratavam-se dos átomos,
1970. Por volta do fim dos anos de 1970 assiste-se à chegada de apare- hoje tratam-se dos bits.
lhos dedicados ao tratamento de textos. Ainda uma vez, os preços são tão Questões atuais
elevados que somente as organizações bastante importantes têm condi-
ções de usar essas máquinas. Ao mesmo tempo, as máquinas de escrever Para os fins de nossa apresentação hoje, dividimos as questões em
eletrônicas chegam ao mercado, mas sua utilização não se torna muito cinco categorias: os documentos e seus suportes, a interconectividade, a
difundida em razão da chegada quase simultânea dos microcomputadores. normalização, a conversão e a preservação. Os documentos e seus supor-
tes: A tendência para a numerização faz com que quase a totalidade dos
O aparecimento dos microcomputadores em 1980 muda radicalmente arquivos seja já criado em formato informático. É claro, pode-se encontrar
o quadro tecnológico. O computador pessoal custa menos que um auto- exceções; entretanto, essa tendência é clara. Ora, o antigo papel pode
móvel. Hoje um computador custa muito menos que um carro e é capaz de durar milhares de anos, mesmo em más condições. Pode-se maltratá-lo e
executar as importantes operações que os grandes computadores do tipo mesmo assim ler facilmente o texto que está relatado sobre o papel. Ao
mainframe não realizavam nos anos de 1960 e 1970. O novo ambiente, contrário, os suportes eletrônicos são muito instáveis, mesmo nas melho-
que se instala rapidamente, cria um problema de escala para os aparelhos res condições. A duração dos suportes eletrônicos é suficiente para muitas
administrativos, que se vêem impossibilitados de seguir tantos desenvolvi- situações, é claro, mas pouca para a conservação a longo prazo dos
mentos. arquivos. O problema é tributário do fato de que nossa tendência é adotar,
Por exemplo, a política do NARA ( National Archives and Records Ad- para fins de gestão da informação, as tecnologias criadas para outros fins.
ministration, nos Estados Unidos) sobre os arquivos ordinolingues está tão Para conjugar-se ao problema da longevidade dos suportes, tem-se
mal estabelecida (aproximadamente 25 anos após o começo da informati- recorrido ao repiquage. Periodicamente, copia-se o sinal eletrônico sobre
zação), que a chegada da microinformática nos obriga a interrogar sobre a um suporte novo a fim de assegurar sua sobrevida. Todavia, hoje, os
pertinência dessa política (Bergeron 1992,54). desenvolvimentos tecnológicos estão de tal forma rápidos, que esta prática
Aliás, os exemplos de perdas de arquivos eletrônicos importantes se não é mais suficiente. Agora a mudança que precisa ser vista é a "migra-
multiplicam: os dados do recenseamento americano de 1960, a primeira ção", ou seja, a prática não somente de copiar um documento eletrônico
mensagem de correio eletrônico em 1964, os dados sobre as florestas do antigo sobre um suporte novo, mas também de o converter a uma versão
Brasil capturadas por satélite nos anos de 1970, os dados da NASA, e mais recente do sistema operacional empregado para o conceber, ou
assim por diante. Os exemplos americanos são característicos da situação ainda em um outro sistema operacional mais normalizado e capaz de o ler,
por toda parte do mundo. a fim de assegurar sua consultabilidade a longo prazo.

A situação hoje A interconectividade, representada atualmente pela Internet e pelo


Word Wibe Web, acrescenta uma dimensão nova à problemática. Não
somente pode-se conectar dois computadores via rede telefônica, mas vê-

