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RESUMO
Neste artigo será realizada uma demonstração experimental do fenômeno conhecido
como efeito fotoelétrico. Podemos denominar efeito fotoelétrico como um processo de
emissão de elétrons por determinados materiais quando estes são iluminados por feixes
de frequências específicas. Assim, o experimento foi realizado com o objetivo de
verificar esse processo de emissão de elétrons ao serem atingidos por raios de luz de
diferentes comprimentos de onda e pôde assim ser verificada e representada
graficamente a relação entre a frequência e a tensão de corte observada.
ABSTRACT
In this article an experimental demonstration of the phenomenon known as
photoelectric effect will be performed. We can call photoelectric effect as a process of
electron emission by insulating materials when they are illuminated by beams of
specific frequencies. Thus, the experiment was carried out to verify the process of
electron emission and the effects of light rays of different wavelengths, and they were
verified and graphed by a relationship between frequency and shear stress observed.
1. INTRODUÇÃO
O efeito fotoelétrico, descoberto por volta de 1886 por Heinrich Hertz (1857-1894), é
um fenômeno quântico e consiste na emissão de elétrons por determinado material
quando iluminado por radiações eletromagnéticas de certas frequências.
Hertz notou que a incidência da luz ultravioleta em chapas metálicas auxiliava a
produção de faíscas. No entanto, a explicação teórica para esse fenômeno foi
apresentada somente em 1905 pelo físico alemão Albert Einstein.
A energia de cada fóton irá depender de sua frequência (𝑓), logo, há uma frequência
mínima que é necessária para produzir o efeito fotoelétrico. A energia mínima que cada
fóton precisa ter para arrancar os elétrons do material é chamada de função trabalho.
Havendo um fóton de frequência 𝑓, a equação a seguir permite calcular a energia do
mesmo:
𝐸 = ℎ𝑓
onde ℎ é a constante física conhecida como constante de Planck, que possui o valor de
6.626 × 10−34 𝐽 ∙ 𝑠, 𝐸 é a energia do fóton lançado no material e 𝑓 a sua frequência.
Como o elétron será arrancado a uma certa velocidade temos, nesse caso, uma energia
cinética. Portanto, a equação acima se torna
𝐾 = ℎ𝑓
assim, a equação
𝐾 = ℎ𝑓
torna-se
𝑞𝑉 = ℎ𝑓
𝑒𝑉 = ℎ𝑓
𝑒𝑉
𝑓=
ℎ
Após ser atingido pelo fóton, o elétron adquire uma certa energia cinética (energia
de movimento) que é determinada através da diferença da energia do fóton com a
função trabalho (Φ). Assim, temos
𝐸𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛 = ℎ𝑓 − 𝛷
A função trabalho possui valor característico e determinado que varia de material para
material. Dependendo do quanto estão ligados os elétrons no material, estes possuirão
um valor ou outro para a função trabalho. Veja na tabela a seguir alguns valores de
função trabalho, em unidades de 𝑒𝑉, para alguns materiais.
Função Trabalho
Material
(𝐞𝐕)
Cobre 4,70
Chumbo 4,14
Zinco 4,31
Tabela 1: Valores da função trabalho para alguns materiais.
2. MONTAGEM EXPERIMENTAL
2.1. Objetivos
Na pratica o experimento contou com algumas etapas simples e rápidas. Foram elas:
1) Inserir o LED no Aparelho Constante de Planck.
2) Ajustar a intensidade luminosa em 50%.
3) Utilizar os ajustes grosso e fino para variar a tensão até que a corrente se
tornasse zero.
4) Repetir o mesmo procedimento para os LEDs restantes.
3. RESULTADOS E ANÁLISE
Utilizando os LEDs com cores diferentes e, por sua vez, comprimentos de onda
diferentes, encontramos as seguintes tensões de corte para cada um deles, como mostra
a tabela 1 abaixo:
𝐶
𝜆=
𝑓
e daí temos,
𝐶
𝑓=
𝜆
Assim, sabendo que 𝐶 é uma constante que equivale a aproximadamente
3,0 × 108 𝑚/𝑠, teremos, para os comprimentos de onda de cada LED:
Observe que traçamos uma reta média devido aos pontos experimentais estarem
ligeiramente irregulares.
Agora, munidos de todos estes resultados podemos utilizar a relação
𝑒𝑉
𝑓=
ℎ
para determinar a constante de Planck com base em nossos resultados. Assim, sabendo
que
𝑒𝑉
ℎ=
𝑓
Se fizermos uma média dos valores da constante de Planck obtidos teremos que
ℎ1 + ℎ2 + ℎ3 + ℎ4 + ℎ5
ℎ𝑓 =
5
Logo
3,259 𝑥 10−35 + 1,715 𝑥 10−34 + 1,347 𝑥 10−34 + 5,333 𝑥 10−35 + 2,289 𝑥 10−34
ℎ𝑓 =
5
ℎ𝑓 = 6,210 × 10−34 𝐽 ∙ 𝑠
4. CONCLUSÃO
Após a realização dos estudos na aula teórica e do procedimento experimental
realizado no laboratório podemos observar como os elétrons são retirados do material
gerando o efeito fotoelétrico.
Observamos que o valor obtido para a constante de Planck através dos dados
coletados em nosso experimento foi ligeiramente diferente do valor da constante em si.
Entretanto é uma diferença pouco significativa visto que a ordem da potência de 10
permaneceu a mesma. O desvio no resultado advém do fato de serem mãos humanas
ajustando a tensão no aparelho, o que pode gerar pequenas diferenças na hora da
medição, mas nada que deslegitime o experimento.
Com o procedimento experimental foi possível notar também que a intensidade do
raio luminoso não afeta a forma como cada elétron é arrancado. Se você não aplica a
tensão certa, o efeito não ocorre, pois ele depende da tensão de corte, que varia
dependendo da frequência da radiação aplicada sobre o material.
Foi possível perceber, ainda, que, aumentando a intensidade da luz aplicada no
material não há, como já mencionamos, efeito prático em cada elétron individual, pois a
sua remoção depende da tensão aplicada. A variação da intensidade da luz aplicada só
influencia na quantidade de elétrons que serão arrancados do material. Quanto maior a
intensidade, mais elétrons serão arrancados.
Esse fenômeno é observado também em outras áreas além da física, como na
radiologia, por exemplo, e em diversas outras.
O efeito fotoelétrico foi, portanto, uma descoberta que revolucionou a física e a
forma como enxergamos a natureza e o universo. Teve um impacto tão grandioso que
garantiu a Albert Einstein um prêmio Nobel, redirecionou os estudos posteriores de
outros cientistas e serviu como pilar de sustentação para o grande monumento chamado
física quântica.
5. REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS