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Relatório 1 – Laboratório de Estrutura da Matéria I (2021)

O Experimento de Millikan – Determinação da carga do elétron

Paulo Victor da Silva Soares

Rio Claro
06/05/2021
DEPARTAMENTO DE FÍSICA – INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS
UNESP – Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”
LABORATÓRIO DE ESTRUTURA DA MATÉRIA – ano 2021

1. OBJETIVO

Determinar o valor da carga fundamental do elétron contida em gotículas de óleo


sob um potencial elétrico entre as placas paralelas de um capacitor.

2. INTRODUÇÃO

Quando se estuda física no Ensino Médio ou em alguma faculdade que aborde


a matéria, é comum que sejam apresentadas algumas constantes utilizadas para a
solução de problemas específicos.

No início do século XX (mais assertivamente em 1909), um homem chamado


Robert Andrews Millikan realizou um experimento famoso e muito conhecido como “O
Experimento de Millikan” que, mais tarde (1923) lhe renderia um Prêmio Nobel da Física,
seu objetivo era determinar o valor da carga fundamental do elétron. Para conseguir
isso, ele espalhou algumas gotículas de óleo em um capacitor de placas paralelas sob
uma diferença de potencial e observou, através de um telescópio, a luz espalhada pelas
gotículas e o seu movimento conforme são mudados alguns parâmetros definidos.

Este relatório foi feito com base em dados coletados pelo Professor Fábio
Simões de Vicente, com as informações coletadas (como tensão e tempo de queda da
gota) foi possível obter os resultados que serão apresentados a seguir neste trabalho.

3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Espalhando as gotículas de óleo no capacitor de placas paralelas, é possível


dizer que esses corpos estão sujeitos a 4 diferentes forças diferentes, a força
gravitacional, força de arrasto viscoso, a força de empuxo do fluido e a força elétrica
provinda da diferença de potencial entre as placas do capacitor.

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Primeiramente a força gravitacional, adotando o vetor que desloca “para baixo”


como positivo, pode ser representada como:

⃗⃗⃗⃗
𝐹𝐴 = 𝑚. 𝐴

Onde o vetor aceleração gravitacional da Terra (𝑎) é uma constante equivalente


a 𝑎 = 972𝑐𝑚/𝑠² e 𝑚 é a massa da gotícula que não precisa ser determinada pois será
utilizada a densidade posteriormente. A segunda força considerada, a Força Viscosa, é
dada por:

⃗⃗⃗𝑣 = −6𝜋𝑎𝜂𝑣
𝐹

Onde 𝑎 é o raio da gotícula (que será determinada posteriormente) e 𝜂 o


coeficiente de viscosidade do meio, equivalente a 𝜂 = 1,85 . 10−4 𝑝𝑜𝑖𝑠𝑒 e 𝑣 a velocidade
da gota. Já a força de empuxo é expressa de forma bem semelhante à força
gravitacional, com um vetor também positivo:

𝐹 = 𝑚𝑎 . 𝐴

Onde 𝑚𝑎 nesse caso, se trata da massa do volume de ar que é deslocado pela


gotícula (de acordo com o princípio de Arquimedes). Por hipótese, uma gotícula que cai
com velocidade constante 𝑣 está sujeita ao seguinte equilíbrio de forças:

(𝑚 − 𝑚𝑎 )𝐴 − 6𝜋𝑎𝜂𝑣 = 0

Como nos dados do experimento não consta a massa da gotícula de nem a


massa do volume de ar deslocado por ela, mas consta a densidade do óleo silicone
(𝜌 = 0,973𝑔/𝑐𝑚³) e a densidade do ar (𝜎 = 0,00129𝑔/𝑐𝑚³), que multiplicando pela
4
equação do volume de uma esfera (𝑉 = 3 𝜋𝑎³) é o equivalente à expressão das massas,

então:

4 3
𝜋𝑎 ( 𝜌 − 𝜎)𝐴 = 6𝜋𝑎𝜂𝑣
3

O raio 𝑎 da gotícula é obtido de maneira indireta, isolando-o na equação acima:

9𝜂𝑣
𝑎=√
2(𝜌 − 𝜎). 𝐴

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Na hipótese desta esfera estar carregada com uma carga 𝑞 e sujeita a uma
diferença de potencial elétrico 𝑈 entre as placas do capacitor que estão separadas a
uma distância 𝑑 = 0,5𝑐𝑚, esta gotícula estará sujeita a uma força elétrica descrita como:

𝑞𝑈⃗
⃗⃗⃗
𝐹𝑒 =
𝑑

De tal forma que haja a possibilidade de se equilibrar a gota entre as placas


quando sujeita a determinada diferença de potencial (ou tensão elétrica) e quando isso
ocorre, a força elétrica se iguala à força do peso aparente da gotícula, ou seja:

𝑞𝑈 4 3
= 𝜋𝑎 ( 𝜌 − 𝜎)𝐴
𝑑 3

Podendo ser expressa por:

𝑞𝑈
= 6𝜋𝑎𝜂𝑣
𝑑

Isolando a carga:

6𝜋𝑎𝜂𝑣𝑑
𝑞=
𝑈

Seguindo corretamente a Lei de Strokes, Millikan fez uma correção para que
fosse encontrada a viscosidade efetiva já que, sem essa correção, a carga da gotícula
aparentava depender do tamanho e da pressão do ar, a expressão resultante da
viscosidade efetiva então poderia ser representada por:

1
𝜂′ =
𝑏
𝜂 (1 + 𝑎𝑃 )

Onde 𝑏 é uma constante que vale 𝑏 = 6,17 . 10−4 e 𝑃 é a pressão ambiente,


estimada em 𝑃 = 70,6 𝑐𝑚. 𝐻𝑔. Então, finalmente é obtida a expressão final para a carga
corrigida contida pela gotícula:

6𝜋𝑎𝜂𝑣𝑑 1
𝑞𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 = [ ]
𝑈 𝑏
𝜂 (1 + )
𝑎𝑃

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É importante lembrar que o valor da carga corrigida obtida indiretamente no


experimento é um múltiplo da carga fundamental do elétron 𝑞 = 𝑛. 𝑒, já que uma gotícula
de óleo pode obter mais de um elétron em seu corpo, e o objetivo deste experimento é,
na verdade, definir o valor de 𝑒 e o respectivo desvio padrão obtidos nos resultados.

4. MATERIAIS UTILIZADOS

• Célula de Millikan com a fonte de alimentação e microscópio com retículo


• Spray atomizador
• Fonte de tensão (0 – 300 Volts)
• Chave reversora de tensão
• Multímetro
• Lâmpada de iluminação
• Micrômetro
• Pedaço de grafite 0,3 ou 0,5 mm
• Óleo de silicone
• Massa de modelar

5. METODOLOGIA

O sistema possui uma câmera acoplada ao microscópio, que é responsável por


capturar o que ocorre no interior da célula de Millikan e transmitir em um monitor de TV.
Na figura abaixo, em uma imagem de recorte do vídeo gravado pelo Professor Fábio, é
possível visualizar a célula de Millikan com a fonte de alimentação, a lâmpada para
iluminar o interior da célula, a chave reversora e o multímetro. Já na outra imagem, há
o monitor de TV que irá transmitir o movimento das gotículas em relação aos retículos.

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Figura 1 – Recorte do vídeo feito


pelo Professor Fábio, o item de
cor preta se trata da lâmpada
para iluminar a célula de Millikan
(branca) que está ligada à uma
fonte atrás dela e à chave
reversora (onde os cabos
vermelho e preto estão plugados),
e esses cabos vermelho e preto
estão conectados ao multímetro,
que nos informa qual a diferença
de potencial aplicada pela fonte.

Figura 2 – Também se trata de um


recorte do vídeo feito pelo Professor
Fábio relativo ao experimento,se
trata do monitor de TV que mostra o
que ocorre dentro da célula de
Millikan e também é possível ver os
retículos, onde cada um deles
medem 0,0090 cm.

