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Art. 8o Deverão ser constituídas nos Ministérios e nos órgãos equiva- III - comprometimento: perda de segurança resultante do acesso não-
lentes, no prazo máximo de trinta dias após a publicação deste Decreto, autorizado;
subcomissões de coordenação que reúnam representantes dos órgãos IV - credencial de segurança: certificado, concedido por autoridade
seccionais de seu âmbito de atuação com vistas a identificar necessidades competente, que habilita determinada pessoa a ter acesso a dados ou
e harmonizar as proposições a serem apresentadas à Comissão de Coor- informações em diferentes graus de sigilo;
denação do SIGA.
V - desclassificação: cancelamento, pela autoridade competente ou
Parágrafo único. As subcomissões serão presididas por representante pelo transcurso de prazo, da classificação, tornando ostensivos dados ou
designado pelo respectivo Ministro. informações;
Art. 9o Os órgãos setoriais do SIGA vinculam-se ao órgão central para VI - disponibilidade: facilidade de recuperação ou acessibilidade de
os estritos efeitos do disposto neste Decreto, sem prejuízo da subordina- dados e informações;
ção ou vinculação administrativa decorrente de sua posição na estrutura
organizacional dos órgãos e entidades da administração pública federal. VII - grau de sigilo: gradação atribuída a dados, informações, área ou
instalação considerados sigilosos em decorrência de sua natureza ou
Art. 10. Fica instituído sistema de informações destinado à operacio- conteúdo;
nalização do SIGA, com a finalidade de integrar os serviços arquivísticos
dos órgãos e entidades da administração pública federal. VIII - integridade: incolumidade de dados ou informações na origem,
no trânsito ou no destino;
Parágrafo único. Os órgãos setoriais e seccionais são responsáveis
pela alimentação e processamento dos dados necessários ao desenvolvi- IX - investigação para credenciamento: averiguação sobre a existência
mento e manutenção do sistema de que trata o caput deste artigo. dos requisitos indispensáveis para concessão de credencial de segurança;
Art. 11. Compete ao Arquivo Nacional, como órgão central do SIGA, o X - legitimidade: asseveração de que o emissor e o receptor de dados
encaminhamento, para aprovação do Ministro Chefe da Casa Civil da ou informações são legítimos e fidedignos tanto na origem quanto no
Presidência da República, das normas complementares a este Decreto, destino;
deliberadas pela Comissão de Coordenação do SIGA. XI - marcação: aposição de marca assinalando o grau de sigilo;
Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. XII - medidas especiais de segurança: medidas destinadas a garantir
Brasília, 12 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da sigilo, inviolabilidade, integridade, autenticidade, legitimidade e disponibili-
República. dade de dados e informações sigilosos. Também objetivam prevenir,
detectar, anular e registrar ameaças reais ou potenciais a esses dados e
DECRETO Nº 4.553, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2002. informações;
Dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e XIII - necessidade de conhecer: condição pessoal, inerente ao efetivo
materiais sigilosos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, exercício de cargo, função, emprego ou atividade, indispensável para que
no âmbito da Administração Pública Federal, e dá outras providências. uma pessoa possuidora de credencial de segurança, tenha acesso a
dados ou informações sigilosos;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confe-
re o art. 84, incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o XIV - ostensivo: sem classificação, cujo acesso pode ser franqueado;
disposto no art. 23 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991,
XV - reclassificação: alteração, pela autoridade competente, da classi-
DECRETA: ficação de dado, informação, área ou instalação sigilosos;
CAPÍTULO I XVI - sigilo: segredo; de conhecimento restrito a pessoas credencia-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES das; proteção contra revelação não-autorizada; e
Art. 1º Este Decreto disciplina a salvaguarda de dados, informações, XVII - visita: pessoa cuja entrada foi admitida, em caráter excepcional,
documentos e materiais sigilosos, bem como das áreas e instalações onde em área sigilosa.
tramitam.
CAPÍTULO II
Art. 2º São considerados originariamente sigilosos, e serão como tal DO SIGILO E DA SEGURANÇA
classificados, dados ou informações cujo conhecimento irrestrito ou divul- Seção I
gação possa acarretar qualquer risco à segurança da sociedade e do Da Classificação Segundo o Grau de Sigilo
Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da
Art. 5º Os dados ou informações sigilosos serão classificados em ultra-
intimidade da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.
secretos, secretos, confidenciais e reservados, em razão do seu teor ou
Parágrafo único. O acesso a dados ou informações sigilosos é restrito dos seus elementos intrínsecos.
e condicionado à necessidade de conhecer.