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se hoje redes inteiras de computadores interligadas em uma vasta super- que aquilo se traduz por cerca de trinta erros por folha A4 datilografada em
rede em escala mundial. Vê-se nesse contexto do desenvolvimento da espaço duplo, compreende-se facilmente que a intervenção humana é
Infovia, numerosas vantagens para os depósitos dos arquivos: por exem- necessária para efetuar a correção de cada página antes que a possamos
plo, a visibilidade, a difusão ampla das fontes, a facilidade de consulta considerar como consultável.
pelos usuários, a possibilidade do teletrabalho para os arquivistas. Mas até
onde deveria ir esta presença? Dever-se-ia contentar com informações Por outro lado, seria necessário prever muitas vezes não apenas a
gerais num resumo das fontes, ou seria melhor colocar em linha os instru- conversão de textos em octetos, mas também uma restruturação dos
mentos de pesquisa, os planos de classificação, os calendários de conser- dados. Por exemplo, um fichário de informação estocado sobre fichas de
vação, e eventualmente o texto inteiro de documentos manuscritos? De- cartão tomará sem dúvida a forma de uma base de dados. É preciso não
ver-se-ia fornecer o acesso via as redes às nossas bases de dados, aos somente prever os campos evidentes nas estruturas, mas também de
documentos eletrônicos, às imagens de documentos manuscritos? outros para acomodar a informação analógica e aquela que pode ser
acrescentada à mão sobre as fichas, senão há perda de informações.
Por outro lado, esse novo mundo nos apresenta um problema filosófi-
co: sobre a Infovia, há uma verdadeira distinção entre arquivos numéricos Consideremos igualmente o caso da dimensão dos fichários de ima-
e bibliotecas numéricas ( ― arquivos digitais‖ e ―bibliotecas digitais‖)? Se gens de páginas, fichários onde o texto não é tratável por computadores,
todos os textos são conservados em formato eletrônico, em que a cópia mas que se pode ler sobre uma tela. A uma resolução de 400 pontos por
original é estocada num computador para consulta através das redes, ou polegada (ppp), se conta em torno de 85Ko/página. Porém, quando melho-
seja, se um documento de arquivo torna-se um fichário informático e se um ra-se a resolução para 600 ppp, ele nos custa em espaço de estocagem
livro torna-se também um fichário informático, podemos ainda distinguir as cerca de 500 Ko/página. Para atender a resolução do microfilme, precisaria
bibliotecas dos arquivos ( Preserving digital information 1996, 7)? Esse escanear a 1000 ppp. A título de exemplo desse problema à escala de um
problema demonstra a que ponto as mudanças tecnológicas são profun- arquivo, nota-se que para contar o estado civil dos habitantes de Québec,
das. em torno de 18 milhões de certidões, ele custará 650 Go de espaço de
estocagem para registrar somente as imagens desses dados, que não
Nesse complexo contexto , os metadados, essas camadas de dados estarão ainda em formato de fichários manipuláveis para uso, sem falar
adicionais que utilizamos para descrever e organizar os dados contidos nos trinta meses de trabalho para efetuar essa pesquisa (Lubkov 1997,
nos documentos eletrônicos, ganham muita importância. Há múltiplos tipos 42).
de metadados: para a apresentação do documento (por exemplo, os sinais
de estilos, de caracteres itálicos), para exprimir suas relações com outros Para disfarçar os problemas desses fichários de imagens que permi-
documentos (por exemplo, de linhas, de pontos), para exprimir a cataloga- tem ao usuário ver a colocação de um texto na página, mas que não o
ção, a classificação, a indexação ( os pontos de acesso para o tema), para permite manipular os dados, desenvolve-se atualmente linguagens de
gerir o fichário informático (por exemplo, as informações técnicas concer- descrição de páginas. Isto acrescentou uma camada de metadados, permi-
nentes ao formato do fichário), etc.. Porém, é sobretudo a normalização tindo afixar o texto com a sua colocação na página exigida, e substituirão,
dos metadados que é de uma importância capital nesse contexto. Se se pode-se esperar, esses sistemas operacionais intermitentes tal como o
deseja permitir o acesso a muita informação via redes, tem-se todo o Acrobat d‘Adobe, que oferece uma colocação em página que exige muita
interesse em normalizar práticas de descrição e de organização, senão o memória informática, mas que está sempre em forma de ficha não manipu-
usuário será obrigado a aprender a linguagem de cada novo sistema com lável, como uma telecópia.
o qual deseja trabalhar. Os problemas associados à imagem fixa e em movimento são ainda
Muitas iniciativas nesse sentido foram empreendidas, por exemplo, as mais importantes. A questão mais notável associada a esse gênero de
Regras para a Descrição dos Documentos de Arquivos (RDDA, no Cana- documentos é a dimensão dos fichários quando esses documentos são
dá), a Encoded Archival Description (EAD, nos Estados Unidos), a Standart informatizados. Para a imagem fixa, não há mais problema com as simples
Generalized Markup Language (SGML, norma ISO 8879), e a Duplin Core, imagens em preto e branco, mas cada pixel que compõe a imagem tem
a Wrawick Framework e seus sucessores (15 elementos de base para a necessidade de muito mais profundidade para exprimir as cores, e assim
comunicação de documentos em rede). Resta ainda muito trabalho a fazer, mais memória informática. Para uma imagem em torno de 20 cm por 25
especialmente o aperfeiçoamento das normas e sua implantação universal cm, é preciso mais ou menos 1Mo de memória. Para a imagem em movi-
de forma independente dos sistemas operacionais e do material informáti- mento, sem compressão, necessita-se 40 Mo/imagens. A taxa de affichage
co. O que nos permite ser otimistas é que, a longo prazo, seremos os do filme é de 24 imagens/segundo, e do vídeo, 30 imagens/segundo. O
conservadores de documentos altamente estruturados e onde as informa- custo em memória para estocar um filme de 90 minutos é então de 960 Mo
ções concernentes à estrutura e à organização desses documentos "via- por segundo de filme, e então de 59,6 Go por minuto e de 3,5 To/hora, ou
jem" através das redes com os documentos como parte integrante de tudo seja, aproximadamente 5 To por 90 minutos de filme.
isso, não importando onde estão os diversos destinatários eletrônicos pelo A título de exemplo do que estes algarismos representam em um caso
mundo afora. Com a sistematização das práticas, passa-se de um mundo concreto, pode-se notar que o sistema ―Cineon de Kodak‖, um dos poucos
tecnológico caótico a um mundo ordenado. sistemas disponíveis para a numeração da imagem em movimento, neces-
Para chegar a um mundo no qual toda a informação está em formato sitaria de 33 grossos cassetes para estocar este filme, ao custo de 13.000
eletrônico e acessível a quem possua um computador e uma ligação com $ US pela fita magnética somente! Além disto, o sistema necessitaria de
as redes, precisaria considerar a conversão maciça dos fichários já exis- 110 horas para converter a imagem em movimento do formato analógico
tentes, senão não se poderia consultar as informações mais recentes. ao formato numérico. Isto se traduz por mais de uma hora de tratamento
Como assinalava Clifford Lynch, este importante observador das atividades por minuto de filme. Não falamos ainda de custos de tratamento. E com
das grandes redes, se se confia nas informações disponíveis em linha, tudo isso, seria necessário transplantar cassetes em dez ou vinte anos
teremos a impressão de que a história da raça humana sobre a terra para evitar a perda de todo esse trabalho!
começou em 1970. Que fazer então com as informações acumuladas em Como os suportes numéricos não são confiáveis para a conservação a
nossos depósitos depois de séculos? longo prazo, enaltece-se às vezes a impressão sobre papéis do código
É preciso demonstrar se a conversão dos fichários existentes é dese- informático codificado em algarismos 1 e 0, em razão das propriedades de
jável, se ela é necessária, se ela é possível. No momento, entretanto, há conservação a longo praz do papel. Mais tarde um sistema operacional de
obstáculos importantes, especialmente as infra-estruturas atuais, o estado reconhecimento ótico de caracteres lerá o código para reconstituir o fichá-
das tecnologias e os custos necessários. Tomemos por exemplo o estado rio informático. Para a imagem em movimento, esta prática não será nada
dos numériseurs e os sistemas operacionais de reconhecimento ótico de prática, pois um cálculo rápido nos dá os algarismos seguintes, baseados
caracteres (ROC). O alvo desses últimos é permitir a conversão de docu- sobre um sistema que permite a resolução comandada de 320 milhões de
mentos impressos sobre papel e fichários tratáveis por computador e isso a pixels por imagem: a 24 imagens/segundo, serão necessários aproxima-
custo abordável. Mas os melhores sistemas operacionais atuais não fazem damente 8 bilhões de pixels/segundo de filme 35mm. No ritmo de 6000
prova de uma taxa de resultados além de 97% ou 98% (Linke 1997, 70). bits/página (quando se datilografa com entrelinha simples, calcula-se
Em princípio, isso pode parecer muito elevado, mas quando se considera 3000), contaremos 5600 páginas (uma pilha de aproximadamente 5m) por
cada segundo de filme, e portanto 180 m3 por minuto de filme, vale dizer,

