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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

ISABELLA MELO SOUSA

CRIMES CIBERNÉTICOS
OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO AMBIENTE VIRTUAL

CABO FRIO
2021.2
ISABELLA MELO SOUSA

CRIMES CIBERNÉTICOS
OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO AMBIENTE VIRTUAL

Trabalho de conclusão de curso de


graduação apresentado a Universidade
Estácio de Sá como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Direito.

Orientador(a): Professora Cristiane Dupret


Filipe Pessoa.

CABO FRIO
2021.2
CRIMES CIBERNÉTICOS
OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO AMBIENTE VIRTUAL
Isabella Melo Sousa1

RESUMO
O presente artigo tem por objetivo abordar os aspectos históricos e conceituais a
respeito da cibercriminalidade, assim como realizar uma breve apresentação de leis
brasileiras que atualmente tratam do tema. A pesquisa tem por enfoque um estudo
mais aprofundado sobre a liberdade de expressão, bem como o exercício do direito à
tal liberdade, a fim de que se determine os seus limites no ambiente virtual e as
consequências que a repercussão dos ataques à honra e à imagem de um indivíduo
através da internet podem gerar. A relevância do tema abordado será tratada no
decorrer dos capítulos deste artigo, onde serão apresentadas opiniões de autores e
doutrinadores a respeito do tema, tal qual possíveis resoluções para o questionamento
principal desta pesquisa, sobre os meios possíveis de se deter o exercício opressor
da liberdade de expressão.

Palavras-chave: Ambiente Virtual. Ataques à Honra. Cibercriminalidade.


Liberdade de Expressão.

SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO; 2.CRIMES CIBERNÉTICOS E SEUS ASPECTOS HISTÓRICOS;
2.1.FUNDAMENTAÇÃO GERAL SOBRE CIBERCRIMINALIDADE; 2.2.LIBERDADE
DE EXPRESSÃO E A CIBERCRIMINALIDADE; 2.2.1.OS JOVENS E OS
CIBERCRIMES CONTRA A HONRA; 2.2.2.O RACISMO NO AMBIENTE VIRTUAL;
2.3.DIREITO AO ESQUECIMENTO; 2.4. LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
VIRTUAL; 3.CONCLUSÃO; REFERÊNCIAS.

1
Graduanda em Direito pela Universidade Estácio de Sá. Campus Cabo Frio
1 INTRODUÇÃO

Os crimes de informação já ocorrem desde muito antes da existência da internet,


contudo, após a criação da mesma, os meios de interação social tomaram uma
proporção muito maior, o que também dá margem a outras formas de criminalidade.
A liberdade de expressão é hoje um direito, conquistado após muitas lutas e
manifestações, direito esse que vem sendo cada vez mais banalizado, principalmente
no ambiente virtual.
O ambiente virtual, atualmente, tem sido utilizado frequentemente para o ato de
inúmeras práticas consideradas abusivas, em especial os crimes contra a honra,
dentre eles a calúnia e a difamação. A única maneira de conter esses abusos e
conseguir alcançar os agentes infratores nesses casos é restringindo o direito ao se
aplicar uma punição à tais agentes infratores. É importante ressaltar também que é
fundamental a conscientização dos usuários da internet, principalmente os jovens,
quanto ao uso responsável do ambiente virtual.
A proposta principal deste trabalho é abordar de maneira geral os fatos históricos
referentes ao ambiente virtual e sua evolução no decorrer dos anos, desde a sua
criação até a nossa atualidade, por meio de pesquisas bibliográficas e análise de
opiniões de diferentes doutrinadores sobre o tema em questão, bem como analisar
melhor como a legislação brasileira lida com tais delitos.
A plataforma virtual está em constante crescimento e evolução, uma vez que,
atualmente, mais da metade da população mundial possui acesso à internet. Devido
a isso, as medidas de restrição e conscientização se tornam cada vez mais urgentes
e necessárias. Hoje, o fácil acesso à internet não só facilitou o acesso ilegal à várias
informações privadas, como também criou uma segunda realidade, a realidade virtual,
onde os usuários têm sua própria linguagem e os seus próprios meios de interação
social dentro dessa realidade.
2 CRIMES CIBERNÉTICOS E SEUS ASPECTOS HISTÓRICOS