§ 1º São passíveis de classificação como ultra-secretos, dentre outros,
dados ou informações referentes à soberania e à integridade territorial
II - secreto: máximo de vinte anos;(Redação dada pelo Decreto nº II - da autoridade classificadora ou autoridade hierarquicamente supe-
5.301, de 2004) rior competente para dispor sobre o assunto, para documentos secretos; e
III - confidencial: máximo de dez anos; e (Redação dada pelo Decreto III - da autoridade classificadora, destinatária ou autoridade hierarqui-
nº 5.301, de 2004) camente superior competente para dispor sobre o assunto, para documen-
tos confidenciais e reservados, exceto quando expressamente vedado no
IV - reservado: máximo de cinco anos. (Redação dada pelo Decreto nº próprio documento.
5.301, de 2004)
Parágrafo único. Aos extratos de que trata este artigo serão atribuídos
Parágrafo único. Os prazos de classificação poderão ser prorrogados graus de sigilo iguais ou inferiores àqueles atribuídos aos documentos que
uma vez, por igual período, pela autoridade responsável pela classificação lhes deram origem, salvo quando elaborados para fins de divulgação.
ou autoridade hierarquicamente superior competente para dispor sobre a
matéria. (Incluído pelo Decreto nº 5.301, de 2004) Seção II
Do Documento Sigiloso Controlado
Seção II
Da Reclassificação e da Desclassificação Art. 18. Documento Sigiloso Controlado (DSC) é aquele que, por sua
importância, requer medidas adicionais de controle, incluindo:
§ 1º Todo aquele que tiver conhecimento, nos termos deste Decreto, Art. 46. A destruição de dados sigilosos deve ser feita por método que
de assuntos sigilosos fica sujeito às sanções administrativas, civis e penais sobrescreva as informações armazenadas. Se não estiver ao alcance do
decorrentes da eventual divulgação dos mesmos. órgão a destruição lógica, deverá ser providenciada a destruição física por
incineração dos dispositivos de armazenamento.
§ 2º Os dados ou informações sigilosos exigem que os procedimentos
ou processos que vierem a instruir também passem a ter grau de sigilo Art. 47. Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção de
idêntico. documentos com grau de sigilo secreto, confidencial e reservado só pode-
rão integrar redes de computadores que possuam sistemas de criptografia
§ 3º Serão liberados à consulta pública os documentos que contenham e segurança adequados a proteção dos documentos.
informações pessoais, desde que previamente autorizada pelo titular ou
por seus herdeiros. Art. 48. O armazenamento de documentos sigilosos, sempre que pos-
sível, deve ser feito em mídias removíveis que podem ser guardadas com
Art. 38. O acesso a dados ou informações sigilosos, ressalvado o pre- maior facilidade.
visto no inciso II do artigo anterior, é condicionado à emissão de credencial
de segurança no correspondente grau de sigilo, que pode ser limitada no CAPÍTULO VI
tempo. DAS ÁREAS E INSTALAÇÕES SIGILOSAS
Parágrafo único. A credencial de segurança de que trata o caput deste Art. 49. A classificação de áreas e instalações será feita em razão dos
artigo classifica-se nas categorias de ultra-secreto, secreto, confidencial e dados ou informações sigilosos que contenham ou que no seu interior
reservado. sejam produzidos ou tratados, em conformidade com o art. 5º.
Art. 39. O acesso a qualquer documento sigiloso resultante de acordos Art. 50. Aos titulares dos órgãos e entidades públicos e das instituições
ou contratos com outros países atenderá às normas e recomendações de de caráter público caberá a adoção de medidas que visem à definição,
sigilo constantes destes instrumentos. demarcação, sinalização, segurança e autorização de acesso às áreas
sigilosas sob sua responsabilidade.
Art. 40. A negativa de autorização de acesso deverá ser justificada.
Art. 51. O acesso de visitas a áreas e instalações sigilosas será disci-
CAPÍTULO V plinado por meio de instruções especiais dos órgãos, entidades ou institui-
DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ções interessados.
Art. 41. A comunicação de dados e informações sigilosos por meio de Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não é considerado visita o
sistemas de informação será feita em conformidade com o disposto nos agente público ou o particular que oficialmente execute atividade pública
arts. 25 e 26. diretamente vinculada à elaboração de estudo ou trabalho considerado
sigiloso no interesse da segurança da sociedade e do Estado.
Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de Art. 16. Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzi-
seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em dos anteriormente à vigência do Código Civil ficam identificados como de
documentos de arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de interesse público e social.
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos sigilo seja imprescindível à CAPÍTULO IV
segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da Da Organização e Administração de Instituições Arquivísticas Públi-
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. cas
Art. 5º A Administração Pública franqueará a consulta aos documentos Art. 17. A administração da documentação pública ou de caráter públi-
públicos na forma desta lei. co compete às instituições arquivísticas federais, estaduais, do Distrito
Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização pelo dano material ou Federal e municipais.
moral decorrente da violação do sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil § 1º São Arquivos Federais o Arquivo Nacional do Poder Executivo, e
e administrativa. os arquivos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. São considerados,
CAPÍTULO II também, do Poder Executivo os arquivos do Ministério da Marinha, do
Dos Arquivos Públicos Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do Exército e do Ministé-
rio da Aeronáutica.
Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzi-
dos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de § 2º São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder Executivo, o arquivo
âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário.
suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. § 3º São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Poder Executivo, o
§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e Arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário.
recebidos por instituições de caráter público, por entidades privadas encar- § 4º São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Executivo e o arquivo
regadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades. do Poder Legislativo.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter pú- § 5º Os arquivos públicos dos Territórios são organizados de acordo
blico implica o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística com sua estrutura político-jurídica.
pública ou a sua transferência à instituição sucessora.
Art. 18. Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos
Art. 8º Os documentos públicos são identificados como correntes, in- documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem
termediários e permanentes. como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e
§ 1º Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, acompanhar e implementar a política nacional de arquivos.
mesmo sem movimentação, constituam de consultas frequentes. Parágrafo único. Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo
§ 2º Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sen- Nacional poderá criar unidades regionais.
do de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse admi- Art. 19. Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão
nistrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda per- e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder
manente. Legislativo Federal no exercício das suas funções, bem como preservar e
§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de va- facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.
lor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente pre- Art. 20. Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão
servados. e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder
Art. 9º A eliminação de documentos produzidos por instituições públi- Judiciário Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo e
cas e de caráter público será realizada mediante autorização da instituição oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar e facultar o aces-
arquivística pública, na sua específica esfera de competência. so aos documentos sob sua guarda.
Art. 10º Os documentos de valor permanente são inalienáveis e im- Art. 21. Legislação estadual, do Distrito Federal e municipal definirá os
prescritíveis. critérios de organização e vinculação dos arquivos estaduais e municipais,
bem como a gestão e o acesso aos documentos, observado o disposto na
CAPÍTULO III Constituição Federal e nesta lei.
Dos Arquivos Privados
CAPÍTULO V
Art. 11. Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos Do Acesso e do Sigilo dos Documentos Públicos
produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência
de suas atividades. Art. 22. É assegurado o direito de acesso pleno aos documentos públi-
cos.
Art. 12. Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Pú-
blico como de interesse público e social, desde que sejam considerados Art. 23. Decreto fixará as categorias de sigilo que deverão ser obede-
como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento cidas pelos órgãos públicos na classificação dos documentos por eles
científico nacional. produzidos.
Art. 13. Os arquivos privados identificados como de interesse público e § 1º Os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da
social não poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da
documental, nem transferidos para o exterior. inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das
pessoas são originariamente sigilosos.
Parágrafo único. Nenhuma norma de organização administrativa será IX - identificar os arquivos privados de interesse público e social, nos
interpretada de modo a, por qualquer forma, restringir o disposto neste termos do art. 12 da Lei no 8.159, de 1991;
artigo. X - propor ao Presidente da República, por intermédio do Chefe da
Disposições Finais Casa Civil da Presidência da República, a declaração de interesse público
e social de arquivos privados;
Art. 25. Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa,
na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir docu- XI - estimular a capacitação técnica dos recursos humanos que de-
mentos de valor permanente ou considerado como de interesse público e senvolvam atividades de arquivo nas instituições integrantes do SINAR;
social. XII - recomendar providências para a apuração e a reparação de atos
Art. 26. Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), órgão lesivos à política nacional de arquivos públicos e privados;
vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, XIII - promover a elaboração do cadastro nacional de arquivos públicos
como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos (Sinar). e privados, bem como desenvolver atividades censitárias referentes a
§ 1º O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor- arquivos;
Geral do Arquivo Nacional e integrado por representantes de instituições XIV - manter intercâmbio com outros conselhos e instituições, cujas fi-
arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas. nalidades sejam relacionadas ou complementares às suas, para prover e
§ 2º A estrutura e funcionamento do conselho criado neste artigo serão receber elementos de informação e juízo, conjugar esforços e encadear
estabelecidos em regulamento. ações;
Art. 27. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. XV - articular-se com outros órgãos do Poder Público formuladores de
políticas nacionais nas áreas de educação, cultura, ciência, tecnologia,
Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário. informação e informática.
Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da Independência e 103º da Repú- Art. 3o São membros conselheiros do CONARQ:
blica.
I - o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o presidirá;
DECRETO Nº 4.073, DE 3 DE JANEIRO DE 2002. II - dois representantes do Poder Executivo Federal;
Regulamenta a Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe so-
no III - dois representantes do Poder Judiciário Federal;
bre a política nacional de arquivos públicos e privados.
