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LEI N.

º 3547, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2011

 
 
“Dispõe sobre a poluição sonora no Município de Cachoeirinha e dá outras
providências.”

 
 
O PREFEITO MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA, Estado do Rio Grande do
Sul.

 
FAÇO SABER em cumprimento ao disposto no artigo 67, inciso IV da Lei
Orgânica do Município, que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono e
promulgo a seguinte:

 
LEI

 
 
CAPÍTULO I

Das disposições preliminares

 
Art. 1º Esta lei tem por objetivo estabelecer normas para o funcionamento de
serviços de propaganda sonora móvel e fixa em estabelecimentos comerciais e
ou industriais ou prestadores de serviços a fim de controlar a poluição sonora,
melhorando a qualidade de vida dos munícipes.

 
Art. 2º É vedado perturbar o sossego e o bem-estar público com ruídos, sons
excessivos ou incômodos de qualquer natureza, produzidos por qualquer forma
ou que contrariem os níveis máximos fixados nesta Lei.

 
Art. 3º Para os efeitos da presente Lei, consideram-se aplicáveis as seguintes
definições:

 
I – DECIBEL dB – A – decibéis medidos na curva de ponderação “A”. ;
II – DISTURBIO POR RUÍDO OU DISTURBIO SONORA significa qualquer
som que:

a) ponha em perigo ou prejudique a saúde de seres humanos ou animais;

b) cause danos de qualquer natureza à propriedade pública ou privada;

c) possa ser considerado incômodo ou que ultrapasse os níveis máximos fixados


nesta Lei;

III – HORÁRIOS:

a) diurno é aquele compreendido entre as 07 e 22 horas;

b) noturno é aquele compreendido entre as 22 e 07 horas do dia seguinte;

IV – RUÍDO: qualquer som que cause ou tenda a causar perturbações ao


sossego público ou produzir efeitos psicológicos e/ou fisiológicos em seres
humanos;

V – SOM: fenômeno físico provocado pela propagação de vibrações mecânicas


em um meio elástico, dentro da faixa de freqüência de 16 Hz a 20 Khz e
passível de excitar o aparelho auditivo humano;

VI– SOM INCÔMODO: toda e qualquer emissão de som medido dentro dos
limites reais da edificação da parte supostamente incomodada que ultrapasse os
níveis máximos fixados nesta Lei.

VII – POLUIÇÃO SONORA: toda emissão de som que, direta ou indiretamente,


seja ofensiva ou nociva à saúde, à segurança e ao bem-estar da coletividade ou
transgrida as disposições fixadas nesta Lei.

VIII – ZONA SENSÍVEL A RUÍDO OU ZONA DE SILÊNCIO: é aquela que,


para atingir seus propósitos, necessita que lhe seja assegurado um silêncio
excepcional.

 
 
CAPÍTULO II

Da competência

 
Art. 4º Cabe à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, órgão central do
Sistema de Proteção Ambiental do Município:
 
I – estabelecer o programa de controle dos ruídos urbanos, exercer, diretamente
ou através de delegação, o poder de controle e fiscalização das fontes de
distúrbios sonoros;

II – aplicar sanções e interdições, parciais ou integrais, previstas na legislação


vigente;

III – exercer fiscalização;

IV – exigir das pessoas físicas ou jurídicas, responsáveis por qualquer fonte de


sons e ruídos apresentação dos resultados de medições e relatórios, podendo,
para a consecução dos mesmos, serem utilizados recursos próprios ou de
terceiros.

V – impedir a localização de estabelecimentos industriais, fábricas, oficinas ou


outros que produzam ou possam vir a produzir distúrbios sonoros em unidades
territoriais residenciais ou em zonas sensíveis a ruídos.

 
 
CAPÍTULO III

Das proibições

 
Art. 5º A ninguém é lícito por ação ou omissão dar causa ou contribuir para a
ocorrência de qualquer distúrbio sonoro.

 
Art. 6º Fica proibida a utilização ou funcionamento de qualquer instrumento ou
equipamento que produza, reproduza ou amplifique o som, no período noturno,
de modo que crie distúrbio sonoro através do limite real da propriedade ou
dentro de uma zona sensível a ruídos.

