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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO PRIVADO DO UÍGE

Criado pelo Decreto Presidencial nº 132/17 de 19 de junho 1ª série nº 98

FUNDAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES I

Eng.º Manuel Mbenza


manuel.mbenza@hotmail.com

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO ÀS TELECOMUNICAÇÕES

LOGO
Uíge, 2022-2023
CONTEÚDO
1. Conceitos de Telecomunicações

2. Resenha Histórica

3. Organismos de Telecomunicações

4. Sinais de Telecomunicações

5. Sistema de comunicação

6. Enlace de comunicação

7. Unidades de medida em Telecomunicações


1. CONCEITOS DE TELECOMUNICAÇÕES

Comunicação
A comunicação é o processo de
troca de informações.
O processo de comunicação é
inerente a toda a vida humana e
inclui processos verbais, não
verbais (linguagem corporal),
impressos e eletrônicos.

Se os indivíduos (origem e o destino da informação)


estiverem muito distanciados, é mais difícil haver
comunicação directa e eficiente entre eles. Logo, surge
o conceito de telecomunicações.
1. CONCEITOS DE TELECOMUNICAÇÕES

Mas o que é Telecomunicações?

Troca
Distante
(grego) de
informações
1. CONCEITOS DE TELECOMUNICAÇÕES

Mas o que é Telecomunicações?

As telecomunicações constituem o ramo da engenharia


elétrica que trata do projeto, da implantação e da
manutenção dos sistemas de comunicações e têm por
objetivo principal atender à necessidade do ser inteligente
de se comunicar a distância. (Medeiros, 2007)

Segundo Ilčev (2005), a palavra telecomunicações abarca


todas as formas de comunicação a distância através de
sinais eléctricos.

Carvalho e Badinhan (2011), definem telecomunicações


como a transmissão de informações entre pontos distantes,
por meio de sistemas eletrônicos e meios físicos.
CONTEÚDO
1. Conceitos de Telecomunicações

2. Resenha Histórica

3. Organismos de Telecomunicações

4. Sinais de Telecomunicações

5. Sistema de comunicação

6. Enlace de comunicação

7. Unidades de medida em Telecomunicações


2. RESENHA HISTÓRICA

FUMAÇA
ESCRITA

ORIGENS

VOZ ARTE
2. RESENHA HISTÓRICA

O desenvolvimento das telecomunicações ocorreu


de maneira gradativa, impulsionado por invenções
como:
• O telégrafo, em 1844, por Samuel Morse (1791-
1872), utilizado pela primeira vez para transmitir
mensagens por código Morse entre as cidades de
Washington e Baltimore, nos Estados Unidos.
2. RESENHA HISTÓRICA

• O telefone, em 1876, por


Alexander Graham Bell (1847-
1922), capaz de transmitir a voz
de modo inteligível usando sinais
elétricos por fios condutores.
2. RESENHA HISTÓRICA

• O rádio, em 1895, por


Marchese Guglielmo
Marconi (1874-1937),
aparelho que transmite
sinais telegráficos sem
fios condutores.

• O telefone celular, em 1956, por técnicos da


empresa Ericsson, modelo que ficou conhecido
como MTA (Mobile Telephony A).
2. RESENHA HISTÓRICA

• O primeiro satélite artificial


Sputnik, lançado em 1957.

• O satélite de comunicações
Telstar, em 1962, que permitiu
a transmissão de conversações
telefônicas, telefoto e sinais de
televisão em cores.
2. RESENHA HISTÓRICA

• A rede Arpanet, depois chamada de internet,


em 1969, pelo governo dos Estados Unidos,
para a comunicação entre instituições de
pesquisa norte-americanas.

• Em 1980, o Desenvolvimento do TCP/IP

• Em 1993, a Invenção da Web


2. RESENHA HISTÓRICA
As Telecomunicações em Angola
• 1976 – Adesão de Angola à União Internacional de
Telecomunicações (UIT).
• 1976 – Criação da Empresa Pública de
Telecomunicações (EPTEL).
• 1979 – Passagem da tutela das comunicações para o
Ministério dos Transportes e Comunicações
(MINTEC).
• 1980 – Separação dos Correios das
Telecomunicações.
• 1985 – Aprovação da Lei das Telecomunicações.
2. RESENHA HISTÓRICA
As Telecomunicações em Angola
• 1989 – Implementação do Instituto Nacional de
Telecomunicações (ITEL).
• 1993 – Concretização da decisão de fusão da ENATEL
e EPTEL para criação da Empresa Angolana de
Telecomunicações (ANGOLA - TELECOM).
• 1995 – Adesão a RASCOM- Organização Pan-Africana
de Comunicações por Satélite.
• 1997 – Criação do Ministério dos Correios e
Telecomunicações.
• 1998 – Adesão ao Cabo Submarino em Fibra Óptica
SAT-3.
2. RESENHA HISTÓRICA
As Telecomunicações em Angola
• 1999 – Criação do INACOM.

• 2012 – Criação do Instituto Superior de Tecnologias de


Informação e Comunicação (ISUTIC).

• 2017 – Lançamento do primeiro satélite de


comunicação angolano (ANGOSAT-1).

• 2022 – Lançamento do segundo satélite de


comunicação angolano (ANGOSAT-2).
CONTEÚDO
1. Conceitos de Telecomunicações

2. Resenha Histórica

3. Organismos de Telecomunicações

4. Sinais de Telecomunicações

5. Sistema de comunicação

6. Enlace de comunicação

7. Unidades de medida em Telecomunicações


3. ORGANISMOS DE TELECOMUNICAÇÕES

ITU – União Internacional de Telecomunicações


A União Internacional de Telecomunicações, com sede
em Genebra, Suíça, é uma organização internacional
que congrega governos e setores privados num
Sistema Unido de Nações, para coordenar as
comunicações globais em redes e serviços.
Esta organização subdivide-se em três setores de
atuação:
• ITU - R: comunicações rádio e registro de
frequências (ref. CCIR);
• ITU - T: padronização das telecomunicações em
telefonia, telegrafia e dados (ref. CCITT);
• ITU - D: desenvolvimento das telecomunicações.
3. ORGANISMOS DE TELECOMUNICAÇÕES

ISO - International Organization for Standardization


É uma federação de organismos de normalização de
vários países (mais de 130). A norma OSI (Open
System Interconnection) é a mais conhecida na área
das telecomunicações.
O organismo americano ANSI (American National
Standards Institute) também tem dado contribuições
importantes. Refira-se, por exemplo a normalização
das cablagens.
3. ORGANISMOS DE TELECOMUNICAÇÕES

IEEE - The Intitute of Electrical and


Electronics Engineering

O IEEE é a maior organização profissional em todo o


mundo. O LAN/MAN standards committee tem tido um
papel muito importante na área das redes com várias
normas relevantes, como sejam a 802.3 (Ethernet) e o
802.11(Wireless LAN).
3. ORGANISMOS DE TELECOMUNICAÇÕES

INACOM – Instituto Angolano das Comunicações


O Instituto Angolano das Comunicações,
abreviadamente designado por “INACOM” é um
Instituto Público do sector económico ou produtivo,
com sede em Luanda, criado com o objectivo de
assessorar o Executivo, regular, supervisionar e
fiscalizar o Sector das Comunicações, incluindo as
comunicações electrónicas e os serviços postais,
assim como aplicar sanções pelas infrações no âmbito
das suas atribuições e assegurar a gestão e
fiscalização do espectro de frequências radioeléctricas,
das posições orbitais e dos recursos de numeração.
CONTEÚDO
1. Conceitos de Telecomunicações

2. Resenha Histórica

3. Organismos de Telecomunicações

4. Sinais de Telecomunicações

5. Sistema de comunicação

6. Enlace de comunicação

7. Unidades de medida em Telecomunicações


4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Conceito de sinal
Para que as informações sejam transmitidas em um
sistema de telecomunicações, é necessário
transformá-las em sinais elétricos.
Um sinal é uma função representando uma variável ou
quantidade física e, tipicamente, contém informação
sobre o comportamento ou a natureza de determinado
fenômeno físico. Matematicamente, o sinal é
representado por uma função. (Lourtie, 2007)
Exemplos de sinais: tensão ou corrente em um
circuito, vídeo, áudio, cotação diária do dólar,
eletrocardiograma, temperatura de uma sala, etc.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Conceito de sinal
Para a maior parte das análises e estudos
consideram-se três tipos principais de sinais que
circulam nas redes de telecomunicações: voz, vídeo e
dados.
Os sinais elétricos da informação podem ser
convertidos de analógicos em digitais e de digitais em
analógicos por dispositivos conversores.
A visualização dos sinais elétricos, no domínio do
tempo e no domínio da frequência, respectivamente, é
feita com o auxílio do osciloscópio e o analisador de
espectro, dois importantes aparelhos eletrônicos.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Sinal analógico e sinal digital
Os sinais analógicos são sinais contínuos no tempo ou
contínuos na amplitude, isto é, eles assumem qualquer
valor de uma região contínua de um número incontável de
possíveis valores de amplitude.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Sinal analógico e sinal digital

