Você está na página 1de 28

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA

E TECNOLOGIA DO CEARÁ

CURSO: ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO

CAMPUS FORTALEZA

DISCIPLINA: ELETRICIDADE

ASSUNTO: CARGAS ELÉTRICAS

PROF: JOSÉ CARLOS CARNEIRO


1. Eletrostática

2. Noção de Carga Elétrica - Estrutura da Matéria

A matéria é constituída por átomos,


os quais são constituídos de partículas
elementares sendo as principais:
elétrons, prótons e nêutrons.

Verificou-se, experimentalmente, que os


elétrons e os prótons sofriam desvio em
direções opostas quando passavam por uma
região de campo magnético.

A carga elétrica é uma propriedade física


inerente aos prótons e aos elétrons.
3. Modelo Atômico

Os átomos não são indivisíveis, como se poderia concluir


pelo significado da palavra átomo (indivisível).

São aglomerados de partículas, cuja disposição é


geralmente comparada à de um sistema solar em miniatura.

Este modelo representa o átomo como um conjunto formado por um núcleo, em torno do
qual giram os elétrons. No núcleo acham-se localizados os prótons e os nêutrons.

Os elétrons estão distribuídos ao redor do núcleo em camadas ou regiões, chamadas de


eletrosfera ou coroa elétrica.
4. Quantização da Carga

O que distingue os diferentes tipos de átomos na natureza é o número de prótons no núcleo


(nº atômico).

Todos os tipos de átomos conhecidos têm carga elétrica total nula, devido à igualdade entre
o número de prótons e o número de elétrons 𝒏𝒑 = 𝒏𝒆 . Se um corpo tem igual número de
prótons e elétrons, sua carga elétrica total é nula. Em outras palavras, é um corpo neutro.

Para que um corpo, inicialmente neutro fique carregado (eletrizado), deve-se “quebrar” o
equilíbrio entre o número de prótons e elétrons do mesmo. Quando adicionamos elétrons a
um corpo, inicialmente neutro, este adquire carga negativa. Do mesmo modo, quando
retiramos elétrons de um corpo, inicialmente neutro, ele adquire carga positiva.
Resumindo:
➢ Carga elétrica do próton: 𝒒𝒑 = +𝟏, 𝟔. 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪
➢ Carga elétrica do elétron: 𝒒𝒆 = −𝟏, 𝟔. 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪

𝒒𝒑 = 𝒒𝒆 = 𝒆 = 𝟏, 𝟔. 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪

A eletrização de um corpo ocorre, em geral, pelo adicionamento ou retirada de elétrons.


Todo corpo eletrizado terá carga elétrica múltipla inteira do valor absoluto da carga do
elétron (carga elementar).

𝑸 = 𝒏. 𝒆 𝟏
Onde:
𝑸 – carga elétrica adquirida pelo corpo;
𝒏 – nº inteiro de elétrons implantado ou retirado;
𝒆 – carga elementar 𝒆 = 𝟏, 𝟔. 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪 .
5. Princípios da Eletrostática

➢ Princípio da Atração e Repulsão

Partículas com cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e as de sinais opostos se atraem.

➢ Princípio da Conservação da Carga

A soma algébrica das quantidades de carga elétrica num sistema eletricamente isolado, é
constante.

෍ 𝑄𝐴𝑛𝑡𝑒𝑠 = ෍ 𝑄𝐷𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠
Exemplo:

Antes 𝑸𝑨 = +𝟓 ; 𝑸𝑩 = −𝟑 ; ෍ 𝑸𝑨𝒏𝒕𝒆𝒔 = +𝟐

Depois

𝑸𝑨 = +7 ; 𝑸𝑩 = −5 ; ෍ 𝑸𝐷𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 = +2
➢ Conservação da Carga no Decaimento Radioativo

𝟐𝟑𝟖 𝟐𝟑𝟒
𝟗𝟐𝑼 → 𝟗𝟎𝑻𝒉 + 𝟒𝟐𝑯𝒆

➢ Conservação da Carga no Aniquilamento de Pares

𝒆− + 𝒆+ → 𝜸 + 𝜸 𝒂𝒏𝒊𝒒𝒖𝒊𝒍𝒂çã𝒐

➢ Conservação da Carga na Produção de um Par

𝜸 → 𝒆− + 𝒆+ 𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖çã𝒐 𝒅𝒆 𝒖𝒎 𝒑𝒂𝒓
6. Classificação Elétrica dos Materiais

