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RESUMO
Este estudo procura fundamenta-se nas contribuições de Henri Wallon e nas observações da
relação afetiva e sua influência no processo de ensino-aprendizagem, procurando compreender
como acontece a relação afetiva entre professores e alunos do 5º ano do Ensino Fundamental.
Para isso, procurou-se fundamentar este estudo em autores renomados, tais como: Almeida e
Mahoney (2007); Wallon (2008); Vygotsky (2001); Piaget (1980); Chalita (2004), Rossini
(2001), dentre outros. Objetivando-se buscar nas principais obras educacionais e pedagógicas
referências sobre a afetividade no processo de aprendizagem, elencando pesquisas
contemporâneas que refletem sobre as contribuições da relação entre professor e aluno para o
processo de aprendizagem escolar. O presente estudo tem como objetivo geral destacar a
importância da afetividade professor-aluno no processo de aprendizagem. E como objetivos
específicos: identificar sobre a afetividade como fator importante no relacionamento professor
e aluno, desenvolvendo análises sobre a interligação entre a aprendizagem e a afetividade na
sala de aula.
ABSTRACT
This study seeks to be based on the contributions of Henri Wallon and on the observations of
the affective relationship and its influence on the teaching-learning process, seeking to
understand how the affective relationship between teachers and students of the 5th year of
Elementary Education happens. To this end, we sought to base this study on renowned authors,
such as: Almeida and Mahoney (2007); Wallon (2008); Vygotsky (2001); Piaget (1980);
Chalita (2004), Rossini (2001), among others. Aiming to search the main educational and
pedagogical works for references on affectivity in the learning process, listing contemporary
research that reflects on the contributions of the relationship between teacher and student to
the school learning process. The present study has the general objective of highlighting the
importance of teacher-student affectivity in the learning process with students. And as specific
objectives: to identify about affectivity as an important factor in the relationship between
teacher and student, developing analyzes on the interconnection between learning and
affectivity in the classroom.
1. INTRODUÇÃO
No ambiente escolar durante o desenvolvimento da criança, tanto a família quanto os
professores exercem um papel importante na acepção da afetividade da criança porque são eles,
enquanto sujeitos mais experientes, que coordenam o processo de aprendizagem. Nesse sentido,
vários teóricos consolidam o entendimento sobre os aspectos socioafetivos para a cognição.
Dentre estes, pode-se destacar Piaget, Vigotsky e Wallon que já defendiam a importância da
afetividade no processo ensino aprendizagem.
se um professor assume aulas para uma classe e crê que ela não aprenderá,
então está certo e ela terá imensas dificuldades. Se ao invés disso, ele crê no
desempenho da classe, ele conseguirá uma mudança, porque o cérebro
humano é muito sensível essa expectativa sobre o desempenho (ANTUNES,
1996, p.56).
Por ser a escola, uma parte integrante e fundamental da sociedade, não pode ficar
alheia a esta busca. Portanto, deve apropria-se de pensamentos de teóricos como Piaget,
Vygotsky e Wallon, para basear suas ações pedagógicas e transformar a relação professor e
aluno em um momento mais rico no processo ensino-aprendizagem.
As reformas atuais da educação no Brasil requerem que o professor em seu
desenvolvimento profissional assuma novos paradigmas e novas práticas educativas com seus
educandos. Thurler destaca, que tais reformas, confrontam os professores a dois desafios de
envergadura:
Saltini destaca que a educação fundada hoje, precisa ser refletida no respeito e no amor
ao educando o que exige um educador competente, sensível e humanamente preparado:
Partindo dos dois pressupostos acima mencionados, se entende que daqui pra frente,
estes profissionais precisarão não só reinventar suas práticas metodológicas, mas como ainda,
reinventar suas relações profissionais com os demais membros da escola. Se entende pelas
proposições apontadas pelos autores que a educação de hoje, não pode mais negligenciar a
relação do professor-aluno numa perspectiva tão limitada, como acontece em algumas escolas.