Neste capítulo serão explorados os aspectos históricos da internet, o seu nascimento


e sua crescente evolução até os dias de hoje, uma vez que é importante que seja
explicada a conjuntura social que impeliu seu nascimento, até que ela se tornasse o
que é hoje, uma das mais poderosas ferramentas a serviço da criminalidade. Ao final,
alguns conceitos iniciais de cibercriminalidade serão trazidos à pauta, para que se
possa criar uma conexão com os próximos tópicos, onde será abordado a respeito
dos crimes contra a honra no ambiente virtual.
A tecnologia, antes de ser utilizada como uma ferramenta para a criminalidade, era
alvo de intensas represálias por grande parte das pessoas da era moderna 2,
principalmente as de padrão educacional considerado baixo, que durante a Revolução
Industrial se sustentavam realizando trabalho braçal.
Basicamente, os primeiros sinais de crimes informáticos seriam as primeiras
represálias a essa nova tecnologia implantada em tal período histórico, conforme
explicam José Antônio Milagre e Damásio de Jesus (2016, p.22), que trouxeram como
exemplo a sabotagem de Joseph-Marie Jacquard, inventor do tear mecânico, uma vez
que, em seu ponto de vista, seus empregos estavam em risco devido a implantação
de tal tecnologia.
Obviamente, o conceito de crimes informáticos só se tornou mais específico algumas
décadas mais a frente. Milagre e Jesus explicam que ainda há discordância na
doutrina a respeito de qual teria sido o primeiro crime informático propriamente dito da
história, se dividindo entre dois fatos ocorridos em duas universidades norte
americanas, um deles ocorrido em 1964 e outro ocorrido em 1978, onde estudantes
invadiram o sistema de dados computadorizados das instituições. (2016, p.23)
Para começar a explicar a definição de crimes informáticos, é primordial que se
compreenda que tal definição está conectada ao conceito de criptografia. Em teoria,
a criptografia é traduzida em esconder ou mascarar as informações através de uma
linguagem codificada. Essa prática é quase tão antiga quanto a própria humanidade,
uma vez que nos momentos de conflito entre a Pérsia e a Grécia, fez-se necessário

2
O termo “era moderna” é apropriado aqui, uma vez que pode-se nomear como tecnólogo tudo que é
considerado novo em matéria de conhecimento técnico e científico.
transmitir as informações de maneira secreta, de forma que apenas o destinatário da
mensagem seria capar de entendê-la.
Com os avanços tecnológicos a criptografia foi evoluindo e assim, se propagando
longo dos séculos, fazendo com que fosse despertado o interesse de especialistas
em diversas áreas a respeito do assunto. Uma vez sendo a criptografia a ciência de
ocultar informações, as noções iniciais e principais sobre cibercriminalidade foram
originadas do propósito de se obter tais informações, fazendo, assim, com que
surgissem os mais notáveis especialistas em quebra de códigos da história.
Alan Turin foi o mais popular dentre eles, durante a Segunda Guerra Mundial era
conhecido como o “pai da computação”, matemático, cientista e criptoanalista
britânico, como era conhecido, tornou-se o responsável pela criação de diversas
técnicas capazes de quebrar os códigos alemães. É possível afirmar que Turing, ao
expor a fragilidade dos sistemas da época e os aprimorando, se tornou o maior
responsável pelo avanço da criptografia como ciência. (SCHECHTER, 2016)
Considerando o período histórico, torna-se óbvio que a intenção na criação de um
sistema como esse era de caráter bélico. Foi no auge da Guerra Fria que toda a ideia
por trás da criação desse sistema começou a surgir. O maior contexto histórico da
internet teve sua relevância durante a década de 1950, foi nesse período em que a
ocorrência de crimes informáticos chegou em seu ápice, antes mesmo que existisse
a percepção de cibercriminalidade.
Tal percepção só foi possível com a criação do projeto militar ARPANET, da Agência
de Projetos de Pesquisa Avançada dos Estados Unidos. Projeto esse que foi o
precursor da internet, sendo a primeira rede operacional de computadores interativa
à base de comunicação de dados.
O Mestre das Ciências Marcelo de Carvalho, explica, em sua dissertação de mestrado,
que a corrida armamentista e a tensão da Guerra Fria entre Estados Unidos e União
Soviética tiveram grande influência no desenvolvimento de tal invenção, uma vez que
serviu de estímulo para que se otimizasse esse sistema, o tornando mais sofisticado
e preventivo. (2006, p.28)
A partir de então, uma nova concepção de internet, mais próxima da atual, começou
a surgir, fazendo com que os crimes informáticos alcançassem patamares mais
elevados. Com o fim da guerra e das tensões entre os Estados Unidos e a União
Soviética, ocorreu uma abertura das redes para os interesses comerciais, quando a
internet passou a ser “comercializada” pelos Estados Unidos.
Iniciou-se assim, uma verdadeira revolução tecnológica, gerando um ciclo de
mudanças em toda a estrutura da internet, que deixou de ser um sistema
incompreensível, de acesso restrito às minorias, para se tornar o meio de
comunicação mais utilizado do mundo. Uma vez que a criptografia, utilizada para
proteger dados digitais de todo o mundo corporativo, se tornou objeto de atenção dos
ciber criminosos, iniciou-se também uma nova fase para a cibercriminalidade.
Pode-se observar que a internet se tornou uma necessidade na vida das pessoas,
seja para trabalho ou entretenimento, a era digital tem substituído a forma
convencional de trabalho, até mesmo em órgãos governamentais, como por exemplo
o processo digital, que está inovando a maneira de peticionar ao judiciário brasileiro.
A frequência com que as pessoas se mantém conectadas hoje em dia aumenta cada
vez mais, os aparelhos eletrônicos, em especial os celulares, tornaram-se essenciais
na vida das pessoas. A dependência digital a nível global está cada vez mais próxima
de ser uma realidade.

2.1 FUNDAMENTAÇÃO GERAL SOBRE CIBERCRIMINALIDADE

Apesar de extremamente fascinante, a era digital, no início do milênio, ainda era


totalmente enigmática e obscura para o homem comum. Com o aumento do uso da
internet, nas mais variadas atividades, surgiu novamente a preocupação em relação
à segurança das informações compartilhadas online, não só para os governos, como
também para todos que a utilizavam.
O termo “cibercrime” surgiu no final da década de 90, em uma reunião do G-8, que
era destinado à discussão a respeito da luta contra as práticas ilícitas na rede de
maneira punitiva e preventiva. A partir daí, o termo passou a ser usado para
determinar infrações penais praticadas online.
Contudo, o crescente avanço tecnológico tem dificultado o combate a esses crimes, o
uso indiscriminado da internet tem ajudado indivíduos com algum conhecimento em
informática a se aprimorar e assim, utilizar seus conhecimentos para roubar
informações criptografadas para obter proveito econômico. (MILAGRE E JESUS,
2016)
Os chamados hackers, termo inglês usado para nomear os programadores muito
habilidosos, que secretamente alcançam informações sobre o sistema de outra
pessoa para que possam pesquisar, usar, ou até mesmo trocar pelos mais variados
motivos.
Assim, a quebra de códigos e invasão de sistemas passou a se tornar uma
oportunidade de lucro ilícito, tornando o cibercrime o infortúnio social de hoje. Um
exemplo são os estelionatários, que veem nas transações comerciais via internet uma
oportunidade para aplicar os seus golpes e pessoas que são atraídas pela facilidade
de comprar e receber produtos sem sair de casa. Esse novo mercado é abraçado
pelas pessoas, sem a menor preocupação em averiguar a veracidade dos sites em
que inserem seus dados pessoais, o que os torna prezas fáceis para esses criminosos
do submundo da internet.
Pedofilia, prostituição, tráfico, pirataria, sabotagem e até terrorismo, a internet é palco
para incontáveis condutas delituosas. A informatização dos meios de trabalho tem
gerado transtornos em muitos países, inclusive no Brasil, em uma nova onda de
crimes cibernéticos.
Existem crimes informáticos que, além de gerarem transtornos, também causam
prejuízos ao país. A exemplo disto tem a pirataria, um problema cada vez mais difícil
de controlar. Filmes, músicas, arquivos, livros, bens jurídicos de propriedade
intelectual e artística nunca estiveram tão vulneráveis. Em 2003 ocorreu a primeira
prisão por pirataria na internet no Brasil.
Dono e administrador de um site chamado MP3 Forever, que disponibilizava inúmeras
músicas ilegalmente, Alvis Reichert teve a sua prisão embasada no artigo 184º, do
Código Penal (ESTADÃO, 2003), o qual dispõe:
“Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são
conexos:
(...)
§3º Se a violação consistir no oferecimento ao público,
mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer
outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção
da obra ou produção para recebê-la em um tempo e
lugar previamente determinados por quem formula a
demanda com intuito de lucro, direto ou indireto, sem
autorização expressa, conforme o caso, do autor, do
artista intérprete ou executante, do produtor de
fonograma, ou de quem os represente”.
Vale ressaltar que o referido artigo não se refere a “crime de informação”, mas sim a
violação de direitos autorais, sendo o parágrafo 3º tão somente para tipificar o meio
utilizado para causar essa violação, majorando a pena, se tratando, portanto, de uma
qualificadora.
A internet não só facilitou a ocorrência dos cibercrimes, como também criou uma
espécie de realidade virtual, onde os usuários desenvolveram até uma linguagem,
uma maneira de interação social próprios dessa realidade. É nesse ambiente virtual,
que direitos inerentes do cidadão, garantidos pela Constituição Federal, como
igualdade, privacidade e dignidade, foram violados, uma vez que a lei não conseguia
alcançar os infratores.
O direito do brasileiro vem lidando com a questão dos crimes virtuais há muito tempo,
e aos poucos vem alcançando os infratores da lei no âmbito virtual e aplicando as
punições no mundo real. O Código Penal Brasileiro sofreu alterações, inserindo
