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“Imagine o espaço como...” Um texto que começa com essa frase leva a pensar
que em seguida virá a explicação de alguma teoria complicada que por meio de
analogias se torna mais compreensível. A teoria da relatividade, elaborada pelo
famoso físico Albert Einstein entre os anos de 1905 e 1916, é um dos modelos
científicos que mais sofre com esse tipo de simplificação. “Na minha opinião a
maioria das tentativas de divulgação da teoria da relatividade geral, feitas até
hoje, foram mal sucedidas”, desabafa o físico da Universidade Federal
Fluminense, José Antônio e Souza. A chance de cometer erros, segundo ele,
aumenta quando se tenta aproximar os conceitos da teoria da relatividade a
aplicações tecnológicas, alimentando o imaginário humano com possibilidades
tais como a de viajar no tempo (leia mais sobre este assunto).
Sendo coerente com esse pensamento, quando propôs entre os anos de 1905 e
1907 a teoria da relatividade restrita ou especial, Einstein se baseou em dois
postulados fundamentais. O primeiro coloca a velocidade da luz como única
invariante e como conseqüência disso, nenhum tipo de matéria ou unidade
portadora de informação consegue ultrapassar a velocidade de
aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo. Este postulado tem
resistido a vários testes feitos com a utilização de aceleradores de partículas. O
segundo é justamente o de que as leis que descrevem fenômenos físicos não
podem depender do movimento do observador, ou seja, de que o
comportamento da natureza (fenômenos) acontece da mesma forma em todo o
universo.
Dilatação do tempo
Na verdade, foi Minkowski e não Einstein quem expôs a idéia de que o espaço e
o tempo dependem crucialmente do observador e são, portanto, relativos. “A
distância espacial entre dois eventos não é a mesma para dois observadores em
estado de movimento diferente. O tempo também não flui igualmente para
esses observadores”, exemplificou o físico.
Foi com base nesse conceito de espaço-tempo que Einstein formulou sua
proposta de geometrizar a gravitação na teoria da relatividade geral. Para ele a
geometria do universo é curva e não plana. “Olhando em retrospectiva, vemos
que seria impossível realizar essa tarefa mantendo espaço e tempo como
grandezas independentes e separadas”, analisa Romero.