➢ Condutores

➢ Isolantes (Dielétricos)

➢ Semicondutores

➢ Supercondutores
7. Processos de Eletrização

➢ Eletrização por Atrito

Quando dois corpos inicialmente neutros,


de materiais diferentes, são atritados, ocorre
uma troca de elétrons entre eles. Eletriza-se
positivamente o corpo que cede elétrons e
negativamente o que recebe elétrons.
De acordo com o princípio de conservação
das cargas os corpos adquirem cargas de
mesmo módulo, mas de sinais opostos.
➢ Eletrização por Contato

Consideremos, por exemplo,


os corpos A e B, estando A eletrizado
e B, neutro.
Condutores Esféricos Idênticos

ANTES DO CONTATO APÓS O CONTATO

𝑸𝑨 +𝑸𝑩
Observe a partição igual do número de cargas: 𝑸′𝑨 = 𝑸′𝑩 =
𝟐
No caso de 𝒏 condutores carregados e idênticos, após o contato simultâneo, temos:
σ𝒏
𝟏𝑸
𝑸′𝟏 = 𝑸′𝟐 = ⋯⋯ = 𝑸′𝒏 =
𝒏
➢ Eletrização por Indução

O processo de eletrização por indução,


bem como o processo por contato,
é aplicável a condutores.

Procede-se da seguinte maneira:


1º Aproxima-se o indutor (A) do induzido (B):
2º Liga-se o induzido à terra,
ainda com o indutor próximo.

3º Desfaz-se a ligação do induzido


à Terra, ainda com o indutor próximo.

4º Finalmente, afastamos o indutor


(A) do induzido (B).
Sempre que um condutor for eletrizado pelo processo de indução, sua carga será de sinal
contrário da do indutor.

Obs:
A atração entre dois corpos ocorre quando:
a) Ambos estão eletrizados com cargas elétricas de sinais opostos;
b) Um está eletrizado e o outro neutro, devido ao fenômeno da indução eletrostática.
8. Condutor em Equilíbrio Eletrostático

Quando, por um processo qualquer,


carregamos um condutor, as cargas
se distribuem pelo mesmo e, após
um certo tempo, permanecem em
repouso em relação ao condutor, o
que caracteriza o equilíbrio eletrostático.

Em um condutor isolado, carregado e em


equilíbrio eletrostático, não há fluxo de
elétrons no seu interior, pois a carga se
localiza na superfície externa do mesmo.
9. Densidade Superficial de Cargas – Poder das Pontas
Durante o processo de eletrização de um condutor, as cargas em excesso não ficam
estáticas num local, elas se repelem por serem de mesmo sinal e, movimentam-se ao
longo dele até se encontrarem na disposição de maior afastamento relativo entre si
(equilíbrio eletrostático).
Geralmente, não há uma distribuição de maneira uniforme das cargas elétricas sobre a
superfície externa do condutor.

Definimos a densidade superficial média de cargas 𝝈𝒎 , como sendo o quociente da


quantidade de carga Q pela área A.
𝑸
𝝈𝒎 = (𝟐)
𝑨
Poder das Pontas

De um modo geral, as cargas se


distribuem de modo muito irregular
sobre a superfície de um condutor
quando carregado.

Verificou-se experimentalmente
que, num condutor carregado,
isolado e em equilíbrio, o acúmulo
de cargas por unidade de área
(densidade superficial de cargas)
é maior nas regiões de pequeno raio
de curvatura.
Experimentalmente, comprova-se que:

- um condutor que apresenta regiões pontiagudas, é mais difícil de manter-se carregado,


pois o condutor perde carga com mais facilidade pelas pontas do que em outras
regiões do condutor;

- é também pelas pontas em que o processo de troca de cargas entre condutores ocorre
de modo mais acentuado.
10. Ligação à Terra

A Terra tende sempre a descarregar


todos os corpos que a ela forem ligados.
A ligação à terra é representada
pelo símbolo:
11. Caracterização da Força Elétrica entre Cargas Puntiformes
➢ Cargas de Mesmo Sinal – Força Repulsiva

➢ Cargas de Sinais Contrários – Força Atrativa

As forças que atuam entre as partículas carregadas constituem um par ação e reação (3ª Lei
de Newton), portanto têm a mesma direção (são colineares), o mesmo módulo e sentidos
opostos, independentemente das quantidades de cargas das partículas.
LEI DE COLOUMB

“O módulo da força de interação eletrostática entre duas partículas puntiformes carregadas


é diretamente proporcional ao produto dos módulos de suas cargas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância que as separa”.

Matematicamente, temos:

𝒌. 𝑸 . 𝒒
- Módulo: Lei de Coulomb: 𝑭𝑸,𝒒 = 𝑭𝒒,𝑸 = 𝑭 = (𝟑)
𝒅𝟐

- Direção: A da reta que une os centros geométricos das partículas carregadas;

- Sentido: Se Q . q > 0  Repulsão;


Se Q . q < 0  Atração.
A constante de proporcionalidade k é chamada constante eletrostática do meio. No vácuo e
praticamente no ar, em unidades do sistema internacional (S.I), essa constante tem o valor:
𝒌 = 𝟗. 𝟏𝟎𝟗 𝑵𝒎𝟐 /𝑪𝟐
OBSERVAÇÕES SOBRE A LEI DE COULOMB
- A constante eletrostática de um meio (k) está relacionada com a permissividade elétrica
() do mesmo meio pela expressão:

𝟏
𝒌=
𝟒𝝅𝜺

- A Lei de Coulomb se assemelha a lei da gravitação universal de Newton, que é dada por:
𝑮𝒎𝟏 𝒎𝟐
𝑭𝒎𝟏,𝒎𝟐 = 𝑭𝒎𝟐,𝒎𝟏 = 𝑭𝑮 =
𝒅𝟐
- No entanto, as diferenças são importantes:

➢ As forças gravitacionais são sempre atrativas;

➢ As forças gravitacionais não dependem do meio interposto entre as massas, a constante


G é universal, enquanto as forças elétricas dependem fortemente do isolante que existe
entre as partículas carregadas;

➢ As forças elétricas são bem mais intensas que as forças mecânicas de gravitação. Para
duas partículas elementares (carga – massa) a força eletrostática é da ordem de 1039
vezes mais intensa que a força gravitacional.
➢ Gráfico do módulo da força em função da distância: 𝑭 = 𝒇 𝒅

Consideremos duas cargas puntiformes Q e q fixas. Variando convenientemente a


distância entre elas, obtemos a tabela abaixo:
12. Expressão Vetorial da Lei de Coulomb

Sejam 𝒒𝟏 𝒆 𝒒𝟐 duas cargas puntiformes


separadas pela distância 𝒓𝟏𝟐 , que é o
módulo do vetor 𝒓𝟏𝟐 que aponta da carga
𝒒𝟏 para a carga 𝒒𝟐 .
A força 𝑭𝟏𝟐 𝒂çã𝒐 exercida por 𝒒𝟏 sobre 𝒒𝟐
𝒌𝒒𝟏 𝒒𝟐
é então dada por: 𝑭𝟏𝟐 = 𝒓ො 𝟒
𝒓𝟏𝟐 𝟐 𝟏𝟐

onde
𝟏
𝒓ො 𝟏𝟐 = 𝒓 é o vetor unitário que aponta da
𝒓𝟏𝟐 𝟏𝟐

carga 𝒒𝟏 para a carga 𝒒𝟐 .


Se substituirmos 𝒓ො 𝟏𝟐 na equação 𝟒 temos, também, que:

𝒌𝒒𝟏 𝒒𝟐
𝑭𝟏𝟐 = 𝟑
𝒓𝟏𝟐 𝟓
𝒓𝟏𝟐

Já na equação 𝟓 𝒓𝟏𝟐 é o vetor que localiza 𝒒𝟐 em relação a 𝒒𝟏 , 𝒓𝟏𝟐 tem origem em 𝒒𝟏 e


extremidade em 𝒒𝟐 .

A força 𝑭𝟐𝟏 𝒓𝒆𝒂çã𝒐 exercida por 𝒒𝟐 sobre 𝒒𝟏 é então dada por:

𝒌𝒒𝟏 𝒒𝟐
𝑭𝟐𝟏 = −𝑭𝟏𝟐 = − 𝒓ො 𝟔
𝒓𝟏𝟐 𝟐 𝟏𝟐
A FÍSICA EM NOSSO MUNDO – A ELETRICIDADE ESTÁTICA NO DIA A DIA

Você também pode gostar