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16 km de espaço para estocar nosso filme de 90 minutos! Decididamente, frequentemente vimos que as condições econômicas não permitem essas
não se poderá considerar a numeração das coleções de imagem em correções. As pessoas que administram os orçamentos têm a impressão
movimento antes de encontrar maneiras mais econômicas de estocar os de que os trabalhos estão completos, e são os usuários que sofrem a
fichários assim criados. utilização desses dados não verificados e não corrigidos. Como é o caso
em qualquer ouro lugar, o controle de qualidade é importante no arquiva-
Considerando a preservação e a conservação dos arquivos eletrôni- mento de dados eletrônicos.
cos, podemos nos voltar um pouco para as conclusões do grupo de traba-
lho sobre a preservação dos arquivos numéricos (Preserving digital infor- Terminando, analisaremos o problema considerável da pilha de fichá-
mation 1996, 37). Este grupo de trabalho conclui que a responsabilidade rios necessária para a estocagem de imagens em movimento quando
primeira para a informação numérica permanece com os criadores, os estas últimas são numerosas, os problemas arquivísticos associados à
fornecedores e, eventualmente, os proprietários. Além disso, o grupo compreensão de imagens para melhor estocá-las, o trabalho considerável
enaltece a criação de uma infra-estrutura muito profunda (deep infrastruc- requerido para efetuar os trabalhos de conversão, os custos implicados
ture) capaz de suportar um sistema distribuído de dados. Na disposição de nesse processo, e o problema ao nível da infra-estrutura incapaz de tratar
uma tal estrutura, criar-se-á um processo de certificação de organizações convenientemente esses enormes fichários.
capazes de estocar, de migrar e abastecer o acesso às coleções numéri-
cas. Estas organizações certificadas teriam o direito legal de intervir pela Soluções a longo prazo Apesar dos numerosos e importantes proble-
salvaguarda de documentos depositados alhures, em caso de perigo de mas associados atualmente aos arquivos automatizados, podemos ainda
destruição, seja por uma ameaça física à integridade dos documentos, seja assim esperar ver melhoras consideráveis a curto, médio e longo prazo. A
por uma mudança de políticas de conservação em outro lugar, devido à importância dos trabalhos em curso nos deixa crer que se verá o controle
privatização de um arquivo, por exemplo. dos dados desde sua criação até sua disposição eventual, seja por elimi-
nação, seja por sua instituição como arquivos permanentes. Nossos méto-
Obstáculos à automação dos, nossos processos, nossas práticas, nossas normas serão estabilza-
das eventualmente. O turbilhão tecnológico no qual nos encontramos
Nesta parte, resume-se brevemente alguns obstáculos atuais à auto- atualmente dará lugar aos métodos normalizados, sobre os quais traba-
mação dos arquivos. Em nível das infra-estruturas, a banda frequentada lhamos atualmente.
terá necessidade de ser acrescida consideravelmente antes que se possa
responder convenientemente às necessidades dos usuários cujo número No que concerne aos computadores, esses instrumentos de trabalho
não cessa de crescer. Devemos prever eventualmente o acesso universal tão importantes à nossa vida, veremos bem eventualmente a chegada de
à Internet e seus sucessores, como é o caso do correio à escala interna- computadores melhor ―educados‖ para responder a nossas necessidades.
cional, ou ainda do telefone. Lembremos que no momento somente uma Eles serão capazes de detectar um problema de funcionamento que expe-
ínfima parte da população global está em linha, e que mesmo nos países rimentamos, por exemplo, e intervir de maneira interativa para nos apontar
industrializados falamos apenas de dez ou quinze por cento da população. as soluções possíveis. Veremos disponíveis em linha de demonstrações
vídeo para nos mostrar como executar tal função, como executar tal tarefa,
A questão da ―prisão ASCIL‖, expressão de Mitchell Kapor para desig- efetuar tal manobra informática. Além disso, o desenvolvimento de tipos de
nar o problema das línguas não inglesas que lutam para ostentar suas memória viva e morta que não se apagam automaticamente ou que não se
marcas diacríticas no meio informático, é extremamente importante no corrompem em função de uma falha de eletricidade nos permite assegurar
contexto das redes. A ―consortium Unicode‖ trabalha há vários anos para nossos temores psicológicos face a nossas relações com esses instrumen-
desenvolver um código informático que dê conta de todas as línguas tos que têm uma importância tão grande em nossas vidas. Veremos even-
escritas, mas esse código toma 16 bits de memória para cada caracter tualmente a automatização de procedimentos de salvaguarda, de formação
comparado a 7 ou 8 para os dados codificados em ASCIL, e os produtores de usuários, de migração de dados e de outras funções arquivistas. Final-
de sistemas operacionais não os adotam muito rapidamente. Todavia, com mente, com o tempo assistiremos sem dúvida ao desenvolvimento de
o desenvolvimento das soluções a baixo custo dos problemas de estoca- suportes informáticos tão inabaláveis quanto o velho papel.
gem e de tratamento, este problema importante vai, sem dúvida, ser solu-
cionado num futuro não muito distante. Um passo importante: a ―World Terminando, será bom lembrar que nós nos encontramos atualmente
Wide Web Consortium‖ vem de anunciar (julho 1997) a publicação da no meio desse turbilhão tecnológico, que o papel que representamos neste
primeira versão de trabalho da HTML 4, a qual adota como jogo de carac- momento é de uma grande importância histórica, pois é a presente gera-
teres a ―Unicode‖. ção de arquivistas que assegura a transição entre dois mundos tecnológi-
cos fundamentalmente diferentes um do outro. É na gestão dessa transi-
Ao nível dos suportes físicos, o obstáculo principal é sua instabilidade. ção que nós podemos tirar vantagem de nossas atividades para os próxi-
É necessário encontrar soluções neste nível para evitar que estejamos mos anos. Tradução de Andréa Araújo do Vale, Carla da Silva Miguelote e
eternamente condenados a substituir a intervalos relativamente curtos a Rejane Moreira.
totalidade de arquivos que possuímos. No momento, não há nada além de
tecnologias experimentais, mas é preciso crer que o problema será resolvi-
do eventualmente. Passa-se sob silêncio os problemas de deterioração Tabela de temporalidade
química e biológica.
Tabela de temporalidade é o instrumento com o qual se determina o
Ao nível do endocage, assinalemos os problemas de integridade e au- prazo de permanência de um documento em um arquivo e sua destinação
tenticidade dos dados. Os arquivistas precisam ter confiança de que os após este prazo, pois existem documentos que devem ser guardados por
documentos informáticos dos quais eles têm a guarda não podem ser mais tempo como os relacionados às áreas contábil, fiscal, financeira e
alterados, e que o documento que eles oferecem aos usuários por consulta pessoal. Ela é muito utilizada pelos órgãos públicos, é importante frisar que
é o mesmo que eles receberam por arquivo. a eliminação de documentos de arquivos, devem obedecer às normas do
CONARQ, em destaque os documentos produzidos por todos os órgãos
Ao nível dos sistemas operacionais, tem-se a necessidade de desen- integrantes do poder público.
volver os sistemas melhor integrados às necessidades dos arquivistas e
dos usuários, tanto ao nível das linhas diretas entre os sistemas de gestão Segundo Wadson Faria (2006, p. 35), a tabela de temporalidade
e documentos quanto ao nível da interação pessoa-máquina. Visto desta documental (TTD) é o instrumento de gestão arquivística que determina:
última perspectiva, os sistemas operacionais disponíveis atualmente são
os prazos em que os documentos devem ser mantidos no arquivo
bastante penosos, não recorrem senão de maneira muito primitiva aos
corrente (setorial);
aparelhos cognitivos dos usuários.
quando devem ser transferidos ao arquivo intermediário (central);
Como vimos, a conversão dos fichários permanece um problema im-
portante por várias razões. Podemos assinalar particularmente as dificul- e por quanto tempo devem ali permanecer.
dades de conversão de fichários de ordem técnica e aqueles de ordem
econômica. Além disso, teríamos vantagem em considerar como inaceitá- Além disso, a TTD estabelece critérios para a migração de suporte
vel a prática atual de versar os dados nos sistemas de informação sem (microforma, digitalização etc.) e para a eliminação ou recolhimento dos
controle de qualidade, ao dizer que se fará correções mais tarde. Muito documentos ao arquivo permanente.