infrações cibernéticas através da Lei 12.737/2012, apelidada de “Lei Carolina
Dieckmann”, também tem o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), a
Lei de Software (Lei Antipirataria 9.609/98), a Lei de Racismo (Lei 7.716/89) e a Lei
de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), compondo o conjunto de normas mais
relevantes aplicáveis ao cibercrime.
Existem também os crimes praticados contra os direitos básicos do cidadão,
garantidos pela Constituição Federal, como por exemplo a igualdade, a privacidade e
a intimidade. Um caso emblemático que ocorreu recentemente foi o de racismo
praticado virtualmente contra Maria Júlia Coutinho, jornalista que apresentava a
previsão do tempo no Jornal Nacional.
A página do Jornal no “Facebook” se tornou uma ferramenta para que os infratores
atacassem a honra e a imagem da jornalista com comentários agressivos e racistas.
A polícia chegou a quatro indivíduos que seriam os motivadores dessas ideologias
discriminatórias propagadas na internet, com uma legião de vinte mil seguidores.
Diante da ausência de tipificação específica para os delitos, os indivíduos foram
enquadrados nos delitos de falsidade ideológica, racismo, injúria e corrupção de
menores, além a formação associação criminosa na internet. Este último delito está
previsto no artigo 288º, do Código Penal. Sendo assim, os infratores são enquadrados
em tipos genéricos.
No que diz respeito a legislação específica alguns países se encontram mais
evoluídos que o Brasil. Além da Lei 12.737/2012, a legislação brasileira ainda conta
com o Marco Civil da Internet, Lei 12.965/2014, compondo o conjunto de normas
cibernéticas, que prevê princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet
no Brasil e ainda determina as diretrizes para atuação dos entes federativos em
relação à matéria.
Apesar da Lei do Marco Civil estabelecer sanções para o descumprimento de algumas
de suas normas, não está previsto na mesma qualquer tipo de infrações cibernéticas
propriamente ditas. Pode-se dizer que o Brasil está carente de legislação pertinente,
uma vez que o conjunto que normas brasileiras não acompanha as necessidades
sociais.
A forma de legislar do judiciário brasileiro é imprudente e, muitas vezes
incompreensível, já que estabelece um padrão de conduta relacionado à sociedade,
ao invés de determinar punições a tais condutas erráticas, principalmente no que diz
respeito aos delitos de alto nível, como o roubo ou o sequestro de informações.
A internet tem se tornado um meio de comunicação e debate muito eficaz que, apesar
de ser útil, tem sido usada levianamente, principalmente por crianças e adolescentes.
Daí que surge a importância do ECA frente a esse meio de interação social. Após o
surgimento das redes sociais, as pessoas de deparam com a oportunidade de divulgar
seus pensamentos indiscriminadamente, o que acarreta os abusos de direitos que
serão tratados a seguir.

2.2 LIBERDADE DE EXPRESSÃO E A CIBERCRIMINALIDADE

É possível analisar os riscos à segurança das informações, a vulnerabilidade à honra


e a imagem do indivíduo que o uso irresponsável da internet traz. O que acaba criando
margem para a disseminação de discursos de ódio contra diversos grupos
considerados minoritários.
A Constituição Federal garante o direito à livre manifestação do pensamento,
entretanto a Carta Maga veda o anonimato. Qualquer pessoa tem o direito de
expressar a sua opinião, desde que se identifique como a responsável por ela.
Identificação essa que raramente acontece, uma vez que se torna muito mais fácil
para o divulgador se esconder atrás do anonimato. Além do fato de não haver uma
preocupação por parte dos demais usuários em averiguar a autoria, a veracidade ou
a legalidade das informações, o que acaba os tornando cúmplices dos delitos do autor
do escrito. Esse comportamento coletivo emerge cada vez mais no ambiente virtual,
onde a escala é a nível global.
O artigo 5º da Constituição Federal, em seu inciso IV, prevê a liberdade de expressão,
o qual dispõe:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
(...)
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato;).”