 
Art. 7º Fica proibido o uso ou a operação, inclusive comercial, de instrumentos
ou equipamentos, de modo que o som emitido provoque distúrbio sonoro
ultrapassando os valores máximos fixados nesta Lei.

Parágrafo único. Estão compreendidas nas proibições deste artigo:


I – utilizar alto-falantes, fonógrafos, rádios e outros aparelhos sonoros usados
como meio de propaganda, mesmo em causas negócios ou para outros fins,
desde que causem distúrbio sonoro.

II – carregar e descarregar, abrir, fechar e outros manuseios de caixas,


engradados, recipientes, serviços de construção e materiais de construção,
ferramentas ou equipamentos, consertos, latas de lixo ou similares no período
noturno de modo que cause distúrbios sonoros em unidades territoriais
residenciais ou em zonas sensíveis a ruídos.

III – operar, executar ou permitir a operação a operação ou execução de


qualquer instrumento musical, amplificado eletronicamente ou não, rádio,
fonógrafo, aparelho de televisão ou dispositivo similar que produza ou
amplifique som em qualquer lugar de entretenimento público, causando
distúrbio sonoro e fora dos limites previstos em Lei.

 
Art. 8º As situações de excepcionalidade serão toleradas do fiel cumprimento
das disposições desta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se situações de excepcionalidade obras de


utilidade públicas, festejos carnavalescos, de natal e ano novo.

 
Art. 9º Fica proibido o uso da buzina, pelos caminhões de venda de gás
engarrafado a domicílio, para anunciar a sua passagem pelas vias e logradouros
deste Município, substituindo-se por um som musical ou jingle.

 
Art. 10. É proibida a propaganda sonora móvel, num raio de 200 (duzentos)
metros de hospitais, escolas e creches.

 
Art. 11. Não se enquadram nas proibições desta seção, desde que previamente
autorizados, os sons produzidos por:

I – bandas de música, desde que em procissões, cortejos ou desfiles


públicos, inauguração de estabelecimentos comerciais;

II – sirenes ou aparelhos de sinalização sonora de ambulância, carro de


bombeiros ou assemelhados;

III – apitos, buzinas ou outros aparelhos de advertência de veículos em


movimento, dentro do período diurno, respeitando a legislação do CONTRAN;
IV – alto-falantes, na transmissão de avisos de utilidade pública, procedentes de
entidades de direito público;

V – coleta de lixo promovida pelo órgão competente;

VI – vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral, de acordo com a


legislação própria;

VII – clubes sociais, templos religiosos de qualquer profissão de fé, clubes de


futebol.

 
 
 
CAPÍTULO IV

Dos níveis de pressão sonora

 
Art. 12. Os níveis máximos de intensidade de som ou ruídos permitidos são os
seguintes:

I – EM ZONAS PREDOMINANTEMENTE RESIDENCIAIS E ZONAS


MISTAS: 75 dB (A) no horário entre 07 e 22 horas, medidos na curva “A” e 45
dB (A) das 22 às 07 horas do dia seguinte, medidos na curva “A”;

II – EM ZONAS INDUSTRIAIS: 85 dB (A) no horário compreendido entre 07 e


22 horas, medidos na curva “A” e 65 dB (A) das 22 às 07 horas do dia seguinte,
medidos na curva “A”.

Parágrafo único. As medições serão efetuadas nas condições de utilização


normal do ambiente, isto é, com as janelas abertas ou fechadas de acordo com a
indicação da parte supostamente incomodada.

 
 
 
 
CAPÍTULO V

Dos procedimentos

 
Art. 13 – O empreendedor pessoa física ou jurídica deverá dirigir-se à
SMMAm, Setor de Fiscalização e Controle Ambiental para obter a Autorização
Especial para Serviços de Ampliação de Som com Montagem em Veículos,
pagando taxa e entregando os seguintes documentos:

I – Comprovante de pagamento da taxa de autorização;

II – Cópia da documentação de licenciamento do veículo junto ao DETRAN;

III – Informar o nome da Empresa ou responsável pela sonorização;

IV – Descrição do tipo de equipamento sonoro utilizado;

V – Cópia da descrição técnica dos equipamentos sonoros;

VI – Fotos do carro e equipamento;

VII – Se empresa, cópia do Alvará de Funcionamento;

VIII – Limitador de volume ou Laudo de medição sonora fornecida por empresa


habilitada com ART do responsável técnico pela avaliação.