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Comissão permanente de avaliação de documentos 03 - Segundo Vázquéz, é possível relacionar a vida do documento com a
vida do ser humano. Nesse sentido, o ciclo de vida dos documentos de
É necessário que cada organização faça a constituição legal de sua arquivo forma o pano de fundo no qual se apóiam as intervenções arquivís-
Comissão Permanente de Avaliação de Documentos. Dependendo do ticas e é composto por:
porte da mesma, poderá haver mais de uma Comissão. A comissão a) um período;
permanente de avaliação de documentos tem por finalidade assessorar à b) dois períodos;
Divisão de Arquivo Geral nas ações e procedimentos referentes a c) três períodos;
avaliação documental, também orientar e realizar a análise, avaliação e d) quatro períodos;
seleção da produção documental produzida e acumulada, deve ser e) cinco períodos.
formada por representantes dos mais importantes setores da instituição.
04 - O entendimento sobre a vida funcional ativa de uma pessoa em uma
Características instituição está contido no dossiê desta pessoa, com informações sobre:
contratação, avaliação, promoção, formação, remuneração etc. Assim, a
Tabela de temporalidade documental deve ser vista como um
qualidade de um documento baseado nas utilizações imediatas e adminis-
documento institucional e normativo, servindo de suporte para questões
trativas que lhe deram os seus
que se referem a períodos de permanência de documentos no arquivo da
criadores pode ser definida como valor:
mesma. Os processos de arquivamento que não estejam orientados por
a) subsidiário;
uma TTD, necessitam frequentemente de novas reorganizações, pois o
b) quaternário;
crescimento em volume passa a não ter limites, ser descontrolado e
c) terciário;
desordenado.
d) secundário;
A equipe do arquivo terá que dedicar um tempo considerável para e) primário.
trabalhos de triagem frequentes, pois quanto mais ampla for a TTD, no que
diz respeito a cobertura da massa documental produzida pela organização, 05 - [...] a mais antiga transcrição da memória foi constituída por documen-
maior será a eficácia da mesma no processo de arquivamento. A pessoa tos correntes cujo modo de gestão, que por vezes se perpetuou durante
responsável pelo processo de arquivamento tem que ter um conhecimento muito tempo, atingiu uma perfeição requintada nas civilizações do Antigo
básico sobre as ferramentas da TTD para que haja o melhor Oriente Próximo, da Grécia e de Roma. Os documentos eram produzidos e
funcionamento do arquivo. conservados para as necessidades do governo e da administração, a
gestão do poder e a gestão dos documentos estavam estreitamente liga-
das por toda a parte. Segundo Couture, nessa citação de Lodolini, 1989,
Vantagens
está resumido o fenômeno de exercício:
São inúmeras as vantagens da aplicação de uma TTD, como por a) do arquivo;
exemplo, diminuição da ocupação do espaço físico, agilidade na b) do cidadão;
recuperação da informação, definições de responsabilidade para com a c) do poder;
gestão dos processos de arquivamento, diminuição com custos d) da documentação;
operacionais, controle geral da massa documental, eficácia sobre a gestão e) da criação.
documental.
06 - Receber o documento, ler o documento identificando o assunto princi-
Dicas pal e o(s) assunto(s) secundário(s) de acordo com o seu conteúdo, locali-
zar o código, utilizando o índice, quando necessário, anotar o código na
As organizações devem levar em consideração algumas orientações primeira folha do documento e preencher a(s) folha(s) de referência para
práticas para efetivação das TTDs que são as seguintes: planejar com os assuntos secundários são rotinas correspondentes às operações de:
simplicidade sobre os mecanismos de execução, a participação de todos a) prescrição;
da organização para criação da Comissão Permanente de Avaliação de b) notação;
Documentos, obtenção de conhecimento sobre a estrutura funcional da c) avaliação;
organização, de seu objetivo, ou seja, das atividades meio e fim, conhecer d) classificação;
a tipologia documental produzida ou recebida pela organização. e) restauração.

