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ESTER BEZERRA MINHA HISTORIA!

A DAMA DA FÉ
Os segredos da mulher que transformou a vida de EDIR MACEDO

TEMPO DE CONFIDÊNCIAS

Sou uma mulher de poucas palavras. Sempre fui. Minhas aparições


em público limitam-se quase o tempo todo a acompanhar meu
marido em seus compromissos no Brasil e pelo mundo. Foi assim ao
longo dos últimos quarenta anos, período de vida da Igreja
Universal do reino de deus a ser completado em 2017. Das
pregações solitárias no coreto e na funerária até os eventos com
multidões em estádios de futebol e as prestigiadas solenidades no
templo de Salomão, eu vivi tudo intensamente com discrição.
Tenho prazer nesse papel de fiel companheira. Mas agora, aos 66
anos, decidi escrever sobre como o papel da mulher é tão
fundamental quanto o do homem, sem precisar impor suas
vontades, inferiorizar o sexo masculino ou até mesmo aparecer
tanto. Decidi revelar minhas memórias. Contar detalhes do que
jamais disse, não só para provar a dimensão de Deus em minha
vida, mas também para mostrar o que Ele é capaz de fazer através
de uma mulher comum como eu.
Não foi uma missão fácil. Tocar em antigas feridas, expor
minhas fragilidades, reconhecer erros, desvendar minha intimidade
como nunca pensei fazer, expressar meus pensamentos sem
restrições. Colocar tudo isso no papel demonstrou-se mais difícil do
que eu imaginava. A dama da fé é um livro do narrativas autêntico
e carregado de sinceridade. Os que esperam encontrar aqui uma
supermulher, dotada de qualquer tipo de capacidade
extraordinária, vão se decepcionar. Também sou uma pessoa
sujeita ás mais diferentes fraquezas.
Escrevi parte dos capítulos fora de sequência, de forma
temática, para sublinhar minhas experiências espirituais. Não é
uma simples retrospectiva nem segue uma rigorosa linha do
tempo. A série de reflexões descortina-se conforme desenvolvo
meus relatos de vida, procurando conduzir o leitor a uma edificante
viagem no tempo em busca de conhecimento.
São passagens nunca antes esmiuçadas sobre o meu casamento-
e não apenas os instantes de doçura e harmonia-, os dilemas
enfrentados no meu íntimo, as lições aprendidas como filha,
esposa, mãe e avó, o papel da mulher dentro e fora da igreja.
Destaco a importância do projeto de socorro a milhões de
mulheres, coordenado atualmente por nós, talvez um lado
desconhecido do grande público. E começo este mergulho ao
passado pelo ponto de partida de tudo: o exato momento do meu
primeiro encontro com Edir e a nossa caminhada até o tão sonhado
“sim” no altar.
As dores fizeram parte da construção de quem sou hoje. E conto
tudo pela primeira vez sob o meu ponto de vista. A mãe que chora
o nascimento da filha com uma deficiência. O flagelo de quem
padeceu, sem murmurar, para manter a família de pé enquanto o
parceiro lutava desde o início pelo resgate dos aflitos. Os sacrifícios
durante o crescimento da Igreja para ser o suporte necessário ao
esposo, mesmo quando seus limites eram ultrapassados. Os
espinhos de viver isolada, longe de parentes e amigos, com
saudade da terra natal. A decepção pela intolerância de quem se
esperava aceitação e acolhimento. A tristeza de cometer faltas
como mãe. A amiga conselheira que convive com a saudade das
filhas. A avó que torce pelos netos distantes. A angústia pela perda
dos país. A esposa leal que enfrenta o preconceito, a humilhação e
os ataques contra a honra de seus entes queridos.
E o que prevalece? A mulher de fé que edifica sua casa, dedica-
se ao amor da sua juventude e hoje sorri ao se certificar de como o
Espírito de Deus a guiou em um caminho de tantas batalhas. Este
livro também vai revelar mais sobre o meu marido, daí a
justificativa para o subtítulo: “Os segredos da mulher que
transformou a vida de Edir Macedo”. Nossa união nos mudou por
dentro e por fora. Tivemos um antes e depois da nossa troca de
alianças. Edir também é protagonista nos capítulos deste minha
travessia, mesmo já tendo revelado sua trajetória no sucesso
biográfico Nada a perder.
Acompanhei entusiasmada o percurso vitorioso dos livros de
memória do meu marido. Não para aparecer ou receber aplausos
de multidões, mas porque a nossa história é a história de muitos.
Deus honra aqueles que O servem, sempre honrou e sempre
honrará. Foi assim que testemunhei a trilogia literária de Edir,
lançada com recordes de público em mais de noventa sessões de
autógrafos em trinta e quatro países de quatro continentes, com
destaque em espaços consagrados como o Salão de Livro de Paris,
feiras internacionais do livro nos Estados Unidos e na Espanha,
além de livrarias renomadas em Londres, Nova York, Roma,
Moscou e outras cidades da Europa, Ásia, África e américa Latina.
Mas o que mais me impressionou como sua fã número um foi
ver Edir participar pessoalmente apenas de um único evento: o
lançamento dentro de um presídio em São Paulo, lado a lado com
centenas de detentos. Eu admiro, cada dia mais, o seu empenho
contínuo para que sua biografia seja distribuída em comunidades
carentes, tribos indígenas e cidades ribeirinhas do Brasil, aldeias e
vilas africanas, bairros com minorias excluídas nas nações latinas,
centros de recuperação de viciados, abrigos de prostitutas,
hospitais e asilos de vários países. Não porque deseja ser
conhecido, mas porque a sua história é a prova de que Deus pode
transformar a vida de qualquer um.
Esse é o homem com o qual me relaciono vinte e quatro horas
por dia, com quem divido a vida há quase meio século e quer A
dama da fé vai abordar de um jeito inédito. Foram mais de
quarenta horas de entrevista ao nosso leal amigo, o jornalista e
escritor Douglas Tavolaro, coautor deste livro e vice-presidente de
Jornalismo da Rede Record, que convive conosco há quinze anos.
Fundamentei minha narração em arquivos e anotações pessoais,
com o auxílio de relatos de antigos pastores e esposas da Igreja,
depoimentos de meus filhos e genros, registros e reportagens de
época. Em alguns casos, precisei contar somente com a minha
memória.

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