§ 1º Caso o veículo não esteja em nome do requerente – responsável pela


atividade, este deverá apresentar cópia da procuração que lhe dá este direito à
utilização do veículo.

§ 2º A Autorização Especial para Serviços de Ampliação de Som com


Montagem em Veículos somente será emitida, mediante a apresentação de todos
os documentos listados no inciso I ao VIII deste artigo.

 
Art. 14. O denunciante, parte supostamente incomodada, deverá informar, via
Protocolo Geral, o endereço, o contato telefônico, o dia e hora para aferição dos
distúrbios sonoros.

Parágrafo único. As medições serão realizadas no interior das edificações,


devendo manter uma distância de no mínimo 1 m de qualquer superfície, como
paredes, teto, pisos e móveis.

 
Art. 15. O relatório de medição de sons e ruídos deve conter minimamente as
seguintes informações:

I – Da parte incomodada, com a ressalva do sigilo do denunciante;

II – Da Declaração do denunciante comprovando a aferição do distúrbio sonoro;

III – Da parte geradora de poluição sonora;


IV - Data e horário das medições do ruído com intervalo de até 15 minutos entre
as aferições;

V – Data e número do último certificado de calibração do equipamento de


medição;

VI - Condições climáticas.

Parágrafo único. Não devem ser efetuadas medições na existência de


interferência audíveis advindas de fenômenos da natureza. (por exemplo
trovões, chuvas fortes e outros)

 
 
 
 
 
CAPÍTULO VI

Das infrações e penalidades

 
Art. 16. Considera-se infração ambiental toda ação ou omissão que importe
inobservância dos preceitos desta Lei, seu regulamento, decretos, normas
técnicas e outras que se destinem à promoção, proteção e recuperação de
qualidade e saúde ambiental.

 
Art. 17. As condutas indicadas pelo artigo 16, quando infracionadas, incorrerão,
isoladas ou cumulativamente, sem prejuízo das sanções civis e penais cabíveis,
nas seguintes penalidades:

I – advertência por escrito;

II – multa;

III – interdição, parcial ou total, de estabelecimentos ou de atividade;

Parágrafo único. Na aplicação do inciso III, a Secretaria Municipal de


Desenvolvimento Econômico e Turismo deverá ser cientificada do gravame para
que adote as providências cabíveis.

 
Art. 18. O infrator, pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, é
responsável pelo dano que causar ou puder causar ao meio ambiente e a
terceiros afetados por sua atividade, independente de culpa.

 
Art. 19. As infrações classificam-se em:

I – leves, aquelas em que o infrator seja primário;

II – graves, aquelas em que forem verificadas circunstâncias agravantes como


reincidência;

III – muito graves, aquelas que forem verificadas além de agravantes,


reincidência continuada.

 
Art. 20. A multa consiste em pena pecuniária vinculada ao valor de referência
representado nesta lei pela sigla URM, e corresponde:

I – nas infrações leves, de 100 à 499 URMs;

II – nas infrações graves, aumento previsto de 500 à 1.000 URMs;

III – nas infrações muito graves, aumento de até 1/3 do valor da multa aplicada.

Parágrafo único. A multa poderá ser reduzida em 2/3 do seu valor se o infrator
se comprometer, mediante acordo escrito e presença em encontro de educação
ambiental, promovido pela SMMAm, bem como a tomar as medidas efetivas
necessárias a evitar a continuidade dos fatos que lhe deram origem, cassando-se
a redução com o consequente pagamento integral da mesma, se essas medidas
ou seu cronograma não forem cumpridos.

 
Art. 21. Os procedimentos recursais administrativos adotados serão os previstos
na Lei Municipal 1339/93.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 22. Os casos de omissão nesta Lei serão resolvidos por analogia, costumes
e princípios gerais de direito.

 
Art. 23. Revoga a Lei Municipal 1.508/95, de 18 de dezembro de 1995.

 
Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação

 
 
GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL, 28 DE DEZEMBRO DE 2011.

 
 
 
 
 
Luiz Vicente da Cunha Pires

Prefeito Municipal.

 
 
 
REGISTRE-SE E PUBLIQUE-SE:

 
 
Felisberto Xavier Espíndola Neto

Secretário de Governo.

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