PROVA SIMULADA 07 - Muitas instituições produzem e acumulam documentos de maneira


indiscriminada, ou seja, sem critérios técnicos ou científicos, incorrendo em
01- A necessidade de comunicação remonta ao homem primitivo, que problemas de difícil solução para os arquivistas. Assim, garantir condições
utilizava sistemas rudimentares simbólicos para deixar registrados seus de conservação da documentação de valor permanente; aumentar o índice
feitos. Com a evolução da escrita, os materiais que serviam de suporte de recuperação da informação; conquistar espaço físico e reduzir o peso
também foram evoluindo. Entre os principais suportes da informação mais ao essencial da massa documental dos arquivos são objetivos da:
utilizados ao longo do tempo, encontram-se: a) descrição;
a) placa de pedra, papelão e papel; b) indexação;
b) placa de argila, papiro e papel; c) avaliação;
c) placa de zinco, pano e papel; d) disseminação;
d) placa de couro, cartão e papel; e) codificação.
e) placa de papiro, papelão e papel.
08 - Em qualquer arquivo, é importante estabelecer critérios que visam a
02 - Os princípios arquivísticos adquirem universalização a partir do seu otimizar sua administração de maneira coerente e eficaz. Com o objetivo
emprego e referência. No entendimento de alguns autores como Shellen- de fornecer as bases para um entendimento entre a própria instituição e os
berg, Paes e Bellotto, agregar documentos por fundos, isto é, reunir todos funcionários do arquivo permanente sobre o que deve ser feito com os
os títulos (documentos) provenientes de um corpo, de um estabelecimento, documentos da instituição a que dizem respeito, visando não apenas a
de uma família ou de um indivíduo, e dispor segundo uma determinada eliminação, mas principalmente, assegurar a preservação de certos docu-
ordem os diferentes fundos é da essência do princípio da: mentos, cobrindo todos os documentos: os que careçam de valor, como
a) Proveniência; também os que possuem valor. Para atender às necessidades da institui-
b) Territorialidade; ção e do arquivo, a sua cobertura deve ser total. Essa noção remete à
c) Naturalidade; interpretação do plano de:
d) Temporalidade; a) descarte;
e) Informalidade. b) destinação;
c) levantamento;