De acordo com Pedro Lenza (2012, p.2159), a vedação do inciso IV se fez necessária,
uma vez que:

“caso durante a manifestação do pensamento se cause dano


material, moral ou à imagem, assegura-se o direito de
resposta, proporcional ao agravo, além da indenização”

Logo, para que um direito não anule o outro, sabiamente o legislador ressalvou o
anonimato.
Qualquer informação de cunho calunioso, difamatório e pejorativo associado a um
indivíduo estará para sempre no ambiente virtual, o que afeta não somente a honra e
a moral do próprio indivíduo, como também se estende aos seus familiares.
Contudo, a própria Carta Magna faz exceção à expressa vedação constitucional ao
anonimato como limite ao exercício da liberdade de expressão, quanto institui o
resguardo ao sigilo da fonte. O artigo 5º, da Constituição Federal, em seu inciso XIV
dispõe:

“Art. 5º
(...)
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
profissional;”.
Se faz então necessário estabelecer a diferença entre o sigilo da fonte da informação
e o anonimato, uma vez que um é direito garantido pela Constituição e o outro não
tem amparo legal. Enquanto o sigilo da fonte é o direito pelo qual se valem os
jornalistas, a fim de preservar as suas fontes, o anonimato é expressamente vedado
pela Constituição, exceto em casos específicos, como uma denúncia anônima por
exemplo.
É evidente que a lei não impede uma pessoa de manifestar suas opiniões livremente,
porém tem suas ressalvas, de maneira que estará passível de punição quem exercer
o seu direito de forma arbitrária ou se exceder no exercício do mesmo, violando direito
alheio.
É entendimento de alguns doutrinadores que os direitos à intimidade e à privacidade
são autônomos, reconhecidos e protegidos inclusive internacionalmente, nos pactos
e tratados de direitos humanos, e devido a isso, a ofensa a esse direito pode ser
constituída crime, como também é passível de indenização.
O direito à intimidade é referente aos pensamentos e sentimentos externados ou não
pelo indivíduo, já o direito à privacidade se refere aos hábitos que o indivíduo possui,
como por exemplo a maneira como ele se comporta, com quem e como esse indivíduo
se relaciona, como ele vive de maneira geral.
A necessidade de tornar públicas as informações no ambiente virtual, não se dá
somente com opiniões dos indivíduos, como também com os seus dados pessoais,
como endereço ou telefone. Sentimentos, modo de vida, aquisições, tudo é filmado,
documentado e postado nas redes.
Há muita divergência no meio jurídico sobre o papel da internet nessas situações de
delito, principalmente sobre a sua classificação. O que levanta questionamentos sobre
a obrigatoriedade da criação de leis específicas para a tipificação de crimes virtuais.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) declarou através de seu informativo eletrônico:

“Na ausência de uma legislação específica para crimes


eletrônicos, os tribunais brasileiros estão enfrentando e
punindo internautas, crakers e hackers que utilizam a rede
mundial de computadores como instrumento para a prática de
crimes. Grande parte dos magistrados, advogados e
consultores jurídicos considera que cerca de 95% dos delitos
cometidos eletronicamente já estão tipificados no Código Penal
brasileiro por meio da internet. Os outros 5% para os quais
faltaria enquadramento jurídico abrangem transgressões que
só existem no mundo virtual, como a distribuição de vírus
eletrônico, cavalos-detróia e worm (verme em português)”.

No Brasil adota-se o sistema de reserva legal, ou seja, não há crime sem lei anterior
que o preveja, por isso tais condutas não podem ser consideradas delituosas. Crimes
como o assédio e os ataques à honra do indivíduo devem ser melhor observados
quando praticados online, uma vez que não possuem previsão legal específica.

2.2.1 OS JOVENS E OS CIBERCRIMES CONTRA A HONRA

Assédio moral, calúnia, injúria e difamação, quando praticados no ambiente virtual


possuem uma abrangência muito maior. Mesmo que não fossem tipificados
separadamente, é indispensável uma punição superior ao agente infrator, uma vez
que o delito causado nesse caso teria proporções muito maiores. Além da proporção,
também é necessário considerar a permanência dos defeitos produzidos por esses
crimes na vida da vítima.
No que tange os crimes contra a hora, tipificados no Código Penal, quando praticados
no ambiente virtual, submetem a vítima a uma humilhação contínua e duradoura, uma
vez que, quando divulgado online, não é mais possível conter sua repercussão. Mais
preocupante ainda quando esses crimes envolvem jovens, visto que, durante
adolescência, os efeitos provocados por esse tipo de crime se tornam mais intensos.
Nesse sentido, o artigo 18º do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90)
dispõe que:

“é dever de todos velar pela dignidade da criança e do


adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”

Compete aos pais e aos educadores, além de preservar a dignidade e a integridade


moral dos jovens, ensiná-los maneiras saudáveis de interação social e conscientizá-
los sobre o uso apropriado da internet, inclusive como forma de proteção contra riscos
ainda maiores, como por exemplo o tráfico, o sequestro e principalmente a pornografia
infantil, entre muitas outras.
2.2.2 O RACISMO NO AMBIENTE VIRTUAL

Os cibercrimes não se restringem apenas aos jovens, ou indivíduos de classe


econômica inferior, os delitos estão por toda a parte e, muitas vezes, afetam inclusive
pessoas que fazem parte de um grupo alvo de preconceito. Um dos maiores males da
sociedade, desde sempre, é o racismo, que toma uma proporção ainda maior no
âmbito virtual. A rede tem se tornado um instrumento de disseminação de ideologias
preconceituosas e discriminatórias.
A discriminação segrega o indivíduo por razão de quem ele é, o que ele faz ou de
onde ele veio, já o preconceito é uma ideia que se estabelece sem que se conheça a
causa, seja ela positiva ou não, sendo observado assim, que o racismo é também
uma forma de discriminação. O artigo 20º, parágrafo 2º, da Lei de Racismo, dispõe:

“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou


preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
(...)
§2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por
intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de
qualquer natureza:
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.”

Pode ser observado que, ao empregar o termo genérico “meios de comunicação social
ou publicação de qualquer natureza”, o legislador abrangeu todos os meios de
comunicação existentes e, portanto, compreendendo a internet, a televisão, os jornais,
rádios etc.
Apesar de causar confusão em muitos indivíduos, o racismo e injúria racial são dois
tipos penais diferentes. Enquanto o racismo está previsto na lei e tem como alvo a
dignidade de toda uma comunidade e indivíduos indeterminados, em razão de sua
raça, a injúria racial é dirigida a um determinado indivíduo em específico. O próprio
texto legal traz essas definições, como pode ser visto no artigo 140º, do Código Penal,
em seu parágrafo 3º:
“Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
decoro:
(...)
§3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes
a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa
idosa ou portadora de deficiência:
Pena – reclusão de um a três anos e multa.”

Esse artigo teve sua redação alterada em 1997 para que pudesse ser incluída a
qualificadora do parágrafo terceiro acima descrito. Pode-se observar que o sujeito,
objeto da infração é dito no singular, “alguém”. Diferindo do primeiro parágrafo da Lei
de Racismo, que generaliza, não especificando o sujeito alvo da ação delituosa, como
pode ser visto a seguir:

“Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes


resultantes de discriminação ou preconceito de reaça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional.”

O ambiente virtual é o espaço onde se encontram a maioria das manifestações


discriminatórias na atualidade. Isso se deve a segurança trazida pelo anonimato, que
causa uma sensação de impunidade e acarreta uma distribuição de ofensas à
indivíduos.
A ONG sem fins lucrativos especializada no combate aos crimes de violação dos
direitos humanos no ambiente virtual Safernet, surgiu visando combater essas
violações, através do auxílio às vítimas e da conscientização. Por meio do seu website
é disponibilizada ajuda e orientação às vítimas, além de uma Central Nacional de
Denúncias, onde essas vítimas prestam as queixas.
Grande parte das multas que são pagas nas condenações pelas práticas de crimes
cibernéticos é convertida em doações para ONGs como essa. A Safernet também
realiza estudos e levantamento de dados a respeito desses delitos. Entre os anos de
2006 e 2020 foram registradas 4,3 milhões de denúncias no website, conforme pode
ser visto no gráfico abaixo.
Figura 1 – Quadro estatístico de denúncias no Safernet

Fonte: https://new.safernet.org.br/denuncie

Conforme mostrado no gráfico acima, mesmo que os crimes de racismo no ambiente


virtual sejam frequentes no Brasil, outros crimes têm uma maior incidência no país,
como por exemplo a pornografia infantil, seguida pelo crime de apologia e incitação a
crimes contra a vida. Crimes como a xenofobia, intolerância religiosa, homofobia e o
próprio racismo, são condutas tidas como discriminatórias e preconceituosas,
tipificadas na Lei de Racismo (Lei 7.716/89).
Embora os avanços ao combate desses delitos, assim como a captura dos infratores
estejam progredindo significativamente, ainda há um longo caminho a ser percorrido.
As ideologias fundadas no racismo se propagam a uma velocidade inalcançável em
sites, fóruns de debates virtuais, entre outras vertentes no âmbito virtual que divulgam
o racismo online, estimulando a discriminação de forma anônima.
Diante do exposto, fica cada vez mais clara a existência e uma linha que impõe limite
à liberdade de expressão. Uma vez que todo o direito fundamental deve ser respeitado
e, por isso, nenhum deles pode ser absoluto.