Então, o experimento se inicia com uma borrifada com o spray atomizador com
óleo de silicone; visualizando no monitor da TV e controlando a tensão que está sobre
as placas do capacitor, é possível posicionar as gotículas de óleo de forma favorável
para se obter a velocidade de queda (lembrando que cada retículo tem 0,0090cm e que
o tempo de queda é contabilizado pelo próprio observador, que no caso foi o professor),

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e esse processo é repetido várias vezes com diferentes valores de Tensão e diferentes
tamanhos de gotas de óleo.
Após esse procedimento repetido (nesse caso foram feitas 73 medidas
separadas em 12 conjuntos de gota) e coletado os dados de tempo de queda e tensão
aplicada sobre as placas, é possível obter o raio 𝑎 da gotícula de forma indireta (ou seja,
por meio dos cálculos).
Após a determinação do raio 𝑎 da gotícula é possível encontrar o valor da carga
associada a cada gota visualizada no processo de coleta de dados, também por meio
de uma equação, e nesse momento deve-se ter muito cuidado pois o valor da carga é
na unidade de medida (esu) e para converter para a unidade do Sistema Internacional
(ou seja, Coulomb) é necessário dividir o valor em esu pela velocidade da luz no vácuo.

6. RESULTADOS

Nessa etapa do relatório serão expostas as grandezas medidas e serão


discutidos os resultados calculados, advindos desses dados medidos pelo professor.
Para facilitar o tratamento dos dados e a construção dos gráficos, foi utilizado o
programa SciDavis, com o número da gota medida, o valor da tensão aplicada sobre o
capacitor de placas paralelas e o tempo de queda desta gota sujeita à esse potencial foi
calculado a velocidade de queda (já que se sabe que cada retículo tem 0,0090cm).
Em uma outra coluna foi calculada o raio para cada gota medida e
consequentemente a carga em esu, e depois disso houve a conversão da unidade de
medida para o Sistema Internacional (ou seja, convertida para a unidade de Coulomb),
com a carga em Coulomb, houve a correção do valor aplicando a viscosidade efetiva do
meio, finalmente nos concedendo um valor mais próximo do real.
A análise dos dados e o desvio padrão serão apresentados em gráficos
posteriormente às tabelas dos resultados, o erro consta na legenda das colunas das
tabelas.

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Gotas Tensão Tempo Velocidade Raio Carga Carga


(±0,1) V Queda (± 0,1) (± 0,1) (±0,1) (±0,1)
(±0,1)s E-03 cm/s E-05 cm E-09 esu E-19 C
1 267,5 25,7 7,0 7,9 2,2 3,1
2 267,5 24,4 7,4 8,1 2,3 3,3
3 266,7 26 6,9 7,8 2,1 3,0
4 267,2 25,4 7,1 7,9 2,2 3,1
5 298,1 31,2 5,8 7,1 1,4 2,0
6 298,6 32,5 5,5 7,0 1,4 1,9
7 298,5 33 5,5 6,9 1,3 1,9
8 299 31,6 5,7 7,1 1,4 2,0
9 298,2 32,9 5,5 6,9 1,3 1,9
10 298,5 32,2 5,6 7,0 1,4 1,9
11 276,7 36,5 4,9 6,6 1,2 1,7
12 277 42 4,3 6,1 1,0 1,4
13 278 39,6 4,5 6,3 1,1 1,5
14 277,2 39,4 4,6 6,3 1,1 1,5
15 302,5 35 5,1 6,7 1,2 1,7
16 301,4 34 5,3 6,8 1,3 1,8
17 301,6 36 5,0 6,6 1,2 1,6
18 301 36 5,0 6,6 1,2 1,6
19 301,6 35,3 5,1 6,7 1,2 1,7
20 300,7 11,5 16 11,7 6,4 9,6
21 300,4 11,2 16 11,9 6,7 1,0
22 301 11,7 15 11,6 6,2 9,3
23 300,7 11,5 16 11,7 6,4 9,6
24 203,6 19,3 9,3 9,1 4,3 6,3
25 203,4 19,5 9,2 9,0 4,3 6,2
26 200,5 20,2 8,9 8,9 4,1 6,0
27 200 19,9 9,0 8,9 4,2 6,1
28 203,7 18,7 9,6 9,2 4,6 6,6
29 202,2 19,5 9,2 9,0 4,3 6,3

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30 110,7 27,6 6,5 7,6 4,7 6,6
31 99,5 44,7 4,0 6,0 2,5 3,4
32 162,6 33,1 5,4 7,0 2,4 3,4
33 174,4 31,6 5,7 7,1 2,4 3,4
34 230 27,1 6,6 7,7 2,3 3,3
35 146,6 35,1 5,1 6,7 2,5 3,4
36 132,4 58,5 3,1 5,2 1,3 1,7
37 137 56,4 3,2 5,3 1,3 1,7
38 163,8 51,5 3,5 5,6 1,2 1,7
39 164,5 54,5 3,3 5,4 1,1 1,5
40 133 30,5 5,9 7,2 3,3 4,7
41 131 30 6,0 7,3 3,5 4,9
42 134 29,5 6,1 7,3 3,5 4,9
43 132 31 5,8 7,2 3,3 4,6
44 81,45 53,2 3,4 5,5 2,4 3,2
45 58,5 64 2,8 5,0 2,5 3,3
46 214,8 43,6 4,1 6,0 1,2 1,7
47 205,8 46,4 3,9 5,8 1,2 1,6
48 240,4 41,6 4,3 6,2 1,2 1,6
49 183,9 47,9 3,8 5,8 1,2 1,7
50 128,5 60,6 3,0 5,1 1,2 1,6
51 136,8 58 3,1 5,2 1,2 1,6
52 141 58,3 3,1 5,2 1,2 1,6
53 195,8 29,5 6,1 7,3 2,4 3,4
54 163,4 33,9 5,3 6,8 2,3 3,2
55 195,8 29,4 6,1 7,3 2,4 3,4
56 191 31,5 5,7 7,1 2,2 3,1
57 76,4 96 1,9 4,1 1,0 1,3
58 72,3 95 1,9 4,1 1,1 1,4
59 69,6 91 2,0 4,2 1,2 1,6
60 64,1 89 2,1 4,2 1,4 1,8
61 61,3 97 1,9 4,0 1,3 1,6
62 83,5 74 2,4 4,6 1,4 1,8

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63 90,6 80 2,2 4,5 1,2 1,5
64 84,4 77 2,3 4,5 1,3 1,7
65 85,1 80 2,2 4,5 1,2 1,6
66 91,9 81 2,2 4,4 1,1 1,4
67 170,1 51 3,5 5,6 1,2 1,6
68 168,1 52 3,5 5,5 1,2 1,6
69 167,3 51 3,5 5,6 1,2 1,7
70 166,8 52 3,5 5,5 1,2 1,6
71 170,5 52 3,5 5,5 1,2 1,6
72 120,5 43,2 4,2 6,1 2,2 3,0
73 106,1 44,6 4,0 6,0 2,4 3,2

Figura 3 – Gráfico plotado no SciDavis que mostra o valor da Carga Elétrica obtida através dos
dados da tabela e das operações matemáticas envolvidas, foi colocado um step de 1,6 para o
eixo Y pois é aproximadamente a média da distribuição discreta destas cargas elétricas (em
relação as gotas medidas por ordem de medição.

Como falado na seção de fundamentos teóricos, os valores esperados para a


carga corrigida em Coulomb devem ser múltiplos da carga fundamental do elétron, para
fazer uma análise mais precisa e determinar um desvio padrão para todas as medidas,
foi feito um rearranjo nas medidas das gotas por ordem crescente de valor da carga
corrigida (não será colocada esta tabela de rearranjo para poupar espaço no relatório)
e foi separadas as gotas de acordo com sua proximidade dos múltiplos da carga
fundamental, utilizando a seguinte lógica:

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• Cargas com valores no intervalo de [1,3 ; 2,0 ]−19 𝐶 foi considerado 𝑛 = 1.


• Cargas com valores no intervalo de [3,0 ; 3,4 ]−19 𝐶 foi considerado 𝑛 = 2.
• Cargas com valores no intervalo de [4,6 ; 4,9 ]−19 𝐶 foi considerado 𝑛 = 3.
• Cargas com valores no intervalo de [6,0 ; 6,6 ]−19 𝐶 foi considerado 𝑛 = 4.
• Cargas com valores no intervalo de [9,3 ; 10,0 ]−19 𝐶 foi considerado 𝑛 = 5.

Fazendo um levantamento considerando as informações acima, foram obtidas


então 41 gotas com 𝑛 = 1; 17 gotas com 𝑛 = 2; 4 gotas com 𝑛 = 3; 7 gotas com 𝑛 = 4
e 4 gotas com 𝑛 = 5.
Com essas informações, todas as gotas foram normalizadas e plotadas em um
gráfico para que fosse extraído o Desvio Padrão para o valor de carga de todas as
gotículas, independente do seu tamanho e do valor de 𝑛, esse resultado é mostrado à
seguir:

Figura 4 – O valor da carga fundamental de todas as gotas extraídos de suas respectivas cargas
em Coulomb corrigidas e divididas pelos seus respectivos n’s, no eixo X as gotas medidas por
ordem crescente de acordo com suas cargas e a barra de desvio padrão sobre cada uma delas.

O valor do desvio padrão calculado foi 𝐷 = 0,14 para todas as gotas medidas e
normalizadas de acordo com seus 𝑛′𝑠 , a média para todas as gotas medidas foi
aproximadamente 𝑀 = 1,649. 10−19 𝐶 ou, levando em conta os erros acumulados
durante os processos do experimento, 𝑀 = (1,6 ± 0,1). 10−19 𝐶.

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7. CONCLUSÃO

O Experimento de Millikan é um clássico do século XX que determina uma das


constantes mais utilizadas no estudo de eletricidade e eletromagnetismo, e quando
reproduzido pode possuir valores bem distantes do valor médio, por isso é ressaltado a
importância de se repetir o processo de medição diversas vezes para que possamos ter
uma média coerente com o valor exato da constante fundamental que representa a
carga de um elétron.
Apesar de muitas coisas poderem influenciar no resultado do experimento (como
a precisão do observador aos retículos e ao tempo de queda, a calibração da fonte e da
chave reversora e/ou do multímetro) percebemos que os resultados obtidos acima foram
coesos com o da previsão teórica da proposta da atividade, e isso significa que as
medidas foram mais assertivas do que errôneas (percebe-se isso pelo valor da média
para as cargas elétricas e pelo desvio padrão relativamente baixo). Com isso, podemos
concluir que a carga fundamental do elétron segundo Millikan e também segundo os
dados obtidos neste relatório, é 𝑒 = 1,6 . 10−19 𝐶.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Fábio Simões de Vicente, Dario Antonio Donatti, Laboratório de Estrutura da Matéria


I - Roteiros de Experimentos e Teoria, Departamento de Física, IGCE, Unesp, Campus
de Rio claro 2021.
- Robert A. Millikan. http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/Nuclear/millikan.html.
Acessado 07 de maio de 2021.
- D.A. Donatti, Tratamento de Dados Experimentais, Departamento de Física, Campus
Rio Claro, Unesp 2016.
- M. H. Tabacniks, Conceitos Básicos da Teoria de Erros, Instituto de Física de São
Carlos, USP 2009.
- “Experiência da gota de óleo”. Wikipédia, a enciclopédia livre, 21 de abril de
2020. Wikipedia,
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Experi%C3%AAncia_da_gota_de_%C3%B3l
eo&oldid=58089906. Acessado 10 de maio de 2021.

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