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d) organização; documento, o arquivista pode minimizar os prejuízos causados utilizando
e) triagem. aparelhos modernos como:
a) ar condicionado;
09 - Caso exista uma evidente e total continuidade de competência entre b) cela de fumigação;
um órgão extinto (órgão X) e o novo órgão que o sucede (órgão Y), con- c) deonizador;
clui-se que a documentação será mantida nesse novo órgão, pois se trata d) obturador;
de uma simples troca de nomes e/ou pequena modificação do órgão. A e) termohigrógrafo.
essa constatação, pode-se definir o fundo
documental como: 16 - Na administração pública, são várias as instituições que deixam de
a) direto; existir por diversos motivos, como término da atividade, incorporação por
b) livre; outra instituição, falência etc. Ocorrendo a cessação de atividade de uma
c) completo; instituição pública de caráter público, haverá:
d) aberto; a) transferência da sua documentação a organismos governamentais;
e) próprio. b) organização da sua documentação em órgãos públicos;
c) descarte da sua documentação em instituições públicas;
10 - Os seguintes critérios: i) assumir denominação e existência próprias, d) recolhimento da sua documentação à instituição arquivística pública;
resultantes de um ato (lei, decreto, resolução etc); ii) possuir atribuições e) estudo da incorporação da sua documentação à instituição arquivística
específicas e estáveis, legitimadas por um texto legal; iii) ter posição na privada.
hierarquia administrativa definida com exatidão; iv) ter um chefe responsá-
vel, em pleno gozo de poder decisório, são pressupostos essenciais para 17 - O pesquisador do arquivo precisa acessar, para uma investigação
constituição de um órgão produtor de: acadêmica, alguns documentos classificados como sigilosos, referentes à
a) documentos fiscais; segurança da sociedade e do Estado. O arquivista deve informar que
b) fundos de arquivos; esses documentos são restritos por um prazo máximo de:
c) papéis sociais; a) 20 anos, a contar da data de seu arquivamento;
d) arranjo de documentos; b) 30 anos, a contar da data de sua produção;
e) tipos de documentos. c) 40 anos, a contar da data de sua movimentação;
d) 50 anos, a contar da data de sua organização;
11 - Os procedimentos intelectuais e físicos e os resultados da análise e e) 60 anos, a contar da data de sua destinação.
organização de documentos de acordo com os princípios arquivísticos
denominam-se: 18 - Os usuários dos arquivos acessam os documentos de diversas manei-
a) arranjo; ras: pela data, pelo assunto, pela
b) levantamento; espécie documental, etc. No entanto, a ordenação dos conjuntos docu-
c) triagem; mentais em arquivos permanentes não
d) depuração; deve ser baseada na temática, na cronologia ou na geografia, pois tal
e) acondicionamento. ordenação faria desaparecer a percepção da razão de ser do documento.
Essa ordenação deve ser baseada na forma:
12 - A chamada unidade mínima de documentação possui o caráter da a) fiscal;
indivisibilidade, segundo Bellotto (2004), que pode ser traduzida por um b) humanística;
―conjunto de documentos de tipologias diferentes, cuja reunião optativa é c) administrativa;
útil para documentar um fato, evento, assunto etc‖. Essa é a definição de: d) contábil;
a) carta; e) digital.
b) ofício;
c) memorando; 19 - A competência do arquivista no desenvolvimento das atividades de
d) dossiê; descrição é fundamental para uma perfeita recuperação das informações.
e) resolução. Assim, se um fundo como um todo estiver sendo descrito, deverá ser
representado numa só descrição; se é necessária a descrição de suas
13 - Alguns paradigmas da área arquivística permanecem ao longo dos partes, estas podem ser descritas em separado. A soma total de todas as
anos, pois, mesmo refutados em princípio, são corroborados mais adiante, descrições obtidas, ligadas numa hierarquia, representa o fundo e as
garantindo consistência da área. Nessa perspectiva, ―a relação entre a partes para as quais foram elaboradas as descrições. Tal técnica é deno-
individualidade do documento e o conjunto no qual ele se situa genetica- minada descrição:
mente‖ é um axioma arquivístico que se traduz como: a) multinível;
a) integralidade; b) relevante;
b) viabilidade; c) contextualizada;
c) organicidade; d) identificável;
d) simultaneidade; e) estrutural.
e) funcionalidade.
10 - Nome, termo, palavra-chave, expressão ou código que pode ser
14 - O arquivo da universidade está sendo mantido sob condições adver- usado para pesquisar, identificar ou localizar uma descrição arquivística é
sas e alguns fatores como: luz, temperatura e umidade relativa do ar, conhecido como:
agentes externos ao documento que são os mais responsáveis pela: a) item de série;
a) racionalização; b) parte de arranjo;
b) prevenção; c) ponto de acesso;
c) conservação; d) classe de referência;
d) restauração; e) área de relevância.
e) deterioração.
11 - A Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística estabelece
15 - O profissional de Arquivologia, no arquivo de uma instituição de ensino algumas regras gerais, sendo organizadas em sete áreas de informação
superior, pode desenvolver várias descritiva. Dentre elas destaca-se a de registrar o código do país, de
atividades decorrentes de sua atribuição, pois ele é o responsável pelos acordo com a última versão da ISO3166; o código do detentor, de acordo
documentos arquivados. Desse modo, em um ambiente de arquivo insalu- com a norma nacional de código de detentor e um específico código de
bre, em que a poluição ácida do ar é um fator nefasto à preservação do referência local ou número de controle. Esses são os principais elementos
de descrição constitutivos do código de referência da área de:

Arquivologia 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) proveniência; b) público e social;
b) relacionamento; c) nacional e internacional;
c) determinação; d) privado e individual;
d) destinação; e) histórico e administrativo.
e) identificação.
29 - ―Implementar a política nacional de arquivos públicos e privados,
22 - Informações sobre nomes dos produtores (ex. GOMES, João Pedro); visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos de arquivo‖
história administrativa/biografia (ex. Pedro João Gomes nasceu no Rio de é finalidade do:
Janeiro em 1896 e faleceu em São Paulo em 1968. Ingressou na universi- a) CONAR;
dade em 1914...); e procedência (doado por Marta de Alcântara Gomes, b) SINAR;
viúva do titular, em 1972) da unidade de descrição, são localizadas na área c) ARCAR;
de: d) UNESCO;
a) contextualização; e) AAB.
b) informatização;
c) concentração; 30 - Os documentos relativos às atividades-meio serão analisados, avalia-
d) referenciação; dos e selecionados pelas Comissões Permanentes de Avaliação de Docu-
e) restrição. mentos dos órgãos e das entidades geradoras dos arquivos da administra-
ção pública, obedecendo aos prazos estabelecidos pela:
23 - Na descrição: ―BR NA 1H – Comissão especial de exame do cofre dos a) tabela de equivalência e transferência expedida pelo SINAR;
órfãos, 1889 a 1932 – 0,97 m de documentos textuais e 1 foto (p&b)‖. A b) tabela de enquadramento e definição expedida pelo SIDAR;
referência: 0,97 m de documentos textuais e 1 foto (p&b) corresponde a: c) tabela de prescrição e decadência expedida pelo DENARQ;
a) espécie e tipologia; d) tabela de avaliação e extinção expedida pelo ABARQ;
b) dimensão e suporte; e) tabela de temporalidade e destinação expedida pelo CONARQ.
c) conteúdo e classe;
d) natureza e contexto; 31 - Conforme a terminologia arquivística, a teoria, segundo a qual os
e) produção e item. arquivos são considerados correntes, intermediários ou permanentes, de
acordo com a frequência de uso por seus geradores e a identificação de
24 - ―ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Guia de fundos do Arquivo Nacional. seus valores primário e secundário é:
Rio de Janeiro: O Arquivo, 1999. 673 p. Digitado e em base de dados‖. A a) Teoria das três idades.
representação da descrição corresponde a: b) Teoria dos princípios de produção.
a) norma do arquivista; c) Teoria de recuperação da informação.
b) sistema de triagem; d) Prazo de guarda e assuntos.
c) história de identificação; e) Teoria do ciclo vital dos documentos.
d) instrumento de pesquisa;
e) nome do dossiê. 32 - Entende-se por Princípio de Proveniência:
a) A recomendação de manter a individualidade dos arquivos quanto às
25 - Os programas que permitem a simulação dos recursos da internet no instituições ou pessoas que lhes deram origem, sem misturá-los a outros.
interior das organizações, por meio de redes locais, vinculáveis a redes b) O conjunto das propriedades que possibilitam, sob determinadas condi-
remotas, são denominados: ções, a guarda dos documentos de arquivo por tempoindefinido.
a) e-mail; c) A medida legal que impede a destruição, a deterioração ou a exportação
b) excel; de documentos que integram o patrimônio arquivístico nacional.
c) intranet; d) O atributo pelo qual os arquivos públicos, em razão de sua inalienabili-
d) access; dade, podem ser reinvidicados, a qualquer tempo, pelo Estado que os
e) Microsoft. produziu.
e) A competência juridicamente atribuída a uma instituição para proceder à
26 - ―Documento elaborado por meio de um computador, sendo seu autor avaliação e à destinação de seus documentos.
identificável por meio de um código, chave e outros procedimentos técni-
cos e conservados, na maioria, em memórias eletrônicas de massa‖, é o 33 - Na literatura arquivística, sistema híbrido é a combinação de mais de
documento: uma tecnologia com o objetivo de potencializar resultados, aproveitando o
a) sistemático; que cada uma tem de melhor a oferecer. São requisitos básicos para o
b) mutável; êxito de qualquer método de reprodução:
c) sonoro; a) Higienização e acondicionamento.
d) imagnético; b) Avaliação e organização de documentação.
e) eletrônico. c) Seleção e destinação dos documentos.
d) Transferência de documentação e sua fotogrametria.
27 - A legislação determina que ―ficará sujeito à responsabilidade penal, e) Seleção e restauração de documentação.
civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfigu-
rar ou destruir documentos de valor...‖: 34 - Sabe-se que a Teoria das Três Idades é um dos fundamentos sobre
a) permanente; os quais se assenta a arquivística contemporânea e nela está a concepção
b) especializado; do ciclo de vida dos documentos, baseada na frequência e na utilização
c) intermediário; que deles é feita. Na aplicação dessa
d) terciário; teoria, é indispensável observar:
e) corrente. a) A noção de valor informativo.
b) A noção de valor de prova.
28 - O cidadão brasileiro reúne, ao longo de sua existência, documentos c) A noção de fundo fechado.
importantes que contam a trajetória de sua vida, de uma época ou de uma d) A noção de fundo aberto.
região. Esses documentos, de uma forma geral, são mantidos em seu e) As noções de valor primário e secundário.
poder. No entanto, se houver alguns arquivos privados de pessoas físicas
ou jurídicas que contenham documentos relevantes para a história, a 35 - Tabela de Temporalidade é:
cultura e o desenvolvimento nacional, eles podem ser declarados de a) Passagem de documentos do Arquivo Intermediário ou Central para o
interesse: Arquivo Permanente.
a) judicial e restrito;

Arquivologia 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


ARQUIVOLOGIA – (TRE SP) 3-11-2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


b) Instrumento aprovado pela autoridade competente que regula a destina- c) Assegurar a eliminação dos documentos que tenham valor administrati-
ção final dos documentos (eliminação ou guarda permanente), define vo fiscal, legal ou para pesquisa científica.
prazos para sua guarda temporária (vigência, prescrição, precaução), em d) Contribuir para o acesso e a preservação dos documentos que mereçam
função de seus valores legais, fiscais, administrativos etc. e determina guarda permanente por seus valores histórico e científico.
prazos para sua transferência, recolhimento e eliminação. e) Garantir que a informação governamental esteja disponível quando e
c) Conjunto de documentos resultantes do exercício de uma mesma com- onde seja necessária ao governo e aos cidadãos.
petência, função ou atividade, documentos estes que têm idêntico modo de
produção, tramitação e resolução. 42 - O conjunto de documentos tidos como referência para fins de classifi-
d) Conjunto de medidas e rotinas que garante o efetivo controle de todos cação, arranjo e armazenamento, é conhecido como
os documentos de qualquer idade desde sua produção até sua destinação a) unidade descritiva.
final (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e b) processo.
eficiência administrativas bem como à preservação do patrimônio docu- c) unidade de arquivamento.
mental de interesse histórico-cultural. d) dossiê.
e) intervalo de tempo durante o qual o documento produz efeitos adminis- e) unidade de classificação.
trativos e legais plenos, cumprindo as finalidades que determinaram a sua
produção. 43 - A Constituição Federal atribui expressamente a gestão da documenta-
ção governamental:
36 - A Teoria das Três Idades revolucionou a arquivística ao preconizar a) Ao Poder Judiciário.
que os documentos deveriam passar por três fases: b) Ao Ministério Público.
a) Contínuas. c) À Administração Pública.
b) Idênticas. d) À Assembleia Legislativa.
c) Vitais. e) Aos secretários estaduais.
d) Permanentes.
e) Distintas. 44 - O Conselho Nacional de Arquivo – CONAQ:
a) vincula-se ao Congresso Nacional, com a finalidade de elaborar leis de
37 - Para a mudança de suporte com vistas à guarda prolongada de do- proteção ao patrimônio arquivístico brasileiro.
cumentos, a literatura arquivística recomenda o uso de b) deve funcionar como órgão central do Sistema Nacional de Arquivos.
a) disco rígido. c) foi criado em 1991, para impedir que os bibliotecários assumissem a
b) videodisco. organização das instituições arquivísticas no Brasil.
c) fita magnética. d) é responsável pela gestão do protocolo único no âmbito do Serviço
d) filme de sais de prata. Público Federal.
e) disco óptico. e) tem por objetivo, entre outros, fiscalizar o exercício profissional, promo-
vendo a gradativa sindicalização dos arquivistas.
38 - Para os documentos eletrônicos é verdadeiro dizer que:
a) Admitem apenas a indexação do seu conteúdo, já que a eles não se 45 - Os princípios básicos da teoria arquivística constituem o marco princi-
aplicam os princípios arquivísticos. pal de diferença em relação às outras ciências da informação: São eles:
b) Não precisam ser avaliados, pois ocupam espaço mínimo. a) Princípio da proveniência, princípio da ordem original, princípio da
c) Dispensam os trabalhos dos arquivistas, em favor dos cientistas da organicidade, princípio da unicidade, princípio da indivisibilidade, princípio
informação. da cumulatividade.
d) São desprovidos de autenticidade, pois não ostentam sinais de valida- b) Princípio da proveniência, princípio da ordem original, princípio da
ção. transferência, princípio da unicidade, princípio da indivisibilidade, princípio
e) Demandam métodos de leitura e conservação diferentes dos que se da cumulatividade.
aplicam a documentos em suporte-papel. c) Princípio da proveniência, principio do valor imediato, princípio da trans-
ferência, princípio da indivisibilidade, princípio da cumulatividade, princípio
39 - Dentre as inúmeras recomendações para a conservação e preserva- da unicidade.
ção de informações em documentos digitais é VERDADEIRO: d) Princípio da proveniência, princípio da ordem original, princípio da
a) Imprimir os documentos gerados em meio eletrônico que contenham organicidade, principio do valor imediato, princípio da transferência, princí-
informações importantes para e sobre a unidade e mantêlo em arquivo. pio da cumulatividade.
b) Documentos armazenados somente em meio eletrônico não devem e) Princípio da proveniência, princípio da ordem original, princípio da
possuir uma cópia em um CD ou disquete para facilitar o acesso aos organicidade, principio da unicidade, princípio da indivisibilidade, princípio
documentos em uso de alguma eventualidade. da transferência.
c) Sempre deixar fita cassete ou vídeo, disquetes e CD-ROM, próximos a
campos magnéticos. RESPOSTAS
d) Devido a fragilidade do suporte e a obsolescência tecnológica procure 01. A 11. A 21. E 31. C
nunca migrar as informações de um suporte menos atualizado para um 02. D 12. D 22. A 32. C
suporte mais atualizado. 03. C 13. C 23. B 33. C
e) Não tomar cuidado no manuseio das mídias digitais, especialmente com 04. E 14. E 24. D 34. B
os CD que podem riscar, comprometendo a inteligibilidade das informa- 05. C 15. A 25. C 35. A
ções ali registradas. 06. D 16. D 26. E 36.
07. C 17. B 27. A 37.
40 - A microfilmagem de substituição incide sobre documentos 08. B 18. C 28. B 38.
a) cuja autenticidade não pode ser comprovada. 09. D 19. A 29. B 39.
b) de valor temporário. 10. B 20. C 30. E 40.
c) desprovidos de cópias.
d) de caráter instrumental (guias, inventários e catálogos).
e) que serão futuramente digitalizados.

41 - A gestão de documentos tem os seguintes objetivos, EXCETO:


a) Assegurar o uso adequado da micrográfica, processamento automatiza-
do de dados e outras técnicas avançadas de gestão da informação.
b) Assegurar de forma eficiente a produção, administração, manutenção e
destinação de documentos.

Arquivologia 28 A Opção Certa Para a Sua Realização

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