IV - dois representantes do Poder Legislativo Federal;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confe-
re o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei V - um representante do Arquivo Nacional;
no 8.159, de 8 de janeiro de 1991,
VI - dois representantes dos Arquivos Públicos Estaduais e do Distrito
DECRETA: Federal;
Capítulo I VII - dois representantes dos Arquivos Públicos Municipais;
DO CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS
VIII - um representante das instituições mantenedoras de curso supe-
Art. 1o O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, órgão colegiado, rior de arquivologia;
vinculado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei no 8.159, de 8 de
IX - um representante de associações de arquivistas;
janeiro de 1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos
públicos e privados, bem como exercer orientação normativa visando à X - três representantes de instituições que congreguem profissionais
gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo. que atuem nas áreas de ensino, pesquisa, preservação ou acesso a fontes
documentais.
Art. 2o Compete ao CONARQ:
§ 1o Cada Conselheiro terá um suplente.
I - estabelecer diretrizes para o funcionamento do Sistema Nacional de
Arquivos - SINAR, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos § 2o Os membros referidos nos incisos III e IV e respectivos suplentes
documentos de arquivos; serão designados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e pelos
Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectiva-
II - promover o inter-relacionamento de arquivos públicos e privados
mente.
com vistas ao intercâmbio e à integração sistêmica das atividades arquivís-
ticas; § 3o Os conselheiros e suplentes referidos nos inciso II e V a X serão
designados pelo Presidente da República, a partir de listas apresentadas
III - propor ao Chefe da Casa Civil da Presidência da República nor-
pelo Chefe da Casa Civil da Presidência da República, mediante indica-
mas legais necessárias ao aperfeiçoamento e à implementação da política
ções dos dirigentes dos órgãos e entidades representados.
nacional de arquivos públicos e privados;
§ 4o O mandato dos Conselheiros será de dois anos, permitida uma
IV - zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e legais
recondução.
que norteiam o funcionamento e o acesso aos arquivos públicos;
§ 5o O Presidente do CONARQ, em suas faltas e impedimentos, será
V - estimular programas de gestão e de preservação de documentos
substituído por seu substituto legal no Arquivo Nacional.
públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, pro-
Arquivologia 10 A Opção Certa Para a Sua Realização
ARQUIVOLOGIA – (TRE SP) 3-11-2011
§ 1o O CONARQ funcionará na sede do Arquivo Nacional. VII - apresentar subsídios ao CONARQ para a elaboração de dispositi-
vos legais necessários ao aperfeiçoamento e à implementação da política
§ 2o As reuniões do CONARQ poderão ser convocadas para local fora nacional de arquivos públicos e privados;
da sede do Arquivo Nacional, por deliberação do Plenário ou ad referen-
dum deste, sempre que razão superior indicar a conveniência de adoção VIII - promover a integração e a modernização dos arquivos em sua
dessa medida. esfera de atuação;
Art. 6o O CONARQ somente se reunirá para deliberação com o quo- IX - propor ao CONARQ os arquivos privados que possam ser consi-
rum mínimo de dez conselheiros. derados de interesse público e social;
Art. 7o O CONARQ poderá constituir câmaras técnicas e comissões X - comunicar ao CONARQ, para as devidas providências, atos lesivos
especiais, com a finalidade de elaborar estudos, normas e outros instru- ao patrimônio arquivístico nacional;
mentos necessários à implementação da política nacional de arquivos XI - colaborar na elaboração de cadastro nacional de arquivos públicos
públicos e privados e ao funcionamento do SINAR, bem como câmaras e privados, bem como no desenvolvimento de atividades censitárias refe-
setoriais, visando a identificar, discutir e propor soluções para questões rentes a arquivos;
temáticas que repercutirem na estrutura e organização de segmentos
específicos de arquivos, interagindo com as câmaras técnicas. XII - possibilitar a participação de especialistas nas câmaras técnicas,
câmaras setoriais e comissões especiais constituídas pelo CONARQ;
Parágrafo único. Os integrantes das câmaras e comissões serão de-
signados pelo Presidente do CONARQ, ad referendum do Plenário. XIII - proporcionar aperfeiçoamento e reciclagem aos técnicos da área
de arquivo, garantindo constante atualização.
Art. 8o É considerado de natureza relevante, não ensejando qualquer
remuneração, o exercício das atividades de Conselheiro do CONARQ e de Art. 14. Os integrantes do SINAR seguirão as diretrizes e normas e-
integrante das câmaras e comissões. manadas do CONARQ, sem prejuízo de sua subordinação e vinculação
administrativa.
Art. 9o A aprovação do regimento interno do CONARQ, mediante pro-
posta deste, é da competência do Chefe da Casa Civil da Presidência da Capítulo III
República. DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS
Art. 12. Integram o SINAR: III - produzidos e recebidos pelas empresas públicas e pelas socieda-
des de economia mista;
I - o Arquivo Nacional;
IV - produzidos e recebidos pelas Organizações Sociais, definidas co-
II - os arquivos do Poder Executivo Federal; mo tal pela Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, e pelo Serviço Social
III - os arquivos do Poder Legislativo Federal; Autônomo Associação das Pioneiras Sociais, instituído pela Lei no 8.246,
de 22 de outubro de 1991.
IV - os arquivos do Poder Judiciário Federal;
Parágrafo único. A sujeição dos entes referidos no inciso IV às nor-
V - os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá- mas arquivísticas do CONARQ constará dos Contratos de Gestão com o
rio; Poder Público.
VI - os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Executivo, Legislativo Art. 16. Às pessoas físicas e jurídicas mencionadas no art. 15 compe-
e Judiciário; te a responsabilidade pela preservação adequada dos documentos produ-
zidos e recebidos no exercício de atividades públicas.
VII - os arquivos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo.
Art. 17. Os documentos públicos de valor permanente, que integram o
§ 1o Os arquivos referidos nos incisos II a VII, quando organizados acervo arquivístico das empresas em processo de desestatização, parcial
sistemicamente, passam a integrar o SINAR por intermédio de seus órgãos ou total, serão recolhidos a instituições arquivísticas públicas, na sua
centrais. esfera de competência.
§ 2o As pessoas físicas e jurídicas de direito privado, detentoras de § 1o O recolhimento de que trata este artigo constituirá cláusula espe-
arquivos, podem integrar o SINAR mediante acordo ou ajuste com o órgão cífica de edital nos processos de desestatização.
central.
§ 2o Para efeito do disposto neste artigo, as empresas, antes de con-
Art. 13. Compete aos integrantes do SINAR: cluído o processo de desestatização, providenciarão, em conformidade
I - promover a gestão, a preservação e o acesso às informações e aos com as normas arquivísticas emanadas do CONARQ, a identificação,
documentos na sua esfera de competência, em conformidade com as classificação e avaliação do acervo arquivístico.
diretrizes e normas emanadas do órgão central; § 3o Os documentos de valor permanente poderão ficar sob a guarda
II - disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e normas esta- das empresas mencionadas no § 2o, enquanto necessários ao desempe-
belecidas pelo órgão central, zelando pelo seu cumprimento; nho de suas atividades, conforme disposto em instrução expedida pelo
CONARQ.
III - implementar a racionalização das atividades arquivísticas, de for-
ma a garantir a integridade do ciclo documental;
Arquivologia 11 A Opção Certa Para a Sua Realização
ARQUIVOLOGIA – (TRE SP) 3-11-2011
Os arquivos de determinada origem constituem um todo orgânico de- • Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes
nominado fundo, grupo, núcleo ou corpo de arquivos, no qual se incluem que aguardam remoção para depósitos temporários.
documentos escritos e iconográficos, como os audiovisuais, discos, fitas • Permanentes: são conjuntos de documentos de valor histórico, cientí-
magnéticas e filmes. Começam também a ser objeto da arquivologia os fico ou cultural que devem ser preservados indefinidamente.
arquivos eletrônicos. Os arquivos econômicos, de empresas comerciais,
bancárias, industriais, desde que se revistam de importância histórica, 2. Arquivos privados: são conjuntos de documentos produzidos ou
como ocorre, em alguns casos, com papéis de famílias e pessoas ilustres, recebidos por instituições não públicas, ou por pessoas físicas, devido a
interessam à arquivística. suas atividades específicas.
A preocupação dos governos e autoridades em conservar determina- Assim, o arquivo de uma empresa, por exemplo, reflete sua atividade,
dos documentos em lugares seguros por motivos de ordem administrativa, seu porte e seus objetivos. Documentos de natureza diversa, colecionados
jurídica ou militar, remonta à antiguidade, sobretudo no que diz respeito a com outros objetivos, não devem misturar-se com o arquivo principal, já
títulos de propriedade. Os eruditos do Renascimento foram os primeiros a que o tratamento que a eles se deve dar é diferente. Uma empresa. imobi-
ocupar-se dos arquivos como fonte da história, dando início aos estudos liária de porte médio forçosamente terá um arquivo composto de documen-
de diplomática, que levariam à moderna crítica histórica. A partir da revolu- tos relativos à atividade que desenvolve. Haverá contratos de locação, de
ção francesa, os arquivos tornaram-se bem público, proclamando-se o imóveis residenciais e comerciais; opções de venda de casas, apartamen-
direito do povo de acesso aos documentos, cuja preservação foi oficial- tos, terrenos; cartas pedindo informações; contratos de compra e venda;
mente reconhecida como de responsabilidade do Estado. certidões; traslados; anúncios em jornais; relatórios e vistorias e outros
documentos ligados ao setor. Um catálogo de livros de uma editora, por
Uma arquivística essencialmente voltada para os diplomas medievais exemplo, foge ao objetivo dessa empresa e, naturalmente, não deve fazer
surgiu no século XIX, principalmente após a criação da École des Chartes parte do arquivo principal. Tratando-se, porém, de uma empresa ligada à
(Escola das Cartas), que passaria a formar arquivistas paleógrafos alta- área educacional, a abordagem seria outra, pois catálogo de livros é fun-
mente qualificados. Em meados do mesmo século lançaram-se as bases damental a sua própria sobrevivência, enquanto certidões, traslados,
da arquivística moderna, com os princípios do respect des fonds (todos os opções de compra de terrenos e outros documentos próprios do ramo
documentos originais de uma autoridade administrativa, corporação ou imobiliário seriam afastados do arquivo principal.