Verdadeiros educadores se preocupam com o ponto de vista do aluno, sobre o que as crianças
pensam dele e suas reações frente à turma. Na concepção de Freire;
O professor nesse sentido precisa entender que deve procurar conhecer o aluno, ao
invés de tentar adivinhar suas possíveis falta de atenção, desinteresse e desmotivação na sala
de aula.
No entanto nos dias atuais, outros autores já propõem outro pilar: aprender a amar.
Como Chalita (2004, p.230) afirma que “o grande pilar da educação é a habilidade emocional”,
portanto, mesmo em ambiente escolar, é impossível desenvolver as habilidades cognitivas e
sociais, sem trabalhar a emoção. O mesmo autor reforça que o amor é capaz de quebrar
paradigmas, ranços. Pois é o amor que nos envolve, que nos move.
Numa turma ao se colocar esses educadores frente às crianças a uma mesma situação,
tem posições sentimentais diferentes na solução de determinado conflito. Nesse sentido se
entende que é no relacionamento entre professor/aluno que se criam ambientes sociais
saudáveis. O conversar, o dialogar, o ensinar e o aprender ganham um novo enfoque e o afeto
constitui-se num fator primordial para a construção desse processo.
Embora se entenda que a educação de hoje busque um educador que focalize seus
ensinamentos atrelados a laços afetivos com as crianças, infelizmente se detecta que muito
desses educadores, segundo Marchand:
Nesse contexto observa-se também que o educador tem que fazer sua parte, estando
emocionalmente equilibrado, para poder intervir nos conflitos que surgem em sua sala de aula.
O professor deve entender que seu papel vai além dessa simples transmissão de conhecimento,
para algo que há bem pouco tempo era tarefa específica de psicólogos e médicos especializados
na área de compreender o comportamento e pensamento afetivo do educando.
Nesta concepção, torna-se fundamental reconhecer que para a aprendizagem se
desenvolver significativamente em sala de aula é necessário que o professor esteja equilibrado
emocionalmente, saiba lidar com suas emoções e com as emoções de seus alunos. Cunha
ressalta em sua visão de que:
Aprendemos que, independentemente de patologias ou dificuldades na
aprendizagem, podemos vincular o prazer naquilo que fazemos com amor ao
despertar do aluno o desejo de aprender, aproveitando o potencial que ele
possui e que o estimula, para efetivamente educar (CUNHA, 2007, p. 23).
Wallon (1978) entende que a primeira relação do ser humano ao nascer é com o
ambiente social, ou seja, com as pessoas ao seu redor. As manifestações iniciais do bebê
assumem um caráter de comunicação entre ele e o outro, sendo vista como meio de
sobrevivência típica da espécie humana.
Os únicos atos úteis que a criança pode fazer, consistem no fato de, pelos seus
gritos, pelas suas atitudes, pelas suas gesticulações, chamar a mãe em seu
auxílio. (...) Portanto, os primeiros gestos (...) não são gestos que lhe
permitirão apropriar-se dos objetos do mundo exterior ou evitá-los, são gestos
dirigidos às pessoas, de expressão (WALLON, 1978, p. 201).
Dessa forma, Wallon procurou em seus estudos ter uma visão integradora de todos os
aspectos que compões o funcionamento do ser humano. E o autor defende a ideia de uma
integração nos tipos de domínios funcionais que percorrem todas as etapas que a criança
percorre sendo estes, portanto os da afetividade, do ato motor, do conhecimento e da pessoa.
A responsabilidade é um dos sentimentos que o educador deve buscar promover no
adolescente, uma vez que ela tem ingredientes capazes de mobilizar essa faixa etária graças às
suas características específicas, pois responsabilidade representa:
Tomar a seu cargo o êxito de uma ação que é executada em colaboração com
outros ou em proveito de uma coletividade. A responsabilidade confere um
direito de domínio, por uma causa mas também um dever de sacrifício, o que
significa que o adolescente responsável é aquele que deve se sacrificar maior,
por tarefas sociais que contribuem para o crescimento e desenvolvimento da
coletividade e do grupo (WALLON, 1975, p. 222).
5. METODOLÓGIA
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