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Sentado aqui, nos planaltos da desolação, nas vastas e áridas terras

cinzentas da Solidão, no vale da assombração...contemplo o vazio das


incontáveis eras sem fim e do pó do tempo, pedras que o tempo mordeu,
roeu e soprou ao vento das memórias do vasto templo. A quem
depositaste teu tempo e tua paixão andarilho? A quem ou ao que
devotaste sua fé e sua vontade peregrino da estrada das vidas? Será que
seu tempo foi perdido? Sua fé foi jogada as traças e sua paixão morta e
enterrada?
Sentado aqui reflito e amarguro...sobre todas estas e outras
questões.
“Em minhas mãos, eu seguro as cinzas
Nas minhas veias, corre piche preto
Em meu peito, um fogo queima
No meu caminho, o sol poente
Nuvens escuras se reúnem em volta de mim
Para o sudeste, minha alma é atraída
E eu irei em frente, livre
Ainda há uma luz para ser encontrada

A última luz pálida no sudeste


A última luz pálida no sudeste”

De repente, não mais do que de repente, na jornada em que me


encontro, caio em sono profundo...alegres e pálidas paisagens tomam
conta de mim, sonho doces e açucarados sonhos, salgados e agridoces,
perfumados e macios, meigos e ferozes, mansos e atrozes, calmos e
ferinos. Em meio a esta doce sinestesia de sensações e emoções, uma
palavra, uma frase, uma estrofe, um parágrafo. Um pensamento e uma
emoção prevalecente formam, caio então em um doce e flutuar nado, a
deriva em um manso e bravio mar.

“Brisa fresca de um dia de verão


Ouvindo ecos de seu coração
Aprendendo como recompor as palavras
Deixe o tempo simplesmente voar

Alegres gaivotas vagam nas praias


Nem uma única nota soará
Ergo minha cabeça após secar meu rosto
Deixe o tempo simplesmente voar

Relembrando, recuando
Retornando, recuperando

Uma conversa fiada da qual sente falta


Mais sagaz, porém mais velho agora”

Eis que retorno do mundo dos sonhos, sei minha busca, sei meu
caminho, para a estrada sem demora devo rumar, mais uma vez este
esfarrapado andarilho, andanças deve encontrar, novas estradas cheias de
encantos e belezas, novas terras de tesouros e sabores, aromas e valores,
veios de robustas pepitas de ouro e finas cascatas de prata...e a mais bela
obra, a estrela mais amada, a estrela de “Eärendil”. Então o andarilho
entoa um antigo jargão e rumo ao desconhecido parte, rumo a última
pálida estrela do Sudeste: É perigoso, meu caro, sair porta a fora, você
pisa na estrada e se não controlar seus pés não há como saber até onde
você pode ser levado...

“E eu não peço por redenção


Neste lugar frio e estéril
Ainda vejo a fraca reflexão
E assim, por isso, eu tenho o meu caminho

A última luz pálida no sudeste


A última luz pálida no sudeste”

https://www.youtube.com/watch?v=7Ml94mTB0os

https://www.youtube.com/watch?v=JZ0gtRciu0E

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