2.3 DIREITO AO ESQUECIMENTO

Desde o surgimento da internet, a circulação de informações é cada vez mais


imediata, rápida e duradoura, alcançando o leitor com muito mais eficácia do que
qualquer outro meio de comunicação, além do fato de estar disponível para consultas
com apenas um clique no computador. Assim, para as vítimas de cibercrimes, a
espera para que, com o tempo, as lembranças que causam humilhação e sofrimento
sejam apagadas e esquecidas se torna muito maior.
Dito isto, o direito ao esquecimento consiste, como o próprio nome já especifica, no
direito de ser esquecido pelo público do ambiente virtual, ou seja, é ter os fatos ou até
mesmo as lembranças que causaram o dano moral esquecidas e “enterradas”,
independentemente de terem sido ilícitas ou não, de maneira que não se mantenham
no ambiente virtual, causando angústia, sofrimento e aflição à vítima e seus familiares.
A primeira vez que o direito ao esquecimento foi concedido no Brasil foi no ano de
2013, em decisão do Supremo Tribunal de Justiça. Esse direito possui uma forte
relação com o direito penal e pode ser aplicado a um infrator de norma penal, assim
como também pode ser pleiteado pela vítima dos cibercrimes ou por seus familiares.
Como um exemplo, se tem o caso movido contra a TV Globo pela família de Aída Curi,
uma jovem que foi brutalmente estuprada e assassinada em 1958, a fim de que fosse
evitado ao canal de televisão a veiculação de matéria que relembrasse o caso. O
então Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em parecer ao Supremo
Tribunal Federal, se posicionou fortemente contra a decisão, alegando que a sentença
limita o direito à liberdade de expressão, além de caracterizar censura.
O direito ao esquecimento ainda é uma tese pouco abordada e debatida no direito
brasileiro, sendo assim, não possui previsão legal específica, sucedendo do direito à
intimidade e à privacidade. Devido a isso é ligado intimamente à dignidade da pessoa
humana e à inviolabilidade pessoal, direitos fundamentais previstos na Constituição
Federal de 1988. (JÚNIOR e NETO, 2013)
O direito ao esquecimento ganhou destaque no cenário jurídico brasileiro durante a VI
Jornada de Direito Civil (2013), onde o Enunciado 531 incluiu tal direito à tutela da
dignidade da pessoa humana, sendo associado com os direitos de personalidade
tratados no artigo 11º, do Código Civil, de acordo com o exposto a seguir:

“Os danos provocados pelas novas tecnologias de informação


vêm se acumulando nos dias atuais. O direito ao esquecimento
tem sua origem histórica no campo das condenações criminais.
Surge como parcela importante do direito do ex-detento à
ressocialização. Não atribui a ninguém o direito de apagar fatos
ou reescrever a própria história, mas apenas assegura a
possibilidade de discutir o uso que é dado aos fatos pretéritos,
mais especificamente o modo e a finalidade com que são
lembrados”
Destaca-se então, que o esquecimento é direito do ex-detento, de maneira que os
fatos passados, contrabalanceados pelo cumprimento da pena em seu desfavor, tem
extrema importância para a garantia de seu direito de ressocialização.
Em tese, qualquer indivíduo, que tenha base jurídica para tal, pode pleitear em seu
favor o direito do esquecimento, quando a repetição de fatos ocorridos em um
determinado momento da sua vida ainda estejam lhe causando humilhação e
sofrimento, além de criar um obstáculo para a sua reintegração social. Contudo,
sempre irá ocorrer o confronto com outro direito constitucional.
De tal modo, para que seja estabelecido solidamente esse direito no ordenamento
jurídico brasileiro, se faz necessária a criação de parâmetros claros e bem definidos
para que haja a sua aplicação, considerando-se as normas em conflito na análise do
caso concreto, uma vez que, de outra forma, não cumpriria o fim para o qual se
propõe.