Os sinais digitais são sinais discretos no tempo e também


discretos na amplitude, isto é, assumem valores de
amplitude dentre um conjunto de valores reais, discretos,
contáveis e finitos.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Sinal analógico e sinal digital

O sinal digital mais comum em transmissão de dados é o


trem de pulsos. Trata-se de um conjunto de bits
transmitido sequencialmente no tempo, em determinada
velocidade, expresso em bits por segundo.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Sinal analógico e sinal digital

Analógico vs Digital
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Largura de banda
Um dos parâmetros que pode ser usado para caracterizar
sinais é a largura de banda de que a rede precisa para
transportá-los.
A largura de banda analógica dum sistema é, por definição,
o intervalo de frequências que são processadas ou
transportadas pelo sistema. No caso da transmissão digital,
que actualmente é mais importante, a largura de banda
pode ser definida como “o débito máximo disponível num
ponto”.
Se a transmissão for analógica, a largura banda é medida
em Hertz (Hz), enquanto que se a transmissão for digital, a
largura de banda é medida em bits por segundo (bit/s).
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Perturbações dos sinais de telecomunicações

Deterioração do nível de
potencia de um sinal.
Atenuação
Modificação da forma de
onda do sinal por largura
Distorção de banda limitada.

Interferência Contaminação do sinal


útil com outros sinais
gerados pelo homem.

Ruído Contaminação do sinal


útil com sinais aleatórios.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Sinais de voz
Um sinal de voz representa as variações da pressão
acústica causadas pelo som. A voz está associada ao
serviço telefónico e representa, ainda, uma parte
significativa da informação transmitida actualmente sobre
as redes de telecomunicações, fixa e móvel. A faixa de
frequências da voz humana varia de 20 Hz a 10 kHz.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Sinais de voz
• Resposta do ouvido
Outro aspecto importante para a engenharia de
telecomunicações é as características da banda audível.

Um indivíduo normal com idade compreendida entre os


18 e 25 anos é capaz de detectar tons puros entre 20 Hz
e 20 kHz. Porém, com a idade, o limite superior de
frequência audível reduz-se significativamente (em média
um homem de 65 anos tem a 8 kHz, um perda de
sensibilidade de 40 dB).
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Sinais de voz
• Resposta do ouvido
Os sistemas de
telefonia limitam a
faixa de frequência a
3,4 kHz, na qual a
perda de qualidade é
tolerável. Nessa faixa
está concentrada a
maior energia da voz,
com índice de
inteligibilidade de
aproximadamente
80% das palavras.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Sinais de voz
• Resposta do ouvido

Com base
nesses
estudos, foi
definida a
largura de
faixa do canal
telefônico em
4 kHz
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Sinais de voz
• Atrasos
Uma das características mais vincadas dos sinais de
voz é a sua extrema sensibilidade aos atrasos
introduzidos na rede.

Os sinais de voz são sobretudo sensíveis à variações


dos atrasos, por exemplo, não é crítico haver um
atraso constante de 2 s na transmissão dum jogo de
futebol, mas é intolerável que esse atraso varie mais
do que algumas décimas de segundo.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Sinais de voz
• Erros
A comunicação oral é relativamente redundante, pelo
que são admissíveis erros de curta duração durante
uma conversação que não impeçam uma
comunicação inteligível.

Os sinais de voz são caracterizados por uma largura


de banda estreita, alguma resistência aos erros e uma
grande sensibilidade aos atrasos e às suas variações.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Sinais de vídeo
Um sinal de vídeo representa a potência luminosa de cada
um dos pontos em que uma imagem é dividida, enviada
sequencialmente, linha a linha.

Para dar a sensação de movimento contínuo é necessário


transmitir mais do que 16-18 imagens/s. Em televisão
transmitem-se 25 ou 30 imagens/s.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Sinais de vídeo

De acordo com a Figura, o número de elementos de imagem transmitidos


por segundo é dado por:
𝑀 =𝐴×𝐵×𝐶

Exemplo. Considerando C=25 imagens/s, A=575 linhas e para B um


valor típico de 720 pixels, tem-se M=10,35×106 elementos de imagem por
segundo.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES

Sinais de dados
Os dados dos computadores podem assumir débitos
variados e características de tráfego diversas desde os
sinais associados a telemetria, com a transmissão de
algumas centenas de bytes por hora, até à interligação de
supercomputadores com débitos da ordem das dezenas de
milhões de bytes por segundo.

Todavia, todos estes sinais têm algumas características


comuns, nomeadamente o tráfego de rajadas, uma grande
sensibilidade a erros e uma pequena sensibilidade a
atrasos. Os dados não admitem erros porque não existe
informação irrelevante.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Digitalização dos sinais
Entende-se por digitalização a transformação de um sinal
analógico num sinal digital PCM (Pulse Code Modulation),
enquanto é preservada a quase totalidade do seu conteúdo
informativo. Esta operação é realizada por um CODEC
(codificador/descodificador), que é responsável pela
realização das seguintes operações de processamento do
sinal:
• Filtragem;
• Amostragem do sinal analógico;
• Quantificação das amostras discretas no tempo;
• Codificação dos sinais discretos em amplitude e no tempo.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Digitalização dos sinais
• Filtragem
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Digitalização dos sinais
• Amostragem
Amostragem é operação que retira valores de amostras do sinal
analógico em instantes de tempo uniformemente espaçados.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Digitalização dos sinais
• Amostragem
Amostragem é operação que retira valores de amostras do sinal
analógico em instantes de tempo uniformemente espaçados.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Digitalização dos sinais
• Amostragem
As amostras dos sinais são retiradas a uma cadência que
permite a sua reconstrução no receptor. Se se pretender
reconstituir o sinal original a partir das amostras sem
introduzir distorção, o teorema da amostragem diz-nos que
o ritmo de amostragem deve ser maior do que o dobro da
frequência mais elevada presente no sinal. A condição para
isto acontecer pode ser estabelecida como:
𝒇𝒂 > 𝟐 × 𝒇𝒎
em que: 𝑓𝑎 é frequência de amostragem ou número de amostras por
segundo e 𝑓𝑚 é a frequência máxima do sinal que se pretende codificar.
Esta equação é conhecida como Teorema de Nyquist.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Digitalização dos sinais
• Quantificação
Quantificação é a operação em que a faixa de valores possíveis do sinal
analógico é subdividida em um conjunto finito de intervalos (intervalos
de quantificação).
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Digitalização dos sinais
• Quantificação
Observe que algumas amostras possuem valores intermediários entre os
níveis de quantificação. Esse é um erro inserido pelo processo de
quantificação, denominado de Erro de Quantificação. Quanto maior for o
número de níveis de quantificação, menor será esse erro.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Digitalização dos sinais
• Codificação
Uma forma de
codificação dos
níveis de
quantificação é
enumerar
sequencialmente
esses níveis e
adotar um
código digital
para representar
cada um dos
números.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Digitalização dos sinais
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Compressão

Para além da digitalização, os sinais podem ser


submetidos a processos de compressão onde se
pretende obter uma redução do débito, com recurso
a uma série de técnicas que:

• Eliminam a redundância existente na fonte de


informação e/ou
• Introduzem perdas controladas, sobretudo em
informação irrelevante.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Compressão
• Redundância
A redundância existente na sequência de dados a ser transmitida é
utilizada, em sistemas sem perdas, para diminuir o débito. Estas
técnicas são igualmente utilizadas nos programas de compressão de
ficheiros, tão divulgados pelos utilizadores de PC onde não é admissível
perda ou corrupção da informação.

Exemplo. Consideremos a sequência 𝒂𝒃𝒄𝒅𝒂𝒃𝒂𝒃𝒄𝒅𝒄𝒅𝒂𝒃𝒂𝒃𝒂𝒃, para se


proceder à codificação com símbolos binários poder-se-ia usar uma
tabela como:

𝑎 → 00 𝑏 → 01 𝑐 → 10 𝑑 → 11
6 × 2 + 6 × 2 + 3 × 2 + 3 × 2 = 36 𝑏𝑖𝑡𝑠
Logo, são necessários 36 bits, 2 por cada símbolo, para codificar
toda a sequência.
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Compressão
• Redundância
𝒂𝒃𝒄𝒅𝒂𝒃𝒂𝒃𝒄𝒅𝒄𝒅𝒂𝒃𝒂𝒃𝒂𝒃
No entanto, após uma análise mais cuidada à sequência,
verifica-se que apenas existem duas sequências de
símbolos diferentes: 𝒂𝒃 e 𝒄𝒅. Assim a tabela de conversão
poderá ser:
𝑎𝑏 → 0 𝑐𝑑 → 1

6 × 1 + 3 × 1 = 9 𝑏𝑖𝑡𝑠

Neste caso a sequência seria codificada com apenas 9


bits, em vez de 36 bits
4. SINAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Compressão
• Redundância
Consideremos outro exemplo: 𝒃𝒄𝒃𝒂𝒃𝒄𝒃𝒃𝒂𝒃𝒅𝒃𝒂𝒅𝒂𝒃

𝑎 → 00 𝑏 → 01 𝑐 → 10 𝑑 → 11
4 × 2 + 8 × 2 + 2 × 2 + 2 × 2 = 32 𝑏𝑖𝑡𝑠
Logo, são necessários 32 bits, 2 por cada símbolo, para codificar toda a
sequência. Mas se se utilizar outra tabela de conversão:

𝑎 → 10 𝑏→0 𝑐 → 110 𝑑 → 111

4 × 2 + 8 × 1 + 2 × 3 + 2 × 3 = 28 𝑏𝑖𝑡𝑠
O número de bits necessários para a codificação será 28 bits,
conseguindo-se uma redução de 4 bits.
CONTEÚDO
1. Conceitos de Telecomunicações

2. Resenha Histórica

3. Organismos de Telecomunicações

4. Sinais de Telecomunicações

5. Sistema de comunicação

6. Enlace de comunicação

7. Unidades de medida em Telecomunicações


5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO

Para que haja comunicação entre pelo menos dois


pontos, são necessários basicamente:
• Informação: voz, imagem e dados.
• Alguém ou algo que transmita a informação:
terminal fonte.
• Alguém ou algo capaz de receber a
informação: terminal destino.
• Um meio físico para transmitir a informação:
canal de comunicação.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Esse conjunto de elementos para estabelecer uma
comunicação é denominado sistema de comunicação.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Sistema de Telefonia de rede Fixa
Nesse sistema, os equipamentos terminais da ponta da linha
são os telefones dos assinantes e o equipamento de
comutação, responsável pelos enlaces, é uma central
telefônica. Os telefones são ligados à central por fios e cabos
telefônicos, que constituem a rede fixa do sistema.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Sistema de Comunicações por Fibras Ópticas
Nesse sistema, as informações percorrem a fibra na forma
de sinal luminoso. Um estreito feixe de luz, gerado por um
laser, é modulado por sinais elétricos e se propaga no canal
através de reflexões sucessivas no interior da fibra.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Sistema de Telefonia Móvel Celular
Um sistema de telefonia celular oferece uma conexão sem fio
à PSTN para usuários de qualquer local dentro do alcance de
rádio do sistema.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Sistema rádio em HF (High Frequency)
É um sistema rádio monocanal, usado para alcançar longas
distâncias, geralmente superiores a 100 quilómetros, na faixa
de HF, de 3 a 30 MHz, sem o emprego de estações
repetidoras. Com estas características, operam sistemas
militares, navegação aérea e marítima e radioamadores, em
telegrafia manual (OW), em AM/DSB ou SSB, voz ou dados.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Sistema rádio em visibilidade
É um sistema rádio, na faixa de microondas, que transporta a
informação a longas distâncias com repetições sucessivas do
sinal. Para isso são usadas estações radiorrepetidoras e
antenas instaladas no alto de torres, distantes, em média, 50
quilómetros uma da outra, para vencer a curvatura da Terra.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Sistema de comunicações por tropodifusão
É um sistema rádio, na faixa de 900 MHz a 2 GHz, usado
para efetuar o enlace entre dois pontos distantes de 100 até
cerca de 400 quilómetros, valendo-se da reflexão das ondas
no alto da troposfera.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Sistema de comunicações por satélite
Um satélite de comunicação é um satélite artificial da terra,
em órbita, que recebe um sinal de comunicação a partir de
uma estação terrestre de transmissão, amplifica e,
possivelmente, processa-o, em seguida, transmite-o de volta
para a terra para a recepção por uma ou mais estações
terrestres.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
A Internet
A famosa rede mundial de computadores www - world wide
web, Internet, funciona como um amplo e complexo sistema
internacional de comunicações digitais. Uma rede deve ser
entendida como a infra-estrutura do sistema de
comunicações.

O equipamento terminal é o computador pessoal - PC


(Personal Computer) e o acesso à rede é feito através de um
provedor ao qual o PC se liga por fio (linha telefônica ou cabo
coaxial), fibra óptica ou rádio, de diversos sistemas, inclusive
satélite.
5. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Sistemas de radiodifusão (broadcasting)
São sistemas de transmissão de rádio em AM, FM e
Televisão, destinados às comunicações com o público, por
voz, música e imagem.
CONTEÚDO
1. Conceitos de Telecomunicações

2. Resenha Histórica

3. Organismos de Telecomunicações

4. Sinais de Telecomunicações

5. Sistema de comunicação

6. Enlace de comunicação

7. Unidades de medida em Telecomunicações


6. ENLACE DE COMUNICAÇÃO

Enlace ou link de comunicação é o estabelecimento


de comunicação entre pelo menos dois pontos. Sua
classificação obedece a três características
principais:
• Número de pontos envolvidos;
• Sentido de transmissão;
• Mobilidade.
6. ENLACE DE COMUNICAÇÃO
Quanto ao número de pontos envolvidos:
a) Enlace ponto a ponto: conforme o próprio nome
sugere, refere-se ao enlace entre apenas dois pontos,
de um ponto ao outro.
6. ENLACE DE COMUNICAÇÃO
Quanto ao número de pontos envolvidos:
b) Enlace ponto-
multiponto: quando a
transmissão é feita de
um ponto para a
recepção em diversos
outros pontos. Exemplo:
transmissão de uma
estação de radiodifusão
(AM ou FM) e os
inúmeros receptores dos
ouvintes.
6. ENLACE DE COMUNICAÇÃO
Quanto ao número de pontos envolvidos:

c) Enlace multiponto-
ponto: quando as
transmissões são
feitas de vários pontos
para recepção em um
único ponto. Exemplo:
emissões de diversas
estações terrenas para
o satélite.
6. ENLACE DE COMUNICAÇÃO
Quanto ao número de pontos envolvidos:
d) Enlace multiponto-multiponto: quando os
assinantes de um ou mais sistemas estabelecem
entre si enlaces, por exemplo, na teleconferência.
6. ENLACE DE COMUNICAÇÃO
Quanto ao sentido de transmissão:
a) Simplex: transmissão acontece em apenas
um sentido. Ex.: radiodifusão comercial.
b) Half-duplex (ou semi-duplex): a transmissão
acontece nos dois sentidos, mas de forma
alternada. Ex.: radioamador.
c) Duplex (ou Full-duplex): a transmissão
acontece nos dois sentidos, de forma simultânea.
Ex.: telefonia fixa e móvel.
6. ENLACE DE COMUNICAÇÃO
Quanto à mobilidade:
a) Enlace fixo: os elementos da rede estão em
pontos definidos, sem mobilidade, geralmente
interligados por uma rede de fios e cabos. Ex.:
rede telefônica cabeada.
b) Enlace móvel: enlace estabelecido entre
transmissores ou receptores móveis, por meio de
radiofrequência, veiculares ou portáteis.
c) Radiobase: enlace estabelecido entre
estações de rádio fixas no terreno.
d) Enlace misto: enlace que utiliza rádios e rede
fixa de comunicação.
CONTEÚDO
1. Conceitos de Telecomunicações

2. Resenha Histórica

3. Organismos de Telecomunicações

4. Sinais de Telecomunicações

5. Sistema de comunicação

6. Enlace de comunicação

7. Unidades de medida em Telecomunicações


7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

Quando o ouvido humano detecta um sinal emitido no


ambiente, a intensidade desse sinal varia em função de
sua frequência. Cada pessoa, no entanto, tem
determinada percepção da intensidade sonora, de
acordo com a faixa de frequência que é capaz de ouvir.
7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

A elevação da intensidade sonora percebida pela


orelha humana obedece à escala logarítmica. Assim,
quando a intensidade do som dobra, a potência foi
elevada ao quadrado; para termos a percepção de
aumento de três vezes a amplitude, a potência foi
elevada ao cubo, e assim por diante. É por essa razão
que adotamos as medidas sonoras em decibéis (dB).

Serão descritas, a partir de agora, algumas unidades


de medida utilizadas em telecomunicações, para
mensurar ganho ou atenuação.
7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

O Decibel (dB)

O dB (decibel) é uma poderosa ferramenta utilizada nos


cálculos de engenharia que permite operações com valores
1
de diferentes origens. O dB equivale a do Bel (B) e é obtido
10
da operação logarítmica na base 10.

𝑃1
Atenuação (A): 𝐴 = 10 log
𝑃2

𝑃2
Ganho (G): 𝐺 = 10 log
𝑃1
7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

O Decibel (dB)
• Nível de potências em dB ou dBW
Se o valor da potência estiver relacionado a 1 watt, o
resultado será expresso em dB ou dBW. Isto é, decibéis
acima ou abaixo de 1 watt. Se for cima de 1 watt, resultará
num valor positivo e se for abaixo de 1 watt resultará num
valor negativo.
A conversão de valores de potências medidos em W para
dB ou dBW é feito através da seguinte relação:

P (dB) = 10 log P(W) ou P (dBW) = 10 log P(W)


7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

O Decibel (dB)

• Nível de potência em dBm


Os valores de submúltiplos mili das unidades de potência e
de tensão dão origem ao dBm.
Para os cálculos de potência em watt [W], o resultado é
expresso em dB ou dBW; quando os valores forem
expressos em miliwatt [mW], o resultado será em dBm.
A conversão de valores de potências medidos em mW
para dBm é feito através da seguinte relação:

P (dBm) = 10 log P(mW)


7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

O Decibel (dB)

• Cálculos de potência em dBW e dBm


Regras básicas de operação:
• Somam-se e subtraem-se dB com dBm;

• Não se somam nem se subtraem dB com dB, dBW


com dBW e dBm com dBm;
• A diferença entre dois valores em dBW ou dois valores
em dBm, é expressa em dB.
• Para converter dBW em dBm, somam-se 30; para
converter dBm para dBW subtraem-se 30.
7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

Néper (Np)
Uma outra unidade alternativa do decibel é o neper, Np,
mas muito pouco usada em telecomunicações. A relação é
calculada na base e, em logaritmo neperiano.
𝑃2
𝐺(𝑛𝑝) = 0,5 ln
𝑃1
Para realizarmos a conversão entre as escalas de ganho
dB e Np, podemos considerar as seguintes relações:

G(dB) = 8,686 G(Np)

G(Np) = 0,115 G(dB)


7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

Exemplos
1. Calcular o ganho, em dB, de um amplificador, que excitado
com 1 W de sinal na entrada fornece 10 W na saída.
Solução:

𝑃2 10 𝑊
𝐺 = 10 log ⟺ 𝐺 = 10 log
𝑃1 1𝑊
𝐺 = 10 𝑑𝐵

2. Converter 13 dBW em dBm.


Solução:

13 dBW + 30 = 43 dBm
7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

Exemplos
3. Calcular a atenuação, em dBm, de um equipamento
de telecomunicações, que recebe 2 mW de sinal na
entrada e fornece 4m W na saída.

4. A potência emitida por um radar tem 3,8MW de pico.


Qual é o seu valor em dBm e em dBW?

5. O fabricante de um equipamento de
radiocomunicações estabelece que seu funcionamento
estará correto se na entrada do receptor houver um sinal
mínimo de –90dBm. A que potência refere-se essa
especificação?
7. UNIDADES DE MEDIDA EM TELECOMUNICAÇÕES

Exemplos
6. Efectuar as seguintes operações:
a) 0 dBm + 3 dB =
b) 0 dBm + 0 dBm =
c) 0 dBm + 3 dBm =
b) -2 dBm + 2 dBm =

7. Dois sinais de 20 dBW dão entrada num circuito


somador. Informar o valor na saída.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Álvaro Gomes; BADINHAN, Luiz Fernando da
Costa. Eletrônica: Telecomunicações. São Paulo: Fundação
Padre Anchieta, 2011.
SÁ, Rui. Sistemas e Redes de Telecomunicações. Lisboa:
FCA, 2007.
MEDEIROS, Julio César de Oliveira. Princípios de
telecomunicações: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Érica,
2007.
LOURTIE, Isabel. Sinais e Sistemas. 2ª edição. Lisboa:
Escolar Editora, 2007.
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO PRIVADO DO UÍGE
Criado pelo Decreto Presidencial nº 132/17 de 19 de junho 1ª série nº 98

FIM...

Grato pela atenção dispensada!

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