família devem ser mantidos em grupos, separados segundo a natureza das
instituições que os criaram); da proveniência (os documentos públicos
IMPORTÂNCIA
devem ser agrupados de acordo com as unidades administrativas que os
originaram); do respeito à ordem original (o arranjo dado aos documentos
pelos órgãos criadores deve ser mantido nos arquivos gerais ou de custó- A importância dos arquivos é tão evidente que a própria Constituição
dia permanente); e da centralização (unidade e indivisibilidade dos arqui- Federal, em seus artigos 215 e 216, determina:
vos públicos nacionais).
―Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cul-
Uma série de fatos novos, diretamente relacionados com os progres- turais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a
sos da civilização, marcam a arquivologia na segunda metade do século valorização e a difusão das manifestações culturais.
XX. São eles, entre outros: adoção de arquitetura moderna e funcional nos
prédios de arquivos; uso de microfilmagem de substituição; programas de § 1° O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, in-
história oral; restauração de documentos pelo emprego de máquinas e dígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do proces-
material sintético; intervenção dos arquivistas na gestão de papéis admi- so civilizatório nacional.
nistrativos e nos arquivos econômicos, pessoais e familiares; aparecimento
§ 2° A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta sig-
de depósitos intermediários de arquivos ou centros de pré-arquivamento;
nificação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
tentativas de aplicar as conquistas da eletrônica ao trabalho arquivístico.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
O grande problema da arquivologia contemporânea é o volume de pa-
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores
péis criados e acumulados pelas administrações e a necessária eliminação
de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos for-
de documentos depois de avaliados. O arquivista desenvolve padrões de
madores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
avaliação, elabora planos de descarte, prepara tabelas e listas de material
repetitivo de descarte automático. As listas e tabelas de descarte especifi- I — as formas de expressão;
cam o período de retenção de documentos comuns à maioria dos serviços
existentes, e tabelas especiais cogitam de cada administração em particu- II — os modos de criar, fazer e viver;
lar. O arquivista pode recorrer a especialistas para decidir quanto à desti- III — as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
nação dos documentos.
IV — as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
O primeiro tratado moderno de arquivística, de autoria dos holandeses destinados às manifestações artístico-culturais;
Samuel Muller, Johan Adriaan Feith e Robert Fruin, data de 1898 e intitula-
se, em edição brasileira, Manual de arranjo e descrição de arquivos V — os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, ar-
(1960).©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. tístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
• Uniformidade: proporciona certa padronização ao sistema e métodos • Economia: os ganhos em espaço, peso e tamanho dos arquivos
de arquivamento, o que não acontecerá se houver inúmeros arquivos chegam a mais de 80% em muitos casos.
departamentais. • Redução do volume: é muito grande a redução do volume de papéis
• Concentração: os documentos são concentrados por assuntos, e documentos, o que proporciona economia de tempo e mão-de-obra.
oferecendo ao consulente visão global. Na descentralização, os mes- • Segurança: os microfilmes protegem e conservam os documentos
mos assuntos tendem a ficar espalhados pelos diversos arquivos. vitais da empresa ou órgão público, dos riscos de eventos, como in-
• Utilização: amplia o uso do equipamento e, consequentemente, cêndio, inundação ou furto, pois, além de representarem cópias adi-
alonga sua vida útil. cionais desses documentos, são facilmente guardados em cofres es-
peciais. -
Há algumas desvantagens na centralização, que precisam ser aponta-
das: • Durabilidade: o microfilme reveste-se de grande durabilidade, atingin-
do até 150 anos.
• Consulta dificultada: necessidade de locomoção até o centro de
arquivos; tal fato não ocorre com a descentralização, em que o arquivo do • Reprodução: a microfilmagem oferece condições de reprodução
departamento se encontra à mão. ilimitada, além de fidelidade, exatidão perfeita dos documentos repro-
duzidos.
• Acúmulo de pessoas: poderá acontecer o acúmulo de pessoas
no local onde estão colocados os arquivos, o que dificulta a consulta e • Custo: embora e microfilme possa assustar pelo custo elevado, é
tumultua o trabalho do arquivista. preciso levar em consideração a economia que proporciona com a re-
dução do espaço, de equipamento e de pessoal necessário para a
• Perda de tempo: muito tempo perdido na locomoção até o ar- manutenção de arquivos convencionais, especialmente nas grandes
quivo central e espera para poder iniciar a consulta, principalmente se empresas.
houver muitas pessoas no local.
• Consulta: a consulta a documentos é imediata e mais fácil, agilizando
• Espaço: necessidade de mais espaço para incluir todos os ar- em muito o serviço. Verifique-se, por exemplo, a microfilmagem de
quivos, além de mesas e cadeiras para as diversas consultas. cheques compensados.
• Dificuldade no sigilo: os arquivos ficam muito abertos à con- As técnicas modernas de microfilmagem evoluíram muito nos últimos
sulta generalizada, dificultando a manutenção do sigilo, tão necessário à anos; entretanto, a escolha do produtor dos microfilmes deve ser feita de
vida da empresa. modo que garanta a qualidade e a durabilidade deles.
• Dispersão: a pasta em que está classificado um documento, no A decisão de utilizar a microfilmagem na empresa também pode ser
momento de uma consulta, pode estar com outro consulente, em outro auxiliada pela ocorrência de um ou mais dos seguintes fatos:
departamento.
É muito importante, também, considerar o aspecto legal da microfilma- • pouca visibilidade dos documentos no interior do arquivo.
gem. A legislação brasileira determina a guarda de originais por tempo 3.Rotativo: os documentos são colocados de modo que possam girar
determinado ou mesmo indefinidamente. A reprodução de um microfilme em torno de um eixo vertical ou horizontal. O sistema é muito empregado
no formato do documento exige, para sua validade, que seja autenticado em atividades que requerem grande quantidade de consultas e necessida-
em cartório e à vista do documento original. de de informações rápidas.
Portanto, a microfilmagem não deve ser entendida apenas como subs- Fichários
tituidora de documentos originais. Antes de mais nada, é preciso encarar o
microfilme como cópia adicional de documento cuja utilidade para a em- São caixas de diversos tamanhos que guardam fichas ou cartões, po-
presa tenha sido estudada e comprovada. dendo ser de madeira, de aço, de material plástico ou de acríLico. São
largamente utilizados e servem a muitas finalidades: índices, informações,
EQUIPAMENTOS endereços, relação de clientes, representantes, fornecedores e outras.
Entende-se por equipamento o móvel utilizado para arquivamento. O O equipamento deve satisfazer às necessidades da empresa e dos
conhecimento dos sistemas de equipamento, de suas vantagens e desvan- serviços a que se destina. Alguns requisitos são:
tagens, irá facilitar em muito o serviço do arquivista. Denomina-se sistema
de equipamento a maneira como os documentos são colocados no móvel • adequação às necessidades do serviço;
arquivador. São três os sistemas de equipamento:
• obtenção de maior economia de espaço;
1. Horizontal: os documentos ficam uns sobre os outros, em posição
• facilidade de acesso;
horizontal dentro do móvel arquivador. E um sistema antigo, mas que
ainda é utilizado em algumas repartições públicas, que amarram ou colo- • possibilidade de expansão;
cam os documentos em pacotes. Também pertencem ao sistema horizon-
tal as mapotecas, muito utilizadas, e os fichários tipo kardex, Securit, muito • resistência e durabilidade;
conhecidos e empregados com bastante sucesso em inúmeras empresas. • garantia de segurança e conservação de documentos;
Móvel ―Securit‖ para arquivo horizontal de mapas, plantas, heliografias • aparência e funcionalidade.
e mapotecas
Há inúmeros tipos e modelos de equipamentos que podem ser utiliza-
As vantagens do sistema são as seguintes: dos pelos três sistemas: horizontal, vertical e rotativo. A escolha de um dos
• a iluminação é direta; sistemas, assim como do equipamento propriamente dito, deve seguir os
critérios apontados e outros que são considerados essenciais pela empre-
• as anotações podem ser efetuadas no mesmo local; sa ou órgão público e que prevalecem numa boa administração.
• as possibilidades de perda de documentos são bastante reduzi- 1. Cadeado.
das.
2. Suporte regulável.
As desvantagens são:
3. Índice alfabético.
• ocupa muito espaço;
4. Estrutura.
• há necessidade de retirar todos os documentos para arquivar ou
retirar um documento; 5. Dispositivo antiimpacto.
SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO Verifica-se, atualmente, enorme empenho dos órgãos do governo em
desenvolver sistemas de informações altamente sofisticados, em que a
A opinião de que os arquivos são simples depósitos de papéis ou do- informática assumiu posição de grande relevância.
cumentos velhos e inúteis, arquivados por mera tradição, apóia-se no fato
de que a maioria dos arquivos é mal organizada, mal administrada e, MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO
portanto, dificulta a localização imediata das informações desejadas. Mera Modernamente, o arquivo de informações tornou-se uma atividade que
opinião, pois, em verdade, um arquivo moderno, bem estruturado, é um pode ser realizada eletronicamente através de computadores. A tarefa da
centro atuante de informações, um instrumento de controle para a ativida- secretária, neste caso, consiste em registrar as informações em programas
de administrativa, que auxilia na correta tomada de decisão. previa-mente estabelecidos. A empresa contrata um especialista em pro-
Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que se decida sobre gramação (ou já dispõe dele em seu quadro de empregados), que deverá
o sistema de arquivamento que melhor se ajuste a determinada empresa. preparar um programa segundo as necessidades da secretária. Enganam-
se os que acreditam que o uso do computador dispensa o estudo dos
Sistema é um conjunto de princípios interligados, que orienta o que se métodos tradicionais de classificação de informações. O programador
deve fazer para atingir um fim específico. São três os sistemas de arqui- apenas executará um programa depois de ouvir a secretária sobre as reais
vamento: direto, indireto e semi-indireto. necessidades do departamento. Assim sendo, ela deve conhecer os varia-
dos métodos de classificação para propor soluções apropriadas. Acrescen-
• Direto: o arquivo pode ser consultado diretamente, sem necessi- te-se que o estudo dos métodos aqui expostos permite a aquisição de
dade de recorrer a um índice. Neste sistema, inclui-se, principalmente, o técnicas de classificação e simplificação de tarefas. Deixar de aprendê-los
método alfabético de arquivamento e suas variações. é prejudicial até mesmo para o domínio de um pensamento claro e bem
• Indireto: o arquivo, neste caso, depende de um índice para ser estruturado. Além disso, a secretária manipula informações escritas (do-
consultado. O sistema inclui, em especial, o método numérico de arquiva- cumentos), internas e externas, que ela precisa arquivar.
mento e suas variações. Havendo um sistema de arquivamento já definido, a empresa ou órgão
• Semi-indireto: o arquivo pode ser consultado sem o auxílio de ín- público deverá decidir qual método de arquivamento irá empregar. O
dices, mas com a utilização de tabelas em forma de cartão. Neste sistema, método estabelece o que é preciso fazer para alcançar o fim desejado pelo
encontra-se, por exemplo, o método automático, variedade do método sistema de arquivamento.
alfanumérico. Um plano previamente estabelecido para a colocação e guarda de do-
A opção por um dos sistemas está intimamente ligada à empresa, a cumentos facilita a pesquisa, a coleta de dados, a busca de informações e
seu campo de atividade, porte e objetivos de curto, médio ou longo prazos. proporciona uma correta tomada de decisão.
O principal, antes de tudo, é compreender o verdadeiro potencial que o Os diversos métodos de arquivamento, que através dos anos foram
arquivo representa, considerando-se que é a memória viva da empresa. desenvolvidos em todas as partes do mundo, podem ser utilizados tanto
Para ser eficaz, o sistema necessita de métodos que indiquem a ma- nas empresas como nos órgãos governamentais. Todos são bons e apre-
neira de proceder, isto é, o que se deve fazer para alcançar o fim deseja- sentam vantagens e desvantagens. O importante é que a decisão quanto
do. Os métodos de arquivamento serão analisados mais adiante. ao método leve em consideração o tamanho, a estrutura organizacional e
os objetivos da empresa ou do órgão público; as pessoas normalmente
SISTEMA DE ARQUIVAMENTO EM ÓRGÃOS PÚBLICOS envolvidas; os serviços prestados; as informações comumente solicitadas;
e os tipos de documento que devem ser arquivados.
Em termos informáticos, a Gestão Documental é uma solução de Desenvolvimento (memórias descritivas, pesquisa e desenvolvimento)
arquivo, organização e consulta de documentos em formato eletrônico Recursos Humanos (contratos de pessoal, fichas técnicas e
onde existe toda a informação de natureza documental trocada entre os regulamento)
utilizadores da aplicação. Esta solução permite a colaboração numa
organização através da partilha de documentos, beneficia e facilita os AUTOMAÇÃO
processos de negócio de uma empresa. A Gestão Documental integrada
com outras soluções, como por exemplo, a digitalização, fax e email O novo mundo dos arquivos – automação
permitem gerir toda a informação não estruturada (documentos) importante
da organização. Num processo de gestão documental o seu inicio é .James M. Turner – U. de Montreal
quando há a recepção do documento em que este passa pela fase de
Introdução
desmaterialização, ou seja, digitalização do documento geralmente em
formato papel para um formato eletrônico. Numa segunda fase os Para bem se entender a problemática atual dos arquivos, é preciso
documentos em formato eletrônico são submetidos a uma classificação, de compreender o século XX sob o ponto de vista da extraordinária rapidez da
seguida há uma definição dos vários estádios do ciclo de vida do evolução tecnológica. É suficiente lembrar que diversos atores, cada um