2.4 LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO VIRTUAL

Diante de todas as informações apresentadas no presente trabalho, em especial no


tocante às noções gerais de cibercriminalidade e sua relação com a liberdade de
expressão, o pretendido para a conclusão deste trabalho é a análise da eficiência da
restrição, como uma solução para a problemática em questão.
Uma vez que nenhum direito é absoluto, é necessário que haja um ponto de equilíbrio
entre eles, que funcionará como um limitador para o exercício de tais direitos.
Limitação essa que se faz necessária para a convivência harmoniosa da sociedade,
para que assim haja respeito e tolerância diante das inúmeras divergências sociais.
Por esse motivo a liberdade de expressão se faz tão importante, para que traga
segurança às pessoas em expor seus pensamentos e suas convicções, de maneira
democrática, respeitando o direito do outro de pensar e de agir, mesmo que de modo
diferente do “padrão” social imposto como normal ou correto.
Atualmente a internet existe como um meio de comunicação, com o objetivo de
informar, educar, entreter e aproximar as pessoas. Isso se faz possível graças ao
constitucionalismo, onde a vontade do povo é traduzida, concedendo um cenário
favorável ao desenvolvimento social.
No âmbito virtual, a liberdade de expressão, assim como alguns outros direitos
fundamentais, pode ser exercida em sua magnitude, porém também pode ser mais
facilmente excedida do que no âmbito físico, devido à garantia do anonimato. Separar
o conceito de informação, a veiculação de declarações discriminatórias e discursos
de ódio se faz necessário, uma vez que não há caráter informativo nessas práticas,
mas meramente depreciativo.
A informação tem como objetivo principal criar seres pensantes, formadores de
opinião, e dentre os demais meios de comunicação, a internet é a mais eficaz em
alcançar o maior número de pessoas, logo, a mais eficaz também para a disseminação
dessas atitudes discriminadoras. Por este motivo é vedado, na Constituição Federal,
o anonimato, assim, caso haja dano moral ou à honra de algum indivíduo, o direito ao
contraditório pode ser exercido, assim como o direito ao esquecimento também pode
ser buscado pelas vítimas.
Mesmo não sendo algo novo no ordenamento jurídico brasileiro, o direito ao
esquecimento ainda precisa se aplicado com cautela pois, caso haja um conflito de
normas constitucionais, os direitos não sejam sobrepujados e violados. Já o direito à
liberdade de expressão admitirá restrições sempre que concorrer com outros direitos
fundamentais, ou seja, quando a liberdade de expressão for de encontro com outro
direito fundamental, como por exemplo o direito à honra, este direito será amparado
pelo artigo 5º, inciso V, da Constituição Federal.
Se uma opinião expressa atingir a honra objetiva de um indivíduo, sua imagem diante
da sociedade, ou a honra objetiva, imagem que este indivíduo faz dele mesmo, terá
constituído uma ofensa a um direito fundamental, por meio de um excesso cometido
no exercício do direito à liberdade de expressão.
Nesse caso, caberá restrição a esse direito que foi exercido arbitrariamente, a fim de
proteger o direito violado. Criando-se, assim, um equilíbrio entre as normas de direito
fundamental, uma vez que não pode haver hierarquia entre elas.
A restrição tem a função de equilibrar a balança social, ou seja, ela limita um direito
exercido de maneira arbitrária, a fim de resguardar o direito de outro indivíduo,
portanto, a aplicação dessa restrição deve ser encarada como uma ferramenta a favor
da busca pela igualdade e pela justiça social e não um obstáculo ao exercício da
cidadania e da democracia.
3 CONCLUSÃO

A primeira imagem que vem à mente quando se pensa em crimes cibernéticos é a de


criminosos profissionais, que agem atrás das telas do computador, com o intuito de
lucrar através das suas atividades delituosas. Porém, a maioria dos delitos
cibernéticos são cometidos por pessoas comuns, que com a garantia do anonimato
extrapolam do seu direito de liberdade de expressão e acabam, assim, violando o
direito alheio.
O direito à liberdade de expressão deve ser protegido e incentivado, uma vez que tal
direito é um dos pilares que sustentam a democracia. Violá-lo abala fortemente esses
pilares, que foram formados após séculos de lutas e repressões. Embora, de início,
pareça antidemocrática, a restrição se torna uma exceção à regra, devendo ser
cautelosamente aplicada a todos os demais direitos, quando violados.
É dever do Estado corrigir os excessos do exercício do direito de liberdade de
expressão, uma vez que nenhum direito é absoluto e, cada direito acaba onde começa
outro. A restrição se torna a única ferramenta com o poder de amparar um direito,
quando este é violado pelos excessos e abusos no exercício do outro direito.
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